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A1 Farmacobotânica e sua importância

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Farmacobotânica e sua importância
1
O uso de plantas com finalidade terapêutica sempre fez parte da cultura do homem. O aprendizado do uso de plantas se deu de várias maneiras: por instinto, por observação dos animais que as usavam e até por inspiração divina.
Com o avanço científico, tecnológico e a descoberta do Novo Mundo, novas drogas vegetais como a Quina e a Ipeca foram conhecidas, o que aumentou o interesse pelo mundo vegetal e propiciou o desenvolvimento da botânica.
Outra forma de ciência, a química, fez com que as atenções se voltassem para as propriedades farmacológicas e os princípios ativos encerrados nos vegetais.
O estudo das plantas medicinais ganhou novas formas de tratamento e uma delas, começou a relacionar a planta com seu local de origem, a população que a utilizava e com que finalidade. Essa visão contextualizada, chamada de etnografia, no caso das plantas é chamada de etnobotânica.
2
O estudo etnobotânico existe desde os primórdios da humanidade, mas somente em 1895 o termo etnobotânica foi formalmente definido por Hasberger como sendo o estudo de plantas por tribos primitivas e aborígenes.
Encontra-se na literatura várias definições distintas para o termo etnobotânica e seus conteúdos podem ter vários enfoques, de acordo com a formação do pesquisador e sua linha de pesquisa. 
O estudo etnobotânico envolve fatores objetivos e subjetivos, por isso, em sua prática, a colaboração interdisciplinar se faz necessária.
Alguns autores defendem que a botânica, a farmacologia e a fitoquímica juntas enriquecem os conhecimentos sobre a inesgotável fonte medicinal natural: a flora mundial.
Atualmente, a etnobotânica pode ser entendida como o estudo das interrelações (materiais ou simbólicas) entre o ser humano e as plantas.
3
 Biodiversidade e pesquisa
A Mata Atlântica é um dos ecossistemas mais devastados e ameaçados do planeta.
É um ecossistema muito complexo e com presença de muitas espécies endêmicas.
O complexo formador de florestas da Mata Atlântica possuía cerca de um milhão de km², associado a outro muito maior, a Floresta Amazônica.
Hoje, restam apenas 7 ou 8% da floresta original e suas porções mais preservadas estão localizadas nos estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Espírito Santo. 
4
Biodiversidade e pesquisa
De acordo com Dean, 2007, p.23, “A destruição dessas florestas é irreversível, no âmbito de qualquer escala temporal humana. Quando a floresta tropical é destruída, a perda em termos de diversidade, complexidade e originalidade não é apenas maior que a de outros ecossistemas: é incalculável. Pois embora seja exequível catalogar as formas de vida da floresta boreal – e, de fato, isto está bastante adiantado – o inventário de uma floresta tropical fica bem além de nossos recursos, atuais ou num futuro próximo.”
5
 Biodiversidade e pesquisa
Estima-se que o Brasil possua 22% das plantas conhecidas no mundo, um patrimônio que vem sendo alvo de cobiça por países do primeiro mundo.
Fato que é justificado pela escassez de novas descobertas, pelos processos tradicionais de síntese química, de moléculas farmacologicamente ativas e passíveis de uso em terapêutica; efeitos colaterais decorrentes do uso correto ou abusivo de fármacos sintéticos; e mudança do perfil do consumidor, que a partir do final da década de 80 tem preferido produtos naturais no lugar dos sintéticos.
A biodiversidade nas florestas tropicais tem reconhecida importância ecológica, econômica, social e cultural, mas o conhecimento do seu potencial científico ainda é restrito. 
6
Biodiversidade e pesquisa
Pesquisas podem subsidiar trabalhos sobre usos sustentáveis e apontar potenciais da biodiversidade através da valorização e do aproveitamento empírico das comunidades inseridas nesse ambiente.
Dessa forma, pesquisa etnodirigidas são ferramentas úteis, especialmente no Brasil.
Estima-se que 99% da flora brasileira seja quimicamente desconhecida.
Algumas pesquisas têm se ocupado em registrar as plantas, seus usos e indicações terapêuticas, deixando de lado as questões socioculturais.
Investigações etnofarmacológicas e etnobotânicas têm sido usadas como estratégia de seleção de plantas medicinais reconhecidas por cientistas em todo o mundo.
7
Biodiversidade e pesquisa
Para Geertz (1989), quando se quer compreender o que é ciência, não se deve olhar, em primeiro lugar, para suas teorias ou descobertas, mas sim, para o que os praticantes da ciência fazem.
Alguns aspectos limitantes da pesquisa etnodirigida: dificuldade de coletar informações fidedignas das pessoas; existência de questões éticas que envolvem acesso a conhecimento tradicional associado ao uso da biodiversidade; o uso de plantas em diferentes culturas encontrar-se associado, em maior ou menor grau, a componentes mágico-religiosos.
No plano internacional, a Convenção da Diversidade Biológica, diz que os países signatários devem “respeitar, preservar e manter o conhecimento, inovações e práticas das comunidades locais e populações indígenas com estilos de vida tradicionais relevantes à conservação e utilização sustentável da diversidade biológica”. 
8
Biodiversidade e pesquisa
Ainda no mesmo documento, diz-se que também é dever dos membros signatários “incentivar sua mais ampla aplicação com a aprovação e participação dos detentores desse conhecimento, inovações e práticas”, e “encorajar a repartição justa e equitativa dos benefícios oriundos da utilização desse conhecimento, inovações e práticas”.
Também a Agenda 21, que em seu capítulo 26 trata do “reconhecimento e fortalecimento do papel dos povos indígenas”, estabelece, entre outras medidas a serem adotadas pelos governos nacionais a fim de assegurar aos povos indígenas maior controle sobre suas terras e recursos, “a adoção e o fortalecimento de políticas apropriadas e/ou instrumentos legais que protejam a propriedade intelectual e cultural indígena e o direito à preservação de sistemas e práticas de acordo com seus costumes”.
9
Biopirataria 
Biopirataria é a exploração ou apropriação ilegal de recursos da fauna e da flora e de conhecimentos das comunidades tradicionais. O termo surgiu na Convenção Sobre Diversidade Biológica, apresentada na Eco 92 e desde então vem sendo motivo de discussões sobre a apropriação indébita por parte dos grandes laboratórios farmacêuticos.
Existem normas internacionais, como os tratados sobre Aspectos dos Direitos de Propriedade Intelectual relacionados com o Comércio (OMC – Organização Mundial do Comércio) que permitem aos pesquisadores patentear descobertas feitas através de pesquisas em outros países desde que estes tenham participação nos lucros obtidos com as descobertas. Entretanto, são inúmeros os casos em que a patente é feita, mas o país de origem sequer chega a ver a cor do dinheiro.
10
Bioprospecção 
Bioprospecção pode ser entendida como atividade exploratória que visa identificar componente do patrimônio genético e informação sobre conhecimento tradicional associado, com potencial de uso comercial.
Para a realização e efetivação da bioprospecção é necessário que o Poder Público, as entidades particulares não governamentais (ONGs), as universidades públicas e particulares, as empresas químicas e farmacêuticas entre outras, as comunidades e a coletividade em geral participem concretamente através de convênios, contratos de concessão, permissão e parcerias em geral. Só assim, poderão ser postos em prática os atos do processo de prospecção da biodiversidade.
11
Geração de novos medicamentos de origem vegetal
Plantas medicinais, preparações fitofarmacêuticas e produtos naturais isolados representam um mercado que movimenta bilhões de dólares, tanto em países industrializados como em países em desenvolvimento.
Nos países industrializados, a indústria químico-farmacêutica prefere os produtos naturais puros ou seus derivados semissintéticos, aos extratos vegetais, de composição química complexa.
As preparações fitoterápicas, representadas pelosextratos estandartizados e tinturas são preferidas nos países em desenvolvimento.
As plantas medicinais contém, normalmente, mais de uma substância ativa e diversas substâncias inativas que influenciam a ação dos componentes ativos.
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Geração de novos medicamentos de origem vegetal
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Geração de novos medicamentos de origem vegetal
Apesar do avanço da química de síntese, a investigação científica de plantas medicinais continua intensa.
Seus objetivos são: evidenciar plantas dotadas de atividade farmacológica; descoberta de novas substâncias farmacologicamente ativas; descoberta de novas moléculas que poderiam se transformar em medicamentos mediante processos de semi-síntese e a confirmação científica da validade do uso de plantas da medicina tradicional e da medicina popular.
No Brasil, o número de espécies vegetais investigadas farmacologicamente cresce, em média, 10% ao ano.
A seleção de plantas para pesquisa pode ser feita ao acaso, por critérios quimiotaxonômicos, ou ainda, por critérios etnofarmacológicos. 
 
14
Geração de novos medicamentos de origem vegetal
Enquanto são necessárias 22.900 substâncias sintetizadas para colocar um medicamento no mercado, a relação diminui para 400:1, quando a pesquisa é feita com base em indicações etnofarmacológicas.
Qualquer que seja o tipo de abordagem, a investigação de plantas medicinais envolve, obrigatoriamente, estudos multidisciplinares.
Antropólogos, etnobotânicos devem se responsabilizar pela coleta de informações sobre o uso da planta em medicina tradicional/popular;
Botânicos devem se responsabilizar pela identificação das espécies e estudos sistemáticos;
Farmacêuticos, químicos na preparação de extratos e screening fitoquímico;
Farmacologistas, no screening farmacológico, determinação de toxicidade aguda, testes de atividade farmacológica.
15
Geração de novos medicamentos de origem vegetal
A OMS, através da Resolução WHA 31.33, reconheceu a importância de plantas medicinais, recomendando que sejam estabelecidos “critérios científicos e métodos para assegurar a qualidade das preparações obtidas com plantas medicinais e sua eficácia no tratamento de condições e enfermidades específicas; padrões internacionais e especificações de identidade, pureza, potência e boas práticas de fabricação, métodos para uso seguro e efetivo de produtos fitoterápicos por diferentes profissionais da saúde e estabelecimento de Centros de Investigação e Capacitação para o estudo das plantas medicinais”.
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Características de estudos farmacológicos e fitoquímicos
A triagem farmacológica e a triagem fitoquímica constituem etapas iniciais da investigação de plantas medicinais.
A trigem ou screening é um conjunto de técnicas relativamente simples e de baixo custo que permitem ao pesquisador avaliar a possível ação farmacológica, a toxicidade e os principais grupos de constituintes químicos de uma planta.
A triagem farmacológica avalia a possível atividade farmacológica da planta.
A triagem fitoquímica permite determinar qualitativamente os principais grupos de constituintes químicos de uma planta.
A partir daí, orienta-se a extração e/ou fracionamento dos extratos no sentido dos grupos de maior interesse.
17
Características de estudos farmacológicos e fitoquímicos
No estudo farmacológico são utilizadas cobaias (camundongos ou ratos) que recebem a droga e são comparados com um grupo controle.
O estudo consiste na administração de doses crescentes até que se obtenha:
 um nível de dose que não mata nenhum dos animais tratados;
três níveis crescentes de dose onde morrem entre 10 e 90% dos animais; e
 uma última dose que mata 100% dos animais tratados.
A DL50 pode ser definida como nível de dose que mata 50% dos animais tratados.
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Características de estudos farmacológicos e fitoquímicos
No estudo fitoquímico os principais grupos de constituintes químicos devem ser identificados e interpretados em conjunto com o estudo farmacológico.
Assim, quando uma planta revela ação no SNC no estudo farmacológico e presença de alcaloides no estudo fitoquímico, é bastante provável que a ação farmacológica seja devida à fração alcaloídica.
A quantidade de material vegetal necessária para efetuar os testes (de triagem) varia de 5 a 200g.
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Instrumentos Legais
O uso de plantas medicinais é regulamento por alguns instrumentos legais entre eles:
RENISUS – Relação Nacional de Plantas Medicinais de Interesse ao SUS
Portaria 2982/2009 – aprova as normas de execução e de financiamento da Assistência Farmacêutica na Atenção Básica
RDC 71/2009 – estabelece normas para a rotulagem de medicamentos
RDC 10/2010 – dispõe sobre a notificação de drogas vegetais junto à ANVISA
RDC 17/2010 – dispõe sobre as boas práticas de fabricação de medicamentos.
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Definições Importantes
Medicamento fitoterápico é todo produto tecnicamente obtido e elaborado, empregando-se exclusivamente matérias primas ativas vegetais, com finalidade profilática, curativa ou para fins de diagnóstico com benefícios para o usuário.
Droga vegetal: planta medicinal, ou suas partes, que contenham as substâncias responsáveis pela ação terapêutica, após processos de coleta, estabilização (quando aplicável) e secagem, podendo estar na forma íntegra, rasurada, triturada ou pulverizada; 
Matéria-prima vegetal: compreende a planta medicinal, a droga vegetal ou o derivado vegetal; 
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Definições Importantes
Metabólitos secundários são compostos orgânicos que não estão diretamente envolvidos nos processos de crescimento, desenvolvimento e reprodução dos vegetais, mas são importantes para a sobrevivência e propagação das plantas. Alguns funcionam como sinais químicos que permitem à planta responder a estímulos do ambiente. Outros funcionam como defesa contra herbívoros, patógenos ou competidores.
Princípio ativo é a substância que deverá exercer efeito farmacológico.
Nome vulgar de uma planta é o nome pelo qual a planta é conhecida popularmente em determinada região. 
Nome científico ou botânico é sempre um binômio em latim, o primeiro termo identificando o gênero, o segundo identificando a espécie. As regras que governam a aplicação de nomes científicos estão no International Code of Botanical Nomenclature (Código Internacional de Nomenclatura Botânica).
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