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CRIMES CONTRA A PESSOA, PATRIMÔNIO E ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

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CRIMES CONTRA A PESSOA - DIREITO PENAL - ESTUDO ESQUEMATIZADO
O Código Penal procura agrupar os tipos penais de acordo com o bem jurídico protegido.
Isso se percebe nitidamente em suas subdivisões.
Os tipos não estão organizados, portanto, de forma aleatória, mas sim em uma ordem sistêmica.
E, ainda, a opção do legislador de iniciar a Parte Especial do Código Penal com a defesa da pessoa revela a importância e prioridade que deve ter a proteção do ser humano, em seu aspecto físico e moral.
 Dos Crimes contra a Pessoa
1 - CRIMES CONTRA A VIDA
 - Homicídio
 - Induzimento, instigação ou auxílio ao suicídio
 - Infanticídio
 - Aborto
 
2 - DAS LESÕES CORPORAIS
 - Lesão Corporal
 
3 - DA PERICLITAÇÃO DA VIDA E DA SAÚDE
 - Perigo de Contágio Venéreo
 - Perigo de contágio de moléstia grave
 - Perigo para a vida ou saúde de outrem
 - Abandono de incapaz
 - Exposição ou abandono de recém-nascido
 - Omissão de socorro
 - Condicionamento de atendimento médico-hospitalar emergencial
 - Maus tratos
4 - DA RIXA
 - Rixa
 
5 - DOS CRIMES CONTRA A HONRA
 - Calúnia
 - Difamação
 - Injúria
 
6 - DOS CRIMES CONTRA A LIBERDADE INDIVIDUAL
a) dos crimes contra a liberdade pessoal
- Constrangimento ilegal
 - Ameaça
 - Sequestro e cárcere privado
 - Redução a condição análoga à de escravo
b) dos crimes contra a inviolabilidade do domicílio
 - Violação de domicílio
c) dos crimes contra a inviolabilidade de correspondência
 - Violação de correspondência
 - Sonegação ou destruição de correspondência
 - Violação de comunicação telegráfica, radioelétrica ou telefônica
 - Correspondência comercial
d) dos crimes contra a inviolabilidade dos segredos
 - Divulgação de segredo
 - Violação do segredo profissional
 - Invasão de dispositivo informático
 
 
domingo, 2 de novembro de 2014
CRIMES CONTRA A DIGNIDADE SEXUAL - DIREITO PENAL - ESTUDO ESQUEMATIZADO
Crimes contra a dignidade sexual
O Título VI do Código Penal, com a nova redação dada pela Lei no 12.015, de 7 de agosto de 2009, passou a prever os chamados crimes contra a dignidade sexual, modificando, assim, a redação anterior constante do referido Título, que previa os crimes contra os costumes.
A expressão crimes contra os costumes já não traduzia a realidade dos bens juridicamente protegidos. O foco da proteção já não era mais a forma como as pessoas deveriam se comportar sexualmente perante a sociedade do século XXI, mas sim a tutela da sua dignidade sexual.
A dignidade sexual é uma das espécies do gênero dignidade da pessoa humana.
A título de exemplo, veja-se o que ocorre com o crime de estupro, que se encontra no capítulo relativo aos crimes contra a liberdade sexual.
Aqui, como se percebe, a finalidade do tipo penal é a efetiva proteção da liberdade sexual da vítima e, num sentido mais amplo, a sua dignidade sexual.
Crime de sedução – REVOGADO
As modificações ocorridas na sociedade pós-moderna trouxeram novas e graves preocupações.
Ao invés de procurar proteger a virgindade das mulheres, como acontecia com o revogado crime de sedução, agora, o Estado estava diante de outros desafios, a exemplo da exploração sexual de crianças e adolescentes.
Lei nº 12.015, de 7 de agosto de 2009.
Através desse novo diploma legal, foram fundidas as figuras do estupro e do atentado violento ao pudor em um único tipo penal, onde se optou pela manutenção do “nomem iuris” de estupro (art. 213).
Além disso, foi criado o delito de estupro de vulnerável (art. 217-A), encerrando-se a discussão que havia em nossos Tribunais, principalmente os Superiores, no que dizia respeito à natureza da presunção de violência, quando o delito era praticado contra vítima menor de 14 (catorze) anos.
Outros artigos tiveram também modificadas suas redações, passando a abranger hipóteses não previstas anteriormente pelo Código Penal; um outro capítulo (VII) foi inserido, trazendo novas causas de aumento de pena.
Segredo de justiça
Acertadamente, foi determinado pela nova lei que os crimes contra a dignidade sexual tramitariam em segredo de justiça (art.234-B), evitando-se, com isso, a indevida exposição das pessoas envolvidas nos processos dessa natureza, principalmente as vítimas.
Enfim, podemos dizer que a Lei no 12.015, de 7 de agosto de 2009 alterou, significativamente, o Título VI do Código Penal.
A partir das modificações introduzidas, podemos visualizar a seguinte composição do aludido Título, que cuida dos crimes contra a dignidade sexual, que se encontra, agora, dividido em sete capítulos:
Capítulo I – Dos crimes contra a liberdade sexual
estupro (art. 213);
violação sexual mediante fraude (art. 215);
assédio sexual (art. 216-A)
Capítulo II – Dos crimes sexuais contra vulnerável
estupro de vulnerável (art. 217-A);
corrupção de menores (art. 218);
satisfação de lascívia mediante a presença de criança ou adolescente (art. 218-A); favorecimento da prostituição ou outra forma de exploração sexual de vulnerável (art. 218-B
Capítulo III – revogado integralmente pela Lei no 11.106, de 28 de março de 2005;
Capítulo IV – Disposições gerais
ação penal (art. 225);
aumento de pena (art. 226)
Capítulo V – Do lenocínio e do tráfico de pessoa para fim de prostituição ou outra forma de exploração sexual
mediação para servir a lascívia de outrem (art. 227);
favorecimento da prostituição ou outra forma de exploração sexual (art. 228);
casa de prostituição (art. 229);
rufianismo (art. 230);
tráfico internacional de pessoa para fim de exploração sexual (art. 231);
tráfico interno de pessoa para fim de exploração sexual (art. 231-A)
Capítulo VI – Do ultraje ao pudor público
ato obsceno (art. 233);
escrito ou objeto obsceno (art. 234)
Capítulo VII – Disposições gerais
aumento de pena (art. 234-A);
segredo de justiça (art. 234-B)
segunda-feira, 27 de junho de 2016
CRIMES CONTRA A VIDA - homicídio, aborto, infanticídio, induzimento, instigação ou auxílio ao suicídio
segunda-feira, 27 de junho de 2016
CRIMES CONTRA A VIDA - homicídio, aborto, infanticídio, induzimento, instigação ou auxílio ao suicídio
 
 São os crimes previstos na parte especial do Código Penal, no Título Dos Crimes Contra a Pessoa, Capítulo I, Dos Crimes contra a Vida:
homicídio (artigo 121), 
induzimento, instigação ou auxílio ao suicídio (artigo 122), 
infanticídio (artigo 123) e 
aborto (artigos 124, 125, 126, 127 e 128).
Homicídio
É a morte de um homem praticada por outro homem. É a eliminação da vida de uma pessoa provocada por outra. Tem por ação nuclear o verbo “matar”, que significa destruir ou eliminar, no caso a vida humana, utilizando-se de qualquer meio capaz de execução. 
É um crime comum, pois o sujeito ativo pode ser qualquer pessoa, não exigindo a Lei, nenhum requisito especial, sendo excluídos aqueles que atentam contra a própria vida, já que o suicídio, por si mesmo, é fato atípico. Admite a coautoria ou participação, por ação ou omissão. 
Desse modo, o agente pode lançar mão de todos os meios, não só materiais, para realizar o núcleo da figura típica. Portanto, pode-se matar por meios físicos (mecânicos, químicos ou patogênicos), morais ou psíquicos, com emprego de palavras, direta ou indiretamente, por ação ou omissão. 
O Sujeito passivo do crime de homicídio é “alguém”, ou seja, qualquer pessoa, independentemente de idade, sexo, condição social etc. É o titular do bem jurídico lesado ou ameaçado. 
Pode ser praticado com dolo (vontade e consciência na produção do resultado) ou com culpa (por imprudência, negligência ou imperícia). Dá-se o nome de homicídio doloso no primeiro caso e de homicídio culposo no segundo. 
O Código Penal distingue várias modalidades de homicídio: simples (artigo 121, caput), privilegiado (§ 1º), qualificado (§ 2º) e culposo (§ 3º). 
Por homicídio simples, entende-se que é aquele que constitui o tipo básico fundamental, ou seja, contém os componentes essenciais do crime. 
O homicídio privilegiado é aquele que, em virtude de certas circunstânciassubjetivas, conduzem a uma menor reprovação social da conduta do homicida e, por este motivo, a pena é atenuada. 
Já o homicídio qualificado é aquele que tem sua pena majorada (aumentada). Diz respeito aos motivos determinantes do crime e aos meios de execução, reveladores de maior periculosidade ou perversidade do agente. 
O homicídio culposo há uma ação voluntária dirigida a uma atividade lícita, porém, pela quebra do dever de cuidado a todos exigidos, sobrevém um resultado ilícito não querido, cujo risco nem sequer foi assumido. 
O crime de homicídio tem por objeto jurídico a vida humana extrauterina. Não é necessário, para a existência de um crime de homicídio, que se trate de vida humana viável, bastando, apenas, a prova de que a vítima tenha nascido viva. 
Ressalta-se que só os crimes dolosos contra a vida, na sua forma consumada ou tentada, são julgados pelo Tribunal do Júri. Os crimes culposos contra a vida são de competência do juiz singular. 
Homicídio simples 
Art. 121. Matar alguém: 
Pena - reclusão, de seis a vinte anos. 
Caso de diminuição de pena 
§ 1º Se o agente comete o crime impelido por motivo de relevante valor social ou moral, ou sob o domínio de violenta emoção, logo em seguida a injusta provocação da vítima, ou juiz pode reduzir a pena de um sexto a um terço. 
Homicídio qualificado 
§ 2º Se o homicídio é cometido: 
I - mediante paga ou promessa de recompensa, ou por outro motivo torpe 
II - por motivo fútil 
III - com emprego de veneno, fogo, explosivo, asfixia, tortura ou outro meio insidioso ou cruel, ou de que possa resultar perigo comum 
IV - à traição, de emboscada, ou mediante dissimulação ou outro recurso que dificulte ou torne impossível a defesa do ofendido 
V - para assegurar a execução, a ocultação, a impunidade ou vantagem de outro crime: 
Pena - reclusão, de doze a trinta anos. 
Homicídio culposo 
§ 3º Se o homicídio é culposo: (Vide Lei nº 4.611, de 1965) 
Pena - detenção, de um a três anos. 
Aumento de pena 
§ 4o No homicídio culposo, a pena é aumentada de 1/3 (um terço), se o crime resulta de inobservância de regra técnica de profissão, arte ou ofício, ou se o agente deixa de prestar imediato socorro à vítima, não procura diminuir as consequências do seu ato, ou foge para evitar prisão em flagrante. Sendo doloso o homicídio, a pena é aumentada de 1/3 (um terço) se o crime é praticado contra pessoa menor de 14 (quatorze) ou maior de 60 (sessenta) anos. (Redação dada pela Lei nº 10.741, de 2003) 
§ 5º - Na hipótese de homicídio culposo, o juiz poderá deixar de aplicar a pena, se as consequências da infração atingirem o próprio agente de forma tão grave que a sanção penal se torne desnecessária. (Incluído pela Lei nº 6.416, de 24.5.1977) 
§ 6o A pena é aumentada de 1/3 (um terço) até a metade se o crime for praticado por milícia privada, sob o pretexto de prestação de serviço de segurança, ou por grupo de extermínio. (Incluído pela Lei nº 12.720, de 2012) 
Induzimento, instigação ou auxílio ao Suicídio
O suicídio é a deliberada destruição da própria vida. Suicida, segundo o Direito, é somente aquele que busca direta e voluntariamente a própria morte. 
O tipo previsto no artigo 122/CP de participação de suicídio alheio, é crime comum, podendo ser praticado por qualquer pessoa que execute uma das condutas descritas no tipo. 
Por ser um tipo misto alternativo (crime de ação múltipla ou de conteúdo variado), o agente, ainda que realize todas as condutas, responde por um só crime. 
Três são as ações previstas pelo tipo penal: 
a) Induzir: significa suscitar a ideia, sugerir o suicídio. É fazer surgir, na mente da vítima, um desejo de suicídio que não existia. 
b) Instigar: significa reforçar, estimular, encorajar um desejo já existente. Aqui, o sujeito ativo potencializa a ideia de suicídio que já havia na mente da vítima. 
c) Auxiliar: consiste na prestação de ajuda material (e moral), que tem caráter meramente secundário. Em regra, se traduz por ato material (fornecimento de arma, veneno etc), mas pode ser também de ordem moral (instruções para por termo à vida etc). 
Por se tratar de crime comum, pode ser praticado por qualquer pessoa que tenha capacidade de induzir, instigar ou auxiliar alguém, de modo eficaz e consciente, a suicidar-se. 
Qualquer pessoa pode ser vítima do crime em tela, desde que possua capacidade de resistência e discernimento. 
Tratando-se de doente mental, sem capacidade de discernimento, ou menor sem compreensão, haverá homicídio, falando-se no caso de autoria mediata. A pessoa que tenta suicídio não pode ser responsabilizada criminalmente. 
O crime consuma-se com o resultado naturalístico, ou seja, a morte ou lesão corporal de natureza grave. 
A tentativa no crime, aqui exposto, é inadmissível, embora, em tese, fosse possível. Se não ocorrer a morte ou lesão corporal de natureza grave, o fato é atípico. 
Dessa forma, o ato de induzir, instigar ou auxiliar que alguém se suicide, sem que deles decorram os eventos naturalísticos acima mencionados, não constitui crime. 
O elemento subjetivo do delito de participação em suicídio é somente o dolo, direto ou eventual, consistente na vontade livre e consciente de concorrer para que a vítima se suicide. 
Não há previsão legal da modalidade culposa do crime de participação em suicídio. Há posicionamento na doutrina no sentido de que se alguém, por culpa, dá causa a que alguém se suicide, responderá por homicídio culposo, se o evento morte for previsível. 
Pode ser praticado de forma simples ou qualificada. Na primeira, é a figura descrita no caput do artigo 122/CP. Na segunda, é a figura prevista no parágrafo único do artigo 122, onde a pena será duplicada nos seguintes casos: 
a) Motivo egoístico: elemento subjetivo que demonstra interesses personalíssimos no evento morte (herança, competição nos negócios etc).
Vítima menor: em termos de outros dispositivos, seria a pessoa entre os 14 e 18 anos. Apesar de não haver indicação expressa na Lei indicando a menoridade a que ela se refere, funda-se a agravante em tela na menor capacidade de resistência moral da vítima à criação ou estímulo do propósito suicida por parte do agente. 
Induzimento, instigação ou auxílio a suicídio 
Art. 122 - Induzir ou instigar alguém a suicidar-se ou prestar-lhe auxílio para que o faça: 
Pena - reclusão, de dois a seis anos, se o suicídio se consuma; ou reclusão, de um a três anos, se da tentativa de suicídio resulta lesão corporal de natureza grave. 
Parágrafo único - A pena é duplicada: 
Aumento de pena 
I - se o crime é praticado por motivo egoístico 
II - se a vítima é menor ou tem diminuída, por qualquer causa, a capacidade de resistência. 
Infanticídio
É a vida do ser nascente ou neonato ceifada pela própria mãe, que encontra-se sob influência do estado puerperal. 
Trata-se de uma espécie de homicídio doloso privilegiado, cujo privilegium é concedido em virtude da “influência do estado puerperal” sob o qual se encontra a parturiente. 
É que o estado puerperal, por vezes, pode acarretar distúrbios psíquicos na genitora, os quais diminuem a sua capacidade de entendimento ou auto inibição, levando-a a eliminar a vida do infante. 
Conforme Mirabete, “o estado puerperal é o período que vai do deslocamento e expulsão da placenta à volta do organismo materno às condições normais, havendo discordância quanto a seu limite de duração (de 6 a 8 dias a 6 semanas)”. 
Não se trata, especificamente, de uma perturbação psíquica, mas de eventual diminuição da capacidade de a parturiente determinar-se, livremente, causa de sua incriminação por infanticídio e não homicídio, fundando-se o tipo especial em um critério psicofisiológico (critério adotado pelo Código Penal) não em motivo de honra, como já se decidiu. 
Tutela o artigo 123/CP o direito a vida, contudo, a vida humana extrauterina, assim como no delito de homicídio. 
Por ser um crime próprio, somente a mãe puérpera pode praticar o crime em tela, porém, nada impede que terceiro responda por este delito na modalidadede concursos de pessoas: a) mãe que mata o próprio filho com, contando com o auxílio de terceiro; b) o terceiro mata o recém-nascido, contando com a participação da mãe; c) mãe e terceiro executam e coautoria a conduta principal, matando a vítima. 
O sujeito passivo do crime é, somente, o filho “durante o parto ou logo após”. 
Por se tratar de crime de execução de forma livre, pode ser praticado por qualquer meio comissivo (enforcamento, estrangulamento, afogamento...) ou omissivo (deixar de amamentar a criança, abandonar recém-nascido em lugar ermo com o fim de praticar sua morte - animus necandi -...). 
O elemento subjetivo do crime de infanticídio é o dolo, ou seja, a vontade consciente e voluntária de produzir o resultado. Não existe a modalidade culposa neste crime. 
Sobre esta questão, há duas posições na doutrina: 
a) O fato será penalmente atípico (posição adotada por Damásio E. De Jesus) 
b) Responderá pelo delito de homicídio culposo (posição adotada por Nélson Hungria, Julio Fabbrini Mirabete, Cezar Roberto Bitencourt e E. Magalhães Noronha) 
Vale citar a posição de Fernando Capez que entende que o tipo se amolda à segunda conduta (homicídio culposo), pois a capacidade pessoal de previsão do agente (afetada pelo estado puerperal) pertence ao terreno da culpabilidade e não do fato típico. 
A consumação do delito se dá com a morte do neonato ou nascente. Por se tratar de um crime plurissubsistente, admite a tentativa quando, por circunstâncias alheias a sua vontade, não logra eliminar a vida do ser nascente ou neonato. 
Infanticídio 
Art. 123 - Matar, sob a influência do estado puerperal, o próprio filho, durante o parto ou logo após: 
Pena - detenção, de dois a seis anos. 
Aborto
É a interrupção da gravidez com a morte do produto da concepção. Consiste na eliminação da vida intrauterina. 
Pode ser espontâneo, natural ou provocado, sendo neste último caso criminoso, exceto se praticado em uma das formas do artigo 128/CP.
No auto aborto só há um bem jurídico tutelado, que é o direito à vida do feto. É, portanto, a preservação da vida humana intrauterina. 
No abortamento provocado por terceiro, além do direito à vida do produto da concepção, também é protegido o direito à vida e à incolumidade física e psíquica da própria gestante. 
No auto aborto ou aborto consentido, artigo 124/CP somente a gestante pode ser autora desse crime, pois trata-se de crime de mão própria. 
É discutida a possibilidade de coautoria ou participação no crime previsto no artigo 124, mas nada impede o concurso de agentes, por instigação, auxílio moral ou material. Se o agente atua em consonância com a gestante, por instigação, acompanhamento etc, responderá por este delito; se presta colaboração à conduta de terceiro, pelo artigo 126. 
o aborto provocado por terceiro, com ou sem o consentimento da gestante, artigos 125 e 126/CP por tratar-se de crime comum, o sujeito ativo pode ser qualquer pessoa. 
Por ser crime de ação livre, a provocação do aborto pode ser realizada de diversas formas, seja por ação, seja por omissão. 
A ação provocadora poderá dar-se por meio dos seguintes executivos: 
a) meios químicos: substâncias que atuam por via de intoxicação, como o arsênio, fósforo, mercúrio, quinina, estricnina, ópio etc 
b) meios psíquicos: susto, terror, sugestão etc 
c) meios físicos: são os meios mecânicos (curetagem); térmicos (aplicação de bolsas de água quente e fria no ventre); e elétricos (emprego de corrente galvânica ou farádica). 
O elemento subjetivo do crime de aborto é o dolo (vontade livre e consciente de interromper a gravidez) de causar a morte do produto da concepção. Não se admite a modalidade culposa. 
Por se tratar de crime material, a tentativa é perfeitamente admissível. 
Não podemos ignorar os outros dois dispositivos que tratam do crime de aborto: artigos 127 e 128. 
No primeiro, os crimes previstos nos artigos 125 e 126 constituem causas especiais de aumento de pena, quando provoca lesão corporal de natureza grave, quando a pena é acrescida de um terço, ou morte, quando é ela duplicada. 
Não se aplica o dispositivo à gestante nem àquele que é coautor ou partícipe de seu crime, previsto no artigo 124. Responsabilizado, porém, como autor ou partícipe dos crimes previstos nos artigos 125 e 126, a pena também deve ser acrescida. 
No segundo, o dispositivo trata do aborto legal. No inciso I, dispõe do aborto necessário, que é aquele em que não há outro meio de salvar a vida da gestante, senão o aborto. Dessa forma, havendo perigo para a vida da gestante, o crime está excluído pela excludente de ilicitude (estado de necessidade). 
Já no inciso II, dispõe sobre o aborto sentimental, que é autorizado quando a gravidez resulta de estupro e há o consentimento da gestante ou de seu representante legal. 
Aborto provocado pela gestante ou com seu consentimento 
Art. 124 - Provocar aborto em si mesma ou consentir que outrem lho provoque: (Vide ADPF 54) 
Pena - detenção, de um a três anos. 
Aborto provocado por terceiro 
Art. 125 - Provocar aborto, sem o consentimento da gestante: 
Pena - reclusão, de três a dez anos. 
Art. 126 - Provocar aborto com o consentimento da gestante: (Vide ADPF 54) 
Pena - reclusão, de um a quatro anos. 
Parágrafo único. Aplica-se a pena do artigo anterior, se a gestante não é maior de quatorze anos, ou é alienada ou débil mental, ou se o consentimento é obtido mediante fraude, grave ameaça ou violência 
Forma qualificada 
Art. 127 - As penas cominadas nos dois artigos anteriores são aumentadas de um terço, se, em consequência do aborto ou dos meios empregados para provocá-lo, a gestante sofre lesão corporal de natureza grave; e são duplicadas, se, por qualquer dessas causas, lhe sobrevém a morte. 
Art. 128 - Não se pune o aborto praticado por médico: (Vide ADPF 54) 
Aborto necessário 
I - se não há outro meio de salvar a vida da gestante 
Aborto no caso de gravidez resultante de estupro 
II - se a gravidez resulta de estupro e o aborto é precedido de consentimento da gestante ou, quando incapaz, de seu representante legal. 
Todos os crimes, aqui elencados, são da competência do Tribunal do Júri para julgamento, desde que cometidos dolosamente na forma consumada ou tentada. 
Por fim, recomenda-se a melhor doutrina para maior entendimento e conhecimento do tema, aqui, abordado. 
*Também são da competência do Tribunal do Júri, os crimes cometidos em conexão com os aqui descritos.
quinta-feira, 30 de outubro de 2014
CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
ESQUEMA 1 DE 6
“Nos crimes funcionais próprios, a qualidade de funcionário público é elementar do tipo. Ausente a condição de funcionário público, a conduta é atípica (concussão, excesso de exação, corrupção passiva, prevaricação). Aqueles chamados de impróprios são crimes funcionais em que o fato seria igualmente criminoso se não fosse praticado por funcionário público, embora a outro título …”
http://jus.com.br/revista/texto/21088/procedimento-no-rito-ordinario-dos-crimes-praticados-por-funcionarios-publicos#ixzz2R2l4ZH4P
DOS CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
CRIMES FUNCIONAIS 
Crimes Funcionais Próprios
Crimes praticados contra a administração pública são crimes ditos como próprios. Rogério Greco (2012, p.15), ao doutrinar o crime de infanticídio1, esclarece que tal crime trata de uma modalidade especial de homicídio, uma vez “[...] que é cometido considerando determinadas condições particulares do sujeito ativo [...]”.2 Ou seja, trata-se de crime próprio pelo motivo de somente a mãe poder cometê-lo.
A seguir, ao falar sobre o crime de violação de segredo profissional3, Greco (2012, p.141) explica que “Para que o fato possa se subsumir à figura típica em estudo, é preciso que o segredo tenha sido revelado por alguém que o soube, por intermédio da própria pessoa detentora do segredo, em razão de função, ministério, de ofício ou profissão.” Portanto, de igual modo, trata-se de crime próprio, uma vez que somente aquele que detinha o segredo poderiaviolá-lo.
Nesse condão, Greco (2009, p. 358) conceitua crimes funcionais próprios como sendo aqueles em que “[...] a qualidade de funcionário público é essencial à sua configuração, não havendo figura semelhante que possa ser praticada por quem não goza dessa qualidade [...]” Assim, consideram-se próprios os crimes praticados contra a administração pública, pois só podem ser cometidos por funcionários públicos".
Causa de Aumento de Pena
O art. 327, §2º do Código Penal, acrescentado pela Lei nº 6.799, de 23 de julho de 1980, estabelece uma causa de aumento de pena no quantum de um terço, quando fica caracterizada a quebra de confiança nos cargos e funções descritas no tipo.
Concurso de Agentes nos Crimes Funcionais
Admite-se o concurso de agentes, ou pessoas, em crimes de funcionalismo público (funcionais) devido à permissão contida no art. 30 do CP. Ou seja, ao estipular que, quando no concurso, comunicam-se as circunstâncias elementares do crime, e considerando que o funcionalismo público é circunstância elementar nos crimes contra a administração pública, tal circunstância irá se comunicar aos demais agentes que concorrem na prática do tipo.
EXERCÍCIOS:
(ESAF - 2010 - SMF-RJ) ADEMAR, POLICIAL MILITAR, EXIGE PAGAMENTO DE DINHEIRO PARA RELAXAR A PRISÃO DE INDIVÍDUO IMPLICADO NO TRÁFICO DE MACONHA, CONSTRANGENDO A LIBERDADE DO INDIVÍDUO PARA QUE CONCEDA AO POLICIAL A VANTAGEM INDEVIDA. À LUZ DO PREVISTO DOS CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA, JULGUE OS ITENS ABAIXO ASSINALANDO O CORRETO ENQUADRAMENTO DA SITUAÇÃO FÁTICA DESCRITA.
a) Crime de Concussão.
b) Crime de Prevaricação.
c) Crime de Condescendência Criminosa.
d) Crime de Corrupção Ativa.
e) Crime de Excesso de Exação.
Gabarito:
Letra “A”
Comentário:
A questão em tela nos traz o delito de concussão, previsto no art. 316 do CP. No tipo penal em tela, o agente exige, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda que fora da função ou antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem indevida.
(FCC- 2010 - TCE-AP) NÃO CONSTITUEM CRIMES PRATICADOS POR PARTICULAR CONTRA A ADMINISTRAÇÃO EM GERAL:
a) o desacato e a fraude de concorrência.
b) a condescendência criminosa e a advocacia administrativa.
c) a corrupção ativa e a sonegação de contribuição previdenciária.
d) o tráfico de influência e a resistência.
e) a desobediência e o contrabando.
Gabarito:
Letra “B”
Comentário:
Os delitos referendados na alternativa B enunciam condutas que estão previstas no Capítulo I do Título XI, onde temos os crimes praticados por funcionário público contra a Administração Pública.
(VUNESP - 2009 – CETESB) INVESTIGADOR DA POLÍCIA CIVIL, LEGALMENTE, EFETUA PRISÃO DE ACUSADO DA PRÁTICA DE DIVERSOS CRIMES DE FURTO E ENCONTRA COM O DETIDO DIVERSAS JOIAS, QUE SABIDAMENTE SÃO PRODUTO DE CRIME. O INVESTIGADOR, ENTÃO, TOMA ALGUMAS DAS JOIAS PARA SI, DELAS SE APODERANDO DEFINITIVAMENTE, E AS DEIXA DE APRESENTAR À APREENSÃO DA AUTORIDADE POLICIAL. A CONDUTA DESCRITA AMOLDA-SE AO TIPO PENAL QUE DESCREVE O CRIME DE:
a) peculato. Parte inferior do formulário
b) receptação.
c) apropriação indébita.
d) prevaricação.
e) furto.
Gabarito:
Letra “A”
Comentário:
A conduta da autoridade policial deve ser capitulada no art. 312 do CP, posto trata-se de crime de peculato, na medida em que o agente acabou por apropriar-se de valor de que teve a posse em razão do cargo.
(FCC - 2006 - PGE-RR) ASSINALE A ALTERNATIVA QUE CONTÉM DOIS CRIMES PRATICADOS POR FUNCIONÁRIO PÚBLICO CONTRA A ADMINISTRAÇÃO EM GERAL E UM CRIME PRATICADO POR PARTICULAR CONTRA A ADMINISTRAÇÃO EM GERAL.
a) Prevaricação, corrupção passiva e tráfico de influência.
b) Desobediência, corrupção ativa e inutilização de edital ou sinal.
c) Inserção de dados falsos em sistema de informações, excesso de exação e condescendência criminosa.
d) Desacato, resistência e advocacia administrativa.
e) Concussão, advocacia administrativa e facilitação de contrabando ou descaminho.
Gabarito:
Letra “A”
Comentário: São delitos praticados por funcionário público contra a Administração Pública a corrupção passiva e a prevaricação, previstos, respectivamente, nos artigos 317 e 319 do CP. Já o tráfico de influência, a seu turno, é compreendido como um delito praticado por particular contra Administração Pública, tendo sua base no art. 332 do CP.
(CESPE - 2010 - TRE-BA) QUANTO AOS CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA E À AÇÃO PENAL, JULGUE O ITEM ABAIXO.
Caso um analista judiciário praticasse crime de prevaricação na zona eleitoral de Barreiras - BA, a ação penal seria pública condicionada, pois dependeria da representação da autoridade prevaricada para seu prosseguimento.
Gabarito:
ERRADA.
Comentário: Trata-se de questão errada, na medida em que os crimes contra a Administração Pública são crimes de ação penal pública incondicionada.
(FCC - 2012 - TRE-CE) RODOLFO, EMPRESÁRIO, PRESIDENTE DE UMA EMPRESA DE ENGENHARIA, ATUA EM PARCERIA COM FELIPE, PREFEITO DE UM DETERMINADO MUNICÍPIO BRASILEIRO, E AMBOS CONSEGUEM DESVIAR EM PROVEITO PRÓPRIO A QUANTIA DE R$ 300.000,00 DA VERBA DESTINADA À CONSTRUÇÃO DE UMA ESCOLA DO REFERIDO MUNICÍPIO. RODOLFO
a) responderá por crime de peculato.
b) não responderá por nenhum delito, pois não é funcionário público.
c) responderá por crime de corrupção ativa.
d) responderá por crime de emprego irregular de verbas públicas.
e) responderá por crime de concussão.
Gabarito:
Letra “A”
Comentário:
No caso, Rodolfo responderá, juntamente com Felipe, pelo crime de peculato, posto que, em face do art. 30 do CP, não se comunicam as circunstâncias e as condições de caráter pessoal, salvo quando elementares do crime. Perceba que a condição de prefeito é casta sine qua non para que se possa falar em delito funcional na questão sob apreciação.
Trata-se, então, de peculato desvio, previsto no art. 312 do CP, o qual ocorre quando o funcionário público se apropria de dinheiro, valor ou qualquer outro bem móvel, público ou particular, de que tem a posse em razão do cargo, ou desvia, em proveito próprio ou alheio.
(FCC - 2011 - TRF - 1ª REGIÃO) JOÃO, FUNCIONÁRIO PÚBLICO NO EXERCÍCIO DE SUAS FUNÇÕES, EM CUMPRIMENTO DE MANDADO DE CITAÇÃO, ABORDOU JOSÉ, O CITANDO, ORDENANDO-LHE QUE AJOELHASSE NO CHÃO PARA OUVIR A LEITURA DO TEOR DO MANDADO. JOSÉ RECUSOU-SE A AJOELHAR- SE, DIZENDO QUE OUVIRIA DE PÉ. NESSE CASO, JOSÉ:
a) cometeu crime de desacato.
b) cometeu crime de desobediência.
c) não cometeu nenhum delito.
d) cometeu crime de resistência simples.
e) cometeu crime de resistência qualificada.
Gabarito:
Letra “C”
Comentário:
O art. 226 do CPC nos diz que incumbe ao oficial de justiça procurar o réu e, onde o encontrar, citá-lo, lendo-lhe o mandado e entregando-lhe a contrafé. Assim, nada há que determine ao citando a obrigação de ajoelhar-se para ser citado. Portanto, trata-se de fato atípico, não havendo de se cogitar a existência de crime por parte de José.
(FCC - 2010 - TRE-RS) CONSTITUI FORMA QUALIFICADA DO CRIME DE VIOLAÇÃO DE SIGILO FUNCIONAL:
a) quebrar o sigilo fiscal ou bancário, fornecendo, ilegalmente, dados referentes a contribuintes, correntistas e investidores.
b) utilizar-se, indevidamente, do acesso restrito a sistema de informações da Administração Pública.
c) permitir, mediante empréstimo de senha, o acesso de pessoas não autorizadas a banco de dados da Administração Pública.
d) revelar o conteúdo de proposta de concorrência pública, ou facilitar-lhe a revelação.
e) revelar fato de que tem ciência em razão do cargo e que deva permanecer em segredo, resultando da ação dano à Administração Pública.
Gabarito:
Letra “E”
Comentário:
O crime de violação de sigilo funcional encontra-se previsto no art. 325 do CP, sendo a sua forma qualificada capitulada no § 2º, ocorrendo quando da violação de sigilo funcional resulta dano à Administração Pública ou a outrem.
(FCC - 2009 - DPE-MT) O FUNCIONÁRIO PÚBLICO, LOTADO EM BILHETERIA DE FERROVIA ESTATAL, QUE FALSIFICA E VENDE BILHETES DE PASSAGEM, APROPRIANDO- SE DO RESPECTIVO VALOR, COMETE CRIMEDE:
a) peculato.
b) furto qualificado pela fraude.
c) falsificação de documento público.
d) falsificação de documento particular.
e) apropriação indébita.
Gabarito:
Letra “A”
Comentário:
Trata-se do crime de peculato, consignado no art. 312 do CP, ocorrendo quando o funcionário público apropria-se, em proveito próprio ou alheio, de dinheiro, valor ou qualquer outro bem móvel, público ou particular, de que tem a posse em razão do cargo.
(FGV - 2008 - TCM-RJ) NÃO PODE SER CONSIDERADO PRÓPRIO DE FUNCIONÁRIO PÚBLICO O CRIME DE:
a) corrupção passiva.
b) corrupção ativa.
c) prevaricação.
d) concussão.
e) advocacia administrativa.
Gabarito:
Letra “B”
Comentário:
O crime de corrupção ativa encontra-se previsto no art. 333 do CP, que, a seu turno, foi consignado no Capítulo II do Título XI, onde temos os crimes praticados por particular contra a Administração Pública.
(FGV - 2008 - TJ-PA) ASSINALE A ALTERNATIVA QUE REÚNE EXCLUSIVAMENTE OS CRIMES PRÓPRIOS DE FUNCIONÁRIO PÚBLICO:
a) prevaricação, concussão, corrupção passiva e usurpação de função pública.
b) peculato, excesso de exação, falsificação de documento público e corrupção ativa. 
c) desacato, peculato culposo, corrupção ativa e prevaricação.
d) facilitação de contrabando ou descaminho, advocacia administrativa, peculato e tráfico de influência.
e) prevaricação, abandono de função, concussão e modificação não autorizada de sistema de informações.
Gabarito:
Letra “E”
Comentário:
Perceba que os crimes de prevaricação, abandono de função, concussão e modificação não autorizada de sistema de informações estão todos previstos no Capítulo I do Título XI, onde temos os crimes praticados por funcionário público contra a Administração Pública.
(FGV - 2010 - SEAD-AP) COM BASE NO CÓDIGO PENAL, CONSIDERE AS SEGUINTES ASSERTIVAS:
I. EM RELAÇÃO AOS CRIMES CHAMADOS FUNCIONAIS, EQUIPARA-SE A FUNCIONÁRIO PÚBLICO QUEM EXERCE CARGO, EMPREGO OU FUNÇÃO EM EMPRESAS PÚBLICAS, AUTARQUIAS E SOCIEDADES DE ECONOMIA MISTA.
II. OS JURADOS E MESÁRIOS ELEITORAIS FORAM ALCANÇADOS PELA CONCEITUAÇÃO DE FUNCIONÁRIO PÚBLICO PARA FINS PENAIS.
III. QUANDO O FUNCIONÁRIO PÚBLICO DETENTOR DE FUNÇÃO DE DIREÇÃO DE ÓRGÃO DA ADMINISTRAÇÃO DIRETA PRATICA O CRIME DE PREVARICAÇÃO, A PENA É AUMENTADA DA TERÇA PARTE.
ASSINALE:
a) se somente a afirmativa I estiver correta.
b) se somente a afirmativa II estiver correta.
c) se somente a afirmativa III estiver correta.
d) se somente as afirmativas I e II estiverem corretas.
e) se todas as afirmativas estiverem corretas.
Gabarito:
Letra “E”
Comentário:
As assertivas I e II, corretas, são encontradas no § 1º do art. 327 do CP, onde temos o conceito legal de funcionário público, para fins penais, por equiparação, in verbis, equipara-se a funcionário público quem exerce cargo, emprego ou função em entidade paraestatal, e quem trabalha para empresa prestadora de serviço contratada ou conveniada para a execução de atividade típica da Administração Pública.
A assertiva III, também correta, tem seu fundamento no § 2º do art. 327 do CP, onde a pena será aumentada da terça parte quando os autores dos crimes previstos neste capítulo forem ocupantes de cargos em comissão ou de função de direção ou assessoramento de órgão da administração direta, sociedade de economia mista, empresa pública ou fundação instituída pelo poder público.
(FCC - 2011 - TCE-PR) NA CORRUPÇÃO PASSIVA, CRIME COMETIDO CONTRA A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA, O AGENTE:
a) patrocina interesse privado perante a administração pública, valendo-se da qualidade de funcionário.
b) exige vantagem indevida, ainda que fora da função, mas em razão dela.
c) apropria-se, com violência, de dinheiro ou valor, público ou particular, de que tem a posse em razão do cargo.
d) retarda, ou deixa de praticar, indevidamente, ato de ofício, ou o pratica contra disposição expressa da lei.
e) solicita ou recebe vantagem indevida, ainda que fora da função, mas em razão dela.
Gabarito:
Letra “E”
Comentário:
O crime de corrupção passiva dá-se quando, nos termos do art. 317 do CP, o agente solicita, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda que fora da função ou antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem indevida, ou aceita promessa de tal vantagem.
(FCC - 2011 - TRE-PE) A CONDUTA DE ILUDIR, NO TODO OU EM PARTE, O PAGAMENTO DE DIREITO OU IMPOSTO DEVIDO PELA ENTRADA, PELA SAÍDA OU PELO CONSUMO DE MERCADORIA TIPIFICA O CRIME DE:
a) contrabando.
b) descaminho.
c) peculato.
d) prevaricação.
e) excesso de exação.
Gabarito:
Letra “B”
Comentário:
O crime de descaminho encontra-se previsto na segunda parte do art. 334 do CP, onde o agente ilude, no todo ou em parte, o pagamento de direito ou imposto devido pela entrada, pela saída ou pelo consumo de mercadoria.
(FUNCAB - 2009 - PC-RO) A CONDUTA DE SOLICITAR OU RECEBER, PARA SI OU PARA OUTREM, DIRETA OU INDIRETAMENTE, AINDA QUE FORA DA FUNÇÃO OU ANTES DE ASSUMI-LA, MAS EM RAZÃO DELA, VANTAGEM INDEVIDA, CONFIGURA O CRIME DE:
a) prevaricação.
b) peculato.
c) concussão.
d) corrupção ativa.
e) corrupção passiva.
Gabarito:
Letra “E”
Comentário:
O crime de corrupção passiva dá-se quando, nos termos do art. 317 do CP, o agente solicita, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda que fora da função ou antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem indevida, ou aceita promessa de tal vantagem.
(FCC - 2009 - TCE-GO) JOÃO, FUNCIONÁRIO PÚBLICO, EXIGIU DE PAULO A QUANTIA DE R$ 10.000,00 PARA DAR ANDAMENTO A PROCESSO ADMINISTRATIVO DE SEU INTERESSE. PAULO RECUSOU-SE A PAGAR A REFERIDA QUANTIA E COMUNICOU O OCORRIDO AO SUPERIOR HIERÁRQUICO DE JOÃO. NESSE CASO, JOÃO COMETEU
a) crime de corrupção passiva consumada.
b) apenas ilícito administrativo.
c) crime de tentativa de concussão.
d) crime de concussão consumado.
e) crime de tentativa de corrupção passiva.
Gabarito:
Letra “D”
Comentário:
O crime de concussão encontra-se previsto no art. 316 do CP e ocorre quando o funcionário público exige, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda que fora da função ou antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem indevida.
Trata-se de delito formal, vale dizer, prescinde a modificação do mundo exterior, ou seja, o tipo penal contém em seu bojo uma conduta e um resultado naturalístico, mas este último é desnecessário para a sua consumação.
(FCC - 2008 - TCE-AL) O PARTICULAR QUE, EM CONCURSO COM FUNCIONÁRIO PÚBLICO E EM RAZÃO DA FUNÇÃO POR ESTE EXERCIDA, EXIGE VANTAGEM INDEVIDA PARA AMBOS PRATICA O CRIME DE:
a) exploração de prestígio.
b) tráfico de influência.
c) corrupção ativa.
d) advocacia administrativa.
e) concussão.
 Gabarito:
Letra “E”
Comentário:
No caso, o particular responderá, juntamente com o funcionário público, pelo crime de concussão, posto que, em face do art. 30 do CP, não se comunicam as circunstâncias e as condições de caráter pessoal, salvo quando elementares do crime. Perceba que a condição de o funcionário público é fundamental para que se possa falar em delito funcional na questão sob apreciação.
Trata-se, então, de crime de concussão, previsto no art. 316 do CP e ocorre quando o funcionário público exige, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda que fora da função, ou antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem indevida.
(CESPE - 2009 - SEAD-SE/FPH) É APLICÁVEL, NA PRÁTICA DE DESCAMINHO, O PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA QUANDO O VALOR DO TRIBUTO SUPRIMIDO É INFERIOR A R$ 10.000,00. 
Gabarito:
“CERTA”
Comentário:
No tema, deve-se estar atento ao posicionamento do STJ, exarado na apelação Crime Nº 70042258103, vejamos:
APELAÇÃO. CRIME CONTRA A ORDEM TRIBUTÁRIA. ART. 1º, INCISO IV, C/C ART. 11, DA LEI Nº 8.137/90. SUPRESSÃO DE TRIBUTO MUNICIPAL DE ISSQN. PRINCÍPIO DA INSIGNIFICANCIA. VALOR INFERIOR AR$ 10.000,00 (DEZ MIL REAIS). Verificado que o valor do tributo suprimido é INFERIOR a R$ 10.000 (dez mil reais), quantum mínimo para o ajuizamento de execução fiscal, segundo art. 20 da Lei nº 10.522/02, é hipótese de aplicação do princípioda insignificância. Precedentes do STJ. Apelações da defesa, providas. (Apelação Crime Nº 70042258103, Quarta Câmara Criminal, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Gaspar Marques Batista, Julgado em 21/07/2011).
(CESPE - 2009 - IBRAM-DF) O AGENTE PÚBLICO QUE, DESCUMPRINDO DEVER FUNCIONAL, PRATICAR ATO DE OFÍCIO APENAS POR CEDER À INFLUÊNCIA DE OUTREM COMETE O CRIME DE PREVARICAÇÃO.
Gabarito:
“ERRADA”
Comentário:
No crime de prevaricação, previsto no art. 319 do CP, o agente retarda ou deixa de praticar, indevidamente, ato de ofício, ou pratica contra disposição expressa de lei, para satisfazer interesse ou sentimento pessoal, e não de outrem, como se refere a questão.
Trata-se, na verdade, do crime de corrupção passiva privilegiada, previsto no art. 317, § 2º, do CP, onde ofuncionário pratica, deixa de praticar ou retarda ato de ofício, com infração de dever funcional, cedendo a pedido ou influência de outrem.
(VUNESP - 2010 - FUNDAÇÃO CASA) ADMITE MODALIDADE CULPOSA O CRIME DE:
a) desacato.
b) peculato.
c) prevaricação.
d) desobediência.
e) corrupção passiva.
Gabarito:
Letra “B”
Comentário:
O crime de peculato culposo encontra-se previsto no § 2º do art. 312 do CP, em face do qual o funcionário concorre culposamente para o crime de outrem.
(EJEF - 2009 - TJ-MG) MARQUE A ASSERTIVA CORRETA. CONSIDERA-SE FUNCIONÁRIO PÚBLICO, PARA EFEITOS PENAIS,
a) quem exerce cargo, emprego ou função pública, ainda que transitoriamente ou sem remuneração.
b) somente quem ocupe cargo efetivo e possua estabilidade.
c) o funcionário concursado, exceto o comissionado.
d) apenas quem exerce cargo, emprego ou função em entidade estatal, sob remuneração.
Gabarito:
Letra “A”
Comentário:
O art. 327 do CP nos ensina que se considera funcionário público, para os efeitos penais, quem, embora transitoriamente ou sem remuneração, exerce cargo, emprego ou função pública.
(CESPE - 2005 - TRT-16R) QUANDO O DESVIO DE VERBA PÚBLICA SE VERIFICA EM FAVOR DO PRÓPRIO ENTE PÚBLICO, COM UTILIZAÇÃO DIVERSA DA PREVISTA NA SUA DESTINAÇÃO, EM DESACORDO COM AS DENOMINAÇÕES LEGAIS, O QUE OCORRE É O DELITO DE PECULATO CULPOSO.
Gabarito:
“ERRADA”
Comentário:
Trata-se, na verdade, do crime de emprego irregular de verbas ou rendas públicas, previsto no art. 315 do CP – dar às verbas ou rendas públicas aplicação diversa da estabelecida em lei.
(OAB – SP) PAULO, FUNCIONÁRIO PÚBLICO, CONCORRE CULPOSAMENTE PARA A APROPRIAÇÃO DE DINHEIRO PROVENIENTE DOS COFRES PÚBLICOS, MAS RESTITUI ANTES DA SENTENÇA PENAL IRRECORRÍVEL. DIANTE DE TAL FATO, TERÁ,
(a) extinta a punibilidade.
(b) praticado crime de corrupção, sem diminuição de pena.
(c) a pena reduzida de um a dois terços.
(d) a pena reduzida de metade.
Gabarito:
Letra “A”
Comentário:
A questão versa acerca da hipótese do art. 312, § 3º, do CP, em face do qual, no peculato culposo, a reparação do dano, se precede à sentença irrecorrível, extingue a punibilidade.
(OAB – SP) DOS CRIMES PRATICADOS POR FUNCIONÁRIO PÚBLICO CONTRA A ADMINISTRAÇÃO EM GERAL, COMO SE TIPIFICA O CRIME DE PREVARICAÇÃO?
(a) solicitar ou receber, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda que fora da função ou antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem indevida, ou aceitar promessa de tal vantagem.
(b) apropriar-se o funcionário público de dinheiro, valor ou qualquer outro bem móvel, público ou particular, de que tem a posse em razão do cargo, ou desviá-lo, em proveito próprio ou alheio.
(c) exigir, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda que fora da função ou antes assumi-la, mas em razão dela, vantagem indevida.
(d) retardar ou deixar de praticar, indevidamente, ato de ofício, ou praticá-lo contra disposição expressa de lei, para satisfazer interesse ou sentimento pessoal.
Gabarito:
Letra “D”
Comentário:
O crime de prevaricação, muito cobrado nos certames, dá-se quando o agente retarda ou deixa de praticar, indevidamente, ato de ofício, ou pratica contra disposição expressa de lei, para satisfazer interesse ou sentimento pessoal – art. 319 do CP.
(OAB – SP) PARA A OCORRÊNCIA DO CRIME DE PREVARICAÇÃO, É NECESSÁRIO QUE O AGENTE
(a) aja para satisfazer interesse ou sentimento pessoal.
(b) deixe de praticar ato de ofício.
(c) pratique o ato contra disposição expressa de lei.
(d) obtenha vantagem moral ou econômica.
Gabarito:
Letra “A”
Comentário:
Conforme visto acima, o crime de prevaricação dá-se quando o agente retarda ou deixa de praticar, indevidamente, ato de ofício, ou pratica contra disposição expressa de lei, para satisfazer interesse ou sentimento pessoal – art. 319 do CP.
(OAB – SP) O CONCEITO DE FUNCIONÁRIO PÚBLICO NO CÓDIGO PENAL:
(a) abrange quem, embora transitoriamente, mas com remuneração exerça cargo, emprego ou função pública.
(b) abrange quem, embora sem remuneração, mas de forma não transitória, exerça cargo, emprego ou função pública.
(c) abrange quem, embora transitoriamente ou sem remuneração, exerça cargo, emprego ou função pública.
(d) abrange quem, com remuneração e de forma não transitória, exerça cargo, emprego ou função pública.
Gabarito:
Letra “C”
Comentário:
O conceito de funcionário público para fins penais é dado pelo art. 327 do CP, o qual nos ensina que se considera funcionário público, para os efeitos penais, quem, embora transitoriamente ou sem remuneração, exerce cargo, emprego ou função pública.
(OAB – SP) SEGUNDO O CÓDIGO PENAL (CP), AQUELE QUE PATROCINA, DIRETA OU INDIRETAMENTE, INTERESSE PRIVADO PERANTE A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA, VALENDO-SE QUALIDADE DE FUNCIONÁRIO PÚBLICO, PRATICA O CRIME DE
(a) prevaricação.
(b) condescendência criminosa.
(c) tráfico de influência.
(d) advocacia administrativa.
Gabarito:
Letra “D”
Comentário:
No caso, temos o crime de advocacia administrativa, previsto no art. 321 do CP – patrocinar, direta ou indiretamente, interesse privado perante a administração pública, valendo-se da qualidade de funcionário.
(OAB – SP) ASSINALE A ALTERNATIVA CORRETA:
a) Configura o crime de prevaricação a conduta do agente público que deixa de praticar o ato de ofício para satisfazer um desejo de vingança.
b) O chamado furto de uso constitui crime.
c) No furto praticado, à noite, em estabelecimento comercial incide o aumento de pena previsto no art. 155, § 1º, do CP.
d) Quando da execução da pena, ocorrendo o concurso de infrações, a pena menos grave será cumprida primeiramente.
Gabarito:
Letra “A”
Comentário:
Conforme já visto, no crime de prevaricação, o agente retarda ou deixa de praticar, indevidamente, ato de ofício, ou pratica contra disposição expressa de lei, para satisfazer interesse ou sentimento pessoal – art. 319 do CP – o que, sem dúvida, pode ser visualizado no desejo de vingança. 
(OAB – SP) KADJIA, GERENTE DE UMA EMPRESA PÚBLICA, APROPRIA-­SE DE DETERMINADA QUANTIA EM DINHEIRO QUE LHE HAVIA SIDO ENTREGUE PARA O PAGAMENTO DOS EMPREGADOS. ANTE TAL FATO, PODE-SE AFIRMAR QUE KADJIA INCORREU NO TIPO PENAL DENOMINADO:
a) prevaricação.
b) peculato.
c) apropriação indébita.
d) concussão.
Gabarito:
Letra “B”
Comentário:
Estamos diante da figura típica do peculato, prevista no caput do art. 312 do CP – apropriar-se o funcionário público de dinheiro, valor ou qualquer outro bem móvel, público ou particular, de que tem a posse em razão do cargo, ou desviá-lo, em proveito próprio ou alheio.
(OAB – SP) SÃO CRIMES PRATICADOS POR FUNCIONÁRIO CONTRA A ADMINISTRAÇÃO EM GERAL: 
(a) peculato, concussão e condescendência criminosa.
(b) peculato, concussão e corrupção ativa.
(c) concussão, corrupção ativa e favorecimento real.
(d) abandono de função, advocacia administrativa e desacato.
Gabarito:
Letra “A”
Comentário:
Os crimes de peculato, concussão e condescendência criminosa são reputados crimes praticados por funcionário público contra a administração em geral.
quinta-feira, 27 de agosto de 2015
ESCUSAS ABSOLUTÓRIAS
 
Segundo Damásio, escusas absolutórias são causas que fazem com que a um fato típico e antijurídico, não obstante a culpabilidadedo sujeito, não se associe pena alguma por razões de utilidade pública. São também chamadas de “casos de imunidade penal absoluta”, “causas de exclusão” ou de “causas de isenção de pena”. São, assim, causas extintivas da punibilidade.
Assinala Jiménez de Asúa que nas excludentes de ilicitude não há crime; nas causas de inculpabilidade não há criminoso; nas escusas absolutórias não há pena. Ex. o filho que subtrai dinheiro do pai, fica isento de pena, a teor do art. 181, I do Código Penal.
Situam-se principalmente na parte especial do CP:
Art. 181. É isento de pena quem comete qualquer dos crimes previstos neste título, em prejuízo:
I – do cônjuge, na constância da sociedade conjugal (veja-se que são dois requisitos que devem ser cumpridos cumulativamente; evidentemente, aplica-se à União Estável, excluído o concubinato);
II – de ascendente ou descendente, seja o parentesco legítimo ou ilegítimo, seja civil ou natural.
Essas imunidades são rigorosamente de interpretação restritiva. Por exemplo, no caso II, o afim não está incluído. Ex.: senhor que furta de seu genro que é casado em separação de bens não será beneficiado pela escusa absolutória.
Delimitação de aplicação do instituto
A escusa absolutória somente se aplica para os crimes contra o patrimônio, desde que cometidos sem violência ou grave ameaça. Vejam a íntegra do art. 183 do CP:
Art. 183. Não se aplica o disposto nos dois artigos anteriores:
I – se o crime é de roubo ou de extorsão, ou, em geral, quando haja emprego de grave ameaça ou violência (somente a violência real) à pessoa;
II – ao estranho que participa do crime (pois a imunidade absoluta é circunstância incomunicável;
III – se o crime é praticado contra pessoa com idade igual ou superior a 60 anos (ver a idade na data da conduta) (acrescentado pelo artigo 110 da lei 10.741).
Não cabe escusa absolutória nos crimes do Estatuto do Idoso
Há previsão expressa de que nos delitos definidos no Estatuto do Idoso (Lei 10.741/2003) não se aplica à escusa absolutória do art. 181 do Código Penal, vejam art. 95:
Art. 95. Os crimes definidos nesta Lei são de ação penal pública incondicionada, não se lhes aplicando os arts. 181 e 182 do Código Penal.
Cabe escusa absolutória no crime de Favorecimento Real
Também há previsão de escusa absolutória no crime de favorecimento pessoal (favorecimento real não admite escusa absolutória):
Art. 348. Auxiliar a subtrair-se à ação de autoridade pública autor de crime a que é cominada pena de reclusão:
Pena – detenção, de 1 (um) a 6 (seis) meses”
§ 2o. Se quem presta auxílio é ascendente, descendente, cônjuge ou irmão do criminoso, fica isento de pena.”
http://www.andrequeiroz.net/2011/07/escusas-absolutorias.html
EXERCÍCIOS:
1 - (Defensoria/MA - 2009 - FCC) - Há previsão legal de escusa absolutória nos delitos patrimoniais desde que seja cometido contra cônjuge, na constância da sociedade conjugal, 
(a) ascendente, excluídos os crimes de roubo ou de extorsão, ou, em geral, quando haja emprego de violência ou grave ameaça somente contra a pessoa; 
(b) ascendente, descendente, excluídos os crimes de roubo ou de extorsão, ou em geral, quando haja emprego de violência ou grave ameaça somente contra a pessoa; 
(c) ascendente, excluídos os crimes de roubo ou de extorsão, ou, em geral, quando haja emprego de violência ou grave ameaça contra a pessoa e ao estranho que participa do crime; 
(d) ascendente, descendente, excluídos os crimes de roubo, extorsão e latrocínio; 
(e) ascendente, descendente, excluídos os crimes de roubo ou de extorsão, ou, em geral, quando haja emprego de violência ou grave ameaça contra a pessoa e ao estranho que participa do crime;
2 - No que tange à punibilidade, às causas de extinção da punibilidade e às escusas absolutórias, assinale a opção correta à luz da legislação, da doutrina e da jurisprudência.
a) As condições objetivas de punibilidade, acontecimentos futuros e incertos, são estruturadas de formas positiva, e a sua ausência não exclui a punibilidade do delito em relação aos demais coautores.
b) As escusas absolutórias excluem a imposição de pena, são estruturadas de modo negativo e não se comunicam aos eventuais partícipes que não apresentem as características personalíssimas exigidas na lei penal.
c) As escusas absolutórias estão previstas em rol exemplificativo tanto na parte geral quanto na parte especial do CP, ficando o seu reconhecimento e aplicação, assim como ocorre com o perdão judicial, ao prudente critério do juiz ao decidir o caso concreto.
d) Admite-se a incidência das escusas absolutórias nos delitos contra o patrimônio e contra a pessoa, desde que praticados, sem violência ou grave ameaça, em prejuízo dos sujeitos consignados na norma penal.
e) As escusas absolutórias são causas expressas de extinção da punibilidade previstas no CP.
GABARITO:
1 - letra E
2 - letra B
domingo, 2 de novembro de 2014
CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO - DIREITO PENAL - ESTUDO ESQUEMATIZADO
Crimes Contra o Patrimônio. 
Título II da parte especial do Código Penal Brasileiro
 Antes de mais nada é preciso definir o conceito de patrimônio, tendo em vista o complexo das relações jurídicas:
considera-se patrimônio de uma pessoa ,
os bens,
o poderio econômico,
a universalidade de direitos que tenham expressão econômica para a pessoa.
Patrimônio é considerado uma universalidade de direitos.
Vale dizer como uma unidade abstrata, distinta, diferente dos elementos que a compõem isoladamente considerados.
Além desse conceito jurídico, que é próprio do direito privado, há uma noção econômica de patrimônio e, segundo a qual, ele consiste num complexo de bens, através dos quais o homem satisfaz suas necessidades.
Cabe lembrar, que o direito penal em relação ao direito civil, ao direito econômico, ele é autônomo e constitutivo, e por isso mesmo quando tutela bens e interesses jurídicos já tutelados por outros ramos do direito, ele o faz com autonomia e de um modo peculiar.
A tutela jurídica do patrimônio no âmbito do Código Penal Brasileiro, é sem duvida extensamente realizada, mas não se pode perder jamais em conta, a necessidade de que no conceito de patrimônio esteja envolvida uma noção econômica, um noção de valor material econômico do bem.
1 Apoderar-se de coisa cuja posse lhe pertença, configura:
a) apropriação indébita.
b) furto.
c) estelionato.
d) roubo.
2 Pretendendo subtrair bens do escritório onde exerce a função de secretária particular do diretor, Júlia ingressa no respectivo imóvel arrombando a janela. Júlia é auxiliada por seu irmão Luiz, a quem coube a função de permanecer de vigília na porta. Ao escutar um barulho que a faz acreditar existir alguém no escritório, Júlia foge, deixando no local seu comparsa, que vem a ser preso por policiais. Aponte o(s) delito(s) perpetrado(s) por Júlia e Luiz:
a) Ela responderá por tentativa de furto qualificado e ele, pelo delito consumado.
b) trata-se de desistência voluntária, não havendo qualquer delito a ser imputado.
c) ambos respondem por violação de domicílio.
d) Júlia responde por invasão de domicílio e Luiz por tentativa de furto.
3 Um funcionário de uma empresa particular utiliza, para o desempenho das atribuições do seu cargo, um bem pertencente ao acervo patrimonial de sua instituição. Após a jornada de trabalho, ele se apodera do bem em questão. Essa situação caracteriza um crime de:
a) peculato.
b) estelionato.
c) furto qualificado.
d) apropriação indébita.
4 Dentre as alternativas abaixo, aquela que qualifica o crime de furto é:
a) valor da coisa furtada.
b) idade da pessoa lesada.
c) violência contra o lesado.
d) participação de duas ou mais pessoas.
5 Tício furta um rádio da residência de Caio, inexistindo qualquer tipo de violência. Perseguido pela polícia, Tício dispara tiros para o alto e foge. Na hipótese ocorreu:
a) crime de furto.
b) crime de roubo.
c) crime de roubo impróprio.
d) crime de roubo qualificado.
6 Tício, fazendeiro, encontra em sua propriedade animais que sabeserem do vizinho e, ao invés de devolvê-los, vende-os como seus, comete o delito de:
a) receptação.
b) furto.
c) apropriação indébita.
d) apropriação de coisa havida por erro.
7 Analise as afirmações abaixo e escolha a resposta correta:
I - O roubo distingue-se da extorsão, pois no roubo a subtração da coisa é feita pelo agente, enquanto que na extorsão o apoderamento do objeto material depende da conduta da vítima.
II - A distinção entre roubo próprio e impróprio reside no momento em que o sujeito emprega a violência ou grave ameaça contra a pessoa; no roubo impróprio, a violência ou grave ameaça é exercida após a subtração do objeto material para assegurar a impunidade do crime ou a detenção da coisa, enquanto que, no roubo próprio, a violência ou grave ameaça é empregada de forma a permitir a subtração.
III - O furto mediante fraude distingue-se do estelionato pelo modo que é utilizado o meio fraudulento; no furto mediante fraude, o agente ilude a vigilância do ofendido, que, por isso, não tem conhecimento de que o objeto material está saindo da esfera de seu patrimônio e ingressando na disponibilidade do sujeito ativo. No estelionato, ao contrário, a fraude visa permitir que a vítima incida em erro.
a) As afirmações I e II estão corretas.
b) As afirmações II e III estão corretas.
c) As afirmações I e III estão corretas.
d) Todas as afirmações estão corretas.
8 O crime de extorsão mediante sequestro consuma-se com:
a) a privação da liberdade da vítima.
b) a privação da liberdade da vítima após 24 horas.
c) a privação da liberdade da vítima e com o pedido de resgate.
d) o recebimento do resgate para libertação da vítima.
9 Mévio, após esconder no mato uma bicicleta que havia furtado, viu-se despojado dela por parte de Carlos, que a subtraiu para si, com pleno conhecimento da origem do objeto. Pode-se afirmar que o segundo ladrão:
a) cometeu crime de apropriação de coisa achada.
b) cometeu crime de receptação dolosa.
c) cometeu crime de furto, assim como Mévio.
d) não responde por nenhum delito, porque subtraiu para si a coisa já furtada.
10 Assinale a alternativa CORRETA.
a) O crime de roubo é a subtração de coisa móvel alheia, para si ou para outrem, sem emprego de violência à pessoa, ou depois de havê-la, por qualquer meio, reduzido à impossibilidade de resistência.
b) O crime de roubo é a subtração de coisa móvel alheia, para si ou para outrem, mediante ameaça e destruição ou rompimento de obstáculo à subtração da coisa.
c) O roubo impróprio ocorre quando o agente, logo depois de subtraída a coisa, emprega violência a pessoa ou grave ameaça, a fim de assegurar a impunidade do crime ou a detenção da coisa para si ou para terceiro.
d) O furto do sinal de TV a cabo não tem tipificação no Código Penal, razão pela qual não pode ser considerado infração.
11 Dois indivíduos, previamente ajustados, saem de um supermercado, com mercadorias, sem passar pelo caixa, vindo um deles a ser preso em flagrante no estacionamento do supermercado, com parte das mercadorias, enquanto seu comparsa consegue fugir com o restante das mercadorias. Com relação à situação apresentada, é correto afirmar que o indivíduo preso em flagrante:
a) responderá por furto qualificado tentado.
b) responderá por furto qualificado consumado.
c) responderá por furto privilegiado.
d) não responderá por qualquer ilícito, pois a hipótese configura crime impossível.
12 Assinale a opção CORRETA.
a) O crime de estelionato, que pressupõe conduta fraudulenta do agente com o fim de obtenção de vantagem ilícita, tem por objetividade jurídica a fé pública.
b) Configura crime de estelionato o descumprimento de contrato, quando o pagamento da obra ou do serviço se dá de forma antecipada, o que faz presumir a má-fé do contratado, se este não executa o serviço no prazo avençado.
c) A emissão de cheque sem a pertinente provisão de fundos configura, em qualquer hipótese, crime.
d) O crime de estelionato, quando na modalidade de fraude no pagamento por meio de cheque, consuma-se no momento e local em que o banco sacado recusa o seu pagamento.
13 Assinale a opção INCORRETA.
a) Se o sujeito, mediante violência ou grave ameaça, pretende que a vítima realize determinado comportamento para que dela obtenha vantagem econômica devida, estará incidindo no crime de extorsão dita comum ou "in genere".
b) A extorsão mediante sequestro consuma-se com a privação da liberdade de locomoção da vítima por espaço de tempo juridicamente relevante, sendo prescindível que o agente obtenha, efetivamente, a vantagem pretendida.
c) O crime de extorsão indireta admite a modalidade tentada.
d) A extorsão mediante sequestro, simples ou qualificada, tentada ou consumada, é crime hediondo, o que impede que o seu autor seja beneficiado com a anistia, a graça ou indulto.
14 O roubo próprio ocorre quando:
a) o agente emprega a violência ou a ameaça após ter subtraído a coisa alheia.
b) o agente emprega a violência ou a ameaça antes de ter subtraído a coisa alheia.
c) o agente não utiliza violência ou ameaça para subtrair a coisa da vítima.
d) o agente induz a vítima a erro para subtrair-lhe a coisa.
15 Sobre crime de receptação, é INCORRETO dizer:
a) Constitui receptação simples o fato de adquirir, receber, ocultar etc., em proveito próprio ou alheio, coisa que sabe ser produto de crime.
b) É privilegiado o crime de receptação praticado por réu primário ou se o objeto receptado for de pequeno valor material.
c) A receptação dolosa imprópria constitui no fato do agente adquirir coisa móvel por preço muito baixo, mas sem saber que se trata de fruto de crime.
d) Será qualificada a receptação de bens e instalações do patrimônio da União, Estado ou Municípios.
16 Sobre o crime de estelionato, é CORRETO dizer:
a) O crime estará consumado apenas com a ocorrência da vantagem do agente.
b) A reparação do dano, a restituição e a apreensão do objeto material, excluindo ou reduzindo o prejuízo da vítima, excluem o delito.
c) O estelionato só é punível a título de dolo, que consiste na vontade de enganar a vítima, dela obtendo vantagem ilícita, em prejuízo alheio.
d) Será privilegiado o crime cometido em detrimento de entidade de direito público.
17 Sobre crime de dano, é CORRETO dizer:
a) Consuma-se com a obtenção de lucro por parte do agente.
b) Consuma-se com a destruição ou inutilização de coisa alheia pelo agente.
c) Não admite tentativa.
d) Admite-se o crime em sua forma culposa.
18 Analise as afirmações abaixo e escolha a resposta correta:
I - Usurpação de águas constitui o fato de o sujeito desviar ou represar, em proveito próprio ou de outrem, águas alheias.
II - O sujeito passivo do crime de usurpação de águas é quem sofre o dano em face do desvio ou represamento.
III - Para a caracterização do crime de usurpação de águas é necessário que as águas objeto do delito sejam particulares.
a) As afirmações I e II estão corretas.
b) As afirmações II e III estão corretas.
c) As afirmações I e III estão corretas.
d) Todas as afirmações estão corretas.
19 O crime de roubo qualificado pelo resultado morte:
a) é hediondo, segundo a Lei nº 8.072/90.
b) a pena é aumentada quando a vítima é menor de 14 anos.
c) a morte da vítima pode ser culposa ou dolosa.
d) Todas as respostas anteriores estão corretas.
20 Analise as afirmações abaixo e escolha a resposta correta:
I - Furto de uso, em face do Código Penal vigente, não constitui crime.
II - No furto mediante fraude, a fraude visa permitir que a vítima incida em erro e, por isso, despoje voluntariamente de seu bem, tendo consciência de que este está ingressando na esfera de disponibilidade do autor.
III - No furto qualificado pelo abuso de confiança, o sujeito não tem a posse do objeto material, que continua na esfera de proteção de seu dono.
a) Apenas a afirmação I está correta.
b) As afirmações II e III estão corretas.
c) As afirmações I e III estão corretas.
d) Todas as afirmações estão corretas.
RESPOSTAS:
1 - letra A. Conformeestabelece o art. 168, caput, do CP: "apropriar-se de coisa alheia móvel, de que tem a posse ou a detenção: Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa".
2 - letra A. Julia responderá por tentativa de furto qualificado, uma vez que a infração não se consumou, já que se evadiu antes que a mesma se concretizasse e estão presentes duas qualificadoras do art. 155 do CP, quais sejam: rompimento de obstáculo e concurso de duas ou mais pessoas. Já Luiz responderá pelo crime de furto qualificado, vez que continuou na pratica delitiva e a consumou.
3 - letra D. O funcionário já estava na posse do bem, portanto, seu crime é de apropriação indébita, conforme o art. 168 do CP. Sendo que essa pena deverá ser acrescida de 1/3, por ter o agente recebido a coisa em razão de ofício, emprego ou profissão.
4 - letra D. O valor da coisa furtada é causa de furto privilegiado. Se houver violência contra a vítima, caracteriza-se roubo. A idade da pessoa lesada não é considerada para a caracterização de qualificadora no crime de furto. O concurso de pessoas é, portanto, causa de qualificadora no crime de furto, como demonstra o art. 155, §4º, IV, do CP.
5 - letra C. O agente que emprega violência contra pessoa ou grave ameaça não como meio de subtração, mas após esta, a fim de assegurar a impunidade do crime ou a detenção da coisa para si ou para outrem comete o crime de roubo impróprio (art. 157, §1º, do CP).
6 - letra D. Aquele que se apropria de coisa alheia que lhe foi transmitida por erro, caso fortuito ou força da natureza pratica crime de apropriação de coisa havida por erro, caso fortuito ou força da natureza (art.169/CP), pois todos estão obrigados a restituir coisa alheia.
7 - letra D. No roubo impróprio, a violência é empregada como meio de garantir a detenção da coisa e não como meio de obtê-la. No estelionato, o ofendido voluntariamente se despoja de seus bens, tendo consciência de que eles estão saindo de seu patrimônio e ingressando na esfera de disponibilidade do autor.
8 - letra A. A extorsão mediante sequestro opera-se com a simples privação da liberdade de locomoção da vítima por tempo juridicamente relevante, de acordo com o art. 159, do CP.
9 - letra C. O sujeito passivo do crime de furto é a pessoa física ou jurídica que tem a propriedade, posse ou detenção da coisa, não importando inclusive se ela é lícita, portanto, o segundo ladrão praticou o crime de furto, assim como o primeiro, segundo o art. 155 do CP.
10 - letra C. Art. 157. Subtrair coisa móvel alheia, para si ou para outrem, mediante grave ameaça ou violência a pessoa, ou depois de havê-la, por qualquer meio, reduzido à impossibilidade de resistência.Art. 155. Subtrair, para si ou para outrem, coisa alheia móvel: (...)
§ 3º Equipara-se à coisa móvel a energia elétrica ou qualquer outra que tenha valor econômico.
11 - letra B. Se um foi preso, mas outro fugiu com algum dos valores, o crime está consumado, pois está caracterizada a subtração da coisa, ainda que em parte. (Art. 155 do CP)
12 - letra D. O momento consumativo ocorre quando o estabelecimento bancário sacado nega pagamento ao cheque, sendo o foro desse local o competente para a ação penal, conforme Súmula 521 do STF: "O foro competente, para o processo e julgamento dos crimes de estelionato, sob a modalidade de emissão dolosa de cheques sem fundos, é o do local onde se deu a recusa do pagamento pelo sacado".
O estelionato não tem na fé pública (e sim no patrimônio) a sua objetividade jurídica, razão pela qual a assertiva da letra "a" está falsa.
Na letra "b", a assertiva é falsa porque o crime só se caracterizaria caso o agente, desde a celebração, não pretendesse cumprir o contrato, e não só porque deixou de cumpri-lo tendo já recebido o pagamento.
Também não está correta a assertiva da letra "c". A emissão de cheques sem fundos não caracteriza o crime quando o cheque for dado em garantia de pagamento e não como ordem de pagamento à vista da sua apresentação ao sacado.
13 - letra A. Se a vantagem é "devida" (e aí o perigo da questão), o fato não se enquadra no tipo da extorsão, pois lhe falta o elemento normativo "indevida" vantagem econômica (art. 158 do CP). O agente deverá responder por exercício arbitrário das próprias razões (art. 345 do CP).
14 - letra B. Para a caracterização do roubo próprio, é necessário que a violência ou ameaça seja empregada como meio de subtração da coisa, "art. 157. Subtrair coisa móvel alheia, para si ou para outrem, mediante grave ameaça ou violência a pessoa, ou depois de havê-la, por qualquer meio, reduzido à impossibilidade de resistência".
15 - letra C. Haverá receptação culposa quando o agente adquirir coisa móvel por preço muito baixo, mas sem saber que se trata de fruto de crime (art. 180, §3º/CP). A receptação dolosa imprópria constitui o fato de o sujeito influir para que terceiro, de boa-fé, adquira, receba ou oculte coisa produto de crime (art. 180, caput, 2ª parte/CP).
16 - letra C. O crime estará consumado com a ocorrência da vantagem do agente e o prejuízo de terceiro. Se não houver o prejuízo, haverá apenas tentativa do crime. A reparação do dano, a restituição e a apreensão do objeto material, excluindo ou reduzindo o prejuízo da vítima, não excluem o delito e nem levam à forma privilegiada (art. 171, §1º/CP). Será qualificado o crime cometido em detrimento de entidade de direito público (§3º).
17 - letra B. O ânimo de lucro não é essencial à existência do crime, e sim à destruição ou inutilização do objeto pelo agente. O crime só é punível a título de dolo. Admite-se a tentativa (ex.: o sujeito erra o alvo na conduta de abater a tiro um animal de propriedade alheia).
18 - letra A. No crime de usurpação de águas as águas podem ser públicas ou particulares. As águas públicas estão reguladas no Código de Águas (Dec. Nº 24.643/34).
19 - letra D. O latrocínio, roubo seguido de morte, é crime hediondo nos termos do art. 1º, da Lei nº 8.072/90. Se o crime é praticado contra menor de 14 anos, alienado mental ou pessoa que se encontra impossibilitada de oferecer resistência, a pena é agravada da metade. No tocante ao resultado - morte - o sujeito pode agir dolosa ou culposamente, configurando o delito.
20 - letra A. No furto, a fraude ilude a vigilância do ofendido, que, por isso, não tem conhecimento de que o objeto material está saindo da esfera de seu patrimônio e ingressando na disponibilidade do sujeito ativo. No estelionato, a fraude visa permitir que a vítima incida em erro e, por isso, despoje voluntariamente de seu bem, tendo consciência de que este está ingressando na esfera de disponibilidade do autor. E por ser necessário para caracterizar o crime de furto, a figura do ânimo de apossamento definitivo, o furto de uso não constitui crime para o Código Penal vigente.
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FURTO X ROUBO
Se um ladrão toma algo que pertence a outra pessoa sem estabelecer contato com ela, comete furto. Se houver contato com a vítima, violência ou ameaça, é roubo - assalto é um termo que não existe no direito, mas equivale ao roubo. Quando alguém entra numa casa vazia sem que os donos estejam lá dentro e leva bens de valor, configura-se um furto. O roubo, por sua vez, aconteceria se o ladrão invadisse a casa, encontrasse os moradores e os ameaçasse para levar seus bens. Para a Justiça, já que envolve violência contra alguém, o roubo, descrito no artigo 157 do Código Penal, é um crime bem mais grave do que o furto. Por isso, quem é apanhado roubando pode pegar de quatro a dez anos de prisão. De acordo com o artigo 155 do mesmo Código, a pena para quem furta é de um a quatro anos de cadeia. Em tempo: além do furto e do roubo, existe, na legislação penal, uma terceira forma ilegal de se apossar de algo que nãolhe pertence. É a chamada apropriação indébita, que rola quando se empresta algo a alguém que se nega a devolver.
FURTO
é uma figura de crime prevista nos artigos 155 do Código Penal, que consiste na subtração de coisa alheia móvel para si ou para outrem, com fim de assenhoramento definitivo. No furto não há violência ou grave ameaça, que difere do roubo por ser praticado mediante grave ameaça ou violência a pessoa.
Art. 155 - 
Subtrair, para si ou para outrem, coisa alheia móvel:
Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.
§ 1º - A pena aumenta-se de um terço, se o crime é praticado durante o repouso noturno.
§ 2º - Se o criminoso é primário, e é de pequeno valor a coisa furtada, o juiz pode substituir a pena de reclusão pela de detenção, diminuí-la de um a dois terços, ou aplicar somente a pena de multa.
§ 3º - Equipara-se à coisa móvel a energia elétrica ou qualquer outra que tenha valor econômico.
Furto Qualificado
§ 4º - A pena é de reclusão de 2 (dois) a 8 (oito) anos, e multa, se o crime é cometido:
I - com destruição ou rompimento de obstáculo à subtração da coisa;
II - com abuso de confiança, ou mediante fraude, escalada ou destreza;
III - com emprego de chave falsa;
IV - mediante concurso de duas ou mais pessoas.
§ 5º - A pena é de reclusão de 3 (três) a 8 (oito) anos, se a subtração for de veículo automotor que venha a ser transportado para outro Estado ou para o exterior.
ROUBO
Art. 157 - Subtrair coisa móvel alheia, para si ou para outrem, mediante grave ameaça ou violência a pessoa, ou depois de havê-la, por qualquer meio, reduzido à impossibilidade de resistência:
Pena - reclusão, de quatro a dez anos, e multa.
§ 1º - Na mesma pena incorre quem, logo depois de subtraída a coisa, emprega violência contra pessoa ou grave ameaça, a fim de assegurar a impunidade do crime ou a detenção da coisa para si ou para terceiro.
O roubo é classificado em dois tipos: o próprio e o impróprio.
No roubo próprio a violência (violência, grave ameaça ou qualquer outro meio que reduz a vítima a impossibilidade de resistência) é empregada antes ou durante a subtração e tem como objetivo permitir que a subtração se realize.
No roubo impróprio a subtração é realizada sem violência, e esta será empregada depois da subtração, pois tem como objetivo assegurar a impunidade pelo crime ou a detenção da coisa. Assim, o roubo impróprio é um furto que deu errado, pois começa com a simples subtração do furto, mas termina como roubo. Note-se que a violência posterior não precisa necessariamente ser contra o proprietário da coisa subtraída, podendo inclusive ser contra o policial que faz a perseguição, ela deve ser realizada com a finalidade de assegurar a impunidade do crime ou a detenção da coisa.
Convém ressaltar que se o agente não consegue realizar a subtração e emprega violência apenas para fugir, em razão do § 1º dispor que a coisa deve ter sido efetivamente subtraída, não haverá roubo impróprio, mas concurso material entre tentativa de furto e o crime correspondente à violência, que pode ser lesão corporal, tentativa de lesão, homicídio etc.
EXERCÍCIOS
1 - A e B, agindo de comum acordo, apontaram revólveres para C exigindo a entrega de seus bens. Quando B encostou sua arma no corpo de C, este reagiu entrando em luta corporal com A e B, recusando a entrega da “res furtiva”. Nesse entrevero, a arma portada por B disparou e o projétil atingiu C, que veio a falecer, seguindo-se a fuga de A e B, todavia, sem levar coisa alguma de C. Esse fato configura (TJSP, juiz, 2009, VUNESP)
a) Roubo tentado e lesão corporal seguida de morte.
b) Roubo tentado e homicídio consumado.
c) Latrocínio.
d) Homicídio consumado.
GABARITO
1 - letra C
O roubo qualificado pela morte da vítima é um crime qualificado pelo resultado, denominado pela doutrina e pela jurisprudência de latrocínio. O resultado agravador (morte) pode sobrevir tanto a título de dolo quanto a título de culpa. Exige-se, portanto, dolo no antecedente (roubo) e dolo ou culpa no consequente (morte). Os atos tendentes a tirar a vida da vítima devem sobrevir durante ou logo após o roubo, mas sempre em razão deste. Foi o que ocorreu no caso versado na questão em comento: houve a morte da vítima em razão do roubo, podendo-se imputar aos agressores, pelo menos a título de culpa, referido evento.
Quanto ao fato de não ter havido subtração, clara é a Súmula nº 610 do STF ao estabelecer que: “Há crime de latrocínio, quando o homicídio se consuma, ainda que não realize o agente a subtração de bens da vítima”.
http://www.lfg.com.br/public_html/article.php?story=20090508174554346
http://mundoestranho.abril.com.br/materia/qual-a-diferenca-entre-furto-roubo-e-assalto
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quinta-feira, 1 de janeiro de 2015
CÓDIGO PENAL - PARTE ESPECIAL
EXERCÍCIOS
1 - Caio pratica atos de execução do crime de homicídio. No entanto, antes de ocorrer a morte, impede que o resultado se produza. A conduta descrita configura: 
a) tentativa. 
b) desistência voluntária. 
c) arrependimento posterior. 
d) arrependimento eficaz. 
2 - Tício, imputável, inicia a execução de um crime. Antes da consumação, por deliberação própria, deixa de prosseguir os atos delituosos. A conduta descrita caracteriza: 
a) arrependimento posterior. 
b) arrependimento eficaz. 
c) desistência voluntária. 
d) consumação. 
3 - No crime de favorecimento pessoal, dispõe o §2º, do art. 348, do Código Penal: "Se quem presta o auxílio é ascendente, descendente, cônjuge ou irmão do criminoso, fica isento de pena". Tal dispositivo é causa de: 
a) exclusão de tipicidade. 
b) exclusão de ilicitude. 
c) exclusão de culpabilidade 
d) exclusão de punibilidade. 
4 - João subtraiu um telefone celular, avaliado na quantia de R$ 800,00, pertencente à Maria, para si, mediante grave ameaça, mantendo-a em seu poder, restringindo sua liberdade durante 2 horas, a fim de garantir o êxito da subtração. João deverá responder por: 
a) roubo e sequestro, em concurso formal. 
b) sequestro, já que este absorve o roubo.
c) roubo e sequestro, em concurso material. 
d) roubo circunstanciado. 
5 - Marcos, querendo matar seu vizinho, faz um disparo em sua direção. No entanto, não chega nem a lesioná-lo. Marcos: 
a) responderá por homicídio tentado. 
b) não responderá por crime nenhum, pois nem chegou a atingir seu vizinho. 
c) responderá por tentativa de lesão corporal. 
d) responderá lesão corporal consumada.
6 - O roubo cometido com emprego de arma de brinquedo deve ser punido: 
a) como roubo circunstanciado pelo uso de arma de fogo. 
b) como roubo simples. 
c) como roubo em concurso formal com crime de porte ilegal de arma. 
d) como furto qualificado pelo uso de violência. 
7 - "A", com 17 anos de idade, dispara contra a vítima que vem a morrer mais de um ano depois. "A": 
a) não responderá por crime algum, pois é menor de idade. 
b) responderá pelo crime de homicídio, de acordo com as regras do Estatuto da Criança e do Adolescente. 
c) responderá pelo crime de lesões corporais. 
d) responderá pelo crime de homicídio, de acordo com as regras do Código Penal, tendo em vista que já completou a maioridade. 
8 - João foi preso em flagrante por trazer consigo 10 papelotes e ter em depósito uma tonelada de cocaína, sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar. João deverá responder: 
a) por um único crime de tráfico de drogas (art. 33 da Lei nº 11.343/06). 
b) por dois crimes de tráfico de drogas (art. 33 da Lei nº 11.343/06), em concurso formal. 
c) por dois crimes de tráfico de drogas (art. 33 da Lei nº 11.343/06), em concurso material. 
d) por um único crime de porte ilegal de drogas (art. 28 da Lei nº 11.343/06), uma vez que distribuiu a substância

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