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Aula 06 – Captação de águas pluviais set-17 1 Instalações Hidráulica Aula 06 – Captação de águas pluviais Prof. Eng. Diogo Jucemar Considerações gerais � As águas pluviais são aquelas que se originam a partir das chuvas. A captação dessas águas tem por finalidade permitir um melhor escoamento, evitando alagamentos, erosão do solo e proteger as edificações da umidade excessiva, garantindo conforto as pessoas. � O sistema de águas pluviais e drenagem é constituído pelo conjunto de calhas, condutores, grelhas, caixas de areia e de passagem e demais dispositivos responsáveis por captar águas da chuva e de lavagem de piso e conduzir a um destino adequado. � o sistema também pode servir para coleta e armazenamento da água da chuva para ser mais tarde reaproveitada para lavagem de pisos, carros, irrigação de jardins, ou ainda dentro de casa na descarga das bacias sanitárias. Prof. Eng. Diogo Jucemar Aula 06 – Captação de águas pluviais 03/64 Aula 06 – Captação de águas pluviais set-17 2 Considerações gerais � A instalação de águas pluviais se destina exclusivamente ao recolhimento e condução das águas das chuvas, não se admitindo quaisquer interligações com outras instalações prediais. Portanto, as águas pluviais não podem ser lançadas em redes de esgoto. � A norma que rege essas instalações e a NBR 10844, que fixa as exigências e os critérios necessários aos projetos de instalação de drenagem de águas pluviais, visando garantir níveis aceitáveis de funcionalidade, segurança, higiene, conforto, durabilidade e economia. De acordo com a norma, as instalações de drenagem de águas pluviais devem ser projetadas de modo a obedecer as seguintes exigências: Prof. Eng. Diogo Jucemar Aula 06 – Captação de águas pluviais 04/64 Considerações gerais � Recolher e conduzir a vazão de projeto ate locais permitidos pelos dispositivos legais. � Ser estanques. � Permitir a limpeza e desobstrução de qualquer ponto no interior da instalação. � Absorver os esforços provocados pelas variações térmicas a que estão submetidas. � Quando passivas de choques mecânicos, ser constituídas de materiais resistentes a eles. Prof. Eng. Diogo Jucemar Aula 06 – Captação de águas pluviais 05/64 Aula 06 – Captação de águas pluviais set-17 3 Considerações gerais � Nos componentes expostos, utilizar materiais resistentes as intempéries � Nos componentes em contato com outros materiais de construção, utilizar materiais compatíveis. � Não provocar ruídos excessivos. � Resistir as pressões a que podem estar sujeitas. � Ser fixadas de maneira a assegurar resistência e durabilidade. Prof. Eng. Diogo Jucemar Aula 06 – Captação de águas pluviais 06/64 Considerações gerais Prof. Eng. Diogo Jucemar Aula 06 – Captação de águas pluviais 07/64 Figura 01 – sistema de águas pluviais Aula 06 – Captação de águas pluviais set-17 4 Partes constituintes da arquitetura � Cobertura; � Área de cobertura; � Água furtada; � Cumeeira; � Beiral; � Platibanda. Prof. Eng. Diogo Jucemar Aula 06 – Captação de águas pluviais 08/64 Cobertura � É a parte de uma edificação que tem por finalidade proteger as áreas construídas contra a ação do tempo (chuva, neve, raios solares etc.). Prof. Eng. Diogo Jucemar Aula 06 – Captação de águas pluviais 09/64 Figura 02 – cobertura Aula 06 – Captação de águas pluviais set-17 5 Água da cobertura � É a área do telhado composta de uma superfície plana, que, por sua inclinação, conduz para uma mesma direção as águas das chuvas, que terão de ser captadas de alguma forma, como calhas, grelhas etc. Prof. Eng. Diogo Jucemar Aula 06 – Captação de águas pluviais 10/64 Figura 03 – água (telhado) Água furtada � É o canal entre duas águas de telhado por onde correm as águas das chuvas. Prof. Eng. Diogo Jucemar Aula 06 – Captação de águas pluviais 11/64 Figura 04 – água furtada Aula 06 – Captação de águas pluviais set-17 6 Cumeeira � É a parte mais alta do telhado, onde as águas do telhado se encontram. Nesse ponto existe uma grande viga de madeira chamada "terça", que serve de sustentação para os caibros do telhado. Prof. Eng. Diogo Jucemar Aula 06 – Captação de águas pluviais 12/64 Figura 05 – cumeeira Beiral � É o prolongamento do telhado além das paredes externas. � Normalmente, é projetado para proteger os vãos (portas, varandas e esquadrias) das chuvas e da insolação direta. Para captar as águas pluviais que chegam a sua extremidade, pode-se utilizar calhas e condutores externos ou executar uma pequena platibanda - nesse caso, utilizar calhas e condutores embutidos ou simplesmente deixar que a água caia e seja captada por meio de grelhas nos pisos externos. � Muitas vezes, o projetista pode tirar partido dessa obrigatoriedade de escoamento das águas pluviais e criar elementos que enriqueçam o projeto arquitetônico, unindo o útil ao estético. Prof. Eng. Diogo Jucemar Aula 06 – Captação de águas pluviais 13/64 Aula 06 – Captação de águas pluviais set-17 7 Beiral Prof. Eng. Diogo Jucemar Aula 06 – Captação de águas pluviais 14/64 Figura 06 – beiral do telhado Platibanda � E uma pequena parede (murada) utilizada com a finalidade de escon- der o telhado ou simplesmente embutir as calhas, caso em que o usada platibanda e impreterível, assim como a colocação de condutores (embutidos ou externos) para a condução das águas pluviais. Prof. Eng. Diogo Jucemar Aula 06 – Captação de águas pluviais 15/64 Figura 07 – platibanda Aula 06 – Captação de águas pluviais set-17 8 Vazão de projeto � No detalhamento de coberturas e cortes da edificação, é necessário o detalhamento do sistema de captação e escoamento das águas pluviais. Por essa razão, o projetista deve posicionar e pré- dimensionar as calhas e os condutores verticais no projeto arquitetônico. Prof. Eng. Diogo Jucemar Aula 06 – Captação de águas pluviais 16/64 Vazão de projeto � As calhas e condutores devem suportar a vazão de projeto, calculada a partir da intensidade de chuva adotada para a localidade e para um certo período de retorno (número médio de anos em que, para a mesma duração de precipitação, uma determinada intensidade pluviométrica e igualada ou ultrapassada apenas uma vez). A NBR 10844 fixa os períodos de retorno (T) de acordo com a área a ser drenada: � T = 1 ano, para obras externas onde empoçamentos possam ser tolerados; � T = 5 anos, para coberturas e/ou terraços; � T = 25 anos, para coberturas e áreas onde empoçamentos ou extravasamento não possam ser tolerados. Prof. Eng. Diogo Jucemar Aula 06 – Captação de águas pluviais 17/64 Aula 06 – Captação de águas pluviais set-17 9 Vazão de projeto � Conhecendo-se a intensidade pluviométrica e a área de contribuição do telhado (ver "Esquemas indicativos para cálculos de áreas de contribuição de vazão"), a vazão de projeto pode ser calculada pela seguinte fórmula: � Onde: � Q = vazão em litros/min; � I = intensidade pluviométrica, em mm/h; � A = área de contribuição, em m². Prof. Eng. Diogo Jucemar Aula 06 – Captação de águas pluviais 18/64 � � � � � 60 Áreas de contribuição e arquitetura dos telhados � A área de contribuição, das coberturas e externas as edificações, devem ser bem caracterizadas no projeto arquitetônico, por meio de cortes do telhado e declividades nas áreas externas, de modo que as vazões que escoam nas calhas e condutores nos coletores horizontais sejam resultantes de um estudo de divisão de áreas. � Esse procedimento conduzira a instalação mais econômica possível para a drenagem da águas pluviais. Prof. Eng. Diogo Jucemar Aula 06 – Captação de águas pluviais 19/64 Aula 06 – Captação de águas pluviais set-1710 Áreas de contribuição e arquitetura dos telhados � Considerando que as chuvas não caem horizontalmente, a NBR 10844 fornece critérios para determinar a área de contribuição considerando-se a arquitetura dos telhados. De acordo com a norma, no cálculo da área de contribuição, devem-se considerar os incrementos devidos a inclinação da cobertura e as paredes que interceptam água de chuva que também deva ser drenada pela cobertura, conforme as figuras a seguir. Prof. Eng. Diogo Jucemar Aula 06 – Captação de águas pluviais 20/64 Esquema indicativos para cálculos de áreas de contribuição de vazão a) Superfície plana horizontal Prof. Eng. Diogo Jucemar Aula 06 – Captação de águas pluviais 21/64 b) Superfície inclinada Aula 06 – Captação de águas pluviais set-17 11 Esquema indicativos para cálculos de áreas de contribuição de vazão c) Superfície plana vertical única: Prof. Eng. Diogo Jucemar Aula 06 – Captação de águas pluviais 22/64 d) Duas superfícies planas verticais opostas: Esquema indicativos para cálculos de áreas de contribuição de vazão e) Duas superfícies planas verticais opostas única: Prof. Eng. Diogo Jucemar Aula 06 – Captação de águas pluviais 23/64 f) Duas superfícies planas verticais adjacentes e perpendiculares: Aula 06 – Captação de águas pluviais set-17 12 Esquema indicativos para cálculos de áreas de contribuição de vazão g) Três superfícies planas verticais adjacentes e perpendiculares: Prof. Eng. Diogo Jucemar Aula 06 – Captação de águas pluviais 24/64 h) Quatro superfícies planas verticais, sendo uma com maior altura: Exemplo de dimensionamento � Cálculo da área de contribuição de vazão (medidas do telhado). � Solução Prof. Eng. Diogo Jucemar Aula 06 – Captação de águas pluviais 25/64 � � � 2 x b � � 5 1,6 2 x 10 � � 58 �² Aula 06 – Captação de águas pluviais set-17 13 Calhas e Rufos � Calhas e rufos tem grande importância nas edificações, sendo que o objetivo das calhas é coletar as águas de chuva que caem sobre o telhado e encaminhá-las aos condutores verticais (prumadas de descida). � Enquanto os rufos servem para proteger paredes expostas (rufo tipo pingadeira) ou evitar infiltrações nas juntas entre telhado e parede (rufo interno). � As calhas e rufos em bom estado evitam diversos danos causados pelas águas pluviais, como o apodrecimento dos beirais das construções e a umidade excessiva nas paredes, que acelera o desgaste da alvenaria e da pintura. No projeto arquitetônico, destacam-se dois tipos de calhas: de beiral e de platibanda. Prof. Eng. Diogo Jucemar Aula 06 – Captação de águas pluviais 26/64 Calhas e Rufos � O projetista deve especificar o tipo de calha que será utilizado - com ou sem platibanda, com ou sem beiral, com condutores embutidos ou externos - ou se será dispensado seu uso, deixando que as águas pluviais caiam sobre a superfície do terreno. � Em tempos de otimização e racionalização de projeto, uma opção é em PVC rígido, para instalar em telhados com beiral. Por ter a superfície lisa, esse tipo de calha favorece um melhor escoamento da água, além de evitar o deposito de sujeira em seu interior. � Outra grande vantagem diz respeito a resistência química do PVC, pois as calhas metálicas, quando instaladas em cidades litorâneas, podem sofrer corrosão por elementos químicos combinados com a água da chuva Prof. Eng. Diogo Jucemar Aula 06 – Captação de águas pluviais 27/64 Aula 06 – Captação de águas pluviais set-17 14 Calhas e Rufos � É importante ressaltar que as calhas e condutores conectados ao telhado devem ser mantidos limpos para evitar o extravasamento ou o retorno das águas de chuva. � As calhas obstruídas podem causar erosão em torno da casa, danos nas paredes exteriores, infiltração de água na estrutura do telhado e, algumas vezes, recalques diferenciais na fundação. � A limpeza deve ser feita duas vezes por ano, no mínimo, no final da estação seca e no final da estação das chuvas. Em áreas onde existem muitas árvores a limpeza deve ser feita com maior frequência. Prof. Eng. Diogo Jucemar Aula 06 – Captação de águas pluviais 28/64 Forma da seção das calhas � A forma da seção das calhas vai depender exclusivamente do projeto de arquitetura e dos materiais empregados em sua confecção. Na Figura 8, apresentam-se as seções mais usuais. Prof. Eng. Diogo Jucemar Aula 06 – Captação de águas pluviais 29/64 Figura 08 – seções usuais de calhas Aula 06 – Captação de águas pluviais set-17 15 Forma da seção das calhas Prof. Eng. Diogo Jucemar Aula 06 – Captação de águas pluviais 30/64 Figura 09 – disposição na cobertura Declividade das calhas � A declividade das calhas é de extrema importância para que não ocorra o empoçamento de águas em seu interior. � Quando ocorrem chuvas intensas não é raro ocorrer transbordamento de calhas em algumas edificações. Conforme a intensidade e a duração da chuva, a água extravasada para dentro do ambiente pode representar series prejuízos e aborrecimentos para os seus moradores (usuários). � Normalmente, isso acontece em virtude da ausência de declividade ou de dimensionamento incorreto das calhas, ou da pouca capacidade dos condutores verticais. Prof. Eng. Diogo Jucemar Aula 06 – Captação de águas pluviais 31/64 Aula 06 – Captação de águas pluviais set-17 16 Declividade das calhas � A declividade das calhas deve ser a mínima possível e no sentido dos condutores (tubos de queda), a fim de evitar o empoçamento de águas quando cessada a chuva. � A inclinação das calhas de beiral e platibanda deve ser uniforme, com valor mínimo de 0,5%. As calhas de água furtada tem inclinação de acordo com o projeto de arquitetura. � Apesar de a vazão máxima de escoamento aumentar consideravelmente quando se aumenta a declividade da calha, e importante lembrar que o aumento dessa inclinação nem sempre é fisicamente viável, pois acarreta grandes intervenções nos elementos construtivos de apoio. Uma solução para o problema é o aumento da capacidade de escoamento dos condutores verticais. Prof. Eng. Diogo Jucemar Aula 06 – Captação de águas pluviais 32/64 Dimensionamento das calhas � O dimensionamento de calhas deve ser feito por meio da fórmula de Manning-Strickler, indicada a seguir, ou de qualquer outra fórmula equivalente da hidráulica. � Onde: � Q = vazão de projeto, em L/min; � S = área da seção molhada, em m2; � n = coeficiente de rugosidade (ver Tabela 01); � Rh = raio hidráulico, em m; � i = declividade da calha, em m/m; � K = 60 000 (coeficiente para transformar a vazão em m³/s para L/min.). Prof. Eng. Diogo Jucemar Aula 06 – Captação de águas pluviais 33/64 � � � . � � . �� �/�. � Aula 06 – Captação de águas pluviais set-17 17 Dimensionamento das calhas Prof. Eng. Diogo Jucemar Aula 06 – Captação de águas pluviais 34/64 Tabela 01 – coeficiente de rugosidade. Material Coeficiente de rugosidade (n) Plástico, fibrocimento; aço, metais não ferrosos 0,011 Ferro fundido, concreto alisado, alvenaria revestida 0,012 Cerâmica, concreto não alisado 0,013 Alvenaria de tijolos não revestida 0,015 Calhas semicirculares � Uma das características que influem na capacidade de uma calha e sua forma (normalmente retangular ou semicircular). Em função disso, a norma fornece sua capacidade hidráulica. A NBR 10844 fixa a capacidade, em litros por minuto, de calhas semicirculares de acordo com o diâmetro e as declividades. Prof. Eng. Diogo Jucemar Aula 06 – Captação de águas pluviais 35/64 Diâmetro interno (mm) Declividades 0,5% 1,0% 2,0% 100 130 183 256 125 236 333 466 150 384 514 757 200 829 1167 1634 Tabela 02 – capacidade de calhas semicirculares(vazão em litros/min) Aula 06 – Captação de águas pluviais set-17 18 Calhas semicirculares � Em calhas de beiral ou platibanda, quando a saída estiver a menos de 4 m de uma mudança de direção, a vazão de projeto deverá ser multiplicada pelos coeficientes da Tabela 3. Prof. Eng. Diogo Jucemar Aula 06 – Captação de águas pluviais 36/64 Tipo de curva Curva a menos de 2m de saída da calha Curva entre 2m e 4m de saída da calha Canto reto 1,20 1,10 Canto arredondado 1,10 1,05 Tabela 03 – coeficiente multiplicativos da vazão de projetos. Figura 10 – mudança de direção de calha. Calhas de seção retangulares � Como as calhas não são destinadas a conduzir água de um ponto a outro, mas sim receptáculos das águas da superfície dos telhados e conduzindo-as imediatamente aos tubos de queda, para o dimensionamento de calha de seção retangular, confeccionada de chapa galvanizada (tipo mais usado nas edificações, por ser de fácil fabricação), e perfeitamente dispensável a aplicação de fórmulas da hidráulica. Prof. Eng. Diogo Jucemar Aula 06 – Captação de águas pluviais 37/64 Aula 06 – Captação de águas pluviais set-17 19 Calhas de seção retangulares � Na Tabela 4, apresenta-se, de forma simplificada, a dimensionamento de calha de seção retangular em função do comprimento do telhado*. Entende-se como comprimento do telhado a medida na direção do escoamento da água. � Quando temos dois telhados contribuindo para uma mesma calha, para cálculo de comprimento a fim de determinar a largura da calha, somar o comprimento dos dois telhados. � Se a calha tiver seção trapezoidal a largura encontrada será a largura média, ou seja Prof. Eng. Diogo Jucemar Aula 06 – Captação de águas pluviais 38/64 � � (�! ��) 2 Calhas de seção retangulares Prof. Eng. Diogo Jucemar Aula 06 – Captação de águas pluviais 39/64 Tabela 04 – dimensão da calha em função do comprimento do telhado. Comprimento do telhado (m) Largura da calha (m) Até 5 0,15 5 a 10 0,20 10 a 15 0,30 15 a 20 0,40 20 a 25 0,50 25 a 30 0,60 Figura 11 – dimensão da calha. Obs.: A projeção horizontal da telha sobre a calha deve situar-se a 1/3 de sua largura Aula 06 – Captação de águas pluviais set-17 20 Condutores verticais � São tubulações verticais que tem por objetivo recolher as águas coletadas pelas calhas e transporta-las ate a parte inferior das edificações, despejando-as livremente na superfície do terreno, ou ate as redes coletoras, que poderão estar situadas no terreno ou presas ao teto do subsolo (pilotis), por meio de braçadeiras, no caso dos edifícios com esse pavimento. � Os condutores verticais devem ser projetados, sempre que possível, em uma só prumada. Quando houver necessidade de desvio, devem ser usadas curvas de 90° de raio longo ou curvas de 45° e previstas peças de inspeção. Prof. Eng. Diogo Jucemar Aula 06 – Captação de águas pluviais 40/64 Condutores verticais � Quando a edificação estiver localizada em áreas arborizadas, dependendo da altura da cobertura, pode ocorrer o entupimento das condutores. Nesse caso, é importante que se coloque uma tela no bocal das calhas, evitanda, dessa maneira, a introdução de folhas e pequenos galhos dentro das tubulações e permitindo fácil limpeza e manutenção. � Os materiais mais comuns na fabricação dos tubos, de maiores aplicações, são o PVC e o ferro fundido (geralmente utilizada nas tubulações aparentes e sujeitas a choques). Prof. Eng. Diogo Jucemar Aula 06 – Captação de águas pluviais 41/64 Aula 06 – Captação de águas pluviais set-17 21 Condutores verticais Prof. Eng. Diogo Jucemar Aula 06 – Captação de águas pluviais 42/64 Figura 12 – detalhe da ligação da calha ao condutor Dimensionamento de condutores verticais � As condições hidráulicas de funcionamento dos condutores verticais não são perfeitamente conhecidas, pois, normalmente, tem-se uma mistura de ar e água escoando nesse elemento. De qualquer maneira, os condutores deverão ser dimensionados levando em consideração o valor da intensidade da chuva crítica, ou seja, de pequena duração, mas de grande intensidade, e a área de contribuição de vazão. � Para o dimensionamento de condutores verticais, a NBR 10844 apresenta bacos específicos. Adotam-se, na pratica, diâmetros maiores ou iguais a 75 mm, em virtude da possibilidade de entupi mento dos condutores com folhas secas e pássaros mortos. Prof. Eng. Diogo Jucemar Aula 06 – Captação de águas pluviais 43/64 Aula 06 – Captação de águas pluviais set-17 22 Dimensionamento de condutores verticais � De acordo com a norma, o dimensionamento dos condutores verticais deve ser feito a partir dos seguintes dados: � Q = vazão de projeto, em litros/min; � H = altura da lamina de água na calha, em mm; � L = comprimento do condutor vertical, em m. � Para calhas com saída em aresta viva ou com funil de saída, deve-se utilizar, respectivamente, os ábaco da Figura 13 ou Figura 14. Prof. Eng. Diogo Jucemar Aula 06 – Captação de águas pluviais 44/64 Dimensionamento de condutores verticais Prof. Eng. Diogo Jucemar Aula 06 – Captação de águas pluviais 45/64 Figura 13 – Ábaco para dimensionamento de condutor normal (NBR 10844/89) Figura 14 – Ábaco para dimensionamento de condutor com funil de saída (NBR 10844/89) Aula 06 – Captação de águas pluviais set-17 23 Dimensionamento de condutores verticais � Dada a complexidade desses ábacos, e na ausência de um critério rigoroso para o dimensionamento dos condutores verticais, apresenta-se como sugestão para o pré-dimensionamento um critério simplificado muito utilizado por alguns projetistas, salvo em casos especiais, e que correlaciona a área do telhado com a seção do condutor. � A Tabela 5 mostra a relação entre o diâmetro do condutor e o valor máximo da área do telhado drenada pelo tubo. Prof. Eng. Diogo Jucemar Aula 06 – Captação de águas pluviais 46/64 Dimensionamento de condutores verticais Prof. Eng. Diogo Jucemar Aula 06 – Captação de águas pluviais 47/64 Diâmetro (mm) Vazão (l/s) Área máxima de cobertura (m²) 50 0,57 14 75 1,76 42 100 3,78 90 125 7,00 167 150 11,53 275 200 25,18 600 Tabela 05 – área máxima de cobertura para condutores verticais de seção circular. Aula 06 – Captação de águas pluviais set-17 24 Dimensionamento de condutores verticais � Exemplo: Calcular a quantidade de condutores necessária para o escoamento de águas pluviais de urn telhado cuja área de contribuição e 150m². Adotar diâmetro de 100 mm para os condutores. � Solução: � n = numero de condutores por calha � At = área de contribuição do telhado = 150 m² � Ac = área escoada pelo condutor = 90 m² Prof. Eng. Diogo Jucemar Aula 06 – Captação de águas pluviais 48/64 � � �# �$ � � 150 90 = 1,66 $&�'(#&)*+ �'&# � − +* 2 $&�'(#&)*+ Dimensionamento de condutores verticais � Exemplo: Prof. Eng. Diogo Jucemar Aula 06 – Captação de águas pluviais 49/64 Aula 06 – Captação de águas pluviais set-17 25 Condutores horizontais � Os coletores horizontais tem a finalidade de recolher as águas pluviais dos condutores verticais ou da superfície do terreno e conduzi-las ate os locais permitidos pelos dispositivos legais. � Quando esses coletores estiverem situados em terreno firme e não estiverem sujeitos a choques, as tubulações comumente utilizadas serão de PVC ou de ferro fundido, quando aparentes, em razão da maior rigidez e maior resistência ao impacto. � O autor do projeto de drenagem e captação de águas pluviais devera verificar a resistência das tubulações subterrâneas quanto as cargas externas, permanentes e eventuais a que estarão expostas, e se necessário, projetar reforços para garantir queas tubulações não sejam danificadas. Prof. Eng. Diogo Jucemar Aula 06 – Captação de águas pluviais 50/64 Condutores horizontais � Nas tubulações aparentes, a NBR 10844 recomenda a instalação de inspeções sempre que houver conexões com outra tubulação, mudança de declividade, mudança de direção e ainda a cada trecho de 20m nos percursos retilíneos. No caso de as tubulações serem enterradas, em vez de visitas de inspeção, devem ser previstas caixas de inspeção para esses casos: Prof. Eng. Diogo Jucemar Aula 06 – Captação de águas pluviais 51/64 Figura 15 – rede coletora de águas pluviais Aula 06 – Captação de águas pluviais set-17 26 Dimensionamento de condutores horizontais � Os condutores horizontais devem ser projetados, sempre que possível, com declividade uniforme, com valor mínima de 0,5%. De acordo com a norma NBR 10844, a ligação entre os condutores verticais e horizontais deve ser feita com curva de raio longo, com inspeção ou caixa de areia, estando o condutor aparente ou enterrado. Para o dimensionamento dos condutores horizontais de seção circular emprega-se a fórmula de Manning-Stricler, com altura de lamina d'água igual a 2/3 do diâmetro interno do tubo. A Tabela 6, extraída da norma, fornece a capacidade de condutores horizontais de seção circular para vazões em l/min em função da declividade, do diâmetro e da rugosidade. Prof. Eng. Diogo Jucemar Aula 06 – Captação de águas pluviais 52/64 Dimensionamento de condutores horizontais Prof. Eng. Diogo Jucemar Aula 06 – Captação de águas pluviais 53/64 Tabela 06 – capacidade de condutores horizontais de seção circular (vazão em litros/min) Aula 06 – Captação de águas pluviais set-17 27 Dimensionamento de condutores horizontais � Exemplo: Dimensionar a rede coletora de águas pluviais em PVC indicada na figura abaixo, para uma declividade de 2%, supondo uma precipitação de 160 mm/h. Prof. Eng. Diogo Jucemar Aula 06 – Captação de águas pluviais 54/64 Dimensionamento de condutores horizontais � Solução: � A vazão em cada trecho da rede coletora será: � Rede A=Rede B � Trecho 1-2 Prof. Eng. Diogo Jucemar Aula 06 – Captação de águas pluviais 55/64 � = � � � 60 � = 160�� � = 80�� � = 160 � 80 60 = 213./��� / # 0*. 6 & '�â�*#)& é 100��. Aula 06 – Captação de águas pluviais set-17 28 Dimensionamento de condutores horizontais � Solução (continuação): � Trecho 2-3 Prof. Eng. Diogo Jucemar Aula 06 – Captação de águas pluviais 56/64 � = 160�� � = 160�� � = 160 � 160 60 = 427./��� / # 0*. 6 & '�â�*#)& é 125��. Dimensionamento de condutores horizontais � Solução (continuação): � Trecho 3-4 Prof. Eng. Diogo Jucemar Aula 06 – Captação de águas pluviais 57/64 � = 160�� � = 240�� � = 160 � 240 60 = 640./��� / # 0*. 6 & '�â�*#)& é 125��. Aula 06 – Captação de águas pluviais set-17 29 Dimensionamento de condutores horizontais � Solução (continuação): � Trecho 4-5 Prof. Eng. Diogo Jucemar Aula 06 – Captação de águas pluviais 58/64 � = 160�� � = 320�� � = 160 � 320 60 = 853./��� / # 0*. 6 & '�â�*#)& é 150��. Dimensionamento de condutores horizontais � Solução (continuação): � Observação � Para facilitar a organização dos cálculos, é recomendada a elaboração de uma planilha de calculo. Com a vazão calculada em cada trecho encontra-se o diâmetro na Tabela 6. Prof. Eng. Diogo Jucemar Aula 06 – Captação de águas pluviais 59/64 Aula 06 – Captação de águas pluviais set-17 30 Caixa coletora de águas pluviais � É uma caixa detentora de areia e/ou inspeção, que permite a interligação de coletores e a limpeza e desobstrução das canalizações. Também deve ser instalada sempre que houver mudança de direção, de diâmetro e de declividade nas redes coletoras. � A caixa de areia é utilizada quando ocorre a possibilidade de arrastamento de lama e de areia para a tubulação, caso contrario, utiliza-se a caixa de inspeção. As caixas deverão ter: seção circular de 0,60 m de diâmetro ou quadrada de 0,60 m de lado, no mínimo, e profundidade máxima de 1 m. As caixas de inspeção também podem ser pré-fabricadas, de plástico. Prof. Eng. Diogo Jucemar Aula 06 – Captação de águas pluviais 60/64 Caixa coletora de águas pluviais � Em algumas edificações, como postos de serviço de lavagem e lubrificação de veículos, bem como em garagens, as águas utilizadas não podem escoar diretamente nas redes publicas. Nesses casos, ha necessidade de instalar caixas separadoras do óleo, da graxa e da lama, evitando-se o despejo nos coletores públicos, o que certamente traria sérios problemas ambientais. Prof. Eng. Diogo Jucemar Aula 06 – Captação de águas pluviais 61/64 Aula 06 – Captação de águas pluviais set-17 31 Caixa coletora de águas pluviais Prof. Eng. Diogo Jucemar Aula 06 – Captação de águas pluviais 62/64 Figura 16 – caixa de inspeção de águas pluviais. Caixa coletora de águas pluviais Prof. Eng. Diogo Jucemar Aula 06 – Captação de águas pluviais 63/64 Figura 17 – caixa de areia Aula 06 – Captação de águas pluviais set-17 32 Caixa coletora de águas pluviais Prof. Eng. Diogo Jucemar Aula 06 – Captação de águas pluviais 64/64 Figura 18 – caixa separadora de óleo e graxa
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