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SECRETARIA DE EDUCAÇÃO DO PERNAMBUCO CURSO TÉCNICO EM ADMINISTRAÇÃO ETE – ESCOLA TÉCNICA ESTADUAL PEDRO MUNIZ FALCÃO APOSTILA DE INTRODUÇÃO À ADMINISTRAÇAO IAD – SUBSEQUENTE 2017.2 Profª. Kátia Micaelle da Silva Vitor SECRETARIA DE EDUCAÇÃO DO PERNAMBUCO CURSO TÉCNICO EM ADMINISTRAÇÃO ETE – ESCOLA TÉCNICA ESTADUAL PEDRO MUNIZ FALCÃO INTRODUÇÃO A ADMINISTRAÇÃO CONCEITO DE ADMINISTRAÇÃO A palavra administração vem do latim ad (direção, tendência para) e minister (subordinação ou obediência). Administração: é o processo de planejar, organizar, dirigir e controlar o uso de recursos organizacionais para alcançar determinados objetivos (Chiavenato, 2000). A Tarefa da Administração é interpretar os objetivos organizacionais e transformá-los em ação empresarial através de PLANEJAMENTO, ORGANIZAÇÃO, DIREÇÃO E CONTROLE. A finalidade da Administração é garantir a realização de objetivos por meio da aplicação de recursos (Maximiliano, 2003). Planejamento – significa estabelecer planos, métodos e processos que irão guiar as ações e os objetivos da organização, deixando para trás o empirismo e os palpites nas decisões administrativas. Tais procedimentos são as linhas mestras que definirão: O que? Quando? Quem? Como? serão feitas as coisas. Organização – é o processo de alocar, arrumar e/ou distribuir tarefas, responsabilidades e recursos entre os membros da organização. Significa adequar a estrutura da organização aos objetivos propostos, isso porque objetivos distintos requerem adaptações diferentes. Direção – significa liderar, influenciar e motivar as pessoas a realizarem tarefas essenciais à obtenção dos resultados. Ao contrário de planejar e organizar, dirigir é uma atividade concreta, uma vez que envolve SECRETARIA DE EDUCAÇÃO DO PERNAMBUCO CURSO TÉCNICO EM ADMINISTRAÇÃO ETE – ESCOLA TÉCNICA ESTADUAL PEDRO MUNIZ FALCÃO trabalhar com pessoas. Sua função essencial é criar uma atmosfera adequada para o exercício de todas as funções. Controle – finalmente, controle significa verificar, constatar ou certificar- se da realização das atividades e objetivos conforme estabelecido. Enfim, controlar visa medir o desempenho das pessoas com relação aos objetivos previstos para manter a empresa no caminho certo. Administração é a tomada de decisão sobre recursos disponíveis, trabalhando com e através de pessoas para atingir objetivos. É o gerenciamento de uma organização, levando em conta as informações fornecidas por outros profissionais e, também, pensando previamente nas consequências de suas decisões. Eficiência e Eficácia Organizacional Eficiência é operar de modo que os recursos sejam mais adequadamente utilizados; ênfase nos meios; realização de tarefas; resolução de problemas e treinamento de colaboradores. A eficácia está relacionada ao alcance dos objetivos-resultados propostos. Está relacionada à realização das atividades que provoquem o alcance das metas estabelecidas. A eficácia é a medida de alcance do objeto ou resultado. Eficácia significa fazer as coisas certas, do modo certo, no tempo certo. BASES HISTÓRICAS DA ADMINISTRAÇÃO O estudo da Administração compreende um desdobramento da história das transformações econômicas, sociais e políticas de várias culturas, provocadas por necessidades inerentes à condição humana e que precisam ser supridas através de esforços organizados. O fenômeno da industrialização é relativamente recente. Antes da industrialização, as organizações humanas eram essencialmente a família, a tribo, igreja, o exército e o Estado. Logo no despertar da civilização, o homem sentiu necessidade de se organizar para as refregas militares, para a administração governamental e para o exercício de sua religião, marcando, dessa forma, o início da compreensão de organização. Observando-se a administração pré-industrial, é possível constatar que a preocupação com funções administrativas e o exercício da atividade comercial aparecem como temas constantes da preocupação humana. A história antiga aponta vários indícios da possibilidade de existência de planos formais, organizações do trabalho, liderança e sistemas de avaliação, isto é, as grandes construções épicas, como as pirâmides egípcias, por exemplo, revelam uma prática eficiente das funções administrativas. Para a execução de seus grandes projetos arquitetônicos e de engenharia, como as pirâmides, canais de irrigação, enormes edificações, os egípcios recorreram a diversos métodos, complexos para a época, como, por exemplo, divisão do trabalho entre pessoas e departamentos, previsão e SECRETARIA DE EDUCAÇÃO DO PERNAMBUCO CURSO TÉCNICO EM ADMINISTRAÇÃO ETE – ESCOLA TÉCNICA ESTADUAL PEDRO MUNIZ FALCÃO planejamento, organização, coordenação de empreendimento estatal. O Código de Hamurábi, na Babilônia, período de 2000 a 1700 a.C., com o princípio da paga mínima, contratos de trabalho e recibos de pagamento que permitiam controlar as transações comerciais. Os Dez Mandamentos são, na verdade, regras de conduta organizacional para preservar a solidariedade do grupo. Os hebreus nos deixaram conceitos de organização e princípio escalar. Na antiga Roma, encontramos registros da Administração pública, a autoridade dos magistrados, suas áreas de atividade funcional, a hierarquia e o senado. E muitos outros exemplos poderiam ser citados, corroborando a presença da administração naquelas épocas. Influência dos Filósofos Segundo Chiavenato (1999), coube à Filosofia nos legar diversos postulados, cuja influência deve ser citada: Sócrates (470-399 a.C.), em sua discussão com Nicomachides, expõe o seu ponto de vista sobre a Administração como uma habilidade pessoal, separada do conhecimento técnico e da experiência. Platão (429 a.C-347 a.C.), outro filósofo grego, discípulo de Sócrates, em sua obra A República, expõe sua opinião sobre a forma de governo e a administração dos negócios públicos. Aristóteles (384 a.C-322 a.C), outro filósofo grego, discípulo de Platão, do qual muito divergiu, fundador da lógica formal, em seu livro, Política, estudou a organização do Estado e indica três formas de Administração pública, a saber: monarquia ou governo de um só; aristocracia ou governo de uma elite e democracia ou governo do povo. René Descartes (1596-1650), filósofo francês, matemático, maior expoente da época, fundador da Filosofia Moderna, deixou-nos o livro O discurso do método, onde descreve os principais aspectos do seu método filosófico, hoje conhecido como “método cartesiano”, que apresenta os seguintes princípios: a) Princípio da Evidência ou dúvida sistemática - não aceitar nada como verdadeiro, enquanto não se souber com evidência o que é de fato verdadeiro. b) Princípio da Análise da Decomposição - dividir e decompor cada dificuldade ou problema em tantas partes, quantas sejam possíveis. c) Princípio da Síntese ou da Composição - conduzir o raciocínio ordenado, partindo do mais fácil e simples para o mais difícil. d) Princípio da Enumeração ou da Verificação - fazer em tudo verificações, recontagem e revisões até que se fique seguro de nada ter sido esquecido ou omitido. Influência da Organização da Igreja Católica Através dos séculos, as normas administrativas e princípios de organização pública foram-se transferindo das instituições dos Estados para as instituições da nascente Igreja Católica e para as organizações militares. Ao SECRETARIA DE EDUCAÇÃO DO PERNAMBUCO CURSO TÉCNICO EM ADMINISTRAÇÃO ETE – ESCOLA TÉCNICAESTADUAL PEDRO MUNIZ FALCÃO longo dos séculos, a Igreja Católica foi estruturando sua organização, sua hierarquia de autoridade, seu estado-maior (assessoria) e sua coordenação funcional. Hoje a Igreja tem uma organização hierárquica tão simples e eficiente que a sua enorme organização mundial pode operar satisfatoriamente sob o comando de uma só cabeça executiva. De qualquer forma, a estrutura da organização eclesiástica serviu de modelo para muitas organizações que, ávidas de experiências bem sucedidas, passaram a incorporar uma infinidade de princípios e normas administrativas utilizadas na Igreja Católica. Influência da Organização Militar No decorrer do tempo, tem sido relevante a influência da organização militar. A organização linear, por exemplo, teve sua origem na organização militar dos exércitos da Antiguidade e da Idade Média. Os seguintes fatos servem para aclarar o exposto: - o princípio da unidade de comando, essencial para a função de direção; - a escala hierárquica, em seus níveis de comando relativos ao grau de autoridade e responsabilidade correspondentes; - a autoridade delegada a níveis mais baixos; - o planejamento e controle centralizados e as operações descentralizadas, nas batalhas de maior envergadura, inspirou-nos a centralização de comando e descentralização de execução; - o “estado-maior” (staff) (assessoria); - o princípio de direção através do qual todo subordinado deve saber o que se espera dele e aquilo que ele deve fazer; - a disciplina. Influência dos Economistas Liberais Adam Smith (1723-1790), visualizava o principio da especialização dos operários em uma manufatura de agulhas e já enfatizava a necessidade de racionalizar a produção. O principio da especialização e o princípio da divisão do trabalho aparecem em referencias em seu livro Da Riqueza das Nações. Adam Smith reforçou bastante a importância do planejamento e da organização dentro das funções da Administração. James Mill (1773-1836), outro economista liberal, sugeria em seu livro Elementos de Economia Política, publicado em 1826, uma série de medidas relacionadas com os estudos de tempos e movimentos como meio de obter incremento da produção nas industrias da época. David Ricardo (1772-1823) publica seu livro Princípios de Economia Política e Tributação, no qual aborda trabalho, capital, salário, renda, produção, preços e mercados. Influência da Revolução Industrial De acordo com Chiavenato, a partir de 1776, com a invenção da máquina a vapor por James Watt (1736-1819) e a sua posterior aplicação à SECRETARIA DE EDUCAÇÃO DO PERNAMBUCO CURSO TÉCNICO EM ADMINISTRAÇÃO ETE – ESCOLA TÉCNICA ESTADUAL PEDRO MUNIZ FALCÃO produção, uma nova concepção de trabalho alterou completamente a estrutura social e comercial da época, provocando mudanças rápidas e profundas, de natureza econômica, política e social, as quais, num espaço de aproximadamente 100 anos, foram maiores do que as mudanças havidas no milênio anterior. Compreende o período denominado Revolução Industrial, que teve início na Inglaterra e rapidamente se alastrou por todo o mundo civilizado. A Revolução Industrial pode ser dividida em duas fases: a) 1780 a 1860 – revolução do carvão e do ferro; b) 1860 a 1914 – revolução do aço e da eletricidade. A seguir, serão comentados alguns dos aspectos mais importantes da Revolução Industrial, relacionados à Administração: - em 1776, James Watt cria a máquina a vapor, cuja aplicação à produção possibilita modificações na estrutura social e comercial e, consequentemente, mudança nos campos econômicos, social e político; - surge a mecanização da indústria e da agricultura, com a aparição da máquina de fiar, o tear mecânico e do descaroçador de algodão. Não obstante o tamanho e o peso, tais máquinas vieram a superar bastante os trabalhos manuais; - a utilização da força motriz na indústria surge com a máquina a vapor, transformando oficinas, transportes, e agricultura; - o artesão e sua pequena oficina são substituídos pelo operário e pela fábrica ou usina; a migração da área rural para as cidades em busca das fábricas provoca o aumento das populações urbanas; - o desenvolvimento dos transportes e das comunicações experimenta crescente aceleramento, com a navegação a vapor, a locomotiva a vapor, a construção de estradas de ferro. Morse cria o telégrafo elétrico (1835); Graham Bell inventa o telefone (1876). É notável o dinamismo das mudanças, despontando o controle capitalista sobre praticamente todas as atividades. Dessa maneira, a revolução industrial, nessa segunda fase, apresenta as seguintes características: - substituição do ferro pelo aço na indústria de base; - substituição do vapor pela eletricidade e pelo petróleo, como fontes de energia; - maquinaria automática e alto grau de especialização; - domínio da indústria pela ciência; - melhoramento das vias férreas, construção de automóveis e aperfeiçoamento de pneumáticos; - desenvolvimento de novas formas de organização capitalista. Como decorrência, a Administração, a organização e a empresa moderna nasceram com a Revolução Industrial, resultante de inúmeros fatores e problemas, notadamente os três seguintes: - ruptura das estruturas corporativas da Idade Média; SECRETARIA DE EDUCAÇÃO DO PERNAMBUCO CURSO TÉCNICO EM ADMINISTRAÇÃO ETE – ESCOLA TÉCNICA ESTADUAL PEDRO MUNIZ FALCÃO - o grau de avanço tecnológico, com as novas formas de energia e a consequente expansão do mercado; - a substituição do tipo artesanal pelo tipo industrial de produção. TEORIAS DA ADMINISTRAÇÃO Administração Científica A Administração Científica é resultante de esforços em otimizar a eficiência do trabalhador, iniciados pelo engenheiro Fredrick Taylor, no início do século XX. Administração Científica possuía ênfase nas tarefas, buscando a eliminação do desperdício, da ociosidade operária e a redução dos custos de produção. Taylor buscava, uma forma de gestão que fizesse com que o trabalhador produzisse mais em menos tempo, sem elevar os custos de produção da empresa. Ele observou que o sistema de gestão da época continha muitas falhas, entre elas: a falta de padronização dos métodos de trabalho, o desconhecimento por parte dos administradores do trabalho dos operários e a forma de remuneração utilizada nas empresas. Taylor propõe a racionalização do trabalho por meio do estudo dos tempos e movimentos. Tal estudo visava definir uma metodologia que deveria ser seguida por todos os trabalhadores, pregando a padronização do método de trabalho e das ferramentas utilizadas. Entre as vantagens do estudos dos tempos e movimentos de Taylor estão: Eliminação do desperdício de esforço e movimentos inúteis; Racionalização da seleção dos operários e sua adaptação ao trabalho; Facilita o treinamento e melhora a eficiência e rendimento. O método de Organização Racional do Trabalho também desenvolvido por Taylor visava a eliminação de movimentos inúteis, fazendo com que os trabalhadores executassem suas tarefas de forma mais simples e rápida, estabelecendo um tempo médio, a fim de que as atividades fossem feitas em um tempo menor e com qualidade, aumentando a produção de forma eficiente. A ORT pregava: Análise do trabalho operário; Estudo dos tempos e movimentos; Fragmentação das tarefas; Especialização do trabalhador. Com base nestes estudos, Taylor criou alguns princípios que em sua opinião norteavam a Administração Científica. A seguir veremos quais foram eles: Princípio de planejamento– substituição de métodos empíricos por procedimentos científicos – sai de cena o improviso e o julgamento SECRETARIA DE EDUCAÇÃO DO PERNAMBUCO CURSO TÉCNICO EM ADMINISTRAÇÃO ETE – ESCOLA TÉCNICA ESTADUAL PEDRO MUNIZ FALCÃO individual, o trabalho deve ser planejado e testado. Princípio de preparo dos trabalhadores – selecionar os operários de acordo com as suas aptidões e então prepará-los e treiná-los para produzirem mais e melhor, de acordo com o método planejado para que atinjam a meta estabelecida. Princípio de controle – controlar o desenvolvimento do trabalho para se certificar de que está sendo realizado de acordo com a metodologia estabelecida e dentro da meta. Princípio da execução – distribuir as atribuições e responsabilidades para que o trabalho seja o mais disciplinado possível. A Administração Científica baseou-se no conceito de homo economicus, isto é, do homem econômico. Segundo esse conceito, toda pessoa é concebida como influenciada exclusivamente por recompensas salariais, econômicas e materiais. Em síntese, o homem procura o trabalho não porque gosta dele, mas como um meio de ganhar a vida por meio do salário que o trabalho proporciona. Críticas à Teoria Científica de Taylor Taylor encontrou um ambiente totalmente desorganizado, desestruturado e tentou por uma certa ordem na casa. Foi a primeira tentativa da Teoria da Administração. Foi um progresso. Entretanto, inúmeras críticas podem ser feitas à Administração Cientifica: o mecanismo de sua abordagem, que lhe garante o nome de teoria da máquina, a superespecialização que robotiza o operário, a visão microscópica do homem tomado isoladamente e como apêndice da maquina industrial, a ausência de qualquer comprovação cientifica de suas afirmações e princípios, a abordagem incompleta envolvendo apenas a organização formal, a limitação do campo de aplicação à fábrica, omitindo o restante da vida de uma empresa, a abordagem eminentemente prescritiva e normativa e tipicamente de sistema fechado. Contudo, estas limitações e restrições não apagam o fato de que a Administração Cientifica foi o primeiro passo na busca de uma teoria administrativa. É um passo pioneiro e irreversível. Abordagem de sistema fechado (limitada). Teoria Clássica da Administração A Teoria Clássica da Administração foi idealizada por Henri Fayol. Caracteriza-se pela ênfase na estrutura organizacional, pela visão do Homem Econômico e pela busca da máxima eficiência, surgiu, em parte, da necessidade de se aumentar a produtividade. a Teoria Clássica desenvolveu- se na Europa por meio dos trabalhos de Fayol. Nesta, a preocupação básica era com a estrutura organizacional, ou seja, a disposição dos setores da empresa e as relações entre os mesmos. Em razão disso, afirma-se que a Teoria Clássica possui abordagem inversa SECRETARIA DE EDUCAÇÃO DO PERNAMBUCO CURSO TÉCNICO EM ADMINISTRAÇÃO ETE – ESCOLA TÉCNICA ESTADUAL PEDRO MUNIZ FALCÃO à Administração Científica, partindo de cima para baixo, ou seja, da organização para os departamentos. A ênfase é na estrutura e não nas tarefas. Fayol afirma que toda empresa pode ser dividida em seis funções fundamentais, que são as seguintes: a) funções técnicas, relacionadas com a produção de bens ou serviços; b) funções comerciais, relacionadas com a compra, venda e permutação; c) funções financeiras, relacionadas com a procura e gerência de capitais; d) funções de segurança, relacionadas com a proteção e preservação dos bens e das pessoas; e) funções contábeis, relacionadas com os inventários, registros, balanços, custos e estatísticas; f) funções administrativas, relacionadas com a integração de cúpula das outras cinco funções. As funções administrativas coordenam e sincronizam as demais funções, pairando sempre sobre elas. Segundo Fayol, administração consiste em: - Prever: visualizar o futuro e traçar o programa de ação; - Organizar: constituir o duplo organismo social e material da empresa; - Comandar: dirigir e orientar o pessoal; - Coordenar: ligar, unir, harmonizar todos os atos; - Controlar: verificar para que tudo ocorra de acordo com as regras estabelecidas e as ordens dadas. Estes são os elementos da Administração que constituem o chamado processo administrativo e que estão presentes em qualquer trabalho do administrador em qualquer nível ou área de atividade da empresa. Princípios Gerais de Administração para Fayol Divisão do trabalho: indispensável para que se produza mais e melhor, com o mesmo esforço; Autoridade e responsabilidade: autoridade é o direito de mandar; a este direito corresponde a responsabilidade, que é a obrigação de obedecer; Disciplina: é essencialmente o comportamento regulado pelas regras estabelecidas dentro da empresa; Unidade de comando: quem executa qualquer função deve receber ordens exclusivamente de um único chefe. Nenhum subordinado deve ser submetido à dualidade de comando, que, inclusive, é fonte de conflitos; Unidade de direção: propõe que deve haver, obrigatoriamente, um só chefe e um só programa de ação para um conjunto de operações que visam o mesmo objetivo; Subordinação dos interesses gerais: os interesses individuais, ou seja, das pessoas, devem subordinar-se aos interesses gerais da organização; Remuneração do pessoal: a remuneração deve ser proporcional ao SECRETARIA DE EDUCAÇÃO DO PERNAMBUCO CURSO TÉCNICO EM ADMINISTRAÇÃO ETE – ESCOLA TÉCNICA ESTADUAL PEDRO MUNIZ FALCÃO esforço dispendido; Centralização: tal como a divisão de trabalho, a centralização é um princípio natural da organização. Deve haver um centro que comanda, tal como o cérebro comanda o organismo; hierarquia: é a cadeia de comando ao longo da qual as ordens são dadas e a unidade de comando se desenvolve; Ordem: propõe que deve haver um lugar para cada coisa, e que cada coisa deve estar no seu lugar; Equidade: tratamento justo para todos empregados por parte da direção; Estabilidade do pessoal: de forma geral, a estabilidade de pessoal tende a garantir o sucesso da organização por assegurar condições mais efetivas de alcance dos objetivos; Iniciativa: o estímulo à criatividade é, normalmente, o segredo do sucesso; União do pessoal: propõe o incentivo ao desenvolvimento do espírito de equipe, ou harmonia e entendimento entre os membros da organização. Organização Linear e de Staff A organização linear é uma organização de forma piramidal, caracterizada pela unidade de comando, unidade de direção, centralização de autoridade e princípio escalar. O staff, por outro lado, se caracteriza pelos Conselhos, Assessorias e Consultorias, não possuindo autoridade de comando, sendo apenas elemento especialista. Para Fayol, o staff é um grupo de pessoas dotadas de conhecimentos específicos e de tempo (inexistentes no administrador geral), que realizam estudos, análises e propõem alternativas e planos. Críticas à Teoria Clássica - Abordagem Simplificada: enfocou apenas as organizações formais, lógicas, esquecendo os aspectos psicológicos e sociais. - Ausência de Trabalhos Experimentais: seus conceitos são fundamentados na observação e no senso comum; seu método, assim como o de Taylor, é empírico e concreto, baseado na experiência direta sem colocar em prática a teoria. - Extremo Racionalismo: ênfase na preocupação com uma apresentação formal, racional e lógica de suas propostas e idéias, a clareza das mesmas. - Teoria da Máquina: a organização deve ser estruturada tal como uma máquina, composta de peças e elementos que se ajustam perfeitamenteentre si para produzir um determinado resultado. Por seu funcionamento mecânico, recebeu dos críticos essa denominação. - Abordagem Incompleta: somente a organização formal foi levada em consideração. Ênfase na estrutura, no método e na forma. A organização informal foi totalmente ignorada. - Abordagem do Sistema Fechado: a exemplo de Taylor, Fayol tratou a organização como um sistema fechado, constituído de poucas variáveis SECRETARIA DE EDUCAÇÃO DO PERNAMBUCO CURSO TÉCNICO EM ADMINISTRAÇÃO ETE – ESCOLA TÉCNICA ESTADUAL PEDRO MUNIZ FALCÃO perfeitamente conhecidas e previsíveis, e de alguns poucos aspectos que podem ser manipulados por meio de princípios universais de Administração. Teoria das Relações Humanas Essa teoria, comumente, é relacionada à experiência de Hawthorne, a ser relatada na sequência. Porém, outros fatos devem ser considerados no estudo de suas origens: a necessidade de humanizar e democratizar a Administração e o desenvolvimento das ciências humanas. Enfatizava o entendimento do Comportamento, Necessidades e Atitudes dos seres humanos no local de trabalho: RELAÇÕES HUMANAS; GRUPOS INFORMAIS; COMUNICAÇÃO… O indivíduo deixa de ser visto como uma peça da máquina, e passa a ser considerado como um todo, isto é, um ser humano, com objetivos e inserção social própria. Grande ênfase foi dada aos estudos de Grupos Informais, Satisfação do Empregado, Tomada de Decisão e estilos de Liderança. A experiência de Hawthorne durou 5 anos, iniciou-se em 1927, na fábrica da Western Electric Company, com o intuito de avaliar a correlação entre iluminação e eficiência dos operários, medida por meio da produção. A experiência foi coordenada por Elton Mayo e estendeu-se à fadiga, aos acidentes no trabalho, à rotatividade do pessoal e ao efeito das condições de trabalho sobre a produtividade do pessoal. As conclusões sobre essa pesquisa proporcionaram os delineamentos dos princípios básicos da Escola das Relações Humanas (WAHRLICH, 1986): a) O nível de produção é resultante da integração social: é a capacidade social do trabalhador que determina o seu nível de competência e eficiência e não sua capacidade de executar movimentos eficientes dentro do tempo estabelecido. b) Comportamento social dos empregados: os trabalhadores não agem ou reagem isoladamente como indivíduos, mas como membros de grupos. Como integrante do grupo, ao indivíduo é imposto punições sociais ou morais dos colegas, no intuito de se ajustar aos padrões do grupo. c) Recompensas e sanções sociais: o comportamento dos trabalhadores está condicionado a normas e padrões sociais. Os operários que produziram acima ou abaixo da norma socialmente determinada perderam o respeito e a consideração dos colegas. As pessoas são avaliadas pelo grupo em relação a essas normas e padrões de comportamento. d) Grupos informais: diferentemente dos autores clássicos, que se preocupavam com aspectos formais da organização, a teoria humanista concentrava-se nos aspectos informais da organização, como grupos informais, comportamento social dos empregados, crenças, atitude e SECRETARIA DE EDUCAÇÃO DO PERNAMBUCO CURSO TÉCNICO EM ADMINISTRAÇÃO ETE – ESCOLA TÉCNICA ESTADUAL PEDRO MUNIZ FALCÃO expectativa, motivação. Com a introdução das relações humanas no ambiente organizacional, novas expressões começam a ser percebidas como de importância no repertório administrativo, dentre as quais podemos destacar: motivação, liderança, comunicação, organização informal, dinâmica de grupo. Resumo da Teoria da Relações Humanas: ▪ Trata a organização como um Grupo de Pessoas; ▪ Inspirada em Sistemas de Psicologia; ▪ Autonomia do empregado; ▪ Confiança e Abertura; ▪ Ênfase nas Relações Humanas entre as pessoas; ▪ Confiança nas pessoas; Dinâmica grupal. Uma Nova Linguagem passa a dominar o repertório administrativo. Fala-se agora em: MOTIVAÇÃO; MORAL E A ATITUDE; LIDERANÇA – Estilos de Liderança; TEORIA DE TRAÇOS DE PERSONALIDADE; COMUNICAÇÃO; ORGANIZAÇÃO INFORMAL. Críticas à Teoria das Relações Humanas Oposição cerrada à Teoria Clássica Inadequada interpretação dos problemas das relações Experiência de Hawthorne: novas buscas, novos caminhos Concepção ingênua do operário Trabalhador feliz X trabalhador insatisfeito Limitação do campo experimental Fábrica Parcialidade das conclusões Restrição à Organização Informal A experiência de Hawthorne identificou a existência de líderes informais que mantinham o controle do grupo, ajudando a manter os indivíduos como um grupo coeso. Para os humanistas a liderança é: Um fenômeno de influência interpessoal, Um processo de redução de incerteza do grupo, Uma relação funcional entre líder e subordinados. SECRETARIA DE EDUCAÇÃO DO PERNAMBUCO CURSO TÉCNICO EM ADMINISTRAÇÃO ETE – ESCOLA TÉCNICA ESTADUAL PEDRO MUNIZ FALCÃO SECRETARIA DE EDUCAÇÃO DO PERNAMBUCO CURSO TÉCNICO EM ADMINISTRAÇÃO ETE – ESCOLA TÉCNICA ESTADUAL PEDRO MUNIZ FALCÃO A Teoria das Relações Humanas identificou que o processo de comunicação entre as empresas era falho. A troca contínua de informações entre os operários, e entre esses e os supervisores, a respeito das questões organizacionais, promoviam um ambiente de maior cooperação dos operários, havendo um melhor desempenho das atividades. Para os humanistas o grupo não é apenas um conjunto de pessoas, mas sim um conjunto de pessoas que interagem entre si. A Teoria das Relações Humanas estabelece que as atitudes dos indivíduos baseiam-se nos grupos aos quais pertence. O indivíduo encontrando o seu grupo, e sendo aceito por este, produz mais. Por isso, o conhecimento da dinâmica grupal dentro da organização, ajuda o administrador. Enquanto a Administração Científica possuía a base de sua teoria firmada no conceito de homus economicus, para a Teoria das Relações Humanas a motivação econômica é secundária para determinar a eficiência do trabalhador; ou seja, por essa última teoria, as pessoas são motivadas pela necessidade de reconhecimento, de aprovação social e participação nas atividades. Assim, vigora na teoria das Relações Humanas o conceito de homem social. SECRETARIA DE EDUCAÇÃO DO PERNAMBUCO CURSO TÉCNICO EM ADMINISTRAÇÃO ETE – ESCOLA TÉCNICA ESTADUAL PEDRO MUNIZ FALCÃO MOTIVAÇÃO A motivação pode ser descrita como o direcionamento e persistência da ação e isso está relacionado com a escolha que as pessoas fazem de determinado curso de ação, em detrimento de outros e porque continuam com a ação escolhida, muitas vezes por longo período, enfrentando dificuldades. “Processo de estimular um indivíduo para que tome ações que irão preencher uma necessidade ou realizar uma meta desejada” (MONTANA; CHARNOV, 1998, p. 203). “Motivação é alguma força direcionada dentro dos indivíduos, pela qual eles tentam alcançar uma meta, a fim de preencher uma necessidade ou expectativa” (SILVA, 2008, p. 221). É importante frisarmos que independentemente do conceito utilizado pelos autores, todos concordam que a motivação é interna, ou seja, depende do indivíduo querer buscar ou não a satisfação do estímulo. Silva (2008 p. 204) nos aponta algumas características específicas que podem servir de base para a definição de motivação, segue: A motivação é definida como um fenômeno individual: cada pessoa é única, e todas as teorias maiores assim o consideram. SECRETARIA DE EDUCAÇÃO DO PERNAMBUCOCURSO TÉCNICO EM ADMINISTRAÇÃO ETE – ESCOLA TÉCNICA ESTADUAL PEDRO MUNIZ FALCÃO A motivação é descrita, geralmente, como intencional: considera-se que esteja sob o controle do trabalhador, e comportamentos que são influenciados pela motivação são vistos como escolhas de ação. O propósito das teorias de motivação é predizer o comportamento: a motivação não é comportamento em si, e não é desempenho. Motivação se refere à ação e às forças internas e externas que influenciam a escolha de ação de um indivíduo. Diante dos apontamentos feito por Silva (2008), podemos avançar em nosso entendimento propondo a reflexão sobre as duas perspectivas da motivação: a motivação intrínseca e a motivação extrínseca. A Motivação Intrínseca está relacionada a recompensas psicológicas, como a oportunidade de usar a habilidade de alguém, um sentido de desafio e realização, o recebimento de um reconhecimento positivo ou apreciação, ou ainda, ser tratado com respeito. As recompensas psicológicas são, geralmente, determinadas pelas ações e pelos comportamentos individuais dos gestores. A Motivação Extrínseca está relacionada a recompensas tangíveis ou materiais, como salários, benefícios adicionais, promoções, contratos de trabalho, ambiente e condições de trabalho. As recompensas materiais são, geralmente, determinadas pela alta administração e podem estar, em grande escala, fora do controle individual dos gestores. Toda necessidade cria um estado de tensão e uma predisposição à ação. A motivação leva o indivíduo ao comportamento visando satisfazer suas necessidades. Havendo a satisfação da necessidade, o indivíduo chega ao seu equilíbrio (temporário). Caso um comportamento ou ação não leve à satisfação da necessidade (barreira), há a frustração. Esta, podendo levar a reações emocionais diversas: agressividade, inércia, omissão, aceitação.Com isso, cria- se o ciclo motivacional. TEORIAS DA MOTIVAÇÃO Teoria das Necessidades A Hierarquia de necessidades de Maslow, também conhecida como pirâmide de Maslow, é uma divisão hierárquica proposta por Abraham Maslow, em que as necessidades de nível mais baixo devem ser satisfeitas antes das necessidades de nível mais alto. Cada um tem de "escalar" uma hierarquia de necessidades para atingir a sua auto-realização. Maslow define um conjunto de cinco necessidades descritas na pirâmide. • necessidades fisiológicas (básicas), são as que respondem pela manutenção da vida e conservação da espécie, tais como a fome, a sede, o sono, o sexo, o abrigo; • necessidades de segurança, este grupo de necessidades compreende SECRETARIA DE EDUCAÇÃO DO PERNAMBUCO CURSO TÉCNICO EM ADMINISTRAÇÃO ETE – ESCOLA TÉCNICA ESTADUAL PEDRO MUNIZ FALCÃO o desejo do indivíduo de proporcionar para si e para os seus um ambiente físico e emocional seguro e livre de ameaças. Que vão da simples necessidade de sentir-se seguro dentro de uma casa a formas mais elaboradas de segurança como um emprego estável, um plano de saúde ou um seguro de vida; • necessidades sociais, vinculam-se à vontade da pessoa de ser aceita por outras de seu convívio, bem como de desenvolver com as mesmas, um relacionamento amistoso ou de amor, afeto, afeição e sentimentos tais como os de pertencer a um grupo ou fazer parte de um clube; • necessidades de estima, correspondem ao desejo da pessoa de desenvolver uma auto-imagem positiva e de receber atenção e reconhecimento dos outros, desde que tenham sido satisfeitas as necessidades sociais, a satisfação das necessidades provoca, por sua vez, sentimentos de auto-confiança, de prestigio, de poder e de ser útil e necessário; • necessidades de auto-realização, após terem sido satisfeitas as necessidades de estima, surgem as de auto-realização, que correspondem a categoria mais alta na escala, que se referem à realização máxima do potencial individual e, segundo Maslow, resumem- se na ideia de que “O que um homem é capaz de ser, deve ser”. A essa necessidade podemos dar o nome de auto-realização. Em que o indivíduo procura tornar-se aquilo que ele pode ser, desenvolver os nossos potenciais. SECRETARIA DE EDUCAÇÃO DO PERNAMBUCO CURSO TÉCNICO EM ADMINISTRAÇÃO ETE – ESCOLA TÉCNICA ESTADUAL PEDRO MUNIZ FALCÃO Teoria dos dois Fatores, de Herzberg Frederick Herzberg, desenvolveu a teoria dos dois fatores. Sua teoria é uma extensão da teoria da hierarquia das necessidades de Maslow, onde ele analisou, de acordo com Silva (2004, p. 232), “incidentes críticos”, buscando identificar por meio de entrevistas o que provocava satisfação ou insatisfação no trabalho. Questionava seus entrevistados sobre o que eles gostavam ou não gostavam no seu trabalho atual ou em outros do passado. Essas pesquisas o levaram a classificar a motivação humana em duas categorias: Fatores higiênicos e Fatores motivacionais. • Fatores de Higiene: Estes fatores referem-se às condições que rodeiam o funcionário enquanto trabalha, as condições físicas e ambientais de trabalho, o salário, os benefícios sociais, as políticas da empresa, os tipo de supervisão recebido, o clima de relações entre a direção e os funcionários, os regulamentos internos, as oportunidades existentes, etc. Herzberg, contudo, considera esse Fatores Higiênicos muitos limitados na sua capacidade de influenciar poderosamente o comportamento dos empregados. Quando esses fatores do ambiente de trabalho são ótimos, simplesmente evitam a “insatisfação”. Fatores de Motivação: Estes fatores referem ao conteúdo do cargo, às tarefas e aos deveres relacionados com a função em si. São os Fatores Motivacionais que produzem algum efeito duradouro de satisfação e de aumento de produtividade em níveis de excelência. O termo motivação, para Herzberg, envolve sentimentos de realização, de crescimento e de reconhecimento profissional. Quando os Fatores Motivacionais são ótimos, elevam substancialmente a satisfação, quando são precários, provocam ausência de satisfação. SECRETARIA DE EDUCAÇÃO DO PERNAMBUCO CURSO TÉCNICO EM ADMINISTRAÇÃO ETE – ESCOLA TÉCNICA ESTADUAL PEDRO MUNIZ FALCÃO Modelo ERC - Alderfer Clayton Alderfer Paul (nascido em 01 de setembro de 1940), americano, psicólogo. ERC (Existência, Relacionamento e Crescimento). Alderfer redefiniu e expandiu ainda mais a hierarquia de Necessidades de Maslow agrupando-a em três classes: Existência (E) – Que inclui as necessidades de bem-estar fisiológico e de segurança; Relacionamento (R) – Que reúne as necessidades sociais e de estima; e Crescimento (C) – Que equivale à necessidade de auto-realização, desejo de crescimento e desenvolvimento pessoal. Avaliação Cognitiva Victor H. Vroom, nasceu em1932 em Montreal, Canadá, é professor universitário. Nas suas pesquisas sobre a Teoria da Expectativa e Motivação tenta explicar por que os indivíduos escolhem seguir determinados cursos de SECRETARIA DE EDUCAÇÃO DO PERNAMBUCO CURSO TÉCNICO EM ADMINISTRAÇÃO ETE – ESCOLA TÉCNICA ESTADUAL PEDRO MUNIZ FALCÃO ação nas organizações, particularmente nos processos de decisão e liderança. Para Victor Vroom, motivação é o processo que governa a escolha de comportamentos voluntários alternativos. Vroom salienta que motivação em uma empresa depende de 03 (três) fatores determinantes, a saber: Expectativas, Recompensas e Relação entre Expectativas e Recompensas. Expectativa – Isto é, objetivos individuais e a força do desejo de atingir tais objetivos. Os objetivos individuais podem incluir dinheiro, segurança no cargo,aceitação social, reconhecimento, trabalho interessante e uma infinidade de combinações de objetivos que uma pessoa pode procurar satisfazer simultaneamente dentro da empresa. Recompensas – isto é, a relação percebida entre a sua produtividade e o alcance dos objetivos individuais. Se uma pessoa tem por objetivo mais importante obter salário maior e se trabalha na base de remuneração por produção, poderá ter uma forte motivação para produzir mais devido à recompensa percebida. Porém, se sua aceitação social pelos outros colegas de grupo é mais importante, ela poderá produzir abaixo do nível consagrado pelo grupo como padrão informal de produção, uma vez que produzir mais nesta situação poderá significar a rejeição do grupo. Relações entre Expectativas e Recompensas – Isto é, a capacidade percebida de influenciar a sua produtividade para satisfazer suas expectativas com as recompensas. Se uma pessoa acredita que um grande esforço aplicado tem pouco efeito sobre o resultado, tenderá a não se esforçar muito, pois não percebe relação entre nível de produtividade e recompensa, isto é, entre custo e benefício, ente investimento pessoal e retorno. SECRETARIA DE EDUCAÇÃO DO PERNAMBUCO CURSO TÉCNICO EM ADMINISTRAÇÃO ETE – ESCOLA TÉCNICA ESTADUAL PEDRO MUNIZ FALCÃO As teorias baseadas na necessidade humana supõem uma estrutura uniforme e hierárquica de necessidades comuns a todas as pessoas. Supõem também que há sempre uma melhor maneira de motivar as pessoas e que o gerente deve utilizá-la padronizadamente. Na verdade, as pesquisas têm demonstrado que diferentes pessoas reagem de diferentes maneiras de acordo com a situação em que se encontram. Alguns autores salientam que tanto as diferenças individuais, como as diferentes situações devem ser consideradas em toda abordagem motivacional. HABILIDADES ADMINISTRATIVAS Para ocupar posições nas empresas, executar seus papéis e buscar as melhores maneiras de Administrar, o Administrador deve desenvolver e fazer uso de várias habilidades: Técnicas, Humanas e Conceituais. Habilidades Conceituais - São as habilidades necessárias ao Gestor de uma organização. São essas habilidades que mantêm a visão da organização como um todo, influenciando diretamente no direcionamento e na Administração da empresa. Segundo Chiavenato (2000, p. 3): "Habilidade conceitual: Consiste na capacidade de compreender a complexidade da organização com um todo e o ajustamento do comportamento de suas partes. Essa habilidade permite que a pessoa se comporte de acordo com os objetivos da organização total e não SECRETARIA DE EDUCAÇÃO DO PERNAMBUCO CURSO TÉCNICO EM ADMINISTRAÇÃO ETE – ESCOLA TÉCNICA ESTADUAL PEDRO MUNIZ FALCÃO apenas de acordo com os objetivos e as necessidades de seu departamento ou grupo imediato." Habilidades Humanas - São as habilidades necessárias para um bom relacionamento. Administradores com boas habilidades humanas se desenvolvem bem em equipes e atuam de maneira eficaz como líderes. Segundo Chiavenato (2000, p. 3) habilidade humana “[...]consiste na capacidade e facilidade para trabalhar com pessoas, comunicar, compreender suas atitudes e motivações e liderar grupos de pessoas”. Habilidades Técnicas - São as habilidades ligadas à execução do trabalho, e ao domínio do conhecimento específico para executar seu trabalho operacional. Segundo Chiavenato (2000, p. 3) habilidade técnica “[...]consiste em utilizar conhecimentos, métodos, técnicas e equipamentos necessários para o desempenho de tarefas específicas, por meio da experiência e educação. É muito importante para o nível operacional”. COMPETÊNCIAS DO ADMINISTRADOR As habilidades do administrador acima descritas requerem competências pessoais distintas. Para ser bem sucedido, o Administrador precisa desenvolver três competências duráveis: » Conhecimento: Saber. Possuir ideias, experiências e aprendizagens; buscar informações, manter-se atualizado, reciclar-se constantemente para não se tornar obsoleto ou ultrapassado. » Perspectiva: Saber fazer. Ter a capacidade de colocar o conhecimento em ação, desenvolver uma maneira prática de aplicar o conhecimento na solução de problemas e situações; ter uma visão pessoal sobre as coisas. » Atitude: Saber fazer acontecer. Possuir comportamento ativo e proativo; dar ênfase na ação e no fazer acontecer; possuir espírito empreendedor e de equipe; ser um líder. Papéis do Administrador CONCEITO Qualidade de quem é capaz de analisar uma situação, apresentar soluções e resolver assuntos ou problemas. SECRETARIA DE EDUCAÇÃO DO PERNAMBUCO CURSO TÉCNICO EM ADMINISTRAÇÃO ETE – ESCOLA TÉCNICA ESTADUAL PEDRO MUNIZ FALCÃO Além das quatro atividades principais desempenhadas pelos administradores nas organizações, planejar, organizar, controlar e liderar, esses profissionais assumem uma variedade muito maior de papéis para levar a organização a seus objetivos estabelecidos. Funções do Administrador O papel do Administrador em um ambiente incerto e turbulento está voltado na sua capacidade de inovar como gestor. Os gestores precisam enfrentar desafios e surpresas, reconhecendo o papel apropriado para cada situação, além de manter a flexibilidade para trocar de papel prontamente, quando se fizer necessário. RESUMINDO Papéis Interpessoais Papéis Informacionais Papéis decisórios Como o administrador interage: - Representação - Liderança - Ligação Como o administrador troca e processa informações: - Monitoração - Disseminação - Porta-voz Como o administrador utiliza as informações nas decisões: - Solução de conflitos - Negociação NÍVEIS ORGANIZACIONAIS De acordo com a Teoria da Contingência não existe uma universalidade dos princípios da Administração, assim como também não existe uma única Envolve eventos e situações em que o administrador precisa tomar decisões ou seja, fazer escolhas ou opções, utilizando de habilidades humanas e conceituais. As informações auxiliam o administrador nas tomadas de decisão. Quanto mais informações o administrador possuir sobre uma determinada situação, maiores serão as chances de se tomar uma decisão acertada. PAPÉIS DECISÓRIOS: É a capacidade de obter, processar e divulgar informações. O gestor deve desempenhar atividades para manter e desenvolver a sua rede de informações. Ele deve reservar parte do seu tempo para trocar informações com outras pessoas dentro e fora das organizações. O bom gestor é aquele que sabe trabalhar com a informação de forma a transformá-la em algum diferencial para a organização. PAPÉIS INFORMACIONAIS: É a capacidade de possuir relações interpessoais sadias e duradoras com as pessoas. Mostra como o administrador interage com as pessoas, influencia seus subordinados e colaboradores, trabalha com os colegas e superiores e relaciona-se com todas as outras pessoas de sua rede de contatos. PAPÉIS INTERPESSOAIS: SECRETARIA DE EDUCAÇÃO DO PERNAMBUCO CURSO TÉCNICO EM ADMINISTRAÇÃO ETE – ESCOLA TÉCNICA ESTADUAL PEDRO MUNIZ FALCÃO maneira de organizar e estruturar as organizações. Dizemos que a estrutura e o comportamento organizacional são variáveis dependentes e que o ambiente (impõe desafios externos à organização) e a tecnologia (impõe desafios internos à organização) são variáveis independentes. Para lidar com estes desafios as organizações se diferenciam em três níveis organizacionais: Nível Institucional ou NívelEstratégico, Nível tático e Nível Operacional. Nível Institucional ou Nível Estratégico: é o nível mais elevado da empresa, composto por diretores, proprietários ou acionistas e altos executivos. É o nível onde as decisões são tomadas e onde são estabelecidos os objetivos da organização, bem como as estratégias para alcançá-los. É o nível que mantém a interface com o ambiente. Tático: este nível está entre o institucional e o operacional e cuida da articulação interna entre eles. Cuida da escolha e captação dos recursos necessários, bem como da distribuição e colocação do que foi produzido pela empresa nos diversos segmentos do mercado, lida também com os problemas de adequação das decisões tomadas pelo nível institucional com as operações realizadas pelo nível operacional. Em geral este nível é composto por administradores, e são estes que fazem a ligação do nível operacional com o nível institucional, fazendo com que cada subordinado tenha apenas um supervisor. Nível Operacional: está localizado nas área inferiores da organização. É o nível onde as tarefas são executadas e as operações realizadas: envolve trabalho básico relacionado diretamente com a produção dos produtos ou serviços da organização. O DESAFIO DA ADMINISTRAÇÃO Conforme já mencionamos, a Administração é um fenômeno universal SECRETARIA DE EDUCAÇÃO DO PERNAMBUCO CURSO TÉCNICO EM ADMINISTRAÇÃO ETE – ESCOLA TÉCNICA ESTADUAL PEDRO MUNIZ FALCÃO no mundo moderno. O Administrador deve estar atento a eventos presentes e passados, bem como às previsões futuras para ampliar seu horizonte. As mudanças do mundo contemporâneo desafiam os gestores em meio a um cenário de ambiguidades e incertezas, dentre as quais podemos listar: » Enfrentar a competição estrangeira (Globalização); » Pensar além das preocupações locais e imediatas; » Buscar novos meios para aproveitar talentos e recursos; » Repensar o relacionamento entre chefe e subordinado. Para enfrentar esses desafios, os Administradores devem estar atentos para atender a algumas necessidades, a fim de atingir seus objetivos. Vamos ver agora alguns exemplos dessas necessidades. Necessidade de Visão Diagnosticar oportunidades de crescimento e expansão, dar boas-vindas às mudanças e tentar resolver os problemas antes que eles aconteçam; ser flexíveis e desenvolver uma visão ampla de sua empresa, dos objetivos organizacionais e do que deve ser feito para alcançá-los. Necessidade de Ética A Ética estuda os direitos e os benefícios dos envolvidos direta ou indiretamente em uma ação. A ação das organizações e as decisões de seus administradores provocam efeitos sobre os outros. Daí a necessidade de julgar se as práticas empresariais estão sendo éticas. Necessidade de Diversidade Cultural Aproveitar os recursos e os talentos de segmentos anteriormente negligenciados em nossa força de trabalho. Necessidade de Treinamento Talentos podem ser desenvolvidos e potencializados por meio de treinamento. Sintetizando, a qualidade de gerentes bem sucedidos se materializa da seguinte forma: » Vontade de administrar esforços e recursos; » Capacidade de influenciar o comportamento/desempenho de outros (poder); » Compreender e lidar com as reações emocionais de outras pessoas (empatia). Portanto, para aprender a ser um bom Administrador, é necessário que: » Se permitam simulações: casos para estudos, jogos de empresas e outras. » Aprenda a ser um bom subordinado e descubra as relações de suas tarefas com os demais integrantes da empresa; » Observe seu gerente e aprenda com suas atitudes, positivas ou negativas. SECRETARIA DE EDUCAÇÃO DO PERNAMBUCO CURSO TÉCNICO EM ADMINISTRAÇÃO ETE – ESCOLA TÉCNICA ESTADUAL PEDRO MUNIZ FALCÃO » Haja sempre de acordo com seus princípios. LIDERANÇA E SUAS CARACTERÍSTICAS Habilidade de influenciar pessoas. Liderança é o processo de influenciar pessoas no sentido de que ajam a favor dos objetivos da instituição. Algumas pessoas nascem com o dom da liderança. Outras aprendem a liderar. Liderança é um processo no qual o indivíduo influencia outros a se comprometerem com a busca de objetivos comuns. É a capacidade de influenciar pessoas a se comprometerem entorno dos mesmos objetivos e metas organizacionais. “Liderança é a influência interpessoal exercida numa situação e dirigida por meio do processo da comunicação humana à consecução de um ou de diversos objetivos específicos”. Com a concorrência acirrada, as organizações precisam tomar decisões, coordenar múltiplas atividades, conduzir pessoas, avaliar desempenho, obter e alocar recursos, dentre outras ações. Por isso, entender a Administração nas organizações é tão importante! Se a conjuntura econômica se retrai ou se expande, mudam-se os hábitos e as necessidades dos clientes. Diante disso, as organizações precisam modificar sua linha de ação, renovar-se, ajustar-se e adaptar-se rapidamente. Esses são os desafios constantes da Administração: os problemas mudarão de figura, de natureza ou de roupagem, mas a mudança será constante! SECRETARIA DE EDUCAÇÃO DO PERNAMBUCO CURSO TÉCNICO EM ADMINISTRAÇÃO ETE – ESCOLA TÉCNICA ESTADUAL PEDRO MUNIZ FALCÃO Ao longo do tempo verificou-se que empregado, quando tem confiança e é comprometido com a empresa, obtém mais e melhores resultados, do que o empregado vigiado, controlado e mandado. A liderança, dentro de uma visão moderna, está sendo buscada por um simples fato: o controle de empregados custa caro, e não obtém a maior produtividade de cada empregado. Ou seja, é duplamente ineficaz: custa mais e não obtém o melhor. Liderança é um processo no qual o indivíduo influencia outros a se comprometerem com a busca de objetivos comuns. Num ambiente que exige decisões de qualidade em alta velocidade, os líderes precisam influenciar outras pessoas de maneira rápida e eficiente, e para isso recebem, obtêm e utilizam poder. Habilidades e Características do Líder • Discurso coerente com suas ações; • Objetivos claros e estratégias adequadas para atingi-los; • Entusiasmo pelo trabalho em equipe; • Habilidade em inspirar confiança; • Espírito democrático. Complementam o perfil do Líder: • competência técnica; • habilidade de delegação; • controle emocional; • autenticidade; • respeito pelo ser humano; • habilidade em propor e estimular ideias; • habilidade em ensinar e despertar talentos. Estilos de Liderança • Liderança autocrática: O líder é focado apenas nas tarefas. Este tipo de liderança também é chamado de liderança autoritária ou diretiva. O líder toma decisões individuais, desconsiderando a opinião dos liderados. O líder determina as providências e as técnicas para a execução das tarefas, de modo imprevisível para o grupo. Além da tarefa que cada um deve executar, o líder determina ainda qual o seu companheiro de trabalho. O líder é dominador e pessoal nos elogios e nas críticas ao trabalho de cada membro. Consequências: Desmotivação da equipe; Clima de desconfiança; Baixa qualidade nas tarefas. SECRETARIA DE EDUCAÇÃO DO PERNAMBUCO CURSO TÉCNICO EM ADMINISTRAÇÃO ETE – ESCOLA TÉCNICA ESTADUAL PEDRO MUNIZ FALCÃO • Liderança democrática: Chamada ainda de liderança participativa ou consultiva, este tipo de liderança é voltado para as pessoas e há participação dos liderados no processo decisório. Aqui as diretrizes são debatidas e decididas pelo grupo, estimulado e assistido pelo líder. A divisãodas tarefas fica ao critério do próprio grupo e cada membro pode escolher os seus próprios companheiros de trabalho. O líder procura ser um membro normal do grupo. Ele é objetivo e limita-se aos fatos nas suas críticas e elogios. Consequências: Equipe motivada; Membros auto-valorizados; Trabalho realizado em conjunto e com autonomia pelos membros; Maior qualidade nos resultados. • Liderança liberal ou Laissez faire: Laissez-faire é a contração da expressão laissez faire, laissez aller, laissez passer, que significa literalmente "deixai fazer, deixai ir, deixai passar". Neste tipo de liderança as pessoas tem mais liberdade na execução dos seus projetos, indicando possivelmente uma equipe madura, auto dirigida e que não necessita de supervisão constante. Por outro lado, a Liderança liberal também pode ser indício de uma liderança negligente e fraca, onde o líder deixa passar falhas e erros sem corrigi-los. Consequências: Pouco envolvimento da equipe; Competição entre os membros; Pouca responsabilização por erros; Tendência para “jogos de empurra”. Outros estilos de liderança Bidimensional - combina os estilos autocrático com o democrático; Carismático - inspira, renova e transforma os liderados. Transacional - promete e negocia recompensa; Situacional - cada tipo de situação requer um tipo de liderança diferente para alcançar os objetivos, nesse caso o líder verdadeiro é aquele que é capaz de se ajustar a um grupo de pessoas sob condições variáveis. Todos os estilos de liderança têm seus defensores e críticos. A liderança deve ser flexível, ajustada à situação, pois depende de muitas variáveis: ❖ da forma como o líder se comporta; ❖ do clima da organização; ❖ das equipes de trabalho; ❖ da natureza da tarefa; ❖ da identificação dos objetivos, SECRETARIA DE EDUCAÇÃO DO PERNAMBUCO CURSO TÉCNICO EM ADMINISTRAÇÃO ETE – ESCOLA TÉCNICA ESTADUAL PEDRO MUNIZ FALCÃO ❖ da experiência, da expectativa em participar, etc. TEORIA COMPORTAMENTAL A Teoria Comportamental da Administração, também chamada de Behaviorista (em função da palavra em inglês, behavior, que significa comportamento, conduta), coloca uma nova direção e um novo enfoque dentro da Teoria Administrativa: a abordagem das ciências do comportamento ao estudar a motivação humana (suas necessidades básicas), definir estilos de Administração e caracterizar as organizações como sistemas sociais cooperativos e sistemas de decisões. Assim, a Teoria Comportamental se preocupa com os processos organizacionais, com o comportamento das pessoas na organização e com o comportamento organizacional como um todo. A Teoria Comportamental representa um desdobramento da Teoria das Relações Humanas, porém reformula alguns conceitos dos quais discordavam. Para a Teoria Comportamental, o Administrador deve conhecer as necessidades das pessoas, compreender o comportamento humano e motivar os funcionários. A Teoria Comportamental introduz ainda a ideia do Homem Administrativo, um homem que procura uma maneira possível para fazer algo e não a maneira ideal, excelente. Homem Administrativo: procura a maneira satisfatória de realizar as atividades e não a maneira ótima; contenta-se com quilo que está ao seu alcance, o que pode ser feito, dentro de suas possibilidades. Ao tomar uma decisão, o Homem Administrativo não procura a melhor decisão, mas sim aquela adequada para o momento. (CHIAVENATO, 2011) Nos primórdios da Teoria Comportamental, defende que as pessoas não atuam isoladamente, mas por meio de interações com outras, para poderem, juntas, alcançar seus objetivos. Nas relações sociais, as pessoas se influenciam mutuamente. Uma organização de sistemas sociais racionais somente existe quando ocorrem conjuntamente: » Interação entre duas ou mais pessoas; » Desejo e disposição para a cooperação; » Finalidade de alcançar um objetivo comum. SECRETARIA DE EDUCAÇÃO DO PERNAMBUCO CURSO TÉCNICO EM ADMINISTRAÇÃO ETE – ESCOLA TÉCNICA ESTADUAL PEDRO MUNIZ FALCÃO A contribuição de cada pessoa para o alcance do objetivo comum é variável e depende do resultado das satisfações e insatisfações obtidas realmente ou percebidas imaginariamente pelas pessoas como resultado de sua cooperação. Daí decorre a racionalidade. Para analisar como as pessoas se comportam, é importante que você conheça os estudos da motivação humana. Teorias de McGregor A Teoria Comportamental oferece uma variedade de estilos de Administração à disposição do Administrador. Esses estilos dependem das convicções que os Administradores têm a respeito do comportamento humano na organização. Essas convicções moldam não apenas a maneira de conduzir as pessoas, mas também a maneira pela qual: » se divide o trabalho, » se planeja, se organiza e se controla as atividades na organização. Teoria X Reflete um estilo de administração duro, rígido e autocrático, que muito se aproxima do estilo da Administração Científica: » Faz as pessoas trabalharem dentro de padrões previamente planejados e organizados pela direção; » Visa ao alcance dos objetivos da organização; » Acredita que as pessoas são motivadas exclusivamente por incentivos econômicos, e utiliza da remuneração como recompensa ou punição; » As pessoas são meros recursos de produção. A Teoria X força as pessoas a fazerem o que a empresa espera delas, independente de suas opiniões ou objetivos pessoais. Quando o Administrador impõe de cima para baixo um esquema de trabalho e controla o comportamento dos subordinados, ele está agindo de acordo com a Teoria X. Teoria Y Propõe um estilo de administração participativo e baseado em valores humanos e sociais. Segundo essa teoria, administrar é um processo de criar oportunidades, liberar potenciais, remover obstáculos e encorajar o crescimento individual. A Teoria Y é aplicada por meio de um estilo de direção SECRETARIA DE EDUCAÇÃO DO PERNAMBUCO CURSO TÉCNICO EM ADMINISTRAÇÃO ETE – ESCOLA TÉCNICA ESTADUAL PEDRO MUNIZ FALCÃO baseado em medidas inovadoras e humanistas, com as seguintes características: » Descentralização das decisões e delegação de responsabilidades; » Ampliação das atividades do funcionário para que seu trabalho tenha mais significado; » O funcionário tem participação nas decisões e administração consultiva; » Autoavaliação do desempenho. A Teoria Y é a administração por objetivos que realça a iniciativa individual e valoriza as relações de participação, trabalho em equipe e desempenho. Para essa teoria, o Administrador deve criar condições para que as pessoas possam atingir seus objetivos pessoais, dirigindo seus esforços em direção aos objetivos da empresa. Assim, a Teoria Comportamental se preocupa com os processos organizacionais, com o comportamento das pessoas na organização e com o comportamento organizacional como um todo. O Administrador deve conhecer as necessidades humanas para compreender o comportamento humano e utilizar a motivação como meio para melhorar a qualidade de vida nas organizações. TEORIA BUROCRÁTICA DE MAX WEBER Ênfase na estrutura, na eficiência, nas pessoas e no ambiente Weber ficou famoso pela teoria das estruturas e autoridade. Ele salientava que o sistema moderno de produção, racional e capitalista não se originou das mudanças tecnológicas nem das relações de propriedade, mas de um novo conjunto de normas sociais. Mais tarde, essas normas sociais receberam o nome de Burocracia. Para começar... Você sabe o que é Burocracia? Para entendermelhor o conceito e a contribuição da Teoria Burocrática, é preciso compreender os sistemas de controle social, ou autoridade, que fazem parte das organizações. Autoridade Forma de organização humana que se baseia na racionalidade. Trata-se da tentativa de formalizar e coordenar o comportamento humano por meio da autoridade racional-legal para se atingir os objetivos da organização. SECRETARIA DE EDUCAÇÃO DO PERNAMBUCO CURSO TÉCNICO EM ADMINISTRAÇÃO ETE – ESCOLA TÉCNICA ESTADUAL PEDRO MUNIZ FALCÃO Autoridade X Poder Como definição apropriada por muitos especialistas no assunto, a autoridade representa o poder institucionalizado e oficializado. Já o poder, propriamente dito, implica potencial para exercer influência sobre as outras pessoas. Dessa forma, podemos dizer que a autoridade proporciona poder; ter autoridade é ter poder. Contudo, nem sempre ter poder significa ter autoridade. Imagine uma pessoa que tem um cargo. Por estar nesse cargo, ela tem o poder de definir algo de sua competência. No entanto, ela pode não ter autoridade para fazer com que as pessoas façam as coisas como ela quer. Tipos de autoridade CONCEITOS Autoridade é a probabilidade de que um comando ou ordem específica seja obedecido; é a obediência voluntária às ordens ou decisões, que são consideradas legítimas. Poder é a probabilidade de uma pessoa impor a sua vontade dentro de uma relação social, apesar de resistências opostas. Ele inclui o controle da situação e a manipulação das condições de modo a obter obediência dos outros. EXEMPLO VOCÊ SABIA? A autoridade depende da capacidade de justificar seu exercício (legitimidade). A legitimidade é o motivo que explica por que um determinado número de pessoas obedece às ordens de alguém, conferindo-lhe poder. A autoridade é legítima quando é aceita. SECRETARIA DE EDUCAÇÃO DO PERNAMBUCO CURSO TÉCNICO EM ADMINISTRAÇÃO ETE – ESCOLA TÉCNICA ESTADUAL PEDRO MUNIZ FALCÃO ✓ Autoridade tradicional: os subordinados aceitam as ordens dos superiores como justificadas, porque essa sempre foi a maneira pela qual as coisas foram feitas. Ex: Pai de família. ✓ Autoridade carismática: os subordinados aceitam as ordens do superior como justificadas, por causa da influência da personalidade e da liderança do superior. Carisma é a qualidade extraordinária que não pode ser recebida em herança. ✓ Autoridade legal ou burocrática: os subordinados aceitam as ordens dos superiores como justificadas, porque concordam com certos preceitos ou normas que consideram legítimas; Autoridade técnica, meritocrática e administrada (leis e ordens legais). Tipos de Sociedade e Autoridade TIPOS DE SOCIEDADE/ AUTORIDADE SOCIEDADE EXEMPLO AUTORIDADE LEGITIMAÇÃO ADMINISTRATIVO Não é racional; Forma patrimonial e forma feudal. Patriarcal e Clã, tribo, família, poder herdado. Tradição, Tradicional patrimonialista; Sociedade Baseado no hábitos, usos e Conservantismo. Medieval. uso da palavra costumes. “senhor”. Características Inconstante e Carismática Personalista, mística, arbitrária; Revolucionária. Grupos revolucionários, partidos políticos, nações em revolução. Não racional, não herdada nem delegável; baseada no “carisma”. pessoais (heroísmo, magia, poder mental) e carismáticas do instável. Escolhido pela lealdade e devoção ao líder e não por qualificações líder. técnicas. Justiça da Lei. Legal, racional ou burocrática Racionalidade dos meios e dos objetivos. Estados modernos, grandes empresas e exército. Legal, racional, impessoal, formal e meritocrática. Promulgação e regulamentação de normas legais previamente Burocracia. definidas. O poder legal, racional ou burocrático é a essência da Teoria da Burocracia, a qual é baseada em: ✓ Caráter legal das normas: a organização é regida por normas e regulamentos estabelecidos. As decisões gerenciais são tomadas com base em regras, disciplina e controle, e de forma impessoal tanto com os colaboradores da organização como com os clientes. Ou seja, o gestor toma as decisões de acordo com as normas e regulamentos da empresa e não de acordo com sua vontade própria. SECRETARIA DE EDUCAÇÃO DO PERNAMBUCO CURSO TÉCNICO EM ADMINISTRAÇÃO ETE – ESCOLA TÉCNICA ESTADUAL PEDRO MUNIZ FALCÃO ✓ Caráter formal das comunicações: a organização deve fazer suas comunicações por escrito, evitando duplicidade de entendimento. Para atingir a uniformidade de ações e de entendimento, a organização precisa manter tudo registrado e detalhado, para que todos possam entender. ✓ Divisão do trabalho (racional): assim como na Administração Científica, Max Weber também entende que as atividades devem ser divididas, desmembradas, para que qualquer pessoa possa se tornar especialista em um curto espaço de tempo. ✓ Impessoalidade nas relações: a distribuição das atividades é feita impessoalmente, ou seja, não considera as pessoas realmente como pessoas, e sim como cargos que elas ocupam. As regras e os procedimentos são aplicados de forma uniforme e imparcial, não se levando em conta aspectos pessoais ou emocionais para diferenciar os colaboradores. ✓ Rotinas e procedimentos: a organização fixa as regras e normas técnicas para desempenho de cada cargo, garantindo disciplina e controle na organização. ✓ Competência técnica e meritocrática: todos os colaboradores são selecionados e promovidos com base no mérito, na competência técnica e no seu desempenho, não havendo preferências pessoais e independentemente de características de raça, sexo, religião ou classe social. ✓ Especialização e profissionalismo da administração: os administradores que comandam a organização não são donos, acionistas ou proprietários, são profissionais que trabalham por salário e que buscam a eficiência organizacional. Esses profissionais são treinados para atingir os objetivos da empresa de forma profissional, deixando de lado aspectos emocionais e pessoais. SECRETARIA DE EDUCAÇÃO DO PERNAMBUCO CURSO TÉCNICO EM ADMINISTRAÇÃO ETE – ESCOLA TÉCNICA ESTADUAL PEDRO MUNIZ FALCÃO Diante do que foi dito até aqui sobre Burocracia, podemos identificar: Vantagens da Burocracia » Racionalidade; » Precisão na definição e operação do cargo; » Rapidez nas decisões; » Univocidade de interpretação (a informação é fornecida apenas a quem deve recebê-la); » Uniformidade de rotinas e procedimentos (padronização); » Continuidade da organização (capacidade e competência técnica); » Redução do atrito entre as pessoas; » Constância (mesmo tipo de decisão tomado nas mesmas circunstâncias); » Confiabilidade. Disfunções da burocracia O modelo proposto pela Teoria da Burocracia é importante para estabelecer mecanismos de controle e para alcançar um alto grau de eficiência nas organizações. Porém, algumas distorções dos conceitos dessa teoria podem causar disfunções no seu propósito. E essas disfunções podem prejudicar a organização, transformando-a em um ambiente rigoroso, frio e mais preocupado com o controle do que com seus objetivos, por isso é importante conhecê-las: » Internalização das regras e apego aos regulamentos; » Excesso de formalismo e de papelada; » Resistência às mudanças; » Despersonalização do relacionamento (impessoalidade); » Rígida hierarquização de autoridade; » Super conformidadeàs rotinas e aos procedimentos; » Exibição de sinais de autoridade (quem detém o poder); » Dificuldade no atendimento a clientes e conflitos com o público. SECRETARIA DE EDUCAÇÃO DO PERNAMBUCO CURSO TÉCNICO EM ADMINISTRAÇÃO ETE – ESCOLA TÉCNICA ESTADUAL PEDRO MUNIZ FALCÃO A eficiência geral de uma organização é determinada pela medida em que essa organização atinge seus objetivos. Toda organização possui objetivos a alcançar e, consequentemente, todos os gestores e colaboradores também possuem objetivos. Veja algumas funções desses objetivos: Funções dos objetivos organizacionais: » Indicam uma orientação que a organização procura seguir pela apresentação de uma situação futura. » Constituem uma fonte de legitimidade que justifica as Rigidez Eficiência Desordem Papelada, formalismo Formalização das comunicações Ausência de documentos, informalidade informalidade Excesso de exigência Seleção e promoção pessoal Apadrinhamento Ênfases nos cargos Impessoalidade Ênfases nas pessoas Ordem e disciplina Regras e Regulamentos Liberdade excessiva Autoridade, imposição Hierarquia Falta de autoridade Superespecialização Divisão do trabalho Falta de especialização, bagunça, confusão Excesso de Burocracia Escassez de Burocracia TEORIA BUROCRÁTICA SECRETARIA DE EDUCAÇÃO DO PERNAMBUCO CURSO TÉCNICO EM ADMINISTRAÇÃO ETE – ESCOLA TÉCNICA ESTADUAL PEDRO MUNIZ FALCÃO SAIBA MAIS! As organizações traçam seus objetivos de acordo com seus modelos de mercado. Há dois modelos de organização: · Modelos de sobrevivência: quando a organização desenvolve objetivos que lhe permitem simplesmente existir e manter sua produtividade. · Modelos de eficiência: quando a organização desenvolve objetivos que lhe permitem não apenas existir, mas também funcionar dentro de padrões de crescente eficiência. O homem que desempenha papéis em diferentes organizações. Ele passa a depender das organizações em todos os sentidos, seja para nascer,viver ou morrer. atividades de uma organização. » Servem como padrões para avaliar o êxito da organização. » Servem como unidade de medida para o estudioso de organizações que tenta verificar e comparar a sua produtividade. Uma organização estabelece seus objetivos intencionalmente e por meio de um processo de interação entre ela e o ambiente. Sendo assim, ela dependerá de outras organizações para seguir seu caminho e atingir seus objetivos. Nesse sentido, além da análise organizacional, é também relevante a análise interorganizacional, a qual está voltada para as relações externas entre uma organização e outras. Para a definição de objetivos organizacionais diferenciados, os gestores precisam se colocar como um homem organizacional... O homem organizacional Enquanto a Teoria Clássica caracteriza o “homo economicus” e a Teoria das Relações Humanas, “o homem social”, a Teoria da Burocracia focaliza o “homem organizacional”. SECRETARIA DE EDUCAÇÃO DO PERNAMBUCO CURSO TÉCNICO EM ADMINISTRAÇÃO ETE – ESCOLA TÉCNICA ESTADUAL PEDRO MUNIZ FALCÃO Na sociedade das organizações, moderna e industrializada, essa figura do “homem organizacional”, para ser bem sucedida, precisa ter as seguintes características de personalidade: • Flexibilidade: saber lidar com as constantes mudanças que ocorrem na vida moderna, bem como na diversidade dos papéis desempenhados nas organizações. • Tolerância às frustrações: evitar o desgaste emocional decorrente do conflito entre necessidades organizacionais e individuais, cuja mediação é feita por meio de normas racionais, escritas e exaustivas que procuram envolver toda a organização. • Capacidade de adiar as recompensas: poder de estimular o trabalho rotineiro para alcance dos objetivos da organização, de priorizar as atividades profissionais em vez das preferências e vontades pessoais. • Permanente desejo de realização: garantir a conformidade e cooperação com as normas que controlam e asseguram o acesso a posições de carreira dentro da organização, proporcionando recompensas e sanções sociais e materiais. Conforme você pôde perceber, com essas características, o Gestor tem condições de atuar como um homem organizacional e trabalhar com uma visão voltada para as questões internas da organização, mas sem se esquecer do que acontece fora da empresa, ou seja, possuir uma visão de relação com o ambiente dessa empresa. ORGANIZAÇÃO DE UMA EMPRESA Segundo Maximiano (1992) "uma organização é uma combinação de esforços individuais que tem por finalidade realizar propósitos coletivos. Por meio de uma organização torna-se possível perseguir e alcançar objetivos que seriam inatingíveis para uma pessoa. Uma grande empresa ou uma pequena oficina, um laboratório ou o corpo de bombeiros, um hospital, um formigueiro, um time de futebol ou uma escola são todos exemplos de organizações." Uma organização é formada pela soma de pessoas, máquinas e outros equipamentos, recursos financeiros e outros. Portanto, a organização é o resultado da combinação de todos estes elementos orientados a um objetivo comum. E a qualidade é o resultado de um trabalho de organização. SECRETARIA DE EDUCAÇÃO DO PERNAMBUCO CURSO TÉCNICO EM ADMINISTRAÇÃO ETE – ESCOLA TÉCNICA ESTADUAL PEDRO MUNIZ FALCÃO Organização – é um conjunto de cargos funcionais e hierárquicos a cujas prescrições e normas de comportamento todos os seus membros devem se sujeitar. Na visão estática da organização existem: Ordem de indivíduos formando uma rede de relações com posições distribuídas dentro deste quadro. É vista e organizada através de Organogramas. A organização compõe-se de camadas hierárquicas ou níveis funcionais estabelecidos pelo organograma. Os níveis diferenciam o grau de autoridade delegada, comando e salários. Portanto, no processo de organização define-se a autoridade de cada pessoa, criando-se assim a hierarquia. Na hierarquia definem-se os executivos que são os diretores e o presidente, os gerentes, os supervisores e/ou as equipes de autogestão. Nas empresas de hoje os supervisores estão sendo substituídos pela equipes de autogestão. Os supervisores têm como principal função garantir que as tarefas sejam cumpridas. Esse modelo foi aos poucos sendo substituído quando as empresas começaram a incluir as equipes na participação das atividades da empresa de um modo mais amplo. Assim estas equipes começaram a se autogerir, ou seja, elas mesmas se organizam e assumem a responsabilidade das atividades. Isto cria uma competição saudável entre equipes, retornando como uma maior produtividade para a empresa. Uma decisão importante a ser tomada no processo de organização de uma empresa é quanto à centralização ou descentralização das atividades. No caso de centralização a empresa terá facilidade de controle, mas os departamentos terão mais dependência para tomar decisões. Já a descentralização pode gerar uma competição saudável entre as unidades, além de terem maior agilidade na tomada de decisões; em contrapartida a empresa terá maior dificuldade de controle. Um importante mecanismo para ajudar no processo de organização é o organograma. No organograma são inseridos os cargos e departamentos, bem como a hierarquia que rege cada um deles. A definição de cargos e delegação de tarefas e responsabilidades é muito importante para a organização da empresa. Desse modo, cada um responsável por uma unidade, um departamento, ou atividade,
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