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1 Luís Henrique Santiago Nogueira Guimarães CONHECIMENTOS GERAIS LÍNGUA PORTUGUESA LEITURA E INTERPRETAÇÃO DE DIVERSOS TIPOS DE TEXTOS (LITERÁRIOS E NÃO LITERÁRIOS). Sinônimos e antônimos. Sentido próprio e figurado das palavras. Pontuação. Classes de palavras: substantivo, adjetivo, numeral, artigo, pronome, verbo, advérbio, preposição e conjunção: emprego e sentido que imprimem às relações que estabelecem. Concordância verbal e nominal. Regência verbal e nominal. Colocação pronominal. Crase. Técnica de redação: Manual de Redação da Presidência da República. RACIOCÍNIO LÓGICO Estrutura lógica das relações arbitrárias entre pessoas, lugares, coisas, eventos fictícios; deduzir novas informações das relações fornecidas e avaliar as condições usadas para estabelecer a estrutura daquelas relações. Estruturas lógicas, lógicas de argumentação, diagramas lógicos, sequências. CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS DIREITO CONSTITUCIONAL. Autonomia Municipal. Aspectos políticos, administrativos e financeiros de autonomia municipal. Competências Municipais. Assuntos de interesse local. Competência suplementar. Competência tributária. Competência administrativa. Poder Executivo. Atribuições. Competência privativa do Poder Executivo. Responsabilidade funcional do Chefe do Poder Executivo. Política urbana. Competências legislativas. Compatibilização vertical das normas aplicáveis. O Plano Diretor e a função social da propriedade urbana. Mecanismos de adequação de propriedade urbana ao cumprimento de sua função social. Usucapião urbana. Parcelamento e ocupação do solo urbano. Competências legislativas. Compatibilização vertical. Advocacia Pública. DIREITO ADMINISTRATIVO. Princípios e fontes. Administração Pública: conceito, natureza e princípios. Poderes administrativos; Poder de polícia; Conceito; Objeto; Atributos; Condições de validade. Relação de administração. Conceito e elementos. Entes Administrativos; Administração Pública direta, indireta e fundacional; Autarquia, Empresa Pública, Sociedade de Economia Mista; Fundações instituídas e subvencionadas pelo Poder Público. Bens públicos. Ato administrativo: Elementos e classificação. Existência, validade e eficácia. Contratos administrativos. Licitação: modalidades, procedimento licitatório, nulidade e revogação da licitação. Improbidade Administrativa. DIREITO TRIBUTÁRIO. Direito tributário constitucional; princípios; limitações do Poder de Tributar. Obrigação Tributária: conceito; fato gerador; sujeitos da obrigação tributária; objeto. Capacidade tributária. Domicílio tributário. Responsabilidade tributária; substituição tributária. Crédito tributário. Lançamentos. Suspensão e Extinção. Contencioso administrativo em matéria fiscal. Exclusão; isenção, anistia e imunidades. Garantias e privilégios do crédito tributário. Impostos municipais. DIREITO DO TRABALHO. Princípios do Direito Trabalho. Contrato de trabalho. Requisitos. Características. Espécies. Alteração. Suspensão. Interrupção. Extinção. Sujeitos do Contrato de Trabalho. Empregado. Empregador. Prescrição e Decadência. Acordo e Convenção Coletiva. Direito Processual do Trabalho. Defesa. Prova. Recursos. Execução. 2 Luís Henrique Santiago Nogueira Guimarães DIREITO CIVIL. Princípios gerais das obrigações. Propriedade. Conceito. Noções gerais. Função social da propriedade. Aquisição e perda. Restrições ao direito de propriedade. Parcelamento do solo urbano e rural. Responsabilidade civil do Estado. PROCESSO CIVIL. Processo e procedimento. Conceito e distinção – noções gerais. Princípios informativos do processo. Pressupostos processuais. Competência. Modificação e perpetuação da competência. Atos processuais. Formas, tempo, prazos, lugar e meios de comunicação dos atos processuais; citação e intimação. Atos do Juiz, das partes e dos auxiliares do juízo; os prazos e a Fazenda Pública Nulidades dos atos processuais. Formação, suspensão e extinção do processo. Hipóteses. Efeitos. Prova. Conceito e princípios gerais. Recursos. Conceito e noções gerais. Pressupostos de admissibilidade e mérito; espécies de recursos, peculiaridades e procedimentos; reexame necessário. A Fazenda Pública em Juízo. “Se um único homem atingir a plenitude do amor, neutraliza o ódio de milhões” GANDHI 3 Luís Henrique Santiago Nogueira Guimarães LÍNGUA PORTUGUESA LEITURA E INTERPRETAÇÃO DE DIVERSOS TIPOS DE TEXTOS (LITERÁRIOS E NÃO LITERÁRIOS). Sinônimos e antônimos. Sentido próprio e figurado das palavras. Pontuação. Classes de palavras: substantivo, adjetivo, numeral, artigo, pronome, verbo, advérbio, preposição e conjunção: emprego e sentido que imprimem às relações que estabelecem. Concordância verbal e nominal. Regência verbal e nominal. Colocação pronominal. Crase. Técnica de redação: Manual de Redação da Presidência da República. A gramática normativa estuda a palavra, basicamente sobre três aspectos: tônico, morfológico e sintático. a) Fonologia e fonética: estudam a estrutura sonora das palavras e a representação gráfica dos sons. A fonologia tem como objeto os fonemas, enquanto elementos formadores da palavra. A fonética preocupa-se principalmente com a realização dos fonemas pelos indivíduos; b) Morfologia: estuda a estrutura mórfica das palavras, ou seja, as possíveis formas em que as palavras podem apresentar-se e os processos utilizados em sua formação. Estuda também a classificação das palavras em classes de palavras ou classes gramaticais; c) Sintaxe: estuda as relações que se estabelecem entre os termos de uma oração e entre as orações de um texto. 1 SINÔNIMOS E ANTÔNIMOS O estudo desse tema se dá no campo da semântica, das relações de significado entre as palavras que podem ser classificadas de conforme sua representação sonora ou gráfica, muitas particularidades entre significante e significado ocorrem no processo de formação da língua e outras no decorrer de sua evolução, sinonímias, antonímias e homonímias. Semântica = Significação das palavras SINÔNIMO – igualdade de significado de palavras com som e grafia diferentes, ex.: invadir e alastrar; ‘Os insetos invadiram a plantação de arroz’; ‘Os insetos alastraram-se pela plantação de arroz’. ANTÔNIMO – palavras de significado oposto. HOMÔNIMOS – palavras de som e/ou grafia iguais, mas de significados diferentes: HOMÓGRAFAS – grafias iguais, mas de significados diferentes; HOMÓFONAS – sons iguais, mas grafias diferentes; HOMÔNIMAS PERFEITAS – grafias e sons idênticos. PARONÍMIA – palavras de som e grafia parecidos, porém de significados diversos. POLISSEMIA – a mesma palavra pode ter significados diferentes de acordo com o contexto ou com a evolução da língua. OBSERVAÇÃO: Formação das Palavras – O léxico de uma língua é dinâmico. Há palavras que caem em desuso, outras adquirem novos significados e há ainda aquelas que vão sendo criadas de acordo com novas necessidades. Na formação de palavras, a língua portuguesa obedece, basicamente, a dois processos: derivação e composição. Derivação: é o processo pelo qual palavras novas são criadas a partir de outras já existentes na língua. As palavras novas são denominadas derivadas e as que lhes dão origem, primitivas. 4 Luís Henrique Santiago Nogueira Guimarães 2 SENTIDO PRÓPRIO E FIGURADO DAS PALAVRAS A linguagem figurada é criada quando, ao sentido usual, denotativo de uma palavra, atribui-se um significado novo, que pouco ou nada tem que ver com seu sentido normal, ou seja, atribui-se a ela um sentido conotativo. DENOTAÇÃO – é o emprego da palavra no seu sentido usual, denotativo. o - o significado usual ou convencional da palavra é o primeiro informado no dicionário. É um tipode emprego em que a palavra fica sujeita a apenas um interpretação; o - a denotação é própria da linguagem informativa, científica ou técnica, porque os textos dessa natureza exigem informações claras, objetivas, exatas; CONOTAÇÃO – é o emprego da palavra fora do seu sentido normal: a ela é atribuído um novo significado, um novo sentido conotativo ou figurado. o - o sentido conotativo ou figurado (da palavra) é criado pelas circunstâncias, pelo contexto em que se encontra a palavra. É um tipo de emprego em que ela (a palavra) fica sujeita a mais de um tipo de interpretação; o - a conotação é própria da linguagem literária, porque os textos literários expressam o imaginário do autor, uma realidade criada por ele, fictícia. O objetivo do autor é puramente estético, artístico; o - a conotação está também presente na linguagem falada. Figuras de linguagem – são recursos expressivos que se revelam pelo modo não convencional com que as palavras são trabalhadas: COMPARAÇÃO METÁFORA METONÍMIA PERÍFRASE CATACRESE SINESTESIA Coesão e coerência textual – mecanismos responsáveis pela unidade significativa do texto. Coesão textual – consegue-se por meio de elementos linguísticos e gramaticais que fazem a conexão entre as palavras; Coerência textual – consegue-se por meio das relações semânticas entre as palavras e da retomada e progressão de informações. Estilo – considerado uma noção flutuante, que sempre ultrapassa os limites em que se pretende fechá-la, um desses termos caleidoscópicos que se transformam no próprio instante em que nos esforçamos por fixá-los (PIERRE GUIRAUD). 3 PONTUAÇÃO 4 CLASSES DE PALAVRAS: 4.1 SUBSTANTIVO “É a palavra que expressa as nomes dos seres”. “Assim que Pedro entrou no carro, caiu uma forte chuva”. As palavras destacadas representam seres. Podemos conceber como ser tudo aquilo que existe ou imaginamos existir. Dessa forma, substantivos podem ser nomes de pessoas, objetos ou fenômenos naturais. O substantivo representa todos os tipos de seres: 5 Luís Henrique Santiago Nogueira Guimarães - Seres materiais: Lucas, Criança, Arvore, Água; - Seres espirituais ou religiosos: Deus, Anjo, Satanás, Alma; - Seres mitológicos ou fictícios: Cupido, Saci, Fada, Branca de Neve; - Expresse também, os nomes das qualidades, dos estados e das ações dos seres: - Beleza, Feiura; - Alegria, tristeza; - Abraço, Beijo. CLASSIFICAÇÃO DOS SUBSTANTIVOS: Comuns: São aqueles que representam um ser qualquer da espécie. Exemplos: criança, rio, cidade, estado, país. Próprios: São aqueles que representam um ser específico da espécie. Exemplos: João, Tietê, Sergipe, Brasil. - pessoas – Bruna, Flávia, Fernanda. - localidades – Londrina (cidade), XV de novembro (rua), Ipanema (praia/bairro). - instituições – Banco do Brasil, AACD, ANVISA. - acidentes geográficos – Itaparica (ilha), Amazonas (rio). - animais domésticos – Athabasca, Átila. Concretos: São aqueles que representam seres de existência independente de outros seres. Exemplos: mulher, Rodrigo, computador, alma, anjo, saci, bruxa. Abstratos: São aqueles que representam seres de existência dependente de outros seres. Exemplos: beleza (existe no ser que é belo), tristeza (existe no ser que está triste), juventude (existe no ser que é jovem), corrida (existe no ser que corre). São portanto, abstratos os substantivos que expressam nomes de: - qualidades – beleza (de belo), meiguice (de meigo), doçura (de doce); - estados – tristeza (de triste), alegria (de alegre), cansaço (de cansado); - ações – beijo (de beijar), abraço (de abraçar), correria/corrida (de correr). Coletivos: O coletivo é um tipo de substantivo comum que, mesmo estando no singular, indica vários seres de uma mesma espécie. Exemplos: Matilha, Álbum, Arquipélago, Flora, Enxoval, Esquadra, etc. Adjetivo, numeral, artigo, pronome, verbo, advérbio, preposição; e Conjunção: emprego e sentido que imprimem às relações que estabelecem. Concordância verbal e nominal. Regência verbal e nominal. 6 Luís Henrique Santiago Nogueira Guimarães Colocação pronominal. Crase. Técnica de redação: Manual de Redação da Presidência da República. 7 Luís Henrique Santiago Nogueira Guimarães RACIOCÍNIO LÓGICO Estrutura lógica das relações arbitrárias entre pessoas, lugares, coisas, eventos fictícios; deduzir novas informações das relações fornecidas e avaliar as condições usadas para estabelecer a estrutura daquelas relações. Estruturas lógicas, lógicas de argumentação, diagramas lógicos, sequências. 1 ESTRUTURA LÓGICA DAS RELAÇÕES ARBITRÁRIAS ENTRE PESSOAS, LUGARES, COISAS, EVENTOS FICTÍCIOS Introdução a Estruturas Lógicas A Lógica. Proposições Já vi algumas questões de concurso com a seguinte definição de Lógica: Lógica é o estudo das relações entre afirmações, não da verdade dessas afirmações. Um argumento é um conjunto de fatos e opiniões (premissas) que dão suporte a uma conclusão. Isso não significa que as premissas ou a conclusão sejam necessariamente verdadeiras; entretanto, a análise dos argumentos permite que seja testada a nossa habilidade de pensar logicamente. (Fonte: Fundação Carlos Chagas) Assim, em resumo: 1) A Lógica estuda relações entre afirmações, que são chamadas proposições; 2) As premissas e conclusões não precisam ser necessariamente verdadeiras; 3) O objetivo é pensar logicamente. A primeira coisa a aprender quando começamos a estudar o Raciocínio Lógico é o que são proposições. Proposição é uma frase, ou uma equação, ou uma expressão, cujo conteúdo pode ser considerado Verdadeiro ou Falso. Há dois tipos de proposições: as simples e as compostas. As proposições simples são afirmações. São frases bem no padrão que aprendemos em Língua Portuguesa: formadas, no mínimo, por um sujeito e um verbo. Exemplo de proposição simples: O Brasil não ganhou a Copa de 2014. Sabemos que a frase acima é Verdadeira. O Brasil, efetivamente, não ganhou a Copa de 2014 (quem ganhou foi a Alemanha – QUEM NÃO SE LEMBRA DO 7 x 1 ÔOOOO TRISTEZA). Já as proposições compostas são aquelas formadas por duas ou mais proposições simples. Elas possuem conectivos, ligando uma proposição à outra. Por exemplo: A Alemanha ganhou a Copa de 2014 e a Argentina ficou em segundo. Percebam que, na frase acima, existem 3 proposições: Proposição 1 (proposição simples): A Alemanha ganhou a Copa de 2014 (sabemos que é Verdadeiro). Proposição 2 (proposição simples): A Argentina ficou em segundo (é Verdadeiro). Proposição 3 (proposição composta): A Alemanha ganhou a Copa de 2014 e a Argentina ficou em segundo. 8 Luís Henrique Santiago Nogueira Guimarães Na Proposição 3, as duas proposições simples estão ligadas pelo conectivo E. Vamos estudá-lo mais para frente, mas, para uma frase com o conectivo E ser Verdadeira, as duas proposições simples que a formam devem ser Verdadeiras também. Como as duas proposições simples que a formam são realmente Verdadeiras, a proposição composta também é Verdadeira. Mas, se disséssemos: O Brasil ganhou a Copa de 2014 e a Argentina ficou em segundo. Nesse caso, teríamos uma das proposições simples Verdadeira, e a outra Falsa (pois o Brasil não ganhou a Copa). A proposição composta, é, portanto, Falsa, pois, como disse antes, para o Conectivo E as duas proposições simples devem ser Verdadeiras para a proposição composta ser Verdadeira. Podemos utilizar outro conectivo. Se trocarmos o conectivo E pelo OU,a frase fica: O Brasil ganhou a Copa de 2014 ou a Argentina ficou em segundo. Nesse caso, também temos uma das proposições simples Verdadeira, e a outra Falsa (pois o Brasil não ganhou a Copa). No entanto, a proposição composta é Verdadeira. Por que? Porque, para o conectivo OU, basta que uma das proposições simples sejam Verdadeiras para a proposição composta ser Verdadeira. Como a Argentina realmente ficou em segundo na Copa, a proposição composta com o conectivo Ou é Verdadeira. Não existem só esses conectivos. Mas a sistemática da coisa é assim. De acordo com o conectivo usado, as mesmas proposições simples podem resultar em proposições compostas Verdadeiras ou Falsas. Voltando a falar sobre as proposições, já sabemos que elas são afirmações de que podemos extrair um valor lógico (uma “alma”, digamos assim). E este valor lógico tem que ser sempre Verdadeiro ou Falso. Dessa forma, não podem ser proposições: Sentenças interrogativas: “O que você comeu hoje?” – (não podemos classificar em verdadeiro ou falso). Sentenças imperativas: “Vai lá e depois me conta como foi” – (também não podemos classificar em verdadeiro ou falso). Sentenças exclamativas: “Que legal!!!” (como classificar em verdadeiro ou falso?). Sentenças sem verbo: “Casa azul” (lembrando que “A casa é azul” possui verbo... e pode ser classificada em verdadeiro ou falso). Sentenças que podem mudar de significado. Por exemplo, uma equação formada apenas por incógnitas. Agora, vamos ver a fundo cada conectivo. Começaremos pelo conectivo E. 9 Luís Henrique Santiago Nogueira Guimarães Conectivo E Nome: conjunção Símbolo: ^ O que significa: a proposição composta só será verdadeira se ambas as proposições simples forem verdadeiras. Por exemplo: A Alemanha ganhou a Copa de 2014 e a Argentina ficou em segundo. Se a primeira proposição (A Alemanha ganhou a Copa de 2014) estiver correta, e a segunda (Argentina ficou em segundo) também, a proposição toda (a frase toda) está correta. Senão, ela está errada. Ou seja, se V e V = V. Da mesma maneira, se uma das proposições estiverem erradas, a proposição composta estará errada. Portanto: V e F = F Por exemplo: O Dunga é o técnico da Seleção Brasileira e o Rogério Ceni é jogador da Seleção PS: o Dunga é realmente o técnico da seleção brasileira, ou seja, a primeira proposição está correta. Mas o Rogério Ceni não é jogador da Seleção Brasileira, então a segunda proposição está errada. PS: para os que não gostam de futebol essa aula também serve para agregar conhecimentos futebolísticos HAHAHAHA Portanto, o valor lógico (a alma da proposição) é: V e F = F (ou seja, a proposição composta é Falsa) Mais um exemplo: O Zagallo é o técnico da Seleção Brasileira e o Neymar é jogador da Seleção. PS: o Zagallo não é o técnico da seleção brasileira, ou seja, a primeira proposição está falsa. Mas o Neymar é jogador da Seleção Brasileira, então a segunda proposição está correta. Portanto, o valor lógico é: F e V = F (ou seja, a proposição composta é Falsa) Último exemplo: O Zagallo é o técnico da Seleção Brasileira e o Rogério Ceni é jogador da Seleção PS: o Zagallo não é o técnico da seleção brasileira, ou seja, a primeira proposição está falsa. E o Rogério Ceni não é jogador da Seleção Brasileira, então a segunda proposição também está errada. Portanto, o valor lógico é: F e F = F Assim, em resumo, o conectivo E se comporta da seguinte forma (a tabela abaixo é conhecida como Tabela-Verdade. Não se preocupem com esse nome agora, mais para frente falarei mais sobre ela): CONECTIVO E V e V = V V e F = F F e V = F F e F = F 10 Luís Henrique Santiago Nogueira Guimarães Conectivo Ou Nome: disjunção Símbolo: v O que significa: Se uma das proposições simples for verdadeira, a proposição composta já será verdadeira. Dessa forma, ela só será falsa se ambas as proposições simples forem falsas – em todos os outros casos, a proposição composta será sempre verdadeira. Por exemplo: O Dunga é o técnico da Seleção Brasileira ou o Neymar é jogador da Seleção. Valor lógico: V ou V Como falamos, a proposição composta só será falsa se as duas proposições estiverem falsas. E, nessa proposição, as duas proposições estão corretas. Portanto, a proposição composta é Verdadeira. Ou seja, se V ou V = V. Da mesma maneira, se uma das proposições estiver correta, a proposição composta estará correta. Portanto: V ou F = V Mais um exemplo: O Dunga é o técnico da Seleção Brasileira ou o Rogério Ceni é jogador da Seleção Valor lógico: V ou F = V (ou seja, a proposição composta é Verdadeira) Terceiro exemplo: O Zagallo é o técnico da Seleção Brasileira ou o Neymar é jogador da Seleção Valor lógico: F ou V = V (ou seja, a proposição composta é Verdadeira) Último exemplo: O Zagallo é o técnico da Seleção Brasileira ou o Rogério Ceni é jogador da Seleção Nesse caso, temos duas proposições falsas. Agora sim, a proposição composta terá valor lógico falso (único caso). Valor lógico: F ou F = F (ou seja, a proposição composta é Falsa) Assim, em resumo, o conectivo OU se comporta da seguinte forma: CONECTIVO OU V ou V = V V ou F = V F ou V = V F ou F = F Conectivo Se...Então Nome: Condicional Símbolo: O que significa: A primeira proposição exprime uma condição para a segunda. Se a primeira frase for Verdadeira, então a segunda também deverá ser. Se a primeira frase for Falsa, então a condição não se cumpriu, ou seja, tanto faz se a segunda frase for Verdadeira ou Falsa, porque a frase toda será Verdadeira. Por exemplo: Se o Dunga é o técnico da Seleção Brasileira então o Neymar é jogador da Seleção. Valor lógico: Se V então V = V (ou seja, a proposição composta é Verdadeira) 11 Luís Henrique Santiago Nogueira Guimarães Mais um exemplo: Se o Muricy é o técnico da Seleção Brasileira então o Rogério Ceni é jogador da Seleção. Valor lógico: Se F então F = V (ou seja, a proposição composta é Verdadeira) E Se o Muricy é o técnico da Seleção Brasileira então o Neymar é jogador da Seleção. Valor lógico: Se F então V = V (ou seja, a proposição composta é Verdadeira) Reparem que, se a primeira proposição for falsa, a sentença será sempre verdadeira. Afinal, se o Muricy for o técnico, então o Rogério Ceni pode ser jogador e o Neymar também. Gravem isso: se a primeira proposição do Se...então é falsa, a sentença é como um todo é verdadeira. Último exemplo: Se o Dunga é o técnico da Seleção Brasileira então o Rogério Ceni é jogador da Seleção. Valor lógico: Se V então F = F (ou seja, a proposição composta é Falsa) Esse é o caso mais importante, e é dele que vocês vão lembrar toda vez que fizerem uma questão sobre o assunto. A sentença composta Se...então só é falsa se a primeira proposição for verdadeira e a segunda é falsa. Ou seja, para uma sentença composta, cuja primeira proposição é verdadeira, ser verdadeira, a segunda proposição deve NECESSARIAMENTE ser verdadeira também. Da mesma forma, se a segunda proposição for falsa, a primeira proposição deverá ser falsa também. Resumindo, a situação Se V então F é PROIBIDA. Assim, em resumo, a estrutura Se...então se comporta da seguinte forma: ESTRUTURA SE...ENTÃO Se V então V = V Se V então F = F Se F então V = V Se F então F = V Conectivo Se... e somente se ... Nome: Bicondicional Símbolo: A Bicondicional p se e somente se q é outra proposição que tem como valor lógico V se p e q forem ambas verdadeiras ou ambas falsas, e F nos outroscasos. Veja-se a seguinte tabela- verdade: ESTRUTURA se ... e somente se ... Se V e somente se V = V Se F e somente se V = F Se V e somente se F = F Se F e somente se F = V 12 Luís Henrique Santiago Nogueira Guimarães ESTRUTURAS LÓGICAS, LÓGICAS DE ARGUMENTAÇÃO, DIAGRAMAS LÓGICOS, SEQUÊNCIAS SEQUÊNCIA Denominamos genericamente como sequência a toda fila ordenada de termos (números, letras, figuras, palavras, etc) que obedeçam a um padrão de formação. Exemplos de sequências: a) (13, 18, 23, 28, 33, 38) cada termos, a partir do 2º (segundo), é igual ao anterior adicionado + 5 unidades; b) (A, D, G, J) as letras foram tomadas de 3 (três) em 3 (três), em ordem alfabética, a partir do “A”, ou seja: A, b, c, D, e, f, G, h, i, J. c) (Triângulo – 0, quadrado – 2, pentágono – 5, hexágono – 9) tem-se os nomes de figuras planas a partir de 3 (três) lados, acompanhados do nº (número) de diagonais em cada um deles, isto e: Nenhuma diagonal, duas diagonais, cinco diagonais, nove diagonais. Determinação de um termo por indução: São comuns questões de concurso onde se encontra o valor de um termo de uma dada sem que seja declarado o padrão de formação de seus termos. Em tais questões é necessário descobrir o padrão de formação e isto exige um tipo de raciocínio, conhecido como raciocínio indutivo ou indução, no qual nossas conclusões justificam-se apenas por sua coerência em relação aos casos anteriores. Algo como: ‘se todos os casos anteriores obedeceram a este padrão, então o próximo deverá obedecê-lo também’. É importante salientar que não há nenhum tipo de garantia lógica ou matemática de que as conclusões obtidas por indução estejam certa. Existem, aliás, na matemática alguns exemplos célebres de conclusões incorretas obtidas a partir de raciocínios indutivos. Entretanto, o que se pretende verificar com as questões que envolvem a percepção de padrões é capacidade do candidato de formular e testar hipóteses. No estudo da matemática estudamos um tipo de sequência: a sequência numérica. Essa sequência que estudamos em matemática é composta por números que estão dispostos em uma determinada ordem preestabelecida. Ao representarmos uma sequência numérica, devemos colocar seus elementos entre parênteses. Vejamos alguns exemplos de sequências numéricas: (2, 4, 6, 8, 10, 12, ...) sequência de números pares positivos; PROGRESSÃO ARITMÉTICA (PA) Cada termo a partir do segundo é determinado pela soma do anterior por uma constante chamada razão. Para determinar os termos da sequência, aplica-se a seguinte fórmula: an = a1 + (n – 1) . r an = n.ésimo termo da sequência a1 = primeiro termo n = posição do termo na sequência r = razão Ainda em relação a PA, temos a fórmula que fornece a soma dos n primeiros termos, que é a seguinte: Sn = n . (a1 + na) 13 Luís Henrique Santiago Nogueira Guimarães 2 Sn = soma dos n primeiros termos de uma PA N = posição do termo na sequência a1 = primeiro termo da sequência an = n.ésimo termo da sequência Exercício: Encontre o 20º (vigésimo) termo da sequência (1, 3, 5, 7 ...) e calcule a soma dos 20 primeiros termos: a1 = 1 n = 20 r = 2 an = 1 + (20 – 1). 2 an = 1 + 19.2 an = 1+38 an = 39 O vigésimo termo da sequência é o nº 39. Sn = 20. (1 + 39) 2 Sn = 10.40 Sn = 400 A soma dos vinte primeiros termos é 400. PROGRESSÃO GEOMÉTRICA (PG) Já a progressão geométrica (PG) pode ser entendida como qualquer sequência de números em que, a partir do 2º (segundo) termo, a sequência é dada por meio da multiplicação do termo anterior pela razão. Veja-se a fórmula: an = a1 . qn – 1 an = n.ésimo termo da sequência a1 = primeiro termo da sequência q = razão n = posição do termo da sequência Nessa progressão, também temos a fórmula da soma dos n primeiros termos, que é dada por: Sn = a1 . (qn - 1) q - 1 Sn = soma dos n primeiros termos de uma PG a1 = primeiro termo da sequência q = razão n = posição do termo na sequência Exercício 14 Luís Henrique Santiago Nogueira Guimarães Determine o sexto termo da PG (2, 6, 18, 54, ...) e, em seguida, calcule a soma dos 6 (seis) primeiros termos. Para resolvermos esse exercício, devemos calcular primeiro a razão (q). Para isso, efetuamos as seguintes divisões: 6 = 3 2 18 = 3 6 54 = 3 18 Com isso, verificamos que a razão da PG é 3. Sabendo que a1 = 2 e n = 6, substituímos na fórmula: A6 = 2. (3)6-1 A6 = 2.35 A6 = 2.243 A6 = 486 O sexto termo da PG é 486. A soma dos 6 (seis) primeiros termos da sequência: Sn = a1 . (qn - 1) q – 1 S6 = 2. (36 - 1) 3 - 1 S6 = 2 . (279 – 1) 2 S6 = 278 A soma dos 6 (seis) primeiros termos desta sequência é 278. SEQUÊNCIA DE FIBONACCI A sequência de Fibonacci é uma sequência de números, onde o número 1 é o primeiro e o 2º (segundo) termo da ordem e os demais são originados pela soma de seus dois antecessores. Vejamos: ( 1, 1, 2, 3, 5, 8, 13, 21, 34, 55, 89, 144, 233, 377, 610, 987, 1597, 2584, 4181 ...) Analisada como uma sequência numérica, ela não passa de uma simples organização de numerais que recebem um toque de lógica matemática. Mas o que faz dessa ordem de números, uma descoberta especial, é a sua ligação com os fenômenos da natureza e o valor aproximado da constante 1,6, quociente da divisão entre um número e seu antecessor na sequência, a partir do número 3. Os grandes estudiosos sempre procuraram a proporção ideal a ser aplicada nas construções e nas artes. E foi com esse propósito que os gregos criaram o RETÂNGULO DE OURO e os egípcios construíram as pirâmides. O retângulo obedecia a relação entre o comprimento e a largura, sendo a divisão entre eles, igual a 1,6. Esse quociente também era registrado entre as pedras utilizadas na construção de pirâmides, considerando que a pedra inferior seria maior que superior. Nesse caso, a divisão entre elas também 1,6, pois esse valor era considerado um símbolo de perfeição nas construções, chegando a receber o nome de DIVINA PROPORÇÃO. 15 Luís Henrique Santiago Nogueira Guimarães Fibonacci surge por volta de 1200 estabelecendo a famosa sequência, a partir de observações feitas na evolução da população de um casal de coelhos. Ao observar a beleza da natureza, descobriu a divina proporção em várias plantas, como p. ex., a espiral da folha de uma bromélia. A espiral cresce na mesma medida que o retângulo de ouro, obedecendo a proporção de 1,618. Veja-se as figuras: Folha da bromélia e sua espiral: Os retângulos aumentam suas áreas de acordo com a sequência de Fibonacci. Todos eles possuem medidas exatas de acordo com a divina proporção: Na natureza, observamos a sequência em outras situações, vejamos: As espirais de um caracol aumentam de acordo com a divina proporção 16 Luís Henrique Santiago Nogueira Guimarães A proporção entre abelhas fêmeas e machos de uma colmeia, também é respeitada a proporção de ouro. Os artistas Michelangelo e Leonardo da Vinci aplicaram em suas obras a proporção de ouro, enfatizando em suas artes o número constante 1,6. Da Vinci observou a presença do número de ouro no corpo humano, realizando as seguintes medições: Altura da pessoa dividida pela altura do umbigo em relação ao solo; Medida inteira da perna dividida pela altura do joelho até o solo; Medida do braço inteiro dividida pelo tamanho do cotovelo até o dedo; Medida do dedo inteiro dividida pelo tamanho da dobra central até a ponta. Outras medições realizadas no corpo humano satisfazem a constante do número de ouro. Em virtude dessa descoberta, clínicas de estéticarealizam cirurgias plásticas faciais em pacientes que desejam enquadrar suas medidas, visando à busca pela perfeição. 17 Luís Henrique Santiago Nogueira Guimarães DIREITO CONSTITUCIONAL. Autonomia Municipal. Aspectos políticos, administrativos e financeiros de autonomia municipal. Competências Municipais. Assuntos de interesse local. Competência suplementar. Competência tributária. Competência administrativa. Poder Executivo. Atribuições. Competência privativa do Poder Executivo. Responsabilidade funcional do Chefe do Poder Executivo. Política urbana. Competências legislativas. Compatibilização vertical das normas aplicáveis. O Plano Diretor e a função social da propriedade urbana. Mecanismos de adequação de propriedade urbana ao cumprimento de sua função social. Usucapião urbana. Parcelamento e ocupação do solo urbano. Competências legislativas. Compatibilização vertical. Advocacia Pública. CF: TÍTULO III – DA ORGANIZAÇÃO DO ESTADO Capítulo I – Da Organização Político-Administrativa Art. 18. A organização político-administrativa da República Federativa do Brasil compreende a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, todos autônomos, nos termos desta Constituição. § 1º. Brasília é a Capital Federal. § 2º. Os Territórios Federais integram a União, e sua criação, transformação em Estado ou reintegração ao Estado de origem serão reguladas em lei complementar. § 3º. Os Estados podem incorporar-se entre si, subdividir-se ou desmembrar-se para se anexarem a outros, ou formarem novos Estados ou Territórios Federais, mediante aprovação da população diretamente interessada, através de plebiscito, e do Congresso Nacional, por lei complementar. § 4º. A criação, a incorporação, a fusão e o desmembramento de Municípios far- se-ão por meio de lei estadual, dentro do período determinado por lei complementar federal, e dependerão de aprovação prévia, mediante plebiscito, às populações dos Municípios envolvidos, após divulgação dos Estudos de Viabilidade Municipal, apresentados e publicados na forma da lei. Art. 19. É vedado à União, aos Estados, aos Distrito federal e aos Municípios: I – estabelecer cultos religiosos ou igrejas, subvencioná-los, embaraçar-lhes o funcionamento ou manter com eles ou seus representantes relações de dependência ou aliança, ressalvada, na forma da lei, a colaboração de interesse público; II – recusar fé aos documentos públicos; III – criar distinções entre brasileiros ou preferências entre si. Capítulo II – Da União (...) Art. 23. É competência comum da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios: I – zelar pela guarda da Constituição, das leis e das instituições democráticas e conservar o patrimônio público; II – cuidar da saúde e assistência pública, da proteção e garantia das pessoas portadoras de deficiência; III – proteger os documentos, as obras e outros bens de valor histórico, artístico e cultural, os monumentos, as paisagens naturais notáveis e os sítios arqueológicos; IV – impedir a evasão, a destruição e a descaracterização de obras de arte e de outros bens de valor histórico, artístico ou cultural; 18 Luís Henrique Santiago Nogueira Guimarães V – proporcionar meios de acesso à cultura, à educação, à ciência, à tecnologia, à pesquisa e à inovação; VI – proteger o meio ambiente e combater a poluição em qualquer de suas formas; VII – preservar as florestas, a fauna e a flora; VIII – fomentar a produção agropecuária e organizar o abastecimento alimentar; IX – promover programas de construção de moradias e a melhoria das condições habitacionais e de saneamento básico; X – combater as causas da pobreza e os fatores de marginalização, promovendo a integração social dos setores desfavorecidos; XI – registrar, acompanhar e fiscalizar as concessões de direitos de pesquisa e exploração de recursos hídricos e minerais em seus territórios; XII – estabelecer e implantar política de educação para a segurança do trânsito. Parágrafo único. Leis complementares fixarão normas para cooperação entre a União e os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, tendo em vista o equilíbrio do desenvolvimento e do bem-estar em âmbito nacional. (...) Capítulo IV – Dos Municípios Art. 29. O Município reger-se-á por lei orgânica, votada em 2 (dois) turnos, com interstício mínimo de 10 (dez) dias, e aprovada por 2/3 (dois terços) dos membros da Câmara Municipal, que a promulgará, atendidos os princípios estabelecidos nesta Constituição, na Constituição do respectivo Estado e os seguintes preceitos: I – a eleição do Prefeito, do Vice-Prefeito e dos Vereadores, para mandato de 4 (quatro) anos, mediante pleito direto e simultâneo realizado em todo o País; II – eleição do Prefeito e do Vice-Prefeito realizada no 1º (primeiro) domingo de outubro do ano anterior ao término do mandato dos que devam suceder, aplicadas as regras do art. 77 no caso de Municípios com mais de 200.000 (duzentos mil) eleitores; III – posse do Prefeito e do Vice-Prefeito no dia 1º (primeiro) de janeiro do ano subsequente ao da eleição; IV – para a composição das Câmaras Municipais, será observado o limite máximo de: a) 9 (nove) Vereadores, nos Municípios de 15.000 (quinze mil) habitantes; b) 11 (onze) Vereadores, nos Municípios com mais de 15.000 (quinze mil) habitantes e de até 30.000 (trinta mil) habitantes; c) 13 (treze) Vereadores, nos Municípios com mais de 30.000 (trinta mil) habitantes e de até 50.000 (cinquenta mil) habitantes; d) 15 (quinze) Vereadores, nos Municípios com mais de 50.000 (cinquenta mil) habitantes e de até 80.000 (oitenta mil) habitantes; e) 17 (dezessete) Vereadores, nos Municípios com mais de 80.000 (oitenta mil) habitantes e de até 120.000 (cento e vinte mil) habitantes; f) 19 (dezenove) Vereadores, nos Municípios com mais de 120.000 (cento e vinte mil) habitantes e de até 160.000 (cento e sessenta mil) habitantes; g) 21 (vinte e um) Vereadores, nos Municípios com mais de 160.000 (cento e sessenta mil) habitantes e de até 300.000 (trezentos mil) habitantes; h) 23 (vinte e três) Vereadores, nos Municípios com mais de 300.000 (trezentos mil) habitante e de até 450.000 (quatrocentos e cinquenta mil) habitantes; i) 25 (vinte e cinco) Vereadores, nos Municípios com mais de 450.000 (quatrocentos e cinquenta mil) habitantes e de até 600.000 (seiscentos mil) habitantes; j) 27 (vinte e sete) Vereadores, nos Municípios com mais de 600.000 (seiscentos mil) habitantes e de até 750.000 (setecentos e cinquenta mil) habitantes; 19 Luís Henrique Santiago Nogueira Guimarães k) 29 (vinte e nove) Vereadores, nos Municípios com mais de 750.000 (setecentos e cinquenta mil) habitantes e de até 900.000 (novecentos mil) habitantes; l) 31 (trinta e um) Vereadores, nos Municípios com mais de 900.000 (novecentos mil) habitantes e de até 1.050.000 (um milhão e cinquenta mil) habitantes; m) 33 (trinta e três) Vereadores, nos municípios com mais de 1.050.000 (um milhão e cinquenta mil) habitantes e de até 1.200.000 (um milhão e duzentos mil) habitantes; n) 35 (trinta e cinco) Vereadores, nos Municípios com mais de 1.200.000 (um milhão e duzentos mil) habitantes e de até 1.350.000 (um milhão trezentos e cinquenta mil) habitantes; o) 37 (trinta e sete) Vereadores, nos Municípios com mais de 1.350.000 (um milhão trezentos e cinquenta mil) habitantes e de até 1.500.000 (um milhão e quinhentos mil) habitantes; p) 39 (trinta e nove) Vereadores, nos Municípios com mais de 1.500.000 (um milhão e quinhentos mil) habitantes e de até 1.800.000 (um milhão e oitocentos mil) habitantes; q) 41 (quarenta e um) Vereadores, nos Municípios com mais de 1.800.000 (um milhão e oitocentos mil) habitantes e de até 2.400.000 (dois milhões e quatrocentosmil) habitantes; r) 43 (quarenta e três) Vereadores, nos Municípios com mais de 2.400.000 (dois milhões e quatrocentos mil) habitantes e de até 3.000.000 (três milhões) de habitantes; s) 45 (quarenta e cinco) Vereadores, nos Municípios com mais de 3.000.000 (três milhões) de habitantes e de até 4.000.000 (quatro milhões) de habitantes; t) 47 (quarenta e sete) Vereadores, nos Municípios com mais de 4.000.000 (quatro milhões) de habitantes e de até 5.000.000 (cinco milhões) de habitantes; u) 49 (quarenta e nove) Vereadores, nos Municípios com mais de 5.000.000 (cinco milhões) de habitantes e de até 6.000.000 (seis milhões) de habitantes; v) 51 (cinquenta e um) Vereadores, nos Municípios com mais de 6.000.000 (seis milhões) de habitantes e de até 7.000.000 (sete milhões) de habitantes; w) 53 (cinquenta e três) Vereadores, nos Municípios com mais de 7.000.000 (sete milhões) de habitantes e de até 8.000.000 (oito milhões) de habitantes; e x) 55 (cinquenta e cinco) Vereadores, nos Municípios com mais de 8.000.000 (oito milhões) de habitantes; V – subsídios do Prefeito, do Vice-Prefeito e dos Secretários Municipais fixados por lei de iniciativa da Câmara Municipal, observado o que dispõem os arts. 37, XI, 39, § 4º, 150, II, 153, III, e 153, § 2º, I; VI – o subsídio dos Vereadores será fixado pelas respectivas Câmaras em cada legislatura para a subsequente, observado o que dispõe esta Constituição, observados os critérios estabelecidos na respectiva Lei Orgânica e os seguintes limites máximos: a) Em Municípios de até 10.000 (dez mil) habitantes, o subsídio máximo dos Vereadores corresponderá a 20% (vinte por cento) do subsídio dos Deputados Estaduais; b) Em Municípios de 10.001 (dez mil e um) habitantes a 50.000 (cinquenta mil) habitantes, o subsídio máximo dos Vereadores corresponderá a 30% (trinta por cento) do subsídio dos Deputados Estaduais; c) Em Municípios de 50.001 (cinquenta mil e um) habitantes a 100.000 (cem mil) habitantes, o subsídio dos Vereadores corresponderá a 40% (quarenta por cento) do subsídio dos Deputados Estaduais; 20 Luís Henrique Santiago Nogueira Guimarães d) Em Municípios de 100.001 (cem mil e um) habitantes a 300.000 (trezentos mil) habitantes, o subsídio dos Vereadores corresponderá a 50% (cinquenta por cento) do subsídio dos Deputados Estaduais; e) Em Municípios de 300.001 (trezentos mil e um) habitantes a 500.000 (quinhentos mil) habitantes, o subsídio máximo dos Vereadores corresponderá a 60% (sessenta por cento) do subsídio dos Deputados Estaduais; f) Em Municípios de mais de 500.000 (quinhentos mil) habitantes, o subsídio máximo dos Vereadores corresponderá a 75% (setenta e cinco por cento) do subsídio dos Deputados Estaduais; VII – o total da despesa com a remuneração dos Vereadores não poderá ultrapassar o montante de 5% (cinco por cento) da receita do Município; VIII – inviolabilidade dos Vereadores por suas opiniões, palavras e votos no exercício do mandato e na circunscrição do Município; IX – proibições e incompatibilidades, no exercício da vereança, similares, no que couber, ao disposto nesta Constituição para os membros do Congresso Nacional e, na Constituição do respectivo Estado, para os membros da Assembleia Legislativa; X – julgamento do Prefeito no Tribunal de Justiça; XI – organização das funções legislativas e fiscalizadoras da Câmara Municipal; XII – cooperação das associações representativas no planejamento municipal; XIII – iniciativa popular no projeto de lei de interesse específico do Município, da cidade ou de bairros, através de manifestação de, pelo menos, 5% (cinco por cento) do eleitorado; XIV – perda do mandato do Prefeito, nos termos do art. 28, parágrafo único. Art. 29-A. O total da despesa do Poder Legislativo Municipal, incluídos os subsídios dos Vereadores e excluídos os gastos com inativos, não poderá ultrapassar os seguintes percentuais, relativos ao somatório da receita tributária e das transferências previstas no § 5º do art. 153 e nos arts. 158 e 159, efetivamente realizado no exercício anterior: I – 7% (sete por cento) para Municípios com população de até 100.000 (cem mil) habitantes; II – 6% (seis por cento) para Municípios com população entre 100.000 (cem mil) e 300.000 (trezentos mil) habitantes; III – 5% (cinco por cento) para Municípios com população entre 300.001 (trezentos mil e um) e 500.000 (quinhentos mil) habitantes; IV – 4,5% (quatro e meio por cento) para Municípios com população entre 500.001 (quinhentos mil e um) e 3.000.000 (três milhões) de habitantes; V – 4% (quatro por cento) para Municípios com população entre 3.000.001 (três milhões e um) e 8.000.000 (oito milhões) de habitantes; VI – 3,5% (três e meio por cento) para Municípios com população acima de 8.000.001 (oito milhões e um) habitantes. § 1º. A Câmara Municipal não gastará mais de 70% (setenta por cento) de sua receita com folha de pagamento, incluído gastos com subsídio de seus Vereadores. § 2º. Constitui crime de responsabilidade do Prefeito Municipal: I – efetuar repasse que supere os limites definidos neste artigo; II – não enviar o repasse arte o dia 20 (vinte) de cada mês; ou III – enviá-lo a menor em relação à proporção fixada na Lei Orçamentária. § 3º. Constitui crime de responsabilidade do Presidente da Câmara Municipal o desrespeito ao § 1º deste artigo. Art. 30. Compete a Município: I – legislar sobre assunto de interesse local; II – suplementar a legislação federal e estadual no que couber; 21 Luís Henrique Santiago Nogueira Guimarães III – instituir e arrecadar os tributos de sua competência, bem como aplicar suas rendas, sem prejuízo da obrigatoriedade de prestar contas e publicar balancetes nos prazos fixados em lei; IV – criar, organizar e suprimir distritos, observada a legislação estadual; V – organizar e prestar, diretamente ou sob regime de concessão ou permissão, os serviços públicos de interesse local, incluído o de transporte coletivo, que tem caráter essencial; VI – manter, com a cooperação técnica e financeira da União e do Estado, programas de educação infantil e de ensino fundamental; VII – prestar, com a cooperação técnica e financeira da União e do Estado, serviços de atendimento à saúde da população; VIII – promover, no que couber, adequado ordenamento territorial, mediante planejamento e controle do uso, do parcelamento e da ocupação do solo urbano; IX – promover a proteção do patrimônio histórico-cultural local, observada a legislação e a ação fiscalizadora federal e estadual. Art. 31. A fiscalização do Município será exercida pelo Poder Legislativo Municipal, mediante controle externo, e pelos sistemas de controle interno do Poder Executivo Municipal, na forma da lei. § 1º. O controle externo da Câmara Municipal será exercido com o auxílio dos Tribunais de Contas dos Estados ou do Município ou dos Conselhos ou Tribunais de Constas dos Municípios, onde houver. § 2º. O parecer prévio, emitido pelo órgão competente sobre as contas que o Prefeito deve anualmente prestar, só deixará de prevalecer por decisão de 2/3 (dois terços) dos membros da Câmara Municipal. § 3º. As contas dos Municípios ficarão, durante 60 (sessenta) dias, anualmente, à disposição de qualquer contribuinte, para exame e apreciação, o qual poderá questionar-lhes a legitimidade, nos termos da lei. § 4º. É vedada a criação de Tribunais, Conselhos ou órgãos de Contas Municipais. (...) AUTONOMIA MUNICIPAL ASPECTOS POLÍTICOS, ADMINISTRATIVOS E FINANCEIROS DE AUTONOMIA MUNICIPAL. A Constituição Federal de1988 consagrou o município como entidade federativa, integrante da organização político-administrativa da República Federativa do Brasil, outorgando-lhe plena autonomia (CF, arts. 18, 19 e 30). Reforçando a posição de entefederativo do município, a AUTONOMIA MUNICIPAL foi arrolada como PRINCÍPIO CONSTITUCIONAL SENSÍVEL, a ser respeitada pelo estado-membro, sob pena de sujeitar-se ele à intervenção federal (CF, art. 34, VII, ”c”). Assim como ocorre com estados-membros, a autonomia municipal está assentada na capacidade de auto-organização e normatização própria (elaboração da Lei Orgânica e das lei municipais), autogoverno (eleição do Prefeito, Vice-Prefeito e Vereadores sem ingerência da União e do Estado) e autoadministração (exercício de suas competências administrativas, tributárias e legislativas). Dessa forma, o Município poder ser definido como: pessoa jurídica de direito público interno e autônomo nos termos e de acordo com as regras estabelecidas na CF/88. Muito se questionou a respeito de serem os Municípios parte integrante ou não de nossa Federação, bem como sobre sua autonomia. A análise do dos arts. 1º e 18, bem como de todo o Capítulo reservado aos Municípios (apesar de vozes ao contrário), leva-nos ao único entendimento de eles são entes federativos, dotados de autonomia própria, materializada por sua capacidade de auto-organização, autogoverno, autoadministração e autolegislação. Ainda 22 Luís Henrique Santiago Nogueira Guimarães mais diante do art. 34, VII, “c”, que prevê a intervenção federal na hipótese de o Estado não respeitar a autonomia municipal. Trata-se de autonomia e não de soberania. Soberania é um dos fundamentos da República Federativa do Brasil. Internamente, os entes federativos são autônomos, na medida de sua competência, constitucionalmente definida, delimitada e assegurada. A Lei Orgânica do Município, votada em 2 (dois) turnos, com o interstício mínimo de 10 (dez) dias, e aprovada por 2/3 (dois terços) dos membros da Câmara Municipal, que a promulgará, atendidos os princípios estabelecidos na Constituição Federal, na Constituição do respectivo Estado e os seguintes preceitos (CF, art. 29): a) Eleição do Prefeito, do Vice-Prefeito e dos Vereadores, para mandato de 4 (quatro) anos, mediante pleito direto e simultâneo realizado em todo o País; b) Eleição do Prefeito e do Vice-Prefeito realizada no 1º (primeiro) domingo de outubro do ano anterior ao término do mandato dos que devam suceder, aplicadas as regras para eleição do Presidente da República, no caso de municípios com mais de > 200.000 (duzentos mil) eleitores; c) Posse do Prefeito e do Vice-Prefeito no 1º (primeiro) de janeiro do ano subsequente ao da eleição; d) Perderá o mandato o Prefeito que assumir outro cargo ou função na Administração Pública Direta ou Indireta, ressalvada a posse em virtude de concurso público, hipótese em que será afastado de seu cargo, emprego ou função, sendo-lhe facultado optar pela sua remuneração, mantendo-se a contagem do tempo de serviço para todos os efeitos legais, exceto para promoção por merecimento; e) Os subsídios do Prefeito, do Vice-Prefeito e dos Secretários municipais devem ser fixados por lei de iniciativa da Câmara Municipal; f) O total da despesa com a remuneração dos Vereadores não poderá ultrapassar o montante de 5% (cinco por cento) da receita do Município; g) Inviolabilidade dos Vereadores por suas opiniões, palavras e votos no exercício do mandato e na circunscrição do município; h) As proibições e incompatibilidades, no exercício da vereança, devem ser similares, no que couber, ao disposto na Constituição Federal para os membros do Congresso Nacional e na Constituição do respectivo Estado para os membros da Assembleia Legislativa; i) Organização das funções legislativas e fiscalizadoras da Câmara Municipal; j) Cooperação das associações representativas no planejamento municipal; k) Deve ser prevista iniciativa popular de projetos de lei de interesse específico do município, da cidade ou de bairros, mediante manifestação de, pelo menos, 5% (cinco por cento) do eleitorado. O subsídio dos Vereadores será fixado pelas respectivas Câmaras municipais em cada legislatura para a subsequente, observado o que dispõe a Constituição Federal, os critérios estabelecidos na respectiva Lei Orgânica e os seguintes limites máximo, fixados como percentuais do subsídio dos Deputados Estaduais: Nº de Habitantes do Município Subsídio máximo do Vereador em % (porcentagem) do subsídio dos Deputados Estaduais Até 10.000 20% De 10.001 a 50.000 30% 50.001 a 100.000 40% 100.001 a 300.000 50% 300.001 a 500.000 60% Acima de 500.001 75% 23 Luís Henrique Santiago Nogueira Guimarães A Câmara Municipal não gastará mais de 70% (setenta por cento) de sua RECEITA com folha de pagamento, INCLUÍDO o gasto com o subsídio de seus Vereadores. A EC nº. 58/2009 deu nova redação ao inciso IV do art. 29 da Constituição Federal, aumentando o número de Vereadores por municipalidade, mediante a criação de 24 (vinte e quatro) novos limites para a composição das Câmaras Municipais. De acordo com o novo regramento constitucional, passaram a ser os seguintes os limites para a composição das Câmaras Municipais, considerada a população local: Nº de habitantes do Município Limite máximo de Vereadores Até 15.000 9 De 15.001 a 30.000 11 De 30.001 a 50.000 13 De 50.001 a 80.000 15 De 80.001 a 120.000 17 De 120.001 a 160.000 19 De 160.001 a 300.000 21 De 300.001 a 450.000 23 De 450.001 a 600.000 25 De 600.001 a 750.000 27 De 750.001 a 900.000 29 De 90.001 a 1.050.000 31 De 1.050.001 a 1.200.000 33 De 1.200.001 a 1.350.000 35 De 1.350.001 a 1.500.000 37 De 1.500.001 a 1.800.000 39 De 1.800.001 a 2.400.000 41 De 2.400.001 a 3.000.000 43 De 3.000.001 a 4.000.000 45 De 4.000.001 a 5.000.000 47 De 5.000.001 a 6.000.000 49 De 6.000.001 a 7.000.000 51 De 7.000.001 a 8.000.000 53 Acima de 8.000.000 55 A EC nº. 58/2009 deu, também, nova redação ao art. 29-A da Constituição Federal, fixando novos percentuais máximos do total de despesas para as Câmara Municipais, de modo que o total da despesa do Poder Legislativo municipal, incluídos os subsídios dos Vereadores e excluídos os gastos com inativos, não poderá ultrapassar os seguintes percentuais, relativos ao somatório da receita tributária e das transferências constitucionais tributárias, efetivamente realizado no exercício anterior: Nº de habitantes Percentual máximo de despesa Até 100.000 7% De 100.001 a 300.000 6% De 300.001 a 500.000 5% De 500.001 a 3.000.000 4,5% De 3.000.001 a 8.000.000 4% Acima de 8.000.001 3,5% Estabelece a Constituição Federal que o Prefeito será julgado perante o Tribunal de Justiça (CF, art. 29, X). 24 Luís Henrique Santiago Nogueira Guimarães Entretanto, segundo a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal – STF, a competência do TJ para julgar Prefeitos, restringe-se aos crimes de competência da justiça comum estadual. Nos demais casos, a competência originária caberá ao respectivo tribunal de 2º (segundo) grau – Súmula 702 do STF. Assim, se a prática for de crime eleitoral, a competência para o julgamento do Prefeito será o Tribunal Regional Eleitoral – TRE. Nos crimes praticados contra bens, serviços ou interesses da União, de suas autarquias ou de empresas públicas federais, a competência para julgar o Prefeito será do Tribunal Regional Federal – TRF. Entretanto, compete ao Tribunal de Justiça, e não à Justiça Federal, o julgamento de Prefeito municipal por má aplicação de verbas federais repassadas ao patrimônio da municipalidade, pois o seu desvio ou emprego irregular é crime contra o Município, em cujo patrimônio elas se incorporam. No caso de crime doloso contra a vida praticado por Prefeito, a competência originária será do Tribunal de Justiça, afastando-se a competência do Tribunal do Júri (CF, art. 5º, XXXVIII). Emrelação aos crimes de responsabilidade, é necessário diferenciar os denominados delitos próprios (infrações político-administrativas, cuja sanção é a perda do mandato e a suspensão dos direitos políticos) do delitos impróprios (infrações penais propriamente ditas, apenadas com penas privativas de liberdade). Essa distinção se faz necessária porque o Decreto-lei nº 201/1967 (recepcionado pela Constituição Federal de 1988 com força de lei ordinária), ao enumerar tais crimes de responsabilidade, fez o seguinte: no seu art. 1º, indicou condutas que, na verdade, são típicos “crimes comuns”; já no seu art. 4º, indicou condutas político-administrativas que, tradicionalmente, caracterizavam os ditos “crimes de responsabilidade”. Diante dessa imprecisão legislativa, o STF firmou o entendimento de que: a) nos casos do art. 4º, temos crimes de responsabilidade “próprios” (“próprios” porque se está diante de condutas político- administrativas, caracterizadoras de delito de responsabilidade); e b) nos casos do art. 1º, temos crimes de responsabilidade “impróprios” (“impróprios” porque estamos diante de condutas que, materialmente, caracterizam crimes comuns). No 1º (primeiro) caso – crimes de responsabilidade próprios – a competência para julgamento é da Câmara Municipal, uma vez que se trata de responsabilização de índole política. No 2º (segundo) caso – crimes de responsabilidade impróprios – o Prefeito será julgado perante o Tribunal de Justiça. a) Em resumo, a competência da Justiça Estadual: Tribunal de Justiça – TJ; b) Crime comum de competência da Justiça Federal: Tribunal Regional Federal – TRF ou Tribunal Regional Eleitoral – TRE, conforme o caso; c) Crime de responsabilidade “próprio”: Câmara Municipal; d) Crime de responsabilidade “impróprio”: Tribunal de Justiça – TJ. A Constituição Federal não outorgou foro especial aos Vereadores perante o Tribunal de Justiça, assegurando a eles, apenas, a imunidade material, ao dispor que são invioláveis por suas opiniões, palavras e votos no exercício e na circunscrição do município (CF, art. 29, VIII). Porém, segundo a jurisprudência do STF, a Constituição do estado poderá outorgar aos Vereadores dos municípios situados em seu território foro especial perante o Tribunal de Justiça, se o legislador constituinte derivado decorrente assim entender oportuno. COMPETÊNCIAS MUNICIPAIS. ASSUNTOS DE INTERESSE LOCAL. COMPETÊNCIA SUPLEMENTAR. COMPETÊNCIA TRIBUTÁRIA. COMPETÊNCIA ADMINISTRATIVA Em um Estado do tipo Federado, a AUTONOMIA dos entes federativos pressupõe repartição, constitucionalmente estabelecida, de competências administrativas, legislativas e tributárias. 25 Luís Henrique Santiago Nogueira Guimarães Repartição de competências é, pois, a técnica que a Constituição utiliza para partilhar entre os entes federados as diferentes atividades do Estado federal. Trata-se do ponto nuclear do conceito jurídico de Estado federal, haja vista que a autonomia dos entes federativos assenta-se, precisamente, na existência de competências que lhes são atribuídas como próprias diretamente pela Constituição da Federação. Com efeito, o constituinte originário, quando decide fundar um Estado do tipo federado, estabelece um determinado equilíbrio entre os entes que o integrarão, de modo que a esfera de atuação dos entes federados e as relações de coordenação e colaboração entre eles esteja, desde logo, bem delineada na Constituição do Estado. Essa estruturação confere autonomia política aos entes federativos, e assegura isonomia entre eles, uma vez que nenhum ente federado dependerá da decisão de outro quanto ao que lhe cabe, ou não, fazer, o conjunto de atribuições de cada um está delineado desde o momento de fundação do Estado, compondo a própria estrutura política deste; cada ente federado atua não por decisão, favor ou delegação de quaisquer outros, mas, sim, por lhe haver a própria Constituição do Estado outorgado, diretamente, um conjunto definido de competências. No Brasil, a repartição de competências está prevista no texto constitucional, o que consubstancia uma importante garantia, em virtude da rigidez da Constituição da República. Porém, o modelo delineado pelo legislador constituinte originário, não e perpétuo, pois não integra o núcleo inabolível da Constituição, isto é, não está protegido com o manto de cláusula pétrea. De fato, o modelo de repartição de competências estabelecido pelo poder constituinte originário pode ser modificado por meio de emenda à Constituição, desde que essa modificação não seja de tal magnitude que implique tendência à abolição da forma federativa de Estado; apenas se uma emenda à Constituição intentasse um rearranjo de competências tão abrangente que viesse a configurar ruptura do equilíbrio federativo incorrer-se-ia em violação de cláusula pétrea (CF, art. 60, § 4º, I). 26 Luís Henrique Santiago Nogueira Guimarães DIREITO ADMINISTRATIVO. Princípios e fontes. Administração Pública: conceito, natureza e princípios. Poderes administrativos; Poder de polícia; Conceito; Objeto; Atributos; Condições de validade. Relação de administração. Conceito e elementos. Entes Administrativos; Administração Pública direta, indireta e fundacional; Autarquia, Empresa Pública, Sociedade de Economia Mista; Fundações instituídas e subvencionadas pelo Poder Público. Bens públicos. Ato administrativo: Elementos e classificação. Existência, validade e eficácia. Contratos administrativos. Licitação: modalidades, procedimento licitatório, nulidade e revogação da licitação. Improbidade Administrativa. Bibliografia: José Carvalho do Santos Filho. 1 PRINCÍPIOS E FONTES 1.1 PRINCÍPIOS IMPLÍCITOS Princípios Administrativos são uma das fontes do regime jurídico público (conjunto de normas e princípios que rege uma relação jurídica ou um caso concreto com exclusividade). De direito privado - conjunto de normas e princípios que regem o atendimento ao interesse privado (interesse disponível) Regime Jurídico lei – interferência mínima nas relações → autonomia da vontade De direito público – conjunto de normas e princípios dedicados ao atendimento do interesse público – absolutamente indisponíveis Logo, os princípios são normas que regem a atuação do Executivo tanto na Administração Direta quanto na Administração Indireta e nas estruturas administrativas, Judiciário, Legislativo, MP, TCU, DP. * Os princípios doutrinariamente reconhecidos na CF como implícitos são explícitos na Constituição Estadual. 1.1.1 PRINCÍPIO DA SEGURANÇA JURÍDICA Também denominado como o das estabilidades das relações jurídicas, tem como escopo garantir certa perpetuidade nas relações jurídicas estabelecidas com ou pela Administração. 1ª consequência: O entendimento moderno é que a Administração deve convalidar atos e decisões viciados sempre que possível (o entendimento clássico é que a convalidação decorre de uma manifestação discricionária da Administração). Assim, quando possível, porque legal e moralmente aceitos, deve convalidar atos que, a despeito de irregularidades, cumpram ou atinjam a finalidade pública. * Quanto aos atos e decisões viciadas que não são convalidadas, mas surtem efeitos concretos e positivos aos particulares, são duas as alternativas: a) Anula-se o ato ou decisão com força ex nunc (não retroativa, ou seja, preservando seus efeitos) → Modulação dos efeitos da decisão. b) Deixa de anular. → Teoria do Fato Consumado As relações permanecerão apesar dos atos viciados. Principal exemplo: Auditor fiscal autua um particular e o particular reconhece o débito parcelando-o, porém, em seguida o concurso do auditor é anulado e ele perde o cargo com efeito retroativo. Apesar do Auto de Infração e termode parcelamento serem nulos, o parcelamento é mantido nos seus termos e condições. 27 Luís Henrique Santiago Nogueira Guimarães 1.1.2 PRINCÍPIO DA MOTIVAÇÃO Atos e decisões têm que ser motivados, exceto os expressamente listados em lei “ad nutum” (não dependem de motivação). Motivação é obrigatória, ainda que sucinta. O detalhamento, ou justificativa, será maior ou menor conforme o ato seja vinculado ou discricionário. Entre as motivações sucintas está a motivação ALIUNDE. Motivação aliunde: é a motivação através da remissão ou referência a outro ato ou decisão. O ato aliunde adota a motivação de outro ato a que se refere e, portanto, sua validade e eficácia fica dependendo da validade e eficácia do ato de referência. Na doutrina estrangeira esta regra é chamada de “Transcendência da Motivação”, pois a motivação de um ato migra para dentro do teor de outro ato. Exs. Adotam expressões como: “adoto o parecer”, “acompanho o voto”. 1.1.3 PRINCÍPIO DA ABSOLUTA INDISPONIBILIDADE DO INTERESSE PÚBLICO Celso A. Bandeira de Melo: - Interesse Público Primário (principal) – interesse voltado à coletividade (interesses difusos e coletivos) - Interesse Público Secundário – interesse instrumental da Administração O interesse público primário não pode ser objeto de renúncia, transação, alienação e nem omissão, sob pena de responsabilização tanto dos agentes públicos envolvidos como das pessoas estatais envolvidas (crimes de responsabilidade e improbidade administrativa). Já o interesse público secundário pode ser objeto de transação ou renúncia, desde que para garantir o interesse público primário. 1.1.4 PRINCÍPIO DA RAZOABILIDADE E PROPORCIONALIDADE A corrente clássica interpreta a razoabilidade e a proporcionalidade como integrantes de um mesmo princípio, sendo, portanto, expressões que se completam. Mas para a corrente técnica e moderna são institutos jurídicos distintos. - Razoabilidade – juízo de adequação (adequação à intenção de lei) – mens legis - Proporcionalidade – juízo de valoração (pretendida pela lei) – mens legis Ambos são empregados na motivação do ato discricionário. a) Razoabilidade: é juízo de adequação. Esta permite controlar os meios empregados pela Administração quando esta edita atos e decisões discricionárias. Há necessidade de existir congruência lógica entre as situações fáticas e as decisões administrativas. A razoabilidade, em suma, exige que o administrador opte sempre pela forma mais adequada para o atendimento do interesse público, agindo a partir de critérios objetivos e impessoais. b) Proporcionalidade: é o juízo de valoração. Permite controlar os valores jurídicos que a Administração está defendendo quando edita atos e decisões discricionárias (banindo- se medidas abusivas ou de qualquer modo com intensidade superior ao estritamente necessário). Um ato ou decisão são discricionários quando a lei não preenche todos os pressupostos de validade do ato. Aqueles não preenchidos pela lei configuram elementos normativos de conteúdo indefinido, cabendo ao Administrador preenchê-los. Este preenchimento configura o mérito discricionário que será formado a partir de fatos e circunstâncias que o administrador escolhe através de critérios de oportunidade e conveniência. Porém, a escolha desses fatos e circunstâncias não é livre – o administrador deverá escolhê-los atendendo a intenção da lei (mens legis). 28 Luís Henrique Santiago Nogueira Guimarães * Portanto os fatos e circunstâncias que constituirão o mérito discricionário deverão ser adequados (razoáveis) e de valor jurídico correspondente (proporcionais) à intenção da lei. * Logo, a razoabilidade e a proporcionalidade permitem controle externo jurisdicional sobre elementos do mérito discricionário para combater o abuso ou desvio de finalidade (TEORIA DO DEVIDO PROCESSO LEGAL SUBSTANTIVO) – “Substantive due processo of law”. → cai muito em concurso 1.1.5 PRINCÍPIO DA SUPREMACIA DO INTERESSE PÚBLICO Supremacia do interesse público sobre o Privado. Quando o interesse público conflitar com o interesse privado irá prevalecer e se sobrepor por ser supremo. Os poderes administrativos são expressões decorrentes desse princípio e por eles o Estado-Administração impõe ao particular a sua vontade, que há de ser adstrita à lei e aos demais princípios e regras jurídicas. Modernamente este princípio vem sendo mitigado quando o interesse público conflitar diretamente com um direito individual de natureza fundamental, tal como a dignidade da pessoa humana. Para a Doutrina este princípio identifica na CF conflitos aparentes de preceitos, pois no mesmo plano constitucional estão previstos direitos individuais contrapostos a interesses públicos. Ex. O direito de propriedade privada (art. 170, II) confrontado com função social da propriedade (art. 170, III). *Esse conflito é resolvido pela Teoria da Convivência das Liberdades Públicas atribuída à Ada Pellegrini Grinover, também conhecida como Teoria da Relativização dos Direitos. Conforme esta teoria no Brasil não existe direito individual absoluto – os direitos individuais são soberanos, pois são constitucionalizados, porém o Estado pode a qualquer tempo e de forma unilateral e coercitiva, condicioná-los ou até reduzi-los para garantir finalisticamente o interesse público (primário). Os princípios administrativos instrumentalizam as prerrogativas e sujeições que caracterizam o regime jurídico administrativo. Assim, os princípios regem a forma de agir da Administração de direito público. O que é regime jurídico? É o conjunto de normas (leis, princípios e atos normativos) que irão reger e se aplicar a uma relação jurídica ou caso concreto com exclusividade, afastando a incidência de qualquer outra norma. O ordenamento jurídico, que é o universo de normas e princípios, é dividido em dois regimes jurídicos: A) Regime Jurídico Privado: é o conjunto de normas e princípios empregado no atendimento de interesses privados, onde impera a autonomia da vontade permitindo renunciar, transigir ou alienar independente de prévia lei autorizando, enquanto o, B) Regime Jurídico Público: é o conjunto de normas e princípios empregados no atendimento aos interesses públicos. Como estes interesses são indisponíveis, a lei regerá de forma absoluta as manifestações e relações jurídicas neste regime, onde ao invés de autonomia da vontade, impera a obrigatoriedade do cumprimento da lei. 1.2 PRINCÍPIOS EXPLÍCITOS 1.2.1 NOÇÕES INTRODUTÓRIAS 29 Luís Henrique Santiago Nogueira Guimarães NOÇÃO BÁSICA Sempre que a Administração Pública atua, ela deverá preservar os interesses da coletividade. Ao contrário do particular que sempre atua em nome próprio, a Administração jamais poderá fazê-lo. Interesse da coletividade = Interesse Público Primário Fundamento – art. 1º CF1 República – “res pública” – coisa pública. Papel da Administração é administrar, gerenciar os interesses da coletividade. Se a Administração tem finalidade única a perseguir, toda vez que ela praticar ato se afastando dessa finalidade, comete, incorre em desvio de finalidade (que é uma forma de ilegalidade). Se o desvio de finalidade é uma forma de ilegalidade, poderá sofrer controle do Judiciário. O único controle da Administração que é possível pelo Judiciário é o controle da legalidade. Se o ato da Administração é lícito, a análise de seu mérito não poderá ser feita pelo Judiciário, sob pena de tornar “letra morta” a separação dos Poderes. REFLEXOS Por força dos interesses que representa, quando atua, a Administração recebe do ordenamento jurídico prerrogativas e obrigações que não se estendem aos particulares. → Exemplos de Obrigações exclusivas da Administração: - Obrigação para contratar pessoas(art. 37, II, CF).2 - Obrigação para contratar serviços. - Pagamento de dívidas – não se dá da mesma forma que os particulares, pois os interesses são diferentes – art. 100, CF3 – precatórios (títulos emitidos pelo Judiciário após o trânsito em julgado de uma sentença que legitimam os créditos junto à Administração). Os precatórios deverão ser liquidados na ordem cronológica de sua apresentação. → Exemplos de Prerrogativas: - Os atos administrativos são dotados de presunção de legitimidade e auto- executoriedade (a Administração pode executar sozinha seus próprios atos, sem necessidade de autorização do Judiciário, nem de eventual prejudicado pelo ato). - A possibilidade que a Administração tem de elaborar unilateralmente cláusulas contratuais (contratos são de adesão com a Administração). 1 Art. 1º, CF: “A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como fundamentos: I – a soberania; II – a cidadania; III – a dignidade da pessoa humana; IV – os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa; V – o pluralismo político. Parágrafo único. Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição”. 2 Art. 37, II, CF: “A investidura em cargo ou emprego público depende de aprovação prévia em concurso público de provas e títulos, de acordo com a natureza e a complexidade do cargo ou emprego, na forma prevista em lei, ressalvadas as nomeações para cargo em comissão declarado em lei de livre nomeação e exoneração”. 3 Art. 100, CF: “Os pagamentos devidos pelas Fazendas Públicas Federal, Estadual, Distrital e Municipais, em virtude de sentença judiciária, far-se-ão exclusivamente na ordem cronológica de apresentação dos precatórios e à conta dos créditos respectivos, proibida a designação de casos ou de pessoas nas dotações orçamentárias e nos créditos adicionais abertos para este fim”. 30 Luís Henrique Santiago Nogueira Guimarães Regime Jurídico da Administração (ou Administrativo) É o conjunto de regras que incidem sobre o Poder Público envolvendo direitos e obrigações para a preservação dos interesses da coletividade. 1.2.1 PRINCÍPIOS Os princípios básicos da Administração estão previstos na CF (art. 37), mas a eles somam-se outros expressos ou implícitos na Carta Magna, e todos de indispensável aplicação, tanto na elaboração como na aplicação das normas legais. Localização: art. 37, caput, CF. Natureza: elenco exemplificativo (não taxativo), ou seja, comporta ampliação. Outros princípios assumem a mesma natureza quando consagrados expressamente pela norma legal, como ocorre com a Constituição Paulista. Que prevê a razoabilidade, a finalidade, a motivação e o interesse público como princípios básicos da Administração (CESP, art. 111); com a Lei nº 9.784/99 (Lei do Processo Administrativo Federal), que prevê os princípios da legalidade, finalidade, motivação, razoabilidade, proporcionalidade, moralidade, ampla defesa, contraditório, segurança jurídica, interesse público e eficiência como informadores da atuação da Administração nos processos a que se refere. Obs. Razoabilidade → art. 37, II, CF. Destinatários: art. 37, caput, CF – Administração Direta ou Indireta. Federal Indireta Estadual Administração Municipal Direta Distrital Administração Direta: Não tem personalidade jurídica e, em regra, não tem capacidade para estar em Juízo. Exs. de órgãos que integram a Administração Direta: - Esfera Federal: Ministérios; - Esfera Estadual: Secretarias; - Esfera Municipal: Subprefeituras, administrações regionais. As ações judiciais não serão contra os órgãos e sim contra a esfera da Administração em que ela se encontra. Administração Indireta: não encontramos órgãos e sim pessoas jurídicas, sendo sujeito de direitos e obrigações e, portanto tem capacidade para figurar em juízo. Exemplos: Autarquias Fundações em comum, integram a Administração Indireta nas 3 esferas de governo Empresas Públicas Sociedade de Economia Mista * Excepcionalmente alguns órgãos, embora não tenham personalidade jurídica, tem capacidade para figurar em juízo. Exs. MP, Defensoria Pública. PRINCÍPIOS DO ART. 37, caput, CF 31 Luís Henrique Santiago Nogueira Guimarães L EGALIDADE I MPESSOALIDADE M ORALIDADE P UBLICIDADE E FICIÊNCIA Espécies - Elenco exemplificativo. Art. 37, CF: A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios da legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência. PRINCÍPIO DA LEGALIDADE Prerrogativa aos particulares e limite à atuação da Administração. Para os particulares, legalidade significa que poderão fazer tudo aquilo que a lei não proíbe. Portanto, para que o particular possa atuar não depende de lei anterior autorizando, basta não haver proibição. Pode fazer tudo que a lei não proíbe. A Administração só poderá fazer aquilo que a lei expressamente determina, a atividade administrativa é subordinada a lei e, portanto, para praticar o ato depende de lei anterior autorizando. A legalidade constitui vetor basilar do dito regime jurídico-administrativo. Permite-se a atuação do agente público, ou da Administração apenas se permitida, concedida ou deferida por norma legal, não se admitindo qualquer atuação que não contenha prévia e expressa permissão legal. Até por isso, a motivação é requisito de validade do ato administrativo. Os interesses diferenciados justificam os perfis diferentes da legalidade para os particulares e para a Administração. O princípio da legalidade está previsto na CF não somente no seu art. 37, mas também nos arts. 5º, II e XXXV4, e 84, IV. Art. 37, I e II, CF → legalidade para cargos públicos. Edital é um simples ato administrativo e, portanto, não pode inovar no ordenamento jurídico, não pode trazer qualquer exigência sem base/previsão legal anterior. CF LEI Edital Art. 5º, XIII, CF5. 4 Art. 5º, CF; II – ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei. XXXV – a lei não excluirá da apreciação de Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito. 5 Art. 5º, XIII, CF: “É livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão, atendidas as qualificações profissionais que a lei estabelecer”. 32 Luís Henrique Santiago Nogueira Guimarães Ainda assim, o edital que repetir previsão legal, estando em desconformidade com a CF (lei editada antes de 88, por exemplo), será a exigência inconstitucional. Obs. Não se pode confundir o princípio da legalidade com o da reserva de lei: o primeiro, princípio que significa a submissão ao império da Constituição e das leis; o segundo, limitação à forma de regulamentação de determinadas matérias, cuja natureza é indicada pela Carta Magna (lei complementar, lei ordinária, etc.). Ambos tocam ao conteúdo do poder deferido: se amplo (legalidade) ou restrito (reserva). Também não se confunde o da legalidade com o da legitimidade. O segundo diz respeito à investidura no poder; o primeiro, à forma de exteriorização, de materialização. A legalidade, obriga a Administração (seus órgão, agentes) à atuação vinculada à norma legal (ao que tenha sido positivado), enquanto a legitimidade exige que a função seja exercida em conformidade com valores que transcendem a previsão legal, por exemplo, com o que democraticamente tenha sido estabelecido. PRINCÍPIO DA IMPESSOALIDADE
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