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Anestesia Venosa RAPHAELLA FERNANDES Sumário Histórico das medicações Medicações Venosas Farmacologia Geral na anestesia venosa Anestesia Venosa Total Histórico reinou por décadas - versatilidade síntese barata transporte simples volátil – fácil administração pouca depressão ventilatória alta potência indução lenta – mais segura época Eter Histórico Clorofórmio – hepatotóxico Etileno – inflamável Ciclopropano – inflamável Tricloroetileno – não inflamável Hidrocarbonetos fluorados – halotano Outros voláteis – ventilação espontânea Clorofórmio – hepatotóxico Etileno – inflamável Ciclopropano – inflamável Tricloroetileno – não inflamável Hidrocarbonetos fluorados – halotano Histórico 1929 – pentobarbital – lenta recuperação 1932 – hexobarbital – ação intermediária 1934 – tiopental – recuperação + rápida Ainda incomodava depressão ventilatória 1929 – pentobarbital – lenta recuperação 1932 – hexobarbital – ação intermediária 1934 – tiopental – recuperação + rápida Histórico 1942 – relaxantes musculares – IOT 1948 – galamina e decametônio 1960 – fentanil (ainda associado tiopental) Busca pelo anestésico ideal benzodiazepínicos cetamina cetamina 1977 – ICI - propofol 1942 – relaxantes musculares – IOT 1948 – galamina e decametônio 1960 – fentanil Busca pelo anestésico ideal benzodiazepínicos cetamina 1977 – propofol FÁRMACOS VENOSOS Classificação Fármacos Venosos não Opióides barbitúricos benzodiazepínicos etomidato cetamina propofol Opióides derivados ópio morfina codeína sintéticos não Opióides barbitúricos benzodiazepínicos etomidato cetamina propofol Opióides derivados ópio morfina codeína sintéticos Mecanismo de Ação ALVO DA ANESTESIA: Membrana celular lipoprotéica ALVO DA ANESTESIA: Membrana celular lipoprotéica Fármacos Venosos não Opióides barbitúricos benzodiazepínicos etomidato cetamina propofol Opióides derivados ópio morfina codeína sintéticos não Opióides barbitúricos benzodiazepínicos etomidato cetamina propofol Não Opióides Receptor GABA – ác. gama aminobutírico NMDA Receptor GABA – ác. gama aminobutírico NMDA Barbitúricos Tiopental e Tiamilal são tiobarbitúricos Metoexital é oxibarbitúrico Tiopental é altamente lipossolúvel Clearance 3,4 ml.kg-1.min-1 (MDZ 7,5 PROP 25) Volume Distribuição 2,5 l.kg-1 (MDZ 1,5 PROP 10) Meia vida eliminação 11h (MDZ 2 DZP 40) Efeito neuroprotetor – reduz metabolismo cerebral Depressão ventilatória e CV dose dependentes Redução retorno venoso por vasodilatação Tiopental e Tiamilal são tiobarbitúricos Metoexital é oxibarbitúrico Tiopental é altamente lipossolúvel Clearance 3,4 ml.kg-1.min-1 Volume Distribuição 2,5 l.kg-1 Meia vida eliminação 11h Efeito neuroprotetor – reduz metabolismo cerebral Depressão ventilatória e CV dose dependentes Redução retorno venoso por vasodilatação Benzodiazepínicos Agonistas GABA A Ansiolíticos, hipnóticos, anticonvulsivantes Amnésicos e relaxantes musculares Maior diferença é meia vida: BZD > LRZ > MDZ Dose amnésia < ansiolítica < hipnótica Fluxo sanguíneo e metabolismo cerebral Alterações cardiovasculares são efeito central Sinergia com opióides e propofol Grande variação interpessoal da sensibilidade Agonistas GABA A Ansiolíticos, hipnóticos, anticonvulsivantes Amnésicos e relaxantes musculares Maior diferença é meia vida: DZP > LRZ > MDZ Dose amnésia < ansiolítica < hipnótica Fluxo sanguíneo e metabolismo cerebral Sinergia com opióides e propofol Grande variação interpessoal da sensibilidade Etomidado Hipnótico derivado imidazólico - agonista GABA Rápidos início e término de ação Hipnótico de melhor estabilidade hemodinâmica Clearance 17 ml.kg-1.min-1 (MDZ 7,5 TIO 3 PROP 25) Volume Distribuição 2,5 l.kg-1 (PROP 10 MDZ 1,5 ) Dose indução: 0,3 mg.kg-1 Efeito adverso: supressão adrenal, náusea e vômito Não permite infusão de manutenção Solução propilenoglicol – dor injeção e tromboflebite Hipnótico derivado imidazólico - agonista GABA Início e término de ação Hipnótico de melhor estabilidade hemodinâmica Clearance 17 ml.kg-1.min-1 Volume Distribuição 2,5 l.kg-1 Dose indução: 0,3 mg.kg-1 Efeito adverso: supressão adrenal, náusea e vômito Não permite infusão de manutenção Solução propilenoglicol – dor injeção e tromboflebite Propofol agonista GABA A agente hipnótico para indução e manutenção produz sedação, hipnose e ansiólise rápido início de ação, curta duração mínimos efeitos adversos, dose-dependentes meia vida contexto-dependente favorável fármaco sem similares estrutura molecular de fenol agonista GABA A agente hipnótico para indução e manutenção produz sedação, hipnose e ansiólise rápido início de ação, curta duração mínimos efeitos adversos, dose-dependentes forma pura é líquido amarelado baixo ponto de fusão: 19ºC extremamente lipossolúvel inviável transformação em sal hidrossolúvel Propofol meia vida contexto-dependente favorável fármaco sem similares forma pura é líquido amarelado extremamente lipossolúvel FORMULAÇÃO INICIAL Alternativa: 1. Combinação solvente orgânico CREMOFOR mercado Europeu em 1977 inúmeros casos de anafilaxia retirado mercado em 1983 substituído pela formulação atual 1. Combinação solvente orgânico CREMOFOR mercado Europeu em 1977 inúmeros casos de anafilaxia retirado mercado em 1983 substituído pela formulação atual Barash – 6th – Clinical Anesthesia FORMULAÇÃO ATUAL Alternativa: INTRALIPID® 2. Emulsão Lipídica óleo de soja - liga molécula propofol lecitina de ovo – emulsificante glicerol – isotonicidade resolveu problema de administração EV 2. Emulsão Lipídica óleo de soja - liga molécula propofol lecitina de ovo – emulsificante glicerol – isotonicidade resolveu problema de administração EV Barash – 6th – Clinical Anesthesia EMULSÃO LIPÍDICA VANTAGENS meio-termo entre lípideo e água permite veicular molécula lipossolúvel permite administração endovenosa sem embolização oferece solução estável VANTAGENS meio-termo entre lípideo e água permite veicular molécula lipossolúvel permite administração endovenosa sem embolização oferece solução estável Barash – 6th – Clinical Anesthesia EMULSÃO LIPÍDICA DESVANTAGENS dor à injeção hiperlipidemia estabilidade frágil – temperatura veículo nutritivo é meio de cultura DESVANTAGENS dor à injeção hiperlipidemia estabilidade frágil – temperatura veículo nutritivo é meio de cultura Barash – 6th – Clinical Anesthesia PROPOFOL Agonista GABA Despertar breve com estado mental claro Clearance 25 ml.kg-1.min-1 (MDZ 7,5 TIO 3 SFNT 13) Volume Distribuição 10 l.kg-1 (REMI 0,2 FNT 5,9) Infusão Contínua Variação farmacocinética interindivíduos BIS otimiza Pico ação 2,2 min (equilíbrio 8 - 10 min) Infusão 50 – 150 µg.kg-1.min-1 Alvo: 1 – 4 µg.ml-1 Efeito adverso: vasodilatação periférica Não explorar paraefeitos !!! Despertar breve com estado mental claro Clearance 25 ml.kg-1.min-1 Volume Distribuição 10 l.kg-1 Variação farmacocinética interindivíduos BIS otimiza Pico ação 2,2 min (equilíbrio 8 - 10 min) Efeito adverso: vasodilatação periférica CETAMINA Estrutura molecular possibilita 2 isômeros óticos Isômero S: potência 3x maior e clearance 35% superior Antagonista NMDA – produz anestesia dissociativa por desorganização funcional mesencefálica e talâmica Reações psicológicas, alucinações, medo - no despertar Menor incidência cças, atenuadas BZD, dose dependentes Mínima depressão ventilatória dose dependente, broncodil. Não preserva reflexos protetores de via aérea Estrutura molecular possibilita 2 isômeros óticos Isômero S: potência 3x maior e clearance 35% superior Antagonista NMDA – produz anestesia dissociativa Reações psicológicas, alucinações, medo – no despertar Menor incidência cças, atenuadas BZD Mínima depressão ventilatória dose dependente Broncodilatador Não preserva reflexos protetores de via aérea CETAMINA Potencializa analgesia opíóide e previne hiperalgesia Único anestésico venoso q faz estimulação cardiovascular Hipnótico de melhor estabilidade hemodinâmica Rápido início ação: 30 seg Pico: 1 min Dose indução: 0,5 - 2 mg.kg-1 EV Duração proporcional à dose Contra-indicações: HIC, AVCH, aneurismas cerebrais, coronariopatia, doença psiquiátrica Potencializa analgesia opíóide e previne hiperalgesia Único anestésico venoso que faz estimulação cardiovascular Hipnótico de melhor estabilidade hemodinâmica Rápido início ação: 30 seg Pico: 1 min Dose indução: 0,5 - 2 mg.kg-1 EV Duração proporcional à dose Contra-indicações: HIC, AVCH, aneurismas cerebrais, coronariopatia, doença psiquiátrica Opióides derivados ópio morfina codeína (fenantrênicos) sintéticos (fenilpiridinas) Fármacos Venosos Opióides derivados ópio morfina codeína (fenantrênicos) sintéticos (fenilpiridinas) OPIÓIDES Termo deriva de ópio – opus = suco em grego Ópio – vagens sementes Papaver somniferum Referido escritos Teofrasto séc. III a.C. 1806 Sertuener isolou morfina – Morpheu Sintéticos: + potentes e + margem segurança 1939 – meperiridina – 1º 1960 – fentanil fenilpiperidinas Termo deriva de ópio – opus = suco em grego Ópio – vagens sementes Papaver somniferum 1806 Sertuener isolou morfina Sintéticos: + potentes e + margem segurança 1939 – meperidina – 1º 1960 – fentanil Barash – 6th – Clinical Anesthesia OPIÓIDES 1974 – 1976 – sufentanil e alfentanil 1990 – remifentanil Modificações estruturais alteraram afinidade pelo receptor características farmacocinéticas tipo de ativação receptor 1974 – 1976 – sufentanil e alfentanil 1990 – remifentanil Modificações estruturais alteraram afinidade pelo receptor características farmacocinéticas tipo de ativação receptor Barash – 6th – Clinical Anesthesia Mecanismo de Ação ALVO DA ANESTESIA: Membrana celular lipoprotéica ALVO DA ANESTESIA: Membrana celular lipoprotéica Saesp – Tratado de anestesiologia Mecanismo de Ação Opióides – receptor acoplado à proteína G Opióides – receptor acoplado à proteína G Proteína G Cascata de efeitos K+ Ca+ µ – condutância K+ φ – y – Ca+ Hiperpolariza membrana Liberação neurotransmissor Cascata de efeitos K+ Ca+ µ – condutância K+ Φy – Hiperpolariza membrana Liberação neurotransmissor OPIÓIDES Morfina Fentanil Sufentanil Alfentanil Remifentanil Morfina - fenantrênico – 0,1 µg/Kg-1 IV, 30-50 µg/Kg-1 epidural, 0,3 µg/Kg-1 raqui agonista receptores µ1 centrais, µ2 espinhais, y, φ analgesia, sedação, ret. urinária, prurido, CAM disforia, insônia, constipação, espasmo Oddi ACTH, FSH, LH, ADH, tosse, náusea vômito Fentanil - fenilpiperidina 50 – 100x mais potente que morfina agonista receptores µ1 centrais, µ2 espinhais, y, φ analgesia, sedação, ret. urinária, prurido, CAM alta lipossolubilidade, alto volume distribuição rigidez torácica (CO2), náusea vômito ventilação resposta centro resp. CO2 tônus simpático – vasodilatação, PA, FC metabolização hepática, eliminação renal (6%) - fenilpiperidina 50 – 100x mais potente que morfina agonista receptores µ1 centrais, µ2 espinhais, y, φ analgesia, sedação, ret. urinária, prurido, CAM alta lipossolubilidade, alto volume distribuição rigidez torácica , náusea vômito ventilação resposta centro resp. CO2 tônus simpático – vasodilatação, PA, FC metabolização hepática, eliminação renal (6%) Alfentanil Derivado tetrazólico FNT potência 10x menor Clearance 6 ml.kg-1.min-1 (FNT~10) Lipossolubilidade 128 (FNT~816, SFNT~1757) Volume Distribuição 0,5-1 l.kg-1 ~ (Remi 0,25-0,4) Pico de ação em 1,4 min (89% não ionizada) Indução bolus segura 50 - 100 µg.kg-1 Infusão 0,3 – 2 µg.kg-1.min-1 Alvo: ~ 200 ng.ml-1 Interromper 10 - 20 min. antes despertar Analgesia pós operatória pobre Derivado FNT potência 10x menor Clearance 6 ml.kg-1.min-1 (FNT~10) Lipossolubilidade 128 (FNT~816, SFNT~1757) Volume Distribuição 0,5-1 l.kg-1 Pico de ação em 1,4 min Interromper 10 - 20 min. antes despertar Analgesia pós operatória pobre Sufentanil Derivado tienil FNT potência 10x maior Lipossolubilidade 1757 (FNT 816) Volume Distribuição 2,8 l.kg-1 (FNT 5,9) Taxa ligação proteínas 93% Clearance 15 ml.kg-1.min-1 (FNT~10) Indução bolus 0,5 - 2 µg.kg-1 Pico de ação em 5,6 min (apenas 20% não ionizada) Infusão 0,3 – 0,5 µg.kg-1.h-1 Alvo: ~ 0,3 ng.ml-1 Interromper 20 - 40 min. antes despertar Infusão Contínua Derivado FNT potência 10x maior Lipossolubilidade 1757 (FNT 816) Volume Distribuição 2,8 l.kg-1 (FNT 5,9) Taxa ligação proteínas 93% Clearance 15 ml.kg-1.min-1 (FNT~10) Pico de ação em 5,6 min Interromper 20 - 40 min. antes despertar Remifentanil Volume de distribuição muito restrito Rápido pico de ação – 90 segundos Curta duração - com decaimento acentuado concentração Consequente fácil titulação de efeito ao momento cirúrgico Meia vida contexto-dependente fixa em 4 a 6 minutos Único opióide depuração plasmática órgão-independente Não há acúmulo nos compartimentos periféricos Não há efeito residual – não oferece analgesia pós-op. Volume de distribuição muito restrito Rápido pico de ação – 90 segundos Curta duração Consequente fácil titulação de efeito ao momento cirúrgico Meia vida contexto-dependente fixa em 4 a 6 minutos Único opióide depuração plasmática órgão-independente Não há acúmulo nos compartimentos periféricos Não há efeito residual – não oferece analgesia pós-op. Saesp – Tratado de anestesiologia Remifentanil Tem rápido pico de ação – 90 segundos – Sequência ideal: 1º hipnótico – ex. propofol - tem efeito máx. 3 min. 2º remifentanil iniciar infusão bomba – dose indução re-programar para manutenção !!! 3º bloqueador neuromuscular 4º intubação Tem rápido pico de ação – 90 segundos – Sequência ideal: 1º hipnótico – ex. propofol - tem efeito máx. 3 min. 2º remifentanil iniciar infusão bomba – dose indução re-programar para manutenção !!! 3º bloqueador neuromuscular 4º intubação Saesp – Tratado de anestesiologia Remifentanil – pode ser usado bolus inicial: 1 µg.kg-1 em 1 minuto p.ex. intubação rápida – mas bolus pode causar complicações: rigidez torácica hipotensão bradicardia – pode ser usado bolus inicial: 1 µg.kg-1 em 1 minuto p.ex. intubação rápida – mas bolus pode causar complicações: rigidez torácica hipotensão bradicardia Saesp – Tratado de anestesiologia Remifentanil no Idoso Alterações na farmacocinética entre 50-80 anos : 20% volume do compartimento central 30% clearance Consequência: maior sensibilidade taxa de infusão deve ser 1/3 da usada no adulto (1/2 > 65a) “ajuste da dose pela idade é mais importante do que pelo peso” Minto et al. Alterações na farmacocinética entre 50-80 anos : 20% volume do compartimento central 30% clearance Consequência: maior sensibilidade taxa de infusão deve ser 1/3 da usada no adulto (1/2 > 65a) “ajuste da dose pela idade é mais importante do que pelo peso” Saesp – Tratado de anestesiologia FARMACOLOGIA GERAL NA ANESTESIA VENOSA Farmacologia Geral Farmacocinética descreve o que acontece com a droga Farmacodinâmica descreve efeitos que a droga produz Para produzir efeitos deve haver quantidade adequada Esta quantidade é a concentração terapêutica no alvo Farmacocinética descreve o que acontece com a droga Farmacodinâmica descreve efeitos que a droga produz Para produzir efeitos deve haver quantidade adequada Esta quantidade é a concentração terapêutica no alvo Saesp – Tratado de anestesiologia Farmacologia Geral Concentração terapêutica – conceitos: É o primeiro fator determinante relação dose - efeito Porção droga circulando na forma inalterada E que atinge o órgão-alvo (biofase ou receptor) É afetada por: disponibilidade distribuição eliminação Concentração terapêutica – conceitos: É o primeiro fator determinante relação dose - efeito Porção droga circulando na forma inalterada E que atinge o órgão-alvo (biofase ou receptor) É afetada por: disponibilidade distribuição eliminação Saesp – Tratado de anestesiologia Eliminação biotransformação meia-vida de eliminação meia-vida contexto-dependente Princípios Gerais Farmacocinética Disponibilidade lipossolubilidade grau de ionização ligação proteínas plasmáticas Distribuição volume de distribuição distribuição por compartimento constantes de transferência meias-vidas de distribuição Eliminação biotransformação meia-vida de eliminação meia-vida contexto-dependente Disponibilidade lipossolubilidade grau de ionização ligação proteínas plasmáticas Distribuição volume de distribuição distribuição por compartimento meias-vidas de distribuição Saesp – Tratado de anestesiologia Princípios Gerais Farmacocinética Disponibilidade lipossolubilidade grau de ionização ligação proteínas plasmáticas Disponibilidade lipossolubilidade grau de ionização ligação proteínas plasmáticas Saesp – Tratado de anestesiologia Lipossolubilidade - λow Morfina 1,4 Meperidina 39 Fentanil 816 Sufentanil 1757 Alfentanil 128 Remifentanil 18 Morfina 1,4 Meperidina 39 Fentanil 816 Sufentanil 1757 Alfentanil 128 Remifentanil 18 Saesp – Tratado de anestesiologia Facilidade para penetrar membrana lipídica 44 Grau de Ionização – % (pH 7,4) Morfina 23 Meperidina 7 Fentanil 8,5 Sufentanil 20 Alfentanil 89 Remifentanil 58 Morfina 23 Meperidina 7 Fentanil 8,5 Sufentanil 20 Alfentanil 89 Remifentanil 58 Saesp – Tratado de anestesiologia relação entre o número de moléculas ionizadas e o número total de moléculas dissolvidas 45 Ligação Proteínas Plasmáticas % Morfina 35 Meperidina 70 Fentanil 84 Sufentanil 93 Alfentanil 92 Remifentanil 80 Morfina 35 Meperidina 70 Fentanil 84 Sufentanil 93 Alfentanil 92 Remifentanil 80 Fármacos se ligam a proteínas plasmáticas: Drogas ácidas se ligam à albumina Drogas básicas se ligam à alfa 1 glicoproteína ácida Saesp – Tratado de anestesiologia Disponibilidade lipossolubilidade grau de ionização ligação proteínas plasmáticas Distribuição volume de distribuição distribuição por compartimento constantes de transferência meias-vidas de distribuição Princípios Gerais Farmacocinética Disponibilidade lipossolubilidade grau de ionização ligação proteínas plasmáticas Distribuição volume de distribuição distribuição por compartimento meias-vidas de distribuição Volume de Distribuição músculos SNC sangue gordura músculos SNC sangue gordura Volume de Distribuição Reflete a extensão da distribuição do fármaco: quantidade injetada / concentração no sangue - volume aparente - pode ser maior do que qualquer volume real - pode ser tão pequeno quanto o volume plasmático depende da captação tissular do fármaco Reflete a extensão da distribuição do fármaco: quantidade injetada / concentração no sangue - volume aparente - pode ser maior do que qualquer volume real - pode ser tão pequeno quanto o volume plasmático depende da captação tissular do fármaco, lipossolubilidade e ligação a proteínas plasmáticas Saesp – Tratado de anestesiologia Meia-vida Tempo para concentração do fármaco cair 50% no plasma exemplo: 1 minuto meia-vida = cai para 50% meias-vidas = cai para 25% meias-vidas = cai para 12,5% meias-vidas = cai para 6,25% meias-vidas = cai para 3,125% meias-vidas = cai para 1,5625% ~ zero Tempo para concentração do fármaco cair 50% no plasma exemplo: 1 minuto meia-vida = cai para 50% meias-vidas = cai para 25% meias-vidas = cai para 12,5% meias-vidas = cai para 6,25% meias-vidas = cai para 3,125% meias-vidas = cai para 1,5625% ~ zero Saesp – Tratado de anestesiologia Compartimentos músculos SNC sangue gordura músculos SNC sangue gordura Distribuição Compartimento Inicialmente conforme o DC e o fluxo sanguíneo a cada órgão: Alta perfusão: coração, pulmões, cérebro, fígado e rins Intermediária: músculos, outras vísceras, pele Baixa perfusão: gordura, ossos, líquor A seguir os fármacos se ligam a proteínas plasmáticas: Drogas ácidas se ligam à albumina Drogas básicas se ligam à alfa 1 glicoproteína ácida E se distribuem conforme a solubilidade que apresentam Inicialmente conforme o DC e o fluxo sanguíneo a cada órgão: Alta perfusão: coração, pulmões, cérebro, fígado e rins Intermediária: músculos, outras vísceras, pele Baixa perfusão: gordura, ossos E se distribuem conforme a solubilidade que apresentam Saesp – Tratado de anestesiologia Farmacocinética Modelo tricompartimental: Drogas são injetadas no compartimento central – [ ] máxima Ocorre fase inicial distribuição rápida – órgãos alta perfusão Seguida de fase de distribuição lenta – órgãos perfusão ~ Finalmente muito lenta a tecidos de baixa perfusão Modelo tricompartimental: Drogas são injetadas no compartimento central – [ ] máxima Ocorre fase inicial distribuição rápida – órgãos alta perfusão Seguida de fase de distribuição lenta – órgãos de intermediária perfusão Finalmente muito lenta a tecidos de baixa perfusão 2 1 3 2 1 3 Modelo Tricompartimental Anestesia Venosa Total. 2. Anestesia. I. Sociedade Brasileira de Anestesiologia. II. Nunes, Carlos Eduardo Lopes e Duarte, Nádia Maria da Conceição. 111 3 0 6 10 8 0 10 20 30 40 424 2 Infusão compartimento central 111 3 0 6 10 8 0 10 20 30 40 424 2 Anestesia Venosa Total. 2. Anestesia. I. Sociedade Brasileira de Anestesiologia. II. Nunes, Carlos Eduardo Lopes e Duarte, Nádia Maria da Conceição. 1 3 Redistribuição 0 6 8 10 0 10 20 30 40 424 2 1 3 0 6 8 0 10 20 30 40 424 2 Anestesia Venosa Total. 2. Anestesia. I. Sociedade Brasileira de Anestesiologia. II. Nunes, Carlos Eduardo Lopes e Duarte, Nádia Maria da Conceição. Meias-vidas de distribuição Tempo para concentração fármaco cair à metade no plasma » entre compartimentos: t ½ п – determinada pela distribuição rápida inicial (V1 » V2) t ½ α – determinada distribuição lenta subsequente (V1 » V3) Tempo para concentração fármaco cair à metade no plasma » entre compartimentos: t ½ п – determinada pela distribuição rápida inicial (V1 » V2) t ½ α – determinada distribuição lenta subsequente (V1 » V3) Manica – Anestesiologia Principios e Técnicas Eliminação biotransformação meia-vida de eliminação meia-vida contexto-dependente Disponibilidade lipossolubilidade grau de ionização ligação proteínas plasmáticas Distribuição volume de distribuição distribuição por compartimento constantes de transferência meias-vidas de distribuição Princípios Gerais Farmacocinética Eliminação biotransformação meia-vida de eliminação meia-vida contexto-dependente Disponibilidade lipossolubilidade grau de ionização ligação proteínas plasmáticas Distribuição volume de distribuição distribuição por compartimento meias-vidas de distribuição Saesp – Tratado de anestesiologia Biotransformação Reações de FASE 1 conversão em compostos mais polares - hidrossolúveis Oxidação: dealquilação perda radical ácido – ex. epinefrina, atropina hidroxilação aquisição radical hidroxila – ex. lidocaína desaminação perda radical NH2 (amônia) dessulforação mudança radical SH para SOH – ex. tiopental formação de sulfóxido incorporação =O no S Hidrólise – de ésteres e amidas – ex. succinilcolina e pancurônio Redução – nitrorredução incorpora N2 Reações de FASE 1 Saesp – Tratado de anestesiologia Biotransformação Reações de FASE 2 conjugação com compostos endógenos no grupo polarizado glicuro–conjugação – ex. propranolol, fentanil, morfina acetilação conjugação com glicina conjugação com sulfato – ex. fentanil, morfina metilação – ex. procainamida Reações de FASE 2 conjugação com compostos endógenos no grupo polarizado Saesp – Tratado de anestesiologia Eliminação músculos gordura infusão eliminação SNC sangue Influencia duração clínica músculos gordura infusão eliminação SNC sangue Influencia duração clínica Eliminação a partir do compartimento central na forma inalterada ou de metabólitos Excreção renal – forma hidrossolúvel Excreção biliar ou fecal – conjugada com sais biliares Outras vias: suor, leite materno – forma lipossolúvel a partir do compartimento central na forma inalterada ou de metabólitos Excreção renal – forma hidrossolúvel Excreção biliar ou fecal – conjugada com sais biliares Outras vias: suor, leite materno – forma lipossolúvel Saesp – Tratado de anestesiologia 1 3 Eliminação 0 6 8 10 0 10 20 30 40 424 2 1 3 0 6 8 10 0 10 20 30 40 424 2 Meia Vida de Eliminação Tempo para concentração fármaco cair à metade no plasma t ½ β: determinada pela retirada compartimento central Tempo para concentração fármaco cair à metade no plasma t ½ β: determinada pela retirada compartimento central Manica – Anestesiologia Principios e Técnicas Meia Vida Contexto Dependente Tempo para concentração cair à metade cessada a infusão 50 120 Tempo para concentração cair à metade cessada a infusão 50 120 Manica – Anestesiologia Principios e Técnicas 65 ANESTESIA VENOSA TOTAL Anestesia Venosa Total vantagens: Melhor qualidade de despertar Titulação do plano anestésico Segura em suspeita hipertermia maligna Maior satisfação do paciente Menor poluição ambiental vantagens: Melhor qualidade de despertar Segura em suspeita hipertermia maligna Maior satisfação do paciente Menor poluição ambiental Anestesia Venosa Total. 2. Anestesia. I. Sociedade Brasileira de Anestesiologia. II. Nunes, Carlos Eduardo Lopes e Duarte, Nádia Maria da Conceição. Picos de Estresse Cirúrgico Anestesia Venosa Total. 2. Anestesia. I. Sociedade Brasileira de Anestesiologia. II. Nunes, Carlos Eduardo Lopes e Duarte, Nádia Maria da Conceição. Objetivos Instalação rápida Inconsciência e analgesia eficientes Manutenção pelo tempo necessário Estabilidade hemodinâmica e do plano Recuperação rápida Consciência pós-op. sem efeito residual Mínimos efeitos adversos Instalação rápida Inconsciência e analgesia eficientes Manutenção pelo tempo necessário Estabilidade hemodinâmica e do plano Recuperação rápida Consciência pós-op. sem efeito residual Mínimos efeitos adversos Anestesia Venosa Total. 2. Anestesia. I. Sociedade Brasileira de Anestesiologia. II. Nunes, Carlos Eduardo Lopes e Duarte, Nádia Maria da Conceição. Conceitos Compartimentos Compartimentos Biofase Histerese Depuração plasmática Anestesia Venosa Total. 2. Anestesia. I. Sociedade Brasileira de Anestesiologia. II. Nunes, Carlos Eduardo Lopes e Duarte, Nádia Maria da Conceição. Compartimentos Músculos 2 Sangue 1 SNC 1 Gordura 3 Músculos 2 Sangue 1 SNC 1 Gordura 3 Músculos 2 Sangue 1 SNC 1 Gordura 3 Músculos 2 Sangue 1 SNC 1 Gordura 3 Biofase Consequência de perfusão tecidual e da fração droga presente na forma não ionizada Biofase Local de ação → Receptores com barreiras biológicas, determinadas por membranas proteicas Necessidade de ultrapassagem das membranas para início de ação Latência entre a administração do fármaco e aparecimento dos primeiros efeitos KeO → Constante da velocidade de equilíbrio entre concentrações do plasma e biofase T1/2KeO: representa o tempo para que ocorra a metade do fenômeno de equilíbrio - Fármacos com T1/2KeO curtos apresentam KeO altos e início de ação rápido - Por manipulação do KeO, pode-se alterar o tempo de início de ação de um fármaco Anestesia Venosa Total. 2. Anestesia. I. Sociedade Brasileira de Anestesiologia. II. Nunes, Carlos Eduardo Lopes e Duarte, Nádia Maria da Conceição. Histerese Tempo para o equilíbrio entre a concentração plasmática e o local de ação ou biofase Tempo de histerese: T1/2 Ke0 x 4,32 corresponde ao tempo de equilíbrio entre o compartimento plasmático e a biofase Anestesia Venosa Total. 2. Anestesia. I. Sociedade Brasileira de Anestesiologia. II. Nunes, Carlos Eduardo Lopes e Duarte, Nádia Maria da Conceição. Histerese músculos SNC sangue gordura perfusão tecidual X volume de distribuição decorrido entre injeção EV e estabilização da concentração plasmática infusão Infusão músculos SNC sangue gordura perfusão tecidual X volume de distribuição músculos SNC sangue gordura perfusão tecidual X volume de distribuição Infusão músculos SNC sangue gordura perfusão tecidual X volume de distribuição Depuração plasmática Eliminação Tempo de meia vida contexto dependente Determina o tempo para que ocorra a diminuição da concentração plasmática de um fármaco, para a metade do valor em que este se encontrava durante a infusão, a partir do momento em que a administração for interrompida Utilizada para estudar os fármacos em infusão alvo controlada Incorpora as meias vidas de eliminação, de distribuição lenta e rápida Sugere tempo de despertar ou de retorno à ventilação espontânea Anestesia Venosa Total. 2. Anestesia. I. Sociedade Brasileira de Anestesiologia. II. Nunes, Carlos Eduardo Lopes e Duarte, Nádia Maria da Conceição. Formas de Administração Bolus x Infusão contínua Bolus x Infusão contínua Anestesia Venosa Total. 2. Anestesia. I. Sociedade Brasileira de Anestesiologia. II. Nunes, Carlos Eduardo Lopes e Duarte, Nádia Maria da Conceição. Anestesia Venosa Total. 2. Anestesia. I. Sociedade Brasileira de Anestesiologia. II. Nunes, Carlos Eduardo Lopes e Duarte, Nádia Maria da Conceição. Janela Terapêutica Janela Terapêutica Janela Terapêutica Anestesia Venosa Total. 2. Anestesia. I. Sociedade Brasileira de Anestesiologia. II. Nunes, Carlos Eduardo Lopes e Duarte, Nádia Maria da Conceição. Infusão Contínua Janela Terapêutica Janela Terapêutica Vantagens da Infusão Contínua Otimiza estabilidade hemodinâmica Reduz necessidade de drogas vasoativas Maior previsibilidade de plano e de despertar Menor necessidade suporte ventilatório pós-op. Menor dose total administrada Baixa incidência efeitos adversos Otimiza estabilidade hemodinâmica Reduz necessidade de drogas vasoativas Maior previsibilidade de plano e de despertar Menor necessidade suporte ventilatório pós-op. Menor dose total administrada Baixa incidência efeitos adversos Anestesia Venosa Total. 2. Anestesia. I. Sociedade Brasileira de Anestesiologia. II. Nunes, Carlos Eduardo Lopes e Duarte, Nádia Maria da Conceição. Desvantagens Necessidade de bomba de infusão Risco oscilação plano anestésico – manipulação Maior variabilidade farmacocinética Risco de consciência intra-operatória Demanda maior atenção ao momento cirúrgico Necessidade de bomba de infusão Risco oscilação plano anestésico – manipulação Risco de consciência intra-operatória Demanda maior atenção ao momento cirúrgico Anestesia Venosa Total. 2. Anestesia. I. Sociedade Brasileira de Anestesiologia. II. Nunes, Carlos Eduardo Lopes e Duarte, Nádia Maria da Conceição. Infusão Contínua Janela Terapêutica Anestesia Venosa Total. 2. Anestesia. I. Sociedade Brasileira de Anestesiologia. II. Nunes, Carlos Eduardo Lopes e Duarte, Nádia Maria da Conceição. Anestesia Venosa Total Alvo-controlada Ainda melhor estabilidade hemodinâmica Menor oscilação do plano anestésico Varia infusão em função tempo decorrido Menor consumo de fármacos Maior previsibilidade do despertar Ainda melhor estabilidade hemodinâmica Menor oscilação do plano anestésico Varia infusão em função tempo decorrido Menor consumo de fármacos Maior previsibilidade do despertar Anestesia Venosa Total. 2. Anestesia. I. Sociedade Brasileira de Anestesiologia. II. Nunes, Carlos Eduardo Lopes e Duarte, Nádia Maria da Conceição. Interação PROPOFOL x OPIÓIDES Sinergia: efeito > somatória dos efeitos isolados Opióides 15 – 20% efeito do propofol Propofol P450 metabolização opióides Sinergia tem efeito teto Intensidade varia com cada opióide Sinergia: efeito > somatória dos efeitos isolados Opióides 15 – 20% efeito do propofol Propofol P450 metabolização opióides Intensidade varia com cada opióide Anestesia Venosa Total. 2. Anestesia. I. Sociedade Brasileira de Anestesiologia. II. Nunes, Carlos Eduardo Lopes e Duarte, Nádia Maria da Conceição. Equipamentos Anestesia Venosa Total Alvo-controlada em alça aberta Alvo-controlada em alça fechada Modelo Rugloop Anestesia Venosa Total. 2. Anestesia. I. Sociedade Brasileira de Anestesiologia. II. Nunes, Carlos Eduardo Lopes e Duarte, Nádia Maria da Conceição. OBRIGADA OPIÓIDES Descoberta múltiplos receptores Fármacos atuam em + de 1 ao mesmo tempo: agonista agonista parcial agonista antagonista antagonista Descoberta múltiplos receptores Fármacos atuam em + de 1 ao mesmo tempo: agonista agonista parcial antagonista Curvas dose - efeito agonistas agonista parcial agonistas agonista parcial Após antagonistas agonista na presença de antagonista competitivo agonista na presença de antagonista não competitivo agonista na presença de antagonista competitivo agonista na presença de antagonista não competitivo
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