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OS 12 TRABALHOS DE HERCULES

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OS 12 TRABALHOS DE HERCULES 
 
COMENTADO POR PANYATARA 
 
 
 “Los Trabajos de Hercules” 
Obra da autoria de Alice A. Bailey 
 
 
 
 
 
Cada signo submete o 
homem que está trabalhando 
sob suas energias a 
determinadas influências e o 
provê com certas tendências 
específicas. 
 
INTRODUÇÃO 
 
 
Nos dias atuais, de forma sintomática, um grande 
número de pessoas se está aproximando de instituições 
esotéricas com o objetivo de fazer uma iniciação, pois 
consideram o ato imprescindível para consumar seus ideais 
superiores. Isto acontece a maioria das vezes sem que o 
postulante chegue a compreender o significado mais elevado do 
que está buscando e muito menos o que necessitaria par atingir 
seu desiderato. 
Por outro lado as organizações iniciáticas acenam para 
os buscadores com instruções, práticas e aulas, bem como com a 
participação em rituais quase sempre pomposos que constituiriam 
em aberturas para melhor facilitar o caminho iniciático do 
aspirante, porém, o fundamental, a maioria das vezes não chega a 
ser abordado como condições sem a qual nenhum pretendente 
chegará a conquistar níveis de consciência além daquele que já 
ostentava antes do ingresso nessas ordens esotéricas. 
Em nossa vivência pessoal perlustramos por várias 
dessas organizações onde, não podemos negar os benefícios 
recebidos, pudemos aprender, por comparações e análises 
realizadas sempre com o intuito sincero de ultrapassar minhas 
próprias dificuldades lições que confirmaram a necessidade da 
síntese de toda essa experiência e que, acredito, me 
aproximaram da seguinte verdade: a iniciação real somente se 
realiza quando sinceramente compreendemos que os cânones 
libertadores estão dentro de nós mesmos e que sem uma 
transformação pessoal, onde o discípulo deve aprender a ornar 
seu caráter com os valores que já vêm sendo apregoados a 
milhares de anos por todas as religiões do Planeta nada 
conseguirá em termos de evolução. 
Como um “ocultista” que não observa a máxima “Saber, 
fazer, ousar e calar” por ter sido proferido durante a época da 
Inquisição e não mais se ajustar as energias da Era de Aquário 
(“Quem tem ouvidos (para ouvir) ouça – Mt.13:9”), quando todos 
os verdadeiramente iniciados devem compartilhar tudo aquilo que 
receberam dos planos mais sutis para melhoria da Raça, 
considerei importante passar minhas considerações pessoais 
sobre “Los Trabajos de Hercules”, da autoria de Alice A. Bailey, 
a fim de que ao menos possa alertar, para a sobriedade 
necessária, alguns dos respeitáveis, mas afoitos buscadores da 
verdade que pensam chegar a iluminação apenas porque fazem 
parte desta ou daquela Organização ocultista ou ainda, por 
vestirem roupas com adereços especiais, brandirem espadas e 
realizarem fenômenos que nada significam em relação ao 
propósito real e eterno de nossas vidas. Não abordo as práticas 
sexuais para não mexer em vespeiros, principalmente porque 
considero o assunto sagrado e até mesmo divino, portanto não 
deve ser conspurcado. 
Na sequência dos trabalhos daquele que já seria um 
pretendente à verdadeira iniciação, pois seu roteiro não segue 
mais o curso do Sol de Áries para Peixes, mas de Áries para 
Touro até Peixes vamos encontrar o que realmente é necessário 
para nos liberar definitivamente da Roda das Encarnações e nos 
tornarmos valorosos Servidores da Raça; em Áries o domínio da 
mente, em Touro o controle de nossa virilidade, em Gêmeos o 
inicio do desenvolvimento do sentido de compaixão e amor ao 
nosso semelhante, em Câncer a conquista da Intuição, em Leão o 
domínio da libido em.... Por favor, leia as conclusões que 
apresentamos, pois no livro de Alice Bailey acredito que ela não 
pode dizer tudo o que agora procuro deixar claro para o 
verdadeiro buscador da Verdade. 
Embora todos os conceitos emitidos façam parte apenas 
de minha experiência pessoal ficou claro para mim que este é o 
roteiro mais seguro para quem quer desenvolver Kundalini, 
embora respeite e considere todas as outras experiências tão 
válidas como a que obtive e, algumas provavelmente serão bem 
mais superiores. Posso apenas dizer que estou satisfeito com meu 
aprendizado. Considero-me apenas no vestíbulo da Iniciação 
humana, porém tranquilo e com metas definidas. Analise e 
compare você também e realize o seu caminho (12 trabalhos de 
Hércules) que será bastante diferente daquele que tenho 
trilhado, porém aprendi nos levará a conclusão que a experiência 
de cada um será diferente porque em nós é o próprio Logos 
Planetário que, através de nós está realizando sua INICIAÇÃO 
SOLAR. Sirva-se e medite. 
 
Boa sorte! 
 
PANYATARA 
ÍNDICE 
 
 
 
 
Introdução 3 
Áries 8 
 
Touro 13 
 
Gêmeos 18 
 
Câncer 27 
 
Leão 33 
 
Virgem 41 
 
Libra 47 
 
Escorpião 56 
 
Sagitário 61 
 
Capricórnio 65 
 
Aquário 70 
 
Peixes 76 
 
Referências Bibliográficas 82 
 
 
ÁRIES
 
A CAPTURA DAS ÉGUAS 
DEVORADORAS DE HOMENS 
 
21 de março até 20 de abril 
 
9 
A HISTÓRIA 
 
 
O PRIMEIRO Portal estava aberto de par a par. Uma voz chegou 
através de Portal: 
- “Hércules, meu filho, sai. Passa pelo portal e entra no Caminho. 
Realiza teu trabalho e volta a mim, relatando o fato”. 
Com gritos de triunfo, Hércules se lançou, correndo entre os pilares 
do Portal com arrogante confiança e segurança de poder. 
O filho de Marte, Diomedes, de ardente fama, governava na terra 
além do Portal e ali criava os cavalos e as éguas de guerra, nos pântanos de 
sua herdade. Os cavalos eram selvagens e as éguas ferozes, e todos os 
homens tremiam ao ouvir seu tropel, pois eles assolavam por todas as partes 
da terra, produzindo grande dano, matando a todos os filhos dos homens que 
cruzassem seu caminho e engendrando constantemente cavalos mais 
selvagens e malignos. 
“Captura estas éguas e detém estes atos malvados”, foi a ordem que 
se abateu nos ouvidos de Hércules. “Vai, liberta esta terra longínqua e os que 
vivem nela” 
“Abderis.”, gritou Hércules, “adianta-te e ajuda-me nessa tarefa”, 
chamando o amigo a quem amava profundamente e que o seguia sempre em 
seus passos enquanto ia de um lugar para o outro. Abderis se adiantou e 
tomou seu lugar ao lado do amigo e com ele enfrentou a tarefa. Traçando 
todos os planos com cuidados, os dois seguiram os cavalos enquanto 
percorriam as pradarias e os pântanos dessa terra. Finalmente, Hércules 
conseguiu confinar as éguas selvagens dentro de um campo onde não havia 
mais lugar para se moverem, e ali as prendeu e as manietou. Depois, deu um 
grito de alegria pelo triunfo conseguido. 
Tão grande foi seu deleite na proeza assim posto de manifesto que 
ele considerou por baixo de sua dignidade pegar as éguas ou conduzi-las no 
caminho para Diomedes. Chamou o seu amigo, dizendo: “Abderis, vem aqui e 
conduzestes cavalos através do portal”. Deu as costas e marchou 
10 
orgulhosamente para diante. 
Porém Abderis era débil e sentiu medo pela tarefa. Não pôde reter 
as éguas ou colocar nelas os arreios ou conduzi-las através do Portal, atrás 
das pegadas de seu amigo. As éguas se voltaram contra ele, desgarraram e o 
pisotearam, matando-o e depois escapando para as terras mais selvagens de 
Diomedes. 
Mais prudente, desconsolado, humilde e desanimado, Hércules 
voltou a sua tarefa. Procurou de novo às éguas de lugar em lugar, deixando o 
seu amigo agonizante sobre a terra. Novamente prendeu os cavalos e os 
conduziu, ele mesmo, através do Portal. Porém Abderis jazia morto. 
O Mestre tudo examinou com cuidado e enviou os cavalos a um 
lugar de repouso, para ali serem domados e reduzidos à sua faina. O povo 
dessa terra, libertado do temor, deu as boas-vindas a quem lhes havia 
libertado, aclamando Hércules como salvador da Terra. Porém Abderis jazia 
morto. 
O Mestre se voltou para Hércules e disse: 
- “O primeiro trabalho está terminado; a tarefa está feita, porém mal 
feita. Aprende a verdadeira lição desta tarefa e depois passa a outro serviço 
em favor de teu próximo. Sai para a região do Segundo Portal. Encontra e faz 
entrar o touro sagrado ao Lugar Sagrado”. 
 
A morte de Abdéris 
11 
Comentário 
 
1. O Grande Presidente que preside a Câmara de Concílio é o ‘EU 
SOU’ (O Cristo Interno), a manifestação da Divina Presença no coração do ser 
humano. 
2. O Mestre que vigia Hércules é o Mestre pessoal de cada ser 
humano, cuja residência no homem fica na bolsa seminal, até que ele reúna as 
condições necessárias para que ELE APAREÇA (“Quando o discípulo está 
pronto, o Mestre aparece”.) 
3. A Câmara de Concílio do Senhor está localizada na parte superior 
do ventrículo esquerdo do coração. 
4. A primeira prova do candidato a Iniciação é adquirir o controle 
mental e o uso correto da mente. Por isso Hércules teve de começar em Áries 
suas tarefas. 
5. As éguas devoradoras de homens que parem cavalos de guerra 
são os pensamentos precipitados dos Arianos (e de todos nós) que geram 
outros pensamentos, mantendo nossas mentes sempre ocupadas, 
sobrecarregando-as com “pensamentos que nascem de pensamentos, o que 
nos impossibilita de perceber a vida como ela realmente é”. 
Vivemos como que dopados com nossos próprios pensamentos e 
sentimos certo prazer nessa situação. 
Abdéris representa a personalidades de que se serve o Iniciado 
incipiente para realizar as tarefas de que ele acha que não lhe dizem mais 
respeito, mas que estão à sua disposição e devem ser realizadas por sua 
personalidade, porém sempre sob a supervisão da Mente Superior! O fato de 
falecer pisoteadaa em virtude de lhe ser imputada uma tarefa para a qual não 
tinha condições de assumir significa uma característica da impulsividade da 
personalidade Ariana que sempre deve estar sob o controle total dos 
pensamentos do homem superior, ou seja, Hércules. 
Abdéris assume uma tarefa para a qual não estava capacitado, pois 
o controle do pensamento é uma atividade da Alma, ou seja, Hércules, com a 
12 
qual entramos em contato quando meditamos. 
A morte de Abdéris (fracasso de uma personalidade) faz com que 
tenha ocorrido certo desperdício na execução da tarefa, pois Hércules sempre 
necessitará das experiências de suas vidas anteriores na execução de outras 
tarefas que será cumprida. 
Um destaque especial na historinha acima que não deve passar 
despercebido pelo estudante arguto é a frase “Traçando os planos com 
cuidado”, que deve servir como advertência para o Iniciado, pois toda 
impulsividade deve ser substituída pela atitude de precaução e sensatez ao se 
lidar com a mente descontrolada. 
É da natureza do Ariano o impulso de criar, daí possuir uma mente 
fértil, que não o deixa um momento sequer sem uma atividade provocada por 
seus pensamentos. Como Áries é um signo de fogo, seu mundo mental é 
constituído de labaredas que precisa dominar para realizar sua missão 
máxima: compreender a necessidade de três virtudes: 
 
a) Domínio de seus impulsos (de começar, de criar e de libertar) 
b) Magnanimidade 
c) Fé inquebrantável em si mesmo para realizar suas idéias em 
benefício do próximo. 
 
Áries é o signo dos anjos caídos e da Esperança. 
 
 
 
13 
TOURO 
 
 
A CAPTURA DO TOURO DE CRETA 
21 de abril até 20 de maio 
 
14 
A HISTÓRIA 
 
 
O Grande Senhor falou ao Mestre do homem cuja luz brilhava 
entre os filhos dos homens. Que também são filhos de Deus: 
 
- “Onde está o homem que se manteve com poder diante dos 
Deuses, recebeu dons e entrou pelo primeiro portal aberto de par em par para 
trabalhar em sua tarefa?” 
- “Ele descansa, ó Grande Presidente e reflete acerca de seu 
fracasso, lamentando-se por Abderis e busca ajuda dentro de si mesmo”. 
- “Muito bem. Os dons do fracasso garantem o êxito quando são 
corretamente compreendidos. Que proceda a trabalhar mais uma vez e penetre 
pelo Segundo Portal!”. 
Só e triste, consciente da necessidade e consumido por uma 
profunda dor, Hércules passou lentamente entre os pilares do Segundo Portal 
para a luz que brilhava onde estava o touro sagrado. No horizonte se levantava 
a formosa ilha onde morava o touro e onde homens arrojados podiam entrar no 
vasto labirinto que os atraía até o aturdimento, o labirinto do Rei de Creta, o 
guardião do Touro. 
Cruzando o oceano para a ensolarada ilha, Hércules empreendeu 
sua tarefa de encontrar o touro e conduzi-lo ao Lugar Sagrado onde moram os 
homens de um olho só (os grandes Iniciados que desenvolveram a terceira 
visão) 
De um lugar ao outro, ele perseguiu o touro sagrado dentro do 
labirinto, guiado pela fulgurante estrela que brilhava sobre a fronte do touro. 
Sozinho, ele procurava o touro; sozinho ele o perseguia até a sua guarida; 
sozinho ele o capturou e montou sobre seu lombo. A sua volta permaneciam as 
Sete Irmãs, estimulando-o em seu caminho e, na luz resplandecente, ele o 
conduzia, entregando-o depois aos 3 ciclopes. Estes três grandes filhos de 
Deus aguardavam seu regresso, vigiando seu progresso através das ondas. 
Ele conduziu o touro como se este fosse um cavalo e com as 7 irmãs 
cantando, à medida que marchava. 
15 
 
Captura do touro de Creta 
 
Vem com força, disse Brontes; 
conduz na luz, disse Steropes, tua luz interior será mais brilhante; 
vem rápido, disse Arges, pois estás conduzindo através das 
ondas. 
Hércules se aproximou empurrando o touro sagrado e emitindo luz 
sobre o caminho que conduzia de Creta ao Templo do Senhor. 
Sobre a terra firme, a beira d’água, estes três pararam Hércules e se 
apoderaram do touro. 
- Que tens tu aqui? Disse Brontes, detendo Hércules no caminho. 
- O touro sagrado, ó Deus. 
- Quem sois? Diga-nos teu nome, disse Steropes. 
- Eu Sou o filho de Hera, um filho de homem e, contudo um filho de 
Deus. Realizei minha tarefa. 
Leva agora o Touro ao Lugar Sagrado e o salva, pois Minos 
desejava seu sacrifício. 
 
 
16 
Comentário 
 
O Touro que precisava ser salvo é a virilidade (energia sexual). 
“Leva o Touro ao lugar Sagrado e o salva, pois Minos desejava o 
seu sacrifício”, significa que o Iniciado deve sublimar sua energia sexual e 
colocá-la ao serviço de seu Cristo Interno, no coração, pois Minos (o Inimigo 
Secreto) quer se apossar dela para enfraquecer e subjugar o homem aos seus 
propósitos. 
Hércules além de salvar o Touro, monta sobre o mesmo e isto 
significa que além de salvá-lo de Minos, domina-o (a energia sexual), dirigindo-
o como senhor absoluto (como se fosse um cavalo) para o lugar sagrado(O 
coração). 
A luz na testa do Touro é a Estrela Aldebaran da Constelação do 
Touro e as 7 irmãs são as 7 Plêiades que, na historia representam os Arcanjos 
Guardiões dos 7 Portais, ou seja, dos 7 Sete Centros de Força do homem. A 
luz na fronte do touro também simboliza a luz que os espermatozoides 
possuem, quando de sua disputa para fecundar o óvulo feminino. 
A chave do trabalho em Touro é a correta compreensão da lei de 
Atração e o justo entendimento do uso e controle da matéria. O estudante 
primeiro é provado na capacidade de sua natureza animal, segundo a atração 
que a grande ilusão pode exercer sobre ele. 
Outros pontos também importantes: 
1. Montar, controlar e dominar o touro e trazê-lo, através das águas 
para lugar firme, lembrando que as águas brilhantes representam a libido e o 
plano emocional (o Plano Astral ou emocional). 
2. Guiar e controlar o Touro do desejo é o mesmo que aprender a 
dirigir a energia sexual. 
3. Justa compreensão do celibato. Antes de entrar no caminho, o 
Iniciado pode exercer suas funções sociais de forma completa, inclusive 
mantendo relações maritais. Depois tem de guardar por inteiro suas energias 
sexuais. 
17 
4. ”De Creta ao Templo do Senhor” significa sublimar as energias da 
região genésica (órgãos sexuais), colocando-as ao serviço do Morador no 
coração. 
Nota: A ilha de Creta é a região onde ficam os órgãos sexuais e O 
Templo do Senhor é o coração. 
5. As advertências dos três Titãs (Bootes, Steropes e Arges), 
significam: 
a) Bootes: “Vem com força” deve ser lida “Vem com a Força” e 
a força aqui é Kundalinî, a energia serpentina adormecida existente no 
homem comum e que o Iniciado (Hércules) tem de despertar e fazer subir 
até o coração. 
b) Steropes: “Conduz na Luz” significa que o propósito do Iniciado 
não deve permitir que esta energia seja empregada em qualquer propósito 
material. 
c) Arges: “Vem rápido, pois estás conduzindo através das ondas”. 
Estas palavras representam um alerta para Hércules a fim de que não se deixe 
envolver por qualquer atitude emocional, pois “através das ondas” indica que 
ele estará sujeito aos clamores do Plano Astral (águas, ondas) e isso implica 
sempre no perigo da perda de líquido espermático. 
 
 
 
 
18 
GÊMEOS 
 
A COLHEITA DAS MAÇÃS DE OURO 
DO JARDIM DAS HESPÉRIDES 
21 de maio até 20 de junho 
19 
A HISTÓRIA 
 
 
 
Hércules pergunta ao seu Mestre: Diga-me o Caminho, Ó Mestre de 
minha Alma. Eu busco as maçãs de Ouro (fruto da Árvore da Sabedoria). Eu as 
necessito rapidamente para meu proveito. Mostra-me o caminho mais rápido e 
irei! 
Resposta do Mestre: 
“Não é assim, meu filho. O Caminho é longo. Só duas coisas te 
confiarei e, depois, a ti corresponderá comprovar a verdade do que digo. 
1ª. Lembra que a árvore sagrada está bem custodiada. Três 
formosas donzelas apreciam a árvore, protegendo bem seu fruto. Um Dragão 
de cem cabeças protege as donzelas e a árvore. Guarda-te bem da força 
demasiado grande para ti, dos enganos demasiado sutis para tua 
compreensão. Vigia bem. 
2ª. A Segunda coisa que eu te diria é que tua busca te levará onde 
te encontrarás com cinco grandes provas no caminho. Cada uma te 
proporcionará o âmbito para a Sabedoria, a compreensão, a destreza e a 
oportunidade. Vigia bem. Temo, meu filho, que tu fracassarás em reconhecer 
estes pontos sobre o Caminho. Porém, só o tempo o mostrará; Deus te 
acompanhe.” 
Confiante, porque pretendia o êxito e não o fracasso, Hércules se 
pôs a caminho, seguro de si mesmo, de sua sabedoria e de sua força. 
Buscou primeiramente por toda a região Norte do planeta, 
procurando a árvore sagrada. Perguntou a todos os homens que encontrou, 
porém nenhum lhe soube responder. O tempo passou, embora ele continuasse 
procurando de lugar em lugar e muitas vezes voltou sobre seus próprios 
passos em sua denodada busca. Embora triste e desanimado, continuou em 
sua meta. 
O Mestre, vigilante, de longe o acompanhava e enviou Nereu para 
ver se podia ajudar. Este veio repetidas vezes em forma variável e com 
diferentes palavras de verdade, porém Hércules não respondia, nem sabia 
20 
que o mensageiro era para ele. Não reconheceu a ajuda tão sutilmente 
oferecida. 
A primeira das cinco provas menores tinha passado e o fracasso 
caracterizou esta etapa. 
Enveredou então pelo Caminho do Sul, o lugar da escuridão. A 
princípio sonhou com o êxito rápido, porém Anteo, a serpente, o encontrou 
nesse caminho e lutou com ele, vencendo-o em todas as ocasiões. “Ela 
custodia a árvore”, pensou Hércules; a árvore deve estar muito perto dela. 
Devo acabar com seu guardião e assim, destruindo-o, abaterei a árvore e 
colherei seus frutos. Contudo, apesar de lutar com muita força, ele não 
triunfava sobre Anteo. 
- “Onde está minha falta? Por que Anteo pode vencer-me, se ainda 
quando bebê eu destruí uma serpente em meu berço com minhas próprias 
mãos. Por que fracasso agora?” 
Lutando com todo o seu poder, ele agarrou a serpente com abas as 
mãos e elevou-a no alto, afastando-a do solo. A luta estava terminada, pois 
Anteo perdeu suas forças, mas antes disse: Virei outra vez com diferente 
aparência no oitavo portal. Prepara-te para lutar. 
Feliz e confiante, Hércules continuou seguro de si mesmo e se 
voltou para o Oeste, onde encontrou o desastre, pois entrou, sem perceber, na 
3a. grande prova, onde permaneceu longo tempo sem avançar, pois ali 
encontrou Busiris, o grande enganador, filho das águas e parente próximo de 
Poseidon. Seu trabalho é conduzir os filhos dos homens ao erro, através de 
palavras de aparente sabedoria, afirmando conhecer a verdade e, com 
rapidez, os homens que procuram um mestre fora de si mesmos, 
acreditam nele. Ele fala belas palavras dizendo: - “Eu sou o Mestre. A Mim 
me foi dado o conhecimento da 
verdade e deveis fazer sacrifícios por mim. Aceitem o caminho 
da vida através de mim. Somente eu sei a verdade e ninguém mais. Minha 
verdade é justa. Qualquer outra razão é errada e falsa. Escutem minhas 
palavras, permaneçam comigo e serão salvos”. 
21 
E Hércules obedeceu; diariamente seu entusiasmo pelo caminho 
primitivo (a terceira Prova) debilitou-se e já não procurava mais conquistar a 
árvore sagrada. Sua força se esgotou. Ele amou, adorou a Busiris e aceitou 
tudo o que ele dizia. Sua debilidade crescia dia após dia, até que chegou a 
época em que seu amado mestre o amarrou a um altar e o manteve atado 
durante um ano. 
Um dia, cansado e quando já estava lutando para libertar-se, 
lentamente veio à sua mente palavras ditas por Nereu havia muito tempo: A 
VERDADE ESTÁ EM TI MESMO. Em ti existe um poder, uma força que jaz ali, 
o poder que é a herança de todos os filhos dos homens que são os filhos de 
Deus. Neste instante, calmo, olhou para Busiris, por cuja causa estava nesse 
transe e havia permanecido prisioneiro, atado aos quatro cantos do altar, por 
um ano inteiro. 
Então, com a força que é inerente a todos os filhos de Deus, rompeu 
suas amarras, pegou o falso mestre (que havia parecido ser tão sábio) e o atou 
ao mesmo altar no lugar que ocupara. Não disse nada, porém o deixou ali para 
aprender a não enganar outros filhos do homem. 
E seu Mestre Real percebeu o momento da libertação e voltando-se 
para Nereu, disse: A 3a. Grande prova foi vencida. Tu Nereu lhe ensinaste 
como encontrar a saída e, a seu devido tempo, ele soube encontrá-la. Que siga 
adiante. 
Instruído, e sem interrogações maiores, Hércules continuou com sua 
busca e percorreu muitos caminhos. O ano que tinha passado inclinado no 
Altar de Busiris lhe havia ensinado muito e, por isso retornou com maiorsabedoria à sua senda. 
Repentinamente, deteve seus passos. Um grito de profunda dor feriu 
seus ouvidos. Alguns abutres, dando voltas sobre uma rocha distante chamou 
sua atenção; então ouviu novamente o grito. Devia prosseguir seu caminho, 
ou buscar aquele que parecia estar em necessidade e assim atrasar seus 
passos? Refletiu sobre o problema da demora: um ano havia perdido e sentiu 
a necessidade de apressar-se. Outra vez ouviu um grito romper o ar e 
Hércules, com passos rápidos, se apressou a ir à ajuda de seu irmão que 
22 
sofria. Foi quando se deparou com Prometeo acorrentado a uma rocha, 
sofrendo dores terríveis causadas pelos abutres que bicavam seu fígado, 
matando-o pouco a pouco. 
Imediatamente Hércules rompeu a corrente que o sujeitava e 
libertou-o afugentando os abutres para sua distante guarida e depois, cuidou 
do enfermo até que se recuperasse totalmente das feridas. Então, com muita 
perda de tempo, novamente começou a por-se no caminho. Neste instante, 
sentiu dentro de si a voz de seu Mestre Real, que lhe disse: - “A 4a. prova no 
caminho sagrado estava se realizando com aproveitamento. Não havia ocorrido 
nenhum atraso. A regra que apressa todos os êxitos no caminho eleito, é: 
APRENDE A SERVIR”. 
E Hércules continuou sua busca da árvore sagrada, agora se 
dirigindo para o Leste. 
Um dia, já cansado de viajar, ouviu, de um peregrino passante que, 
próximo a uma montanha distante, a árvore sagrada seria encontrada. 
Imediatamente ele colocou seus pés no caminho e num dia ensolarado, viu o 
objeto de sua busca. 
Apressando seus passos, gritou em sua alegria: - “Agora tocarei a 
Árvore Sagrada; vencerei o dragão que lhe custodia; verei as formosas 
donzelas de grande fama e colherei as maçãs de ouro”. 
Porém, novamente foi retido por um sentimento de profunda 
compaixão. Atlas estava à sua frente, cambaleante sob a carga do Mundo 
sobre seus ombros. Seu rosto estava marcado pelo sofrimento, seus membros 
estavam curvados pela dor; seus olhos estavam cerrados pela agonia; ele não 
pedia ajuda; também não viu a Hércules, mas permanecia encurvado pela dor, 
pelo peso do mundo. Hércules, tremendo, observou e avaliou o peso da carga 
e da dor de Atlas. Esqueceu sua busca. A Árvore Sagrada e as maçãs de ouro 
desapareceram de sua mente e somente procurou ajudar o gigante, e isso sem 
pestanejar. Lançou-se para adiante e ansiosamente tirou a carga dos ombros 
de seu irmão, levantando-a sobre seus próprios ombros, tomando para si o 
castigo de sustentar o mundo. Fechou seus olhos, firmando-se com esforço, e 
23 
eis que a carga rodopiou no espaço, onde permanece até hoje, deixando ele e 
também Atlas livre. 
Diante dele estava parado o gigante Atlas e em suas mãos estavam 
às maçãs de ouro, oferecendo-as, com amor, a Hércules. A busca havia 
terminado. 
As três irmãs sustentavam ainda mais maçãs de ouro e o instavam 
também a recebê-las de suas mãos, e 
Eglé a formosa donzela que é a gloria da vida e o esplendor do sol 
poente, lhe disse, colocando uma maçã em sua mão: O caminho para nós é 
sempre marcado por atos de amor. 
Depois Eritheia, que cuida da porta que todos devemos passar 
antes que elas se fechem sozinhas ante o Grande que preside, deu-lhe uma 
maçã, e em suas costas, inscrita com luz, estava a palavra dourada: Serviço. 
Lembra isto, disse, não esqueça. 
E, finalmente chegou a Hespérides (Vontade), a maravilha da 
estrela vespertina, e lhe disse com clareza e amor: Sê e serve, e percorre o 
caminho de todos os servidores do mundo daqui por diante e para 
sempre. 
 
As Hespérides 
 
- “Então restituo estas maçãs para aqueles que seguem a mesma 
rota”, disse Hércules, regressando para onde tinha começado sua luta. 
Parou ante o Mestre e deu conta de tudo o que havia acontecido. O 
Mestre lhe expressou sua alegria e, em seguida, indicando com o dedo, 
24 
assinalou o Quarto Portal e lhe disse: passe através deste Portal e captura a 
corça com chifres de ouro e patas de bronze e penetra uma vez mais no Lugar 
Sagrado. 
 
Comentário 
 
“Buscar sem descanso (PERSEVERANÇA), sem decepção 
(COMPREENSÃO ESPIRITUAL) ou demasiada presteza. (PRUDÊNCIA)”. (O 
apressado come cru). 
 
1. As maçãs de ouro representam a sabedoria que tem de ser 
conquistada através do conhecimento interno. 
2. É preciso aprender a perceber a palavra do Divino em si mesmo 
(Nereu procurando se comunicar com Hércules), esquecendo o conhecimento 
e os instrutores externos (os Busiris da vida). 
3. É interessante ressaltar que Gêmeos está relacionado à Sephirah 
Hod, regida por Mercúrio e tem como Qlipah correspondente Samael, que 
aparece no Jardim do Éden como o Grande Enganador. O Geminiano 
(principalmente) e o buscador apressado costumam se deixar levar por gurus 
externos e se tornam fanáticos por aqueles que elegem como instrutores que, a 
maioria das vezes não possui sabedoria interna e fazem com que o buscador 
sincero perca várias existências por ter buscado a Sabedoria fora de si. 
4. A compaixão e o espírito de sacrifício devem ser exercitados pelo 
Geminiano. Elas nos levam ao SERVIÇO. Sem estas qualidades jamais, friso, 
jamais ele conquistará a Sabedoria. A compaixão sentida por Prometeo e o 
espírito de sacrifício demonstrado por Atlas (a 33ª. Vértebra, onde repousa a 
cabeça tem o nome de Atlas e a Cabeça representa o mundo que ele 
carregava) permitiram que Hércules conquistasse as Maçãs de Ouro sem ter 
que enfrentar o Dragão que protegia as macieiras. Isto é muito importante, pois 
demonstra cabalmente que não é a luta contra o mal que existe em nós que 
25 
nos torna vitoriosos, mas a aquisição de valores que nos exaltam perante 
nossa própria Alma. 
 
 
A compaixão de Hércules por Atlas 
 
A totalidade desta história significa realmente uma lição que os 
Aspirantes têm de dominar e é muito difícil de aprender até que se tenha 
passado pelas provas de Áries e Touro. No plano físico, no campo do cérebro e 
em seu estado de consciência desperta, o discípulo necessita aprender a 
registrar contatos com a Alma (através de Nereu, ou seja, da Intuição) e 
reconhecer suas qualidades. 
Não deve mais ser somente o místico visionário, mas deve 
agregar à realização mística o conhecimento oculto da Realidade em seu 
coração. Com freqüência isto é esquecido por todos aqueles que aspiram ao 
conhecimento espiritual. Descansam contentes em possuir a visão da meta 
celestial e esquecem que vivem num Universo cuja essência é a mente divina 
e, por causa disso deveriam treinar a que possuem em todas as suas nuances 
(“Por meio da mente se formula a teoria, se distingue a verdade e se capta 
a Divindade”). 
Geralmente os Geminianos forjam, no crisol da vida, uma 
equipagem que se caracteriza pela sinceridade, o bom desejo, o caráter 
agradável, e são conscientes da pureza do motivo, da boa vontade e dos 
requisitos necessários para alcançarem certo estado de desenvolvimento que 
26 
os autorizaria a seguir adiante. Porém falta-lhes ainda uma coisa: não 
possuem o que se poderia chamar “a técnica da presença”; não chegam a 
compreender que não existem privilégios e prerrogativas dentro deste 
campo. Suas mentes são muitas vezes excessivamente discriminativa e 
tanto se apóiam em seus conceitos pessoais como naquilo que lhe traz 
mais conforto, negando o obvio desde que possam agir livremente 
naquilo que elegem como verdade. Também crêem na realidade da Alma, 
na possibilidade da perfeição, na Senda que deve ser pisada, porém suas 
crenças ainda não foram transmutadas em conhecimento do reino 
espiritual. E pior! Não sabem como conquistar sua meta que só será 
atingida quando desenvolverema compaixão e o espírito de sacrifício 
dentro de si mesmo. Geralmente fazem como Hércules: empreendem a 
quíntupla busca para alcançarem o resultado almejado, mas a maioria se 
perde no meio do caminho. 
Como Gêmeos é um signo mental, é preciso que seus nativos 
vençam, acima de tudo, a fascinação e a ilusão por suas convicções 
pessoais, pois, no desenvolvimento da aspiração espiritual, o discípulo é 
muito propenso a cair no astralismo e no psiquismo inferior, adorando 
ídolos ou a si mesmos e também a símbolos que muitas vezes não se 
enquadram, por superiores ou inferiores, no quadro mental daquele que 
aspira a verdade, como foi o caso de Hércules com Busiris. A fascinação 
faz com que as coisas estejam sempre mudando, tomando sempre uma 
ou outra forma, mas sempre está longe da verdade. Costuma geralmente 
se referir à aparência e não à realidade das coisas e é por causa disso 
que a vida do Geminiano na face da Terra se mantém mais pelas 
aparências e nunca pelo valor real daquilo que é idolatrado, tendendo 
sempre a se decepcionar com o objeto de sua fascinação. Entretanto, 
quando acordam (geralmente perdem uma vida!) amarram seus “Busiris” 
no altar das mentiras e seguem adiante para se tornarem vencedores. 
 
27 
CÂNCER 
 
A Captura da Corça com chifres de ouro. 
21 de Junho até 21 de julho 
 
28 
A HISTÓRIA 
 
 
Hércules, depois de receber a tarefa de capturar a Corça com chifres 
de ouro está diante do quarto Grande Portal. Não pronuncia nenhuma palavra 
nem nenhum som. Além deste Portal se estende uma paisagem com contornos 
despojados e no horizonte afastado se levantava o templo do Senhor, o 
santuário do Deus-Sol. 
Sobre uma colina próxima estava parado um belo espécime da 
família dos cervos e Hércules olhou e escutou e, escutando, ouviu uma voz. A 
voz saía do brilhante círculo da Lua, que é o lar de Ártemis filha de Zeus e Leto 
e irmã gêmea de Apolo. No panteão romano foi identificada com Diana, a 
caçadora. E Ártemis, a fada, falou palavras de advertência ao filho de Deus: - 
“A corça é minha, portanto, não a busques”, disse ela. “Durante eras eu a 
alimentei e a cuidei quando jovem. A corça é minha e minha deve permanecer”. 
Então surgiu Diana, a caçadora dos céus, a filha do sol. Saltando 
para a cerva, ela também reclamou a posse da mesma: “Não é assim”, disse a 
formosa donzela; a corça é minha e minha deve permanecer. 
Hércules parado entre os pilares do Portal escutou a querela entre 
as Deusas e muito se assombrou enquanto as duas donzelas disputavam à 
posse da corça. 
Outra voz assaltou seu ouvido e com dominante acento disse: “A 
corça não pertence a nenhuma donzela, ó Hércules! senão a Deus, cujo 
santuário tu vês no monte distante. Vai e resgata-a e depois leva-a em 
segurança ao santuário e deixa-a ali. Uma tarefa simples de fazer, ó filho de 
Deus!, porém (e medita bem minhas palavras) sendo um filho de Deus, tu 
podes, assim, buscar e pegar a corça. Vai. 
Hércules saiu através do 4o. Portal deixando atrás de si os muitos 
dons recebidos afim de que não estorvassem a veloz perseguição que 
tinha por diante e, de certa distância, era observado pelas donzelas 
discutidoras. Artemísia e Diana seguiam os movimentos da corça e quando ela 
surgia para Hércules, cada uma delas enganava-o, buscando frustrar seus 
29 
esforços. Hércules perseguia-a de um ponto a outro e cada uma delas com 
sutileza o enganava e, assim, procederam várias vezes. 
Pelo espaço de um ano (*), Hércules perseguiu a corça de lugar em 
lugar, vendo apenas ligeiros reflexos de sua forma, tendo chegado a concluir, 
ao penetrar as regiões mais profundas do bosque, que a tinha perdido. De 
colina em colina, de bosque em bosque, ele a perseguiu até muito próximo de 
um tranqüilo lago onde, de corpo inteiro, sobre a relva não pisada, ele a viu 
dormindo, cansada de suas carreiras. 
 
 
Hércules captura a Corça de chifres de ouro 
 
Com passo silencioso, mão estendida e olho fixo, ele disparou uma 
flecha para a corça e a feriu em sua pata. Estimulando toda a vontade da qual 
estava possuído, se aproximou mais e, contudo, a corça não se moveu. Assim, 
se adiantou mais próximo e envolveu-a em seus braços próximo de seu 
coração, sendo observado por Artemísia e Diana. 
A busca havia terminado, cantou em voz alta: - “A corça agora é 
minha!” 
“Isto não é verdade, ó Hércules!”, ouviu a voz de alguém que 
permanece próximo ao Grande Presidente dentro da Câmara de Concílio do 
30 
Senhor. A Corça não pertence ainda aos filhos de homens, mesmo que seja 
um filho de Deus. Leva a corça a aquele Santuário, onde moram os Deuses e 
deixa-a ali, com eles. 
- “Por que deve ser assim, ó sábio Mestre? A corça é minha; minha 
pela longa busca e a longa viagem que fiz e, por confirmação, sustento-a perto 
de meu coração”. 
-”E não é tu um filho de Deus, embora também um homem”? E não 
é este santuário também tua morada? E não compartes tua vida com todos os 
que moram aí dentro? – “Leva ao Santuário de Deus a corça sagrada e deixa-a 
ali, ó Filho de Deus”. 
E Hércules assim procedeu. 
 
Comentário 
 
É necessário deixar atrás de si “os muitos dons conquistados”, pois 
na busca da Corça (a intuição) os valores que pertencem à mente só 
atrapalham. 
Câncer é o signo do instinto, da mente subconsciente, do instinto 
hereditário, a imaginação coletiva, da vida de rebanho, de relação com a 
massa (matéria). 
A corça representa a intuição, que conseguimos capturar, mas, 
depois de deixá-la no Altar sagrado do coração, teremos de capturá-la muitas 
vezes, pois ainda não é uma qualidade humana 
Artemis, a Deusa lunar relacionada astrologicamente a mente 
instintiva, se dizia dona da corça. Diana, a Deusa Caçadora, relacionada à 
ardilosidade mental, também se dizia dona da corça. Porém nenhuma das duas 
a possuem, pois estão relacionadas à mente racional, impeditiva da mente 
intuitiva. 
Câncer é uma das duas portas do Céu; a outra é Capricórnio (Jesus 
dá a Pedro as chaves das duas portas do Céu (Zodíaco)) que são os solstícios 
de Verão e Inverno. 
Câncer e Capricórnio são denominados em linguagem esotérica as 
portas do Céu. 
31 
Câncer é a Porta dos homens, pela qual eles vêm à encarnação; 
Capricórnio é a Porta dos Deuses, pela qual os homens voltam ao céu. 
As pessoas nascidas em Câncer geralmente são demasiado 
sensíveis, demasiado emocionais, buscando sempre se esconder dentro da 
casca que criam para elas mesmas. Não enfrentam; são tão sensíveis que é 
difícil lidar com elas e tão efusivas (e às vezes indefinidas), que é difícil 
compreendê-las ou restringi-las. 
O instinto é a consciência da forma e da vida celular, o modo de 
conhecimento da forma e, por conseguinte, Artemísia, que governa sobre a 
forma, reclama a corça sagrada; ela representa a inteligência instintiva. 
Diana reclamava a corça porque para ela (a ardilosidade mental, a 
esperteza), esta (ou seja, a corça), é o intelecto (que ela necessita para 
melhorar sua percepção). O homem, o grande buscador, o grande caçador, 
também a queria, porém a corça para ele representava outra e mais superior 
forma de percepção: é a esta que Hércules, o aspirante, buscava. 
Não era a corça, o instinto vital que ele procurava, pois já o possuía. 
Não era a corça, o intelecto que ele buscava, pois também já o 
possuía. 
Era algo mais. Para isso ele empregou um ciclo de sua evolução 
buscando e finalmente conseguiu capturar a corça com os chifres de ouro, 
que inclusive era também reclamada pelo Deus Sol, que reconheceu nela a 
intuição espiritual, essa expressão de sua própria consciência, que dá ao 
discípulo uma nova visão de camposde contato com a humanidade e abre, 
para ele, uma nova forma de ser. 
Ambas as deusas pretendentes têm uma finalidade. 
O problema de Ártemis e de todos os discípulos é usar 
corretamente o instinto em seu justo lugar e em sua maneira própria, ou 
seja, não esquecer o potencial de Ártemis dentro de si. 
Ele também deve aprender a usar o intelecto sob a influência de 
Diana, a filha do sol, e através dele, se colocar em relação com o mundo da 
investigação e das idéias humanas. 
32 
Da mesma forma deve aprender a levar essa sua capacidade ao 
Templo do Senhor (o coração) e ali vê-la transmutada em intuição. Em 
seguida, através da superação racional, chegar a conhecer as coisas do 
espírito e daquelas realidades espirituais que nem o instinto nem o intelecto 
podem revelar. 
(E cada vez os filhos dos homens que também são filhos de Deus, 
devem recapturar a realidade espiritual, no longo Caminho para o infinito). Isto 
significa que a Intuição ainda não é uma qualidade constante no ser humano e 
que somente com seu aprimoramento moral, ou seja, desenvolvendo os 
valores de seu coração é que poderá desfrutar de maior convívio com essa 
qualidade de sua Alma. É importante notar que Hércules sempre colocava a 
corça na região do coração, pois ali é o seu lugar e não cérebro, veículo ainda 
inadequado para expressar esta qualidade que será apanágio da 6ª. Raça 
próxima vindoura. 
Nota: Os chifres na cabeça da escultura de Moisés, feita por Miguel 
Ângelo (Igreja de S.Pedro, em Roma) e os chifres na cabeça do Cristo da 
Basílica de Vezelay, na França, têm o mesmo significado: Plena consciência 
divina ou búdica, que o homem capta através de “insights”, que denominamos 
intuição. Os dois campanários das Igrejas romanas (estas são representações 
da cabeça humana) também têm a mesma conotação esotérica. 
Em Áries - a mente impulsiva 
Em Touro - Mente do desejo 
Em Gêmeos – a mente intelectual. 
Em Câncer – a mente intuitiva. 
 
 
 
 
33 
LEÃO 
 
 
MATANDO O LEÃO DE NEMÉIA 
22 de julho até 21 de agosto 
34 
A HISTÓRIA 
 
O Grande Presidente, dentro da Câmara do Concílio do Senhor 
(O EU SOU), observava o repouso do guerreiro cansado e vigiava seus 
pensamentos. Dirigiu-se ao Mestre que se mantinha ao seu lado, dentro da 
Câmara do Concílio do Senhor: - “O tempo para um terrível trabalho está 
prestes a acontecer. Este homem, que é um filho de homem e não obstante um 
filho de Deus, deve estar preparado. Que verifique as armas que possui e que 
mantenha polido o seu escudo e que submerja suas flechas numa mistura 
letal, pois horrível e espantoso é o trabalho que tem pela frente. Que se 
prepare”. 
Entretanto, Hércules descansava de seus trabalhos e não tinha 
nenhuma informação sobre o que o esperava. De vez em quando, lembrava 
gostosamente quando, além do Quarto Portal, persegue a Corça Sagrada até o 
Templo do Senhor e esta, porque agora já o conhece bem, sempre atende 
gentilmente aos seus chamados, permitindo que ele a coloque sobre o seu 
coração. 
Sendo requisitado novamente, Hércules se colocou diante do Quinto 
Grande Portal, armado até os dentes com todos os instrumentos de guerra a 
que tinha direito um verdadeiro guerreiro e enquanto ele se mantinha ereto, os 
deuses vigilantes observavam seu passo firme, seu olhar ansioso, sua mão 
pronta para a luta. 
- “Que faço eu aqui? Perguntou ele. “Qual a prova - e por que estou 
necessitado de passar este Portal?” 
Falando assim, ele escutava esperando ouvir uma voz. – “Que faço 
eu aqui, Ó Mestre de minha vida, armado como Tu vês, com toda a panóplia de 
guerra? Que faço eu aqui?” 
- “Soou um chamado, Hércules, um clamor de profunda dor. Teus 
ouvidos exteriores não responderam a esse chamado e, não obstante, o ouvido 
interno conhece bem a necessidade, pois ele ouviu uma voz, sim, muitas 
vozes, falando da necessidade, do apelo para que tu te arrisques novamente. 
O povo de Neméia pede ajuda para que Hércules os livre de um leão que os 
35 
apavora e angustia. A notícia de tuas proezas se alardeou. Eles pedem que tu 
mates o leão que devasta sua região, fazendo vítimas entre os homens. 
- “E esse o ruído que ouço”? Perguntou Hércules. É o rugido de um 
leão que escuto no ar vespertino?” 
O Mestre disse: - “Vai, busca o leão que assola a região situada 
na parte mais distante do Quinto Portal. O povo desta assolada comarca 
vive silenciosamente detrás de suas portas com ferrolho; não se aventuram sair 
para cumprir suas tarefas, nem cultivar suas terras, nem semeiam. De norte a 
sul, do leste a oeste o leão saqueia e espreitando captura a todo aquele que 
cruza seu caminho. Seu espantoso rugido é ouvido ao longo da noite e todos 
estão tremendo detrás de suas portas trancadas. Que farás, Ó Hércules? Que 
farás?” 
Hércules, prestando atenção, respondeu à necessidade. 
No lado mais próximo do grande Portal que custodia firme a região, 
ele deixou cair as armas de guerra retendo para seu uso o garrote, cortado por 
suas mãos, de uma árvore jovem e primaveril. 
- “Que estás fazendo, ó filho de homem, que sois também um filho 
de Deus?” 
- “Este admirável conjunto de armas só me oprime, atrasa minha 
velocidade e obstrui minha marcha no caminho. Não necessitarei nada senão 
minha robusta maça e, com esta clava e meu intrépido coração, irei por meu 
caminho procurar o leão. Comunica ao povo de Neméia que vou pelo Caminho 
e diga-lhes que abandonem seu temor”. 
Durante longo tempo Hércules procurou o Leão. Muitos dias e 
muitas noites se passaram com ele explorando o Caminho e prestava ouvidos 
ao rugido do leão, enquanto o povo de Neméia se protegia atrás das portas 
fechadas. 
De repente viu o leão. Estava parado à beira de um espesso 
matagal. Vendo o inimigo que se aproximava e que parecia completamente 
sem temor, o leão rugiu, e com seu rugido os arbustos balançaram, o povo de 
Neméia fugiu e Hércules permaneceu imóvel. 
36 
Empunhou seu arco e seu estojo de flechas e, com mão segura e 
olho esperto, apontou uma flecha no lombo do leão. A flecha resvalou e caiu 
sobre a terra, sem atravessar o lombo do leão. De novo e repetidamente ele 
disparou suas flechas sobre o leão até que não restou uma flecha em seu 
carcás. Então o leão partiu para ele intocado, ileso e enfurecido, 
completamente sem temor. Arrojando seu arco sobre a terra, o filho do homem, 
que é um filho de Deus, se lançou também com um grito selvagem para o leão 
que estava na Senda, bloqueando seu caminho, espantado da proeza com 
a qual até então não se havia encontrado. Hércules avançava. 
Repentinamente, o leão se voltou e bateu em retirada, fugindo pelo matagal e 
desapareceu. 
E assim continuaram os dois. Repentinamente, enquanto corria pelo 
Caminho, o leão desapareceu e não foi visto nem se o ouviu mais. 
Hércules se deteve no Caminho e permaneceu silencioso. Ele 
procurava em todos os lados, empunhando seu firme garrote. Por todos os 
lados ele buscava; passava por todos os caminhos, indo de um ponto a outro 
sobre a longa Senda que corria contra os flancos da montanha. De repente, se 
aproximou de uma cova e dali ecoou um forte rugido, uma voz selvagem, 
surda e retumbante, que parecia dizer-lhe que se detivesse ou perderia sua 
vida. Hércules permaneceu quieto, gritando para o povo da região: - “o Leão 
está aqui. Aguardem minha façanha”. E Hércules que é um filho de homem e, 
contudo um filho de Deus entrou na cova e percorreu toda a sua extensão 
escura até a luz do dia e não encontrou o leão, somente outra abertura na cova 
que conduzia à luz do dia. E enquanto permanecia em suspenso, ouviu o leão 
atrás de si, não na frente. 
- “Que farei?” disse.“Esta cova tem duas aberturas e enquanto eu 
entro por uma o leão sai pela que eu deixei atrás. Que farei? As armas não me 
servem. Como matar este leão e salvar o povo de seus dentes. Que farei?”. 
Enquanto procurava um meio para fazer algo e escutava o rugido do 
leão, viu alguns montões de lenha e paus atirados em grande profusão, ao 
alcance de sua mão. Tirando do monte o que necessitava, arrastou-os com 
todas as suas forças e colocou um monte de paus e hastes com pequenas 
37 
ramas secas dentro da abertura que estava próxima e as amontoou ali, 
bloqueando o caminho à luz do dia, para entrar e sair, fechando-se e 
encerrando o feroz leão dentro da cova. Então se voltou e encontrou o leão. 
 
 
A sufocação do leão por Hércules 
 
Com suas mãos, pega o leão, comprimindo-o com força, sufocando-
o. Próximo de seu rosto sentia o aspirar e respirar do leão. Porém, com 
decisão, manteve sua garganta apertada e o estrangulou. Mais e mais débeis 
se tornaram os rugidos de ódio e temor; mais e mais débil se tornava o inimigo 
do homem; cada vez mais baixo se abatia o leão, porém Hércules o 
sustentava, asfixiando-o (tirando seu alento ). E foi assim que ele matou o 
leão com suas duas mãos, sem suas armas e com sua própria e admirável 
força. Depois, retirou sua pele, mostrando-a para o povo que não podia entrar 
na cova. – “O leão está morto”, gritavam, “o leão está morto”. Agora podemos 
viver e lavrar nossas terras e semear as sementes que necessitamos e andar 
em paz para sempre. O leão está morto e grande é o nosso libertador, o filho 
de homem que é um filho de Deus, chamado Hércules. 
Assim Hércules retornou triunfante Àquele que o enviou para provar 
sua força, para servir e satisfazer a necessidade daqueles que se encontravam 
38 
em horrível angústia. Ele colocou a pele de leão sob os pés do que era o 
Mestre de sua vida e obteve permissão para usar a pele no lugar da já gasta 
e usada. 
- “A façanha está feita. O povo agora está livre. Não existe mais 
medo. O leão está morto. Com minhas próprias mãos eu estrangulei o leão e 
assim o matei.” 
- “De novo, ó Hércules, mataste um leão. Outra vez o estrangulaste. 
O leão e as serpentes devem ser mortas repetidas vezes. Bem fizeste, meu 
filho; vai e descansa em paz com aqueles que hás libertado do temor”. 
O quinto trabalho terminou e eu vou relatá-lo ao Grande Presidente, 
que está esperando na Câmara do Concílio do Senhor. “Descansa em paz”. 
E da Câmara do Concílio chegou uma voz: - “EU SOU”. 
 
Comentário 
Para os Iniciados na Ciência Secreta: 
 
O Arco e estojo de flechas representam a aspiração do Iniciado 
O “escudo polido” é o corpo mental superior ou o Augoeides, a 
luminosa radiação divina do EU Real. 
No signo de Leão o homem se torna a Estrela de 5 pontas, ou seja, 
o símbolo da individualização perfeita, do ser que conhece a si mesmo, por 
isso reina. Antes disso ele tem que dominar a Besta e mostrar seu poder sobre 
ela. 
O Quinto portal onde se achava Hércules é o chacra laríngeo (o 5º. 
Chacra, contando do Básico para cima), o chacra do Verbo Criador. O Leão é a 
libido, o instinto sexual e o lugar mais longe é o chacra Genésico 
(Swadhisthana, o chacra da energia sexual), a cova da Besta. É preciso notar 
que falamos de duas energias importantes, ambas criadoras, ou seja, o verbo, 
a palavra e a energia sexual. 
“O leão que estava na Senda, bloqueando seu caminho” é uma 
frase simbólica e deixa claro que enquanto não dominar a libido, o homem 
estará impedido de realizar seu progresso na Senda. 
39 
Hércules se deteve no Caminho e permaneceu silencioso. Isto 
significa que, dentro do propósito que perseguia, parou para meditar. 
O garrote de Hércules, a arma que ele mesmo havia feito é sua 
VONTADE. 
Os rugidos do leão simbolizam a libido em ação, demonstrando seu 
poder. A fuga do leão e a ausência dos rugidos denotam que houve progresso 
de Hércules no Caminho ou Senda. A “admirável força” de Hércules é a 
energia Kundalini. 
O “povo de Neméia” são os átomos aspirantes do corpo mental 
superior do homem (Envoltura Prateada ou o “Augoeides”). No Êxodo, eles 
representam o povo que se tinha libertado do jugo de Faraó e que atravessou o 
Mar Vermelho (o fígado) e se emanciparam da escravidão humana. 
As duas covas são a vulva e o ânus sendo que este (utilizado para o 
sexo anal deve estar vedado para que o encontro com o Leão se faça na vulva. 
Quando isto acontece o controle da libido só pode ser feito através do controle 
da respiração, que deve ser profunda e tranqüila, fazendo que Kundalini flua 
até o coração. Em resumo: Em Leão, Hércules (a Mente Superior), através da 
prática de Pranayama, sufoca (asfixia) a libido que o impede de prosseguir no 
Caminho para libertar o “Povo de Neméia”. 
A Epístola de S. Pedro (1Pedro 5:8) se refere à esta etapa da 
evolução e diz assim: “Sede sóbrios e vigilantes. O diabo, vosso 
adversário, anda em derredor, como leão que ruge procurando alguém 
para devorar”. 
Para os Profanos a explicação seria esta: 
O Leão de Neméia é a Besta que existe em cada um de nós, que 
precisa ser destruída antes que possamos enfrentar a Hidra de Lerna em 
Escorpião. 
Ele é também a personalidade que, neste signo, aparece prepotente, 
egoísta, agressiva, autoconfiante, com uma força devastadora no núcleo 
familiar, na sociedade ou na organização na qual possa estar filiado. A partir 
desta etapa (Signo de Leão), estas características da personalidade têm de 
cessar de se manifestar. Elas que foram tão necessárias para ajudar no 
40 
desenvolvimento da Alma, a partir desta fase da evolução se oporão a 
manifestação plena do Eu Superior (a Individualidade = o EU SOU, Hércules) 
e, por isso, precisam ser destruídas. O Egoísmo, o instinto auto-protetor 
precisa dar lugar à abnegação, o que é literalmente a subordinação do “eu” ao 
“EU”. 
Numa explicação mais filosófica, podemos dizer que o Ser humano 
necessita abandonar sua condição animal e se tornar realmente espiritual. Isto 
é importante porque a raça está mudando sua natureza de emocional para 
mental e, por causa disso está abandonando o plexo solar, residência do 
“kamas-manas” dos hindus, para o ventrículo esquerdo do coração, sede do 
corpo MENTAL, relacionado ao terceiro ventrículo cerebral, onde temos o 
corpo pituitário, que é dual em sua configuração. 
Como um dos lóbulos da Pituitária (o frontal ou antepituitário) é a 
sede da mente raciocinadora, da intelectualidade e, seu outro lado, o post-
pituitário, o assento da natureza emocional imaginativa, ambos deverão 
funcionar em completa e apropriada atividade criando uma personalidade plena 
e ativa, auto-controlada, com pronunciada atividade mental e resistência. O 
corpo pituitário, com seus dois lóbulos também simboliza a cova com suas 
duas aberturas, uma das quais Hércules teve de interditar, antes que pudesse 
controlar a personalidade com a mente superior, pois somente quando 
bloqueou a abertura das emoções pessoais (pós-pituitária), abandonando 
inclusive seu seguro garrote, recusado simbolicamente para não levar mais 
uma vida pessoal egoísta (o desapego total, não mais vontade pessoal), foi que 
ele pôde, entrando pela abertura representada pela ante-pituitária, submeter o 
leão da personalidade nessa cova. É aí, onde o leão da personalidade 
desenvolvida tem sua guarida e que o deus sol, Hércules, ou seja, cada um de 
nós, teremos de triunfar para vencer a Besta dentro de nós. 
Em Leão, o Iniciado mata o “eu” animal e o incorpora (veste sua 
pele), dominando suas emoções (fecha a cova) com o intelecto. 
41 

42 
VIRGEM 
 
 
APODERANDO-SE DO CINTURÃO DE HIPÓLITA 
22 deagosto até 21 de setembro 
43 
A HISTÓRIA 
 
O Grande Presidente chamou o Mestre que vigiava Hércules. 
- “A época se aproxima”, disse. “Como está se conduzindo o filho de 
homem que é um filho de Deus? Está novamente preparado para aventurar-se 
e provar sua têmpera com um adversário de uma classe diferente? Pode 
passar agora o sexto Grande Portal?” 
O Mestre respondeu – “Sim, ele está seguro de si mesmo; quando 
um novo mandato sair, ele voltará a trabalhar novamente; isto posso afirmar ao 
Grande Presidente dentro da Câmara do Concílio do Senhor”. 
Então surgiu a ordem. – “Levanta-te, ó Hércules e atravessa o sexto 
Grande Portal”. Outra ordem surgiu ao mesmo tempo, não para Hércules, mas 
para aqueles que habitavam nas margens do grande mar. Eles ouviram e 
escutaram. 
Nessas margens habitava a Grande Rainha, que reinava sobre 
todas as mulheres do mundo então conhecido. Estas eram suas vassalas e, ao 
mesmo tempo, seus ousados guerreiros. Dentro de seu reino não se 
encontrava nenhum homem. Só as mulheres se reuniam em volta de sua 
rainha. Professavam diariamente seu culto dentro do Templo da Lua e ali elas 
faziam sacrifícios a Marte, o deus da guerra. Por esta época vinham de 
regresso de sua visita anual a terra dos homens. Dentro dos recintos do 
Templo elas esperavam a ordem de Hipólita, a rainha, que estava parada sobre 
os degraus do Altar Maior, levando o cinturão que Vênus, a rainha do amor, lhe 
dera. Esse cinturão era um símbolo, um símbolo da unidade conquistada 
através da luta, do conflito, da contenda; um símbolo da maternidade e da 
Criança Sagrada, para quem toda vida humana realmente se volta. 
- “Chegou a noticia”, disse ela, “que por seu caminho vem um 
guerreiro cujo nome é Hércules, um filho de homem e, não obstante, um filho 
de Deus; a ele devo entregar este cinturão que uso. – “Obedecerei a ordem, ó 
Amazonas, ou combateremos a palavra de Deus? 
44 
Enquanto elas escutavam 
suas palavras e enquanto 
refletiam acerca do problema, 
novamente surgiu uma voz, 
informando que ele já estava 
presente, esperando sim 
apoderar-se do sagrado 
cinturão da aguerrida rainha. 
A Rainha das Amazonas 
se apresenta diante de 
Hércules e este lhe dá 
combate sem escutar as belas 
palavras que esta se 
esforçava por dizer. Ele 
arranca o cinturão oferecido 
em obséquio como símbolo de 
unidade e amor, de sacrifício e 
de fé e mata Hipólita, que 
estava disposta a lhe entregar 
prazerosamente o cinto. 
Estarrecido e horrorizado do que havia feito, Hércules permanecia ao lado da 
rainha agonizante, e ouviu uma voz dizer: 
- “Meu filho, Por que matar o que necessitamos, está próximo e é 
querido? Por que matar a quem amas, a doadora de dignos presentes, 
custódia do possível? Por que matar a mãe do Menino Sagrado? Outra vez te 
advertimos do fracasso. Outra vez não entendeste. Redime-te agora mesmo e 
busca outra vez meu rosto”. 
Fez-se silêncio e Hércules, levando o cinturão sobre seu peito, 
buscou o caminho de volta, deixando às mulheres lamentando-se, privadas de 
direção e de amor. 
Hércules foi novamente para as costas do grande mar e, próximo à 
costa rochosa viu um monstro do abismo sustentando entre suas mandíbulas a 
45 
pobre Hesíone. Seus gritos e lamentos se elevavam ao alto e feriam os ouvidos 
de Hércules, entregue a compaixão e sem conhecer o caminho que pisava. 
Sem hesitar, ele se lançou prontamente em sua ajuda, porém demasiado tarde. 
Ela havia desaparecido dentro da garganta cavernosa da serpente marinha. 
Porém, esquecendo de si mesmo, Hércules afastou resolutamente as ondas e 
alcançou o monstro, que voltando-se para ele com rápido ataque e forte rugido, 
abriu sua imensa boca. Hércules se lança pela mesma em busca de Hesíone, 
arrebata-a e enquanto a sustentava com a mão esquerda, com a espada abria 
caminho desde o ventre da serpente até a luz do dia. E assim a resgatou, 
compensando, desta forma, seu prévio ato de morte. Pois assim é a vida: um 
ato de morte, um ato de vida e assim, os filhos dos homens, que são filhos de 
Deus aprendem a sabedoria, o equilíbrio e a Senda para caminhar com Deus. 
Da Câmara do Concílio do Senhor, o Grande Presidente era 
espectador de tudo. De seu posto ao seu lado, o Mestre também contemplava. 
Hércules retornou passando novamente o Sexto Portal. Vendo isto e vendo o 
cinturão e a donzela (Hesione), o Mestre disse: 
- “O sexto trabalho está terminado. Mataste a quem te estimava e 
todo o desconhecido e o não reconhecido que te dava o necessário amor e 
poder. Resgataste a quem te necessitava, e assim de novo os dois são um. 
Reflete outra vez sobre os caminhos da vida refletindo-se nos caminhos da 
morte. Vai e descansa, meu filho”. 
 
Comentário 
 
O que podemos aprender disto tudo. 
Existe uma frase do Mestre TIBETANO (Djwal Kuhl) que afirma: “O 
abuso da substância e a prostituição da matéria para fins perversos é um 
grande pecado contra o Espírito Santo”. 
Foi este pecado, o maior de toda a sua peregrinação que Hércules 
cometeu em sua prova no signo de VIRGEM, quando não compreendeu que a 
rainha das Amazonas tinha que ser redimida pela união, pelo amor, não morta 
como aconteceu. A mulher precisa ser reconhecida como parceira e não como 
46 
criatura submissa que não participa da vitória do Iniciado. Atualmente o homem 
só vê a mulher em sua utilidade para atender suas necessidades materiais, 
porém é somente no relacionamento superior com a mulher que ele pode 
penetrar na Sephirah Hod encontrar sua outra parte, ou seja, sua 
androgeneidade. De novo o Tibetano enfatiza uma e outra vez o fato de que é 
“por meio da humanidade que uma consumação de sutil eficiência se 
produzirá, a qual fará possível a expressão do todo”. 
A mulher nua com um cinturão envolvendo suas ancas (Hipólita) é o 
símbolo da Sephirah NETZACH, a Vitória, situada no pilar da Misericórdia e se 
refere às polaridades, cuja finalidade é estabelecer correto relacionamento 
humano, não só o vertical como o horizontal e, para isto, antes é necessário 
conhecer nossa androgeneidade em Hod. 
A polaridade horizontal é a de duas forças da mesma qualidade, 
entre dois homens ou duas mulheres. No seu aspecto mais elevado, essa 
polaridade tem como função gerar amizade, o que está intimamente ligado a 
Netzach. Em seu aspecto adverso, quando essa força é por demais intensa, 
pode levar à homossexualidade, o que é considerado pelos ocultistas uma 
perversão, porém, infelizmente é ainda usada na magia sexual. (Nota: Um dia, 
no futuro, homens e mulheres irão compreender que tanto o homem como a 
mulher com ascendência sexual contrária ao seu sexo de nascimento é uma 
rara oportunidade de conquistar a iluminação espiritual). 
Hércules teve uma grande oportunidade, de como guerreiro, receber 
a amizade de uma guerreira e a jogou fora, matando Hipólita. Redimiu-se 
salvando Hesíone (seu lado feminino), mas que não trazia aquilo que Hipólita 
oferecia (Meu filho, por que matar o que necessitamos, está próximo e é 
querido? Por que matar a quem amas, a doadora de dignos presentes, 
custódio do possível? Por que matar a mãe do Menino Sagrado? Outra 
vez te advertimos do fracasso. Outra vez não entendeste.). Isto se refere 
unicamente ao lado feminino que todo homem possui, que é a mãe do Menino 
Sagrado que está em seu coração, que precisa ser exaltada, a fim de gerar 
sempre frutos sazonados. Hipólita era Kundalini e seu cinto representa a 
47 
energia feminina que o homem deve saber utilizar sem se prostituir; é o cinto 
da Vitória em Netzah. 
 
As três virtudes requeridas em Virgem são: 
a) TOLERÂNCIA; 
b) COMPAIXÃO e; 
c) CARIDADE.Elas fazem que o Estudante cresça tornando-se cada vez mais 
inclusivo. Hércules falhou na tolerância, mas venceu na compaixão e 
caridade. Necessitava de uma guerreira para se completar, porém mais pelo 
medo da experimentação de conviver com aquela que necessitava, estava 
próxima e é querida e representava seu lado feminino, porém numa condição 
que ele ainda não podia suportar por causa de certo machismo ainda cultivado 
na maioria daqueles que pretendem a Ascensão espiritual. Este é um dos 
grandes problemas do verdadeiro iniciado: intolerância com um estado de ser 
que terá de assumir com sabedoria ou, então, terá de “pecar contra o Espírito 
Santo”. 
Uma das mais úteis interpretações dadas nesta explicação sobre a 
tolerância é que não deve ser praticada como atualmente, com um matiz de 
superioridade e condescendência. A verdadeira tolerância vai mais profundo 
que uma atitude tal como “viver e deixar viver”, a qual, com freqüência, não se 
manifesta sem uma mancha de presunção e auto-centrada indiferença para 
tudo, exceto para nossa própria verdade. 
 

 
 
48 
LIBRA 
CAPTURA DO JAVALI DE ERIMANTO 
22 de setembro até 21 de outubro
49 
“Sai, me filho, e captura o javali; salva uma região assolada, porém 
toma o tempo de alimentar-te”. 
Apolo vem e lhe oferece um arco chamejante para usar. Diz 
Hércules: - “Não o levarei comigo no caminho por temor de matar. Em meu 
último trabalho, nas margens do grande mar, eu matei e destruí. Desta vez eu 
não matarei. Eu abdico do arco. 
Desarmado, exceto por sua forte clava, subiu a montanha, 
procurando o javali, vendo a cada lado, visões de medo e terror. Subiu ainda 
mais e mais alto. Então se encontrou com um amigo, Folo, um de um grupo de 
centauros, conhecido dos deuses. Eles se detiveram e conversaram e, por um 
momento, Hércules esqueceu o objeto de sua busca. E Folo chamou a 
Hércules, convidando-o a abrir um tonel de vinho, que não era seu, nem 
tampouco pertencia a Folo. Este grande barril pertencia ao grupo de centauros; 
dos deuses, que os haviam beneficiado com o tonel, havia vindo a ordem de 
que nunca deveria ser aberto, salvo quando todos os centauros se 
encontrassem e estivessem presentes. O tonel pertencia ao grupo. 
Porém Hércules e Folo o abriram na ausência de seus irmãos, 
chamando a Quíron, outro centauro sábio, para que fosse e compartilhasse da 
bebedeira. Este assim o fez e os três beberam juntos e se deleitaram e se 
embriagaram e fizeram muita farra. O alarido foi ouvido pelos outros centauros 
onde se encontravam. 
Eles acudiram encolerizados e uma feroz batalha teve lugar e 
apesar das sábias resoluções, novamente o filho do homem se transformou no 
mensageiro da morte e matou a seus amigos, os dois centauros com os quais 
antes havia bebido. E enquanto os outros centauros se afligiam com fortes 
lamentações, Hércules escapou outra vez para as altas montanhas e 
novamente reassumiu sua busca. 
Ele foi até os limites da neve, seguindo as pegadas do feroz javali; 
seguiu-o até as alturas e o áspero frio e, contudo, não o viu. A noite se 
aproximou e as estrelas começaram a sair e ainda não tinha pista do javali. 
Procurou dentro de si mesmo alguma destreza ou malícia sutil. Colocou então, 
uma armadilha com habilidade e sabiamente oculta e esperou numa sombra 
50 
escura a chegada do javali. As horas passaram e ele esperou até o alvorecer. 
O javali saiu de sua guarida buscando comida, impulsado por uma fome de 
dias. Nas sombras, próximo da armadilha, Hércules o esperava. O javali caiu 
dentro da armadilha e em seu devido tempo Hércules livrou-o, fazendo-o 
prisioneiro de sua habilidade. Lutou com o javali e o dominou, obrigando-o a 
fazer o que ele dizia e seguir o caminho que desejava. 
Hércules desceu feliz do alto da montanha, conduzindo diante de si, 
pela senda que baixava, o feroz, porém domesticado, javali. Pelas patas 
traseiras, ele conduzia o javali e todos na montanha riam ao ver a cena. Todos 
os que o encontravam no caminho, cantando e bailando, riam também ao ver a 
marcha dos dois. E todos dentro da cidade riam ao ver a mesma cena: o 
cambaleante e cansado javali e o homem que ria e cantava. 
Assim executou Hércules seu sétimo trabalho e regressou para o 
Mestre de sua Vida. 
E o Grande Presidente dentro da Câmara do Concilio do Senhor 
observou: “A lição do verdadeiro equilíbrio foi aprendida. Ainda falta uma lição. 
De novo, no nono Portal, o centauro deve ser encontrado e conhecido e 
retamente compreendido”. 
E o Mestre disse: O sétimo trabalho está completado, o sétimo 
Portal foi ultrapassado. Considera as lições do passado; reflete sobre as provas 
meu filho. Duas vezes mataste o que deverias amar. Aprende o por que.” 
 
 
Hércules dominando o javali 
51 
Comentário 
Lições para o Libriano 
 
A síntese da lição em Libra é o AUTODOMINIO 
 
1. O Javali representa o autodomínio; o perfeito controle da 
mente e das emoções. 
2. Os vapores do prazer devem ser dissipados antes que a 
tarefa maior do autodomínio, isto é, da captura do javali seja 
empreendida. 
3. A repentina intervenção da catástrofe, dentro da existência 
buscadora de prazer do Libriano, por desagradável que a 
experiência possa ser, é uma necessidade para o 
desenvolvimento da Alma. Sem tais tragédias, as 
potencialidades de Libra permanecem latentes. O Libriano 
empreende seu caminho no inverno, uma época de 
desolação, quando a vida da personalidade perdeu seu 
atrativo. 
4. Hércules não usa a força bruta para capturar o javali. Ele 
coloca uma armadilha, espera e permite que o animal caia 
nela por si mesmo. Quando o javali tropeça e cai nos montes 
de neve, Hércules aproveita sua oportunidade. É 
curiosamente Libriano o evitar um confronto direto e não 
gastar mais força que a necessária para fazer as coisas. 
Ele busca conseguir seus fins suavemente, sem forçar 
coisa alguma. 
5. Vemos que Hércules toma as patas traseiras do javali e 
obriga o animal a descer pela ladeira em suas patas 
dianteiras e que este espetáculo provoca o riso de todos os 
que observam. Neste incidente observamos a habilidade 
do Libriano para encontrar soluções inusitadas e para 
perceber o valor do incongruente. Sobre isto podemos 
52 
lembrar também a história do chefe tártaro que tocou fogo na 
traseira de sua tropa que para que seus soldados 
avançassem contra o inimigo de forma avassaladora. 
6. A percepção das incongruências é uma das maiores 
armas dadas à humanidade em sua perpétua luta contra a 
fascinação. É a fonte do riso que desbarata a ostentação 
e destrói as instituições antiquadas. 
7. Esta é a única historia que termina em risos. Hércules não só 
realizou a tarefa assinalada, como fez do feroz javali um 
objeto de alegria. Por uma perspectiva ligeiramente alterada, 
muitas das aterrorizantes experiências da vida podem ser 
transformadas por um benéfico sentido de humor. Muito do 
que a gente olha com grave e séria formalidade tem, 
decididamente, ridículas implicâncias. 
8. A descrição de Hércules conduzindo o javali por suas patas 
traseiras é uma representação simbólica da alma dirigindo um 
corpo rude. Esta relação na qual cada aspecto consegue 
sua devida importância é característica dos Librianos 
mais altamente organizados. Assim é o princípio de 
equilíbrio observado. 
9. O Libriano se movimenta pesando e equilibrando todas as 
coisas. Esta atitude o faz aprender a ser freqüentemente 
flutuante e indeciso. Sabendo que existem inumeráveis 
gradações entre o negro e o branco, ele é raramente 
propenso a ser um extremista. Sabe que aqueles que são 
olhados como pilares da sociedade podem serverdadeiros 
fariseus e os modestos e humildes o sal da terra; que aqueles 
que declaram sua excelência mais veementemente podem 
ser os menos meritórios; que o sábio de palavra pode atuar 
como o néscio, e os néscios podem encontrar-se com 
tesouros; que as sentenças do mundo podem ser revogados 
53 
por uma corte superior; que a verdade pode manifestar-se 
sobre a terra de muitas inverosímeis maneiras. 
10. A Busca da verdade, então, se transforma no 
desenvolvimento do discernimento. Num sentido, a verdade 
não existe para os seres humanos, pois todas as verdades 
não são senão partes fracionárias de conjuntos maiores. A 
busca destes conceitos mais inclusivos é de maior 
importância que a insistência sobre um fragmento isolado de 
um limitado segmento comparativo. 
11. Como uma laboriosa aranha, o Libriano está perpetuamente 
tecendo fios de relações, criando uma sensitiva rede de 
significados. O resultado de tal atividade é a síntese. Ele 
permanece entre o concreto e o abstrato, procurando 
relacioná-los aos dois. Sempre existe uma discrepância, 
sempre existe uma brecha entre o fim previsto e a meta a ser 
conseguida; não obstante, a teia brilha luminosamente e 
assume um modelo de intricada beleza. 
12. A meio caminho entre o céu e a terra, o Libriano espera. 
Olhando para cima, ele vê, com sua visão perceptiva, o 
amanhecer dourado iluminando o cume da montanha coberta 
de neve; contemplando para baixo, ele olha os lodaçais e a 
lama através do qual passam os filhos dos homens e os 
compreende. Por um lado ele reconhece altos ideais; pelo 
outro, os vê repudiados e incompreendidos. Ao se elevar para 
o mundo do ideal, mantém contato com as coisas comuns; se 
desce ao nível da atividade materialista, apreende as 
preciosas percepções que são a causa principal de seu ser. 
Ele se mantém suspenso em equilíbrio entre estes dois 
mundos para poder conseguir compreensão, uma 
compreensão que inclui o superior e o inferior, o bom e o 
mau, o excelso e o insignificante. Isto é a compaixão. 
54 
13. O conhecimento conquistado causa desilusão. 
Esquadrinhando dentro dos corações humanos, o Libriano 
percebe as sombras escuras e o sedimento de estranhas 
paixões. Descobre os métodos básicos por meio dos quais as 
pessoas de importância estabelecem seus êxitos, os pontos 
obscuros na vida de homens respeitáveis, os hábeis 
caminhos pelo qual eles elidem as sugestões da consciência. 
Observa as idéias em botão que são levadas a expansão à 
primeira tentação. Ele contempla a longa marcha para diante 
da raça humana, com suas esporádicas conquistas e 
multiplicados fracassos. 
14. Qual é o resultado de tais reflexões? Em primeiro lugar 
enfraquecem substancialmente as fascinações que com 
freqüência encadeiam o homem à terra. Passa a perceber 
que o homem vive numa rodopiante bruma de ilusão, 
apegando-se a vida como se fosse um fim em si mesma, 
fugindo com freqüência da verdade como de uma catástrofe. 
Esta descrição de defeitos não significa que a bondade 
humana é passada por alto; sem uma suficiente quantidade 
dela, o mundo se tornaria insuportável. 
15. O Libriano, em absoluto, nunca está disposto a querer tomar 
parte numa luta agressiva para conseguir um modo de 
viver e avançar belicosamente para um lugar de poder e 
de prestígio no mundo. Se ele só tivesse que se preocupar 
de si mesmo, provavelmente se retiraria para uma biblioteca e 
passaria seus dias ali. Contudo, também existem outros seres 
humanos que reclamam sua presença. O motivo do serviço 
se arraiga assim em sua vida, um sentido de serviço baseado 
numa avaliação realista da natureza humana. Realmente é 
muito difícil servir à incrível espécie chamada homem. Informa 
a um homem de uma verdade que, si a aceitasse alternaria 
seu estereotipado modo de vida e ele te condenará como se 
55 
fosse um radical; raciocina com ele, e ele obstinadamente 
insistirá na supremacia de seus instintos; por outra parte, 
demonstre indiferença para sua condição e te denunciará por 
ser insensível a seus sofrimentos. Quem queira servir a raça 
humana deve estar preparado para a incompreensão, a má 
interpretação e a perversidade que apóia o oposto do que se 
diz. 
16. O Libriano nem é inclinado a ser um fanático nem um tirano. 
Buscando melhor a persuadir que forçar, ele entende a arte 
do compromisso espiritual; isto implica uma complacência de 
que o céu se alcança mais fácil com uma série de passos 
separados do que com um simples salto salvador. Servir aos 
outros requer uma justa apreciação de suas capacidades; 
esperar deles o que são incapazes de dar é por sua vez 
insensato e frustrante para o Libriano. A ajuda dada a uma 
pessoa deve encontrar expressão dentro do marco de suas 
limitações. Se isto não se faz, a ajuda pode resultar um 
impedimento. Faz uma cuidadosa distinção entre demasiada 
ajuda e demasiado pouca; quando se dá demasiado, o 
indivíduo não será estimulado a usar seus próprios recursos, 
enquanto que demasiado pouco pode causar-lhe o afundar-se 
num mar de desesperação. Em outras palavras, para o 
Libriano a ajuda deve ser dada cuidadosamente e adequada 
às necessidades do indivíduo envolvido. 
17. O constante pesar e medir tão característico de Libra tem 
uma finalidade: o estabelecimento do equilíbrio. O mundo 
está sustentado pelo equilíbrio e isto é compreendido 
perfeitamente pelo Libriano. Para ele as leis do carma são 
equilibrantes que impedem a continuação de uma condição 
desequilibrada. As catástrofes que ocorrem a um indivíduo 
não estão destinadas a castigá-lo, mas a restabelecer o 
equilíbrio em sua natureza. 
56 
18. Em meio a dissonância, o Libriano acaricia o sonho da 
harmonia; num plano afastado ele lembra a casa de seu Pai 
que está no Céu. Na recordação disto ele busca ser um ponto 
de paz num mar de forças em pugna. Esta é a meta, porém 
nem sempre o consegue. Contudo este anelo de harmonia 
fortalece no desejo de ser um realizador de paz 
19. As energias que emprega são a persuasão, a cortesia e a 
cooperação; quando estas fracassam, ele desdenha métodos 
mais rigorosos. Se sente naturalmente inclinado para o 
trabalho de grupo e é atraído por programas de ação que 
promovam a fraternidade e a unidade entre as criaturas. 
20. Existe um elemento fortemente feminino no Libriano e isto é 
natural, já que Vênus governa o signo de Libra. O duro, o 
impetuoso empuxe da vida moderna é demasiado 
agressivamente masculino para o Libriano; a graça como uma 
influência complementar é a sua tônica. O Libriano 
compreende isto instintivamente. Sabe que o 
dogmatismo masculino deve ser modificado pelo sabor 
mais sutil da doçura feminina; que a dúctil água durará 
mais que a pedra implacável e o rígido aço. 
21. Quando o Libriano chega a assimilar as suaves harmonias de 
Vênus, começa a responder a outra vibração, a de Urano; aí 
ultrapassa várias etapas de sua evolução e desenvolve a 
consciência cósmica, sem os defeitos tão comuns daqueles 
que são regidos por este planeta, tais como a certeza sobre 
uma coisa, na qual prevalece apenas sua opinião pessoal, 
ditada pelo nível de evolução em que se encontra. 
 
Aquele que deseja servir a raça humana deve estar preparado 
para a incompreensão, a má interpretação e a perversidade que apóia o 
oposto do que se diz. 
57 

58 
ESCORPIÃO 
 
DESTRUINDO A HIDRA DE LERNA 
23 de outubro até 22 de novembro 
59 
A HISTÓRIA 
 
“A Luz agora brilha no oitavo Portal”, disse o Mestre. - “No antigo 
reino de Argos houve uma seca. Amimona suplicou a ajuda de Netuno e este 
lhe ordenou que golpeasse uma roca e, quando

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