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Metodologia de Pesquisa - Conteúdo Online

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METODOLOGIA DE PESQUISA 
AULA 1 – A PESQUISA E O CONHECIMENTO CIENTÍFICO 
O Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) de graduação, objetiva alcançar uma qualificação 
teórica e metodológica dos graduandos (BOAVENTURA, 2009. p. 20). Sua elaboração exige 
um cuidadoso processo de pesquisa que se inicia com a definição do tema, sua delimitação, 
investigação bibliográfica, atendendo às orientações da ABNT – Associação Brasileira de 
Normas Técnicas. 
Em nossa disciplina, vamos refletir sobre esse importante momento para a sua formação, com 
destaque em uma postura reflexiva, crítica e criadora, sem descuidar de uma especulação 
filosófica, concernente à Ética na construção de um pensamento científico com autoria. 
A disciplina objetiva, assim, fornecer instrumentos capazes de conduzi-lo por caminhos 
seguros para o rigor científico requerido pela universidade. Nesse sentido, o ponto de partida 
para a tarefa começa pelo tema Pesquisa. 
Você Saberia Dizer o Que é Pesquisa? 
É um trabalho para entregar ao seu professor? É a cópia de vários textos e vários livros 
investigados? Impressão de tudo o que você acha na Internet sobre determinado assunto? A 
Internet é confiável? Qual o resultado que se espera ao término de uma Pesquisa? A pesquisa 
precisa ser original, ou um resumo do que já foi produzido? 
Desmistificando o Conceito de Pesquisa! 
Vamos conhecer algumas definições? 
Pesquisa: 
(...) atividade intelectual intencional que visa responder às necessidades humanas. (...) 
Pesquisar é o exercício intencional da pura atividade intelectual, visando melhorar as 
condições práticas de existências (SANTOS, 2007. p. 17-20). 
A pesquisa é um procedimento reflexivo, sistemático, controlado e crítico que permite 
descobrir novos fatos ou dados, soluções ou leis, em qualquer área do conhecimento. Dessa 
forma, a pesquisa é uma atividade voltada para a solução de problemas por meio dos 
processos do método científico. Podemos, assim, indicar os três elementos que caracterizam a 
pesquisa: o levantamento de algum problema; a solução à qual se chega; os meios escolhidos 
para chegar a essa solução, a saber, os instrumentos científicos e os procedimentos 
adequados. (RAMPAZZO, 2005. p. 49) 
Uma definição pertinente de pesquisa poderia ser: diálogo inteligente com a realidade, 
tornando-se como processo e atitude, e como integrante do cotidiano. (...) Diálogo é fala 
contrária, entre atores que se encontram e se defrontam. (DEMO, 2009. p. 37) 
Pesquisar é pensar, refletir, ler, discutir, perguntar, criticar, descobrir, enfim, e buscar uma 
visão, uma explicação, uma idéia, uma solução para as perguntas e problemas que nos 
movimentam e interessam; é construir, formar e organizar um pensamento (próprio ou não); 
é alcançar um resultado que apazigue ou que confirme a inquietude inicial. Saber pesquisar é 
uma maneira para enfrentar qualquer desafio novo, e a vida dos profissionais é uma constante 
renovação destes desafios. (MARQUES, 2003) 
Segundo Pedro Demo (2009), pesquisar coincide com criação e emancipação. Através da 
pesquisa, se estabelece um verdadeiro diálogo com a realidade nos permitindo construir uma 
consciência crítica, um espírito crítico. Por isso, não se trata de copiar o que já foi dito, mas 
reconstruir oferecendo novas possibilidades. 
O processo da pesquisa não está reservado a poucos, mas integra o caminho de todo o 
estudante universitário. Para tanto, é preciso conhecer a trajetória acadêmica, ter o domínio 
das técnicas, o manejo dos dados e os conhecimentos das regras de formatação – as regras 
do jogo. 
Podemos concluir que toda pesquisa revela um: 
 Procedimento reflexivo; 
 Procedimento sistemático; 
 Procedimento crítico; 
 É uma atividade voltada para a solução de problemas. 
Três elementos caracterizam a pesquisa 
 O levantamento de algum problema; 
 A solução à qual se chega; 
 Os meios escolhidos para chegar a essa solução. 
A pesquisa pressupõe o conhecimento dos conteúdos mais importantes, a atualização nas 
polêmicas teóricas, a precisão no uso dos conceitos e a criatividade na interpretação. 
Como afirma Pedro Demo (2009), quem não pesquisa apenas reproduz ou apenas escuta. Ou 
aproveitando uma idéia do senso comum: o que os olhos não veem (leia-se leem), o coração 
não sente! 
Por que Pesquisar? 
Na vida, encontramos muitas razões que direcionam um profissional a realizar uma pesquisa. 
Na universidade, a pesquisa assume um lugar de destaque. É indiscutível que o ensino sempre 
foi considerado uma atividade primordial da universidade, desde a Idade Média. Todavia, o 
princípio que relaciona ensino e pesquisa foi apresentado pó Wilhelm Von Humboldt, na 
ocasião que criou a Universidade de Berlim, em 1810, introduzido no ensino brasileiro em 
1968, para enriquecer a atividade universitária (BOAVENTURA, 2009. p. 20). Nesse sentido, a 
nossa trajetória tem mostrado que essa relação se tornou um instrumento útil de qualificação 
teórica para os estudantes. 
O Ponto de Partida! 
Para iniciar uma pesquisa é preciso conhecer os tipos disponíveis. E, nesse sentido, uma 
classificação com base em critérios poderá ser útil. Nesse processo, alguns cuidados são 
recomendáveis. Encontramos em farta literatura sobre o assunto uma classificação do ponto 
de vista de: 
 Sua natureza, ou seja, essência; 
 Sua abordagem, que significa forma de tratar alguma questão; 
 Seus objetivos, entenda-se finalidade ou motivo; 
 Seus procedimentos, que se traduz no sentido de maneiras de agir ou instruções. 
Recomendamos a você que estude o significado de cada um, considerando a pesquisa que 
terá de realizar. 
Classificação da Pesquisa: 
 
Do ponto de vista da sua NATUREZA, ou seja, aquilo que compõe a substância do ser ou 
essência da pesquisa. 
 
 Pesquisa Pura: Objetiva gerar conhecimentos novos úteis para o avanço da ciência sem 
aplicação prática prevista. Envolve verdades e interesses universais. Motivada 
basicamente pela curiosidade intelectual do pesquisador; 
 
 Pesquisa Aplicada: Objetiva gerar conhecimentos para aplicação prática dirigidos à 
solução de problemas específicos. Envolve verdades e interesses locais. 
 
Do ponto de vista de sua ABORDAGEM, o que significa dizer modo de tratar ou ponto de vista 
de uma questão. 
 
 Pesquisa Quantitativa: Traduz em números opiniões e informações para classificá-los e 
organizá-los. Utiliza métodos estatísticos. 
 
 Pesquisa Qualitativa: Neste enfoque não há medição numérica, como as descrições, 
mas o seu propósito está em reconsiderar ou reconstruir a realidade observada. Assim, 
considera a existência de uma relação dinâmica entre mundo real e o sujeito. Busca 
dar significado às relações entre os fenômenos*. 
 
* Importante esclarecer que o termo fenômeno pode designar um fato percebido por alguém. 
Neste caso, a percepção que determinado observador tem de um fato é o que o caracteriza 
como fenômeno. 
 
Do ponto de vista dos OBJETIVOS, ou seja, quanto ao seu fim, propósito: 
 
 Exploratório: É considerado o passo inicial de qualquer pesquisa. Trata-se de uma 
observação, ou seja, consiste em recolher e registrar os fatos da realidade. Neste 
modelo temos a possibilidade de aprimoramento de ideias. Geralmente, neste tipo de 
pesquisa há o levantamento bibliográfico, entrevistas com pessoas que 
experimentaram situações que estejam sendo pesquisadas e análise de exemplos. 
 Descritiva: O objetivo principal é descrever as características de algum fenômeno 
observado, descobrir a frequência com que ocorre, sua relação e sua conexão com 
outros fenômenos. Esta modalidade é típica das ciências humanas e sociais. Neste tipo 
de pesquisa, o estudante deve observar,registrar, analisar e correlacionar fatos ou 
fenômenos (variáveis), sem manipulá-los. 
 
 Explicativa: O objeto está em identificar os fatores que determinam ou contribuem para 
a ocorrência dos fenômenos. Neste modelo, temos um efetivo aprofundamento de 
conhecimentos, porque busca entender ou explicar as razões das coisas, o que amplia 
o entendimento. Nada impede que uma pesquisa explicativa seja a continuação de 
uma descritiva ou exploratória. 
 
Quanto aos PROCEDIMENTOS, significa maneira de agir, modo de proceder, modo de fazer 
(algo), técnica, processo ou método. Assim, vejamos: 
 
 Pesquisa bibliográfica: Trata-se de uma etapa fundamental em todo trabalho científico 
que influenciará todas as etapas de uma pesquisa, na medida em que der o 
embasamento teórico em que se baseará o trabalho. Consistem no levantamento, 
seleção, fichamento e arquivamento de informações relacionadas à pesquisa. 
Bibliografia é o conjunto dos livros escritos sobre determinado assunto, por autores 
conhecidos e identificados ou anônimos. 
 
Segundo Carlos Antônio Gil (1991, p.48): A pesquisa bibliográfica é desenvolvida a partir de 
material já elaborado, constituído principalmente de livros e artigos científicos. Embora em 
quase todos os estudos seja exigido algum tipo de trabalho desta natureza, há pesquisas 
desenvolvidas exclusivamente a partir de fontes bibliográficas. 
 
 Pesquisa documental: Trata-se de uma pesquisa realizada através de documentos que 
podem ser: documentos pessoais, cartas, diários, jornais, balancetes, microfilmes, 
fotografias, memorandos, ofícios, vídeos, documentos estatísticos e outros. Há uma 
análise da descrição do conteúdo manifesto para se alcançar uma rede de significados. 
Em ciência, documento é toda forma de registro e sistematização de dados, 
informações, colocando-os em condição de análise por parte do pesquisador. 
 
 Pesquisa de campo: É a investigação empírica realizada no local onde ocorre ou 
ocorreu um fenômeno. Pode incluir entrevistas, aplicação de questionamentos, testes e 
observações. Segundo Antônio Joaquim Severino (2007, p. 123), na pesquisa de 
campo “o objeto é abordado em seu próprio meio. A coleta de dados é feita nas 
condições naturais em que os fenômenos ocorrem, sendo assim diretamente 
observados”. 
 
 Histórica: Descreve o que já aconteceu, sob a forma de investigação, registro, análise e 
interpretação de fatos ocorridos no passado, para poder compreender o presente. Os 
dados podem ser coletados em: fontes primárias - quando o investigador foi o 
observador direto dos eventos ou utiliza materiais de primeira mão; fontes secundárias 
- quando os eventos foram observados e reportados por outras pessoas e não 
diretamente pelo investigador. Neste caso, os dados exigem cuidadosa e objetiva 
análise a fim de avaliar sua autenticidade e relevância. Você já reparou que os filmes 
de época exigem um estudo histórico prévio? 
 
 Comparada: Procura estabelecer semelhanças e diferenças entre situações, fenômenos 
e coisas, por meio de relações entre os elementos que são comparados. 
 
O Que se Pode Pesquisar na Internet? 
 
A Internet é um conjunto de redes de computadores interligados no mundo inteiro. Nesse 
sentido, permite a pesquisa de milhares de informações diferentes, hoje, um acervo 
extraordinário. Como encontramos muitas informações, temos que selecionar o material de 
pesquisa em sites confiáveis. 
 
Para pesquisar na Internet, temos sites de busca, tais como: Google, Alta Vista, Excite e 
Yahoo. Além de vários endereços eletrônicos de bibliotecas que colocam à disposição 
informações de fontes bibliográficas. Também, encontramos disponível na Internet o site de 
editoras contendo informações sobre os lançamentos editoriais; sites de revistas eletrônicas, 
jornais, instituições de pesquisas e entidades culturais. 
 
Em qualquer situação é importante respeitar as regras de utilização das informações 
disponíveis. Nunca utilize informações de outrem sem referenciar a fonte. Ademais, observe a 
veracidade das informações postadas na Web. Administre as imperfeições no conteúdo, 
verificando a fonte da informação obtida. Lembre-se, a Internet é livre, mas há autoria que 
deve ser respeitada. 
 
Wikipédia 
 
É uma enciclopédia livre, baseada na edição do seu conteúdo de forma colaborativa. Qualquer 
pessoa poderá se tornar um editor de algum conteúdo. Observe que uma enciclopédia 
multilíngüe, podendo ser escrita em diversos idiomas e em diferentes regiões. Por ser uma 
enciclopédia livre, não há fins lucrativos e qualquer informação publicada poderá ser 
transcrita, modifica e ampliada por qualquer pessoa. Será que é confiável? 
 
AULA 2 – O PROBLEMA CIENTÍFICO: A ESCOLHA DO TEMA E A 
IMPORTÂNCIA DE SUA DELIMITAÇÃO 
Como começar uma pesquisa? 
Inicia-se uma pesquisa pela escolha do tema. Para tanto é preciso uma série de cuidados e, 
nesse sentido, é importante observar que independente da área de saber, todos enfrentam 
desafios parecidos: escolher um tema para pesquisar não é fácil! 
O tema representa o objeto da pesquisa. Por objeto, entende-se aquilo que é pensado, que 
será investigado (LALANDE, 1993). Assim, deve ser mais restrito que o assunto, faz parte 
dele. Isso mostra que o assunto é mais amplo e abrangente que o tema (LEITE, 2008, p. 
190). Acrescente-se, também, que o tema precisa ser específico para que as respostas, ao 
final da pesquisa, sejam igualmente específicas. 
Por isso, costuma-se dizer que a primeira e fundamental fase de qualquer pesquisa é a 
definição do que vai ser pesquisado. Logo, a escolha do tema não deve ser apressada 
(SANTOS; MOLINA; DIAS, 2007). Nesta tarefa requer-se habilidade teórico-crítica, ou seja, 
conhecer e dominar os conceitos, as abordagens e os autores relevantes para a pesquisa 
como um pressuposto importante para a escolha do tema. Há uma recomendação neste caso: 
Ler tanto quanto o tempo permita sobre o seu tema pode-lhe dar ideias não somente sobre a 
pesquisa que outros têm feito, mas também sobre sua abordagem e seus métodos (BELL, 
2008, p. 57). 
Do Tema ao Objeto de Pesquisa! 
Quando se pretende construir um objeto de pesquisa, deve-se transformar o assunto em tema 
e este num objeto de investigação delimitado e preciso. 
Se por hipótese, um pesquisador desejar investigar o assunto violência. Deve-se indagar a que 
tipo de violência se refere, pois há muitas possibilidades. Poderá investigar tal assunto sob o 
enfoque teórico, mas deverá escolher as teorias, os autores, por exemplo. 
Podemos investigá-la sob o ponto de vista social, jurídico, psicológico, filosófico etc. Se 
preferir direcionar sua pesquisa para um estudo empírico precisará delimitar a um caso 
concreto, descrevendo-o minuciosamente. Assim, conseguirá transformar um tema em um 
verdadeiro objeto de pesquisa. 
Poderá pesquisar, por exemplo, os aspectos da violência doméstica contra adolescentes na 
realidade fluminense e suas relações com as condições sociais e econômicas das famílias 
moradoras nas comunidades carentes. Temos aqui um tipo específico de violência: a violência 
doméstica. Acrescente-se que a pesquisa pretende focalizar adolescentes na realidade 
fluminense e, em comunidades carentes. A partir de um tema específico poderemos alcançar 
respostas específicas. 
Imagine que um pesquisador pretende investigar o tema liderança. Para tanto, deverá 
transformá-lo num objeto de pesquisa, porque falar tudo o que sabe sobre liderança não 
caracteriza seu trabalho como um trabalho científico. E mais: o tema é muito amplo e 
fatalmente haverá omissões. 
Após as leituras necessárias poderá investigar como a liderança autoritária compromete a 
motivaçãodos funcionários da Empresa XYZ. Observe que delimitou a um tipo específico de 
liderança e sua influência em determinada empresa. 
A partir de agora, pense no assunto que você gostaria de pesquisar. Lembre-se: originalidade 
não é pré-requisito. 
E Que Critérios Devem Ser Considerados Para a Escolha do Tema? 
 O tema deve ser ESPECÍFICO! 
O autor do tema deve ser, nas palavras de Umberto Eco, “a maior autoridade viva sobre o 
assunto”. Não se assuste, mas é preciso conhecer e dominar o assunto escolhido, pois um 
tema maldelimitado eliminará qualquer possibilidade de uma contribuição inovadora. 
Segundo Welber Oliveira Barral (2010, p. 38), com um tema muito amplo, o pesquisador fará, 
no máximo, a revisão bibliográfica do tema, ou seja, um “fichamento”: uma listagem 
aborrecida de “fulano disse”, “beltrano falou”, que não trará novidade à matéria. 
Não se esquece: um tema amplo possibilita omissões; um tema específico dará mais 
segurança ao pesquisador. 
 O tema deve ser ACESSÍVEL! 
Um tema acessível significa que as fontes devem ser examinadas pelo pesquisador. Como 
sugestão, observamos que: “(a) não se pode fazer uma pesquisa sobre tema cujas fontes 
primárias estejam em idioma estrangeiro; (b) se a pesquisa for sobre a obra de um autor 
estrangeiro, deve-se ler no original; (c) algumas disciplinas dependem mais da literatura 
estrangeira na revisão bibliográfica” (BARRAL, 2010. p. 39-40) 
Imagine que alguém resolva fazer uma pesquisa original sobre a estrutura familiar entre os 
ianomâmis. Provavelmente, não encontrará literatura disponível sobre o assunto. Neste caso, 
vale indagar: teria disponibilidade para viver por algum tempo numa reserva indígena? Que 
resposta daria? 
E se um pesquisador decidir realizar uma pesquisa sobre o novo código civil húngaro. Termos 
aqui um grande problema: ele não domina a língua húngara. Certamente, não terá acesso às 
fontes primárias mais importantes para desenvolver o seu tema. 
 A necessidade de que o tema seja EXEQUÍVEL no prazo estipulado! 
Um erro comum é acreditar que um trabalho inovador poderá ser feito em poucos dias. Um 
trabalho científico exige tempo para pesquisar as fontes, ler a bibliografia, refletir, escrever, 
revisar, corrigir. Nesse sentido, o pesquisador deve estar atento ao prazo determinado por sua 
instituição de ensino e “não ceder à tentação de mudar de tema ao longo da pesquisa”. 
(BARRAL, 2010. p. 39-40) 
 A escolha do tema também deve considerar as EXIGÊNCIAS INSTITUCIONAIS! 
O curso pode ter linhas de pesquisa específicas, dentro das quais devem se encaixar os 
trabalhos realizados pelos alunos. Esse direcionamento temática é relevante porque reflete na 
disponibilidade de um orientador, ou seja, um professor que domine o tema, e possa, assim, 
auxiliá-lo ao longo da pesquisa. (BARRAL, 2010. p. 39-40) 
 Sugere-se que o tema seja ATUAL e CONTROVERTIDO! 
Um tema histórico pode ser interessante se há a necessidade de se esclarecer um problema 
atual. O conhecimento das experiências passadas, certamente, contribui para a compreensão 
da atualidade, bem como poderá minimizar eventuais erros. Todavia, há algumas dificuldades 
num tema histórico, principalmente no que tange ao acesso às fontes. 
A escolha de um tema do momento – também traz riscos e dificuldades. Algumas 
recomendações podem ser feitas também para se identificar temas atuais: conversas com o 
orientador e outros pesquisadores, participação em congressos na área de interesse e leitura 
de periódicos atualizados. (BARRAL, 2010. p. 43) 
 A aptidão para o tema, o interesse pessoal e a maturidade intelectual! 
Entende-se por aptidão, a facilidade de aprendizado de uma determinada área de 
conhecimento. E neste ponto, é bom recomendar que “será mais fácil ao estudante dedicar-se 
a uma área de conhecimento para a qual tenha aptidão, para a qual demonstre facilidade de 
aprendizado e entusiasmo para conhecer mais”. Deve-se tomar muito cuidado para não ser 
seduzido pela simpatia a professores, palestrantes, e não a temas. (BARRAL, 2010. p. 43) 
Possivelmente, o trabalho será árduo se o estudante não tiver maturidade intelectual para 
enfrentar os desafios do tema escolhido. Essa maturidade se adquire com o tempo e com 
horas de leitura e análise. Não se pode aguardar a inspiração chegar, pois não há atalhos ou 
fórmulas mágicas para elaboração de um trabalho. 
A recomendação é a seguinte: o estudante deve se esforçar para compatibilizar o tema 
escolhido com o seu interesse pessoal. Segundo Antônio Carlos Gil (2010. p. 1), há razões de 
ordem intelectual e de ordem prática que determinam uma pesquisa. 
Welber Oliveira Barral (2010. p. 43), ilustra, com muita propriedade, o critério da maturidade 
intelectual, a partir de um exemplo interessante: 
Imagine um pesquisador que apresentou um excelente projeto, sobre a caracterização do 
crime na obra de Michel Foucault, sobre quem havia lido apenas um artigo. Ora, Foucault é 
um autor difícil, com obras extremamente densas, que demandam prévias leituras, para 
conhecer termos e conceitos criados pelo próprio autor. E isso não era possível no prazo que o 
pesquisador tinha à disposição, e que não lhe permitiria desenvolver a maturidade necessária 
à compreensão do tema. 
De um modo geral, os autores em metodologia da pesquisa observam que o envolvimento 
com a pesquisa exige a disposição para a aprendizagem de conceitos1 e teorias2 da área de 
saber escolhida pelo estudante. À medida que o estudante se insere nessa tarefa, vai 
adquirindo mais autonomia intelectual para produzir uma pesquisa. 
1 “Representação mental de um objeto abstrato ou concreto, que se mostra como um 
instrumento fundamental do pensamento em sua tarefa de identificar, descrever e classificar 
os diferentes elementos e aspectos da realidade” (Dicionário HOUAISS) 
2 “Uma série de proposições abstratas inter-relacionadas sobre as questões humanas e o 
mundo social que explicam suas regularidades e relacionamentos” (BREWER, 2000. p. 192 
apud BELL, 2008. p. 90). “um conjunto de constructos (conceitos) inter-relacionados, 
definições e proposições, que apresenta uma concepção sistemática dos fenômenos mediante 
a especificação de relações entre variáveis, com o propósito de explicá-los e prevê-los”. 
(KERLINGER, 1973 apud CERVO; BERVIAN; SILVA, 2006. p. 22) 
As atividades acadêmicas, tais como elaboração de resumos, resenhas, pesquisa bibliográfica, 
relatórios, seminários e fichamento de textos contribuem para a idéia de atividade científica, a 
partir de três elementos, a saber: adquirir conhecimentos, criar novos conhecimentos e 
comunicá-los à comunidade científica através de um trabalho de conclusão de curso. A 
atividade científica, nesse sentido, envolve criticidade, rigor, disciplina e sistematicidade no 
manejo do objeto da pesquisa. 
Uma dica! 
Procure elaborar um mapa conceitual sobre o tema da sua pesquisa. Podemos dizer que mapa 
conceitual é uma representação gráfica de um conjunto de conceitos que se relacionam 
dentro de um tema. Neste mapa, inserimos conceitos e observamos as relações que guardem 
entre si. As relações entre os conceitos são especificadas através de frases/palavras de ligação 
nos arcos que unem os conceitos. As frases/palavras de ligação têm funções estruturantes e 
exercem papel fundamental na representação de uma relação entre dois conceitos. 
Muitos denominam o mapa conceitual como um brainstorm1, expressão em língua inglesa que 
denota “tempestade de idéias.” 
1 Técnica de discussão em grupo que se vale da contribuição espontânea de idéias por parte 
de todos os participantes, no intuito de resolver algum problema ou de conceber um trabalho 
criativo. (Dicionário HOUAISS) 
 
Observe que o tema centralé Tempos Modernos. Na tentativa de delimitar o tema, o 
pesquisador relacionou o conceito aos termos: filme, crescimento populacional, violência etc. 
Usou palavras de ligação tais como: facilitou, aumenta, ampliou, modifica etc. Siga este 
exemplo! Sempre que se inicia uma pesquisa, há muitas informações que precisam ser 
selecionadas, organizadas e classificadas. É preciso pensar nas questões-chave que envolvem 
o seu tema, as principais teorias, como foram aplicadas e desenvolvidas, bem como as 
principais críticas que foram elaboradas em relação ao tema escolhido. Com o mapa conceitual 
você terá um quadro contendo os pontos centrais que envolvem o seu tema, ou seja, elabora 
um esboço de estrutura teórica1 com os aspectos principais a serem estudados. 
1 Estruturas são mecanismos eficientes para reunir e sumarizar fatos. Estrutura teórica é um 
dispositivo explanatório que explica os pontos principais a serem estudados. (BELL, 2008. p. 
91) 
AULA 3 – O PROBLEMA CIENTÍFICO: REALIZAÇÃO DA PESQUISA 
BIBLIOGRÁFICA E SUA DISCUSSÃO 
“Se enxerguei um pouco mais longe, foi por estar em pé sobre ombros de gigantes” Isaac 
Newton 
Isaac Newton foi considerado um grande pensador da Física Moderna, mas confessou que não 
chegou ao lugar que queria sozinho. Precisou investigar pensadores e suas obras. Newton não 
elaborou sua teoria da gravidade do nada, mas seu ponto de partida foram as idéias de quem 
veio antes dele. 
Assim, nos ensina uma boa lição: qualquer estudo científico deve partir de pesquisas 
bibliográficas e/ou documentais. Isto significa dizer que o estudante deve basear suas idéias 
em teorias já existentes ou informações específicas sobre o tema a ser estudado. 
Dessa maneira, não vai realizar o seu trabalho às cegas, mas tudo o que disser encontrará 
apoio em autores estudiosos do assunto e em trabalhos publicados. A estrutura teórica a ser 
utilizada na pesquisa científica deve resultar de dados bibliográficos e documentais 
selecionados criteriosamente em leituras e fichamentos. Segundo autores de metodologia: 
Qualquer espécie de pesquisa, em qualquer área, supõe e exige uma pesquisa bibliográfica 
prévia, quer para o levantamento do estado da arte do tema, quer para a fundamentação 
teórica ou ainda para justificar os limites e as contribuições da própria pesquisa. (CERVO; 
BERVIAN; SILVA, 2006. p. 60) 
Lembre-se, qualquer trabalho científico só assumirá esse caráter se discutido, analisado ou 
fundamentado em conceitos e teorias já consagradas, seja para confirmar ou não as idéias 
presentes no trabalho. Tal fundamentação teórica se faz por meio de uma pesquisa 
bibliográfica e/ou documental exaustiva. 
Conceitos Importantes! 
Antes de tudo é preciso conhecer alguns conceitos, tais como: fonte bibliográfica, fontes 
primárias e secundárias. 
Em metodologia, entende-se por fonte e informação essencial para a construção do 
conhecimento a partir da escolha do objeto de pesquisa. Nesse aspecto, é muito comum 
diferenciar fontes primárias de secundárias. Sendo a fonte primária, o objeto em análise. Nos 
dizeres de Welber Oliveira Barral (2010. p. 91), “numa pesquisa de laboratório, as fontes 
primárias serão os resultados obtidos a partir da experiência química. Numa pesquisa 
antropológica, serão os relatórios relativos ao comportamento do grupo social observado”. 
Quando investigamos fontes secundárias, analisamos os comentários sobre as fontes 
primárias. Trata-se da literatura disponível sobre o tema, estudos publicados, palestras e 
conferências em que um pesquisador apresenta seus estudos sobre determinado objeto de 
pesquisa. (BARRAL, 2010) 
Nesta classificação das fontes, uma conseqüência é inevitável: a fonte primária é prioritária 
para qualquer pesquisa. Não se deve construir o embasamento teórico de uma pesquisa 
apenas sobre fontes secundárias. (BARRAL, 2010) 
Alguns Cuidados são Importantes 
Não podemos usar a fonte secundária para confirmar a existência de um dado primário. Por 
exemplo: 
“Segundo Norberto Bobbio, o conceito de vontade geral é definido por Rousseau como...”. 
Observe que Rousseau é a fonte primária, assim o estudante deve examiná-lo e interpretá-lo 
diretamente. Como adverte Welber Oliveira Barral (2010, p. 92), “ao socorre-se de argumento 
de autoridade, na realidade enfraquece seu papel de intérprete. E isso não é admissível numa 
pesquisa científica”. 
Deve-se esgotar a fonte primária, lendo o conteúdo com cuidado para embasar suas idéias de 
maneira eficiente. Por exemplo: imagine uma pesquisa realizada por um estudante de Direito 
sobre os direitos da companheira. Ele deseja investigar como o Tribunal de Justiça do seu 
Estado está interpretando a lei. Neste caso, é importante examinar minuciosamente a íntegra 
dos acórdãos deste Tribunal e não somente a ementa das decisões. 
Numa pesquisa deve-se evitar o uso de manuais, porque são publicações didáticas que 
apresentam uma abordagem inicial e superficial sobre os temas discutidos. Tais publicações 
servem ao propósito de despertar o interesse do estudante. Assim, cuidado, pois manuais não 
são fontes primárias, bem como não são considerados como fontes secundárias. 
Todo estudante pergunta quantas fontes devem ser consultadas. O fato é que sobre o tema 
da sua pesquisa, você deverá ler tudo o que já se publicou. Como recomenda Welber Oliveira 
Barral (2010, p. 93), “todas as publicações referentes ao problema escolhido devem ser 
analisadas”. 
Não confie na sua memória! Faça anotações e previna-se contra o plágio. Todos os dados 
utilizados na sua pesquisa devem provir de fontes confiáveis, e mais, identificáveis. 
Anote os elementos essenciais da obra que está sendo utilizada. Para tanto, consulte a ficha 
catalográfica que fica no verso da folha de rosto da publicação. Vamos combinar que perder 
horas para achar o nome da editora daquele livro importantíssimo, mas que você não anotou, 
ninguém merece! 
Pesquisa Bibliográfica 
É uma etapa fundamental em todo trabalho científico que influenciará todas as etapas de uma 
pesquisa, na medida em que der o embasamento teórico em que se baseará o trabalho. 
Consistem no levantamento, seleção, fichamento e arquivamento de informações relacionadas 
à pesquisa. O termo bibliografia significa o conjunto dos livros escritos sobre determinado 
assunto, por autores conhecidos e identificados ou anônimos. Há uma regra de ouro no caso 
da pesquisa bibliográfica: nunca vá a uma biblioteca sem saber exatamente o que procurar. 
Existem obras de referência que são publicações que trazem resumos de trabalhos publicados 
em diversas áreas, consulte-as! 
A pesquisa bibliográfica é, portanto o exame de uma bibliografia para levantamento e análise 
do que já se produziu sobre determinado assunto que assumimos como tema de pesquisa 
científica. E nesse sentido encontramos dois tipos de fontes: 
 Fontes primárias: contém trabalhos originais com conhecimento original e publicado 
pela primeira vez pelos autores. 
Exemplos: monografias, teses universitárias, livros, relatórios técnicos, artigos em revistas 
científicas, anais de congressos. 
 Fontes secundárias: contém trabalhos não originais e que basicamente citam, revisam 
e interpretam trabalhos originais. 
Exemplos: artigos de revisão bibliográfica, livros-texto, tratados, enciclopédias, artigos de 
divulgação. Segundo Carlos Antônio Gil (2010. p. 29): 
A pesquisa bibliográfica é elaborada com base em material já publicado. Tradicionalmente, 
esta modalidade de pesquisa inclui material impresso, como livros, revistas, jornais, teses, 
dissertações e anis de eventos científicos. Todavia, em virtude da disseminação de novos 
formatos de informação, estas pesquisas passaram a incluir outros tipos de fontes, comodiscos, fitas magnéticas, CDs, bem como o material disponibilizado pela Internet. 
Pesquisa Documental 
Trata-se de uma pesquisa realizada através de documentos que podem ser: documentos 
pessoais, cartas, diárias, jornais, balancetes, microfilmes, fotografias, memorando, ofícios, 
vídeos, documentos estatísticos e outros. Há uma análise da descrição do conteúdo manifesto 
para se alcançar uma rede de significados. Em ciência, documento é toda forma de registro e 
sistematização de dados, informações, colocando-os em condição de análise por parte do 
pesquisador. 
Para Antônio Carlos Gil (2010) a pesquisa documental assemelha-se muito à pesquisa 
bibliográfica. A diferença está no fato de a bibliográfica utilizar fundamentalmente as 
contribuições dos diversos autores sobre determinado assunto. Neste caso, utiliza materiais 
que não receberam o tratamento analítico, ou que ainda podem ser reelaborados. Neste 
aspecto, observa: “O conceito de documento, por sua vez, é bastante amplo, já que este pode 
ser constituído por qualquer objeto capaz de comprovar algum fato ou acontecimento”. (Gil, 
2010. p. 31) 
O Que se Pode Pesquisar na Internet? 
A Internet é um conjunto de redes de computadores interligados no mundo inteiro. Nesse 
sentido, permite a pesquisa de milhares de informações diferentes, hoje, um acervo 
extraordinário. Como encontramos muitas informações, temos que selecionar o material de 
pesquisa em sites confiáveis. 
Para pesquisa na Internet, temos sites de busca, tais como: Google, Alta Vista, Excite e 
Yahoo. Além de vários endereços eletrônicos de bibliotecas que colocam à disposição 
informações de fontes bibliográficas. Também, encontramos disponível na Internet o site das 
editoras contendo informações sobre os lançamentos editoriais; sites de revistas eletrônicas, 
jornais, instituições de pesquisas e entidades culturais. 
Em qualquer situação é importante respeitar as regras de utilização das informações 
disponíveis. Nunca utilize informações de outrem sem referenciar a fonte. Ademais, observe a 
veracidade das informações postadas na Web. Administre as imperfeições no conteúdo. 
Verificando a fonte da informação obtida. 
→ Wikipédia 
É uma enciclopédia livre, baseada na edição do seu conteúdo de forma colaborativa. Qualquer 
pessoa poderá se tornar um editor de algum conteúdo. Observe que é uma enciclopédia 
multilíngüe, podendo ser escrita em diversos idiomas e em diferentes regiões. Por ser uma 
enciclopédia livre, não há fins lucrativos e qualquer informação publicada poderá ser 
transcrita, modificada e ampliada por qualquer pessoa. Deve ser manipulada com muito 
cuidado. 
Saber usar as ferramentas do Google muitas vezes é a diferença entre demorar ou não para 
encontrar a informação que você precisa. Vamos conhecer algumas dicas: 
 O Google não considera acentos e não faz diferença entre maiúsculas e minúsculas. 
 Utilize aspas (“”) para frases. 
 Quando você coloca duas ou mais palavras na pesquisa do Google, ele não 
necessariamente vai procurar essas palavras juntas. 
Por exemplo: procurando pelas palavras pesquisa e método, aparecerá uma infinidade de 
resultados. 
 Mas procurando por “método e pesquisa” dará um resultado mais eficiente, porque o 
Google vai mostrar páginas que tenham as palavras selecionadas nesta ordem 
específica e juntas. 
 Coloque várias palavras na pesquisa. Se você for específico e incluir mais de duas 
palavras, a chance é muito mais alta de você ter o site que procura na primeira página 
dos resultados. 
Exemplo: se você quer procurar informações sobre alugar um livro de determinada editora ou 
autor, seja específico e coloque várias palavras. Eu procuraria por metodologia científica 
“Bervian”. 
 Use o sinal de menos (-) para excluir palavras. Você deseja achar uma receita para 
cozinhar lula (o molusco). Se você pesquisar por receita lula, você vai achar 1.070.000 
páginas, muitas delas falando sobre o presidente e o seu governo. 
Mas procurando por receita lula –presidente –governo dará um resultado específico. Isso 
porque o Google exclui todas as páginas que tinha as palavras „presidente‟ e „governo‟. Para 
utilizar o sinal menos (-), coloque-o antes da palavra que você quer excluir e não deixe espaço 
entre o sinal e a palavra. 
 Utilize OR para alternativas. Vamos imaginar que você deseja pesquisar sobre as 
diferentes raças de cachorro que tenham Pastor no nome (pastor alemão, pastor belga, 
etc.). Existem sites que utilizam a palavra cão e outros a palavra cachorro para se 
referir aos cachorros. Para incluir todos esses sites, utilize o termo OR (que quer dizer 
OU em inglês). 
 Abuse o termo define: para achar definições. Se você quiser achar rapidamente 
definições de palavras, utilize a expressão define: <palavra>. 
Por exemplo, para saber o que quer dizer o termo metodologia, define: metodologia. 
Para fazer uma boa pesquisa bibliográfica é preciso seguir algumas etapas. Vamos conhecê-
las? 
 Identificar e conhecer o acervo existente sobre o assunto nas bibliotecas a serem 
consultadas; 
 Localizar e fichar os diferentes tipos de obras e documentos ali catalogadas, como 
livros, artigos, revistas, jornais, relatórios científicos etc; 
 Iniciar a consulta pela leitura geral sobre o assunto, depois pela leitura especializada; 
 Copiar os dados e informações obtidos anotando as referências indispensáveis para o 
trabalho. 
Dica! 
Alguns autores sugerem o fichamento como recurso útil no momento de uma pesquisa 
bibliográfica. De fato, nos parece um recurso valioso. Vamos aproveitar os exemplos ofertados 
por Welber Oliveira Barral (2010. p. 100-101) sobre os tipos de fichamento: 
1. Fichamento de uma citação: transcrever trechos significativos da obra. 
 
2. Fichamento resumo: paráfrases, sínteses pessoais das principais idéias do autor. 
 
3. Fichamento crítico (resenha): o autor do fichamento elabora um resumo das idéias do 
autor lido e oferece uma opinião pessoal sobre o tema estudado. 
 
 
 
 
 
Preparando o Terreno... 
Já vimos que se deve ler tanto quanto o tempo permitia. Nesta tarefa, certifique-se se você 
pode confiar no que está lendo. E se existem outras fontes confirmando ou não tais idéias. 
Cabe lembrar que é preciso saber quem é o autor que está sendo lido, sua trajetória em 
determinado campo do saber e se o seu pensamento é tendencioso ou não. Assim que você 
estabelecer uma rotina para isso, o registro de tais informações será automático. Não 
dependa somente de informações obtidas na Internet e utilize o tipo de fichamento que lhe 
for mais conveniente. 
Consulte obras de referências, periódicos científicos, teses e dissertações, anais de encontros 
científicos e periódicos de indexação e resumo. Por fim, uma recomendação bem interessante 
de Welber Oliveira Barral (2010. p. 94) e que poderá ser muito útil: 
Uma recomendação especial se refere à coleta e armazenamento de dados por meio 
eletrônico. Em outras palavras, o seu cândido computador não é um ser confiável. Ele terá 
algum problema grave por ano. Por isso, tome cuidado em gravar semanalmente uma cópia 
de segurança de todos os dados obtidos eletronicamente e, obviamente, dos capítulos 
redigidos. Lembre-se da Lei de Murphy: se alguma coisa pode dar errado, ela vai dar errado. 
E, normalmente, às vésperas da data de entrega do trabalho. 
AULA 4 – O PROBLEMA CIENTÍFICO: A PROBLEMATIZAÇÃO DO TEMA. A 
CONSTRUÇÃO DE HIPÓTESES E AS QUESTÕES NORTEADORAS 
O Problema Científico: A Problematização do Tema 
Quando realizamos uma pesquisa, não basta delimitar o tema a um objeto de pesquisa, mas 
deve-se identificar em seguida um problema específico que será analisado no trabalho. 
Problematizar é outrodesafio após a escolha do tema, mas configura passo importante para o 
estudo. Quando problematizamos explicitamos a dificuldade que pretendemos resolver. 
É neste ponto que a problematização se relaciona diretamente com o foco do trabalho, no que 
se refere ao tema selecionado. É a pergunta a ser respondida ao final, pois um tema pode 
abranger problemas distintos. Por isso, se o estudante não delimitar claramente o problema – 
o enfoque – terá dificuldades em organizar a pesquisa e a redação. 
Para dar maior clareza, deve-se formular o problema como um questionamento, encerrando a 
frase com um ponto de interrogação. O trabalho pretenderá, portanto, responder àquele 
questionamento específico. 
Assim como a descrição de um tema, sua delimitação, a explicação de um objetivo, seja ele 
real ou específico, a formulação do problema é imprescindível à pesquisa. O mesmo deve ter 
as seguintes características: clareza, objetividade, concisão e especificidade, evitando, assim, 
formulações genéricas que lembrem um questionário qualquer, em que não se consiga um 
desenvolvimento mais profundo. (KAHLMEYER-MERTENS, 2007. p. 39) 
Com a formulação do problema como uma pergunta, deve-se esclarecer para o próprio 
estudante qual é o foco central do trabalho, o que se saberá quando a pesquisa for concluída. 
Podemos denominar de questão-problema, pergunta de partida ou questão norteadora da 
pesquisa. 
Os dicionários definem o termo problema como obstáculo, contratempo, dificuldade que 
desafia a capacidade de solucionar de alguém. Também mencionam: situação difícil, conflito, 
pessoa, coisa ou situação incômoda, preocupante. E problema científico como assunto 
controverso, ainda não satisfatoriamente respondido, em qualquer campo do conhecimento, e 
que pode ser objeto de pesquisas científicas ou discussões acadêmicas. 
Dizendo de outro modo, questão não solvida e que é objeto de discussão, em qualquer 
domínio do conhecimento. Problematizar significa: (MARTINS, 2005. p. 137) 
 Transformar o assunto e problema, pois assim se torna pesquisável de modo a poder 
produzir respostas específicas; 
 Identificar no tema escolhido alguma dificuldade teórica ou prática, para a qual se deve 
encontrar uma solução; 
 Descobrir no assunto uma situação controvertida, passível de discussão. 
Descobrir no Assunto uma Situação Controvertida, Passível de Discussão 
Não São Problemas Científicos 
Segundo Antônio Carlos Gil (2010. p. 8-9), nem todo problema é passível de tratamento 
científico! Vamos começar observando o que não pode ser considerado um problema científico 
e as razões dessa negativa. Deve-se indagar se o problema formulado se enquadra na 
categoria de problema científico. Portanto, não são problemas científicos aqueles que 
expressam o sentido de problemas ou questões de engenharia. 
Essa denominação foi criada por Fred Kerlinger (1980 apud Gil, 2010) porque denotam a 
preocupação em como fazer algo de maneira eficiente. Em nada se relaciona com a faculdade 
de engenharia, mas com construção, criação, execução de algo em que se utilize engenho e 
arte. Nas palavras de Antônio Carlos Gil (2010. p. 8), não indagam como são as coisas, suas 
causas e consequências, mas indagam acerca de como fazer as coisas. 
Exemplo: “Como fazer para melhorar os transportes urbanos?” “Como aumentar a 
produtividade no trabalho?” 
Outra categoria que não configura um problema científico são os problemas de valor. Estes 
são aqueles que indagam se algo é bom ou mau, desejável ou indesejável, certo ou errado, 
melhor ou pior, se algo deve ou não ser feito (Gil, 2010. p. 9). Aqui, também, não há a 
possibilidade de uma investigação nos moldes próprios da ciência. Estamos no terreno da 
subjetividade. 
Exemplo: “Os pais devem dar palmadas nos filhos?” “Qual a melhor técnica para a 
propaganda?” 
Como Formular um Problema Científico? 
Deve-se tomar como ponto de partida uma proposição que poderá ser testada, verificada. Há 
critérios para isso. Preste atenção em alguns! (Gil, 2010. p. 10) 
O problema deve ser claro e preciso: 
 Não deve ser formulado de maneira vaga; 
 Os termos usados devem ser adequados; 
 Deve ser solucionável; 
 Deve apresentar objetividade; 
 Não pode conduzir a julgamento morais (considerações subjetivas); 
Um bom exemplo para uma questão que prescinde de clareza é a seguinte pergunta: “Como 
funciona a mente?” ou “Os cavalos possuem inteligência?” Não são problemas solucionáveis, 
porque ambíguos, vagos ou apresentam uma linguagem do senso comum. (Gil, 2010) 
Imagine a seguinte questão: “os moradores dos grandes centros são melhores que os do 
campo?” Estamos diante de julgamentos morais, no campo da subjetividade, inviabilizando 
uma possível investigação científica. 
O Problema Deve Ser Delimitado a uma Dimensão Viável: 
 A delimitação do problema está relacionada com os meios disponíveis para 
investigação; 
 Delimitar significa impor limites, objetivar e restringir. 
Dica! 
Após delimitar o tema, procure ler o que os autores falam sobre ele e anote como 
problematizaram o tema. Observe como levantaram questões norteadoras da pesquisa, bem 
como responderam a essas questões formuladas. Eis um bom exercício para ajudá-lo na 
problematização de um tema. Pesquisa alguma poderá prescindir de uma boa 
problematização! 
Não se preocupe, porque formular um problema científico nada mais é do que aperfeiçoar, 
isto é, estruturar com mais detalhes o objeto da pesquisa. Temos que evitar questões 
demasiado gerais, tais como (SAMPIERI; COLLADO; LUCIO, 2006. p. 36-37): 
“Por que alguns casamentos duram mais que outro?” 
“As pessoas que se submetem à psicoterapia mudam com o tempo?” 
“Os empresários se comprometam mais com suas empresas que os funcionários?” 
“Como estão relacionados os meios de comunicação de massa com o voto?” 
De fato, a maneira como foram formuladas dá margem à grande quantidade de dúvidas. 
Como poderei investigá-las? É melhor que sejam precisas. 
O Problema Deve Conter Variáveis 
Um problema é de natureza científica quando envolve variáveis que podem ser tidas como 
testáveis, que podem ser observadas e manipuladas, enfim, verificadas na realidade ou em 
seu meio. 
O que entendemos por variáveis? Uma variável é uma propriedade que pode variar e, por 
conseguinte é suscetível de medição e observação. (SAMPIERI; COLLADO; LUCIO, 2006. p. 
121) 
Podemos pensar em alguns exemplos de variáveis: sexo, atributos físicos, tipos de 
personalidade, uma situação, um tipo de motivação, produtividade de determinado tipo de 
objeto, eficiência em procedimentos, eficácia de determinada medida, dentre outros. 
O termo variável é o dos mais utilizados na linguagem acadêmica. Seu objetivo é o de conferir 
maior precisão aos enunciados científicos, sejam hipóteses, teorias, leis, princípios ou 
generalizações. 
O conceito de variável refere-se a tudo aquilo que pode assumir diferentes valores ou 
diferentes aspectos, segundo os casos particulares ou as circunstâncias (Gil, 2002). p. 36). 
Assim, adquirem valor para a pesquisa científica quando se relacionam com outras variáveis 
possibilitando a formulação de uma teoria ou hipótese. É predico definir conceitualmente as 
variáveis que integram o problema científico. (SAMPIERI; COLLADO; LUCIO, 2006. p. 121) 
Exemplo 1: “Em quem medida a escolaridade determina a preferência político-partidária?” 
Aqui temos duas variáveis relacionando-se: 
 Escolaridade 
 Preferência político-partidária 
Exemplo 2: “Os alunos de Administração são mais conservadores que os de Ciência Sociais.” 
Aqui temos duas variáveis relacionando-se: 
 Curso 
 Conservadorismo 
Exemplo 3: “A classe social da mãe influencia no tempo de amamentação dosfilhos.” Aqui, 
temos duas variáveis relacionando-se: 
 Classe social 
 Tempo de amamentação 
As variáveis podem ser: 
Independentes: são aquelas que influenciam, determinam ou afetam outra variável. São 
percebidas como a condição ou a causa para certo resultado, efeito ou conseqüência. 
Exemplo: “Se dermos uma pancada no joelho dobrado de um indivíduo, sua perna esticará.” 
Dependentes: consistem nos valores a serem explicados ou descobertos, em virtude de serem 
influenciados, determinados ou afetados pela variável independente. 
Exemplo: “Se dermos uma pancada no joelho dobrado de um indivíduo, sua perna esticará.” 
Intervenientes: são aquelas que numa sequência causal, se colocam entre a variável 
independente e a dependente, tendo como função ampliar, diminuir ou anular a influência de 
uma sorte a outra. 
Exemplo: “A liderança autoritária influencia na motivação dos colaboradores”. 
Variável interveniente, pois interfere na relação entre a variável independente (liderança) e a 
dependente (motivação). 
Hipóteses: De Onde Surgem? 
Quando formulamos um problema científico refletimos sobre possíveis respostas para o 
problema proposto. 
Essa resposta provisória é a hipótese do trabalho. “As hipóteses indicam o que estamos 
buscando ou tentando provar e se definem como tentativas de explicações do fenômeno 
pesquisado”. (SAMPIERI; COLLADO; LUCIO, 2006. p. 118) 
A hipótese é a idéia que o trabalho se propõe a apresentar. Advertem alguns autores que nem 
todas as pesquisas suscitam hipóteses, dependerá da área de saber e o do estudo proposto, 
porque em muitas situações, principalmente em pesquisas exploratórias não será possível a 
formulação de hipóteses antes da coleta de dados. 
Exemplo: 
Problema: O índice de câncer pulmonar é maior entre fumantes? 
Hipótese: O índice de câncer pulmonar é maior entre os fumantes do que os não fumantes. 
Como se percebe no exemplo acima, as hipóteses podem ou não ser comprovadas ao final de 
uma pesquisa. Ela difere de uma afirmação de fato, porque não estamos certos de sua 
comprovação antes do término da pesquisa. Inicialmente, há uma tentativa de resposta à 
pergunta. Observe-se que: 
A pesquisa científica, as hipóteses são proposições quanto às relações entre duas ou mais 
variáveis e se fundamentam em conhecimento organizado e sistematizado. As hipóteses 
podem ser mais ou menos gerais ou precisas, e envolver duas ou mais variáveis, mas em todo 
caso são apenas proposições sujeitas à comprovação empírica. (SAMPIERI; COLLADO; LUCIO, 
2006. p. 120) 
Exemplo: “Quanto maior a autoestima, haverá menor medo de sucesso.” 
Você percebeu que nesta hipótese quando uma variável aumenta a outra diminui? Podemos 
observar a relação entre as variáveis e o seu sentido. 
Quais os critérios que devem ser observados na formulação de hipóteses? (SAMPIERI; 
COLLADO; LUCIO, 2006. p. 124) 
 As hipóteses devem referir-se a uma situação real; 
 As variáveis da hipótese devem ser compreensíveis; 
 A relação entre variáveis propostas na hipótese deve ser clara e verossímil; 
 A relação entre as variáveis deve ser observável e mensurável; 
 As hipóteses devem estar relacionadas às técnicas disponíveis para comprová-las. 
AULA 5 – A CONSTRUÇÃO DO PROJETO DE PESQUISA I: A 
DETERMINAÇÃO DOS OBJETIVOS E JUSTIFICATIVA DA PESQUISA 
A Construção do Projeto de Pesquisa I 
A determinação dos objetivos e justificativa da pesquisa. 
Se toda pesquisa está direcionada ao conhecimento, deverá conter objetivos e, nesse sentido, 
podemos afirmar que os objetivos se aproximam da definição do objeto a ser investigado. 
Como observa Welber Oliveira Barral (2010. p. 59), “a função do objetivo é justamente repetir 
onde o autor [da pesquisa] pretende chegar”. Logo, a intenção do pesquisador é precebida a 
partir dos seus objetivos. 
Mas o que entendemos por objetivos? Os dicionários definem objetivo como aquilo que se 
pretende alcançar quando se realiza uma ação. O alvo, fim, propósito e objeto. Assim, indicam 
o que se pretende conhecer, avaliar ou provar no decorrer da pesquisa. São as metas que se 
deseja alcançar. Se não construirmos objetivos, não há o que se pesquisar de maneira 
eficiente. (JACOBINI, 2006) 
É importante expressar os objetivos com clareza, pois constituem as orientações do estudo, 
ou seja, tenha-os em mente durante todo o desenvolvimento dos estudos para a pesquisa. 
Nada impedirá que ao longo das leituras surjam objetivos adicionais, modificações nos 
objetivos estipulados, tudo depende dos rumos que o trabalho de pesquisa irá tomar após o 
aprofundamento teórico. 
Objetivo Geral 
Indica o resultado pretendido. Por exemplo: identificar, levantar, descobrir, caracterizar, 
descrever, traçar, analisar, explicar etc. 
Apresenta de forma genérica, o que pretende o pesquisador no desenvolvimento do assunto a 
ser abordado, independentemente das motivações “pessoais” que podem ter sido 
apresentadas na justificativa. É importante lembrar que o objetivo geral não pode fugir ao 
tema proposto. (SOARES, 2003. p. 46) 
Objetivos Específicos 
Indicam as etapas que levarão à realização do objetivo geral. Por exemplo: classificar, aplicar, 
distinguir, enumerar, exemplificar, selecionar etc. 
É a subdivisão do objetivo geral em outros menores, os quais poderão até vir a constituir-se 
em possíveis capítulos [partes] do trabalho final. Assim como o objetivo geral, os objetivos 
específicos não devem fugir ao tema. (SOARES, 2003. p. 46) 
Não apontam para o fim do último do trabalho, mas para etapas intermediárias, o que a 
pesquisa terá de galgar até o objetivo final. 
Como Construir Objetivos? 
 1º Passo: ler a questão de partida (problematização do tema). 
Os objetivos informarão o que está se propondo com a pesquisa, isto é, quais os resultados 
que pretende alcançar ou qual a contribuição que irá efetivamente proporcionar. 
 2º Passo: escolher verbos de ação. 
Os enunciados dos objetivos devem começar com um verbo no infinitivo e este verbo deve 
indicar uma ação passível de mensuração. Uma ação individual ou coletiva se materializa 
através de um verbo. É importante a precisão na escolha do verbo, escolhendo aquele que 
exprime a ação que o estudante pretende executar. (BARRETO; HONORATO, 1998) 
 3º Passo: escolher os verbos de ação. 
Algumas sugestões: 
CONHECIMENTO COMPREENSÃO ANÁLISE AVALIAÇÃO 
Apontar Concluir Analisar Escolher 
Definir Deduzir Comparar Precisar 
Descrever Derivar Correlacionar Medir 
Distinguir Descrever Contrastar Avaliar 
Enumerar Diferenciar Identificar 
Relacionar 
 
É Importante Construir Objetivo? 
 Constituem a base do planejamento da pesquisa; 
 Possibilitam pensar e planejar em termos específicos; 
 Auxiliam na escolha da metodologia da pesquisa; 
 Informam ao leitor e demais interessados acerca do que a pesquisa se propõe a 
realizar; 
 Auxiliam a efetuar um estudo seletivo; 
 Ajudam a rever o conteúdo mediante a verificação da relevância no contexto da 
pesquisa. 
Vamos Conhecer Alguns Exemplos? 
Tema 1: Liderança autoritária e a motivação. 
Problematização: como a liderança autoritária pode comprometer a motivação dos 
funcionários da Empresa XYZ. 
Objetivo Geral: investigar como o estilo de liderança autoritária compromete a motivação dos 
funcionários na Empresa XYZ. 
Objetivos Específicos: 
 Definir o conceito de liderança autoritária; 
 Descrever alguns exemplos de liderança autoritária na Empresa XYZ; 
 Definir o conceito de motivação; 
 Analisar a relação entre liderança e motivação nas organizações. 
Tema 2: A violência doméstica contra adolescentes. 
Problematização: quais os aspectos da violência doméstica contra adolescentes na realidadefluminense e suas relações com as condições sociais e econômicas das famílias moradoras nas 
comunidades carentes. 
Objetivo Geral: investigar a relação entre a violência doméstica contra adolescentes e as 
condições sociais e econômicas. 
Objetivos Específicos: 
 Definir o conceito de violência doméstica; 
 Descrever alguns exemplos de violência doméstica; 
 Definir o conceito de pobreza; 
 Analisar a relação entre a violência doméstica e condição socioeconômica. 
Os Erros Mais Frequentes São... 
 O esquecimento do verbo que indica a ação a que se objetiva; 
 A confusão entre o objetivo da pesquisa e o seu objeto; 
 O uso dos verbos ACHAR, GOSTAR, DESEJAR, CONSCIENTIZAR, ACREDITAR e OPINAR 
que não atendem ao requisito metodológico da objetividade. 
Justificar! 
Após construir os objetivos, é preciso justificar o estudo apresentando as razões da pesquisa. 
A esta parte denominamos de justificativa. Os dicionários definem o termo como a explicação, 
razão, motivo e fundamento. Este é o momento em que o pesquisador precisa fazer algumas 
perguntas a si mesmo: O tema é relevante? Por quê? Quais pontos positivos você percebe na 
abordagem proposta? Que vantagens/benefícios você pressupõe que sua pesquisa irá 
proporcionar? A justificativa indica a relevância do estudo que propomos. 
A justificativa deve esclarece as razões da escolha do tema e sua importância na área do 
conhecimento em que se situa. Deve ser uma exposição sucinta, porém completa, dos motivos 
de ordem teórica e/ou prática para sua realização, enfatizando a importância do tema numa 
visão global; o estágio atual do tema pesquisado e as possibilidades de solução para o 
problema levantado. (MAIA, 2008. p. 90) 
A justificativa de um projeto de pesquisa configura o conjunto de razões (acadêmicas, sociais 
e pessoais) que conferem legitimidade ao trabalho científico. Um trabalho de pesquisa poderá 
ser conveniente porque poderá ajudar a resolver uma questão controvertida ou contribuir com 
novo olhar sobre algum tema. 
A seguir, indicamos algumas sugestões para a justificativa, não se preocupe se a sua pesquisa 
não conseguir a todos os critérios (SAMPIERI; COLLADO; LUCIO, 2006. p. 40): 
 
1. Conveniência: Pra que serve a pesquisa? 
2. Relevância Social: Quem se beneficiará com os resultados da pesquisa? De que modo? 
Qual o alcance social da pesquisa? 
3. Implicações práticas: A pesquisa ajudará a resolver algum problema real? 
4. Valor teórico: Com a pesquisa, alguma brecha de conhecimento será preenchida? A 
informação obtida pode servir para comentar, desenvolver ou apoiar teoria? 
5. Utilidade metodológica: A pesquisa ajuda a definir um conceito, variável ou relação 
entre variáveis? A pesquisa sugere como estudar mais adequadamente uma situação? 
 
O que se pretende, enfim com a justificativa é oferecer, nos dizeres de Antônio Raimundo 
Santos (2007. p. 93), motivos suficientes para que algo aconteça e mereça uma investigação 
científica. 
AULA 6 – A CONSTRUÇÃO DO PROJETO DE PESQUISA II: A CONSTRUÇÃO 
DO EMBASAMENTO TEÓRICO, LEVANTAMENTO PRELIMINAR E 
METODOLOGIA 
Revisão de Literatura e Embasamento Teórico 
Imaginemos um fenômeno da natureza que seja visto, simultaneamente, por pessoas de 
formação cultural diversa: “uma maçã cai de um galho de uma árvore”. 
 Para um físico: manifestação da lei da gravidade; 
 Para um biólogo: a queda da maçã representa o ciclo da vida no Reino vegetal; 
 Para um religioso: a maçã representa a simbologia bíblica; 
 Para um advogado: a maçã caiu num terreno contíguo, deve-se argüir de quem é a 
propriedade do fruto. 
 Para uma criança: Oba! Fruta! Vou comer a maçã! 
Moral da história? 
O olhar humano é mediado por experiências diversas diante dos fenômenos. E nesse aspecto, 
percebemos diferentes olhares sobre um mesmo fenômeno. A revisão da literatura relativa ao 
problema elaborado nos revela isso. 
O pesquisador, ao iniciar uma pesquisa, indaga a si mesmo: quem já escreveu sobre o tema? 
O que disso? Como disse? Suas indagações decorrem da necessidade de sustentar 
teoricamente o seu estudo. Para tanto, elege um marco teórico, ou seja, analisa teorias e 
pesquisas anteriores para selecionar o que será útil como ponto de partida para suas 
investigações. O marco teórico fornece uma referência para o problema científico. (SAMPIERI; 
COLLADO; LUCIO, 2006) 
Quais as vantagens de se buscar um marco teórico? Podemos destacar algumas, tais como: 
ajuda a prevenir erros cometidos em outros estudos; serve de orientação para realização do 
estudo, pois percebendo como os autores trabalharam seu problema científico, aperfeiçoamos 
habilidades; expandimos nossas idéias sobre o objeto da pesquisa; inspira na construção das 
hipóteses etc. 
O marco teórico é construído a partir de dois momentos importantes, na pesquisa: a revisão 
da literatura e a posterior escolha de uma perspectiva teórica como referência. 
Por revisão de literatura entende-se a tarefa de identificar, obter e consultar a bibliografia, 
bem como outros materiais disponíveis e úteis ao objeto de estudo. Um processo seletivo das 
referências na nossa área de atuação. É importante ter em mente que se devem selecionar as 
obras mais importantes e recentes, bem como aquelas que tenham abordado o tema com 
enfoque similar ao que pretendemos na pesquisa. Assim, o pesquisador deverá apresentar o 
resultado desta tarefa no seu embasamento teórico ou fundamentação teórica da pesquisa. 
(SAMPIERI; COLLADO; LUCIO, 2006) 
É importante mencionar que o termo EMBASAR significa SERVIR DE FUNDAMENTO A ou SER 
FUNDAMENTO DE; BASEAR (-SE), FUNDAR (-SE). O item embasamento teórico é a parte do 
projeto de pesquisa em que o pesquisador expressa determinado ponto de vista sobre o 
problema formulado. 
Revisão de Literatura: O Que Já se Publicou Sobre o Tema? 
Estudamos que após a escolha do tema a sua delimitação em um problema científico, realiza-
se uma pesquisa bibliográfica. Além da bibliografia geral e específica, devem-se buscar outras 
visões em monografias, dissertações e teses, porque muito se aprende com outros 
pesquisadores que apresentam produção recente sobre o tema do seu interesse. A leitura 
inicial é seguida de uma releitura exploratória para um maior aprofundamento nos conteúdos 
pertinentes ao objeto da pesquisa. 
Dessa maneira, o pesquisador poderá apurar o sentido de palavras-chave, definições, a 
situação histórica do seu objeto de investigação, eventuais classificações etc. Enfim, o 
conhecimento inicial é substituído por um aprofundamento na literatura disponível que 
viabilizará a delimitação do conteúdo a ser investigado. Por cautela não deve desviar o olhar 
do problema proposto e seus objetivos para que a revisão de literatura seja seletiva. 
(SANTOS, 2007) 
Importa esclarecer que revisão de literatura não é um amontoado de informações lidas, nem 
resumos de autores, mas uma discussão do que foi encontrado e relacionado com o problema 
da pesquisa. Um processo de análise das informações contidas em documentos que 
colaboram para a eficácia da pesquisa. Por isso, muitos autores afirmam que a revisão de 
literatura “objetiva demonstrar o que foi escrito sobre o tema. Consiste na análise e síntese 
das informações, visando definir as linhas de ação para abordar o assunto ou problema e 
gerar idéias novas e úteis”. (BOAVENTURA, 2009. p. 46) 
Após a Revisão da Literatura, O Que se Deve Inserir no Embasamento Teórico? 
No embasamento teórico deve-se inserir o resultado da revisão da literatura realizada pelo 
estudante e, nesse sentido, inclui a referência aos principais autores e obras pertinentes ao 
objeto da pesquisa. Dentre os pontos de vista apresentados, deve-se escolher uma linhaa 
partir da qual responderá à sua questão de partida. 
Como Assim? 
O embasamento teórico é uma parte do projeto de pesquisa em que o estudante procede à 
análise da bibliografia escolhida, observando como os autores têm tratado a questão. 
Apresenta a que disciplina ou ramo do conhecimento o seu problema científico está vinculado. 
Não é apenas uma relação bibliográfica, mas uma revisão crítica do que se produziu no plano 
do pensamento sobre aquele tema. Apresenta0se uma releitura crítica das obras elencadas, 
com vistas a se posicionar, do ponto de vista teórico, sobre o objeto de investigação. É neste 
ponto que se percebe a maturidade intelectual do estudante frente ao tema selecionado e ao 
problema formulado. 
Desta maneira, o embasamento teórico permite ao estudante posicionar-se ante o objeto de 
investigação, tomando como referência uma linha de abordagem. E podemos afirmar que: 
É fundamental que os aspectos teóricos embasadores de sua perspectiva no tratamento do 
objeto sejam apontados de forma clara e extensiva nesse ponto, para que fique manifesto o 
seu marco teórico ou o conjunto de referenciais teóricos que irão embasar seu enfoque ou o 
conjunto dos critérios categoriais fundamentais para tratar de seu tema. (MEZZAROBA; 
MONTEIRO, 2003. p. 207) 
Dica! 
 Nenhum assunto pode ser abordado numa visão onisciente; 
 O olhar da ciência é sempre direcionado: parte de um determinado conceito e procura 
interpretar os fenômenos, à luz de paradigmas; 
 Outro pesquisador pode buscar fundamentos teóricos diferentes; 
 O pesquisador precisa eleger um marco teórico para abordar o seu problema; 
 A literatura relacionada é a base da procura sobre o que já se publicou sobre o tema. 
Vamos Conhecer um Pequeno Roteiro Para Construção do Embasamento Teórico? 
1. Apresentar a bibliografia sobre o tema que você irá pesquisar, destacando: 
 A riqueza ou escassez de obras sobre o assunto escolhido; 
 O caráter polêmico do assunto; 
 As principais linhas de abordagem sobre o assunto. 
2. Apresentar os autores e as obras que compõem cada uma das linhas de abordagem: 
 Apresentar o autor em um pequeno parágrafo (três linhas no máximo – dizer qual a 
especificação, ramo de atividade principal); 
 Resumir sua idéia em dois ou três parágrafos (parafrasear); 
 Citar uma passagem mais significativa do texto do autor, procurando ilustrar o que 
falou o autor. 
3. Posicionar-se elegendo uma das linhas de abordagem especificadas anteriormente. 
Metodologia – Como o Estudante Desenvolverá o Trabalho? 
Uma vez realizada a revisão de literatura, o passo seguinte consiste em decidir a metodologia 
a ser adotada para a pesquisa. Nesta parte do projeto de pesquisa devem-se apontar os 
procedimentos a serem adotados para a resolução do problema proposto. 
A metodologia de um trabalho de pesquisa deve ser prevista e analisada no projeto. Em linhas 
gerais, representa o conjunto de meios materiais e humanos empregados pelo investigador 
para concretizar a pesquisa. Este momento é bastante importante. É por meio dele que as 
questões de natureza prática relativas à execução do trabalho serão devidamente analisadas. 
Metodologia vem do termo MÉTODO, que significa “a ordem que se deve impor aos diferentes 
processos necessários para atingir um certo fim ou resultado desejado” (CERVO; BERVIAN; 
SILVA, 2007. p. 29). O método a ser adotado decorre do objeto da pesquisa que exigirá 
procedimentos para que se alcance os resultados previstos. 
Nesse sentido, a pesquisa poderá ser exploratória1, descritiva2, explicativa3, estudo de caso4, 
pesquisa de campo5, documental, bibliográfica, quantitativa ou qualitativa. Poderá misturar os 
tipos, pois nada impede que apresente uma abordagem qualitativa e quantitativa ao mesmo 
tempo. Vejamos um exemplo de estudo de caso que envolve a dimensão exploratória e 
descritiva: 
A construção de um plano estratégico de marketing para uma empresa de pequeno porte: o 
caso do recanto do sorvete – Tiago Nemuel Custódio. 
1 “O objetivo é examinar um tema ou problema de pesquisa pouco estudado, do qual se tem 
muitas dúvidas ou não foi abordado antes”. (SAMPIERI; COLLADO; LUCIO, 2006. P. 99) 
2 “O objetivo do examinador é descrever situações, acontecimentos, e feitos, isto é, dizer 
como é e como se manifesta determinado fenômeno”. (SAMPIERI; COLLADO; LUCIO, 2006. P. 
100) 
Ex.: o censo nacional da população é um estudo descritivo. 
3 “Destina-se a responder as causais dos acontecimentos, fatos, fenômenos físicos ou sociais. 
Seu interesse está em responder por que ocorre um fenômeno e em quais condições ou por 
que duas ou mais variáveis estão relacionadas”. (SAMPIERI; COLLADO; LUCIO, 2006. P. 107) 
4 Inicia-se com a formulação de um problema, com a definição pormenorizada de uma 
unidade-caso. Poderá integrar diferentes abordagens para coleta de dados: bibliografia, 
documentos, entrevista etc. (GIL, 2010) 
5 É a investigação empírica realizada no local onde ocorre ou ocorreu um fenômeno. Pode 
incluir entrevistas, aplicação de questionamentos, testes e observações. 
Segundo Antônio Joaquim Severino, na pesquisa de campo “o objeto é abordado em seu 
próprio meio. A coleta de dados é feita nas condições naturais em que os fenômenos ocorrem, 
sendo assim diretamente observados”. (2007. p. 123) 
No caso de uma pesquisa bibliográfica de cunho teórico, por exemplo, a metodologia 
consistirá basicamente na escolha do material bibliográfico e documental com o qual o 
pesquisador trabalhará para desenvolver a investigação. Pode-se dizer que a pesquisa 
bibliográfica configura o primeiro passo a ser dado em qualquer tipo de pesquisa, porque 
pesquisa alguma poderá prescindir de um marco teórico. 
Resumo 
A pesquisa objetivou analisar a importância do planejamento estratégico para as organizações, 
principalmente às empresas de pequeno porte, caracterizando o plano de marketing como um 
elemento fundamental conectado às diretrizes do plano global da empresa. A metodologia 
utilizada na primeira etapa constituiu-se de caráter exploratório. O modelo desenvolvido por 
Westwood foi selecionado pelo autor e adaptado como referencial para confecção do plano de 
marketing sugerido ao Recanto do Sorvete. A segunda etapa da pesquisa foi de caráter 
descritivo, apontando a organização como exemplo de estudo de caso. Verificou-se que o 
plano de marketing é possível de ser implementado, desmistificando o paradigma de que os 
planos são aplicados somente às organizações de grande porte, pois a pequena empresa 
também deve crescer baseada na cultura do planejamento. 
Dicas! 
Se minha pesquisa é bibliográfica, o que devo mencionar? 
O estudante deve mencionar criteriosamente os tipos de livros e documentos que estudará, 
para em seguida prever em quais bibliotecas e arquivos pesquisará. Mas só falará dos tipos de 
livros, não havendo necessidade de relacioná-los um a um. 
Posso inserir pesquisa de campo? 
Podem ser consideradas como forma complementar ao estudo documental e bibliográfico. A 
técnica da entrevista só deverá ser realizada quando o assunto da pesquisa estiver 
amadurecido pelo estudante, para que ele possa extrair do entrevistado o máximo de 
informações que seu conhecimento permitir. 
O que é uma pesquisa empírica? Como difere da pesquisa teórica? 
É aquela que se refere à experiência no mundo material. Já a pesquisa teórica se situa no 
nível conceitual e prescinde de uma experimentação. 
Como devo nomear uma pesquisa sobre as decisões nos tribunais? 
Podemos nomear de pesquisa documental, pois a análise das decisões configura o que se 
entende por documentos, fontes primárias. 
AULA 7 – A REDAÇÃO DO PROJETO DE PESQUISA I: REGRAS PARA 
CITAÇÕES 
Citações 
Éde se esperar um cuidado especial, por parte do aluno, ao elaborar o seu texto. 
Segundo Azevedo (1997. p. 109), “o propósito de um texto científico é comunicar os 
resultados e as idéias a que se chegou, após a coleta e análise dos dados”. É, nesse sentido, 
que se afirma que a linguagem escrita deve estar baseada em regras, que a diferença do agir 
espontâneo. É muito comum recorrer aos autores quando realizamos nossas pesquisas. Mas 
como fazer isso de maneira adequada? 
Num trabalho cuidadoso, o estudante deve ler diferentes autores sobre o assunto a ser 
pesquisado e, assim, organizar o pensamento, fundamentando melhor as idéias antes de 
iniciar a redação do trabalho. Deve-se citar pouco, mas reescrever muito. 
Nesse aspecto, o fichamento bibliográfico e o de leitura, configuram fases imprescindíveis para 
a elaboração de um trabalho acadêmico. Somente após uma leitura cuidadosa, poderemos 
destacar as citações-chave que iremos utilizar. 
Mas o Que Significa Citar? Como Devo Organizar Uma Citação? 
As citações são trechos transcritos ou informações extraídas de publicações consultadas e 
devem ser inseridas num texto com a finalidade de esclarecer ou complementar as idéias. Em 
qualquer hipótese, a fonte deve ser mencionada. Segundo ABNT, entende-se por citação a 
“menção a uma informação extraída de outra fonte”. (NBR 10520:2002) 
Vamos conhecer os três tipos de citação: 
 Citação Direta: 
São aquelas transcritas no texto tal como se apresentam na fonte consultada. 
Como esclarece João Bosco Medeiros (2003. p. 187), é a referência a uma obra colhida de 
outra fonte “para esclarecer, comentar, ou dar como prova uma autoridade no assunto”. 
É importante observar que esse tipo de citação só se justifica quando o pensamento expresso 
pelo autor consultado é efetivamente significativo, claro e necessário à exposição, pois 
excessos de citações diretas, tabelas, gráficos, podem acarretar prejuízo à estratégia de 
comunicação, comprometendo o trabalho. 
A citação direta exige alguns cuidados: vamos conhecê-los? 
 As transcrições com até três linhas permanecem no corpo do parágrafo. São 
denominadas citações diretas curtas. 
 As transcrições com mais de três linhas são destacadas com um recuo em relação à 
margem da esquerda. São chamadas de citações diretas longas. 
Vamos conferir alguns exemplos? 
João Medeiros (2003. p. 189) observa que “a citação direta exige alguns cuidados elementares 
com o texto, salientando-se entre outros: pontuação, maiúscula, destaque”. Assim, as citações 
diretas, com até três linhas, devem ser transcritas no seu próprio parágrafo, entre aspas duplas. 
Trecho para citação: “Quem sabe a felicidade seja uma medida que resume, em geral, o 
significado pessoal da vida e o lugar que o indivíduo ocupa nela”. (GIELE, 1999. p. 235) 
Citação inserida em um parágrafo: Segundo Giele (1999. p. 235), “Quem sabe a felicidade 
seja uma medida que resume, em geral, o significado pessoal da vida e o lugar que o 
indivíduo ocupa nela”. Todos os seres humanos buscam a felicidade... 
Você observou que nos dois exemplos acima o trecho citado não ultrapassou três linhas? 
Então sempre que você desejar transcrever um trecho de algum autor lido deve respeitar essa 
regra1. 
1 Até três linhas ficará no corpo do seu parágrafo entre aspas duplas. A fonte da citação deve 
ser referenciada. As aspas simples devem ser usadas para indicar citação no interior da 
citação. 
Citação com mais de três linhas: os trechos transcritos acima de três linhas são apresentados 
em parágrafos separados, em espaço simples, letra menor que a utiliza no texto e sem aspas 
duplas. Embora não seja obrigatório o uso de tipologia diferente, deve haver um recuo de 4 
cm da margem da esquerda. 
Vamos ver um exemplo? 
Trecho para citação: A Filosofia é uma atividade resultante da inquietação cognitiva do ser 
humano. E por, esta razão, a Filosofia é inerente ao Se Humano como ser racional, mesmo 
quando o filosofar ocorre inconscientemente. Nisto consiste a razão e não se pode ensinar a 
Filosofia. Só é possível se ensinar o método filosófico de pensar, ou seja, só é possível se 
ensinar a filosofar. (SANTOS, 2000. p. 13) 
Citação inserida em um texto: A Filosofia é uma atividade resultante da inquietação cognitiva 
do ser humano. E por, esta razão, a Filosofia é inerente ao Se Humano como ser racional, 
mesmo quando o filosofar ocorre inconscientemente. Nisto consiste a razão e não se pode 
ensinar a Filosofia. Só é possível se ensinar o método filosófico de pensar, ou seja, só é 
possível se ensinar a filosofar. (SANTOS, 2000. p. 13) 
Você observou que no exemplo acima, o trecho citado ultrapassou três linhas? Então, sempre 
que você desejar transcrever um trecho de algum autor lido deve respeitar essa regra1. 
1 Citações diretas com mais de três linhas devem figurar em parágrafos autônomo, com recuo 
de 4 cm da margem da esquerda, espaço simples e sem aspas duplas. 
Observe os trechos abaixo e organize-os segundo as regras da ABNT. 
“O conhecimento científico procura alcançar a verdade dos fatos (objetos), 
independentemente da escala de valores e das crenças dos cientistas” (FACHIN, 2006, p. 16). 
R: Até três linhas ficará no corpo do seu parágrafo entre aspas duplas. A fonte da citação 
deve ser referenciada. As aspas simples devem ser usadas para indicar citação no interior da 
citação. 
“A literatura metodológica mostra que o conhecimento científico é adquirido pelo método 
científico e, sem interrupção, Pode ser submetido a teste e aperfeiçoar-se, reformular-se ou 
até mesmo avantajar-se mediante o mesmo método. Para melhor entendimento, segue 
exemplo da evolução científica na área da genética, especificamente no que se refere à 
clonagem, que é o processo da cópia idêntica de outro ser vivo produzido artificial e 
assexuadamente” (FACHIN, 2006, p. 17). 
R: Citações diretas com mais de três linhas devem figurar em parágrafo autônomo, com recuo 
de 4 cm da margem da esquerda, espaço simples e sem aspas duplas. 
 Citação Indireta: 
Apresentam formatação diferente, por trata-se de um texto baseado na obra de um autor 
consultado. Neta hipótese não é necessário o emprego das aspas duplas, porque a citação 
indireta mantém o conteúdo original do texto lido, mas é reescrita com outras palavras. A 
citação indireta é também denominada de paráfrase. 
Segundo a ABNT, configuram uma transcrição livre do texto do autor. (NBR 10520:2002) 
João Bosco Medeiros (2003) esclarece que a citação indireta pode configurar um resumo, 
comentário de uma idéia, ou expressar o mesmo conteúdo, mas utilizando outras palavras. 
Recomenda-nos que parafrasear é preferível à citação direta. 
1 “Parafrasear é, pois, traduzir as palavras de um texto por outras de sentido equivalente, 
mantendo, porém, as idéias originais. A paráfrase inclui o desenvolvimento de um texto, o 
comentário, a explicitação.” (MEDEIROS, 2003. p. 182, grifo nosso) 
Vamos ver um exemplo? 
Israel Belo de Azevedo (1997) esclarece que toda palavra tem um peso de acordo com sua 
capacidade de sintetizar uma idéia de maneira clara e concisa. 
Você observou que no exemplo acima, o trecho citado foi reescrito e mencionou-se a fonte da 
informação? O conteúdo original foi reelaborado e, por isso, não se usa aspas duplas. Em 
qualquer caso devemos respeitar as idéias do autor. 
 Citação da citação: 
Em algumas leituras verificamos que o autor apresenta uma citação direta ou indireta de outro 
autor, o qual você não tem acesso à obra. Estamos diante de uma citação da citação que 
exige o uso da sigla apud que significa citado por. Alguns autores denominam a citação da 
citação como citação dependente, porque o autor escolhido para citação não foi lido 
diretamente,

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