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Logística Reversa de Pós Consumo Ferro e Aço

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LOGÍSTICA REVERSA DE PÓS-CONSUMO DO FERRO E AÇO
LOGÍSTICA REVERSA DE PÓS-CONSUMO
No ambiente competitivo em que vivemos as empresas reconhecem que além da busca pelo lucro é preciso atender a diferentes stakeholders que estão demonstrando uma crescente sensibilidade sustentável a qual se reflete na preocupação com a quantidade de produtos que retornam e que podem ser de dois tipos: de pós-venda e de pós-consumo.
Os bens de pós-consumo, que serão enfatizados, são:
	Os produtos ou materiais constituintes cujo prazo de vida útil chegou ao fim, sendo assim considerados impróprios para o consumo primário, ou seja, não podem ser comercializados em canais tradicionais de vendas. No entanto, não quer dizer que não possam ser reaproveitados. Isso é possível graças à adoção da logística reversa e de seus canais de distribuição reversos (CDRs). (PORTOGENTE, 2016)
Assim sendo, a descartabilidade de um produto é o que dá início ao processo de logística reversa. O objetivo principal da logística reversa dos bens de pós-consumo é revalorizar um produto que chegou ao fim da sua vida útil – segundo Trigueiro (2003) “[...] o ciclo de vida do produto vai a partir de sua concepção até o destino final dado a este produto, seja o descarte, reparo ou reaproveitamento” – e a ele agregar valor, seja econômico, legal, ecológico, tecnológico, logístico ou de imagem corporativa. A seguir serão apresentados aspectos referentes a logística reversa do ferro e do aço e sua importância para a dinâmica do mercado.
DIFERENÇA ENTRE O FERRO E AÇO E O PROCESSO DE PRODUÇÃO TRADICIONAL
Qual a diferença entre o ferro e o aço? Apesar de estarem unidos, o ferro e o aço possuem apenas uma pequena diferença. O Ferro é um elemento químico presente na tabela periódica e tem como símbolo (Fe). Já o aço é um material metálico constituído da mistura do ferro (Fe) com 0 a 2% de Carbono (C). Ambos, ferro e aço, podem ser produzidos em uma indústria siderúrgica.
Quanto ao processo de produção de ambos, existem dois tipos de Usinas: as integradas e as semi-integradas. O que as diferencia é a matéria-prima utilizada para a produção do aço. As usinas integradas possuem três processos siderúrgicos, são eles: redução, refino e conformação mecânica. A redução subdivide-se em alto forno (produção do ferro gusa) e redução direta (produção do ferro esponja). Nesse processo, a produção é feita a partir do minério de ferro também conhecido como óxido de ferro ou hematita.
Ferro Gusa: No alto forno, o minério como forma granulada é aquecido juntamente com o coque (tipo de carvão) ou carvão vegetal a mais de 1400 graus centígrados. O calcário é outro tipo de fundente adicionado para ajudar na formação da escória (responsável pela captura das impurezas do minério). Depois da passagem do alto forno, essa mistura se transforma em ferro líquido ou fero gusa. A etapa seguinte acontece no conversor da aciaria. No conversor ocorre o refino do metal que irá transformar o ferro gusa em aço. O aço é obtido pela injeção de oxigênio (O2) no ferro gusa líquido. Nesse momento também é adicionada a cal para formar a escória, logo, o aço estará pronto.
Ferro Esponja: Para obter o ferro esponja é utilizado o processo de redução direta por meio de um reator. O processo inicia com a redução do minério de ferro que pode ser granulado ou na forma de pelotas. No reator com óxido de carbono (CO) e hidrogênio o minério de ferro reage à temperatura de 950 graus centígrados e transforma-se em ferro esponja, que é altamente metalizado.
O FERRO E AÇO NO BRASIL
Todo produto para chegar ao consumidor passa por um ciclo, a logística entra nos seguintes aspectos: desde a extração da matéria-prima até a entrega ao consumidor final e retorno desse material que é a logística reversa para a empresa enfatizando a questão do descarte.
De modo geral, o valor dos metais tem sofrido grandes divergências nos últimos dois anos. Baseados na demanda chinesa, a mineração chegou, inclusive, a passar por suscetíveis períodos de prejuízo. O aumento da oferta pode resultar em novas quedas no valor do minério de ferro, visto que a demanda de produção promete superar a procura e a necessidade do mercado. O commodity que está custando em torno de US$ 60 deverá regredir para US$ 50 por tonelada, podendo até o fim deste ano fechar custando nada mais do que US$ 42.
O ferro possui algumas características como: ter um baixo custo, se comparado aos demais metais; abundante em toda a crosta terrestre, na forma de óxido; e um alto poder de reciclagem. A forma como esse material será reciclado depende das leis do mercado. 
As maiores empresas extratoras e produtoras do minério de ferro no Brasil são:
Vale – Responsável por mais de 80% da produção nacional;
Samarco – Com pouco mais de 6%;
CSN – Com pouco mais de 5%;
MMX – Com aproximados 2%; e
Usiminas – Com menos de 2% do total da extração brasileira.
Para garantir agilidade e segurança no transporte de nosso minério, a Vale do Rio Doce tem uma rede de logística que integra minas, ferrovias, navios e portos. Conta com infraestrutura no Brasil, Indonésia, em Moçambique, em Omã, nas Filipinas e na Argentina. Sua estrutura logística também transporta carga para terceiros e oferece duas linhas de trem de passageiros no Brasil, na Estrada de Ferro Vitória a Minas e na Estrada de Ferro Carajás. 
Com investimento em tecnologia de ponta, desenvolvem soluções que permitem reduzir custo de transporte e a emissão de gases de efeito estufa, como é o caso dos navios Valemax, os maiores mineraleiros do mundo.
LEGISLAÇÃO AMBIENTAL NA RECICLAGEM DO AÇO E DO FERRO
No contexto global, as organizações e empresas com dimensão produtiva complexa e com grande variabilidade, necessitam de meios, ferramentas e leis para uma melhor adequação ao contexto ambiental, visto que este fator interfere diretamente no impacto que os produtos farão frente ao mercado e também como forma de se posicionar estrategicamente no mercado, estreitando parcerias com o governo, universidades e organizações afins. 
Através de um cenário de inovação e de expansão da logística reversa com uma nova adequação aos produtos já descartados pelo consumidor e um maior retorno desses produtos de pós-consumo ao processo produtivo, crescente degradação do meio ambiente em decorrência a produção em larga escala em grandes empresas, foram criadas algumas medidas para conter problemas advindos da produção de metais ferrosos, como o ferro e o aço. Os metais supracitados são em grande parte reciclados e compõem grande parte da produção nacional e da exportação dos mesmos.
Como medida assertiva e instrutiva, componente da Política Nacional do Meio Ambiente (Lei Nº 6.938), foi criada Lei Nº 12.305/2010, referente à Política Nacional de Resíduos Sólidos, servindo para balizar as ações e produção, descarte e pós-consumo e que através de um comitê interno, orienta e desenvolve meios e estímulo para a atividade da logística reversa, através do decreto nº 7.404, criando uma sinergia entre o poder público e a iniciativa privada em relação a descarte de resíduos e o estímulo a reutilização dos mesmos na produção. 
A Lei Nº 10.165/2000 classifica as atividades, categorias, o potencial risco e institui a Taxa de Controle e Fiscalização Ambiental – TCFA como forma de regular e estabelecer parâmetros para avaliação e fiscalização das atividades com potencial para poluição e que utilizam recursos naturais. 
LOGÍSTICA REVERSA DO SETOR DE FERRO/AÇO
A sucata é um importante insumo para o processo siderúrgico. Muitas empresas, no entanto, não se preocupam em dar uma destinação final adequada a sucata, veem como se perdessem a responsabilidade pelo produto e suas implicações após sair da indústria. É sabido que junto a sucata gerada internamente nas usinas ou como resíduos de outras indústrias, na logística reversa essa sucata alimentará novamente o processo das usinas siderúrgicas, proporcionando nova produção de aço, evitando assim o consumo de novas matérias-primas como o minério de ferro e carvão, importantes recursosnaturais não renováveis.
Existem três tipos de sucata: a sucata de retorno que é originada da usina siderúrgica durante o processo de fabricação dos mais variados tipos de aço; a sucata de processamento é resultante das atividades industriais (indústria automobilística, embalagens, construção, entre outras); e a sucata de obsolescência, proveniente da coleta de produtos em desuso.
Processo de produção do aço a partir da sucata
O aço é produzido a partir da sucata mais o ferro gusa ou ferro esponja. A produção inicia com a seleção da sucata. Parte dessa sucata passa por uma máquina que tritura e separa o metal do plástico, da borracha e de outros elementos. A sucata ferrosa será usada como matéria-prima no processo de fusão e refino do aço.
Nas usinas semi-integradas ocorrem duas etapas do processo siderúrgico: o refino e a conformação mecânica. Na aciaria (local da siderúrgica onde há máquinas e equipamentos que transformam o ferro gusa em aço), a sucata, a cal, o ferro gusa sólido ou ferro-esponja abastecem o cestão. 
O cestão é transportado até o forno elétrico, a matéria-prima despejada no forno onde ocorre a fusão. Com a fusão e a injeção de oxigênio, o resultado é o aço. No forno panda o aço passa por um refino secundário para ajustar sua temperatura e composição química.
Após o refino secundário, o aço é conduzido ao lingotamento contínuo. O aço líquido passa por moldes de resfriamento para solidificar-se em forma de tarugos e então, passam pelo processo de laminação, que é um processo contínuo de conformação mecânica. Nessa etapa os tarugos de aço são moldados nos comprimentos especificados e embalados. Após esse processo, os produtos podem ser encaminhados aos consumidores.
CANAIS DE DISTRIBUIÇÃO REVERSOS
Os canais de distribuição são considerados determinantes para as empresas se posicionarem no mercado e se caracterizam basicamente pelas etapas pelas quais os produtos passam até chegar ao consumidor final. Por sua vez, os canais de distribuição reversos segundo Leite (2009, p.6), se constituem como:
Às etapas, as formas e aos meios em que uma parcela desses produtos, com pouco uso após a venda, com ciclo de vida útil ampliado ou após a extinção de sua vida útil, retorna ao ciclo produtivo ou de negócios, readquirindo valor de diversas naturezas, no mesmo mercado original, em mercados secundários, por meio de seu reaproveitamento, de seus componentes ou de seus materiais constituintes.
Os canais de distribuição reversos dos metais, e especificamente do aço, são muito antigos, inclusive o aço é o material mais reciclado no mundo. No entanto os estudos voltados para essa área são recentes.
Os produtos apresentam diferentes ciclos de vida que após chegarem ao fim e serem descartados pelos consumidores caracterizam-se como os bens de pós-consumo. As diferentes formas de processamento a que estes produtos são submetidos desde seu recolhimento até sua recondução ao ciclo produtivo caracterizam-se como canais de distribuição reversos de pós-consumo. Conforme Leite, a categoria destes canais reversos é composta pelos canais de:
Reúso que se refere aos bens de pós-consumo que não sofreram nenhuma alteração na sua finalidade ou componentes, e caracterizam-se pelo interesse em sua reutilização pelos consumidores;
Remanufatura é quando o produto usado retorna à fábrica e passa por um processo de reconstituição, ou seja, inspecionamento das partes, limpeza e substituição de algumas peças, conferindo-lhes um novo ciclo de vida;
Desmanche caracteriza-se pela desmontagem do produto, de forma que as peças passíveis de uso passam pela remanufatura, enquanto as demais são recicladas ou descartadas;
Reciclagem é a recuperação de matéria-prima sem conservar sua estrutura principal, os produtos consumidos transformam-se industrialmente em matérias-primas secundárias que são reintegradas ao processo produtivo, de todos os canais este é o mais utilizado.
No caso dos bens que não possuem condições de serem revalorizados são enviados para disposição final que pode ser de duas formas: a disposição final segura a qual quando os bens são descartados em locais equipados para que haja um controle e não cause danos ao meio ambiente, como os aterros sanitários controlados, e há também a disposição final não segura, que ainda é frequente principalmente em pequenas cidades, em que os resíduos são lançados em locais impróprios e sem um tratamento sanitário, gerando poluição ambiental.
Os canais de distribuição reversos do ferro e o aço possuem importância significativa e são os mais antigos devido às condições do mercado que permitem uma remuneração atrativa e eficiência com a reciclagem deste material de pós-consumo, tendo em vista que a sucata de aço é 100% reaproveitável e não perde a qualidade, cerca de 70% da sucata é reciclada segundo LEITE (2009).
FATORES DE INFLUÊNCIA SOBRE A QUANTIDADE DE MATERIAIS RECICLADOS DO FERRO E AÇO
O aço e o ferro possuem diversas aplicações na indústria e na construção civil em geral. Uma das principais demandas por parte da sociedade é que as empresas produtoras desses produtos atinjam números significativos de reaproveitamento, visando proporcionar mais sustentabilidade na cadeia produtiva do aço e do ferro. 
Foram identificados cinco fatores de influência dos canais de distribuição Reversos (CRV) do material de ferro e aço, são eles: 
1) O Fator Econômico – maior influência nas quantidades recicladas destes materiais. 
2) O Fator Logístico – influência as quantidades recicladas pelas distâncias das fontes de sucata em relação à localização das empresas compradoras. 
3) O Fator Tecnológico – é de fundamental contribuição pois o material apresenta possibilidade de ser reciclado infinitas vezes sem perder as suas qualidades e propriedades o que o caracteriza como de alta reciclabilidade técnica. 
4) O Fator Legislação - é pouco citado como fator de contribuição ou de restrição às quantidades recicladas de ferro / aço. 
5) O Fator Ecológico - não é mencionado como de influência nas quantidades de sucatas recicladas. 
CONCLUSÃO
Por meio da análise do setor de ferro e aço, que é o mais passível de reciclagem, percebe-se que a implantação da logística reversa nas organizações contribui significativamente para a minimização dos impactos ambientais, bem como para a alavancagem da reputação das empresas que a possuem.
Podemos perceber que muitas empresas não querem aderir ao processo de logística reversa por identificarem/acreditarem que o custo é alto, mas vale ressaltar que todo investimento tem retorno e se tratando do material de ferro e aço são notáveis os benefícios que a implantação do sistema de logística reversa traz, visto que este produto, inclusive, é o único dos estudos que apresentou normalização específica para as condições técnicas de sucata.
Diante do exposto, concluímos então que o ambiente competitivo e dinâmico em que as empresas estão inseridas, bem como, a situação ecológica que é tão essencial, justificam a implementação da logística reversa de pós-consumo nas organizações.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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