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Processo Civil IV Roque P1.docx filename = UTF 8''Processo Civil IV Roque P1

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UFRJ - UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO
FND - FACULDADE NACIONAL DE DIREITO
CADERNO DE PROCESSO CIVIL IV
EXECUÇÕES
PROF.: André Roque
Aluna: Raíssa Sant'Anna
2017.2
CALENDÁRIO DE AVALIAÇÕES:
25.9.2017 (2ª feira) – prova (1ª avaliação) // 2ª chamada – 29.9.2017
17.11.2017 (6ª feira) – prova (2ª avaliação) // 2ª chamada – 24.11.2017
1.12.2017 (6ª feira) – prova final
EMENTA DA DISCIPLINA:
Teoria geral das execuções e do cumprimento de sentença. 
Responsabilidade patrimonial e fraude à execução. 
Títulos executivos judiciais e extrajudiciais. 
Execução provisória e definitiva. 
Espécies de execução. 
Procedimento do cumprimento de sentença. 
Procedimento da execução de título extrajudicial. 
Defesas do executado e de terceiros: embargos à execução, impugnação, exceção de pré-executividade, embargos de terceiros. 
Execução contra a Fazenda Pública. 
Execução de alimentos. 
BIBLIOGRAFIA:
ABELHA, Marcelo. Manual de execução civil. Rio de Janeiro: Forense, 2016.
DIDIER JR., Fredie et al. Curso de Direito Processual Civil, vol. 5 - Execução. Salvador: 
Juspodivm, 2017.
NEVES, Daniel Amorim Assumpção. Manual de Direito Processual Civil. Volume único. 
Salvador: JusPodivm, 2017.
AULA 1 - 31/07/2017
TEORIA GERAL DA EXECUÇÃO E CUMPRIMENTO DE SENTENÇA 
1. CONCEITO
Tendo como base a ideia de direito subjetivo (poder jurídico que se confere á alguém de exigir uma conduta de outra pessoa, ou seja, essa conduta é justamente uma prestação/obrigação), Esses direitos são contrapostos aos direitos potestativos (onde há apenas uma sujeição do sujeito passivo, não há nenhuma obrigação, sujeito passivo apenas se submete). 
Para que o direito subjetivo possa ser exercido, a prestação precisa ser concretizada no mundo físico. Ex.: O juiz condena a outra parte a me pagar 10 mil reais. Essa conenação não faz com que o dinheiro venha direto para mim. É necessário que haja uma ferramenta que concretize essa prestação. Na maioria dos casos essa prestação é voluntariamente cumprida, e nesse caso não há uma crise de adimplemento. Mas, há casos em que há o inadimplemento. Em regra, o exercício da autotutela é proibido, a parte não pode simplesmente tomar o bem á força. O estado veda a autotutela, mas ele se propõe a prestar a jurisdição. Mas no caso específico do inadimplemento, o estado presta uma forma específica de jurisdição: a tutela executiva. É aquela que tem por objetivo resolver uma crise de adimplemento.
OBS.: NÃO EXISTE EXECUÇÃO SEM QUE HAJA INADIMPLEMENTO.
Por outro lado, não há como inadimplir um direito potestativo, uma vez que a parte apenas se submete. Ex.: Se eu entro com ação de divórcio e o juiz decreta o divórcio, não ha execução do divórcio. O casamento é dissolvido pela decisão. Isso não impede que da ação de direito postestativo decorra um direito subjetivo, que poderá ser executado. Ex.: Ação de divórcio, e ao final o juiz determina a uma das partes o pagamento de honorários de sucumbência.
Conceito de execução --> É um conjunto de atividades estatais que, independentemente da vontade do executado, se caracteriza pela invasão de seu patrimônio, com a finalidade de efetivar o resultado prático de um direito á prestação (direito subjetivo).
2. TERMINOLOGIAS
Quando fala-se em execução genericamente trata-se da tutela jurisdicional executiva. Mas a execução pode se dar tanto em um processo autônomo (ação de execução) como numa simples fase processual (cumprimento de senteça). 
Ex.: Ação de execução: eu tenho um cheque, promissória, e pego esse título de crédito e executo; Ou posso ter uma fase de conhecimento, onde o juiz verifica se há o direito alegado pelo autor, e havendo a afirmação de uma prestação, há a fase seguinte para o cumprimento dessa prestação. 
Até 1994, as partes tinham que entrar com dois processos, um para fase de conhecimento e outro para o ato de execução. Posteriormente, passou-se ao processo sincrético (que mistura atos de conhecimento e de execução), ele era para os processos de fazer/não-fazer, foi extendido para o processo de dar coisa em 2002, e em 2005 foi extendido para as obrigações de pagar. Só que até o NCPC esse processo sincrético de pagar quantia não valia quanto á fazenda pública. O novo CPC que generaliza esse processo sincrético.
3. CLASSIFICAÇÕES
 			Comum 
3.a) Quanto ao procedimento: 
 	 	Especial
A execução comum é como se fosse o procedimento ordinário. Temos a execução de pagar quantia certa, de dar coisa e a de fazer ou não fazer.
As execuções especiais são basicamente 3: execução de alimentos, execução contra a fazenda pública, e a execução fiscal (promovida pela fazenda pública, geralmente referente a tributos), está última está numa lei a parte 6380/80.
					De título judicial (cumprimento de sentença) 
3.b) Quanto a origem do título: 
					De título extrajudicial(ação de execução) 
Toda execução se ampara em um título, chamado de título executivo (cheque, contrato, sentença condenatória, sentença proferida por um árbitro, etc.), esse título pode ter uma origem no judiciário ou fora do poder judiciário.
O procedimento da ação de execução (art. 771 até 925) está descrito de forma muito mais detalhada no cpc do que o cumprimento de sentença (Art. 513 a 538). Por essa razão, as regras da ação de execução se aplicam subsidiariamente ao cumprimento de sentença (art. 513, caput).
						- Execução direta/meios sub-rogatórios
3.c) Quanto aos meios executivos adotados: 	
						- Execução Indireta/meios coercitivo, indutivos ou 							mandamentais
A execução sempre se caracteriza por uma invasão na esfera patrimonial do executado. Essa invasão pode ocorrer de diferentes maneiras (diferentes meios executivos): 
Execução direta ou meios sub-rogatórios - tornam irrelevantes qualquer colaboração por parte do executado, ele apenas se submete. São basicamente 3 meios de execução direta:
I. Desapossamento (art. 538 caput) - busca e apreensão. Ex.: O juiz impôs uma obrigação de Ana me entregar um celular (dar coisa), ela não cumpre a obrigação. O juiz vai mandar o oficial de justiça pegar o celular e levar pra mim. Nesse caso, não há necessidade de nenhuma colaboração dela, por isso é um dos meios subrogatorios. 
II. Transformação (art. 817) - geralmente se associa às obrigações de fazer. Ex.: Ana tem uma obrigação de construir um muro que não cumpriu. O juiz pode mandar que um terceiro construa o muro ás custas de Ana. Ao final, a obrigação de fazer é transformada na obrigação de pagar. 
III. Expropriação (art. 876, ss) - ligado á obrigação de pagar dinheiro - Ex.: O juiz condenou Ana a pagar 50 mil reias, e ela inadimpliu. O autor pede penhora no patrimônio dela e, se os bens não forem dinheiro, manda os bens para leilão. Por meio desse leilão o bem é vendido para uma terceira pessoa, e o dinheiro é revertido para pagar a execução (se sobrar dinheiro, volta para o executado).
Execução Indireta/meios coercitivo, indutivos ou mandamentais - busca-se ter a colaboração do executado por meio de alguma ameaça ou sanção. Pode ser:
I. Pessoal : Prisão civil do executado, que só é permitida para a execução de alimentos. (Art. 528, §3°).
II. Patrimoniais 
II.a Astrentes/multa (art. 537) Ex.: Determino ao réu que tire o nome do autor do serasa sob pena de multa diária de 100 reais.
II.b Protesto (art. 517) - forma de tornar público que o executado é um mal pagador. 
II.c Negativação do nome do executado (art. 782, §3°) - finalidade parecida com a do protesto. 
II.d Sanções premiais - São um benefício que se dá ao executado que paga "de boa". Ex.: Art. 827, §1°. Na ação de execução autonoma, o valor dos honorários advocatícios é reduzido pela metade se o executado pagar assim que é citado. 
								Definitivo 
3.d) Quanto á estabilidade do título executivo judicial: 
								 Provisório
O cumprimento de sentença definitivo está amparado em um título executivo judicialtransitado em julgado. Ao passo que no cumprimento de sentença provisório, esse título executivo ainda está sujeito á recurso. 
Quando o recurso não tem efeito suspensivo automático, a decisão pode ser executada provisoriamente. O cumprimento de sentença provisório tem regras especiais (art. 520 á 522). 
4. PRINCÍPIOS DA EXECUÇÃO
Na execução temos os princípios gerais do processo: Devido processo legal, contraditório, fundamentação da decisão, etc. Mas agora vamos falar de princípios específicos da tutela executiva.
4.a) Princípio da efetividade (art. 797)
De acordo com esse princípio, a execução deve se estrtuturar de forma a proporcionar tempestiva e integral satisfação do direito do exequente. Ou seja, a execução deve ser capaz de efetivar na prática o direito subjetivo. Isso se relaciona á noção de acesso á justiça, porém sob a perspectiva da execução. 
Consequencias práticas: (a) Todas as regras da execução devem ser interpretadas de forma á delas se extrair a maior efetividade possível (havendo dúvida deve-se interpretar de forma a buscar o maior resultado prático possível); (b) A escolha do meio executivo deve observar o princípio da efetividade, ou seja, deve-se escolher o meio mais efetivo (Ex.: É preferível que o juiz determine ao cerasa excluir a negativação do autor, ao invés de mandar o réu excluir o nome do autor do cerasa sob pena de multa).
4.b) Princípio da menor onerosidade/ menor gravosidade (art. 805)
A execução se faz no interesse do exequente, mas, a busca á essa satisfação do exequente não pode se dar á qualquer custo. Significa que entre meios executicvos que sejam igualmente efetivos, escolhe-se aquele que causar menos prejuízos ao executado. 
Consequencias: (a) art. 836, caput - ex.: Eu ingressei com execução contra Ana, só que o patrimônio dela é um carro velho que, mesmo se for transportado e leiloado, não é capaz de gerar nenhum proveito para execução. ; (b) Possibilidade de substituir bem penhorado por dinheiro. Ou seja, se eu estou sendo executado e tive um imóvel meu penhorado, eu posso pedir a substituição que está recaindo sobre o meu imóvel por penhora de dinheiro que eu irei depositar.; (c) art. 847 - fala da substituição da penhora por algum outro bem a ser penhorado (desde que não cause prejuízo ao exequente). (d) Art. 826 - Remição da execução - Ex.: Eu tenho um imóvel que foi penhorado e está indo á leilão. Enquanto o leilão não ocorre o executado pode mandar parar a execução e pagar a quantia.
O executado não pode deixar de pagar com base no princípio da menor onerosidade (art. 805, §único), ele deve apontar o meio menos gravoso para execução
AULA 2 - 04/08/2017
4.c) Princípio da tipicidade ou atipicidade
Tradicionalmente se dizia que a execução seguia o princípio da tipicidade, que significa que o juiz só poderia adotar os meios executivos previstos na lei. Isso se relaciona á uma ideologia de caráter liberal, que buscava restringir os poderes do juiz no processo. 
O problema é que nem sempre os meios executivos previstos em lei são efetivos. Ainda no cpc de 73, Começou-se a abrir espaço á atipicidade da execução, pra permitir ao juiz usar outros meios executivos além daqueles previstos em lei. Isso começou na execução das obrigações de fazer ou não fazer, em que o código antigo, no art. 461, previa que o juiz poderia adotar qualquer medida para forçar o cumprimento de fazer ou não fazer. Ex.: A obrigação de fazer um muro. O juiz pode transformar a obrigação, demandando que um terceiro faça e o devedor pague; Pode determinar a contração do muro sob pena de multa diária, etc,ou seja, pode e solver uma medida mais efetiva que não esteja prevista em lei.
Até o novo CPC, caminhávamos com a tipicidade para as obrigações pecuniárias, e com a possibilidade de atipicidade para obrigações de fazer, não fazer e dar coisa. O novo CPC mantém a a tipicidade para as obrigações de fazer, não fazer e dar coisa (art. 536 , §1 e art. 538, §1). e o art. 139, inciso IV abre uma margem para a a atipicidade nas obrigações pecuniárias. 
Se o executado não paga uma obrigação, o juiz pode caçar a carteira de motorista do executado, com base na atipicidade? A lógica da execução Indireta é "encher o saco" do executado para que ele seja obrigado a pagar. Os poderes atípicos do juiz são um ponto ainda em debate, mas, já dá para estabelecer alguns limites: 1) não pode violar direitos fundamentais (ex.: O executado deve um cheque, eu não posso mandar prende-lo, pois a prisão civil não é admitida. Não pode impedir que ele exerça a profissão. Não pode violar o direito de ir e vir do executado, proibindo- de sair do Estado, por exemplo); 2) Não pode prejudicar terceiros. O juiz não pode adotar uma medida que cause prejuízo à terceiros. (Ex.: Na Bahia um candidato não foi permitido de tomar posse de um cargo pelo qual ele tinha passado por concurso. O juiz determinou o desligamento da luz do prédio em que ele deveria assumir o cargo, até que ele fosse aceito. Isso é irrazoável e prejudicou terceiros). 3) subsidiariedade. O cpc quando regula o procedimento de execução por quantia certa, o faz de forma exaustiva através de 100 artigos, Isso significa que a regra na execução por quantia certa continua a ser de forma típica, a atipicidade é subsidiária, sendo adotada somente nos casos em que os meios típicos não são efetivos; 4) Proporcionalidade. Quando fala-se de adequação, subprincipio da proporcionalidade, o juiz deve verificar se o meio atípico tem ao menos a possibilidade de ser efetivo, o meio atípico não pode ser usado como forma de punição ao executado, sem perspectiva de resultado. Alguns executados não pagam simplesmente porque não possuem patrimônio, nesse caso não há como usar meio atípico, porque ele não tem patrimônio de qualquer maneira. Os meios atípicos são usados para executar aquele executado que não paga porque não quer, em outras palavras, o executado que temos em vista quando adotamos os meios atípicos é o executado "ostentação" , que leva um padrão de vida elevado mas não possui bens para penhorar. Proporcionalidade vai além disso, o juiz não deve adotar medidas extremas, ele vai adotando as medidas conforme elas se mostrem necessárias; 5) Fundamentação - O juiz precisa, na sua decisão, considerar que os meios típicos não são efetivos, que a medida atipica é proporcional, etc. 
4.d) Princípio da Realidade 
A execução deve recair sobre o patrimônio, e não recair sobre a pessoa do executado. Isso é um pouco relativizado quando pensamos nos meios de execução Indireta sobre a pessoa, ex.: Prisão civil. Mas isso não satisfaz a execução, é apenas um meio de pressão para que ele cumpra a execução. Não é um fim em si mesmo, é um meio para atingir a execução. 
Súmula vinculante 25 STF - É ilícita a prisão civil de depositário infiel.
Atualmente só se permite permite a prisão civil do devedor de alimentos.
4.e) Princípio da primazia da tutela específica
significa que a execução deve buscar proporcionar a satisfação da obrigação exatamente como se ela tivesse voluntariamente adimplida, voluntariamente paga. O resultado prático final tem que ser o mesmo do que o adimplemento espontâneo da obrigação, pois antigamente não se tinha tutela especifica da obrigação de fazer ou não fazer. 
Exemplo: se você contratava alguém para fazer algo, a obrigação se resolvia em perdas e danos. Mas você quer a coisa, não a indenização. 
Logo, agora, sempre que possível a execução será voltada a resolver a obrigação da forma que ela deveria naturalmente ter sido resolvida.
Art. 497 – Resultado prático equivalente não é tutela específica, mas na pratica dá no mesmo. Exemplo: caso da transformação, onde não é o executado que construí o muro, mas o resultado é o muro construído.
Exceções á tutela especifica – Art. 499 
- O autor pode abrir mão da tutela especifica – Preferiu perdas e danos
- Impossibilidade da tutela especifica ou da tutela equivalente – Se torna impossível, por exemplo, em obrigações infungíveis, como se se contratasseum artista especifico e ele faltasse. Pode-se cobrar a multa, mas ela vai ser convertida em perdas e danos, pois não há mais o que fazer. Outro exemplo é a obrigação de não fazer para não divulgar o conteúdo de um contrato. Como assegurar a tutela especifica? Como fazer terceiros esquecerem? Não dá, então necessariamente vai ocorrer perdas e danos. 
- Outro exemplo é nas obrigações de pagar dinheiro e está presente no Art. 876 – Adjudicação significa a penhora do bem do executado e ficar com o bem penhorado em pagamento da minha dívida.
4.f) Princípio do desfecho único
O fim normal da execução é o cumprimento da obrigação executada, mas podem haver execuções com finais infelizes: execuções que ficam suspensas por que não há nenhum bem penhorar, podem haver execuções indevidas (executou um cheque que a a assinatura não era do executado), mas essas coisas são resultados anormais. 
No processo de conhecimento qualquer coisa pode acontecer, o autor pode ganhar ou o réu pode ganhar. Na execução há um desfecho único. 
4.g) Princípio da disponibilidade da execução 
Art. 775 - O exequente pode, a qualquer momento, desistir de toda execução do processo ou de alguma medida executiva (ex.: penhora, busca e apreensao). No processo de conhecimento, quando o réu já foi citado, o autor só pode desistir do processo com a concordância do réu. Aqui não é necessária a concordância do réu, uma vez que não se espera que o executado tenha uma sentença à seu favor. Então, o fim normal da execução é a satisfação do exequente, e ele pode desistir.
Exceções: art. 775, § Único - Casos nos quais o executado já manifestou sua defesa, após a citação. As principais defesas de um executado são a impugnação e os embargos à execução. O § único diz que na desistência da execução será observado:
I – Serão extintos a impugnação e os embargos que versarem apenas sobre questões processuais – penhorou um bem que não era para ser penhorado, um bem foi penhorado mal. Não é uma discussão se a dívida é devida ou não, é apenas sobre a regularidade da execução. 
II - Nos demais casos, a execução dependerá da concordância do executado – Nesses casos, a desistência depende do executado
5. REGRAS GERAIS DA EXECUÇÃO
5.a) art. 776 - É um dos finais infelizes da execução. Ocorre quando se conclui que a obrigação era indevida. Se o exequente executou alguém indevidamente ele responderá objetivamente pelos prejuízos que causou ao executado. Normalmente basta ao executado que haja a extinção da execução. Mas se causou algum prejuízo, por exemplo suspendeu o passaporte e ele não conseguiu fechar um NJ no exterior, o exequente responderá por esse prejuízo. 
5.b) art. 771 - Se aplica subsidiariamente á execução as regras do processo de conhecimento. EX.: qual o valor da asa do processo de execução? Mesmas regras de processo de conhecimento. Quais são os requisitos da petição inciso? Mesmas regras de processo de conhecimento
5.c) art. 783 - Toda execução se ampara num documento chamado de título executivo, e conforme a origem, dizemos que esse título é judicial ou extrajudicial. Se o executado demonstra que o documento não é um título executivo, a execução é indevida executado tem que ser extinta (nulla executio sine titulo). 
6. PRESSUPOSTOS PROCESSUAIS NA EXECUÇÃO 
Podemos organizá-los em diferentes formas. 
Podemos pensar na figura do juiz. O que o juiz precisa no processo? Que qualidades deve ter? 
Competência
Imparcialidade 
Regras especiais de competência na execução – Art. 516 (cumprimento de sentença) e 781 (regras especiais de competência na execução)
Podemos pensar nas partes. Que atributos devem ter? 
Capacidade para ser parte ou capacidade de direito do processo – possibilidade de se figurar na relação processual. Quem pode ser parte em processos em geral? 
Capacidade para estar em juízo, para praticar os atos processuais – equivalente a capacidade de fato
Demanda – pressuposto de existência/pressuposto de validade regularmente formulado. Temos duas formas de veicular uma demanda: através de uma petição inicial (Art. 319 – subsidiariamente / Art. 798 – 800) ou através de um simples requerimento, ou seja, sem formalidades da petição inicial, como, por exemplo, no simples cumprimento de sentença, que é apenas uma fase do processo de conhecimento. Exceções: Art. 515, §1º - embora seja cumprimento de sentença, se inicia com petição inicial, pois são títulos que não foram formados no juízo cível (arbitral, sentença estrangeira, juízo criminal).
Aula 03 - 07/08/2017
7. CONDIÇÕES DA AÇÃO NA EXECUÇÃO 
7.A) Interesse processual 
Se evidencia pela afirmação do inadimplemento. Verificar se houve ou não inadimplemento é questão de mérito. Mas o autor tem que afirmar que houve o inadimplemento, se ele não afirma isso, não há o interesse processual na execução.
Nao pode ser inadimplemento de qual quer obrigação, É preciso que seja inadimplemento de uma obrigação certa, líquida e exigível (art. 786).
Obrigação certa - não significa que seja uma obrigação incontestável. A certeza tem a ver com a obrigação estar expressa no título executivo e que haja, ao menos, um grau razoável de probabilidade de sua existência. Somente assim podemos entender o cumprimento provisório de sentença (aquele que se ampara numa ação que ainda cabe recurso), há ao menos um grau razoável de sua exitencia.
Obrigação líquida - é aquela que está determinada ou é determinável quanto á sua qualidade e quantidade. Então consegue-se aferir, nesse tipo de obrigação, não só no bem, como a espécie da obrigação, quantos bens devem ser entregues pelo executado, etc. Ex de iliquidez seria se o juiz condenasse o réu à indenizar o autor da ação por lucros cessantes que sofreu no ano de 2016, sem trazer nenhum outro parâmetro (Deve haver um calculo e uma perícia para determinar qual foi o lucro cessante). Mas, quando para calcular o dever da execução basta um calculo aritimético para que haja uma obrigação líquida (art. 786, p.u).
Obrigação exigível - Uma obrigação cujo adimplemento pode ser demandado no presente momento. É uma obrigação que está livre de condição ou termo. A obrigação que ainda não venceu não pode ser considerada inadimplida, e se ela não foi inadimplida não há execução. 
Se houver uma condição suspensiva, a obrigação também não é exigível e portanto não pode ser executada. 
Art. 787 - Situação em que as partes ajustaram contraprestações. - Para pedir execução, o exequente deve demonstrar que cumpriu a sua parte no contrato; Art. 798, I, D - diz que as petição inicial da execução deve ser instruída com as prova de que já foi cumprida as contraprestação do exequente.
Art. 514 - fala sobre a condição do termo. - Para dar início da execução, o exequente terá que demonstrar que já se implementou a condição ou o termo. ; Art. 798, I,c fala a mesma coisa. 
Caso o executado demonstre que não foi realizada a condição ou termo, ele poderá se defender na forma do art. 803, III, a execução vai ser extinta por não estar ae parada por uma obrigação exigível. 
7.B) Legitimidade
Para idenrificar quem pode figurar na execução seja como exequente ou executado, temos que separar em duas dimensões:
Legitimidade ativa (art. 778)
• O credor à quem a lei confere título executivo. O principal legitimado para a execução é quem se afirma credor, e quem pode se afirmar credor é quem possui o título ou tem seu nome no título. 
Ex.: O juiz que afirma que o autor é credor.
Ex.: Títulos ao portador - o credor demonstra sua qualidade pelo simples fato de ter a posse do título, não precisa estar com o nome dele escrito no título. 
Ex.: Art. 97, CDC - fala das ações civis públicas em que o pedido é acolhido para indenizar uma coletividade. Ainda que seu nome não esteja sozinho, o credor pode pegar essa sentença para executar.
Ex.: art. 23, estatuto da oab- legitimidade do advogado para executar os seus honorários de sucumbência. Ainda que na sentença não esteja o nome do advogado, o advogado poderá executar seushonorários no final da ação. 
Ex.: art. 63, CPP - ação civil ex delicto - a vítima do crime pode usar a sentença penal condenatória para executar o título executivo e se ver indenizada pelos danos que sofreu.
• O ministério público (art. 778, §1°, I)
A principal ação em que o MP figura como exequente tem a ver com as ações coletivas (ações civis públicas). Ex.: ação civil pública para executar indenização por danos ao meio ambiente que vai ser revertido ao fundo. O principal legitimado para essa execução é o MP. 
Mas se olharmos o art. 98 CDC, vamos ver que existem outros Legitimados, entes públicos em geral, outras associações. Todos esses que são legitimados para promover a ação civil pública, também podem executar essas ações. 
 • O sucessor causa mortis - art. 778, §1°, II
Se o executor morre, os herdeiros tem legitimidade ativa para executar.
• O sucessor inter vivos - art. 778, §1°, III
O ato inter vivos pode ser a cessão de crédito ou o endosso do título de crédito. Quem é legitimado para executar o título do endosso é aquele que recebe o endosso, chamado de endossatário. 
Exceção: Endosso mandato - O título é endossado com a cláusula mandato, ele é endossado apenas para que o endossatário (aquele que recebe o endosso) efetue a cobrança do título. Ele não adquire crédito, o endossante continua com a titularidade do crédito. Ex.: vc endossa para que o banco execute a cobrança por você. - Neste caso do endosso mandato, a legitimidade continua sendo de quem endossou o título, ele só transferiu os mecanismos de cobrança extrajudiciais.
• O subrogado - art. 778, §1°, IV
O subrogado recebe o direito com todas as suas qualidades. Normalmente a subrogação ocorre quando uma pessoa paga as dívida alheia e se subroga no direito de cobrar do devedor originário. Ex.: Art. 132 - chamamento ao processo - um devedor solidário chama os demais ao processo. Quando um desses devedores solidários paga paga a cota parte dos demais, ele se subroga na execução da cota parte dos outros dois, tornando-se legitimados para promover promover a execução dos outros dois na cota parte deles. Ex.: art. 794, §2° - fala sobre a situação do fiador. - O fiador se subroga no lugar do credor quando paga a dívida do devedor. 
Obs.: Existem algumas situações em que pode haver execução de ofício (art. 513, §1°) - O cumprimento de sentença de obrigação pecuniária tem que ter obrigatoriamente requerimento de ofício. Como o dispositivo não fala das outras outras obrigações, algumas pessoas entende-se que a execução de outras obrigações (dar coisa, fazer e não fazer) pode ser dada de ofício .
• Art. 778, §2° - regra especial que afasta o art. 109. Em um processo de conhecimento, se o bem litigioso é vendido, aquele que adquire o bem litigioso não pode ingressar com um processo sem a anuência da parte contrária. Isso não vale para execução. EX.: Eu tenho um bem e estou disputando a propriedade dele. Se eu alieno o bem, no processo de conhecimento o terceiro que adquiriu só pode ingressar no processo se a outra parte concordar. Na execução, por exemplo, se eu tenho um crédito e cedo a um terceiro, o executado (a outra parte) não tem que concordar. Então o 778 é uma regra especial que afasta o art. 109. 
 Legitimidade passiva (art. 779)
• O devedor reconhecido como tal no título executivo (inciso I)
•* O espólio, os herdeiros ou sucessores do devedor - ou seja, os sucessores causa mortis (inciso II). Depois veremos que há um limite patrimonial á execução dos herdeiros (não podem ser cobrados a mais do que que a força da herança).
• O sucessor intervivos - aquele que realiza a assunção de dívida prevista no CC. (Inciso III)
• ex.: contrato de locação - locador pode executar tanto o locatário quanto o fiador. (Título extrajudicial ou se ele foi incluído no processo de conhecimento - Legitimidade passiva do fiador). (inciso IV).
Ex.: tenho um processo de conhecimento em que se cobra do devedor e do fiador (ação de cobrança). Se a sentença condena ambos, ambos serão os devedores reconhecidos no título executivo e da legitimidade passiva decorre do art. 779, I. Mas se a ação só condena o devedor, no cumprimento de sentença eu posso incluir o fiador? Não, a coisa julgada se restringe às partes do processo de conhecimento, então se não incluiu o fiador no processo de conhecimento não pode incluir no processo processo de execução (súmula 268, STJe art. 513, §5). 
• sempre que houver um direito real de garantia (penhor, hipoteca, anticrese), quem deu um bem em garantia também será legitimado passivo na execução. (inciso v).
• O responsável tributário assim definido em lei. - no direito tributário existem duas espécies de devedores, o contribuinte e o responsável . O contribuinte tem seu nome no título executivo do crédito tributário. O responsável tributário (art. 134, 135, CTN) pode ser incluído na execução fiscal.
Aula 4 - 11/08/17
8. LITISCONSÓRCIO NA EXECUÇÃO 
Litisconsórcio ativo - mais de um exequente.
Litisconsórcio passivo - mais de um executado (ex.: locatário e fiador)
Na execução o litisconsórcio é simples e facultativo. 
Mas há o litisconsórcio eventual - um dos litisconsortes só vai responder pela execução se o outro litisconsortes também responde. Ele só vai responder na eventualidade do outro litisconsortes responder também. Ex.: Quando há desconsideração da personalidade jurídica pedida na inicial porque houve confusão patrimonial. O devedor originário seria só a empresa, o sócio será chamado se você pediu a desconsideração. Nesse cenário, o sócio só vai responder se a empresa também responder. Se a dívida está prescrita, nenhum dos dois responde, por exemplo. 
9. INTERVENÇÃO DE TERCEIROS NA EXECUÇÃO 
9.a) Assistência - ex.: ação contra o fiador, porque ele renunciou ao benefício de ordem. Se o fiador paga a obrigação ele se subroga no direito de cobrar do devedor originário. O devedor originário pode intervir na execução como assistente do fiador, com o objetivo que não haja a execução e ele não seja cobrado posteriormente pelo fiador. 
9.b) Amicus curiae - Na prática é difícil ele é acontecer, mas é possível que haja a intervenção do amicus curiae.
9.c) Incidente de desconsideração da personalidade jurídica
Intervenções específicas da execução :
9.d) Exercício do benefício de ordem (pelo fiador/sócio) - ação do exequente ajuizada só contra o fiador. Só que aqui o fiador não renunciou ao benefício de ordem, então temos que seguir o art. 794/795 - Primeiro deve ir em cima dos bens do devedor originário, e se o devedor originário não for parte do processo, o devedor originário vai ser trazido ao processo. 
Essa situação só vai ocorrer se o fiador ou sócio não são devedores solidários. 
9.e) Protesto pela preferência - ex.: O executado teve um imóvel seu penhorado. Mas há um problema: o imóvel penhorado havia sido dado em hipoteca para a caixa. Quem deve receber em primeiro lugar é a caixa.
Se se penhora o bem que já há um gravame em favor de outro credor, o art. 799/804 vai dizer que deve-se intimar esse credor, e se não intimar, o possível leilão não vai ter efeitos para o credor (então se alguém comprar o imóvel, vai junto a hipoteca). Quando se intima o outro credor, ele pode intervir na execução para indicar o crédito atualizado, com a finalidade de definir quanto o exequente vai receber de fato com a execução. 
Súmula 270/STJ - A intervenção de um ente federal nessa modalidade, não leva a execução à JF, por que essa ação não envolve o direito do ente federal. 
9.f) Concurso singular de credores (art. 908) - Ex.: Um bem foi leiloado, tem-se que definir quem receberá o dinheiro. Se for apenas um exequente, ok. Mas se houverem outros credores, temos que saber quem recebe primeiro. Os credores vão intervir na execução para dizer sobre a preferência ou não do seu crédito. Ocorre na última fase da execução. 
*** Concurso universal de credores - Quando há um devedor insolvente. Os credores vão em cima de todos os bens do devedor. - Ex.: empresaem falência. 
RESPONSABILIDADE PATRIMONIAL
Significa saber quais bens que respondem pela execução. Sobre quais bens recairá a atividade executiva. 
Não basta saber a responsabilidade. O fato de uma pessoa ser legitimada para responder uma execução, não significa que todos os bens irão responder. Por exemplo, o herdeiro só responde nos limites da herança. 
 Responsabilidade patrimonial primária - é aquela contraída pelo sujeito que também contraiu a obrigação. O sujeito é os devedor e em razão disso ele tem responsabilidade patrimonial. 
Responsabilidade patrimonial secundária - são sujeitos que embora não tenham contraído a obrigação, a lei prevê que possuem responsabilidade patrimonial. Ex.: O sócio que é atingido na desconsideração (o devedor que está previsto no contrato é a empresa).
A regra geral da responsabilidade patrimonial está no art. 789 - o caso típico de responsabilidade primária. A responsabilidade atinge os bens presentes (aqueles que integram o patrimônio do devedor no momento da constituição) e os bens futuros (que não integravam o patrimônio, mas no curso da execução passaram a integrar), salvo as restrições estabelecidas em lei (significa que é exceto as hipóteses de impenhorabilidade que veremos mais á frente - art. 833 lei 8009).
Além da regra geral, há casos especiais especiais em responsabilidade patrimonial (art. 790):
Inciso I- Se relaciona com a execução de dar coisa, não é pecuniária. O sucessor a título singular vai responder pela execução de bem. Ex. Bruno assinou contrato comigo obrigando-se a me entregar um veículo. Por qualquer razão, ele aliena o veículo a terceiro, eu irei atrás do veículo com quem quer que ele esteja (se o terceiro não estava de boa fé). O meu interesse não é o patrimônio do Bruno genericamente, mas sim o veículo especificamente. 
obs.: pesquisei na Internet e obrigações reipersecutórias são as que recaem sobre coisa certa. "ações que derivando de uma obrigação, têm uma direção real, recaindo sobre uma coisa certa (rem sequuntur) e podendo ser propostas ou contra a pessoa obrigada ou contra o possuidor da coisa".
 Nos documentos do registro de imóveis devem ser registradas as ações reais e pessoais   reipersecutórias ".
Inciso II - Aqui não está se referindo á desconsideração da personalidade jurídica. Aqui, fala-se títulos societários que o sócio responde pelas obrigações da sociedade. Ex.: a sociedade irregular (ou em comum) o sócio responde pelas obrigações da sociedade (art. 990, cc); Na sociedade simples, o sócio responde pelas dívidas da sociedade se o contrato assim estabelecer (art. 1023, cc); A sociedade em comandita (art. 1045, cc); A sociedade de advogados em relação aos prejuízos que causou aos seus clientes (estatuto da oab).
Ao aplicar o inciso II, temos que levar em consideração o art. 795 e §1° e §2° que fala do benefício de ordem. - Para exercer o benefício de ordem o sócio deve indicar bens da sociedade livres e desembargados (que não tenham penhora, hipoteca), que não prejudiquem, portanto, a eletividade da execução. Além disso, os bens tem que ser da mesma comarca para evitar a expedição de cartas precatórias.
O §3° - Hipótese de subrogação.
Inciso III - Bens do devedor que estão em poder de terceiros. Ex.: João está sendo executado por mim, ele tem um imóvel que está alugado para Rayane. Por esse inciso, pode penhorar esse bem, por que o bem é do João, ainda que esteja alugado. O que importa é a titularidade do bem. Mas tem que respeitar os direitos de terceiros que estão na posse do bem. No exemplo acima, de locação, o art. 8 da lei 8245/91 (lei de locações ) diz que a pessoa que arrematou o imóvel pode denunciar a locação (90 dias para Rayane sair depois da intimação) ou pode continuar com o contrato. 
Inciso IV - Responsabilidade patrimonial do cônjuge ou companheiro que não contrariam a obrigação de forma solidária. Ex.: a esposa contraiu a obrigação e eu quero atacar o patrimônio do marido. Dependendo do regime de bens é possível. 
Os arts. 1643 e 1644 do CC - se aplicam independentemente do regime de bens. Diz que as obrigações contraídas em proveito da família, obrigam á ambos os cônjuges de forma solidária. Ex.: contratação para mobiliar a casa. 
Se houver dúvida se a obrigação se reverteu em proveito da família, a quem cabe o ônus da prova? A jurisprudência (resp. 787867) vai dizer que o onus da prova deve ser do devedor. A súmula 251 STJ diz que para atos ilícitos o ônus da prova é do credor.
Inciso V - na próxima aula veremos o que é fraude á execução.
Inciso VI - fraude contra credores.
Inciso VII - responsável no caso de desconsideração da personalidade jurídica.
AULA 5 - 14/08/2017
Ainda nos casos especiais da responsabilidade patrimonial:
Fiador (art. 794) - fala da benefício do exercício de ordem pelo fiador. Ou seja, quando você está executando o fiador, em princípio, tem o direito de dizer que o exequente tem que ir primeiro nos bens do devedor principal. Ex.: há o inquilino e o e fiador no contrato de locação. Se você executa o fiador, o fiador tem o direito de dizer que primeiro você vai buscar a penhora dos bens do inquilino só depois dos bens do fiador.
Já comentamos na aula passada que bens livres e desembargados são àquele que não tem nenhum gravame (hipoteca, penhora, etc), e é a razão de se exigir que seja na mesma comarca é para evitar que seja expedida carta precatória e haja prejuízo da efetividade da execução. 
Exceções ao benefício de ordem: 
a) Insolvência do afiançado (art. 828, III, CC)
b) Renúncia ao benefício de ordem no contrato. (art. 828, I, CC + 794, §3, CPC)
c) Quando o fiador se coloca no próprio contrato como devedor solidário ou principal pagador (art. 828, II, CC).
Olhar os outros parágrafos do art. 794 também. P.1 fala da hipótese do benefício de ordem. E p.2 fala da subrogacao como credor quando o fiador paga pelo devedor principal.
Existe uma figura parecida com o fiador no título de crédito chamado avalista (aquele que assina o título de crédito garantindo aquele credito). O benefício de ordem não se extende ao avalista. 
 Responsabilidade dos herdeiros (art. 796) - Você tem uma devedor que faleceu, quem figurará no polo passivo da obrigação é o espólio. Quando houver a partilha de bens no inventário quem figura no polo passivo são os herdeiros. Esses herdeiros tem sua responsabilidade patrimonial limitada ao que receberam na herança. Essa limitação está prevista no art. 796, cpc + 1792 e 1797 CC). Essa limitação é apenas quantitativa, então vamos dizer que o herdeiro recebeu um imóvel que vale 500 mil. Quando eu vou pra cima do herdeiro na execução, isso não significa que eu tenha que penhorar aquele bem, eu posso penhorar qualquer bem do herdeiro, mas somente até o montante de 500 mil.
Art. 791 - diz respeito a direitos limitados. Ex.: O meu devedor não tem o imóvel, tem apenas o direito de superfície ou enfiteuse. O art. Diz que a minha penhora só vai recair sobre esse direito real limitado (superfície, enfiteuse..). Resumindo: só se pode penhorar os direitos que o executado possui. Se o seu executado tem o direito de superfície, você vai penhorar a superfície (não pode penhorar a propriedade, porque vai prejudicar o superficiario que não tem nada a ver com a obrigação).
FRAUDE CONTRA CREDORES, FRAUDE Á EXECUÇÃO E ALIENAÇÃO DE BEM PENHORADO
Situação em que vamos executar alguém e essa pessoa começa a dissipar o patrimônio com o objetivo de esvaziar/impossibilitar a execução. Essas espécies de fraude se diferenciam umas das outras pelo momento em que ocorrem. Todas as ações objetivam a proteção da boa fé. 
Momento:
- Na fraude contra credores o sujeito já é credor mas ainda não ajuizou processo. (art. 158, §2° CC). (Se o negócio que esvazia o patrimônio ocorreu antes que eu virasse credor não há fraude).
- Na fraude á execução eu não só sou credor como já ingressei com o processo, que não necessariamente precisa ser o processo de execução, pode ser o processo de conhecimento.
-Na alienação de bem penhorado, já há processo e mais do que isso, já há penhora. Aqui já se está na fase de execução, mais do que isso, já se penhorou o bem.
Tutela: 
- Na fraude contra credores o objeto de tutela é o direito do credor.
- Na fraude á execução o objeto de tutela é o direito de credor e a efetividade da jurisdição. 
- Na alienação de bem penhorado é o direito de credor e a efetividade da jurisdição.
Cabimento:
- Fraude contra credores - Obrigação pecuniária 
- Fraude à execução - obrigação pecuniária e obrigação de dar coisa
- Alienação de bem penhorado - obrigação pecuniária (porque só há penhora para as obrigações de pagar, nas outras não há).
Meio processual: 
- Fraude contra credores - tem que entrar com ação Pauliana (especifica) (art. 161, cc).
- Fraude á execução - simples petição na execução, não é preciso de uma ação própria. 
- Alienação de bem penhorado - simples petição na execução, não é preciso de uma ação própria. 
Requisitos objetivos: (o que tem que acontecer de ponto de vista patrimonial para alegar algum deles).
- Fraude contra credores - "eventus damni" - induzimento ou agravamento da situação de insolvência. Ou seja aquele negocio tem que ter levado meu devedor á insolvência, ou se ele já era insolvente, precisa ter agravado a situação de insolvência. 
- Fraude á execução - são duas as situações possiveis: 
a) Litispendencia de ação para entrega da coisa (ex.: Bruno se obrigou a entregar o veículo, e já há um processo. No curso de processo ele aliena o veículo á terceiro, com o objetivo de frustrar a execução . Essa hipótese, de elentregar a coisa, basta a litispendencia para que se configure a fraude. A Litispendencia se incial com a citação do réu. -- aqui o interesse do exequente é na coisa
b) Litispendencia + insolvência (na obrigação pecuniaria). -- aqui o interesse do exequente é no dinheiro.
Obs.: Na execução fiscal (de tributo) o marco temporal da fraude á execução fiscal ocorre antes da citação. Ele ocorre no momento da inscrição do débito na dívida ativa (art. 185, CTN).
- Na alienação de bem penhorado - Litispendencia + penhora .
Aqui não há o requisito da insolvência. A partir do momento que se fez a penhora, individualiza o bem sobre o qual vai recair a penhora, o executado não pode simplesmente alienar o bem, mesmo que ele possua outros bens para quitar a execução. Passa a ser irrelevante outros bens que ele possua no seu patrimônio. 
Requisitos subjetivos: (avalia-se a boa ou má fé dos sujeitos envolvidos no nj, principalmente o terceiro).
- Fraude contra credores - "Consilium fraudis " - é o conhecimento pelo terceiro da situação de insolvência ou de agravamento de insolvência daquele que está alienando. (art. 159, cc). - Quando insolvência for notória ou houver motivo para ser conhecida do outro contratante.
 NJ gratuitos (art. 158, CC). - nos negocios jurídicos gratuitos não se exige a prova do Consilium fraudis. Ex.: Na doação não se exige a prova do consilium fraudis. 
- Fraude á execução - Conhecimento da situação de Litispendencia pelo terceiro. - Basta que o terceiro saiba que há processo correndo sobre quem lhe alienou um bem. -- Súmula 375/STJ - em princípio, o ônus da prova de demonstrar má fé do terceiro é do credor.
A boa fé se presume, a má fé deve ser provada. Mas claro que não é fácil provar a má fé de alguém, de maneira que a lei prevê alguns institutos para evidenciar a má-fe: 
a) averbação da execução (art. 828) - O exequente obtém uma certidão e leva isso pro RGI, detran, etc. para que fique averbado que há uma execução correndo contra aquele sujeito. §4° - O terceiro não pode alegar desconhecimento se está averbado no registro. Pode acontecer a averbação antes mesmo da citação da execução ou da penhora. (só se aplica á execução ou cumprimento de sentença). 
b) Hipoteca judiciaria (Art. 495) - - Eu tenho a sentença condenatória, ainda que esteja sujeita á recurso, eu posso pegar a sentença e averbar nos bens imóveis do réu (somente bens imóveis), eis se esse réu aliena, também se presume a fraude à execução. 
c) Art. 792, §2° - A má fé deve ser demonstrada, no entanto, para que o terceiro alegue boa fé, ele precisa demonstrar que tomou cautelas básicas para adquirir o bem. Uma das formas pelas quais se demonstra isso é se o terceiro obteve certidões em nome do devedor. Essas certidões de distribuição relacionam as ações distribuídas contra a pessoa. Então, embora a boa fé se presuma, o terceiro tem que demonstrar que teve o mínimo e cautelas básicas.
- Na alienação de bem penhorado - é o conhecimento da penhora pelo terceiro - Quando ocorre a penhora do bem, o exequente tem que registrar a penhora no RGI ou Detran, dando conhecimento á terceiros.
Efeito jurídico:
- Na fraude contra credores - há divergência na doutrina, alguns entendem que é anulação, outros entendem que é ineficácia .
Na anulação o negocio é desfeito e outros credores podem ir na aba desse desfazimento.
Na ineficácia cada credor tem que entrar com a ação Pauliana, pois só vale para a parte que entrou com a ação.
A lei dá a entender que o que vale é anulação (art. 790, VI cpc) (art. 165 , cc). Por outro lado, jurisprudência recente do STJ- Resp. 971884 - diz que é simples ineficácia. Há doutrina nos dois sentidos. Os civilistas pontes de Miranda, Caio Mario , dizem que é anulação. Já a favor da tese da ineficácia, temos Alexandre câmara, Humberto Teodoro, Dinamarco. 
Na fraude á execução - Ineficácia (art. 792, § 1°)
Na alienação de bem penhorado – Ineficácia.
	xxxx
	FRAUDE CONTRA CREDORES
	FRAUDE Á EXECUÇÃO
	ALIENAÇÃO DE BEM PENHORADO
	MOMENTO
	Já existe a obrigação (art. 158, §2° CC) , mas não existe processo
	Já existe processo, ainda que de conhecimento
	Já existe processo e penhora
	TUTELA
	Direito do credor
	Direito do credor e efetividade da jurisdição
	Direito do credor e efetividade da jurisdição
	MEIO PROCESSUAL PARA RECONHECIMENTO
	Ação Pauliana (art. 161, CC)
	Incidental, simples petição
	Incidental simples petição
	CABIMENTO
	Obrigação pecuniária
	Obrigação pecuniária ou de entregar coisa
	Obrigação pecuniária
	REQUISITO OBJETIVO (O que deve ocorrer do ponto de vista patrimonial)
	Induzimento ou agravamento da insolvência (eventus damni)
Ex. 1: pagamento de dívida não vencida.
Ex.2: concessão de garantia á um só credor
	Litispendencia de ação para entregar coisa
OU
Litispendencia + insolvência 
Obs.: a partir da citação do devedor (art. 240) ou no incidente de desconsideração (art. 792, § 3º) ou se devedor já sabia da ação de outra forma ou no caso do art. 185, CTN (inscrição na dívida ativa). 
	Litispendência +
constrição sobre o bem alienado
(cabível inclusive se o devedor é solvente)
	REQUISITO SUBJETIVO
(Avaliação da boa/má fé do 3º envolvido no NJ)
	Consciência do dano pelo terceiro (consilium fraudis – art. 159, CC), exceto no NJ gratuito (art. 158, CC)
	Conhecimento da situação de litispendência pelo terceiro (S. 375/STJ) Obs: Ônus do terceiro adquirente de provar que tomou cautelas (art. 792, § 2º) Obs: formas de evitar prova da má- fé pelo credor  averbação do art. 828, hipoteca judicial do art. 495
	Conhecimento da constrição pelo terceiro (registro da penhora).
	EFEITOS DECORRENTES DE SEU RECONHECIMENTO
	Anulabilidade? (art. 790, VI e art. 165, CC) 
Ineficácia?
	Ineficácia (art. 792, § 1º)
	Ineficácia
AULA 6 - 18/08/2017
Observações finais sobre fraude á execução: 
a) A fraude á execução configura uma das hipóteses de ato atentatório á dignidade da jurisdição (art. 774, I), que são um conjunto de condutas que só o executado pode cometer e que são hipóteses específicas de litigância de má fé na execução.
b) A prática da fraude á execução também configura um tipo penal (Art. 179, CP).
c) A fraude á execução pode ser reconhecida por simples petição, e o reconhecimento da fraude acaba atingindo um terceiro (aquele que adquiriu o bem). Por isso, há a exigênciade contraditório prévio do terceiro (art. 792, §4°), através de embargos de terceiro (ação autonoma distribuída por dependência á uma outra ação judicial, que nesse caso é a execução).
d) A fraude á execução tem um marco temporal, que em regra é a citação do devedor. Mas e o marco temporal quando há pedido de desconsideração?Ex.: Eu ingressei com uma execução em face de XY, uma empresa. Eu peço, no curso do processo uma desconsideração para atingir C, que é um sócio. Vamos supor que a citação ocorreu em 2016, e eu pedi a desconsideração em março de 2017, e a citação do sócio ocorreu em abril de 2017. Qual é o marco temporal para fraude á execução? O art. 792, §3°, o marco temporal para a fraude á execução nessa situação conta a partir da citação da empresa. 
PODERES DO JUIZ NA EXECUÇÃO
Na execução, o juiz possui alguns poderes que são gerais, que estão no art. 139, III e IV (existem no processo de conhecimento). Mas, vamos abordar agora os poderes específicos do juiz na execução, que estão nos arts. 772 e 773.
Art. 772 - O juiz pode á qualquer momento do processo:
I - Ordenar o comparecimento das partes á qualquer momento para, por exemplo, verificar a melhor forma de promover a execução, ou tentar promover algum acordo.
II - advertir o executado de que seu procedimento constitui ato atentatório á dignidade da justiça (antes de aplicar a sanção).
III - Determinar que sujeitos indicados pelo exequente forneçam informações gerais relacionadas ao objeto da execução, tais como documentos e dados que tenham em seu poder, assinando-lhes prazo razoável. --> Esse inciso, e o art. 773 - tem por finalidade a exibição de documentos e dados. Isso é importante na execução por duas razões: a) O executado é um ser que se muda muito, e é necessário localiza-lo para fazer a citação. Então uma das finalidades é a própria localização do executado (o juiz pode determinar a exibição dos cadastros com endereço do executado que pode estar em poder dos bancos, das companhias de telefone, da receita federal..). b) Quando se acha o executado, mas não acha bens para penhorar. Então pede-se informações para localizar bens penhoráveis do executado (ex.: o juiz pode determinar ao DENATRAN que informe os veículos do executado; etc.).
Art. 773, § único - O juiz pode decretar segredo de justiça na execução quando os dados fornecidos são muito confidenciais. Ou, caso não decrete o segredo de justiça pode determinar que esses documentos só podem ser acessados pelas partes cadastradas no processo.
Os arts. 772 e 773 são importantes porque no CPC anterior o exequente tentava localizar bens do executado e não conseguia, de modo que requeriam ao juiz que determiansse a exibição de documentos por órgãos competentes, mas alguns juízes indeferiam esse pedido de modo que o exequente que tinha que se virar para conseguir localizar esses bens. Com esses dispositivos, há amparo legal para que o juiz tenha que auxiliar o exequente na busca, não só do executado como de seu patrimônio.
ATOS ATENTATÓRIOS Á DIGNIDADE DA JURISDIÇÃO
O legislador tem especial preocupação em disciplinar hipóteses de litigância de má fé do executado. E é exatamente isso que são os atos atentatórios previstos no art. 774. O executado que comete um ato atentatório será punido só com base no art. 774, ele não pode ser punido pelos atos atentatórios e pela litigância de má-fé (art. 77 e 81) ao mesmo tempo, por que isso seria bis in idem. 
Art. 774 - Considera-se atentatória á dignidade da justiça a conduta comissiva ou omissiva do executado que:
Inciso I - frauda a execução
Inciso II - se opõe maliciosamente á execução empregando ardis ou meios artificiosos. Ex.: Há um processo de execução no cartório. Eu sou advogado do executado pego o processo e largo o processo na minha gaveta e nunca mais devolvo. Isso é se opor maliciosamente á execução, pois está se abusando de um direito para impedir o prosseguimento da execução.
Inciso III - dificulta ou embaraça a realização da penhora --> Ex.: O oficial de justiça vai penhorar o veículo, mas chegando lá o veículo desapareceu porque o executado sumiu com ele.
Ex.: O juiz defere penhora de renda de uma empresa (penhora do faturamento bruto da empresa), o executado cria uma nova PJ para lucrar por lá, ou faz alguma espécie de caixa 2, Com o objetivo de dificultar a penhora da reda.
Inciso IV - resite injustificadamente á ordens judiciais. --> É mais aplicado nas hipóteses de dar coisa, fazer/não fazer. É o executado que já não tem mais defesa, já teve suas defesas todas apreciadas e negadas, mas ainda assim esconde o bem, ou recusa-se a entregar.
Inciso V - intimado, não indicar ao juiz quais são e onde estão os bens sujeitos á penhora e os respectivos valores, nem exibe prova de sua propriedade e, se for o caso, certidão negativa de ônus. --> O juiz pode intimar o executado para que ele diga onde estão os bens para serem penhorados. Se o executado não falar, isso configura ato atentatório.
Parágrafo único, 774 - fala das sanções do ato atentatório. --> fixação de multa de até 20% do valor que está sendo executado, que se reverterá em favor do exequente, sem prejuízo de outras sanções: ou seja, pode haver cumulação dessa multa com astrentes (multas diárias) ou perdas e danos (que deverá ser apurada em um processo de liquidação próprio). 
TÍTULOS EXECUTIVOS 
Não existe execução que não esteja amparada por título executivo, ou seja, o título executivo é obrigatório em toda execução (art. 798, I, a). Portanto, se tratando de um documento essencial da execução, podemos dizer que o título executivo é um pressuposto processual da execução. É uma condição para se instaurar validamente uma execução.
O título executivo permite aferir a legitimidade e o interesse processual, uma vez que a legitimidade para execução, normalmente, é aferida por quem consta como credor e devedor do título executivo. Assim como no interesse processual, a obrigação precisa estar vencida/indimplida.
 Teorias clássicas sobre os títulos executivos:
Teoria de Liebmann - O título executivo é um ato jurídico que veicula uma sanção estatal contra o executado. O problema dessa teoria é que quando se fala em sanção estatal remete a ideia de condenação. Assim, ela pode até explicar a existência do título judicial mas não explica a existência do título extrajudicial (título formado pelas partes). 
Teoria de Carnelutti - O título executivo é um documento que serve de prova legal de um fato (obrigação) e que se reveste de eficácia jurídica executiva. O problema desta teoria é que ao afirmar que o título é a prova legal de um fato (portanto uma prova plena), essa teoria não explica as execuções injustas e indevidas (Ex.: Eu vou executar um cheque, só que o executado demonstra que a assinatura no cheque é falsa, e portanto a execução deve ser extinta. Nesse caso, o título não era prova legal de coisa nenhuma, e essa teoria não vai explicar como existiu essa execução). 
A partir dessas duas teorias, tem se formulado o conceito moderno do título executivo:
Teoria moderna - O título executivo é um documento que atribui á alguém um dever de prestação/ ou atribui uma obrigação líquida certa e exigível, que tem um efeito legal de autorizar a tutela executiva (invasão ao patrimônio do executado em caso de inadimplemento). 
Princípios do título executivo
1. Taxatividade
Só é título executivo aquilo que a lei determina. Os títulos executivos estão exaustivamente previstos em lei. Isso porque os títulos executivos autorizam atos de invasão patrimonial, e portanto, não pode haver uma autorização indiscriminada.
As partes podem, a partir do art. 190 cpc (negócio juridico processual), criar nova hipótese de título executivo fora dos casos previstos em lei? Tem se entendido que não, não só pelo princípio da taxatividade, mas porque o art. 784, XII diz que só a lei pode prever um título executivo, e não as partes por meio de convenção.
2. Tipicidade
Para haver um título executivo não basta que haja uma previsão legal, o documento deve se enquadrarrigorosamente na titpificação legal. Ex.: Nota promissória tem vários requisitos de formas, sendo um deles, a data de emissão do título. Se uma promissória não tiver esse requisito ela não terá força executiva. A parte pode cobrar por ação de cobrança, mas não por execução de título extrajudicial.
Alguns tipos são fechados, como os títulos de crédito. Outros tipos são abertos (o enquandramento legal abre margem para muitos tipos de documentos), como por exemplo o instrumento particular assinado por duas testemunhas, o rigor aqui está só na assinatura das testemunhas e partes, mas o documento pode ser qualque coisa: Uma confissão de dívida; um contrato de compra e venda; um contrato de mútuo, etc.
OBS.: A obrigação vinculada nos títulos deve sempre ser certa, líquida e exigível. (art. 783).
AULA 7 - 21/08/2017
TÍTULOS EXECUTIVOS JUDICIAIS (Art. 515)
Inciso I- Embora esteja o nome cumprimento de sentença, não é só sentença que se executa, tanto que o inciso fala de decisões, é mais genérico. Podemos executar acórdãos, decisões monocráticas, decisões interlocutórias. Ex.: Liminar concedida, a parte contrária não cumpre e pode ser executada.
As decisões judiciais podem ser classificadas:
》 Quanto ao seu conteúdo: Declaratórias (atribuem certeza á existencia de uma relação jurídica, ou autenticidade de um documento) x Constitutivas (criam, extinguem ou modificam uma relação jurídica)x Condenatórias (impõe cumprimeto de uma prestação) --> Obrigações pecuniárias
》 Executivas lato sensu (são cumpridas por meios subrogatórios) x Mandamentais (por meios coercitivos) --> Obrigações de fazer, não fazer e dar coisa
ex.: quando se determina a exclusão do nome do autor do serasa sob pena de multa diária, é uma decisão mandamental. Se eu determino o despejo, esse é um meio subrogatório.
Não se tem dúvida que o inciso I está previsto na decisão executiva condenatória, executiva lato sensu e nas mandamentais.
A questão é saber se podemos ter execução amparada nas decisões declaratórias e constituitvas? A regra geral é que não, pois elas não impõe uma obrigação, e para ter execução a obrigação precisa estar inadimplida. Mas, dessas decisões pode haver definição da norma jurídica individualizada de uma obrigação. Isso significa que: vamos supor que o autor ingressou com ação para declarar que determinado cheque é nulo. Só que o pedido é julgado improcedente, logo a obrigação existe. Essa decisão que declara que a obrigação existe, entende-se que essa obrigação pode ser executada.
Inciso II - A decisão homologatória de autocomposição judicial - situações em que as partes chegam á um acordo no processo e esse acordo é submetido á homologação do juiz. Para formar esse título executivo não basta o acordo, ele deve ser homologado pelo juiz.
O que o juiz analisa para homologar o acordo?
a) Se o direito admite autocomposição (se é disponível). Não se pode fazer autocomposição de ação anulatória de um casamento, por exemplo.
b) Se houve livre e regular manifestação de vontade. Vai verificar se não houve erro, dolo, coação.
c) Vai verificar se ele possui competência absoluta para aquela matéria. Ele não pode homologar acordo sobre uma questão trabalhista no juízo cível, ainda que o juiz esteja de acordo ele não pode homologar isso. O juiz de uma vara cível comum não pode homologar acordo de alimentos. Entre outros exemplos.
	O art. 515, §2° diz que num acordo judicial podem haver mais pessoas do que as que figuram no processo. Ex.: Eu tenho um acordo contra Rayane, para parcelar em 12x. Mas, eu quero que tenha uma fiança prestada pelo João. O João não é parte do processo, mas ele pode assinar o acordo, e se o juiz homologar e a Rayane não pagar eu posso executar os dois.
Além disso, o artigo fala de ampliação do objeto litigioso --> Ex.: eu to cobrando a Rayane por um cheque e ele voltou. Quando eu faço o acordo eu posso ampliar o objeto de outras obrigações, por exemplo, ela me deve tambem o valor de aluguéis. Então eu posso fazer acordo sobre o cheque e sobre os aluguéis atrasados.
Inciso III - Decisão homologatória de autocomposição extrajudicial de qualquer natureza.
Aqui ainda não havia um processo em curso. As partes chegam em um acordo antes de ter qualquer processo, e apresentam uma petição conjunta para que o juiz homologue o acordo.
Esse procedimento é de jurisdição voluntária (art. 725, VIII).
Inciso IV- O formal e a certidão de partilha, exclusivamente em relação ao inventariante, herdeiros e sucessor a titulo singular ou universal.
Esse é um título executivo que só se forma no inventário (processo para arrolar e fazer a partilha dos bens deixados por alguém que faleceu). Na fase final do inventário é expedido o formal de partilha (que vai dizer qual herdeiro ficou com o que), e se, por exemplo, eu e Amanda fomos herdeiros de alguém, ao final eu fiquei com um imovel e Amanda com outro. Mas, eu estava adminsitrando o espólio e estava na posse dos dois imóveis. Se eu resisto a entregar o imóvel dela, o formal de partilha é um título executivo contra mim. Esse formal de partilha só vincula as partes do inventário (não pode contra terceiros, por que nesse caso deve-se entrar com ação própria).
Inciso V- O crédito de auxiliar da justiça quando as custas, emolumentos, honorários tiverem sido aprovados por decisão judicial.
São as decisões judiciais que fixam honorários do perito, do avaliador judicial, entre outros.
Essa é uma hipótese rara de execução, pois eles geralmente pedem a antencipação dos honorários (primeio paga-se, depois e realiza a perícia). Mas essa execução pode acontecer em dois tipos de situação: 
a) quando o perito tem mais trabalho do que imagina, e ao final da perícia pede remuneração suplementar.
b) quando a perícia é feita em uma situação na qual a parte que deveria arca com a perícia tem JG (justiça gratuita), e ao final do processo a parte que não tem justiça gratuita sucumbe, devendo pagar os honorários.
Esse é um título executivo criado em benefício de terceiro (perito, auxiliar de justiça), mas se tivermos a situação de gratuidade de justiça da parte que sucumbe, aplica-se o art. 95, §3°. Ou seja, os honorários serão pagos com os recursos alocados pela fazenda pública do Estado. Há quem sustente que o estado tenha que ser intimado antes do juiz fixar os honorários do perito (se o estado vai pagar ele tem que ser ouvido, garantindo o contraditório). 
Inciso VI - A sentença penal condenatória transitada em julgado.
Normalmente as esferas civel e criminal são independentes. Contudo, se houver condenação na esfera criminal transitada em julgado, essa condenação produz efeito no juízo cível, que é tornar certa a obrigação de indenizar a vítima ou os seus sucessores. Essa previsão está no art. 91, I CP e art. 935, CC.
Aqui, o título executivo é formado no juízo criminal, mas é executado no juízo cível.
Se a decisão penal não transitou em julgado o título executivo não está formado.
Como mensurar o valor do dano? Para executar é preciso ter uma obrigação certa, exigível e líquida. Como mensurar a liquidez nessa caso? O art. 387, do CPP diz que na sentença criminal o juiz já vai fixar um valor mínimo de reparação, do qual a parte já pode executar. Se a parte achar que o dano foi maior do que o mínimo fixado na sentença criminal, ela precisará entrar com uma liquidação de sentença. 
A possibilidade de fazer execução e liquidação ao mesmo tempo, está prevista no art. 509, §1° CPC.
O art. 68, CPP fala de um caso especial de legitimidade para a execução (porque geralmente a legitimidade é da vítima ou de seus sucessores). O art. fala do caso extraordinário em que o MP é considerado legitimado para pedir a liquidação quando a vítima for considerada pobre. O CPP é antigo, e nessa época não existia a Defensoria pública, que é o órgão que tem legitimidade nessa situação atualmente. Após a CF 88 que instituiu a DP, o STF se manifestou, através do RE 135.328, adotando a tese da incostitucionalidade progressiva: nos lugares em que a DP já havia sido implementada o dispositivoé inconstitucional, já nos lugares em que a DP não estava estruturada o artigo era aplicado.
Inciso VII - A sentença arbitral
Sentenças proferidas por árbitro também são títulos executivos judiciais (por equiparação). Só vale para a sentença arbitral nacional que, pelo art.34 , § único, da lei 9307/96, é aquela proferida em território nacional.
Inciso VIII e Inciso IX - Sentença estrangeira homologada pelo STJ e Decisão interlocutória estrangeira após a concessão do exequatur á carta rogatória pelo STJ.
Aqui a decisão pode ser judicial ou arbitral. Essas decisões por si só não produzem efeitos no território nacional, elas precisam passar pelo juízo de delibação do STJ.
A homologação ou exequatur do STJ é que forma o título executivo judicial dessas decisões estrangeiras.
Essa decisão é executada em primeiro grau da justiça federal (art. 109, X, CF).
OBS.: O cumprmento de senteça, em regra se inicia por simples requerimento, mas quando ele não é produzido no juízo cível brasileiro, ele deve iniciar com petição incial (art. 515, §1°) - são os casos de títulos executivos judiciais que não foram formados no juízo cível brasileiro.
AULA 8 - 28/08/17
TÍTULOS EXECUTIVOS EXTRAJUDICIAIS (art. 784)
Inciso I - Títulos de crédito - além desses, há outros títulos de crédito que são títulos executivos, mas estão em lei especial (cédula de crédito bancário, etc).
> A duplicata pode ser virtual, ela não tem uma existência fisica/material, ela vai ser um arquivo de computador. Sobre isso, o enunciado 761 da Jornada de direito civil que diz que a duplicata virtual também é título executivo extrajudicial.
> As debentures são títulos de crédito emitidos por SA, representam um crédito que alguém tem contra uma SA (normalmente a pessoa investe numa empresa e recebe uma debenture). Existe uma figura nas debentures que é a do agente fiduciário (responsável por defender os interesses dos credores dessas debentures), ele tem legitimidade extraordinária para a execução. (Art. 68, §3°, e, lei 6404/76).
> Súmula 233/STJ - Existe o contrato de abertura de crédito (o banco abria uma linha de crédito para vc que vc podia utilizar ou não = cheque especial). A súmula diz que esse contrato de abertura de crédito não é título executivo extrajudicial, por que os extratos são feitos de forma unilateral pelo banco. Assim, o contrato não tem liquidez, portanto não é título executivo extrajudicial. Ele pode ser cobrado por ação de conhecimento, não por ação de execução. 
Os bancos, então, começaram a exigir que os clientes assinassem notas promissórias na abertura de crédito, com o objetivo de executa-las. Essa promissória estava vinculada ao contrato, também com base nos extratos emitidos. A jurisprudência entendeu, então, que por estar vinculado ao mesmo contexto, a nota promissória vinculada à abertura de crédito não é título executivo extrajudicial. (Súmula 258/STJ)
> Súmula 299 /STJ - Nos titulos de crédito há a prescrição da pretensão executiva, se eles não são executados em determinado prazo, há a prescrição. Mas, embora se prescreva a execução, ainda se pode entrar com ação de conhecimento. EX. : O prazo de prescrição para execução do cheque é de 6 meses, mas a ação de cobrança pode ser ajuizada num prazo de até 5 anos.
Nesse sentido, a súmula diz que é admissível a ação monitória fundada em cheque prescrito (fala só do cheque mas é extensível á outros títulos).
Inciso II - A escritura pública é documento que se faz no cartório perante o tabelião, com a assinatura do devedor. Então, na escritura pública de compra e venda, se o devedor não paga, a escritura pública pode ser executada. Aqui é dispensável que haja a assinatura de duas testemunhas. 
Inciso III - documento particular assinado pelo devedor e duas testemunhas. É um contrato assinado entre as partes, sem a presença de nenhuma autoridade pública. 
Se o documento for assinado somente por uma testemunha, não é título executivo (taxatividade).
Essas testemunhas não podem ter interesse pessoal no negócio celebrado. Ex.: num contrato com fiador, a testemunha não pode ser o próprio fiador. 
Resp 541267/STJ vai dizer que essa testemunhas não necessariamente vão assinar no ato o contrato, elas podem assinar depois.
Já comentamos que nessa noção de documento particular cabe muita coisa: contrato de compra e venda, contrato de mútuo, confissão de divida, etc.
Súmula 233/STJ vai dizer que o contrato de abertura de crédito ainda que acompanhado pelo extrato não é título executivo. Mas não devemos confundir essa situação com outra situação que está na súmula 300/STJ - fala da situação em que o sujeito faz o conrato de abertura de crédito com o banco (que não é título executivo), mas antes da ação de cobrança , o sujeito vai no banco, faz uma negociação da dívida e assina uma confissão de dívida. Essa confissão de dívida é título executivo extrajudicial, isso porque a pessoa foi no banco e assumiu o crédito devido, logo , não é mais um ato unilateral do banco. 》》 essa confissão deve estar assinado por duas testemunhas.
Inciso IV- O instrumento de transação referendado por MP, DP, advocacia pública, pelo advogado dos transatores ou por conciliador/mediador credenciado por tribunal. 
Á rigor não é só o instrumento de transação. Se houver um instrumento que se reconheça a procedência do pedido, isso a rigor também pode ser título executivo extrajudicial. No fundo, aqui cabe qualquer forma de autocomposição.
> Se esse título executivo extrajudicial for submetido a homologação do juiz ele passa a ser um título executivo judicial (art. 515, inciso III).
> Para saber quem é o conciliador/mediador credenciado pelo tribunal deve-se recorrer ao art. 167, CPC. Só cabe a conciliação ou mediação judicial. 
Inciso V - Contrato garantido por hipoteca, penhor, anticrese ou outro direito real de garantia, e aquele garantido por caução. 
Fala de contratos em geral que possuem alguma garantia. Ex.: alienação fiduciária. 
O caução significa garantia (qualquer garantia), até fiança se enquadra aqui. O contrato garantido por fiança vai ser título executivo extrajudicial, e não precisa estar assinado por duas testemunhas, porque o artigo não exige isso. Ex.: contrato de alienação do automóvel garantido por fiança, vai ser título executivo extrajudicial mesmo que não esteja assinado por duas testemunhas.
Inciso VI - O contrato de seguro de vida em caso de morte.
Inciso VII - o crédito decorrente de foro e laudêmio 
Esse inciso fala da figura do contrato de enfiteuse. Enfiteuse é um instituto de direito real que consiste em uma forma de desdobramento da propriedade. Então, o enfiteuta exerce o domínio útil sobre o imóvel, então, na prática ele toma todos os atos como se fosse proprietário do imóvel, mas, ele tem que pagar um valor (normalmente anual) ao proprietário formal, e esse valor é chamado de foro. E em caso de venda do direito do enfiteuta ele paga uma taxa chamada laudene. 
Hoje não se pode criar uma nova enfiteuse, mas se preservou as que já existiam.
Esse inciso só se aplica em favor de particular, quando os proprietário formal é particular. Por que temos muitos casos em que o proprietário é a união, ou entes públicos em geral. Nesse caso, a execução se faz por outro título executivo que é a inscrição em dívida ativa (art. 201, decreto lei 9760/96).
Inciso VII - O crédito decorrente de contrato de locação de imóvel. 
Esse contrato precisa ser assinado por escrito.
Só se aplica á locação de imóvel, aqui não se enquadra locação de bem móvel. 
Essa execução pode abranger não só o aluguel, como encargos acessórios. Então se no contrato de locação estiver previsto que o locatário se compromete a pagar o IPTU e as taxas condominiais , a execução pode abranger os aluguéis, o IPTU e as cotas condominiais.
Inciso IX - A certidão de dividia ativa (CDA) correspondente ao créditos inscritos na forma da lei.
A CDA instrumentaliza a execução fiscal. Geralmente é a CDA associada à tributo, mas nem sempre. Ex.: enfiteuse que deixa de ser pagaá União, em decorrência disso o devedor passa a ser inscrito em dívida ativa.
A execução fiscal tem um procedimento próprio, que está regulado na lei 6830/80.
Esse é um título executivo formado unilateralmente pela fazenda pública.
Só há CDA para obrigações pecuniárias, ainda que fazenda possa ser credora de outros tipos de obrigação. 
Inciso X- O crédito referente às contribuições ordinárias ou extraordinárias em condomínio edilício. 
Essa é uma inovação do NCPC. Esse inciso diz que as cotas ordinárias e extraordinárias de condomínio são títulos executivos extrajudiciais. Antes, era necessário entrar com ação de conhecimento.
Essas taxas devem ser comprovadas por meio da convenção de condomínio, ou da ata de assembléia de condomínio que fixou o valor da cota.
Aqui temos uma duvida: e no caso em que há uma promessa promessa de compra e venda, o condomínio vai no promitente comprador ou no promitente vendedor? O art. 1334, p.2 do CC diz que o condomínio pode cobrar de ambos (porque o promitente com orador se equipara ao proprietario). Mas, o precedente do STJ RESP 1345331 vai dizer que a regra geral é que o condomínio pode cobrar de qualquer um. Mas, quando o promitente comprador está dentro do imóvel e o condomínio tomou ciência da promessa de compra e venda, ele deve ir em cima somente do Promitente comprador.
Inciso XI - Valores cobrados por cartórios (de registro de imóveis, de títulos e documentos, de protesto, etc.).
Se algum valor desses deixar de ser pago, o cartório pode emitir uma certidão e executar o valor. Esse documento é unilateralmente formado pela serventia notarial ou de registro. 
Inciso XII - Todos os demais títulos aos quais por disposição expressa a lei atribuir força executiva. 
Ele abre margem para que a legislação especial possa definir outros títulos executivos extrajudiciais.
Exemplos desses titulos executivos extrajudiciais que estão em legislação especial:
》 TAC - termo de ajustamento de conduta (art. 5, p. 6, lei 7347/85).
》 Contrato de honorários advocatícios - mesmo que não assinado por duas testemunhas (art. 24, estatuto da oab).
》 Honorários dos árbitros - O documento que fixa fixa a remuneração do árbitro também é título executivo extrajudicial. Art. 11, p. Único , lei 9307/96 (lei de arbitragem).
》 Cédula de crédito bancário - é similar ao contrato de abertura de crédito. Art. 28, lei 10931/2004. --> É um documento emitido, em que o cliente se compromete a pagar o valor indicado previsto no extrato.
Art. 784, §1° --> Ex. : Vamos supor que eu tenha a cédula de crédito bancário assinado com o banco. Eu entro com com ação revisional para alegar juros abusivos. O simples ajuizamento da ação revisional não impede o ajuizamento da execução. Mas, se o devedor não só ajuíza a ação, mas também consegue uma liminar para suspender a exigibilidade da execução, isso afetará a execução pois ela não será mais exigível naquele momento. 
A ação de conhecimento relativa ao mesmo ato executivo e a ação de execução devem ir para o mesmo juízo, para evitar decisões contraditórias. Art. 55, §2°, I.
Art. 784, §2° e §3° - falam do título executivo extrajudicial formado no estrangeiro. Esse título não precisa passar pela homologação do STJ. Quando o título foi formado regularmente no estrangeiro e o Brasil indicado como lugar para cumprimento da obrigação já basta para que esse título seja executado. Mas, de alguma forma ele precisa se encaixar nos requisitos do art. 784, também. 
Obs. : No Brasil temos o chamado curso forçado da moeda nacional (decreto lei 857/69), ou seja, as obrigações no Brasil são exigidas na moeda nacional. E se no contrato estrangeiro a obrigação estiver fixada em dólar? Deverá haver haverá conversão. Mas qual a taxa de câmbio? O Agravo regimental A RESP 538271 diz que diz que a conversão se dá no momento do pagamento.
Art. 785 - Ex.: tenho um contrato assinado por duas testemunhas, eu posso executá-lo. Mas, ao invés disso, posso entrar com uma ação de conhecimento para cobrar o contrato, vou ter uma sentença condenatória e depois executo a sentença. 
Mas, porque alguém faria isso se o processo de conhecimento é mais lento? A parte pode ter dúvidas se sua obrigação é líquida, por que algumas vezes temos critérios muito complexos para quantificar uma execução. Ex.: contrato contrato de aluguel que estipula uma multa por infração contratual. Essa multa tem liquidez e pode ser executada direito? Isso é muito controvertido, então a parte vai entrar com com ação de conhecimento primeiro para que se forme imóvel título executivo judicial.
Nesse exemplo acima, a parte poderia tentar entrar com o processo de execução direto, mas, se o juiz falasse que essa multa não era título executivo extrajudicial (improcedência do pedido), a parte teria que arcar com os honorários de sucumbência, além de ter perdido tempo.
Aula 9 - 01/09/2017
LIQUIDAÇÃO DE SENTENÇA (art. 509 - 512)
Iremos falar de algo que não é propriamente execução. Já vimos que a execução só é possível quando a obrigação é certa, líquida líquida e exigível. Já vimos que quando a obrigação pode ser apurada por simples calculo aritimético ela pode ser instruída com a planilha de cálculo anexada. 
Essa liquidação só se concebe para obrigação veiculada em título judicial, em que, ao final das contas a pessoa entra com a ação de cobrança, que resultará em sentença condenatória. 
A decisão de iliquidez (que exige uma fase de liquidação de sentença) é excepcional. Ou seja, o juiz deve evitar, sempre que possível, dar sentença iliquida. Art. 491. 
Art. 491, inciso I fala da da situação de quando o juiz vai julgar e não consegue quantificar o valor devido (ex.: O autor ingressou com ação alegando que o réu gerou um acidente causando-o lesões, mas o autor ainda está passando por tratamento. O juiz não tem como definir o valor da condenação pois o tratamento ainda está está em curso).
Art. 491 O inciso II - o juiz até conseguiria quantificar, mas para isso ele deveria produzir uma prova que é dispendiosa, demorada. Ex.: Discute-se ação de arbitramento de honorários de advogado. O antigo advogado entrou com ação contra o antigo cliente, porque quer receber os honorários em quanto atuou. Mas, esse advogado atuava em 5 mil processos. Fazer o arbitramento em 5 mil processos é um pouco complicado, e as partes no processo estão discutindo se há ou não direito nesses honorários. Nessa situação faz sentido que primeiro o juiz defina, e depois quantifique com base nas provas, que são muito dispendiosas.
Art. 509 - A liquidação depende de requerimento, não pode ser iniciada de ofício. Aqui é simples requerimento, pois é já fase que se segue após o processo de conhecimento.
Geralmente ela é requerida pelo credor, mas o código admite a liquidação iniciada pelo devedor. Por que o devedor faria isso? Ele pode fazer isso, por exemplo, porque porque a taxa de juros está sendo muito elevada, e ele prefere liquidar logo para não inflacionar mais.
ESPÉCIES DE LIQUIDAÇÃO. (Art. 509)
Liquidação por arbitramento 
 Liquidação pelo procedimento comum (por artigos)
A diferença de uma pra outra é se há ou não a necessidade de comprovar um fato novo. Ex.: no caso do tratamento médico ainda em curso, há fatos novos a serem provados: os novos tratamentos, as novas cirurgias relacionadas ao acidente, etc. Como há fatos novos, o processo de liquidação mais complexo, que é a liquidação pelo procedimento comum.
Há situações em que não há necessidade de demonstrar fato novo. Ex.: Você deu em penhor um conjunto de jóias, só que essas jóias sumiram. Depois que você pagou a obrigação, você quer ser indenizado pelo vapor das jóias. Basta que na liquidação faça-se o arbitramento do valor das jóias, não há fato novo arbitramento ser demonstrado. É uma simples quantificação, que se dá através da liquidação por arbitramento. 
Obs.: NÃO EXISTE LIQUIDAÇÃO PARA REALIZAÇÃO DE CALCULO ARITIMÉTICO. 
PARCELAS IMPLÍCITAS 
São parcelas que não estão escritas na sentença, mas que se discute se

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