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21-dicas-de-como-projetar-uma-arquitetura-mais-sustentável-como-projetar

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www.comoprojetar.com.br
2016
arquitetura
SUSTENTÁVEL
como projetar uma 
21 DICAS DE
+
21 dicas de como projetar uma 
arquitetura mais 
SUSTENTÁVEL
escrito por
Rafael Santos Fischer, fundador do Como Projetar
Benício Hassegawa Barreto, editor do Como Projetar
Este ebook tem como objetivo expor algumas infor-
mações, opiniões e ideias dos autores do site Como 
Projetar sobre como projetar uma arquitetura mais 
sustentável e não possui caráter cientí�co.
Todas as imagens aqui utilizadas foram obtidas na 
internet através do site Unsplash e do Flickr. As 
imagens retiradas do Flickr estavam marcadas com 
copyright de livre distribuição comercial.
A distribuição deste ebook é livre e gratuita, podendo 
ele ser obtido diretamente no site
 www.comprojetar.com.br. 
Se você achar os conteúdos presentes neste ebook 
úteis e interessantes, compartilhe à vontade com seus 
colegas!
Se você é estudante de arquitetura ou jovem arquiteto 
e deseja visualizar mais conteúdos sobre como 
projetar, acesso o nosso site e siga-nos nas redes soci-
ais.
Curitiba, maio de 2016.
www.comoprojetar.com.br
2016
Siga-nos:
instagram.com/comoprojetar
facebook.com/comoprojetar
pinterest.com/comoprojetar
1 Veri�que a direção predominante dos ventos na hora de projetar.
Saber a direção predominante do 
vento na hora de projetar é impor-
tante para propor soluções que 
utilizem a ventilação cruzada, evitar 
criar corredores de vento desa-
gradáveis e evitar criar espaços que 
recebam vento em excesso, ou que 
não recebam vento algum, e que 
consequentemente serão sub-uti-
lizados pelos usuários.
Em locais frios, o vento em excesso 
diminui a sensação térmica percebi-
da e afugenta as pessoas. Já para 
locais quentes, a presença de vento 
pode ser um fator de atração, além 
de representar uma possível econo-
mia de energia com ventilação 
mecânica e até mesmo ar-condicio-
nado.
Na imagem acima temos o projeto 
do Grande Arco de La Defense, em 
Paris. O projeto chama atenção por 
sua monumentalidade e pelo fato 
de ter de�nido uma área pública 
extremamente exposta aos ventos, 
que posteriormente teve que ser 
protegida por algumas placas de 
vidro para que as pessoas fossem 
mais estímuladas à frequentá-la em 
dias frios.
FOTO: James Russel / Flickr.
1www.comoprojetar.com.br2016
1 Veri�que a direção predominante dos ventos na hora de projetar.
Saber a direção predominante do 
vento na hora de projetar é impor-
tante para propor soluções que 
utilizem a ventilação cruzada, evitar 
criar corredores de vento desa-
gradáveis e evitar criar espaços que 
recebam vento em excesso, ou que 
não recebam vento algum, e que 
consequentemente serão sub-uti-
lizados pelos usuários.
Em locais frios, o vento em excesso 
diminui a sensação térmica percebi-
da e afugenta as pessoas. Já para 
locais quentes, a presença de vento 
pode ser um fator de atração, além 
de representar uma possível econo-
mia de energia com ventilação 
mecânica e até mesmo ar-condicio-
nado.
Na imagem acima temos o projeto 
do Grande Arco de La Defense, em 
Paris. O projeto chama atenção por 
sua monumentalidade e pelo fato 
de ter de�nido uma área pública 
extremamente exposta aos ventos, 
que posteriormente teve que ser 
protegida por algumas placas de 
vidro para que as pessoas fossem 
mais estímuladas à frequentá-la em 
dias frios.
FOTO: James Russel / Flickr.
1www.comoprojetar.com.br2016
2 Tome cuidado para não criar corredores de vento desconfortáveis.
O vento nada mais é que ar em 
movimento, e quando criamos um 
obstáculo, como um edifício, esta-
mos obstruindo sua circulação. Isso 
signi�a que a mesma quantidade 
de ar que antes circulava livremente 
agora é forçada a passar em um 
espaço menor. O resultado é o 
aumento da velocidade na qual o ar 
se movimenta: ventos mais fortes. 
Lembre-se disso na hora de projetar 
pilotis ou blocos de prédios muito 
próximos entre si: as chances de 
que ali seja formada uma área em 
que o vento é mais intenso é 
grande. Repare no projeto da sede 
do Partido Comunista Francês, de 
Niemeyer, o cuidado que se teve em 
proteger os pilotis do vento: sua 
altura foi diminuída e obstáculos 
foram criados para que as pessoas 
não se sentissem desconfortáveis 
no local durante o inverno pari-
siense.
FOTO: August Fischer / Flickr.
2www.comoprojetar.com.br2016
2 Tome cuidado para não criar corredores de vento desconfortáveis.
O vento nada mais é que ar em 
movimento, e quando criamos um 
obstáculo, como um edifício, esta-
mos obstruindo sua circulação. Isso 
signi�a que a mesma quantidade 
de ar que antes circulava livremente 
agora é forçada a passar em um 
espaço menor. O resultado é o 
aumento da velocidade na qual o ar 
se movimenta: ventos mais fortes. 
Lembre-se disso na hora de projetar 
pilotis ou blocos de prédios muito 
próximos entre si: as chances de 
que ali seja formada uma área em 
que o vento é mais intenso é 
grande. Repare no projeto da sede 
do Partido Comunista Francês, de 
Niemeyer, o cuidado que se teve em 
proteger os pilotis do vento: sua 
altura foi diminuída e obstáculos 
foram criados para que as pessoas 
não se sentissem desconfortáveis 
no local durante o inverno pari-
siense.
FOTO: August Fischer / Flickr.
2www.comoprojetar.com.br2016
3 Facilite a ventilação natural e a ventilação cruzada.
Um dos itens mais importantes que 
devemos dominar sobre a venti-
lação natural para projetar uma 
arquitetura mais sustentável é a de 
ventilação cruzada. É ela que vai 
permitir que um edifício seja venti-
lado passivamente, representando 
um grande potencial na diminuição 
do consumo de energia com condi-
cionamento de ar e ventilação 
mecânica.
Para assegurar uma ventilação 
cruzada e�ciente basta que abertu-
ras sejam de�nidas em duas pare-
des opostas em um ambiente. Assim 
o ar vai conseguir entrar e sair facil-
mente do ambiente. Existem 
soluções mais avançadas tecnológi-
camente que também conseguem 
tirar proveito da ventilação natural 
para dar conforto térmico aos 
usuários e tornar os edifícios mais 
sustentáveis.
A mais utilizada neste sentido é a 
fachada dupla ventilada. Ela 
também opera com o pressuposto 
de que a troca de ar deve ser facilita-
da, permitindo que ele circule pelos 
ambientes. Outra vantagem é tal 
sistema permite que o ar seja apri-
sionado entre duas camadas, em 
uma espécie de estufa, para que ali 
ele seja aquecido ao longo do dia e 
atue como um elemento de isola-
mento térmico em dias frios. Por ser 
uma solução mais cara e mais com-
plexa não a vemos com frequência 
em solo brasileiro. Mas edifícios 
como o The Shard, de Renzo Piano 
em Londres, têm praticamente toda 
sua superfície de fachada feita no 
sistema, o que representa uma 
economia signi�cativa de energia e 
custos operacionais ao �nal de cada 
mês.
3www.comoprojetar.com.br2016
FOTO: Fogermind Archimedia / Flickr.
4 Saiba sempre em que direção se encontra o norte ao projetar em regiões mais frias.
4www.comoprojetar.com.br2016
A fachada mais valorizada em 
regiões frias do hemisfério sul é a 
norte. No hemisfério norte, a facha-
da mais valorizada é a sul. Isso 
ocorre porque durante o inverno, 
quando o sol percorre o céu com 
um ângulo mais baixo nestas 
regiões, tais fachadas são as que 
recebem maior quantidade de raios 
solares, preciosos para ajudar a 
esquentar os ambientes e reduzir o 
consumo de energia com sistemas 
arti�ciais de aquecimento.
No Brasil, o ideal é que a arquitetura 
realizada na região sul e em partes 
da região sudeste e centro-oeste 
siga estas recomendações, mesmo 
que o inverno seja muito mais 
brando que o de países europeus, 
asiáticos ou da américa do norte.
O edifício da imagem, sede da 
empresa francesa Umicore, na 
Bélgica, mostrauma sugestão 
simples de como solucionar esta 
fachada tão importante - a sul, no 
caso do país europeu: um pequeno 
beiral auxilia na proteção solar dos 
espaços internos no verão e 
permite a entrada deles durante o 
inverno.
FOTO: Jean-Michel Byl / Flickr
4 Saiba sempre em que direção se encontra o norte ao projetar em regiões mais frias.
4www.comoprojetar.com.br2016
A fachada mais valorizada em 
regiões frias do hemisfério sul é a 
norte. No hemisfério norte, a facha-
da mais valorizada é a sul. Isso 
ocorre porque durante o inverno, 
quando o sol percorre o céu com 
um ângulo mais baixo nestas 
regiões, tais fachadas são as que 
recebem maior quantidade de raios 
solares, preciosos para ajudar a 
esquentar os ambientes e reduzir o 
consumo de energia com sistemas 
arti�ciais de aquecimento.
No Brasil, o ideal é que a arquitetura 
realizada na região sul e em partes 
da região sudeste e centro-oeste 
siga estas recomendações, mesmo 
que o inverno seja muito mais 
brando que o de países europeus, 
asiáticos ou da américa do norte.
O edifício da imagem, sede da 
empresa francesa Umicore, na 
Bélgica, mostra uma sugestão 
simples de como solucionar esta 
fachada tão importante - a sul, no 
caso do país europeu: um pequeno 
beiral auxilia na proteção solar dos 
espaços internos no verão e 
permite a entrada deles durante o 
inverno.
FOTO: Jean-Michel Byl / Flickr
5 Saiba também em que direção se encontra o norte ao projetar em regiões mais quentes.
5www.comoprojetar.com.br2016
A maior parte do território brasileiro 
pouco sofre com o frio. A preocu-
pação maior, do ponto de vista de 
sustentabilidade, é garantir que os 
edifícios sejam confortáveis para os 
seus usuários, minimizando o 
consumo de energia com ar-condi-
cionado e/ou ventilação mecânica.
Saber a direção do norte é impor-
tante para que se possa proteger 
corretamente a fachada que vai 
receber mais sol ao longo do ano - a 
fachada norte no caso do hemisfério 
sul. Além disso, permite que explor-
emos a luz natural difusa disponível 
na fachada oposta - no hemisfério 
sul é a fachada sul - e que proteja-
mos adequadamente as fachadas 
leste e oeste. 
O sombreamento das edi�cações é 
fundamental em locais quentes 
para que os raios solares sejam 
bloqueados e se evite o supera-
quecimento dos ambientes inter-
nos. Uma possibilidade de solução é 
utilizar beirais generosos. Tal 
estratégia pode ser observada em 
exemplares que vão desde a 
arquitetura vernacular dos indígi-
nas, passando pelas casas dos ban-
deirantes e chegando até as obras 
modernistas e brutalistas que colo-
caram o Brasil no cenário mundial 
da arquitetura.
O edifício da imagem, por exemplo, 
foi projetado por Le Corbusier e está 
localizado na cidade planejada indi-
ana de Chandigarh. Assim como a 
maior parte do Brasil, o clima por lá 
também é quente e bastante úmido.
A estratégia de promover o som-
breamento do edifício com cobertu-
ras espessas de concreto ajudou a 
aumentar a sensação de conforto 
nos espaços internos, tendo sido 
amplamente utilizada posterior-
mente nos projetos de Niemeyer 
para nossa capital federal.
FOTO: Jean-Michel Byl / Flickr
6 Redobre a atenção com as fachadas leste e oeste.
6www.comoprojetar.com.br2016
As duas fachadas mais prob-
lemáticas em relação ao sol são a 
leste e a oeste. A oeste porque 
recebe insolação direta durante 
todo o período da tarde, o que 
tende a fazer com que os ambien-
tes ali situados superaqueçam. Já 
a leste também recebe sol direto 
por todo um período, porém este 
fato pode ser bené�co em algu-
mas situações especiais como em 
dormitórios, nos quais a ação dos 
raios solares pode ajudar a matar 
possíveis micro-organismos prej-
udiciais à saúde.
O ideal é orientar o projeto de 
maneira com que as maiores 
fachadas em área do volume se 
localizem nas fachadas norte e 
sul, minimizando a área de facha-
das à leste e à oeste. Caso isso seja 
impossível de ser feito em função 
destas fachadas serem as únicas a 
receber sol, ou pelo fato de estar-
em voltadas para uma visual 
interessante, é recomendável 
proteger as aberturas.
A Torre Caja, de autoria de Sir 
Norman Foster, é um bom exemp-
lo de como os arquitetos podem 
resolver estas fachadas: a planta 
do edifício é retangular, e os 
menores lados deste retângulo 
são os voltados para leste e oeste, 
minimizando a exposição do 
edifício aos raios solares da 
manhã e da tarde. Além disso, 
núcleos de circulação e outros 
ambientes em que os usuários 
passam menos tempo foram loca-
dos nestas extremidades, servin-
do como espaços de proteção 
para as áreas de escritório, ocupa-
das durante a maior parte do dia.
FOTO: Enrique Olivar.
7
Proponha projetos de arquitetura que uti-
lizem sistemas construtivos capazes de 
serem executados por mão-de-obra local.
72016www.comoprojetar.com.br
Devemos propor soluções técnicas 
e construtivas para nossos projetos 
que sejam de domínio da 
mão-de-obra existente na região 
onde ele vai ser construído sempre 
que possível. Isso torna a arquitetu-
ra mais sustentável na medida que 
gastos energéticos com o trans-
porte dos operários tanto na hora 
da construção, quanto para 
possíveis manutenções são reduzi-
dos. E redução de gasto energético 
signi�ca redução de custo �nan-
ceiro.
Imagine se houver algum eventual 
problema em uma construção que 
faça uso de um sistema e tecnologia 
construtiva extremamente avança-
dos e inexistentes no Brasil. Das 
duas uma: ou os usuários vão ter 
que gastar uma quantidade enorme 
de dinheiro para trazer 
mão-de-obra especializada para 
fazer a manutenção, ou vão utilizar 
materiais, técnicas e mão-de-obra 
locais para fazer uma gambiarra 
para solucionar o problema. As 
gambiarras neste tipo de contexto 
tendem a ser bastante problemáti-
cas, elevar custos, utilizar materiais 
pouco amigáveis com o meio ambi-
ente e a deixar o edifício mais feio. 
Por isso é importante propor 
inovação com aquilo que temos em 
mão. Não precisamos �car engessa-
dos, projetando sempre da mesma 
forma e aplicando as mesmas 
soluções para cada material. Esta é 
uma oportunidade de ouro para 
descobrir e propor novas aplicações 
para técnicas tão difundidas e 
domindas popularmente, empre-
gando-as de maneira inovadora, 
sempre tendo em mente a capaci-
dade da mão-de-obra local. O 
arquiteto paraguaio Solano Benitez 
ganhou fama mundial por propor 
novas maneiras de se utilizar a alve-
naria de tijolos, técnica amplamente 
difundida em nosso país vizinho e 
no nosso. Os resultados plásticos 
obtidos por ele são incríveis, como 
pode-se ver nesta grelha espacial 
feita com tijolos.
FOTO: sэяgю 
8
Proponha o uso de sistemas construtivos 
cujos elementos tenham uma interface 
amigável entre si.
8www.comoprojetar.com.br2016
Sistemas construtivos que possuem 
uma interface amigável entre si são 
aqueles que podem ser montados 
com o apertar de um parafuso ou 
um simples encaixe. Eles não neces-
sitam de produtos como colas ou 
argamassas para serem unidos, e 
essa característica é bené�ca em 
vários sentidos:
Pode-se reutilizar com facilidade os 
elementos em outras soluções ou 
contextos sem que haja qualquer 
tipo de dano físico a eles; pode-se 
facilmente realizar a manutenção de 
elementos dani�cados sem que 
outros elementos próximos tenham 
que ser quebrados e dani�cados; e 
pode-se aumentar o nível de �exibi-
lidade da arquitetura, que passa a 
ser capaz de ser rearranjável da 
maneira que o usuário bem entend-
er, sem que seja preciso utilizar os 
verbos demolir e construir, e sim 
desmontar e remontar.
Imagine uma parede feita em alve-
naria de tijolos. Se você deseja fazer 
uma simples mudança de posição 
das instalações elétricas, por exem-
plo, terá que quebrá-la e enxertá-lade alguma maneira, gerando uma 
quantidade inútil de resíduos. Se a 
mesma parede fosse feita em siste-
mas leves, como steel frame ou 
wood frame, ainda haveria o disper-
dício de parte do material, mas a 
quantidade deste e o trabalho para 
se fazer a alteração seriam muito 
menores. 
Priorize o uso de sistemas com inte-
faces amigáveis, como aqueles que 
utilizam elementos de aço, madeira 
ou pré-fábricados em concreto. 
Neste aspecto o aço apresenta 
muitas vantagens, por isso obras 
como a Torre Ei�el ou a ponte 
Golden Gate podem ser pratica-
mente reconstruídas a cada quanti-
dade de tempo. As obras de Santia-
go Calatrava, que empregam de 
maneira extensiva o aço e o vidro, 
como a estação Gare do Oriente em 
Portugal, são alguns bons exemplos 
do uso de sistemas de interface 
amigável.
FOTO: Samuel Zeller.
9
Utilize sistemas construtivos de 
menor impacto ambiental.
9www.comoprojetar.com.br2016
FOTO: Angelesashim d'Silva.
Sistemas construtivos em aço e 
concreto pré-fabricado podem 
favorecer o reuso de suas peças mas 
consomem uma energia monstruo-
sa durante sua fabricação. Se você 
quer fazer uma arquitetura mais 
sustentável é interessante usar siste-
mas mais naturais, com destaque 
para aqueles em madeira, cujos 
elementos sejam submetidos ao 
menor bene�ciamento possível - 
sofram menos modi�cações em 
relação a sua condição inicial encon-
trada na natureza.
Para se ter uma noção, dependendo 
da localização e o do tipo de siste-
ma, o aço pode conter uma energia 
embutida (isto é, a energia 
necessária para sua extração, bene-
�ciamento, fabricação, transporte e 
construção) até 60 vezes mais eleva-
da que sistemas construtivos 
simples de madeira. Os sistemas de 
concreto são um pouco mais 
amigáveis ao meio-ambiente e 
contêm “apenas” 20 vezes mais 
energia embutida em média que os 
de madeira. Em outras palavras, a 
madeira é muito mais sustentável.
Também devemos sempre levar em 
consideração o fator durabilidade: 
se a durabilidade de um sistema de 
aço for 60 vezes superior ao de 
madeira, pode ser que sua utilização 
ainda represente uma alternativa 
mais sustentável. Por isso não deve-
mos demonizar o uso destes siste-
mas, e sim utilizá-los de maneira 
inteligente. Frank Gehry é famoso 
mundialmente por propor uma 
arquitetura singular e irreverente. 
Mas projetos como o do Disney 
Concert Hall utilizam o aço de uma 
maneira bem pouco inteligente: 
suas peças praticamente nunca se 
repetem devido à complexidade da 
forma, o que di�culta bastante sua 
reposição e até mesmo o seu reuso. 
Uma solução possível alternativa 
seria, com o auxílio de softwares 
paramétricos mais avançados, 
propor uma arquitetura que man-
tivesse o caráter formal único e ao 
mesmo tempo utilizasse repetida-
mente o mesmo elemento para 
compô-la. Assim se economizaria 
com possíveis substituições de 
peças dani�cadas e se produziria 
uma arquitetura mais amigável ao 
meio ambiente.
9
Utilize sistemas construtivos de 
menor impacto ambiental.
9www.comoprojetar.com.br2016
FOTO: Angelesashim d'Silva.
Sistemas construtivos em aço e 
concreto pré-fabricado podem 
favorecer o reuso de suas peças mas 
consomem uma energia monstruo-
sa durante sua fabricação. Se você 
quer fazer uma arquitetura mais 
sustentável é interessante usar siste-
mas mais naturais, com destaque 
para aqueles em madeira, cujos 
elementos sejam submetidos ao 
menor bene�ciamento possível - 
sofram menos modi�cações em 
relação a sua condição inicial encon-
trada na natureza.
Para se ter uma noção, dependendo 
da localização e o do tipo de siste-
ma, o aço pode conter uma energia 
embutida (isto é, a energia 
necessária para sua extração, bene-
�ciamento, fabricação, transporte e 
construção) até 60 vezes mais eleva-
da que sistemas construtivos 
simples de madeira. Os sistemas de 
concreto são um pouco mais 
amigáveis ao meio-ambiente e 
contêm “apenas” 20 vezes mais 
energia embutida em média que os 
de madeira. Em outras palavras, a 
madeira é muito mais sustentável.
Também devemos sempre levar em 
consideração o fator durabilidade: 
se a durabilidade de um sistema de 
aço for 60 vezes superior ao de 
madeira, pode ser que sua utilização 
ainda represente uma alternativa 
mais sustentável. Por isso não deve-
mos demonizar o uso destes siste-
mas, e sim utilizá-los de maneira 
inteligente. Frank Gehry é famoso 
mundialmente por propor uma 
arquitetura singular e irreverente. 
Mas projetos como o do Disney 
Concert Hall utilizam o aço de uma 
maneira bem pouco inteligente: 
suas peças praticamente nunca se 
repetem devido à complexidade da 
forma, o que di�culta bastante sua 
reposição e até mesmo o seu reuso. 
Uma solução possível alternativa 
seria, com o auxílio de softwares 
paramétricos mais avançados, 
propor uma arquitetura que man-
tivesse o caráter formal único e ao 
mesmo tempo utilizasse repetida-
mente o mesmo elemento para 
compô-la. Assim se economizaria 
com possíveis substituições de 
peças dani�cadas e se produziria 
uma arquitetura mais amigável ao 
meio ambiente.
Esta dica vai de encontro com as 
dicas anteriores: deve-se optar, 
sempre que possível, por propor 
uma arquitetura que empregue 
materiais de grande duração, 
capazes de serem montados e 
desmontados facilmente. A durabil-
idade é importante pois assim se 
reduz a necessidade de substitu-
ição do material em função do 
desgaste natural. Já a capacidade 
de montagem e desmontagem 
facilita a manutenção e reutilização 
das peças em outras situações.
Por mais que materiais como o aço 
e o concreto consumam uma quan-
tidade enorme de energia durante a 
fabricação, eles também costumam 
durar bastante tempo, ainda mais 
quando utilizados em um sistema 
construtivo onde os encaixes foram 
todos pensados préviamente. Por 
isso é possível fazer uma arquitetu-
ra sustentável utilizando-os.
As torres gêmeas da Marina City, em 
Chicago, são bons disso: os edifícios 
foram construídos a partir de um 
sistema pré-fabricado de concreto 
cujos elementos se repetem muitas 
vezes ao longo das duas torres. O 
resultado disso é uma racional-
ização na sua fabricação que facili-
tou a execução do edifício, e 
também a manutenção e substitu-
ição de peças defeituosas. 
10
Utilize materiais mais duráveis e 
que possam ser facilmente ser 
montados e desmontados.
10www.comoprojetar.com.br2016
FOTO: Kimberly Heinzelmann.
Esta dica vai de encontro com as 
dicas anteriores: deve-se optar, 
sempre que possível, por propor 
uma arquitetura que empregue 
materiais de grande duração, 
capazes de serem montados e 
desmontados facilmente. A durabil-
idade é importante pois assim se 
reduz a necessidade de substitu-
ição do material em função do 
desgaste natural. Já a capacidade 
de montagem e desmontagem 
facilita a manutenção e reutilização 
das peças em outras situações.
Por mais que materiais como o aço 
e o concreto consumam uma quan-
tidade enorme de energia durante a 
fabricação, eles também costumam 
durar bastante tempo, ainda mais 
quando utilizados em um sistema 
construtivo onde os encaixes foram 
todos pensados préviamente. Por 
isso é possível fazer uma arquitetu-
ra sustentável utilizando-os.
As torres gêmeas da Marina City, em 
Chicago, são bons disso: os edifícios 
foram construídos a partir de um 
sistema pré-fabricado de concreto 
cujos elementos se repetem muitas 
vezes ao longo das duas torres. O 
resultado disso é uma racional-
ização na sua fabricação que facili-
tou a execução do edifício, e 
também a manutenção e substitu-
ição de peças defeituosas. 
10
Utilize materiais mais duráveis e 
que possam ser facilmente ser 
montados e desmontados.
10www.comoprojetar.com.br2016
FOTO: Kimberly Heinzelmann.
Sempre que possível reduza a 
quantidadede materiais utilizados 
em seus projetos. Além signi�car 
um aumento da peso total do 
edifício e da carga sobre a estrutura 
- tornando-a mais robusta e pesada 
- o uso de mais material signi�ca 
uma maior exploração de recursos 
naturais e um maior impacto ambi-
ental. 
Proponha uma arquitetura que 
reutilize materiais. Desde resíduos 
de edifício que está sendo descon-
struído até materiais inteiros e 
intactos até então empregados em 
outras funções. Seja inovador e 
criativo!
Utilize também materiais reciclados 
na hora de projetar. Existem várias 
possibilidades criativas e de baixo 
impacto ambiental que podem ser 
incorporadas na sua arquitetura.
Um bom exemplo é este projeto de 
Wang Shu, arquiteto chinês ganha-
dor do Pritzker. As paredes externas 
do pavilhão foram construídas utili-
zando-se uma técnica tradicional 
chinesa chamada Wa Pan. Ela 
consiste em pegar todo tipo de 
elemento sólido, como rochas e 
pedaços de tijolos quebrados, e 
utilizá-los para criar uma nova 
parede, unida por uma argamassa à 
base de areia. Além de dar um novo 
uso a um material que antes seria 
considerado como resíduo, o efeito 
estético �nal é bastante interes-
sante.
11 Reduza, reutilize e recicle.
11www.comoprojetar.com.br2016
FOTO: Fogermind Archimedia.
Como já mencionado anterior-
mente, quanto mais processos 
industriais um material é submetido 
para poder �nalmente ser aplicado 
na arquitetura, maior será a energia 
embutida nele. E quanto mais ener-
gia embutida, menos amigável ao 
meio ambiente ele é.
Por isso é sempre bom tentar fazer 
uma arquitetura que utilize os mate-
riais em seu estado mais natural 
possível. Neste aspecto a madeira é 
a campeã. É possível projetar uma 
arquitetura extremamente interes-
sante e cheia de possibilidades com 
o uso de peças pouco bene�ciadas. 
Até mesmo o uso de chapas indus-
trializadas e outros compostos 
resultantes de processos industriais 
da madeira costuma ser mais 
amigável ao meio ambiente que 
materiais como o aço e o concreto.
Os arquitetos japoneses dão verda-
deiras aulas em seus projetos de 
como utilizar a madeira na arquite-
tura. As soluções tradicionais e 
convencionais até podem ser obser-
vadas com facilidade em solo 
brasileiro, mas existem possibili-
dades inovadoras e diferentes raras 
por aqui. Uma delas é a construção 
com tubos de celulose - o popular 
papelão. 
No pavilhão japonês da Expo de 
Hanover, em 2000, Shigeru Ban 
criou uma grelha tridimensional 
sustentada por vários tubos de 
papelão com altíssimo potencial de 
reciclagem. Tal solução é ideal para 
este tipo de arquitetura pavilhonar, 
de ciclo de vida de uso mais curto.
12 Utilize materiais em seu estado mais natural possível.
12www.comoprojetar.com.br2016
FOTO: Jean-Pierre Dalberá
Um dos motivos dos esquimós 
construírem inglus em formato de 
cúpula é para minimizar a área de 
edifício exposta ao meio ambiente. 
Com menos área em contato direto 
com ar, menores as possibilidades 
do edifício perder calor para o meio 
externo, melhorando as condições 
de conforto internas e exigindo 
menos energia para manter o 
espaço aquecido.
O mesmo vale para todos os outros 
tipos de edi�cações. Quando se 
quer ganhar menos calor - em 
climas quentes - ou perder menos 
calor - em climas frios - para o meio 
externo, a adoção de formatos 
simples e compactos pode ajudar 
bastante. O formato de cúpula é o 
mais e�ciente de todos, porém 
pouco prático de ser executado e 
para resolver programas 
arquitetônicos mais complexos. No 
entanto, prismas retangulares e 
cúbicos já apresentam um desem-
penho bastante satisfatório e 
podem ser amplamente explorados.
Um exemplo de aplicação destes 
conceitos na arquitetura é o Pavil-
hão de Arte Móvel, de Zaha Hadid. 
Embora tenha sido concebido neste 
formato muito mais para chamar a 
atenção e agir como um edifício 
icônico, involuntariamente 
acabou-se criando um edifício com 
o formato bastante e�ciente do 
ponto ponto de vista de conforto 
térmico e consumo de energia. Ao 
se utilizar esse tipo de estratégia em 
países com tecnologia e 
mão-de-obra mais rudimentares, 
como no Brasil, lembre-se sempre 
de facilitar a vida dos construtores: 
utilize peças identicas e de um 
mesmo sistema para delimitar o 
edifício e simpli�que ao máximo os 
sistemas e materiais utilizados. 
13 Formas compactas tendem a ter melhor desempenho térmico e a serem mais sustentáveis.
13www.comoprojetar.com.br2016
FOTO: FHKE
Um dos motivos dos esquimós 
construírem inglus em formato de 
cúpula é para minimizar a área de 
edifício exposta ao meio ambiente. 
Com menos área em contato direto 
com ar, menores as possibilidades 
do edifício perder calor para o meio 
externo, melhorando as condições 
de conforto internas e exigindo 
menos energia para manter o 
espaço aquecido.
O mesmo vale para todos os outros 
tipos de edi�cações. Quando se 
quer ganhar menos calor - em 
climas quentes - ou perder menos 
calor - em climas frios - para o meio 
externo, a adoção de formatos 
simples e compactos pode ajudar 
bastante. O formato de cúpula é o 
mais e�ciente de todos, porém 
pouco prático de ser executado e 
para resolver programas 
arquitetônicos mais complexos. No 
entanto, prismas retangulares e 
cúbicos já apresentam um desem-
penho bastante satisfatório e 
podem ser amplamente explorados.
Um exemplo de aplicação destes 
conceitos na arquitetura é o Pavil-
hão de Arte Móvel, de Zaha Hadid. 
Embora tenha sido concebido neste 
formato muito mais para chamar a 
atenção e agir como um edifício 
icônico, involuntariamente 
acabou-se criando um edifício com 
o formato bastante e�ciente do 
ponto ponto de vista de conforto 
térmico e consumo de energia. Ao 
se utilizar esse tipo de estratégia em 
países com tecnologia e 
mão-de-obra mais rudimentares, 
como no Brasil, lembre-se sempre 
de facilitar a vida dos construtores: 
utilize peças identicas e de um 
mesmo sistema para delimitar o 
edifício e simpli�que ao máximo os 
sistemas e materiais utilizados. 
13 Formas compactas tendem a ter melhor desempenho térmico e a serem mais sustentáveis.
13www.comoprojetar.com.br2016
FOTO: FHKE
A regra é simples: quanto mais área 
de edi�cação estiver em contato 
com o ar, mais intensas vão ser as 
interações de troca de calor entre o 
meio externo e interno. Isso signi�ca 
que em lugares frios mais super-
fícies vão ter que ser projetadas com 
isolamento térmico para minimizar 
gastos com aquecimento, e que em 
lugares quentes existe um potencial 
real de utilizar a ventilação sob os 
vãos e balanços para ajudar a tirar 
um pouco do calor interno dos 
ambientes.
Numa cidade como o Rio de Janeiro, 
por exemplo, áreas em balanço ou 
sobre vãos livres bem ventilados 
podem ter uma temperatura interna 
mais amena e agradável que áreas 
sem o balanço ou vão livre. Mas 
�que atento em relação a outros 
aspectos importantes como orien-
tação, ventilação cruzada, aberturas 
e proteção solar: estes fatores que 
serão abordados nas próximas dicas 
in�uenciam bastante no desempen-
ho e conforto do ambiente, poden-
do tornar pouco relevante a in�uên-
cia do balanço ou do vão livre.
Ao projetar o edifício do Museu de 
Arte da Universidade de Seoul, na 
Coréia do Sul, Rem Koolhaas e seu 
escritório OMA tiveram que tomar 
bastante cuidado para garantir o 
correto isolamento térmico da área 
em balanço que funcionaria como 
uma espécie de auditório, uma vez 
que a capital do país costuma ter 
invernos relativamente rigorosos e 
com neve. 
14 Redobre a atenção na hora de projetar área sobre vãos livres e balanços.
14www.comoprojetar.com.br2016
FOTO: Thimothy Brown.
Formas complexas, cheias de 
variações volumétricas e irregulari-
dades, podem ser bonitas e apelati-
vas visualmente, mastambém 
podem prejudicar bastante o nível 
de sustentabilidade de seu projeto.
Este tipo de solução costuma contar 
com uma maior área de paredes 
expostas ao meio externo, e isso 
pode causar um aumento na neces-
sidade de isolamento térmico em 
edifícios projetados para climas 
frios. Elas também costumam rece-
ber insolação em ângulos difer-
entes, fazendo com que o cuidado 
com a delimitação de aberturas e de 
suas respectivas proteções solares 
tenha que ser aumentado. Final-
mente, outro problema em poten-
cial de formas complexas são os 
disperdícios e excessos de recortes 
nos materiais e fôrmas utilizados em 
sua construção, além da própria 
di�culdade de execução por parte 
da mão-de-obra.
Em resumo: sempre justi�que muito 
bem o formato de seu projeto, 
orientação e escolha dos materiais. 
Isso vai garantir uma arquitetura 
mais econômica, funcional, e�ciente 
e sustentável. 
Imagine só a complexidade de estu-
dos que tiveram que ser feitos para 
que Frank Gehry atingisse o formato 
�nal do Lour Ruvo Center, em Las 
Vegas. Tal edifício, se construído em 
solo brasileiro, certamente requiriria 
mão-de-obra extremamente espe-
cializada, estudo minucioso da 
incidência solar, posição das abertu-
ras, das proteções e dos materiais 
utilizados, para que fosse viável 
econômicamente em um contexto 
de tecnologia menos avançada.
15 Redobre a atenção na hora de projetar formas complexas.
15www.comoprojetar.com.br2016
FOTO: O Palsson.
A regra é simples: quanto mais área 
de edi�cação estiver em contato 
com o ar, mais intensas vão ser as 
interações de troca de calor entre o 
meio externo e interno. Isso signi�ca 
que em lugares frios mais super-
fícies vão ter que ser projetadas com 
isolamento térmico para minimizar 
gastos com aquecimento, e que em 
lugares quentes existe um potencial 
real de utilizar a ventilação sob os 
vãos e balanços para ajudar a tirar 
um pouco do calor interno dos 
ambientes.
Numa cidade como o Rio de Janeiro, 
por exemplo, áreas em balanço ou 
sobre vãos livres bem ventilados 
podem ter uma temperatura interna 
mais amena e agradável que áreas 
sem o balanço ou vão livre. Mas 
�que atento em relação a outros 
aspectos importantes como orien-
tação, ventilação cruzada, aberturas 
e proteção solar: estes fatores que 
serão abordados nas próximas dicas 
in�uenciam bastante no desempen-
ho e conforto do ambiente, poden-
do tornar pouco relevante a in�uên-
cia do balanço ou do vão livre.
Ao projetar o edifício do Museu de 
Arte da Universidade de Seoul, na 
Coréia do Sul, Rem Koolhaas e seu 
escritório OMA tiveram que tomar 
bastante cuidado para garantir o 
correto isolamento térmico da área 
em balanço que funcionaria como 
uma espécie de auditório, uma vez 
que a capital do país costuma ter 
invernos relativamente rigorosos e 
com neve. 
14 Redobre a atenção na hora de projetar área sobre vãos livres e balanços.
14www.comoprojetar.com.br2016
FOTO: Thimothy Brown.
Formas complexas, cheias de 
variações volumétricas e irregulari-
dades, podem ser bonitas e apelati-
vas visualmente, mas também 
podem prejudicar bastante o nível 
de sustentabilidade de seu projeto.
Este tipo de solução costuma contar 
com uma maior área de paredes 
expostas ao meio externo, e isso 
pode causar um aumento na neces-
sidade de isolamento térmico em 
edifícios projetados para climas 
frios. Elas também costumam rece-
ber insolação em ângulos difer-
entes, fazendo com que o cuidado 
com a delimitação de aberturas e de 
suas respectivas proteções solares 
tenha que ser aumentado. Final-
mente, outro problema em poten-
cial de formas complexas são os 
disperdícios e excessos de recortes 
nos materiais e fôrmas utilizados em 
sua construção, além da própria 
di�culdade de execução por parte 
da mão-de-obra.
Em resumo: sempre justi�que muito 
bem o formato de seu projeto, 
orientação e escolha dos materiais. 
Isso vai garantir uma arquitetura 
mais econômica, funcional, e�ciente 
e sustentável. 
Imagine só a complexidade de estu-
dos que tiveram que ser feitos para 
que Frank Gehry atingisse o formato 
�nal do Lour Ruvo Center, em Las 
Vegas. Tal edifício, se construído em 
solo brasileiro, certamente requiriria 
mão-de-obra extremamente espe-
cializada, estudo minucioso da 
incidência solar, posição das abertu-
ras, das proteções e dos materiais 
utilizados, para que fosse viável 
econômicamente em um contexto 
de tecnologia menos avançada.
15 Redobre a atenção na hora de projetar formas complexas.
15www.comoprojetar.com.br2016
FOTO: O Palsson.
Na hora de distribuir os espaços de 
um projeto em planta certi�que-se 
de localizar aqueles que serão mais 
frequentados pelos usuários junto 
à fachada mais importante em 
relação ao sol. 
Mas qual seria ela? Essa pode variar 
segundo dois fatores: o tipo de uso 
dos espaços e a característica 
climática do local.
 
Em lugares quentes e com inverno 
ameno, como ocorre na maior 
parte do Brasil, pode-se voltar estas 
áreas importantes para a fachada 
sul, a �m de evitar que o sol aden-
tre-as e esquente-as. Caso a opção 
seja pela fachada norte, deve-se 
garantir que haja proteção solar 
su�ciente para proteger os ambien-
tes da luz solar direta, principal-
mente durante o verão.
 
Já em locais com invernos mais 
rigorosos, principalmente na região 
sul do país, é interessante direcio-
nar os espaços mais utilizados 
pelos usuários para a fachada 
norte. Isso garante que durante o 
inverno, quando as temperaturas 
caem, os ambientes recebam raios 
de sol responsáeis por aumentar a 
sensação de conforto dos usuários. 
Já para edifícios de escritório, em 
que se busca uma iluminação mais 
uniforme, a fachada sul pode ser 
uma alternativa interessante.
 
Observe como o projeto do edifício 
Aqua, em Chicago, tira proveito dos 
beirais projetados ao longo de suas 
fachadas para bloquear o sol a pino 
de verão, formando uma com-
posição na fachada que dá a 
impressão que o edifício está "mol-
hado".
16
Certi�que-se de distribuir os es-
paços nos quais os usuários passam 
mais tempo dentro do edifício junto 
à fachada mais nobre.
16www.comoprojetar.com.br2016
FOTO: Je� Hendricks.
Na hora de distribuir os espaços de 
um projeto em planta certi�que-se 
de localizar aqueles que serão mais 
frequentados pelos usuários junto 
à fachada mais importante em 
relação ao sol. 
Mas qual seria ela? Essa pode variar 
segundo dois fatores: o tipo de uso 
dos espaços e a característica 
climática do local.
 
Em lugares quentes e com inverno 
ameno, como ocorre na maior 
parte do Brasil, pode-se voltar estas 
áreas importantes para a fachada 
sul, a �m de evitar que o sol aden-
tre-as e esquente-as. Caso a opção 
seja pela fachada norte, deve-se 
garantir que haja proteção solar 
su�ciente para proteger os ambien-
tes da luz solar direta, principal-
mente durante o verão.
 
Já em locais com invernos mais 
rigorosos, principalmente na região 
sul do país, é interessante direcio-
nar os espaços mais utilizados 
pelos usuários para a fachada 
norte. Isso garante que durante o 
inverno, quando as temperaturas 
caem, os ambientes recebam raios 
de sol responsáeis por aumentar a 
sensação de conforto dos usuários. 
Já para edifícios de escritório, em 
que se busca uma iluminação mais 
uniforme, a fachada sul pode ser 
uma alternativa interessante.
 
Observe como o projeto do edifício 
Aqua, em Chicago, tira proveito dos 
beirais projetados ao longo de suas 
fachadas para bloquear o sol a pino 
de verão, formando uma com-
posição na fachada que dá a 
impressão que o edifício está "mol-
hado".
16
Certi�que-se de distribuir os es-
paços nos quais os usuários passam 
mais tempo dentro do edifício junto 
à fachada mais nobre.
16www.comoprojetar.com.br2016
FOTO:Je� Hendricks.
A fachada oeste costuma ser a mais 
crítica de todas: recebe sol durante à 
tarde, o que faz com que a sensação 
térmica de calor possa se estender 
até metade da noite em seus ambi-
entes. Isto pode ser um grande 
problema em climas quentes.
 
A fachada leste também recebe sol 
durante todo um período, o que é 
potencialmente algo problemático. 
Mas também pode ser bené�co: 
esses raios solares durante a manhã 
podem ajudar a higienizar os ambi-
entes, matando organismos nocivos 
aos usuários.
 
De qualquer maneira, re�ita bastan-
te sobre quais ambientes você vai 
dispor junto à essas fachadas na 
hora de projetar. Em programas 
residenciais, distribuir quartos 
juntos à fachada leste pode ser uma 
boa estratégia. Já para programas 
comerciais e de escritórios ambas 
devem ser evitadas.
 
Uma boa estratégia é, sempre que 
possível, colocar circulações, 
serviços, banheiros, copas, dentre 
outros espaços secundários nestas 
fachadas, fazendo com que estes 
espaços atuem quase como uma 
área de proteção aos ambientes 
principais do edifício. 
Em locais de clima muito quente e 
úmido, não é raro os arquitetos 
optarem por simplesmente não 
colocar nenhum tipo de abertura 
junto às fachadas leste e oeste, 
justamente para proteger os ambi-
entes. É isso que pode ser observa-
do nos edifícios do Singapore 
Marina Bay, um hotel localizado no 
quente país asiático que conta com 
uma piscina no topo ligando suas 
três torres.
17 Tome cuidado na hora de distribuir ambientes junto às fachadas leste e, principalmente, oeste.
17www.comoprojetar.com.br2016
FOTO: 莉儿 NG
Projetos de edifícios de escritórios, 
comerciais, educacionais, culturais e 
de alimentação podem requerer 
espaços internos amplamente 
iluminados e livres da luz solar 
direta. Nestas condições, a fachada 
voltada para a direção menos nobre 
passa a ganhar bastante importân-
cia. No hemisfério sul, ela correspon-
de ao sul, enquanto que no hemis-
fério norte, à própria direção norte.
 
Por não contarem com luz solar 
durante boa parte do ano, estas 
fachadas tem a capacidade de rece-
ber uma luz difusa natural quase 
que uniforme re�etida do céu, que 
pode ajudar a reduzir possíveis 
gastos com iluminação arti�cial ao 
longo do dia. Deve-se somente �car 
atento para o fato de que durante o 
verão o sol a pino pode vir a ser um 
problema, bem como o sol do 
começo da manhã e do �nal da 
tarde.
 
Outra observação importante é que, 
em climas frios, o excesso de abertu-
ras para a fachada sul pode repre-
sentar uma fonte de perda de calor 
do edifício, prejudicando sua 
e�ciência térmica e causando o 
aumento de gastos com energia.
Recomenda-se a disposição 
cuidadosa e precisa de aberturas 
junto a tais fachadas de maneira a 
garantir que a iluminação natural 
mínima necessária adentre os ambi-
entes sem proporcionar grandes 
áreas de fuga para o calor. Outra 
possibilidade é a de utilizar elemen-
tos transparentes ou translúcidos 
com camadas duplas ou triplas e de 
alta tecnologia, como os utilizados 
na fachada da Biblioteca Pública de 
Seattle, projetada pelo OMA, nos 
Estados Unidos.
18 Em alguns projetos, a fachada que recebe menos sol pode ser a mais valiosa de todas.
18www.comoprojetar.com.br2016
FOTO: Pavan Trikutan
O correto posicionamento dos 
elementos de proteção solar, 
também conhecidos como 
brises-soleil, é fundamental para 
garantir que o sol indesejado do 
verão não adentre os ambientes e 
para que o sol desejado do inverno 
consiga entrar.
 
Uma vez que ele faz um percurso 
no sentido leste-oeste, paralelo à 
fachada norte, nada mais lógico 
que utilizar proteções também 
orientadas neste sentido: as 
proteções solares horizontais.
 
Existe uma variedade enorme 
delas, desde as mais simples, como 
beirais, até as mais complexas 
tecnologicamente, como brises 
móveis. O ideal é garantir que 
sejam brancas ou claras, e feitas em 
um material que não absorva muito 
calor. É também necessário fazer 
um estudo levando em consider-
ação a localização especí�ca de seu 
projeto para veri�car as distâncias 
entre os elementos de proteção, 
bem sua densidade.
 
O edifício Niemeyer, projetado pelo 
arquiteto homenageado em seu 
nome, mostra uma das soluções 
mais simples possíveis para se 
proteger os espaços juntos à facha-
da norte. O problema desta solução 
em beiral é que ela apresenta 
pouca �exibilidade e não protege 
corretamente as fachadas leste, 
oeste e sul do sol.19
Quando no hemisfério sul, utilize 
proteções solares horizontais na 
fachada norte. Quando no hemis-
fério norte, na fachada norte.
19www.comoprojetar.com.br2016
FOTO: Gabriel de Andrade Fernandes
O movimento do sol em relação às 
fachadas leste e oeste é vertical: ele 
nasce junto ao horizonte, sobe e se 
põe novamente no horizonte 
oposto. Portanto, nada mais lógico 
do que propor elementos de 
proteção solar junto às aberturas 
localizadas nas fachadas leste e 
oeste direcionadas também no 
sentido vertical.
 
Estes elementos devem ser prefer-
encialmente móveis, de cor clara e 
material que absorva pouco calor. 
Caso não seja possível fazê-los 
móveis, em função de problemas 
operacionais ou de custo, 
projetá-los com uma leve 
inclinação em relação ao sul já 
pode ajudar a garantir iluminação 
natural e seu satisfatório funciona-
mento.
 
O projeto do centro de informações 
turísticas para a cidade de Asakusa, 
região metropolitana de Tóquio, 
mostra uma bela maneira de 
empregar elementos de proteção 
solar verticais na fachada. Observe 
também como Kengo Kuma 
utilizou os elementos verticais na 
fachada norte (a menos nobre de 
todas no hemisfério norte) para 
proteger o sol do �m da tarde nos 
espaços ali localizados.
20
Utilize proteção solar no sentido 
vertical junto às fachadas leste e 
oeste.
20www.comoprojetar.com.br2016
FOTO: Fogermind Archimedia
O movimento do sol em relação às 
fachadas leste e oeste é vertical: ele 
nasce junto ao horizonte, sobe e se 
põe novamente no horizonte 
oposto. Portanto, nada mais lógico 
do que propor elementos de 
proteção solar junto às aberturas 
localizadas nas fachadas leste e 
oeste direcionadas também no 
sentido vertical.
 
Estes elementos devem ser prefer-
encialmente móveis, de cor clara e 
material que absorva pouco calor. 
Caso não seja possível fazê-los 
móveis, em função de problemas 
operacionais ou de custo, 
projetá-los com uma leve 
inclinação em relação ao sul já 
pode ajudar a garantir iluminação 
natural e seu satisfatório funciona-
mento.
 
O projeto do centro de informações 
turísticas para a cidade de Asakusa, 
região metropolitana de Tóquio, 
mostra uma bela maneira de 
empregar elementos de proteção 
solar verticais na fachada. Observe 
também como Kengo Kuma 
utilizou os elementos verticais na 
fachada norte (a menos nobre de 
todas no hemisfério norte) para 
proteger o sol do �m da tarde nos 
espaços ali localizados.
20
Utilize proteção solar no sentido 
vertical junto às fachadas leste e 
oeste.
20www.comoprojetar.com.br2016
FOTO: Fogermind Archimedia
Nem sempre é fácil conseguir orien-
tar perfeitamente nossos projetos 
de maneira ortogonal em relação ao 
eixo norte-sul ou leste-oeste. Por 
vezes, tal tarefa pode ser pratica-
mente impossível devido à 
restrições espaciais, orientação do 
terreno ou até mesmo em função da 
legislação local. Uma possibilidade 
para proteger as aberturas e os 
ambientes neste tipo de situação é 
usar elementos de proteção solar 
inclinados.
 
É necessário, no entanto, muita 
atenção por parte do projetista: 
deve-se realizar uma simulação 
adequada antes, seja no computa-
dor ou em maquetes em escala 
reduzida, para se observar o com-
portamento de tais proteções. Além 
disso, elementos mais complexos, 
como os brisesinclinados, podem 
ter um processo de execução e 
montagem mais difíceis, exigindo 
atenção aos detalhes por parte do 
arquiteto, e um bom domínio técni-
co por parte de quem vai montá-los 
no edifício.
 
O uso de elementos de proteção 
solar inclinados pode resultar em 
um objeto arquitetônico interes-
sante: um bom exemplo é o museu 
de arte de Milwaukee, nos Estados 
Unidos, projetado por Calatrava.
Assim como a maioria de suas obras, 
Calatrava se inspirou em estruturas 
naturais e orgânicas na hora de 
projetar este edifício, e acabou 
como consequência, de�nindo 
elementos inclinados que auxiliam 
na proteção solar do edifício.
21
Quando seu projeto não for paralelo 
e nem perpendicular em relação ao 
norte, utilizar elementos de 
proteção solar inclinados pode ser 
uma alternativa.
21www.comoprojetar.com.br2016
FOTO: Jhonathan Chloe.

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