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1 
Luís Henrique Santiago Nogueira Guimarães 
CONHECIMENTOS GERAIS 
 
LÍNGUA PORTUGUESA LEITURA E INTERPRETAÇÃO DE DIVERSOS TIPOS DE TEXTOS 
(LITERÁRIOS E NÃO LITERÁRIOS). 
Sinônimos e antônimos. Sentido próprio e figurado das palavras. Pontuação. Classes de palavras: 
substantivo, adjetivo, numeral, artigo, pronome, verbo, advérbio, preposição e conjunção: 
emprego e sentido que imprimem às relações que estabelecem. Concordância verbal e nominal. 
Regência verbal e nominal. Colocação pronominal. Crase. Técnica de redação: Manual de 
Redação da Presidência da República. 
 
RACIOCÍNIO LÓGICO 
Estrutura lógica das relações arbitrárias entre pessoas, lugares, coisas, eventos fictícios; deduzir 
novas informações das relações fornecidas e avaliar as condições usadas para estabelecer a 
estrutura daquelas relações. Estruturas lógicas, lógicas de argumentação, diagramas lógicos, 
sequências. 
 
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS 
 
DIREITO CONSTITUCIONAL. 
Autonomia Municipal. Aspectos políticos, administrativos e financeiros de autonomia municipal. 
Competências Municipais. Assuntos de interesse local. Competência suplementar. Competência 
tributária. Competência administrativa. Poder Executivo. Atribuições. Competência privativa do 
Poder Executivo. Responsabilidade funcional do Chefe do Poder Executivo. Política urbana. 
Competências legislativas. Compatibilização vertical das normas aplicáveis. O Plano Diretor e a 
função social da propriedade urbana. Mecanismos de adequação de propriedade urbana ao 
cumprimento de sua função social. Usucapião urbana. Parcelamento e ocupação do solo urbano. 
Competências legislativas. Compatibilização vertical. Advocacia Pública. 
 
DIREITO ADMINISTRATIVO. 
Princípios e fontes. Administração Pública: conceito, natureza e princípios. Poderes 
administrativos; Poder de polícia; Conceito; Objeto; Atributos; Condições de validade. Relação 
de administração. Conceito e elementos. Entes Administrativos; Administração Pública direta, 
indireta e fundacional; Autarquia, Empresa Pública, Sociedade de Economia Mista; Fundações 
instituídas e subvencionadas pelo Poder Público. Bens públicos. Ato administrativo: Elementos 
e classificação. Existência, validade e eficácia. Contratos administrativos. Licitação: modalidades, 
procedimento licitatório, nulidade e revogação da licitação. Improbidade Administrativa. 
 
DIREITO TRIBUTÁRIO. 
Direito tributário constitucional; princípios; limitações do Poder de Tributar. Obrigação 
Tributária: conceito; fato gerador; sujeitos da obrigação tributária; objeto. Capacidade 
tributária. Domicílio tributário. Responsabilidade tributária; substituição tributária. Crédito 
tributário. Lançamentos. Suspensão e Extinção. Contencioso administrativo em matéria fiscal. 
Exclusão; isenção, anistia e imunidades. Garantias e privilégios do crédito tributário. Impostos 
municipais. 
 
DIREITO DO TRABALHO. 
Princípios do Direito Trabalho. Contrato de trabalho. Requisitos. Características. Espécies. 
Alteração. Suspensão. Interrupção. Extinção. Sujeitos do Contrato de Trabalho. Empregado. 
Empregador. Prescrição e Decadência. Acordo e Convenção Coletiva. Direito Processual do 
Trabalho. Defesa. Prova. Recursos. Execução. 
 
2 
Luís Henrique Santiago Nogueira Guimarães 
DIREITO CIVIL. 
Princípios gerais das obrigações. Propriedade. Conceito. Noções gerais. Função social da 
propriedade. Aquisição e perda. Restrições ao direito de propriedade. Parcelamento do solo 
urbano e rural. Responsabilidade civil do Estado. 
 
PROCESSO CIVIL. 
Processo e procedimento. Conceito e distinção – noções gerais. Princípios informativos do 
processo. Pressupostos processuais. Competência. Modificação e perpetuação da competência. 
Atos processuais. Formas, tempo, prazos, lugar e meios de comunicação dos atos processuais; 
citação e intimação. Atos do Juiz, das partes e dos auxiliares do juízo; os prazos e a Fazenda 
Pública Nulidades dos atos processuais. Formação, suspensão e extinção do processo. 
Hipóteses. Efeitos. Prova. Conceito e princípios gerais. Recursos. Conceito e noções gerais. 
Pressupostos de admissibilidade e mérito; espécies de recursos, peculiaridades e 
procedimentos; reexame necessário. A Fazenda Pública em Juízo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
“Se um único homem atingir a plenitude do amor, 
neutraliza o ódio de milhões” 
GANDHI 
 
 
 
 
 
 
 
3 
Luís Henrique Santiago Nogueira Guimarães 
LÍNGUA PORTUGUESA LEITURA E INTERPRETAÇÃO DE DIVERSOS TIPOS DE TEXTOS 
(LITERÁRIOS E NÃO LITERÁRIOS). 
 
Sinônimos e antônimos. Sentido próprio e figurado das palavras. 
Pontuação. Classes de palavras: substantivo, adjetivo, numeral, artigo, 
pronome, verbo, advérbio, preposição e conjunção: emprego e sentido 
que imprimem às relações que estabelecem. Concordância verbal e 
nominal. Regência verbal e nominal. Colocação pronominal. Crase. 
Técnica de redação: Manual de Redação da Presidência da República. 
 
A gramática normativa estuda a palavra, basicamente sobre três aspectos: tônico, 
morfológico e sintático. 
a) Fonologia e fonética: estudam a estrutura sonora das palavras e a representação gráfica 
dos sons. A fonologia tem como objeto os fonemas, enquanto elementos formadores 
da palavra. A fonética preocupa-se principalmente com a realização dos fonemas pelos 
indivíduos; 
b) Morfologia: estuda a estrutura mórfica das palavras, ou seja, as possíveis formas em 
que as palavras podem apresentar-se e os processos utilizados em sua formação. Estuda 
também a classificação das palavras em classes de palavras ou classes gramaticais; 
c) Sintaxe: estuda as relações que se estabelecem entre os termos de uma oração e entre 
as orações de um texto. 
 
1 SINÔNIMOS E ANTÔNIMOS 
O estudo desse tema se dá no campo da semântica, das relações de significado entre as 
palavras que podem ser classificadas de conforme sua representação sonora ou gráfica, muitas 
particularidades entre significante e significado ocorrem no processo de formação da língua e 
outras no decorrer de sua evolução, sinonímias, antonímias e homonímias. 
Semântica = Significação das palavras 
SINÔNIMO – igualdade de significado de palavras com som e grafia diferentes, ex.: 
invadir e alastrar; 
‘Os insetos invadiram a plantação de arroz’; 
‘Os insetos alastraram-se pela plantação de arroz’. 
ANTÔNIMO – palavras de significado oposto. 
HOMÔNIMOS – palavras de som e/ou grafia iguais, mas de significados diferentes: 
 HOMÓGRAFAS – grafias iguais, mas de significados diferentes; 
 HOMÓFONAS – sons iguais, mas grafias diferentes; 
 HOMÔNIMAS PERFEITAS – grafias e sons idênticos. 
PARONÍMIA – palavras de som e grafia parecidos, porém de significados diversos. 
POLISSEMIA – a mesma palavra pode ter significados diferentes de acordo com o 
contexto ou com a evolução da língua. 
OBSERVAÇÃO: 
Formação das Palavras – O léxico de uma língua é dinâmico. Há palavras que caem 
em desuso, outras adquirem novos significados e há ainda aquelas que vão sendo 
criadas de acordo com novas necessidades. Na formação de palavras, a língua 
portuguesa obedece, basicamente, a dois processos: derivação e composição. 
Derivação: é o processo pelo qual palavras novas são criadas a partir de outras já 
existentes na língua. As palavras novas são denominadas derivadas e as que lhes dão 
origem, primitivas. 
 
4 
Luís Henrique Santiago Nogueira Guimarães 
 
2 SENTIDO PRÓPRIO E FIGURADO DAS PALAVRAS 
A linguagem figurada é criada quando, ao sentido usual, denotativo de uma palavra, 
atribui-se um significado novo, que pouco ou nada tem que ver com seu sentido normal, ou seja, 
atribui-se a ela um sentido conotativo. 
DENOTAÇÃO – é o emprego da palavra no seu sentido usual, denotativo. 
o - o significado usual ou convencional da palavra é o primeiro informado no 
dicionário. É um tipode emprego em que a palavra fica sujeita a apenas um 
interpretação; 
o - a denotação é própria da linguagem informativa, científica ou técnica, porque os 
textos dessa natureza exigem informações claras, objetivas, exatas; 
CONOTAÇÃO – é o emprego da palavra fora do seu sentido normal: a ela é atribuído um 
novo significado, um novo sentido conotativo ou figurado. 
o - o sentido conotativo ou figurado (da palavra) é criado pelas circunstâncias, pelo 
contexto em que se encontra a palavra. É um tipo de emprego em que ela (a palavra) 
fica sujeita a mais de um tipo de interpretação; 
o - a conotação é própria da linguagem literária, porque os textos literários expressam 
o imaginário do autor, uma realidade criada por ele, fictícia. O objetivo do autor é 
puramente estético, artístico; 
o - a conotação está também presente na linguagem falada. 
Figuras de linguagem – são recursos expressivos que se revelam pelo modo não convencional 
com que as palavras são trabalhadas: 
COMPARAÇÃO 
METÁFORA 
METONÍMIA 
PERÍFRASE 
CATACRESE 
SINESTESIA 
Coesão e coerência textual – mecanismos responsáveis pela unidade significativa do 
texto. 
Coesão textual – consegue-se por meio de elementos linguísticos e gramaticais que 
fazem a conexão entre as palavras; 
Coerência textual – consegue-se por meio das relações semânticas entre as palavras e 
da retomada e progressão de informações. 
Estilo – considerado uma noção flutuante, que sempre ultrapassa os limites em que se 
pretende fechá-la, um desses termos caleidoscópicos que se transformam no próprio instante 
em que nos esforçamos por fixá-los (PIERRE GUIRAUD). 
 
 
3 PONTUAÇÃO 
 
4 CLASSES DE PALAVRAS: 
4.1 SUBSTANTIVO 
 “É a palavra que expressa as nomes dos seres”. 
 “Assim que Pedro entrou no carro, caiu uma forte chuva”. 
As palavras destacadas representam seres. Podemos conceber como ser tudo aquilo 
que existe ou imaginamos existir. Dessa forma, substantivos podem ser nomes de pessoas, 
objetos ou fenômenos naturais. 
O substantivo representa todos os tipos de seres: 
5 
Luís Henrique Santiago Nogueira Guimarães 
- Seres materiais: Lucas, Criança, Arvore, Água; 
- Seres espirituais ou religiosos: Deus, Anjo, Satanás, Alma; 
- Seres mitológicos ou fictícios: Cupido, Saci, Fada, Branca de Neve; 
- Expresse também, os nomes das qualidades, dos estados e das ações dos seres: 
 - Beleza, Feiura; 
 - Alegria, tristeza; 
 - Abraço, Beijo. 
CLASSIFICAÇÃO DOS SUBSTANTIVOS: 
Comuns: São aqueles que representam um ser qualquer da espécie. 
 Exemplos: criança, rio, cidade, estado, país. 
Próprios: São aqueles que representam um ser específico da espécie. 
 Exemplos: João, Tietê, Sergipe, Brasil. 
 - pessoas – Bruna, Flávia, Fernanda. 
 - localidades – Londrina (cidade), XV de novembro (rua), Ipanema (praia/bairro). 
 - instituições – Banco do Brasil, AACD, ANVISA. 
 - acidentes geográficos – Itaparica (ilha), Amazonas (rio). 
 - animais domésticos – Athabasca, Átila. 
Concretos: São aqueles que representam seres de existência independente de outros 
seres. 
 Exemplos: mulher, Rodrigo, computador, alma, anjo, saci, bruxa. 
Abstratos: São aqueles que representam seres de existência dependente de outros 
seres. 
Exemplos: beleza (existe no ser que é belo), tristeza (existe no ser que está triste), 
juventude (existe no ser que é jovem), corrida (existe no ser que corre). 
São portanto, abstratos os substantivos que expressam nomes de: 
- qualidades – beleza (de belo), meiguice (de meigo), doçura (de doce); 
- estados – tristeza (de triste), alegria (de alegre), cansaço (de cansado); 
- ações – beijo (de beijar), abraço (de abraçar), correria/corrida (de correr). 
Coletivos: O coletivo é um tipo de substantivo comum que, mesmo estando no singular, 
indica vários seres de uma mesma espécie. 
 Exemplos: Matilha, Álbum, Arquipélago, Flora, Enxoval, Esquadra, etc. 
Adjetivo, numeral, artigo, pronome, verbo, advérbio, preposição; e 
Conjunção: emprego e sentido que imprimem às relações que estabelecem. 
Concordância verbal e nominal. 
Regência verbal e nominal. 
6 
Luís Henrique Santiago Nogueira Guimarães 
Colocação pronominal. 
Crase. 
Técnica de redação: Manual de Redação da Presidência da República. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
7 
Luís Henrique Santiago Nogueira Guimarães 
RACIOCÍNIO LÓGICO 
 
Estrutura lógica das relações arbitrárias entre pessoas, lugares, coisas, 
eventos fictícios; deduzir novas informações das relações fornecidas e 
avaliar as condições usadas para estabelecer a estrutura daquelas 
relações. Estruturas lógicas, lógicas de argumentação, diagramas 
lógicos, sequências. 
 
1 ESTRUTURA LÓGICA DAS RELAÇÕES ARBITRÁRIAS ENTRE PESSOAS, LUGARES, COISAS, 
EVENTOS FICTÍCIOS 
 
Introdução a Estruturas Lógicas 
A Lógica. Proposições 
 
Já vi algumas questões de concurso com a seguinte definição de Lógica: 
Lógica é o estudo das relações entre afirmações, não da verdade dessas afirmações. Um 
argumento é um conjunto de fatos e opiniões (premissas) que dão suporte a uma conclusão. 
Isso não significa que as premissas ou a conclusão sejam necessariamente verdadeiras; 
entretanto, a análise dos argumentos permite que seja testada a nossa habilidade de pensar 
logicamente. (Fonte: Fundação Carlos Chagas) 
 
Assim, em resumo: 
1) A Lógica estuda relações entre afirmações, que são chamadas proposições; 
2) As premissas e conclusões não precisam ser necessariamente verdadeiras; 
3) O objetivo é pensar logicamente. 
 
A primeira coisa a aprender quando começamos a estudar o Raciocínio Lógico é o que 
são proposições. 
Proposição é uma frase, ou uma equação, ou uma expressão, cujo conteúdo pode ser 
considerado Verdadeiro ou Falso. 
 
Há dois tipos de proposições: as simples e as compostas. 
As proposições simples são afirmações. São frases bem no padrão que aprendemos em 
Língua Portuguesa: formadas, no mínimo, por um sujeito e um verbo. 
 
Exemplo de proposição simples: O Brasil não ganhou a Copa de 2014. 
 
Sabemos que a frase acima é Verdadeira. O Brasil, efetivamente, não ganhou a Copa de 
2014 (quem ganhou foi a Alemanha – QUEM NÃO SE LEMBRA DO 7 x 1 ÔOOOO TRISTEZA). 
 
Já as proposições compostas são aquelas formadas por duas ou mais proposições 
simples. Elas possuem conectivos, ligando uma proposição à outra. 
 
Por exemplo: A Alemanha ganhou a Copa de 2014 e a Argentina ficou em segundo. 
Percebam que, na frase acima, existem 3 proposições: 
 
 Proposição 1 (proposição simples): A Alemanha ganhou a Copa de 2014 (sabemos que é 
Verdadeiro). 
 Proposição 2 (proposição simples): A Argentina ficou em segundo (é Verdadeiro). 
 Proposição 3 (proposição composta): A Alemanha ganhou a Copa de 2014 e a Argentina 
ficou em segundo. 
8 
Luís Henrique Santiago Nogueira Guimarães 
Na Proposição 3, as duas proposições simples estão ligadas pelo conectivo E. Vamos 
estudá-lo mais para frente, mas, para uma frase com o conectivo E ser Verdadeira, as duas 
proposições simples que a formam devem ser Verdadeiras também. 
 
Como as duas proposições simples que a formam são realmente Verdadeiras, a 
proposição composta também é Verdadeira. 
 
Mas, se disséssemos: 
 
O Brasil ganhou a Copa de 2014 e a Argentina ficou em segundo. 
Nesse caso, teríamos uma das proposições simples Verdadeira, e a outra Falsa (pois o 
Brasil não ganhou a Copa). 
 
A proposição composta, é, portanto, Falsa, pois, como disse antes, para o Conectivo E 
as duas proposições simples devem ser Verdadeiras para a proposição composta ser Verdadeira. 
 
Podemos utilizar outro conectivo. Se trocarmos o conectivo E pelo OU,a frase fica: 
O Brasil ganhou a Copa de 2014 ou a Argentina ficou em segundo. 
 
Nesse caso, também temos uma das proposições simples Verdadeira, e a outra Falsa 
(pois o Brasil não ganhou a Copa). 
 
No entanto, a proposição composta é Verdadeira. Por que? Porque, para o conectivo 
OU, basta que uma das proposições simples sejam Verdadeiras para a proposição composta ser 
Verdadeira. 
 
Como a Argentina realmente ficou em segundo na Copa, a proposição composta com o 
conectivo Ou é Verdadeira. 
 
Não existem só esses conectivos. Mas a sistemática da coisa é assim. De acordo com o 
conectivo usado, as mesmas proposições simples podem resultar em proposições compostas 
Verdadeiras ou Falsas. 
 
Voltando a falar sobre as proposições, já sabemos que elas são afirmações de que 
podemos extrair um valor lógico (uma “alma”, digamos assim). E este valor lógico tem que ser 
sempre Verdadeiro ou Falso. 
 
Dessa forma, não podem ser proposições: 
 
 Sentenças interrogativas: “O que você comeu hoje?” – (não podemos classificar em 
verdadeiro ou falso). 
 Sentenças imperativas: “Vai lá e depois me conta como foi” – (também não podemos 
classificar em verdadeiro ou falso). 
 Sentenças exclamativas: “Que legal!!!” (como classificar em verdadeiro ou falso?). 
 Sentenças sem verbo: “Casa azul” (lembrando que “A casa é azul” possui verbo... e pode 
ser classificada em verdadeiro ou falso). 
 Sentenças que podem mudar de significado. Por exemplo, uma equação formada 
apenas por incógnitas. 
 
 
Agora, vamos ver a fundo cada conectivo. Começaremos pelo conectivo E. 
9 
Luís Henrique Santiago Nogueira Guimarães 
Conectivo E 
Nome: conjunção 
Símbolo: ^ 
 
O que significa: a proposição composta só será verdadeira se ambas as proposições 
simples forem verdadeiras. 
Por exemplo: A Alemanha ganhou a Copa de 2014 e a Argentina ficou em segundo. 
Se a primeira proposição (A Alemanha ganhou a Copa de 2014) estiver correta, e a 
segunda (Argentina ficou em segundo) também, a proposição toda (a frase toda) está correta. 
Senão, ela está errada. 
Ou seja, se V e V = V. 
Da mesma maneira, se uma das proposições estiverem erradas, a proposição composta 
estará errada. Portanto: 
V e F = F 
Por exemplo: 
O Dunga é o técnico da Seleção Brasileira e o Rogério Ceni é jogador da Seleção 
PS: o Dunga é realmente o técnico da seleção brasileira, ou seja, a primeira proposição 
está correta. Mas o Rogério Ceni não é jogador da Seleção Brasileira, então a segunda 
proposição está errada. PS: para os que não gostam de futebol essa aula também serve para 
agregar conhecimentos futebolísticos HAHAHAHA 
Portanto, o valor lógico (a alma da proposição) é: 
V e F = F 
(ou seja, a proposição composta é Falsa) 
 
Mais um exemplo: 
O Zagallo é o técnico da Seleção Brasileira e o Neymar é jogador da Seleção. 
PS: o Zagallo não é o técnico da seleção brasileira, ou seja, a primeira proposição está 
falsa. Mas o Neymar é jogador da Seleção Brasileira, então a segunda proposição está correta. 
Portanto, o valor lógico é: 
F e V = F 
(ou seja, a proposição composta é Falsa) 
 
Último exemplo: 
O Zagallo é o técnico da Seleção Brasileira e o Rogério Ceni é jogador da Seleção 
 
PS: o Zagallo não é o técnico da seleção brasileira, ou seja, a primeira proposição está 
falsa. E o Rogério Ceni não é jogador da Seleção Brasileira, então a segunda proposição também 
está errada. 
Portanto, o valor lógico é: 
F e F = F 
 
Assim, em resumo, o conectivo E se comporta da seguinte forma (a tabela abaixo é 
conhecida como Tabela-Verdade. Não se preocupem com esse nome agora, mais para frente 
falarei mais sobre ela): 
 
CONECTIVO E 
V e V = V 
V e F = F 
F e V = F 
F e F = F 
 
10 
Luís Henrique Santiago Nogueira Guimarães 
Conectivo Ou 
Nome: disjunção 
Símbolo: v 
 
O que significa: Se uma das proposições simples for verdadeira, a proposição composta 
já será verdadeira. Dessa forma, ela só será falsa se ambas as proposições simples forem falsas 
– em todos os outros casos, a proposição composta será sempre verdadeira. 
Por exemplo: 
O Dunga é o técnico da Seleção Brasileira ou o Neymar é jogador da Seleção. 
Valor lógico: V ou V 
Como falamos, a proposição composta só será falsa se as duas proposições estiverem 
falsas. E, nessa proposição, as duas proposições estão corretas. Portanto, a proposição 
composta é Verdadeira. 
Ou seja, se V ou V = V. 
 
Da mesma maneira, se uma das proposições estiver correta, a proposição composta 
estará correta. Portanto: 
V ou F = V 
Mais um exemplo: O Dunga é o técnico da Seleção Brasileira ou o Rogério Ceni é jogador 
da Seleção 
Valor lógico: V ou F = V (ou seja, a proposição composta é Verdadeira) 
Terceiro exemplo: O Zagallo é o técnico da Seleção Brasileira ou o Neymar é jogador da 
Seleção 
Valor lógico: F ou V = V (ou seja, a proposição composta é Verdadeira) 
Último exemplo: 
 
O Zagallo é o técnico da Seleção Brasileira ou o Rogério Ceni é jogador da Seleção 
Nesse caso, temos duas proposições falsas. Agora sim, a proposição composta terá valor 
lógico falso (único caso). 
Valor lógico: F ou F = F (ou seja, a proposição composta é Falsa) 
 
Assim, em resumo, o conectivo OU se comporta da seguinte forma: 
 
CONECTIVO OU 
V ou V = V 
V ou F = V 
F ou V = V 
F ou F = F 
 
Conectivo Se...Então 
Nome: Condicional 
Símbolo: 
 
O que significa: A primeira proposição exprime uma condição para a segunda. Se a 
primeira frase for Verdadeira, então a segunda também deverá ser. Se a primeira frase for Falsa, 
então a condição não se cumpriu, ou seja, tanto faz se a segunda frase for Verdadeira ou Falsa, 
porque a frase toda será Verdadeira. 
Por exemplo: 
Se o Dunga é o técnico da Seleção Brasileira então o Neymar é jogador da Seleção. 
Valor lógico: Se V então V = V 
(ou seja, a proposição composta é Verdadeira) 
11 
Luís Henrique Santiago Nogueira Guimarães 
Mais um exemplo: 
Se o Muricy é o técnico da Seleção Brasileira então o Rogério Ceni é jogador da Seleção. 
Valor lógico: Se F então F = V 
(ou seja, a proposição composta é Verdadeira) 
E 
Se o Muricy é o técnico da Seleção Brasileira então o Neymar é jogador da Seleção. 
Valor lógico: Se F então V = V 
(ou seja, a proposição composta é Verdadeira) 
Reparem que, se a primeira proposição for falsa, a sentença será sempre verdadeira. 
Afinal, se o Muricy for o técnico, então o Rogério Ceni pode ser jogador e o Neymar também. 
Gravem isso: se a primeira proposição do Se...então é falsa, a sentença é como um todo é 
verdadeira. 
Último exemplo: 
Se o Dunga é o técnico da Seleção Brasileira então o Rogério Ceni é jogador da Seleção. 
 
Valor lógico: Se V então F = F 
(ou seja, a proposição composta é Falsa) 
 
Esse é o caso mais importante, e é dele que vocês vão lembrar toda vez que fizerem uma 
questão sobre o assunto. 
A sentença composta Se...então só é falsa se a primeira proposição for verdadeira e a 
segunda é falsa. 
Ou seja, para uma sentença composta, cuja primeira proposição é verdadeira, ser 
verdadeira, a segunda proposição deve NECESSARIAMENTE ser verdadeira também. 
Da mesma forma, se a segunda proposição for falsa, a primeira proposição deverá ser 
falsa também. 
Resumindo, a situação Se V então F é PROIBIDA. 
Assim, em resumo, a estrutura Se...então se comporta da seguinte forma: 
 
ESTRUTURA SE...ENTÃO 
Se V então V = V 
Se V então F = F 
Se F então V = V 
Se F então F = V 
 
Conectivo Se... e somente se ... 
Nome: Bicondicional 
Símbolo: 
 
A Bicondicional p se e somente se q é outra proposição que tem como valor lógico V se 
p e q forem ambas verdadeiras ou ambas falsas, e F nos outroscasos. Veja-se a seguinte tabela-
verdade: 
 
ESTRUTURA se ... e somente se ... 
Se V e somente se V = V 
Se F e somente se V = F 
Se V e somente se F = F 
Se F e somente se F = V 
 
 
 
12 
Luís Henrique Santiago Nogueira Guimarães 
ESTRUTURAS LÓGICAS, LÓGICAS DE ARGUMENTAÇÃO, DIAGRAMAS LÓGICOS, SEQUÊNCIAS 
 
SEQUÊNCIA 
Denominamos genericamente como sequência a toda fila ordenada de termos 
(números, letras, figuras, palavras, etc) que obedeçam a um padrão de formação. 
 
Exemplos de sequências: 
a) (13, 18, 23, 28, 33, 38) cada termos, a partir do 2º (segundo), é igual ao anterior 
adicionado + 5 unidades; 
 
b) (A, D, G, J) as letras foram tomadas de 3 (três) em 3 (três), em ordem alfabética, a 
partir do “A”, ou seja: A, b, c, D, e, f, G, h, i, J. 
 
c) (Triângulo – 0, quadrado – 2, pentágono – 5, hexágono – 9) tem-se os nomes de 
figuras planas a partir de 3 (três) lados, acompanhados do nº (número) de diagonais 
em cada um deles, isto e: 
Nenhuma diagonal, duas diagonais, cinco diagonais, nove diagonais. 
Determinação de um termo por indução: 
São comuns questões de concurso onde se encontra o valor de um termo de uma dada 
sem que seja declarado o padrão de formação de seus termos. Em tais questões é necessário 
descobrir o padrão de formação e isto exige um tipo de raciocínio, conhecido como raciocínio 
indutivo ou indução, no qual nossas conclusões justificam-se apenas por sua coerência em 
relação aos casos anteriores. Algo como: ‘se todos os casos anteriores obedeceram a este 
padrão, então o próximo deverá obedecê-lo também’. 
É importante salientar que não há nenhum tipo de garantia lógica ou matemática de 
que as conclusões obtidas por indução estejam certa. Existem, aliás, na matemática alguns 
exemplos célebres de conclusões incorretas obtidas a partir de raciocínios indutivos. Entretanto, 
o que se pretende verificar com as questões que envolvem a percepção de padrões é capacidade 
do candidato de formular e testar hipóteses. 
No estudo da matemática estudamos um tipo de sequência: a sequência numérica. 
Essa sequência que estudamos em matemática é composta por números que estão 
dispostos em uma determinada ordem preestabelecida. 
Ao representarmos uma sequência numérica, devemos colocar seus elementos entre 
parênteses. Vejamos alguns exemplos de sequências numéricas: 
 
 (2, 4, 6, 8, 10, 12, ...) sequência de números pares positivos; 
 
PROGRESSÃO ARITMÉTICA (PA) 
Cada termo a partir do segundo é determinado pela soma do anterior por uma 
constante chamada razão. Para determinar os termos da sequência, aplica-se a seguinte 
fórmula: 
 
an = a1 + (n – 1) . r 
 
an = n.ésimo termo da sequência 
a1 = primeiro termo 
n = posição do termo na sequência 
r = razão 
 
Ainda em relação a PA, temos a fórmula que fornece a soma dos n primeiros termos, 
que é a seguinte: 
Sn = n . (a1 + na) 
13 
Luís Henrique Santiago Nogueira Guimarães 
 2 
Sn = soma dos n primeiros termos de uma PA 
N = posição do termo na sequência 
a1 = primeiro termo da sequência 
an = n.ésimo termo da sequência 
 
Exercício: 
Encontre o 20º (vigésimo) termo da sequência (1, 3, 5, 7 ...) e calcule a soma dos 20 
primeiros termos: 
 
a1 = 1 
n = 20 
r = 2 
an = 1 + (20 – 1). 2 
an = 1 + 19.2 
an = 1+38 
an = 39 
 
O vigésimo termo da sequência é o nº 39. 
 
Sn = 20. (1 + 39) 
 2 
Sn = 10.40 
Sn = 400 
 
A soma dos vinte primeiros termos é 400. 
 
PROGRESSÃO GEOMÉTRICA (PG) 
Já a progressão geométrica (PG) pode ser entendida como qualquer sequência de 
números em que, a partir do 2º (segundo) termo, a sequência é dada por meio da multiplicação 
do termo anterior pela razão. Veja-se a fórmula: 
 
an = a1 . qn – 1 
 
an = n.ésimo termo da sequência 
a1 = primeiro termo da sequência 
q = razão 
n = posição do termo da sequência 
 
Nessa progressão, também temos a fórmula da soma dos n primeiros termos, que é 
dada por: 
 
Sn = a1 . (qn - 1) 
 q - 1 
 
Sn = soma dos n primeiros termos de uma PG 
a1 = primeiro termo da sequência 
q = razão 
n = posição do termo na sequência 
 
Exercício 
14 
Luís Henrique Santiago Nogueira Guimarães 
Determine o sexto termo da PG (2, 6, 18, 54, ...) e, em seguida, calcule a soma dos 6 
(seis) primeiros termos. 
 
Para resolvermos esse exercício, devemos calcular primeiro a razão (q). Para isso, 
efetuamos as seguintes divisões: 
6 = 3 
2 
18 = 3 
6 
54 = 3 
18 
Com isso, verificamos que a razão da PG é 3. Sabendo que a1 = 2 e n = 6, substituímos na 
fórmula: 
A6 = 2. (3)6-1 
A6 = 2.35 
A6 = 2.243 
A6 = 486 
 
O sexto termo da PG é 486. 
A soma dos 6 (seis) primeiros termos da sequência: 
 
Sn = a1 . (qn - 1) 
 q – 1 
S6 = 2. (36 - 1) 
 3 - 1 
S6 = 2 . (279 – 1) 
 2 
S6 = 278 
 
A soma dos 6 (seis) primeiros termos desta sequência é 278. 
 
SEQUÊNCIA DE FIBONACCI 
A sequência de Fibonacci é uma sequência de números, onde o número 1 é o primeiro 
e o 2º (segundo) termo da ordem e os demais são originados pela soma de seus dois 
antecessores. 
 
Vejamos: 
( 1, 1, 2, 3, 5, 8, 13, 21, 34, 55, 89, 144, 233, 377, 610, 987, 1597, 2584, 4181 ...) 
 
Analisada como uma sequência numérica, ela não passa de uma simples organização de 
numerais que recebem um toque de lógica matemática. Mas o que faz dessa ordem de números, 
uma descoberta especial, é a sua ligação com os fenômenos da natureza e o valor aproximado 
da constante 1,6, quociente da divisão entre um número e seu antecessor na sequência, a partir 
do número 3. 
Os grandes estudiosos sempre procuraram a proporção ideal a ser aplicada nas 
construções e nas artes. E foi com esse propósito que os gregos criaram o RETÂNGULO DE OURO 
e os egípcios construíram as pirâmides. O retângulo obedecia a relação entre o comprimento e 
a largura, sendo a divisão entre eles, igual a 1,6. Esse quociente também era registrado entre as 
pedras utilizadas na construção de pirâmides, considerando que a pedra inferior seria maior que 
superior. Nesse caso, a divisão entre elas também 1,6, pois esse valor era considerado um 
símbolo de perfeição nas construções, chegando a receber o nome de DIVINA PROPORÇÃO. 
15 
Luís Henrique Santiago Nogueira Guimarães 
Fibonacci surge por volta de 1200 estabelecendo a famosa sequência, a partir de 
observações feitas na evolução da população de um casal de coelhos. Ao observar a beleza da 
natureza, descobriu a divina proporção em várias plantas, como p. ex., a espiral da folha de uma 
bromélia. A espiral cresce na mesma medida que o retângulo de ouro, obedecendo a proporção 
de 1,618. Veja-se as figuras: 
 
Folha da bromélia e sua espiral: 
 
 
 
Os retângulos aumentam suas áreas de acordo com a sequência de Fibonacci. Todos 
eles possuem medidas exatas de acordo com a divina proporção: 
 
 
Na natureza, observamos a sequência em outras situações, vejamos: 
 
As espirais de um caracol aumentam de acordo com a divina proporção 
 
16 
Luís Henrique Santiago Nogueira Guimarães 
 
 
A proporção entre abelhas fêmeas e machos de uma colmeia, também é respeitada a 
proporção de ouro. 
 
Os artistas Michelangelo e Leonardo da Vinci aplicaram em suas obras a proporção de 
ouro, enfatizando em suas artes o número constante 1,6. Da Vinci observou a presença do 
número de ouro no corpo humano, realizando as seguintes medições: 
 
 Altura da pessoa dividida pela altura do umbigo em relação ao solo; 
 Medida inteira da perna dividida pela altura do joelho até o solo; 
 Medida do braço inteiro dividida pelo tamanho do cotovelo até o dedo; 
 Medida do dedo inteiro dividida pelo tamanho da dobra central até a ponta. 
 
Outras medições realizadas no corpo humano satisfazem a constante do número de 
ouro. Em virtude dessa descoberta, clínicas de estéticarealizam cirurgias plásticas faciais em 
pacientes que desejam enquadrar suas medidas, visando à busca pela perfeição. 
 
 
 
 
 
 
 
 
17 
Luís Henrique Santiago Nogueira Guimarães 
DIREITO CONSTITUCIONAL. 
 
Autonomia Municipal. Aspectos políticos, administrativos e financeiros 
de autonomia municipal. Competências Municipais. Assuntos de 
interesse local. Competência suplementar. Competência tributária. 
Competência administrativa. Poder Executivo. Atribuições. 
Competência privativa do Poder Executivo. Responsabilidade funcional 
do Chefe do Poder Executivo. Política urbana. Competências legislativas. 
Compatibilização vertical das normas aplicáveis. O Plano Diretor e a 
função social da propriedade urbana. Mecanismos de adequação de 
propriedade urbana ao cumprimento de sua função social. Usucapião 
urbana. Parcelamento e ocupação do solo urbano. Competências 
legislativas. Compatibilização vertical. Advocacia Pública. 
 
CF: 
TÍTULO III – DA ORGANIZAÇÃO DO ESTADO 
Capítulo I – Da Organização Político-Administrativa 
Art. 18. A organização político-administrativa da República Federativa do Brasil 
compreende a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, todos autônomos, 
nos termos desta Constituição. 
§ 1º. Brasília é a Capital Federal. 
§ 2º. Os Territórios Federais integram a União, e sua criação, transformação em 
Estado ou reintegração ao Estado de origem serão reguladas em lei complementar. 
§ 3º. Os Estados podem incorporar-se entre si, subdividir-se ou desmembrar-se 
para se anexarem a outros, ou formarem novos Estados ou Territórios Federais, 
mediante aprovação da população diretamente interessada, através de plebiscito, e do 
Congresso Nacional, por lei complementar. 
§ 4º. A criação, a incorporação, a fusão e o desmembramento de Municípios far-
se-ão por meio de lei estadual, dentro do período determinado por lei complementar 
federal, e dependerão de aprovação prévia, mediante plebiscito, às populações dos 
Municípios envolvidos, após divulgação dos Estudos de Viabilidade Municipal, 
apresentados e publicados na forma da lei. 
Art. 19. É vedado à União, aos Estados, aos Distrito federal e aos Municípios: 
I – estabelecer cultos religiosos ou igrejas, subvencioná-los, embaraçar-lhes o 
funcionamento ou manter com eles ou seus representantes relações de dependência ou 
aliança, ressalvada, na forma da lei, a colaboração de interesse público; 
II – recusar fé aos documentos públicos; 
III – criar distinções entre brasileiros ou preferências entre si. 
Capítulo II – Da União 
(...) 
Art. 23. É competência comum da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos 
Municípios: 
I – zelar pela guarda da Constituição, das leis e das instituições democráticas e 
conservar o patrimônio público; 
II – cuidar da saúde e assistência pública, da proteção e garantia das pessoas 
portadoras de deficiência; 
III – proteger os documentos, as obras e outros bens de valor histórico, artístico 
e cultural, os monumentos, as paisagens naturais notáveis e os sítios arqueológicos; 
IV – impedir a evasão, a destruição e a descaracterização de obras de arte e de 
outros bens de valor histórico, artístico ou cultural; 
18 
Luís Henrique Santiago Nogueira Guimarães 
V – proporcionar meios de acesso à cultura, à educação, à ciência, à tecnologia, 
à pesquisa e à inovação; 
VI – proteger o meio ambiente e combater a poluição em qualquer de suas 
formas; 
VII – preservar as florestas, a fauna e a flora; 
VIII – fomentar a produção agropecuária e organizar o abastecimento alimentar; 
IX – promover programas de construção de moradias e a melhoria das condições 
habitacionais e de saneamento básico; 
X – combater as causas da pobreza e os fatores de marginalização, promovendo 
a integração social dos setores desfavorecidos; 
XI – registrar, acompanhar e fiscalizar as concessões de direitos de pesquisa e 
exploração de recursos hídricos e minerais em seus territórios; 
XII – estabelecer e implantar política de educação para a segurança do trânsito. 
Parágrafo único. Leis complementares fixarão normas para cooperação entre a 
União e os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, tendo em vista o equilíbrio do 
desenvolvimento e do bem-estar em âmbito nacional. 
(...) 
Capítulo IV – Dos Municípios 
Art. 29. O Município reger-se-á por lei orgânica, votada em 2 (dois) turnos, com 
interstício mínimo de 10 (dez) dias, e aprovada por 2/3 (dois terços) dos membros da 
Câmara Municipal, que a promulgará, atendidos os princípios estabelecidos nesta 
Constituição, na Constituição do respectivo Estado e os seguintes preceitos: 
I – a eleição do Prefeito, do Vice-Prefeito e dos Vereadores, para mandato de 4 
(quatro) anos, mediante pleito direto e simultâneo realizado em todo o País; 
II – eleição do Prefeito e do Vice-Prefeito realizada no 1º (primeiro) domingo de 
outubro do ano anterior ao término do mandato dos que devam suceder, aplicadas as 
regras do art. 77 no caso de Municípios com mais de 200.000 (duzentos mil) eleitores; 
III – posse do Prefeito e do Vice-Prefeito no dia 1º (primeiro) de janeiro do ano 
subsequente ao da eleição; 
IV – para a composição das Câmaras Municipais, será observado o limite máximo 
de: 
a) 9 (nove) Vereadores, nos Municípios de 15.000 (quinze mil) habitantes; 
b) 11 (onze) Vereadores, nos Municípios com mais de 15.000 (quinze mil) 
habitantes e de até 30.000 (trinta mil) habitantes; 
c) 13 (treze) Vereadores, nos Municípios com mais de 30.000 (trinta mil) 
habitantes e de até 50.000 (cinquenta mil) habitantes; 
d) 15 (quinze) Vereadores, nos Municípios com mais de 50.000 (cinquenta mil) 
habitantes e de até 80.000 (oitenta mil) habitantes; 
e) 17 (dezessete) Vereadores, nos Municípios com mais de 80.000 (oitenta mil) 
habitantes e de até 120.000 (cento e vinte mil) habitantes; 
f) 19 (dezenove) Vereadores, nos Municípios com mais de 120.000 (cento e vinte 
mil) habitantes e de até 160.000 (cento e sessenta mil) habitantes; 
g) 21 (vinte e um) Vereadores, nos Municípios com mais de 160.000 (cento e 
sessenta mil) habitantes e de até 300.000 (trezentos mil) habitantes; 
h) 23 (vinte e três) Vereadores, nos Municípios com mais de 300.000 (trezentos 
mil) habitante e de até 450.000 (quatrocentos e cinquenta mil) habitantes; 
i) 25 (vinte e cinco) Vereadores, nos Municípios com mais de 450.000 
(quatrocentos e cinquenta mil) habitantes e de até 600.000 (seiscentos mil) 
habitantes; 
j) 27 (vinte e sete) Vereadores, nos Municípios com mais de 600.000 (seiscentos 
mil) habitantes e de até 750.000 (setecentos e cinquenta mil) habitantes; 
19 
Luís Henrique Santiago Nogueira Guimarães 
k) 29 (vinte e nove) Vereadores, nos Municípios com mais de 750.000 (setecentos 
e cinquenta mil) habitantes e de até 900.000 (novecentos mil) habitantes; 
l) 31 (trinta e um) Vereadores, nos Municípios com mais de 900.000 (novecentos 
mil) habitantes e de até 1.050.000 (um milhão e cinquenta mil) habitantes; 
m) 33 (trinta e três) Vereadores, nos municípios com mais de 1.050.000 (um milhão 
e cinquenta mil) habitantes e de até 1.200.000 (um milhão e duzentos mil) 
habitantes; 
n) 35 (trinta e cinco) Vereadores, nos Municípios com mais de 1.200.000 (um 
milhão e duzentos mil) habitantes e de até 1.350.000 (um milhão trezentos e 
cinquenta mil) habitantes; 
o) 37 (trinta e sete) Vereadores, nos Municípios com mais de 1.350.000 (um milhão 
trezentos e cinquenta mil) habitantes e de até 1.500.000 (um milhão e 
quinhentos mil) habitantes; 
p) 39 (trinta e nove) Vereadores, nos Municípios com mais de 1.500.000 (um 
milhão e quinhentos mil) habitantes e de até 1.800.000 (um milhão e oitocentos 
mil) habitantes; 
q) 41 (quarenta e um) Vereadores, nos Municípios com mais de 1.800.000 (um 
milhão e oitocentos mil) habitantes e de até 2.400.000 (dois milhões e 
quatrocentosmil) habitantes; 
r) 43 (quarenta e três) Vereadores, nos Municípios com mais de 2.400.000 (dois 
milhões e quatrocentos mil) habitantes e de até 3.000.000 (três milhões) de 
habitantes; 
s) 45 (quarenta e cinco) Vereadores, nos Municípios com mais de 3.000.000 (três 
milhões) de habitantes e de até 4.000.000 (quatro milhões) de habitantes; 
t) 47 (quarenta e sete) Vereadores, nos Municípios com mais de 4.000.000 (quatro 
milhões) de habitantes e de até 5.000.000 (cinco milhões) de habitantes; 
u) 49 (quarenta e nove) Vereadores, nos Municípios com mais de 5.000.000 (cinco 
milhões) de habitantes e de até 6.000.000 (seis milhões) de habitantes; 
v) 51 (cinquenta e um) Vereadores, nos Municípios com mais de 6.000.000 (seis 
milhões) de habitantes e de até 7.000.000 (sete milhões) de habitantes; 
w) 53 (cinquenta e três) Vereadores, nos Municípios com mais de 7.000.000 (sete 
milhões) de habitantes e de até 8.000.000 (oito milhões) de habitantes; e 
x) 55 (cinquenta e cinco) Vereadores, nos Municípios com mais de 8.000.000 (oito 
milhões) de habitantes; 
V – subsídios do Prefeito, do Vice-Prefeito e dos Secretários Municipais fixados 
por lei de iniciativa da Câmara Municipal, observado o que dispõem os arts. 37, XI, 39, § 
4º, 150, II, 153, III, e 153, § 2º, I; 
VI – o subsídio dos Vereadores será fixado pelas respectivas Câmaras em cada 
legislatura para a subsequente, observado o que dispõe esta Constituição, observados 
os critérios estabelecidos na respectiva Lei Orgânica e os seguintes limites máximos: 
a) Em Municípios de até 10.000 (dez mil) habitantes, o subsídio máximo dos 
Vereadores corresponderá a 20% (vinte por cento) do subsídio dos Deputados 
Estaduais; 
b) Em Municípios de 10.001 (dez mil e um) habitantes a 50.000 (cinquenta mil) 
habitantes, o subsídio máximo dos Vereadores corresponderá a 30% (trinta por 
cento) do subsídio dos Deputados Estaduais; 
c) Em Municípios de 50.001 (cinquenta mil e um) habitantes a 100.000 (cem mil) 
habitantes, o subsídio dos Vereadores corresponderá a 40% (quarenta por 
cento) do subsídio dos Deputados Estaduais; 
20 
Luís Henrique Santiago Nogueira Guimarães 
d) Em Municípios de 100.001 (cem mil e um) habitantes a 300.000 (trezentos mil) 
habitantes, o subsídio dos Vereadores corresponderá a 50% (cinquenta por 
cento) do subsídio dos Deputados Estaduais; 
e) Em Municípios de 300.001 (trezentos mil e um) habitantes a 500.000 
(quinhentos mil) habitantes, o subsídio máximo dos Vereadores corresponderá 
a 60% (sessenta por cento) do subsídio dos Deputados Estaduais; 
f) Em Municípios de mais de 500.000 (quinhentos mil) habitantes, o subsídio 
máximo dos Vereadores corresponderá a 75% (setenta e cinco por cento) do 
subsídio dos Deputados Estaduais; 
VII – o total da despesa com a remuneração dos Vereadores não poderá 
ultrapassar o montante de 5% (cinco por cento) da receita do Município; 
VIII – inviolabilidade dos Vereadores por suas opiniões, palavras e votos no 
exercício do mandato e na circunscrição do Município; 
IX – proibições e incompatibilidades, no exercício da vereança, similares, no que 
couber, ao disposto nesta Constituição para os membros do Congresso Nacional e, na 
Constituição do respectivo Estado, para os membros da Assembleia Legislativa; 
X – julgamento do Prefeito no Tribunal de Justiça; 
XI – organização das funções legislativas e fiscalizadoras da Câmara Municipal; 
XII – cooperação das associações representativas no planejamento municipal; 
XIII – iniciativa popular no projeto de lei de interesse específico do Município, 
da cidade ou de bairros, através de manifestação de, pelo menos, 5% (cinco por cento) 
do eleitorado; 
XIV – perda do mandato do Prefeito, nos termos do art. 28, parágrafo único. 
Art. 29-A. O total da despesa do Poder Legislativo Municipal, incluídos os 
subsídios dos Vereadores e excluídos os gastos com inativos, não poderá ultrapassar os 
seguintes percentuais, relativos ao somatório da receita tributária e das transferências 
previstas no § 5º do art. 153 e nos arts. 158 e 159, efetivamente realizado no exercício 
anterior: 
I – 7% (sete por cento) para Municípios com população de até 100.000 (cem mil) 
habitantes; 
II – 6% (seis por cento) para Municípios com população entre 100.000 (cem mil) 
e 300.000 (trezentos mil) habitantes; 
III – 5% (cinco por cento) para Municípios com população entre 300.001 
(trezentos mil e um) e 500.000 (quinhentos mil) habitantes; 
IV – 4,5% (quatro e meio por cento) para Municípios com população entre 
500.001 (quinhentos mil e um) e 3.000.000 (três milhões) de habitantes; 
V – 4% (quatro por cento) para Municípios com população entre 3.000.001 (três 
milhões e um) e 8.000.000 (oito milhões) de habitantes; 
VI – 3,5% (três e meio por cento) para Municípios com população acima de 
8.000.001 (oito milhões e um) habitantes. 
§ 1º. A Câmara Municipal não gastará mais de 70% (setenta por cento) de sua 
receita com folha de pagamento, incluído gastos com subsídio de seus Vereadores. 
§ 2º. Constitui crime de responsabilidade do Prefeito Municipal: 
I – efetuar repasse que supere os limites definidos neste artigo; 
II – não enviar o repasse arte o dia 20 (vinte) de cada mês; ou 
III – enviá-lo a menor em relação à proporção fixada na Lei Orçamentária. 
§ 3º. Constitui crime de responsabilidade do Presidente da Câmara Municipal o 
desrespeito ao § 1º deste artigo. 
Art. 30. Compete a Município: 
I – legislar sobre assunto de interesse local; 
II – suplementar a legislação federal e estadual no que couber; 
21 
Luís Henrique Santiago Nogueira Guimarães 
III – instituir e arrecadar os tributos de sua competência, bem como aplicar suas 
rendas, sem prejuízo da obrigatoriedade de prestar contas e publicar balancetes nos 
prazos fixados em lei; 
IV – criar, organizar e suprimir distritos, observada a legislação estadual; 
V – organizar e prestar, diretamente ou sob regime de concessão ou permissão, 
os serviços públicos de interesse local, incluído o de transporte coletivo, que tem caráter 
essencial; 
VI – manter, com a cooperação técnica e financeira da União e do Estado, 
programas de educação infantil e de ensino fundamental; 
VII – prestar, com a cooperação técnica e financeira da União e do Estado, 
serviços de atendimento à saúde da população; 
VIII – promover, no que couber, adequado ordenamento territorial, mediante 
planejamento e controle do uso, do parcelamento e da ocupação do solo urbano; 
IX – promover a proteção do patrimônio histórico-cultural local, observada a 
legislação e a ação fiscalizadora federal e estadual. 
Art. 31. A fiscalização do Município será exercida pelo Poder Legislativo 
Municipal, mediante controle externo, e pelos sistemas de controle interno do Poder 
Executivo Municipal, na forma da lei. 
§ 1º. O controle externo da Câmara Municipal será exercido com o auxílio dos 
Tribunais de Contas dos Estados ou do Município ou dos Conselhos ou Tribunais de 
Constas dos Municípios, onde houver. 
§ 2º. O parecer prévio, emitido pelo órgão competente sobre as contas que o 
Prefeito deve anualmente prestar, só deixará de prevalecer por decisão de 2/3 (dois 
terços) dos membros da Câmara Municipal. 
§ 3º. As contas dos Municípios ficarão, durante 60 (sessenta) dias, anualmente, 
à disposição de qualquer contribuinte, para exame e apreciação, o qual poderá 
questionar-lhes a legitimidade, nos termos da lei. 
§ 4º. É vedada a criação de Tribunais, Conselhos ou órgãos de Contas Municipais. 
(...) 
 
AUTONOMIA MUNICIPAL ASPECTOS POLÍTICOS, ADMINISTRATIVOS E FINANCEIROS DE 
AUTONOMIA MUNICIPAL. 
 A Constituição Federal de1988 consagrou o município como entidade federativa, 
integrante da organização político-administrativa da República Federativa do Brasil, 
outorgando-lhe plena autonomia (CF, arts. 18, 19 e 30). 
Reforçando a posição de entefederativo do município, a AUTONOMIA MUNICIPAL foi 
arrolada como PRINCÍPIO CONSTITUCIONAL SENSÍVEL, a ser respeitada pelo estado-membro, 
sob pena de sujeitar-se ele à intervenção federal (CF, art. 34, VII, ”c”). 
Assim como ocorre com estados-membros, a autonomia municipal está assentada na 
capacidade de auto-organização e normatização própria (elaboração da Lei Orgânica e das lei 
municipais), autogoverno (eleição do Prefeito, Vice-Prefeito e Vereadores sem ingerência da 
União e do Estado) e autoadministração (exercício de suas competências administrativas, 
tributárias e legislativas). 
Dessa forma, o Município poder ser definido como: pessoa jurídica de direito público 
interno e autônomo nos termos e de acordo com as regras estabelecidas na CF/88. 
Muito se questionou a respeito de serem os Municípios parte integrante ou não de 
nossa Federação, bem como sobre sua autonomia. A análise do dos arts. 1º e 18, bem como de 
todo o Capítulo reservado aos Municípios (apesar de vozes ao contrário), leva-nos ao único 
entendimento de eles são entes federativos, dotados de autonomia própria, materializada por 
sua capacidade de auto-organização, autogoverno, autoadministração e autolegislação. Ainda 
22 
Luís Henrique Santiago Nogueira Guimarães 
mais diante do art. 34, VII, “c”, que prevê a intervenção federal na hipótese de o Estado não 
respeitar a autonomia municipal. 
Trata-se de autonomia e não de soberania. Soberania é um dos fundamentos da 
República Federativa do Brasil. Internamente, os entes federativos são autônomos, na medida 
de sua competência, constitucionalmente definida, delimitada e assegurada. 
A Lei Orgânica do Município, votada em 2 (dois) turnos, com o interstício mínimo de 10 
(dez) dias, e aprovada por 2/3 (dois terços) dos membros da Câmara Municipal, que a 
promulgará, atendidos os princípios estabelecidos na Constituição Federal, na Constituição do 
respectivo Estado e os seguintes preceitos (CF, art. 29): 
a) Eleição do Prefeito, do Vice-Prefeito e dos Vereadores, para mandato de 4 (quatro) 
anos, mediante pleito direto e simultâneo realizado em todo o País; 
b) Eleição do Prefeito e do Vice-Prefeito realizada no 1º (primeiro) domingo de outubro 
do ano anterior ao término do mandato dos que devam suceder, aplicadas as regras 
para eleição do Presidente da República, no caso de municípios com mais de > 
200.000 (duzentos mil) eleitores; 
c) Posse do Prefeito e do Vice-Prefeito no 1º (primeiro) de janeiro do ano subsequente 
ao da eleição; 
d) Perderá o mandato o Prefeito que assumir outro cargo ou função na Administração 
Pública Direta ou Indireta, ressalvada a posse em virtude de concurso público, 
hipótese em que será afastado de seu cargo, emprego ou função, sendo-lhe 
facultado optar pela sua remuneração, mantendo-se a contagem do tempo de 
serviço para todos os efeitos legais, exceto para promoção por merecimento; 
e) Os subsídios do Prefeito, do Vice-Prefeito e dos Secretários municipais devem ser 
fixados por lei de iniciativa da Câmara Municipal; 
f) O total da despesa com a remuneração dos Vereadores não poderá ultrapassar o 
montante de 5% (cinco por cento) da receita do Município; 
g) Inviolabilidade dos Vereadores por suas opiniões, palavras e votos no exercício do 
mandato e na circunscrição do município; 
h) As proibições e incompatibilidades, no exercício da vereança, devem ser similares, 
no que couber, ao disposto na Constituição Federal para os membros do Congresso 
Nacional e na Constituição do respectivo Estado para os membros da Assembleia 
Legislativa; 
i) Organização das funções legislativas e fiscalizadoras da Câmara Municipal; 
j) Cooperação das associações representativas no planejamento municipal; 
k) Deve ser prevista iniciativa popular de projetos de lei de interesse específico do 
município, da cidade ou de bairros, mediante manifestação de, pelo menos, 5% 
(cinco por cento) do eleitorado. 
 
O subsídio dos Vereadores será fixado pelas respectivas Câmaras municipais em cada 
legislatura para a subsequente, observado o que dispõe a Constituição Federal, os critérios 
estabelecidos na respectiva Lei Orgânica e os seguintes limites máximo, fixados como 
percentuais do subsídio dos Deputados Estaduais: 
 
Nº de Habitantes do Município 
Subsídio máximo do Vereador em % (porcentagem) 
do subsídio dos Deputados Estaduais 
Até 10.000 20% 
De 10.001 a 50.000 30% 
50.001 a 100.000 40% 
100.001 a 300.000 50% 
300.001 a 500.000 60% 
Acima de 500.001 75% 
23 
Luís Henrique Santiago Nogueira Guimarães 
A Câmara Municipal não gastará mais de 70% (setenta por cento) de sua RECEITA com 
folha de pagamento, INCLUÍDO o gasto com o subsídio de seus Vereadores. 
A EC nº. 58/2009 deu nova redação ao inciso IV do art. 29 da Constituição Federal, 
aumentando o número de Vereadores por municipalidade, mediante a criação de 24 (vinte e 
quatro) novos limites para a composição das Câmaras Municipais. De acordo com o novo 
regramento constitucional, passaram a ser os seguintes os limites para a composição das 
Câmaras Municipais, considerada a população local: 
 
Nº de habitantes do Município Limite máximo de Vereadores 
Até 15.000 9 
De 15.001 a 30.000 11 
De 30.001 a 50.000 13 
De 50.001 a 80.000 15 
De 80.001 a 120.000 17 
De 120.001 a 160.000 19 
De 160.001 a 300.000 21 
De 300.001 a 450.000 23 
De 450.001 a 600.000 25 
De 600.001 a 750.000 27 
De 750.001 a 900.000 29 
De 90.001 a 1.050.000 31 
De 1.050.001 a 1.200.000 33 
De 1.200.001 a 1.350.000 35 
De 1.350.001 a 1.500.000 37 
De 1.500.001 a 1.800.000 39 
De 1.800.001 a 2.400.000 41 
De 2.400.001 a 3.000.000 43 
De 3.000.001 a 4.000.000 45 
De 4.000.001 a 5.000.000 47 
De 5.000.001 a 6.000.000 49 
De 6.000.001 a 7.000.000 51 
De 7.000.001 a 8.000.000 53 
Acima de 8.000.000 55 
 
A EC nº. 58/2009 deu, também, nova redação ao art. 29-A da Constituição Federal, 
fixando novos percentuais máximos do total de despesas para as Câmara Municipais, de modo 
que o total da despesa do Poder Legislativo municipal, incluídos os subsídios dos Vereadores e 
excluídos os gastos com inativos, não poderá ultrapassar os seguintes percentuais, relativos ao 
somatório da receita tributária e das transferências constitucionais tributárias, efetivamente 
realizado no exercício anterior: 
 
Nº de habitantes Percentual máximo de despesa 
Até 100.000 7% 
De 100.001 a 300.000 6% 
De 300.001 a 500.000 5% 
De 500.001 a 3.000.000 4,5% 
De 3.000.001 a 8.000.000 4% 
Acima de 8.000.001 3,5% 
 
Estabelece a Constituição Federal que o Prefeito será julgado perante o Tribunal de 
Justiça (CF, art. 29, X). 
24 
Luís Henrique Santiago Nogueira Guimarães 
Entretanto, segundo a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal – STF, a competência 
do TJ para julgar Prefeitos, restringe-se aos crimes de competência da justiça comum estadual. 
Nos demais casos, a competência originária caberá ao respectivo tribunal de 2º (segundo) grau 
– Súmula 702 do STF. 
Assim, se a prática for de crime eleitoral, a competência para o julgamento do Prefeito 
será o Tribunal Regional Eleitoral – TRE. Nos crimes praticados contra bens, serviços ou 
interesses da União, de suas autarquias ou de empresas públicas federais, a competência para 
julgar o Prefeito será do Tribunal Regional Federal – TRF. 
Entretanto, compete ao Tribunal de Justiça, e não à Justiça Federal, o julgamento de 
Prefeito municipal por má aplicação de verbas federais repassadas ao patrimônio da 
municipalidade, pois o seu desvio ou emprego irregular é crime contra o Município, em cujo 
patrimônio elas se incorporam. 
No caso de crime doloso contra a vida praticado por Prefeito, a competência originária 
será do Tribunal de Justiça, afastando-se a competência do Tribunal do Júri (CF, art. 5º, XXXVIII). 
Emrelação aos crimes de responsabilidade, é necessário diferenciar os denominados 
delitos próprios (infrações político-administrativas, cuja sanção é a perda do mandato e a 
suspensão dos direitos políticos) do delitos impróprios (infrações penais propriamente ditas, 
apenadas com penas privativas de liberdade). 
Essa distinção se faz necessária porque o Decreto-lei nº 201/1967 (recepcionado pela 
Constituição Federal de 1988 com força de lei ordinária), ao enumerar tais crimes de 
responsabilidade, fez o seguinte: no seu art. 1º, indicou condutas que, na verdade, são típicos 
“crimes comuns”; já no seu art. 4º, indicou condutas político-administrativas que, 
tradicionalmente, caracterizavam os ditos “crimes de responsabilidade”. Diante dessa 
imprecisão legislativa, o STF firmou o entendimento de que: a) nos casos do art. 4º, temos crimes 
de responsabilidade “próprios” (“próprios” porque se está diante de condutas político-
administrativas, caracterizadoras de delito de responsabilidade); e b) nos casos do art. 1º, temos 
crimes de responsabilidade “impróprios” (“impróprios” porque estamos diante de condutas 
que, materialmente, caracterizam crimes comuns). 
No 1º (primeiro) caso – crimes de responsabilidade próprios – a competência para 
julgamento é da Câmara Municipal, uma vez que se trata de responsabilização de índole política. 
No 2º (segundo) caso – crimes de responsabilidade impróprios – o Prefeito será julgado 
perante o Tribunal de Justiça. 
a) Em resumo, a competência da Justiça Estadual: Tribunal de Justiça – TJ; 
b) Crime comum de competência da Justiça Federal: Tribunal Regional Federal – TRF ou 
Tribunal Regional Eleitoral – TRE, conforme o caso; 
c) Crime de responsabilidade “próprio”: Câmara Municipal; 
d) Crime de responsabilidade “impróprio”: Tribunal de Justiça – TJ. 
A Constituição Federal não outorgou foro especial aos Vereadores perante o Tribunal 
de Justiça, assegurando a eles, apenas, a imunidade material, ao dispor que são invioláveis por 
suas opiniões, palavras e votos no exercício e na circunscrição do município (CF, art. 29, VIII). 
Porém, segundo a jurisprudência do STF, a Constituição do estado poderá outorgar aos 
Vereadores dos municípios situados em seu território foro especial perante o Tribunal de 
Justiça, se o legislador constituinte derivado decorrente assim entender oportuno. 
 
 
COMPETÊNCIAS MUNICIPAIS. ASSUNTOS DE INTERESSE LOCAL. COMPETÊNCIA 
SUPLEMENTAR. COMPETÊNCIA TRIBUTÁRIA. COMPETÊNCIA ADMINISTRATIVA 
 
Em um Estado do tipo Federado, a AUTONOMIA dos entes federativos pressupõe 
repartição, constitucionalmente estabelecida, de competências administrativas, legislativas e 
tributárias. 
25 
Luís Henrique Santiago Nogueira Guimarães 
Repartição de competências é, pois, a técnica que a Constituição utiliza para partilhar 
entre os entes federados as diferentes atividades do Estado federal. Trata-se do ponto nuclear 
do conceito jurídico de Estado federal, haja vista que a autonomia dos entes federativos 
assenta-se, precisamente, na existência de competências que lhes são atribuídas como próprias 
diretamente pela Constituição da Federação. 
Com efeito, o constituinte originário, quando decide fundar um Estado do tipo federado, 
estabelece um determinado equilíbrio entre os entes que o integrarão, de modo que a esfera 
de atuação dos entes federados e as relações de coordenação e colaboração entre eles esteja, 
desde logo, bem delineada na Constituição do Estado. Essa estruturação confere autonomia 
política aos entes federativos, e assegura isonomia entre eles, uma vez que nenhum ente 
federado dependerá da decisão de outro quanto ao que lhe cabe, ou não, fazer, o conjunto de 
atribuições de cada um está delineado desde o momento de fundação do Estado, compondo a 
própria estrutura política deste; cada ente federado atua não por decisão, favor ou delegação 
de quaisquer outros, mas, sim, por lhe haver a própria Constituição do Estado outorgado, 
diretamente, um conjunto definido de competências. 
No Brasil, a repartição de competências está prevista no texto constitucional, o que 
consubstancia uma importante garantia, em virtude da rigidez da Constituição da República. 
Porém, o modelo delineado pelo legislador constituinte originário, não e perpétuo, pois não 
integra o núcleo inabolível da Constituição, isto é, não está protegido com o manto de cláusula 
pétrea. 
De fato, o modelo de repartição de competências estabelecido pelo poder constituinte 
originário pode ser modificado por meio de emenda à Constituição, desde que essa 
modificação não seja de tal magnitude que implique tendência à abolição da forma federativa 
de Estado; apenas se uma emenda à Constituição intentasse um rearranjo de competências tão 
abrangente que viesse a configurar ruptura do equilíbrio federativo incorrer-se-ia em violação 
de cláusula pétrea (CF, art. 60, § 4º, I). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
26 
Luís Henrique Santiago Nogueira Guimarães 
DIREITO ADMINISTRATIVO. 
 
Princípios e fontes. Administração Pública: conceito, natureza e princípios. Poderes 
administrativos; Poder de polícia; Conceito; Objeto; Atributos; Condições de validade. 
Relação de administração. Conceito e elementos. Entes Administrativos; Administração 
Pública direta, indireta e fundacional; Autarquia, Empresa Pública, Sociedade de 
Economia Mista; Fundações instituídas e subvencionadas pelo Poder Público. Bens 
públicos. Ato administrativo: Elementos e classificação. Existência, validade e eficácia. 
Contratos administrativos. Licitação: modalidades, procedimento licitatório, nulidade e 
revogação da licitação. Improbidade Administrativa. 
 
 
Bibliografia: José Carvalho do Santos Filho. 
 
1 PRINCÍPIOS E FONTES 
 
1.1 PRINCÍPIOS IMPLÍCITOS 
 
Princípios Administrativos são uma das fontes do regime jurídico público (conjunto de 
normas e princípios que rege uma relação jurídica ou um caso concreto com exclusividade). 
De direito privado - conjunto de normas e princípios que regem 
o atendimento ao interesse privado (interesse disponível) 
Regime Jurídico lei – interferência mínima nas relações → autonomia da vontade 
 
 De direito público – conjunto de normas e princípios dedicados 
ao atendimento do interesse público – absolutamente 
indisponíveis 
Logo, os princípios são normas que regem a atuação do Executivo tanto na 
Administração Direta quanto na Administração Indireta e nas estruturas administrativas, 
Judiciário, Legislativo, MP, TCU, DP. 
* Os princípios doutrinariamente reconhecidos na CF como implícitos são explícitos na 
Constituição Estadual. 
 
1.1.1 PRINCÍPIO DA SEGURANÇA JURÍDICA 
Também denominado como o das estabilidades das relações jurídicas, tem como escopo 
garantir certa perpetuidade nas relações jurídicas estabelecidas com ou pela Administração. 
1ª consequência: O entendimento moderno é que a Administração deve convalidar atos 
e decisões viciados sempre que possível (o entendimento clássico é que a convalidação decorre 
de uma manifestação discricionária da Administração). 
Assim, quando possível, porque legal e moralmente aceitos, deve convalidar atos que, a 
despeito de irregularidades, cumpram ou atinjam a finalidade pública. 
* Quanto aos atos e decisões viciadas que não são convalidadas, mas surtem efeitos concretos 
e positivos aos particulares, são duas as alternativas: 
a) Anula-se o ato ou decisão com força ex nunc (não retroativa, ou seja, preservando seus 
efeitos) → Modulação dos efeitos da decisão. 
b) Deixa de anular. 
 
→ Teoria do Fato Consumado 
As relações permanecerão apesar dos atos viciados. Principal exemplo: Auditor fiscal 
autua um particular e o particular reconhece o débito parcelando-o, porém, em seguida o 
concurso do auditor é anulado e ele perde o cargo com efeito retroativo. 
Apesar do Auto de Infração e termode parcelamento serem nulos, o parcelamento é 
mantido nos seus termos e condições. 
27 
Luís Henrique Santiago Nogueira Guimarães 
 
1.1.2 PRINCÍPIO DA MOTIVAÇÃO 
Atos e decisões têm que ser motivados, exceto os expressamente listados em lei “ad 
nutum” (não dependem de motivação). 
Motivação é obrigatória, ainda que sucinta. O detalhamento, ou justificativa, será maior 
ou menor conforme o ato seja vinculado ou discricionário. 
Entre as motivações sucintas está a motivação ALIUNDE. 
Motivação aliunde: é a motivação através da remissão ou referência a outro ato ou 
decisão. O ato aliunde adota a motivação de outro ato a que se refere e, portanto, sua validade 
e eficácia fica dependendo da validade e eficácia do ato de referência. 
Na doutrina estrangeira esta regra é chamada de “Transcendência da Motivação”, pois 
a motivação de um ato migra para dentro do teor de outro ato. Exs. Adotam expressões como: 
“adoto o parecer”, “acompanho o voto”. 
 
1.1.3 PRINCÍPIO DA ABSOLUTA INDISPONIBILIDADE DO INTERESSE PÚBLICO 
 Celso A. Bandeira de Melo: 
- Interesse Público Primário (principal) – interesse voltado à coletividade (interesses 
difusos e coletivos) 
- Interesse Público Secundário – interesse instrumental da Administração 
O interesse público primário não pode ser objeto de renúncia, transação, alienação e 
nem omissão, sob pena de responsabilização tanto dos agentes públicos envolvidos como das 
pessoas estatais envolvidas (crimes de responsabilidade e improbidade administrativa). 
Já o interesse público secundário pode ser objeto de transação ou renúncia, desde que 
para garantir o interesse público primário. 
 
1.1.4 PRINCÍPIO DA RAZOABILIDADE E PROPORCIONALIDADE 
A corrente clássica interpreta a razoabilidade e a proporcionalidade como integrantes 
de um mesmo princípio, sendo, portanto, expressões que se completam. 
Mas para a corrente técnica e moderna são institutos jurídicos distintos. 
- Razoabilidade – juízo de adequação (adequação à intenção de lei) – mens legis 
- Proporcionalidade – juízo de valoração (pretendida pela lei) – mens legis 
Ambos são empregados na motivação do ato discricionário. 
a) Razoabilidade: é juízo de adequação. Esta permite controlar os meios empregados pela 
Administração quando esta edita atos e decisões discricionárias. Há necessidade de 
existir congruência lógica entre as situações fáticas e as decisões administrativas. A 
razoabilidade, em suma, exige que o administrador opte sempre pela forma mais 
adequada para o atendimento do interesse público, agindo a partir de critérios objetivos 
e impessoais. 
b) Proporcionalidade: é o juízo de valoração. Permite controlar os valores jurídicos que a 
Administração está defendendo quando edita atos e decisões discricionárias (banindo-
se medidas abusivas ou de qualquer modo com intensidade superior ao estritamente 
necessário). 
Um ato ou decisão são discricionários quando a lei não preenche todos os pressupostos 
de validade do ato. Aqueles não preenchidos pela lei configuram elementos normativos de 
conteúdo indefinido, cabendo ao Administrador preenchê-los. 
Este preenchimento configura o mérito discricionário que será formado a partir de fatos e 
circunstâncias que o administrador escolhe através de critérios de oportunidade e 
conveniência. Porém, a escolha desses fatos e circunstâncias não é livre – o administrador 
deverá escolhê-los atendendo a intenção da lei (mens legis). 
 
28 
Luís Henrique Santiago Nogueira Guimarães 
* Portanto os fatos e circunstâncias que constituirão o mérito discricionário deverão ser 
adequados (razoáveis) e de valor jurídico correspondente (proporcionais) à intenção da lei. 
* Logo, a razoabilidade e a proporcionalidade permitem controle externo jurisdicional 
sobre elementos do mérito discricionário para combater o abuso ou desvio de finalidade 
(TEORIA DO DEVIDO PROCESSO LEGAL SUBSTANTIVO) – “Substantive due processo of law”. 
→ cai muito em concurso 
 
 
1.1.5 PRINCÍPIO DA SUPREMACIA DO INTERESSE PÚBLICO 
Supremacia do interesse público sobre o Privado. Quando o interesse público conflitar 
com o interesse privado irá prevalecer e se sobrepor por ser supremo. Os poderes 
administrativos são expressões decorrentes desse princípio e por eles o Estado-Administração 
impõe ao particular a sua vontade, que há de ser adstrita à lei e aos demais princípios e regras 
jurídicas. 
Modernamente este princípio vem sendo mitigado quando o interesse público conflitar 
diretamente com um direito individual de natureza fundamental, tal como a dignidade da 
pessoa humana. 
Para a Doutrina este princípio identifica na CF conflitos aparentes de preceitos, pois no 
mesmo plano constitucional estão previstos direitos individuais contrapostos a interesses 
públicos. Ex. O direito de propriedade privada (art. 170, II) confrontado com função social da 
propriedade (art. 170, III). 
 
*Esse conflito é resolvido pela Teoria da Convivência das Liberdades Públicas atribuída à Ada 
Pellegrini Grinover, também conhecida como Teoria da Relativização dos Direitos. 
Conforme esta teoria no Brasil não existe direito individual absoluto – os direitos individuais 
são soberanos, pois são constitucionalizados, porém o Estado pode a qualquer tempo e de 
forma unilateral e coercitiva, condicioná-los ou até reduzi-los para garantir finalisticamente 
o interesse público (primário). 
 
Os princípios administrativos instrumentalizam as prerrogativas e sujeições que 
caracterizam o regime jurídico administrativo. 
Assim, os princípios regem a forma de agir da Administração de direito público. 
 
O que é regime jurídico? 
É o conjunto de normas (leis, princípios e atos normativos) que irão reger e se aplicar a uma 
relação jurídica ou caso concreto com exclusividade, afastando a incidência de qualquer 
outra norma. 
O ordenamento jurídico, que é o universo de normas e princípios, é dividido em dois 
regimes jurídicos: 
A) Regime Jurídico Privado: é o conjunto de normas e princípios empregado no atendimento 
de interesses privados, onde impera a autonomia da vontade permitindo renunciar, transigir 
ou alienar independente de prévia lei autorizando, enquanto o, 
B) Regime Jurídico Público: é o conjunto de normas e princípios empregados no atendimento 
aos interesses públicos. Como estes interesses são indisponíveis, a lei regerá de forma 
absoluta as manifestações e relações jurídicas neste regime, onde ao invés de autonomia da 
vontade, impera a obrigatoriedade do cumprimento da lei. 
 
1.2 PRINCÍPIOS EXPLÍCITOS 
1.2.1 NOÇÕES INTRODUTÓRIAS 
 
29 
Luís Henrique Santiago Nogueira Guimarães 
NOÇÃO BÁSICA 
Sempre que a Administração Pública atua, ela deverá preservar os interesses da 
coletividade. 
Ao contrário do particular que sempre atua em nome próprio, a Administração jamais 
poderá fazê-lo. 
Interesse da coletividade = Interesse Público Primário 
 
 Fundamento – art. 1º CF1 
 
República – “res pública” – coisa pública. Papel da Administração é administrar, 
gerenciar os interesses da coletividade. 
Se a Administração tem finalidade única a perseguir, toda vez que ela praticar ato se 
afastando dessa finalidade, comete, incorre em desvio de finalidade (que é uma forma de 
ilegalidade). 
Se o desvio de finalidade é uma forma de ilegalidade, poderá sofrer controle do 
Judiciário. O único controle da Administração que é possível pelo Judiciário é o controle da 
legalidade. 
Se o ato da Administração é lícito, a análise de seu mérito não poderá ser feita pelo 
Judiciário, sob pena de tornar “letra morta” a separação dos Poderes. 
 
REFLEXOS 
Por força dos interesses que representa, quando atua, a Administração recebe do 
ordenamento jurídico prerrogativas e obrigações que não se estendem aos particulares. 
 
→ Exemplos de Obrigações exclusivas da Administração: 
- Obrigação para contratar pessoas(art. 37, II, CF).2 
- Obrigação para contratar serviços. 
- Pagamento de dívidas – não se dá da mesma forma que os particulares, pois os 
interesses são diferentes – art. 100, CF3 – precatórios (títulos emitidos pelo Judiciário após o 
trânsito em julgado de uma sentença que legitimam os créditos junto à Administração). Os 
precatórios deverão ser liquidados na ordem cronológica de sua apresentação. 
 
→ Exemplos de Prerrogativas: 
- Os atos administrativos são dotados de presunção de legitimidade e auto-
executoriedade (a Administração pode executar sozinha seus próprios atos, sem necessidade de 
autorização do Judiciário, nem de eventual prejudicado pelo ato). 
- A possibilidade que a Administração tem de elaborar unilateralmente cláusulas 
contratuais (contratos são de adesão com a Administração). 
 
 
1 Art. 1º, CF: “A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, 
constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como fundamentos: 
I – a soberania; 
II – a cidadania; 
III – a dignidade da pessoa humana; 
IV – os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa; 
V – o pluralismo político. 
Parágrafo único. Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente, nos termos 
desta Constituição”. 
2 Art. 37, II, CF: “A investidura em cargo ou emprego público depende de aprovação prévia em concurso público de provas e títulos, 
de acordo com a natureza e a complexidade do cargo ou emprego, na forma prevista em lei, ressalvadas as nomeações para cargo 
em comissão declarado em lei de livre nomeação e exoneração”. 
3 Art. 100, CF: “Os pagamentos devidos pelas Fazendas Públicas Federal, Estadual, Distrital e Municipais, em virtude de sentença 
judiciária, far-se-ão exclusivamente na ordem cronológica de apresentação dos precatórios e à conta dos créditos respectivos, 
proibida a designação de casos ou de pessoas nas dotações orçamentárias e nos créditos adicionais abertos para este fim”. 
30 
Luís Henrique Santiago Nogueira Guimarães 
Regime Jurídico da Administração (ou Administrativo) 
 
É o conjunto de regras que incidem sobre o Poder Público envolvendo direitos e 
obrigações para a preservação dos interesses da coletividade. 
 
1.2.1 PRINCÍPIOS 
 Os princípios básicos da Administração estão previstos na CF (art. 37), mas a eles 
somam-se outros expressos ou implícitos na Carta Magna, e todos de indispensável aplicação, 
tanto na elaboração como na aplicação das normas legais. 
Localização: art. 37, caput, CF. 
Natureza: elenco exemplificativo (não taxativo), ou seja, comporta ampliação. 
Outros princípios assumem a mesma natureza quando consagrados expressamente pela 
norma legal, como ocorre com a Constituição Paulista. Que prevê a razoabilidade, a finalidade, 
a motivação e o interesse público como princípios básicos da Administração (CESP, art. 111); 
com a Lei nº 9.784/99 (Lei do Processo Administrativo Federal), que prevê os princípios da 
legalidade, finalidade, motivação, razoabilidade, proporcionalidade, moralidade, ampla defesa, 
contraditório, segurança jurídica, interesse público e eficiência como informadores da atuação 
da Administração nos processos a que se refere. 
Obs. Razoabilidade → art. 37, II, CF. 
 
Destinatários: art. 37, caput, CF – Administração Direta ou Indireta. 
 
Federal Indireta 
Estadual Administração 
Municipal Direta 
Distrital 
 
Administração Direta: Não tem personalidade jurídica e, em regra, não tem 
capacidade para estar em Juízo. Exs. de órgãos que integram a Administração Direta: 
- Esfera Federal: Ministérios; 
- Esfera Estadual: Secretarias; 
- Esfera Municipal: Subprefeituras, administrações regionais. 
As ações judiciais não serão contra os órgãos e sim contra a esfera da Administração em 
que ela se encontra. 
 
Administração Indireta: não encontramos órgãos e sim pessoas jurídicas, sendo sujeito 
de direitos e obrigações e, portanto tem capacidade para figurar em juízo. Exemplos: 
 
Autarquias 
Fundações em comum, integram a Administração Indireta 
nas 3 esferas de governo 
Empresas Públicas 
Sociedade de Economia Mista 
 
 
* Excepcionalmente alguns órgãos, embora não tenham personalidade jurídica, tem 
capacidade para figurar em juízo. Exs. MP, Defensoria Pública. 
 
 
PRINCÍPIOS DO ART. 37, caput, CF 
 
31 
Luís Henrique Santiago Nogueira Guimarães 
L EGALIDADE 
I MPESSOALIDADE 
M ORALIDADE 
P UBLICIDADE 
E FICIÊNCIA 
 
 Espécies - Elenco exemplificativo. 
 
Art. 37, CF: A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos 
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios da legalidade, 
impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência. 
 
 
PRINCÍPIO DA LEGALIDADE 
 
Prerrogativa aos particulares e limite à atuação da Administração. 
Para os particulares, legalidade significa que poderão fazer tudo aquilo que a lei não 
proíbe. 
Portanto, para que o particular possa atuar não depende de lei anterior autorizando, 
basta não haver proibição. Pode fazer tudo que a lei não proíbe. 
A Administração só poderá fazer aquilo que a lei expressamente determina, a atividade 
administrativa é subordinada a lei e, portanto, para praticar o ato depende de lei anterior 
autorizando. 
A legalidade constitui vetor basilar do dito regime jurídico-administrativo. Permite-se 
a atuação do agente público, ou da Administração apenas se permitida, concedida ou deferida 
por norma legal, não se admitindo qualquer atuação que não contenha prévia e expressa 
permissão legal. 
Até por isso, a motivação é requisito de validade do ato administrativo. 
Os interesses diferenciados justificam os perfis diferentes da legalidade para os 
particulares e para a Administração. 
O princípio da legalidade está previsto na CF não somente no seu art. 37, mas também 
nos arts. 5º, II e XXXV4, e 84, IV. 
Art. 37, I e II, CF → legalidade para cargos públicos. 
Edital é um simples ato administrativo e, portanto, não pode inovar no ordenamento 
jurídico, não pode trazer qualquer exigência sem base/previsão legal anterior. 
 
 
CF 
 
 
LEI 
 
 
Edital 
 
Art. 5º, XIII, CF5. 
 
4 Art. 5º, CF; II – ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei. XXXV – a lei não excluirá 
da apreciação de Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito. 
5 Art. 5º, XIII, CF: “É livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão, atendidas as qualificações profissionais que a lei 
estabelecer”. 
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Luís Henrique Santiago Nogueira Guimarães 
Ainda assim, o edital que repetir previsão legal, estando em desconformidade com a CF 
(lei editada antes de 88, por exemplo), será a exigência inconstitucional. 
Obs. Não se pode confundir o princípio da legalidade com o da reserva de lei: o primeiro, 
princípio que significa a submissão ao império da Constituição e das leis; o segundo, limitação à 
forma de regulamentação de determinadas matérias, cuja natureza é indicada pela Carta Magna 
(lei complementar, lei ordinária, etc.). Ambos tocam ao conteúdo do poder deferido: se amplo 
(legalidade) ou restrito (reserva). Também não se confunde o da legalidade com o da 
legitimidade. O segundo diz respeito à investidura no poder; o primeiro, à forma de 
exteriorização, de materialização. A legalidade, obriga a Administração (seus órgão, agentes) à 
atuação vinculada à norma legal (ao que tenha sido positivado), enquanto a legitimidade exige 
que a função seja exercida em conformidade com valores que transcendem a previsão legal, por 
exemplo, com o que democraticamente tenha sido estabelecido. 
 
PRINCÍPIO DA IMPESSOALIDADE

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