Buscar

CASO CONCRETO 1 PRÁTICA SIMULADA I

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 5 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

CASO CONCRETO 1
ALUNO: VICTOR MATHEUS FARIA DOS SANTOS
MATRÍCULA: 201502227721
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA VARA CÍVEL DA COMARCA DE ITABUNA-BA
JOANA, brasileira, solteira, técnica em contabilidade, portadora da carteira de identidade nº: ____________, expedida pelo _______, inscrita no CPF/MF sob o nº: _____________, endereço eletrônico, residente e domiciliada em Itabuna-BA, vem a este juízo, através de seu advogado devidamente qualificado, propor:
AÇÃO DE ANULAÇÃO DE NEGÓCIO JURÍDICO
Pelo procedimento comum, em face de JOAQUIM, residente também em Itabuna-BA, pelos fatos e fundamentos que passa a expor.
I – DA REALIZAÇÃO OU NÃO DE AUDIÊNCIA DE CONCILIAÇÃO
A parte tem interesse pela realização de Audiência de Conciliação.
II - GRATUIDADE DA JUSTIÇA
Nos termos da Lei nº 1.060/50 e do artigo 98 e seguintes do CPC, requer o Autor que lhe seja deferido os benefícios da gratuidade da Justiça, tendo em vista que o mesmo não pode arcar com as custas processuais e honorários advocatícios sem prejuízo do próprio sustento.
II – DOS FATOS
A autora Joana relata que seu filho Marcos, de 18 anos, no dia 20/12/2016, fora preso de forma ilegal, sendo encaminhado ao presídio XXX. No mesmo dia, a autora solicitou os serviços de um advogado criminalista, sendo cobrada R$ 20.000,00 de honorários pelo profissional. Ao chegar em casa, Joana comentou com seu vizinho Joaquim que não tinha o valor necessário para cobrir os honorários do advogado. Joaquim, aproveitando da oportunidade de lucrar, obtendo vantagem patrimonial, propôs a mesma com	prar seu carro no valor de R$ 20.000,00, ainda que o automóvel no preço de mercado estivesse no valor de R$ 50.000,00. Devido a situação desesperadora que se encontrava, Joana decidiu celebrar o negócio jurídico, porém no dia posterior à celebração do negócio jurídico, antes de se encaminhar ao escritório do advogado criminalista, Joana descobriu que a avó paterna de seu filho contratara um outro advogado criminalista, obtendo desde então a liberdade de seu filho por meio de um Habeas Corpus. Perante os novos fatos, Joana procurou Joaquim para anular o negócio jurídico celebrado, sendo recusado por este tal anulação. 
III – DOS FUNDAMENTOS
A propositura da demanda advém do fato de que a autora estava em urgente necessidade, sendo evidenciado um dos vícios do negócio jurídico. Configura-se a lesão como vício do negócio jurídico que se caracteriza pela obtenção de um lucro exagerado por se valer uma das partes da inexperiência ou necessidade econômica da outra. Evidencia-se o aproveitamento do réu em tal situação, tendo em vista a diferença desproporcional do valor pago frente ao valor de mercado. Assim, ocorre a lesão quando uma pessoa, sob preeminente necessidade, se obriga à prestação manifestamente desproporcional ao valor da prestação oposta, sendo que a avaliação dessa desproporção será feita segundo os valores vigentes ao tempo em que foi celebrado, conforme preceituado no artigo 157, §1º, do Código Civil Brasileiro.
Segue o entendimento do Enunciado nº. 290, do IV Jornada de Direito Civil realizada no Superior Tribunal de Justiça, que afirma que o “Art. 157. A lesão acarretará a anulação do negócio jurídico quando verificada, na formação deste, a desproporção manifesta entre as prestações assumidas pelas partes, não se presumindo a premente necessidade ou a inexperiência do lesado”.
Sendo por certo que, também nos tribunais, segue o entendimento jurisprudencial pátrio. Assim, evidenciam-se nos termos das citadas ementas:
TJ-PI - Apelação Cível AC 200900010045990 PI 200900010045990 (TJ-PI)
Data de publicação: 13/04/2016
Ementa: circunstâncias, apenas se pode interpretar a alegação como sendo de decadência, que é o fenômeno a que se sujeitam as demandas constitutivas, como a que levou à instauração do presente processo, em que se pede a desconstituição, ou seja, a anulação de negócios jurídicos supostamente viciados. 5. Segundo o art. 178 do Código Civil de 2002 , “é de quatro anos o prazo de decadência para pleitear-se a anulação do negócio jurídico, contado […] no [caso] de erro, dolo, fraude contra credores, estado de perigo ou lesão, do dia em que se realizou o negócio jurídico”. 6. Ao passo em que, no estado de perigo, a necessidade é a de salvar a si ou a outrem (por quem o negociante com vontade viciada tenha afeto digno de tutela jurídica) de grave dano conhecido pela outra parte, na lesão, a premente necessidade pode ser de outra ordem. 7. Enquanto o estado de perigo tem por elemento objetivo que o negociante premido pela necessidade de salvar a si ou a outrem assuma “obrigação excessivamente onerosa” (art. 156 do CC ), a lesão se configura quando o negociante premido por necessidade digna de tutela jurídica“se obriga a prestação manifestamente desproporcional ao valor da prestação oposta” (art. 157 do CC ). É claro que a obrigação excessivamente onerosa também é uma prestação manifestamente desproporcional. Entretanto, não se deve presumir que a previsão em lei de dois institutos diversos é inútil. 8. No caso em que uma pessoa diagnosticada com câncer aliena todos os bens economicamente interessantes do seu patrimônio por um valor bem abaixo do de mercado, o desequilíbrio sinalagmático é melhor assimilável à desproporção entre prestação e contraprestação, própria da lesão (art. 157 do CC ), do que à assunção de obrigação excessivamente onerosa, peculiar ao estado de perigo (art. 156 do CC ). Isso porque o negociante premido pela necessidade de obter recursos para o tratamento de saúde não permaneceu, em consequência dos contratos que celebrou, obrigado a uma prestação excessivamente...
Encontrado em: anular o negócio jurídico (ainda que por fundamento diverso: lesão, em vez de estado de perigo...ACORDAM os componentes da Egrégia Terceira Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Estado do Piauí.
TJ-PR - Agravo de Instrumento AI 9898604 PR 989860-4 (Acórdão) (TJ-PR)
Data de publicação: 17/09/2015
Ementa: DECISÃO: ACORDAM os Julgadores integrantes da 7ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Estado do Paraná, por unanimidade de votos, em conhecer do Recurso e DAR PROVIMENTO, nos termos dos fundamentos do Voto do Relator. EMENTA: AGRAVO DE INSTRUMENTO. ANULAÇÃO DE NEGÓCIO JURÍDICO. SUPOSTA OCORRÊNCIA DE LESÃO. ARTIGO 157 DO CC/2002. MANUTENÇÃO DA POSSE.POSSIBILIDADE. VALOR DO IMÓVEL DESPROPORCIONAL AO VALOR DE MERCADO. NECESSIDADE DE DILAÇÃO PROBATÓRIA. TUTELA ANTECIPADA RECURSAL CONCEDIDA. RECURSO CONHECIDO E PROVIDO. (TJPR - 7ª C.Cível - AI - 989860-4 - Curitiba - Rel.: Victor Martim Batschke - Unânime - - J. 11.08.2015)
Encontrado em: E NECESSIDADE DO VENDEDOR - OCORRENCIA DA LESÃO - ARTIGO 157 DO CÓDIGO CIVIL - NEGÓCIO JURÍDICO NULO - RECURSO... MARTIM BATSCHKE AGRAVO DE INSTRUMENTO. ANULAÇÃO DE NEGÓCIOJURÍDICO. SUPOSTA OCORRÊNCIA DE LESÃO. ARTIGO... 157 DO CC/2002. MANUTENÇÃO DA POSSE. POSSIBILIDADE. VALOR DO IMÓVEL DESPROPORCIONAL AO VALOR...
Sendo assim, mediante o exposto, evidenciou-se a lesão ao negócio jurídico realizado entre o autor em face do réu, devendo ser anulado com fulcro no artigo 171, II, do Código Civil Brasileiro. Conforme dispõe o artigo 178, II do Código Civil, é de quatro anos o prazo para anulação de negócio jurídico no caso de lesão, tratando-se manifestamente de prazo decadencial. 
A confirmar o exposto acima, resta deixar registrado o entendimento do renomado civilista Carlos Roberto Gonçalves, que descreve: “É, portanto, a situação de extrema necessidade que conduz uma pessoa a celebrar negócio jurídico em que assume obrigação desproporcional e excessiva” (GONÇALVES, 2005, p. 392).
IV – DOS PEDIDOS
Por todo o exposto, uma vez constatado a efetiva nulidade do negócio jurídico celebrado, o Autor, desde logo, requer:
1 – A citação do réu;
2 – A citação do réu para Audiência de Conciliação, nos termos do artigo 334 do CPC;
3 – Seja julgado procedente o pedido para fim de decretar a anulação do negócio jurídico.
V – DAS PROVAS
Requer a produçãode todas as provas em direito admitidas, conforme os termos do artigo 369 e seguintes do CPC, em especial a testemunhal e depoimento pessoal do réu. 
VI – DO VALOR DA CAUSA
Dá-se a causa o valor de R$ 20.000,00 (vinte mil reais).
Nestes termos, Pede deferimento.
Itabuna, 03 de agosto de 2017.
Victor Faria
OAB/RJ Nº XX.XXX-X

Continue navegando