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ESTUDO DA CONSTITUIÇÃO Estrutura: 3 partes: Normas Corpo: Art. 1º até 250 da CF Constitucionais ADCT: Art. 1º até 100 Não é obrigatório Preâmbulo Preâmbulo: É uma parte da constituição que contém: - A origem da constituição - As intenções do constituinte - Referência a princípios da constituição - Ruptura com o sistema anterior Sua existência não é obrigatória, não pode controlar a constitucionalidade das leis e serve mais para argumentação (retórica). Preâmbulo é norma constitucional? (3 correntes) 1ª – Sim por ter passado pelo processo de aprovação (solenidade). 2ª – Não por não ser obrigatório, ficando no plano sócio-político. 3ª – Misto por não ter relevância jurídica diretamente, mas sim indiretamente. O preâmbulo não tem aplicabilidade autônoma, por isso sua eficácia jurídica é indireta. Preâmbulo da atual constituição: Origem: Representantes do povo brasileiro, reunidos em Assembleia Nacional Constituinte e promulgada. Intenções: Instituir um Estado Democrático Assegurar direitos (sociais e individuais) Sociedade Fraterna Sociedade Pluralista Sem preconceitos Referência a princípios: - Liberdade, segurança, bem-estar, desenvolvimento, igualdade e a justiça. Chamam-se valores supremos. Ruptura com o sistema anterior: - Fundada na harmonia social e comprometida, na ordem nacional e internacional, com a solução pacífica das controvérsias. Princípios Fundamentais (Art. 1º ao 4º) Na constituição anterior esses princípios vinham no fim da constituição. Passaram ao início. - 1º diz-se o nome jurídico: “Republica Federativa do Brasil”. - República: eletividade, temporariedade, responsabilidade. - Federação: Divisão em estados-membros unidos. - Estado Democrático de Direito: de Direito = das leis. Democrático = “do povo, pelo povo para o povo”. Grandes mudanças do país exigem participação popular. A evolução é lenta e não pode retroceder. I – Soberania: um dos elementos do estado que se expressa no plano interno e no externo. Interno: - enaltece o povo na organização governamental; - estado respeitador, assegura os direitos. Externo: - Poder supremo e seus limites territoriais; - Influência do reconhecimento pelos demais países - Características para o reconhecimento: economia sólida e potencial bélico. II – Cidadania: Direito da população de participar dos negócios do Estado, através da escolha de representantes. Hoje também é o “direito de ter direitos” (ser cidadão). III – Dignidade da Pessoa Humana: - Também cabe “direito de ter direitos”; - Meu direito vai até onde começa o do outro; - Exercer o Direito de forma natural. IV – Valores sociais e Livre Iniciativa: - Direitos do trabalhador; - Linhas de crédito para livre iniciativa; - Teria que ajudar o pequeno e médio empreendedor (só conversa); - Critérios de compensação não são muito bons. É melhor equilibrar a economia do que incentivar efeitos momentâneos. V – Pluralismo Político: - Ampliar partidos (Porém temos lei de requisitos); - Proibição do retorno ao uni partidarismo ou bipartidarismo. P. único: Eleição do legislativo e executivo. Judiciário: concurso. Art 3º: Objetivos fundamentais: buscar aquilo que não temos: Cobrança, fiscalização, educação...para chegar aos objetivos. Art 4º: Relações internacionais: - Quando um crime reflete internacionalmente (ex: genocídio) - Crime em tempo de guerra - ATO INSTITUCIONAL: acima da constituição (período militar) - Lei de anistia: quem foi punido pelo AI, porém militares não se responsabilizavam. - Mercosul: mercado comum do sul, livre circulação, economia taxada. Se evoluir, moeda comum. Dos Direitos e Garantias Fundamentais Conjunto de normas indispensáveis e necessárias a todos (povo) para assegurar uma existência digna, livre e igual. Teve como marco a Revolução Francesa. A doutrina divide em 3 gerações/dimensões, porém nenhuma sobressai-se sobre a outra. 1ª Geração: - Associados aos direitos de liberdade. Surge com o liberalismo. Quanto + Estado – liberdade. - Liberdade de expressão, locomoção, informação, reunião. - Privacidade Proteção aos meus negócios. - Intimidade - Vida social Inviolabilidade domiciliar. 2ª Geração: Associados aos direitos de igualdade. São os direitos sociais (art. 6 e 7). Direitos dos trabalhadores, educação, saúde, alimentação, moradia... 3ª Geração: Associados aos direitos de Fraternidade. São os considerados direitos difusos (direito meu e de todos ao mesmo tempo). Direito ao meio ambiente, comunicação, consumidos, proteção à criança, idoso. 6 características importantes dos direitos e garantias fundamentais: 1 – Universais: aplicáveis a todos. Podem ser invocados por qualquer pessoa. 2 – Historicidade: conquista lenta e gradual pela sociedade (somente positivismo). 3 – Inalienáveis: não podem ser negociados. 4 – Imprescritíveis: não caem no desuso. 5 – Irrenunciáveis: Não pode nega-los. 6 – Aplicação imediata: não depende de outra lei. Direitos: Normas declaratórias de direitos. Caracterizam a existência aos direitos. Garantias: Normas assecuratórias. Asseguram direitos. Direitos e deveres individuais e coletivos - Explícitos: quando expressos na constituição. (art 5º e incisos). São formalmente constitucionais. - Implícitos: decorrentes do regime adotado (democrático) e dos princípios e tratados internacionais. São sustentados por cláusulas materiais abertas. Ex: Art. 5º, p. 2º e Art. 225. Tratados Internacionais EC 45 de 2004: inseriu o parágrafo 3º do Art. 5º. Todos os tratados de direitos humanos que forem aprovados em 2 turnos e três quintos dos votos: serão iguais à emenda constitucional. Se forem tratados internacionais que não são de dh, = lei ordinária. DIREITO À VIDA É o direito de não ser morto e de ter vida digna. Vai de encontro com o aborto, a eutanásia, pena de morte. Polêmica sobre início da vida: 4 correntes: - Corrente da concepção: fecundação do óvulo + esperma = zigoto. - Corrente da nidação: quando o zigoto se prende ao útero (+- 10 dias) - Corrente placa neural (snc):quando o feto começa o sistema nervoso. (+- 14 dias). É relacionado com a morte cerebral. - Corrente da passagem em potencial: quando o feto pode sair do útero e sobreviver. (+- 6 meses). Crime Aborto (cp, 124 até 127) Aborto Legal (128 cp): 2 ocasiões certas e 1 com autorização judicial: Necessário ou terapêutico: entre a vida da mãe e do filho. Aborto sentimental, humanitário ou ético: caso de estupro - Eugênico (piedoso): não tem previsão legal. Só com autorização judicial. Casos de anencefalia. Eutanásia:(121, pu, cp) é abreviar a vida, acelerar a morte, morte assistida. Pessoa está sob violenta emoção. Ortotanásia: ou eutanásia passiva. Quando médico deixa de prolongar a vida através de equipamentos artificiais. Legítima defesa: é uma “forma legal de matar”. 1º: usar moderadamente os meios. 2º: repele injusta agressão, atual ou eminente. Pena de morte: apenas em tempo de guerra, devido uso do código militar. Tortura: banimento. Crime inafiançável e imprescritível. Dignidade da pessoa humana: art 6 e 7, IV. DIREITO À LIBERDADE (Art. 5º) (9 liberdades) Tudo aquilo que posso fazer, desde que esteja dentro da lei. 1 - De pensamento (IV): considerada liberdade absoluta pelo seu controle ser posterior. 2 – De resposta (V): - proporcional ao dano cometido - normalmente via judicial - conhecido também por desagravo - apócrifo: anônimo 3 – De consciência (VI): - ideológico e filosófico - Estado não tem como controlar. 4 – De crença religiosa (VIII): - ideológica e filosófica + espiritualidade - Sistema brasileiro assegura este direito de crença - Também assegura ateus - Ex: alistamento: prestação alternativa. 5 – De expressão (IX): - não pode ter censura - não pode existir licença prévia - a censura aliena o pensamento 6 – De informação (XIV): - sigilo da fonte: o meio de comunicação não é obrigado divulgar a fonte, mas responde pelas consequências. 7 – De locomoção (XV):- em tempo de paz para atos lícitos, porém o estado pode intervir. Ex: atraque. 8 – De reunião (XVI): - envolve caráter transitório (temporário) - comunicação: deve preservar outro direito de reunião - abrange também reunião móvel (passeata, carreata, etc) 9 – De associação (XVII a XXI): - envolve caráter permanente - permitido para fins lícitos - para caráter paramilitar: proíbe, pois é competência do estado. - não depende de autorização do estado e o mesmo não pode interferir. DIREITO À IGUALDADE (ISONOMIA) Isonomia formal: direitos formais. Todos são iguais perante a lei. Gozam de gratuidade dos atos necessários ao exercício da cidadania. Ex: ceridão de nascimento. É mais fácil de ser atingida. Isonomia material ou substancial: é um tanto quanto utópica (não tem como alcançar). É considerada uma igualdade real perante os bens da vida Ex: direito mesmo salário. Ações afirmativas: - tem por base o direito a igualdade - caráter especial e de temporariedade - tratamento desigual aos desiguais - Ex: cotas, bolsa família. - Linha ideal, Art. 6º CF. Igualdade entre homens e mulheres: - devem ser tratados iguais - Ex de desigualdade: alistamento, licença maternidade, salário do homem. DIREITO À SEGURANÇA É a tranquilidade da pessoa exercer seus direitos. Pessoa Geral: - princípio da legalidade (inciso II) que combate o arbítrio do estado. - Nas relações jurídicas a lei não prejudicará: - Ato jurídico perfeito: obediência à lei - Direito adquirido: aquele que não tornamos perfeito - Coisa julgada: decisão irrecorrível. * relativização da coisa julgada: algumas exceções. Ex; paternidade. Pessoa Individual: Exercido isoladamente. - Princípio da inviolabilidade: à intimidade (X) = vida privada (família e amigos íntimos), ao domicílio (XII) e de dados e comunicações (XII). - intimidade (família e amigos) < vida privada (negócios) < vida social (sociedade. Aqui entra direito à imagem. Não pode para fins comerciais. Artistas e políticos podem para fins de notícia). Domicílio: casa (residência, hotel, motel, trabalho) é o asilo inviolável. Exceto: - flagrante delito: prática de crime e perseguição - desastre dia e noite - prestar socorro - determinação judicial: denúncia só de dia *Cláusula da reserva jurisdicional: só o poder judiciário pode invadir domicílio por mandato. Delegado, promotor, ou seja, executivo, não pode. Sigilo de dados e comunicações: - correspondência, incluindo eletrônica; - comunicações telefônicas: quebra de sigilo em 2 situações: 1 - Interceptação: nenhum integrante sabe que está sendo gravado. Lei só permite essa. O juiz precisa deferir prazo da escuta e quem irá escutar. 2 – Gravação clandestina: somente um integrante sabe da gravação. É considerada prova ilícita e inclui câmeras. A jurisprudência, dependendo o caso, aceita quando é pró-vítima. - Sigilo de dados bancários: não é só judiciário. Pode solicitar cpi, mp... SEGURANÇA JURÍDICA Segurança que o estado nos proporciona para resolver nossos problemas (kkk) Princípio da inafastabilidade ou do controle do poder judiciário (XXXVIII): - qualquer pessoa tem direito de buscar sua solução - não precisa esgotar nenhuma via administrativa. - Excesão: justiça desportiva, art 217, parágrafo 1º e habeas data. (acho que não cai) Princípio da proibição dos tribunais de exceção (XXXVII) - Não se pode criar um tribunal para um único caso. Isso retira o fator surpresa do julgamento e se reconhece o juiz natural. - Ex: Tribunal Nuremberg: crimes do nazismo. Temos garantia do julgamento onde o crime ocorreu. - Casos civis podem ser julgados em qualquer dos 3 tribunais. Princípio tribunal do júri (XXXVII) - É uma garantia do estado democrático. Se refere aos crimes dolosos contra a vida. Sociedade julgará culpado ou inocente. 7 pessoas. Plenitude de defesa: heterogeneidade dos jurados, sigilo das votações, soberania dos veredictos. Quanto menos técnico, mais justo. Princípio do juiz natural (LIII): garantia do julgamento pelo juiz competente do tribunal. Não haverá troca de juízes ou troca de tribunal para seu caso. GARANTIAS MATERIAIS (PENAL) Princípio da anterioridade e da reserva da lei penal (XXXIX): se não há lei, não há crime. Princípio da irretroatividade da lei penal mais gravosa (XL): Só retroage para benefício do réu, ou seja, mais benéfica retroage sempre. Princípio da personalização da pena (XLV): A pena não passa para herdeiros. Se o condenado morrer, extingue a pena. Princípio da proibição de determinadas penas (XLVII): Ficam proibidas: pena de morte, pena perpétua (máximo 30 anos de pena), penas cruéis, trabalho forçado e banimento. Princípios relativos à execução da pena privativa de liberdade (XLVIII a L): Quando uma pessoa é presa, a família precisa ser comunicada, a pessoa tem direito a advogado e o executivo precisa se identificar para comunicar a prisão. Princípio da vedação da prisão por dívida civil (LXVII): Ninguém poderá ser preso por causa de dívidas civis. Exceto por alimentos (Ex: pensão). Princípios relativos à extradição (LI e LII): Extradição: é quando a pessoa comete crime em estado estrangeiro e este estado solicita esta pessoa para julgamento em outro estado. Regra: Brasileiro nato: jamais extraditado Brasileiro naturalizado: somente em 2 exceções: crime comum antes da naturalização ou tráfico em qualquer circunstância. Tipos de extradição: - Ativa: quando o Brasil solicita a pessoa para extradição. - Passiva: quando o Brasil entrega a pessoa para extradição. A regra vale neste tipo. Estatuto do estrangeiro (infraconstitucional): como o nome já diz, só vale para estrangeiros - Critérios para extradição: reciprocidade, capacidade (legitimidade), a pessoa precisa estar presa e a acusação que esta pessoa está recebendo, precisa ser considerada crime no Brasil. - Como funciona: Para a pessoa ser extraditada precisa passar pelo executivo e pelo judiciário. Primeiro o judiciário analisa os critérios acima citados e, se estiver conforme o devido, encaminha para o presidente decidir se vai ou não extraditar. Esta análise do presidente chama-se ato discricionário. EXTRADIÇÃO é diferente de EXPULSÃO que é diferente de DEPORTAÇÃO - Expulsão: retirada forçada de um estrangeiro do território brasileiro pela prática de um crime contra a ordem jurídica do país, contra a segurança nacional ou por interesses nacionais. - Deportação: devolução compulsória de um estrangeiro. Não preenche os requisitos para permanecer no país. GARANTIAS PROCESSUAIS (7 PRINCÍPIOS) 1 – Princípio do devido processo legal (LIV): tudo deve estar reunido em um só documento. Pode existir curador especial. Frase famosa: “O que não está no processo não está no mundo”. 2 – Princípio do contraditório e da ampla defesa (LV): ouvir a outra parte, audiência bilateral. Exige-se a presença através da citação: chamar, mencionar, citar a outra parte no processo. Existe prazo de contestação de 15 dias. 3 – Princípio da proibição de prova ilícita (LVI): tortura, gravação clandestina, interceptação sem autorização. Exceções: em favor da vítima. Ex; extorsão, sequestro. Entendimento do STF: Prova por gravação de conversa própria: pessoa que está gravando é vítima de proposta criminosa = PODE Gravação por um terceiro = PODE PARA LEGÍTIMA DEFESA Na interceptação legal, se descoberto outro crime decorrente da prática da atividade desconfiada = PODE Interrogatório sub-reptício= PODE (NÃO TENHO CERTEZA) Diálogo em local público= PODE. 4 – Princípio da presunção de inocência (LVII): todos são inocentes até que se prove o contrário. 5 – Princípio da proibição de identificação criminal da pessoa portadora de documento civil válido (LVIII): quando portar documento civil válido, não precisa ser feita identificação digital, a não ser que haja suspeita e seja feita justificadamente. 6 – Princípio da comunicabilidade das prisões (LXI a LXVI): dar uma lida nos incisos 7 – Princípio da celeridade processual (LXXVIII): acessoà justiça, resposta do poder judiciário enquanto viva. Se a pessoa tem 60 anos ou mais, possui tramitação preferencial. CNS decidiu que processo cível precisa tramitar em, no máximo, 5 anos para ter uma sentença. Caso não ocorra, também vai para tramitação preferencial.
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