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LEGISLAÇÃO PENAL ESPECIAL – CLEBER MASSON CRIMES HEDIONDOS CRIMES HEDIONDOS – LEI 8.072/1990 . 1. Lei 8.072/1990 e origem histórica . 2. Conceito de crime hediondo Critérios para definição dos crimes hediondos: a) Legal b) Judicial c) Misto . 2.1. Critério adotado no Brasil Art. 5º, XLIII, da Constituição Federal: “XLIII - a lei considerará crimes inafiançáveis e insuscetíveis de graça ou anistia a prática da tortura , o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, o terrorismo e os definidos como crimes hediondos, por eles respondendo os mandantes, os executores e os que, podendo evitá-los, se omitirem;” . Art. 1º, caput, da Lei 8.072/1990: “Art. 1º São considerados hediondos os seguintes crimes, todos tipificados no Decreto- Lei no 2.848, de 7 de dezembro de 1940 - Código Penal, consumados ou tentados” Crimes hediondos versus tentativa . 2.2. Crimes hediondos e princípio da insignificância STF e “crimes de máximo potencial ofensivo” . 2.3. O rol taxativo dos crimes hediondos a) Homicídio Inc. I – homicídio (art. 121), quando praticado em atividade típica de grupo de extermínio, ainda que cometido por um só agente, e homicídio qualificado (art. 121, § 2o, incisos I, II, III, IV, V, VI e VII); - Lei Glória Perez - Homicídio simples: a questão do grupo de extermínio (CP, art. 121, § 6º) - Homicídio híbrido (STJ: HC 153.728) . b) Lesão corporal Inc. I-A – lesão corporal dolosa de natureza gravíssima (art. 129, § 2º) e lesão corporal seguida de morte (art. 129, § 3º), quando praticadas contra autoridade ou agente descrito nos arts. 142 e 144 da Constituição Federal, integrantes do sistema prisional e da Força Nacional de Segurança Pública, no exercício da função ou em decorrência dela, ou contra seu cônjuge, companheiro ou parente consanguíneo até terceiro grau, em razão dessa condição; . c) Latrocínio Inc. II - latrocínio (art. 157, § 3º, in fine). - E o roubo qualificado pela lesão grave? - Atribuição de nome legal ao delito. . d) Extorsão Inc. III - extorsão qualificada pela morte (art. 158, § 2º) A polêmica envolvendo o sequestro relâmpago (art. 158, § 3º) . e) Extorsão mediante seqüestro Inc. IV - extorsão mediante seqüestro e na forma qualificada (art. 159, caput, e §§ 1º, 2º e 3º) f) Estupro Inc. V - estupro (art. 213, caput e §§ 1º e 2º) g) Estupro de vulnerável Inc. VI - estupro de vulnerável (art. 217-A, caput e §§ 1º, 2º, 3º e 4º) . i) Epidemia com resultado morte Inc. VII - epidemia com resultado morte (art. 267, § 1o) j) Falsificação de medicamentos Inc. VII-B - falsificação, corrupção, adulteração ou alteração de produto destinado a fins terapêuticos ou medicinais (art. 273, caput e § 1o, § 1o-A e § 1o-B, com a redação dada pela Lei no 9.677, de 2 de julho de 1998) k) Favorecimento da prostituição ou de outra forma de exploração sexual de criança ou adolescente ou de vulnerável . Inc. VIII - favorecimento da prostituição ou de outra forma de exploração sexual de criança ou adolescente ou de vulnerável (art. 218-B, caput, e §§ 1º e 2º) . l) Genocídio Art. 1º, parágrafo único: Considera-se também hediondo o crime de genocídio previsto nos arts. 1º, 2º e 3º da Lei no 2.889, de 1º de outubro de 1956, tentado ou consumado. - Aspectos principais - Crime contra a humanidade - Competência - Norma penal em branco “ao avesso” . 2.4. Crimes hediondos e cláusula salvatória . 2.5. Crimes equiparados aos hediondos a) Tráfico de drogas A figura privilegiada (art. 33, § 4º, da Lei 11.343/2006): “§ 4º Nos delitos definidos no caput e no § 1º deste artigo, as penas poderão ser reduzidas de um sexto a dois terços, vedada a conversão em penas restritivas de direitos, desde que o agente seja primário, de bons antecedentes, não se dedique às atividades criminosas nem integre organização criminosa”. . STF: Plenário, HC 118.533, Informativo 831 STJ e cancelamento da Súmula 512 b) Tortura: Lei 9.455/1997 c) Terrorismo: Lei 13.260/2016 . 3. Vedações legais “Art. 2º Os crimes hediondos, a prática da tortura, o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins e o terrorismo são insuscetíveis de:” . 3.1. Anistia, graça e indulto: inc. I A polêmica inerente ao indulto: proibição constitucional e ampliação legal CF, art. 5º, inc. XLIII: “a lei considerará crimes inafiançáveis e insuscetíveis de graça ou anistia a prática da tortura, o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, o terrorismo e os definidos como crimes hediondos, por eles respondendo os mandantes, os executores e os que, podendo evitá-los, se omitirem.” . Lei de Tortura e silêncio eloquente no tocante ao indulto Art. 1º, § 6º, da Lei 9.455/1997: “§ 6º O crime de tortura é inafiançável e insuscetível de graça ou anistia.” . 3.2. Fiança: Inc. II Cabimento de liberdade provisória sem fiança: análise crítica Reflexos nos demais crimes . 4. Regime inicial fechado para cumprimento da pena privativa de liberdade Art. 2º, § 1º: “A pena por crime previsto neste artigo será cumprida inicialmente em regime fechado”. Redação original e regime integralmente fechado: análise histórica . Art. 1º, § 7º, da Lei de Tortura: “O condenado por crime previsto nesta Lei, salvo a hipótese do § 2º, iniciará o cumprimento da pena em regime fechado.” Súmula 698 do STF: “Não se estende aos demais crimes hediondos a admissibilidade de progressão no regime de execução da pena aplicada ao crime de tortura”. . STF: Violação aos princípios da individualização da pena e da proporcionalidade, e ausência de previsão na CF (Plenário, HC 111.840, Informativo 672) . 5. Progressão de regime prisional Art. 2º, § 2º: “A progressão de regime, no caso dos condenados aos crimes previstos neste artigo, dar-se-á após o cumprimento de 2/5 (dois quintos) da pena, se o apenado for primário, e de 3/5 (três quintos), se reincidente.” Irrelevância de reincidência genérica ou específica, em crime doloso ou culposo (polêmica) Constitucionalidade da distinção para os crimes comuns . 6. Prisão temporária Art. 2º, § 4º: “A prisão temporária, sobre a qual dispõe a Lei no 7.960, de 21 de dezembro de 1989, nos crimes previstos neste artigo, terá o prazo de 30 (trinta) dias, prorrogável por igual período em caso de extrema e comprovada necessidade.” . 7. Estabelecimentos penais de segurança máxima “Art. 3º. A União manterá estabelecimentos penais, de segurança máxima, destinados ao cumprimento de penas impostas a condenados de alta periculosidade, cuja permanência em presídios estaduais ponha em risco a ordem ou incolumidade pública.” .
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