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DIREITO CIVIL III
Aula 10: CONTRATO DE FIANÇA
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Direito Civil III
Contrato de fiança
AULA 10: CONTRATO DE FIANÇA
 
CONCEITO
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3
PRÓXIMOS 
PASSOS
efeitos
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Obrigações do fiador
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Contrato de Fiança
Fiança (arts. 818 a 839, CC)
Fiança é termo que provém do latim: fido, fidis, fidere, fisus, fisum, que significa ter confiança em, confiar em, fiar-se em, contar com, garantir, abonar, fiar a obrigação alheia... 
A fiança é contrato acessório (art. 824, CC) e subsidiário que expressa uma garantia fidejussória ou pessoal (espécie do gênero caução). 
Segundo o art. 818, CC, fiança é o contrato pelo qual uma pessoa se obriga a pagar ao credor o que a este deva um terceiro. O fiador, portanto, é terceiro estranho à relação obrigacional que se obriga perante o credor (arts. 820 e 825, CC), garantindo com todo o seu patrimônio, a satisfação do crédito, caso não seja a prestação realizada pelo devedor.
Fiador: quem oferece o seu patrimônio em garantia (terceiro interessado);
Credor: sujeito ativo da obrigação;
Devedor (afiançado): sujeito passivo da obrigação.
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Contrato de Fiança
Fiança (arts. 818 a 839, CC)
A fiança é contrato:
Consensual;
Unilateral;
Formal (art. 819, CC);
Gratuito ou benéfico (em regra);
Sendo interpretada restritivamente não se pode aumentar as obrigações do fiador sem sua expressa anuência (Súmula n. 214, STJ); 
Intuitu personae.
Espécies de fiança:
Convencional: resulta de acordo de vontades (art. 820, CC);
Legal: resulta de determinação legal (ex.: art. 1.400, CC);
Judicial: resulta de determinação do juiz (ex.: art. 559, CPC);
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Contrato de Fiança
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Fiscal: prevista no art. 4º., II, Lei n. 6.830/80;
Bancária: prevista no art. 9º., II, Lei n. 6.830/80;
Criminal: prestada em decorrência de certas infrações criminais, servindo de garantidora do direito à liberdade do acusado (até o trânsito em julgado da sentença condenatória).
Contrato de Fiança
Fiança (arts. 818 a 839, CC)
Regras gerais:
Não havendo estipulação em contrário a fiança garante o principal com todos os seus acessórios (art. 822, CC);
A fiança pode ser pura e simples, condicional ou a termo e pode ser dada em qualquer espécie contratual;
A fiança pode garantir obrigações presentes ou dívidas futuras (art. 821, CC);
Sendo o fiador indicado pelo devedor, o credor não é obrigado a aceitá-lo se considerar não ser pessoa idônea (moral e/ou financeira); domiciliada no município onde tenha que prestar a fiança; ou não possua bens suficientes para cumprir a obrigação (art. 825, CC); 
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Contrato de Fiança
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Se o fiador tiver sido indicado pelo devedor, o credor tem o direito de exigir a sua substituição, quando este, depois de celebrado o contrato, se tornar insolvente ou incapaz (art. 826, CC);
O valor da fiança não pode exceder o da obrigação principal (art. 823, CC).
Contrato de Fiança
Fiança (arts. 818 a 839, CC)
Regras de capacidade e de legitimação:
Sendo negócio jurídico exige-se capacidade de fato do fiador. No entanto, o maior de 16 e menor de 18 anos poderá confirmar fiança eventualmente prestada com o advento de sua maioridade;
A fiança prestada por representande ou diretor de pessoa jurídica será válida se este tiver poderes para tanto no estatuto ou no contrato social;
O mandatário só pode prestar fiança em nome do mandante se tiver poderes especiais para tanto;
O pródigo não pode prestar fiança (art. 1.782, CC);
As pessoas casadas, exceto no regime de separação absoluta de bens, não podem prestar fiança sem o consentimento do outro cônjuge (art. 1.647, III, CC, Súmula n. 332, STJ e Enunciados n. 114 e 132, I Jornada de Direito Civil);
Sendo prestada em nome de sociedade empresária o sócio casado não precisa de anuência do cônjuge. No entanto, sendo empresário individual a anuência será necessária;
Agentes fiscais, tesoureiros, leiloeiros, em razão de suas funções não podem prestar fiança;
Tutores e curadores não podem prestar fiança em nome de seus tutelados e curatelados.
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Fiança (arts. 818 a 839, CC)
A fiança será nula se:
prestada em garantia de liberalidade a quem não pode receber; 
se prestada ao falido em vantagem de um só dos credores; 
se prestada para garantir um contrato qualquer entre pessoas que por lei não possam contratar entre si;
se prestada por prestação diferente da que envolve a obrigação principal; 
se prestada por fato ilícito, salvo se se refere às indenizações do dano que dele decorre.
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Contrato de Fiança
Fiança (arts. 818 a 839, CC)
Direitos e deveres do fiador
O fiador, ao conceder a fiança, assume a obrigação de pagar a dívida do devedor se este não o fizer no tempo e na forma devidos;
Poderá o fiador, quando demandado, invocar até a contestação da lide o benefício de ordem ou de excussão (meio de defesa patrimonial), exigindo que sejam primeiro executados os bens do devedor. Para tanto deverá indicar bens do devedor livres e desembaraçados, situados no mesmo município e suficientes para a quitação do débito (art. 827, CC). No entanto, não poderá invocar o benefício de ordem se (art. 828, CC):
Renunciou ao benefício expressamente;
Se se obrigou como principal pagador, ou devedor solidário;
Se o devedor for insolvente.
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Fiança (arts. 818 a 839, CC)
Direitos e deveres do fiador
Art. 839, CC: “se for invocado o benefício de excussão e o devedor, retardando-se a execução, cair em insolvência, ficará exonerado o fiador que o invocou se provar que os bens por eles indicados eram, ao tempo da penhora, suficientes para a solução da dívida afiançada”;
O fiador demandado pode opor ao credor as suas exceções pessoais e as materiais que competiam ao devedor principal (art. 837, CC);
A fiança conjuntamente prestada a um só débito por mais de uma pessoa implica solidariedade entre todos os fiadores, salvo benefício de divisão estabelecido expressamente (arts. 829 e 830, CC);
O fiador da fiança prestada com prazo determinado não pode pretender se exonerar dela antes do advento do termo. No entanto, se prestada sem prazo determinado poderá o fiador dela se exonerar a qualquer tempo, ficando obrigado por seus efeitos por 60 dias após a notificação do credor (art. 835, CC).
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Contrato de Fiança
Fiança (arts. 818 a 839, CC)
Direitos e deveres do fiador
O fiador que paga a dívida sub-roga-se nos direitos do credor na medida de seu desembolso (art. 849, CC);
O devedor responderá ao fiador que solveu a dívida por todas as perdas e danos decorrentes da fiança (art. 832, CC);
O fiador que pagou a dívida terá direito ao juros do desembolso (art. 833, CC).
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Fiança (arts. 818 a 839, CC)
O fiador, mesmo que solidário, ficará desobrigado da fiança (art. 838, CC): 
se sem o seu consentimento o credor concedeu moratória ao devedor; 
se, por fato do credor, for impossível a sub-rogação nos direitos e preferências;
se o credor, em pagamento da dívida, aceitar amigavelmente objeto diverso do devido.
A obrigação do fiador passa aos seus herdeiros pelo tempo em que vivo era aquele e limitada às forças da herança (art. 836, CC).
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Assuntos da próxima aula:
CONTEÚDO DA PRÓXIMA AULA
 
Dos contratos de empréstimo;
Mútuo;
Comodato.
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