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Metodologia da pesquisa

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Metodologia da pesquisa
1. Técnicas de estudo 
A partir da escolha do objeto de estudo, da questão da pesquisa de seu interesse, você deve organizar um plano de atividades, pois faz-se necessária a máxima organização para que tenha sucesso ao final de todo seu empenho. 
Gilberto Andrade Martins, no livro Manual para elaboração de monografias e dissertações, de 2002, propõe um roteiro inicial de pesquisa, visto que a organização dos passos a serem dados é de extrema importância, e, levando-se em conta as características individuais de cada trabalho, podemos observar a síntese dos itens desse roteiro como um procedimento de abertura: 
· 1
2. Escolha do tema-problema;
3. 2
4. Identificação das limitações sobre o que será abordado;
5. 3
6. Formulação de objetivos;
7. 4
8. Levantamento bibliográfico;
9. 5
10. Leitura do material selecionado com registros;
11. 
12. Análise e interpretação dos dados coletados;
13. 7
14. Elaboração de conclusões;
15. 8
16. Elaboração de introdução;
17. 9
18. Registro de bibliografias e anexos;
19. 10
20. Revisão geral;
21. 11
22. Digitação;
23. 12
24. Entrega e/ou apresentação.
No entanto, outras preocupações devem ficar em evidência, entre elas, temos as técnicas de estudo e você pode lembrar-se de ações como grifar trechos lidos, fazer releituras, fazer uso de mnemônicos, elaborar resumos etc.; entretanto, não se trata disso neste momento. 
Obviamente, as formas mencionadas são bastante usadas pelos estudantes em geral, porém, é preciso evidenciar que existem diferentes formas de pesquisa que geram diferentes tipologias de estudos, pois estamos tratando da elaboração de um texto técnico-científico e, de acordo com o seu objeto de interesse, podem ser combinadas duas ou mais modalidades, não recaindo sobre um único indicativo. 
Temos quatro gêneros de técnicas de estudo, intercomunicados, são eles:
1. Pesquisa teórica : Aquela que se dedica ao estudo de teorias; 
2. Pesquisa metodológica: Aquela que se dedica aos modos de fazer-se ciência;
3. Pesquisa empírica Aquela que se dedica a codificar o que é possível ser medido dentro da realidade social;
4. Pesquisa pratica: Aquela voltada para a intervenção na realidade social. 
Assim, levando em consideração que você deverá observar o objeto de estudo de seu trabalho, a seguir, serão evidenciadas algumas modalidades de pesquisa geradas a partir dos gêneros mencionados, para que seja possível decidir quais os procedimentos mais adequados a esse estudo:
Análise de conteúdo
Com a ocorrência de análise de conteúdos escritos em jornais e revistas e que são usados como fontes de informações;
Bibliográfico
–
Estudo das contribuições científicas sobre determinado assunto;
Censo
–
Levantamento de informações de todos os integrantes do universo pesquisado;
Clínico
–
Baseado em técnicas de entrevistas, da história de vida, do aconselhamento, de psicodiagnósticos;
Comparativo
–
Trata-se de um procedimento científico que examina casos, fenômenos ou coisas por analogia, descobrindo aspectos em comum, regularidades e princípios;
Crítico-dialético
–
Apoia-se na dinâmica da realidade e na relação teoria e prática; suas propostas são críticas e com o objetivo de desvendar conflitos de interesses; 
De campo
–
Corresponde à coleta direta de informações em locais nos quais acontecem os fenômenos em estudo;
Dedutivo
–
Apresenta um conjunto de proposições particulares contidas e verdades universais, partindo de uma premissa de valor universal para uma particularidade, justifica-se pela verdade, pela coerência e não contradição;
Descritivo
–
Tem como objetivo a descrição das características de determinado fenômeno ou população;
Documental
–
Reúne, classifica e distribui documentos de todo gênero das atividades humanas;
Empírico-analítica
–
Faz utilização de técnicas de coleta, analisando dados quantitativos para validação de provas científicas;
Entrevista
–
Ocorre um processo de interação social, baseada em interlocutores que assumem papéis, respectivamente de entrevistador e de entrevistado; pode ocorrer em profundidade, em grupo ou de forma não diretiva;
Estatístico
–
Leva em conta a obtenção, organização, análise e apresentação de dados numéricos;
Estudo de caso
–
Refere-se ao estudo de interações ambientais de uma unidade social, num recorte temporal;
Experimental
–
É aquele que tenta descobrir relações causais;
Fenomenológico
–
Consiste em uma visão intelectual do objeto, com base e intuição, propondo uma reflexão contínua sobre a importância dos processos adotados;
Fenomenológico-hermenêutica
–
Faz utilização de técnicas não quantitativas, trabalhando com estudos teóricos e análise de documentos e textos, apresentando propostas críticas, busca processos lógicos de interpretação;
Histórica
–
Reconstruindo o passado de forma sistemática, faz-se a verificação de evidências e delineação de conclusões; 
Indutivo
–
Parte do particular para a generalização como produto de um trabalho de coleta de dados particulares;
Laboratório
–
Realizado em recinto fechado, exige instrumentação, objetivos, manipulação de instrumentos;
Levantamento
–
Caracterizado pela interrogação direta das pessoas cujo comportamento deseja-se conhecer;
Método redutivo
–
Observam o que, através da ciência, é permitido conhecer, descobrir, descrever e predizer em relação a fenômenos de ocorrência real;
Observacional
–
Trata-se de procedimentos empíricos, ou seja, baseados na experiência;
Pesquisa de avaliação
–
Trata-se de um tipo especial de pesquisa aplicada, elaborada para avaliar programas de melhoramentos dentro da sociedade;
Semiótico
–
Estuda os sinais e seus significados, dando relevância à importância e precisão dos símbolos.
Outros procedimentos ainda poderiam ser elencados, tais como correlacional, desenvolvimentista, projetivo, psicodrama, sociodrama, história de vida, história oral, etnográfico, estudo de mercado, exploratório etc.; entretanto, a enumeração feita engloba a maioria utilizada. 
Assim, as modalidades de estudo podem ocorrer de forma simultânea durante a realização de suas pesquisas, sua escolha quanto às técnicas adequadas dependerá do objeto de estudo e dos objetivos que desejará alcançar. 
Leitura científica e redação científica
Marshall McLuhan, na obra Os meios de comunicação com extensão do homem, de 1964, classificou como de informação fria ou de informação quente ao referir-se aos meios de comunicação, mas conseguimos transpor essa classificação para quaisquer tipos de textos escritos, pois as noções de quente e frio relacionam-se à concentração de informações, respectivamente, com baixo grau de tensão e complexidade e com alto grau. 
Evidentemente, essas concentrações exigem menos ou mais do leitor e de seu repertório. Estando nessa situação, procure realizar uma leitura global que lhe permita uma ideia geral do texto e de como está estruturado. 
Em seguida, preocupe-se em destacar ideias, fazendo anotações, tentando observá-las de forma mais crítica, verificando, de modo mais reflexivo, como aparecem os argumentos que dão base às mesmas, ou seja, como o autor defende os seus pontos de vista. Assim, evite fazer anotações logo de início, seja paciente e permita-se a releitura para maior assimilação do que é apresentado. 
A redação científica deve ter elaboração que se caracterize pela objetividade, visto que aquilo que se pretende destacar é o conteúdo das afirmações que são feitas, ou seja, o que é enunciado deve ter destaque e não o enunciador; isso quer dizer que a subjetividade deve ser deixada de lado, neutralizando a presença desse enunciador. 
O texto de caráter científico deve apresentar um discurso  de persuasão e, nesse caso, torna-se mais convincente quando elaborado de modo a criar efeitos de sentido de objetividade, sem a presença de verbos e pronomes que indiquem a primeira pessoa do singular, explorando verbos que indicam a certeza e o valor conotativo das palavras, além de fazer uso da língua padrão na sua expressão formal. 
 
ESTILO DA REDAÇÃO TÉCNICO-CIENTÍFICA
O texto técnico-científico caracteriza-se por abordar temáticareferente à ciência, na qual se usa o instrumental teórico com o propósito de possibilitar a discussão científica na área para qual o texto se remete.
É importante notar que o estilo de redação usado em artigos científicos não segue as mesmas características dos artigos jornalísticos ou até mesmo dos textos literários e publicitários.
A linguagem da discussão científica tem suas próprias características por empregar a linguagem técnica em seu nível padrão, respeitando as regras gramaticais e com estilo próprio, de acordo com a especificidade de cada área. 
Sobre o estilo de redação na comunicação científica:
[...] um artigo científico exige que o autor expresse o que sabe sobre o tema, utilize a língua vernácula de maneira precisa e exponha as ideias de maneira simples e com palavras que não sejam rebuscadas. Deve-se usar linguagem padrão (por exemplo: homem) e não a expressão coloquial (por exemplo: camarada) e nunca gíria (por exemplo: cara, careta). Atenção especial ao uso, ou não, do jargão (termos técnicos), pois influencia a compreensão do leitor do periódico em que irá publicar (SECAF, 2004, p. 47).
Alguns aspectos devem ser observados na redação técnico-científica, como ensina Israel Azevedo, no livro O prazer da produção científica (1998), seu texto terá de perseguir os princípios básicos de qualquer comunicação, como clareza, concisão, correção, encadeamento, consistência, contundência, precisão, originalidade e fidelidade, entre outros compromissos.
Após essas definições teóricas, é importante priorizar algumas características na hora de produzir o seu artigo:
a) Coerência
–
Via de regra, em cada etapa do artigo científico se imprime uma sequência que deve ser repetida. Por exemplo, a sequência de ideias que foi anunciada no resumo deve estar detalhada na introdução e seguir o mesmo ordenamento no desenvolvimento. Nas considerações finais, deve-se evidenciar os aspectos essenciais do artigo, na ordem em que foram apresentados no desenvolvimento. Isso quer dizer que, entre as etapas do texto, não pode ocorrer contradição de ideias, elas devem estar organizadas de tal forma que não ocorram trechos que apresentem falta de sentido diante de algo que já foi mencionado, por isso, a releitura do texto deve ser constante.  
b) Objetividade
–
Os assuntos em pauta, na linguagem científica, devem ser abordados de maneira simples, evitando expressões evasivas, com significados dúbios e palavras de difícil compreensão. Na redação técnico-científica, deve-se perseguir com afinco a objetividade, como reforça Antônio Gil, em Métodos e técnicas em pesquisa social, de 2002, o texto deve ser escrito em linguagem direta, evitando-se que a sequência seja desviada com considerações irrelevantes. A argumentação deve apoiar-se em dados e provas e não em considerações e opiniões pessoais.
c) Concisão:
–
Procure dizer o máximo com o menor número de palavras. Novamente de acordo com Azevedo (1998, p. 113), a concisão se obtém com o exercício de reescrever. A cada vez que se faz isso, descobre-se uma repetição de ideias ou de palavras, nota-se vocabulário supérfluo, encontra-se uma maneira de dizer a mesma coisa com menos palavras.
d) Clareza
O texto científico deve primar pela redação clara, não deixando margem às diferentes interpretações. É fundamental que se evitem comentários irrelevantes e redundantes. Um bom teste para a clareza de seu texto é solicitar sua leitura por outra pessoa. Se ela fizer alguma pergunta, não responda. Tome o texto e o reescreva. Depois, repita o teste (AZEVEDO, 1998, p. 112).
e) Precisão
–
Toda palavra utilizada deve traduzir exatamente a ideia a ser tratada. Um vocabulário preciso é aquele que evita linguagem rebuscada, prolixa e atinge seu propósito. Deve-se utilizar uma nomenclatura aceita no meio científico de cada área.
f) Imparcialidade:
–
O trabalho científico deve evitar ideias preconcebidas. Todo posicionamento adotado em um texto deve amparar-se em fatos e dados evidenciados pela pesquisa. O autor deve primar por manter seu posicionamento e suas escolhas de pesquisa sem assumir uma postura unilateral.
g) Encadeamento:
–
O texto deve ter uma sequência lógica e fluida para não prejudicar o entendimento do público. indica > público, indicando como deve ser uma boa redação técnico-científica: 
[...] encadeie as frases, os parágrafos, os tópicos e os capítulos entre si. Procure tornar cada frase um desenvolvimento do que veio antes, numa sequência lógica, tanto para explicar, quanto para demonstrar, detalhar, restringir ou negar. Cada parágrafo deve estar em harmonia e em tranquila transição com o anterior e com o posterior. O mesmo vale para tópicos e capítulos (AZEVEDO, 1998, p. 119).
h) Impessoalidade:
–
O texto deve ser impessoal, por isso é conveniente que seja redigido na terceira pessoa e que se evitem afirmações como: “a minha pesquisa”, “o meu estudo”, “o meu artigo”. O que se postula é que se use “esta pesquisa”, “este estudo”, “este artigo”.
PARÁGRAFO NO TEXTO TÉCNICO-CIENTÍFICO
Escrever na linguagem exigida pela comunidade científica não é nenhum bicho de sete cabeças. Mesmo assim, é comum isso gerar desconfortos.
// Como devo iniciar a escrita? Como se deve iniciar um parágrafo?
De acordo com Victoria Secaf, no livro Artigo cientifico: do desafio à conquista, publicado em 2004: o parágrafo tem por finalidade expressar etapas do raciocínio e, portanto, conter uma única ideia; não se trata de divisões estáticas e sim que o parágrafo seguinte tenha uma relação com anterior.
Cada parágrafo tem um objetivo a ser cumprido e cada qual com etapas de raciocínio. E cada raciocínio existente no parágrafo deve ter sequência lógica. Ou seja, não pode ser disposto de qualquer maneira, pois se isso ocorrer, pode levar o leitor a não compreender seu raciocínio ou, até mesmo, levá-lo a se perder no raciocínio exposto. 
O parágrafo é uma parte do texto que tem por finalidade expressar as etapas do raciocínio. Por isso, a sequência dos parágrafos, seu tamanho e sua complexidade dependem da própria natureza do raciocínio.
Enfim, pode-se dizer que o parágrafo tem estrutura semelhante à de um texto composto por vários parágrafos. Ou seja, é composto por introdução, desenvolvimento e conclusão. Cada parágrafo contém uma argumentação completa, levando a uma conclusão. Após concluir esse argumento, mude de parágrafo. 
EXPLICANDO
O argumento é um tipo de enunciado que fundamenta o ponto de vista e aumenta o poder de persuasão do texto, contribui para o trabalho de neutralização da figura do enunciador e para o efeito de objetividade do texto. Os tipos de argumentos mais usados na redação técnico-científica são os argumentos de autoridade, aqueles apoiados na consensualidade, os de comprovação pela experiência ou pela observação e de fundamentação lógica, entre outros encontrados durante a realização das pesquisas (FIORIN; PLATÃO, 2005).
Textos científicos: leitura, compreensão de contextos e compreensão de intertextos
A leitura de um texto compreende mais do que a mera decodificação do código vigente, isto é, não basta que o leitor consiga identificar letras, palavras, frases e períodos; ler significa conseguir apreender e compreender o seu conteúdo, ou seja, ocorrem processos cognitivos que permitem que esse leitor apodere-se das ideias registradas por outros. 
Os Parâmetros Curriculares Nacionais, utilizados para a tomada de decisões sobre os caminhos da educação em nosso país, declaram que:
[...] a leitura é um processo no qual o leitor realiza um trabalho ativo de construção do significado do texto, a partir dos seus objetivos, do seu conhecimento sobre o assunto, sobre o autor, de tudo o que sabe sobre a língua: características do gênero, do portador, do sistema de escrita etc (2001, p. 53).
Assim, precisamos entender que nenhum texto é isolado em si mesmo e também não representa uma manifestação da individualidade do seu produtor:
De uma forma ou de outra, constrói-se um texto para, através dele, marcar uma posição ou participar de um debate de escala mais ampla que está sendo travadona sociedade. Até mesmo uma simples notícia jornalística, sob a aparência de neutralidade, tem sempre alguma intenção por trás (FIORIN; PLATÃO, 2005, p. 13). 
Isso quer dizer que uma boa leitura não pode estar baseada em observação de fragmentos de um texto, pois determina-se cada parte do mesmo pelo contexto em que se encaixa. 
Ainda, aquele que produz o texto tem em mente que encontrará um leitor capaz de entender as suas partes e relacioná-las ao todo, assim como relacionar esse texto à sua situação de produção, ou seja, ao seu contexto. 
Entendem-se por contexto as circunstâncias que podem ser relativas aos fatos, a recortes num período histórico, a conjunturas específicas etc.; o produtor do texto pressupõe que a leitura conseguirá atingir as informações que estão por trás dele.
Também, em muitos momentos, o leitor tem que lidar com a intertextualidade, isto é, a relação entre textos, ocorrendo citações explícitas ou implícitas, exigindo que seu universo cultural e o conjunto de informações que carrega permitam-lhe o reconhecimento dessas relações. É, portanto, do repertório do leitor, do seu acúmulo de conhecimentos, que depende a sua percepção das relações intertextuais e das referências que são feitas de um texto para outro. 
Faz-se necessário, desse modo, que ampliemos nossa capacidade de leitura, buscando não só a sua prática constante, mas também a aquisição de conhecimentos diversos, para que ampliemos nossa compreensão dos diversos contextos e das relações intertextuais. 
Evidentemente, durante a realização de um trabalho de caráter técnico-científico, ressalta-se essa necessidade.  
Trabalhos científicos
Na vida acadêmica, o estudante depara-se com diversos tipos de trabalhos científicos, dentre eles: trabalhos de graduação, trabalho de conclusão de curso, monografia, dissertação e tese. Cada um deles apresenta peculiaridades, como a sistemática, a investigação ou a fundamentação. Contudo, mesmo que cada trabalho seja elaborado com finalidades específicas, é possível visualizar neles um padrão que compreende – de modo geral – introdução, desenvolvimento e conclusão. A seguir, conheceremos algumas características específicas dos trabalhos científicos. Trabalhos de graduação
–
No decorrer da sua graduação, é bem provável que o estudante tenha elaborado trabalhos para disciplinas diversas. Eles não necessariamente tinham como pretensão atingir o cunho científico dos trabalhos de excelência da área em que estudou, mas oportunizar o desenvolvimento de um raciocínio aos moldes das pretensões científicas. É possível mencionar que os trabalhos de graduação também têm como propósito permitir uma revisão bibliográfica ou literária de um determinado assunto ou assimilar conteúdo específico de uma área científica.”
Trabalhos de conclusão de curso
–
O trabalho de conclusão de curso (TCC) é tido como uma monografia sobre um assunto específico. Este trabalho possibilita a investigação sobre determinados temas ou fenômenos por meio da análise, reflexão e produção textual, bem como, muitas vezes, da defesa oral da pesquisa perante uma banca examinadora. 
Na monografia de graduação, é suficiente a revisão bibliográfica, ou revisão de literatura. É mais um trabalho de assimilação de conteúdo, de confecção de fichamentos e, sobretudo, de reflexão. É uma pesquisa bibliográfica, o que não exclui a capacidade investigativa de conclusões ou afirmações de autores consultados.
Monografia
–
Como se pode verificar literalmente, monografia é um trabalho intelectual concentrado em um único assunto. A monografia, exigida para a obtenção do título de especialista em alguns cursos de pós-graduação lato sensu, é semelhante ao TCC, apresentado em cursos de graduação. Por isso, alguns pensadores, acreditam que não há razão para falar em três níveis: monografia, dissertação e tese. Todos são trabalhos monográficos, dissertativos, mas com características distintas. 
A diferença entre eles está no grau acadêmico:   o graduando faz a monografia, enquanto quem busca o mestrado faz a dissertação e o doutorando desenvolve a tese. Apesar da diferenciação, o texto não deixa de ser monografia, cada qual com a sua peculiaridade.
Dissertação
–
A dissertação, que ultimamente se destina aos trabalhos de cursos de pós-graduação stricto sensu (mestrado), busca principalmente a reflexão acerca de um determinado tema ou problema, o que ocorre pela exposição das ideias de maneira ordenada e fundamentada. Dessa forma, como resultado de um trabalho de pesquisa, a dissertação deve ser um estudo mais completo possível em relação ao tema escolhido. 
De acordo com a NBR 14724 (2011, p. 2), dissertação é um documento que representa o resultado de um trabalho experimental ou exposição de um estudo científico retrospectivo, de tema único e bem delimitado em sua extensão, com o objetivo de reunir, analisar e interpretar informações. Deve evidenciar o conhecimento de literatura existente sobre o assunto e a capacidade de sistematização do candidato.
Tese
–
A tese, a exemplo da dissertação dirigida para o mestrado, cumpre o papel do trabalho de conclusão de pós-graduação stricto sensu (doutorado). Caracteriza-se como um avanço significativo na área do conhecimento em estudo. De acordo com a NBR 14724 (2011, p. 4), tese é um documento que representa o resultado de um trabalho experimental ou exposição de um estudo científico de tema único e bem delimitado. Deve ser elaborado com base em investigação original, constituindo-se em real contribuição para a especialidade em questão. 
A tese tem a finalidade de abordar algo novo em um determinado campo do conhecimento, de forma a promover uma descoberta ou dar uma real contribuição para a ciência. Para Odilia Fachin, na obra Fundamentos de metodologias, publicada em 2003, a tese é entendida como um trabalho científico habitualmente exigido nos cursos de pós-graduação e que deve ser defendido oralmente em público. A tese deve apresentar um estudo original que traga uma contribuição para a sociedade científica, com rigor na argumentação, apresentação de provas das afirmações e profundidade das ideias.
Gêneros acadêmicos
São os tipos de trabalhos de curta duração, que servem para o aluno desenvolver seu conhecimento sobre determinado assunto durante o curso e reforçar seu aprendizado. 
A seguir, você conhecerá as peculiaridades dos gêneros mais utilizados tanto durante a graduação como na pós.
Resumo: O resumo é a apresentação concisa dos pontos relevantes de um texto. Seu objetivo é fornecer elementos capazes de permitir ao leitor decidir sobre a necessidade de consulta ao texto original e/ou transmitir informações de caráter complementar.
É a condensação de um texto, colocando em destaque os elementos de maior interesse e importância. Sua finalidade é difundir as informações contidas em livros, artigos ou outros documentos e auxiliar o estudante nos seus estudos teóricos, assim como ajudar o profissional a relembrar o assunto e praticar da melhor forma possível. 
Uma modalidade específica desse tipo de trabalho é o resumo crítico. Ele é uma redação técnica que avalia de forma sintética a importância de uma obra científica ou literária. O que difere o resumo do resumo crítico é sua estrutura, que apresenta a crítica como quarta etapa, logo após introdução, desenvolvimento e conclusão.
Resenha: A resenha é uma descrição que faculta o exame e o julgamento de um trabalho (teatro, cinema, obra literária, experiência científica, tarefa manual etc.). A apresentação do conteúdo deve ser elaborada de maneira impessoal, sem demonstração satírica ou cômica, contendo posicionamentos de ordem técnica diante do objeto de análise, seguidos de um resumo do conteúdo e possível demonstração de sua importância. 
Em geral, a resenha crítica é elaborada por um cientista que, além do conhecimento sobre o assunto, tem capacidade de juízo crítico. Mas, naturalmente, como no caso desta disciplina, também pode ser realizada por estudantes, como um exercício de compreensão e crítica. A resenha visa apresentar uma síntese das ideiasfundamentais da obra.
Dicas de como fazer uma resenha:
· 1
Identifique a obra: coloque os dados bibliográficos essenciais;
· 2
Apresente a obra: situe o leitor, descrevendo em poucas linhas o conteúdo do texto;
· 3
Descreva a estrutura: fale sobre a divisão em capítulos, em seções, sobre o foco narrativo;
· 4
Descreva o conteúdo: aqui sim, utilize de três a cinco parágrafos para resumir claramente o texto;
· 5
Analise de forma crítica: nessa parte, e apenas nessa parte, você opina. Argumente baseando-se em teorias de outros autores e faça comparações. Dê asas ao seu senso crítico;
· 6
Recomende a obra: você já leu, já resumiu e já deu sua opinião, agora analise o público que se interessará pela obra;
· 7
Identifique o autor: fale brevemente da vida e de algumas outras obras do escritor ou pesquisador;
· 8
Assine e identifique-se: no último parágrafo você escreve seu nome e resume seu currículo.
Esquemas:
Os esquemas são enunciados de palavras-chave em torno das quais é possível organizar grandes quantidades de conhecimento. Representam uma enorme economia de palavras e oferecem a vantagem de destacar e visualizar o essencial do assunto em análise, podendo ainda ser facilmente reformulados.
Sua utilização nos ajuda a compreender e recordar os acontecimentos, a estabelecer relações entre eles ou entre diversos fatores e a entender a influência que esses acontecimentos ou fatores exercem uns sobre os outros. 
Há vários tipos de esquemas, entre eles:
Lineares: Quando organizam a informação na horizontal e na vertical;
Circulares: Que organizam a informação em círculo;
Piramidais: Caso a informação dispõe-se em forma hierárquica, de pirâmide;
Sistemáticos: Quando a informação se organiza em forma de quadro, representando as relações de interdependência de um fenômeno.
Para fazer um esquema, a primeira meta deve ser identificar as ideias-chave do texto e ordená-las, escolhendo para isso o modelo mais adequado para a situação. Use setas para estabelecer relações entre os conceitos.
Exemplo: esquema para uma história em quadrinhos.
· Pense em alguma história e registre-a no bloco de anotações como se fosse um roteiro;
· Crie os diálogos entres os personagens da história;
· Em um papel, desenhe as cenas da história. Desenhe balões e escreva com o lápis dentro deles as falas de cada personagem;
· Se for necessário, faça esclarecimentos sobre a cena no rodapé da folha;
· Cole as cópias do seu rosto no espaço reservado;
· Faça o acabamento com carvão preto e trabalhe os detalhes com nuances de cinza.
O fichamento é um valioso recurso de estudo que os pesquisadores lançam mão para a realização de uma obra didática, científica ou de outra natureza. É um recurso de memória, imprescindível, sobretudo na elaboração de monografias. É usado, também, em seminários e em aulas expositivas. 
A prática contínua do fichamento contribui para que o estudante aprimore pontos de vista e julgamentos, percebendo que é possível reverter um pequeno trabalho inicial em ganho de tempo futuro, quando for preciso escrever sobre determinado assunto. Os fichamentos podem ser os seguintes: de citação, de resumo, de esboço e de indicação bibliográfica, entre outros. 
O mais utilizado nas avaliações na universidade é o fichamento de citação, que obedece cinco normas:
· 1
Toda citação deve vir entre aspas;  
· 2
Após a citação, deve constar o número da página de onde foi extraída a citação;
· 3
A transcrição tem de ser textual;      
· 4
A supressão de uma ou mais palavras deve ser indicada, utilizando-se, no local da omissão, três pontos, precedidos e seguidos por espaços, no início ou no final do texto e, entre parênteses, no meio;            
· 5
A supressão de um ou mais parágrafos deve ser assinalada, utilizando-se uma linha completada por pontos.
É um pequeno texto elaborado sobre um tema pré-determinado, resultado de estudos ou de pesquisas científicas, no qual o aluno irá desenvolver análises e argumentações, com objetividade e clareza, orientando-se em fatos ou opiniões de especialistas. O objetivo do paper é estimular o aluno no aprofundamento de um assunto, já exercitando a elaboração de trabalhos sob uma linguagem acadêmico-científica. Espera-se o desenvolvimento de um ponto de vista acerca de um tema, uma tomada de posição definida e a expressão dos pensamentos de forma original. Deve ser escrito em terceira pessoa.
Paper:
Os propósitos de um paper são quase sempre os de formar um problema, adequar hipóteses, cotejar dados, prover uma metodologia própria e, finalmente, concluir.
// O paper é
· uma síntese de suas descobertas sobre um tema e seu julgamento, avaliação, interpretação sobre essas descobertas;
· um trabalho que deve apresentar originalidade quanto às ideias;
· um trabalho que deve reconhecer as fontes que foram utilizadas, que mostra que o pesquisador é parte da comunidade acadêmica.
// O paper não é
· um resumo de um artigo ou livro (ou outra fonte);
· ideias de outras pessoas, repetidas não criticamente;
· um conjunto de citações;
· opinião pessoal não evidenciada, não demonstrada;
· cópia do trabalho de outra pessoa.
ARTIGO CIENTÍFICO
A principal característica do artigo científico é que suas afirmações devem estar baseadas em evidências, sejam elas oriundas de pesquisa de campo ou comprovadas por argumentos que sustentem as conclusões expostas no artigo e que passaram pelo crivo da comunidade científica. O autor pode expressar seu parecer, desde que demonstre ao leitor qual o processo lógico que o levou a chegar à aquela conclusão.
Algumas falhas mais comuns na investigação científica são:
· falta de clareza dos propósitos;
· falta de originalidade do material;
· má organização no material expositivo;
· repetição de palavras, conceitos e informações;
· desatualização bibliográfica;
· excessiva dependência das fontes;
· incorreção ou incoerência no sistema de referenciação das fontes;
· inadequação na definição dos termos.
Os artigos podem se apresentar de duas formas, conforme a ABNT (sigla de Associação Brasileira de Normas Técnicas, um órgão privado e sem fins lucrativos que se destina a padronizar as técnicas de produção feitas no país).
ARTIGO ORIGINAL 
Apresenta temas ou abordagens próprias. Via de regra, estes artigos relatam resultados de pesquisa, bem como desenvolvem e analisam dados não publicados.
ARTIGO DE REVISÃO
Tem como propósito resumir, analisar e discutir informações já publicadas que, geralmente, resultam de revisão de trabalhos já publicados, revisões bibliográficas.
Ensaio científico
Diante disso, você poderá pensar de que forma se deve organizar o artigo científico. Por isso, veremos como elaborar um artigo científico para sua pesquisa ou conclusão de curso, respeitando as normas de organização, formatação e características do texto técnico-científico, as quais estão em consonância com a ABNT.
APRESENTAÇÃO GRÁFICA
Para a apresentação gráfica do artigo científico, é necessário se atentar às seguintes indicações:
· Papel: folha branca de tamanho A4 (21 cm x 29,7 cm);
· Margens: esquerda e superior de 3 cm; direita e inferior de 2 cm;
· Espaçamento entrelinhas: 1,5;
· Parágrafo: de 1,25 cm (geralmente 1 tab), com uma linha em branco entre um parágrafo e outro;
· Formato do texto: justificado;
· Tipo e tamanho da fonte: Times New Roman, tamanho 12.
Importante:
Nas citações longas, notas de rodapé, número de página e fontes de ilustrações e tabelas use Times New Roman, de tamanho 10.
Para a apresentação gráfica do artigo científico, é necessário se atentar às seguintes indicações:
· Papel: folha branca de tamanho A4 (21 cm x 29,7 cm);
· Margens: esquerda e superior de 3 cm; direita e inferior de 2 cm;
· Espaçamento entrelinhas: 1,5;
· Parágrafo: de 1,25 cm (geralmente 1 tab), com uma linha em branco entre um parágrafo e outro;
· Formato do texto: justificado;
· Tipo e tamanho da fonte: Times New Roman, tamanho 12.
Importante:
Nas citações longas, notas de rodapé, número de página e fontes de ilustrações e tabelas use Times New Roman, de tamanho 10.
Normas metodológicas e elementos daestrutura do artigo
O modelo de apresentação do artigo científico seguirá, por razões de normatização, a estrutura de artigos científicos apresentada nesta unidade, que está em consonância com a NBR 6022 (2003), sendo imprescindível o uso e o cumprimento das normas estabelecidas a seguir.
Pré-textuais
· Título;
· Subtítulo (opcional);
· Autores;
· Resumo;
· Palavras-chave.
Textuais
· Introdução;
· Desenvolvimento;
· Considerações finais.
Pós-textuais
· Referências (obrigatório);
· Apêndice(s) (opcional(is) e não recomendado(s);
· Anexo(s) opcional(is) e não recomendado(s.
ELEMENTOS PRÉ-TEXTUAIS
Título do trabalho
–
Letra 18, centralizado, maiúsculas e negrito.
Subtítulo, se houver
–
Letra 16, centralizado, negrito, maiúsculas e minúsculas. Após o subtítulo, deixar duas linhas de tamanho 12 em branco.
Estudante
–
Nome do estudante, com letra 12, centralizado, negrito, maiúsculas e minúsculas, com nota de rodapé indicando a titulação e o e-mail.
Coautor
–
Nome do orientador, com letra 12, centralizado, negrito, maiúsculas e minúsculas, com nota de rodapé indicando a titulação (especialista, mestre, doutor) e o e-mail; (deixar duas linhas de tamanho 12 em branco).
Resumo
–
A palavra "resumo"  deve ser em letra 12, negrito, alinhado à esquerda. Após a palavra “resumo”, deixar uma linha de tamanho 12 em branco. Esse item deve ter apenas um parágrafo de, no máximo, 250 palavras (aproximadamente 15 linhas), sem recuo na primeira linha. Use espacejamento simples, justificado, tamanho 12.
Palavras-chave
–
É preciso escolher de três a seis palavras ou termos mais importantes do conteúdo, frequentemente já expressos no resumo. São separados entre si, finalizados por ponto e iniciados com letra maiúscula. A expressão “Palavras-chave” deve ser em fonte 12, negrito, alinhada à esquerda. Por exemplo: 
 
Palavras-chave: Conhecimento. Ciência. Metodologia Científica.
Atenção: Após as palavras-chave, deixar duas linhas de tamanho 12 em branco.
Título e subtítulo do trabalho em inglês
–
Utilizar as mesmas regras de formatação do texto em português. Após, deixar duas linhas em branco em fonte tamanho 12.
Abstract (resumo em inglês)
–
Escrever “Abstract” em fonte Times New Roman, tamanho 12, negrito, alinhado à esquerda. Deixar uma linha em branco. O abstract deve ter a mesma formatação do resumo em português. Deixar 1 linha em branco.
Keywords
–
Palavras-chave em inglês. Devem ter a mesma formatação do resumo em português. Deixar uma linha em branco.
ELEMENTOS TEXTUAIS
A introdução, o desenvolvimento e as considerações finais fazem parte dos elementos textuais. Então, leia atentamente o que se postula sobre cada qual.
// Introdução
Segundo a Associação Brasileira de Normas Técnicas, a introdução é a parte inicial do texto, na qual devem constar a delimitação do assunto tratado, objetivos da pesquisa e outros elementos necessários para situar o tema do trabalho.
A introdução deve anunciar a ideia central do trabalho, delimitando o ponto de vista enfocado em relação ao assunto e à extensão. Deve situar o problema ou o tema abordado, no tempo e no espaço, enfocar a relevância do assunto e apresentar o objetivo central do artigo.
[...] na introdução não se deve repetir ou parafrasear o resumo, nem antecipar conclusões e recomendações, mas é um convite para a leitura do texto integral. Assim, esta parte é importante para que o leitor penetre na problemática abordada, familiarizando-se com os termos e o conteúdo da pesquisa (MARTINS, 2002, p. 221).
A finalidade da introdução é situar o leitor no tema, definindo conceitos, apresentando os objetivos do artigo e as linhas de pensamento relevantes para o estudo do assunto e as possíveis controvérsias, explicitando qual dessas linhas o autor seguirá e a justificativa para sua escolha. Também é aconselhável que o autor, nos últimos parágrafos da introdução, apresente a estrutura do artigo. 
A introdução é a apresentação inicial do trabalho, a qual possibilita uma visão global do assunto tratado (contextualização), com definição clara, concisa e objetiva do tema. E a delimitação precisa das fronteiras do estudo em relação ao campo selecionado, ao problema e aos objetivos a serem estudados.
// Desenvolvimento
O desenvolvimento é a parte principal do texto, que contém a exposição ordenada e pormenorizada do assunto. Divide-se em seções e subseções, que variam em função da abordagem do tema e do método. Não existe exatamente uma norma rígida que oriente esta seção do artigo.
O texto, no desenvolvimento, poderá conter ideias de autores, dados da pesquisa (caso for pesquisa de campo, colocar gráficos e tabelas auxiliares) e interpretações.
O desenvolvimento do assunto é a parte mais importante e extensa do texto em que é exigido raciocínio lógico e clareza. Seu objetivo é proporcionar uma exposição clara da ideia principal, fundamentando-as de modo racional com os resultados da investigação (MARTINS, 2002, p. 221).
O desenvolvimento do trabalho é a parte principal, mais extensa e consistente. São apresentados os conceitos, teorias, citações das autoridades do assunto que você está abordando, principais ideias sobre o tema focalizado, além de aspectos metodológicos, resultados e interpretação do estudo.
// Considerações finais
A conclusão é a parte final do texto, na qual se apresentam conclusões correspondentes aos objetivos ou hipóteses. As considerações finais devem limitar-se a uma síntese da argumentação desenvolvida no corpo do trabalho e dos resultados obtidos. É importante lembrar que elas devem estar fundamentadas nos resultados obtidos na pesquisa:
[...] deve ser breve, clara, objetiva, apresentar visão analítica do corpo do trabalho, inter-relacionando-o e levando em conta o problema inicial do estudo. É redigida tendo em vista os resultados obtidos. É decorrente dos dados obtidos ou fatos observados, portanto não se deve introduzir novos argumentos, apenas demonstrar o que foi encontrado no decorrer do estudo (FACHIN, 2003, p. 165).
Nesta parte do trabalho, podem ser discutidas recomendações e sugestões para o prosseguimento no estudo do assunto. 
Portanto, neste item, não se deve trazer nada de novo. Ainda, sugere-se que não se utilizem citações nesta seção.
As considerações finais devem apresentar deduções lógicas correspondentes aos propósitos previamente estabelecidos do trabalho, apontando o alcance e o significado de suas contribuições. Também podem indicar questões dignas de novos estudos, além de sugestões para outros trabalhos.
ELEMENTOS PÓS-TEXTUAIS
// Referências
As referências são definidas como um conjunto padronizado de elementos descritivos, retirados de um documento, que permite sua identificação individual.
As referências fazem parte do todo, em virtude de que o corpo do artigo está sustentado em informações pesquisadas também nas autoridades do assunto em questão, os quais foram citados no corpo do trabalho. E, dessa forma, as referências permitirão que o leitor tenha acesso às obras, aos documentos e aos artigos científicos que foram citados no interior do trabalho.
// Apêndice (opcional)
Texto ou documento elaborado pelo autor que visa complementar o trabalho. Os apêndices são identificados por letras maiúsculas consecutivas, seguidas de travessão e respectivo título.
// Anexo (opcional)
Texto ou documento não elaborado pelo autor do trabalho, que complementa, comprova ou ilustra o seu conteúdo. Os anexos são identificados por letras maiúsculas consecutivas, seguidas de travessão e respectivo título. Por exemplo: ANEXO B – Estrutura organizacional da Empresa Alfa.
APRESENTAÇÃO DE ILUSTRAÇÕES E TABELAS
Ao elaborar um artigo, o estudante não fará necessariamente somente o uso da argumentação para um enfoque contrário ao já postulado sobre o assunto ou para oferecer soluções para assuntos controversos à sua área de estudo. Também não usará somente citações de autoridades do assunto para embasar o que tende a defender ou refutar.
No decorrer do artigo, o aluno pode usar outros elementos para ilustrar ou, até mesmo, dar mais credibilidade às ideiasque tenciona defender. Para isso, poderá fazer o uso de ilustrações, tabelas e até mesmo gráficos. Sendo assim, veja a seguir como esses itens devem aparecer no artigo científico.
// Formato de apresentação de elementos do texto:
Ilustrações (desenhos, fotografias, organogramas, quadros e outros)
–
As ilustrações devem ser centralizadas, com legenda numerada partindo de 1. O título da ilustração deve ser precedido pela palavra que a identifique (exemplo: Figura) e pelo seu respectivo número. A posição do título é centralizada e a seguir da ilustração.
A fonte ou nota explicativa deve estar centralizada e abaixo da figura, em fonte Times New Roman, tamanho 10.
Tabelas
–
A legenda da tabela deve ser precedida pela palavra “Tabela” e pelo seu respectivo número. A posição do título é centralizada e acima da tabela. A fonte fica no final da tabela, também centralizada, tamanho 10, espaçamento simples entrelinhas e seguindo os padrões estabelecidos pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Gráficos
–
Os gráficos apresentam dados numéricos em forma gráfica para melhor visualização. O mesmo procedimento de títulos deve ser adotado para os gráficos, ou seja, usar a palavra “Gráfico”, seu respectivo número e seu título.  A posição do título é centralizada e acima do gráfico. A fonte fica no final do gráfico, também centralizada, tamanho 10 e espaçamento simples entrelinhas.
Notas de rodapé
–
As notas de rodapé devem ter o propósito de servir como apoio explicativo e devem ficar sempre no pé da página. A nota deverá estar separada do resto do texto por uma linha. As notas, a exemplo das figuras, também devem ser numeradas partindo de 1. Sugere-se utilizar o recurso de notas do próprio Word para inserir notas de rodapé no texto (comando: inserir notas). O próprio Word administrará a numeração. A posição do texto da nota no pé da página deve ser alinhada à esquerda.
Palavras estrangeiras
–
Sempre que possível, evite o estrangeirismo. Se for inevitável, use termos em língua estrangeira, estes deverão ser escritos usando o modo itálico.
Estruturas, abreviações e ética das citações bibliográficas
Citações bibliográficas: NBR 10520/2002 da ABNT
Ele precisará, obrigatoriamente, fazer menção ao que outros autores reconhecidos pela comunidade científica da sua área retratam sobre o assunto que está pesquisando para elaborar o trabalho. 
Nesta hora, algumas dúvidas podem surgir: de que maneira posso citar outros autores no decorrer do meu artigo? Como se fazem as citações desses autores? Aqui você terá acesso a definição de citação, aos contextos nos quais ela terá serventia, os tipos de citação, e como fazê-la ao elaborar um artigo.
Você encontrará também, sistemas de chamada, além das formas de citação e indicação de autores na citação conforme as regras estabelecidas pela Agência Brasileira de Normas Técnicas, a ABNT.
EXPLICANDO
A Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) define citação como a menção de uma informação extraída de outra fonte. Contudo, outros autores também possuem diferentes definições sobre as citações.
Para Colzani (2001 apud SILVA; URBANESKI, 2009, p. 85) “citação é uma inserção, num texto, de informações colhidas de outra fonte, para esclarecimento do tema em discussão, para sustentar, para refutar ou apenas para ilustrar o que se disse”.
Já para Barros e Lehfeld (2000, p. 107), “as citações ou transcrições de documentos bibliográficos servem para fortalecer e apoiar a tese do pesquisador ou para documentar sua interpretação”.
Pode-se afirmar que são motivos pelos quais se utilizam citações:
· Permitir ao leitor ir ao texto original do autor citado;
· Possibilitar a identificação do legítimo “autor” das ideias apresentadas no trabalho;
· Dar credibilidade e autoridade ao texto;
· Reforçar e fundamentar o texto em outros autores que discutem o assunto em questão;
· Corroborar com as ideias expostas no trabalho.
A citação, como já mencionado, é a transcrição de ideias alheias. Santos (2007, p. 121-122) ensina que:
Textos técnicos e científicos devem lançar mão de citações por dois bons motivos. O primeiro é que, normalmente, citam-se autores de outros textos já publicados. Isto é, autores cujas ideias já foram publicamente expostas, submetidas ao juízo e reconhecimento da comunidade de leitores e da comunidade científica. Se as ideias permanecem (e da forma como permanecem), seu autor merece menção, como conhecedor do assunto exposto, como autoridade científica. Segundo, ao se referenciar certo autor, fazem-se, a um só tempo, um ato de justiça intelectual (atribuir-se a ideia a seu “dono”) e um ato de honestidade científico-acadêmica (o autor que cita e referencia reconhece que a ideia não é sua).
As citações são de extrema importância para o artigo científico. Mas elas não substituem a redação do trabalho.
Os problemas mais comuns quanto à citação são:
· Escassez de citações, atribuindo-se ao autor pensamentos que são de outrem;
· Excesso de citações, o que faz do trabalho uma enorme colcha de retalhos;
· Documentação inadequada (por inexistência, insuficiência ou incorreção) das fontes empregadas;
· Presença no texto de informações que poderiam ir para as notas, o que permitiria deixar a redação mais limpa;
· Falta de diálogo com as fontes, usadas, às vezes, apenas para abonar o pensamento do autor, sem discussão;
· Inadequada transição entre o texto do autor e o texto citado, o que dificulta a identificação de quem está falando (AZEVEDO, 1998, p. 120).
SISTEMAS DE CHAMADAS
As citações no texto devem ser feitas de maneira uniforme e de acordo com o estilo do pesquisador ou critério adotado pela revista em que o artigo pleiteará a publicação. Contudo, as citações devem seguir as prescrições da 
NBR 10520, de 2002 (Figura 1).
Ao elaborar o artigo, quanto ao sistema de chamada, a indicação das fontes citadas pode ocorrer de duas formas: através do sistema numérico ou do sistema autor-data.
SISTEMA NUMÉRICO 
No sistema numérico, a numeração é única e consecutiva, em algarismos arábicos. Nesse sistema, não deve ser iniciada uma nova numeração a cada nova página do trabalho. A fonte é indicada de forma completa em nota de rodapé e apresentada de acordo com as normas de referência bibliográfica.
 
Caso seja necessário o uso do sistema numérico, é importante ressaltar que as notas de referências contidas nas notas de rodapé devem constar na lista de referências. Quando se usa nota de rodapé, não se usa o sistema 
numérico.
SISTEMA AUTOR-DATA
Nesse sistema, o leitor pode identificar a fonte completa da citação na lista de referências, organizada em ordem alfabética, no final do trabalho. 
 
O formato da citação no sistema autor-data é feito pelo sobrenome do autor ou pela instituição responsável ou, ainda, pelo título de entrada (caso a autoria não esteja declarada), seguido pela data de publicação do documento e página da citação, separados por vírgula.
 
De acordo com a NBR 10520 (2002), se o sobrenome do autor, a instituição, o responsável ou o título estiver incluído no texto, a informação deve ser apresentada com letras maiúsculas e minúsculas.
Quando o nome do autor citado estiver entre parênteses, deve ser escrito com todas as letras em maiúscula, conforme o exemplo 2.
No caso de uso das citações com dois ou mais documentos de um mesmo autor que foram publicados no mesmo ano, estes devem ser diferenciados pelo acréscimo de letras minúsculas do alfabeto após o ano, conforme exemplo a seguir:
(SILVA, 2008a)
(SILVA, 2008b)
(SILVA, 2008c)
Caso haja dois autores com o mesmo sobrenome e mesma data de publicação, acrescentam-se as iniciais de seu prenome, conforme exemplo a seguir:
(SILVA, M., 2004)
(SILVA, C., 2004)
Estrutura de citações
Há alguns modelos distintos de citações que podem ser utilizados pelos alunos durante seus projetos. Nesta parte do estudo, você conhecerá os mais utilizados. 
CITAÇÃO DIRETA
A citação direta, de acordo com a NBR 10520 (2002, p. 2), é a “Transcrição literal da parte da obra do autor consultado”. Ou seja, nesse tipo de citação deve-serespeitar redação, ortografia, sinais gráficos e pontuação do texto original, fazendo uma cópia fiel do autor consultado.
// Citação direta curta
A citação curta é de até três linhas e deve ser inserida entre aspas, no interior do parágrafo, 
// Citações direta longa
As citações diretas com mais de três linhas devem aparecer em parágrafo distinto, com recuo de 4 centímetros da margem esquerda, espaçamento simples, sem aspas e em fonte 10,
// Citação direta: omissão
A omissão é um recurso utilizado quando não é necessário citar integralmente o texto de um autor. Porém, deve-se ter o cuidado para não alterar o sentido do texto original. No texto, a omissão é indicada por reticências entre colchetes [...]. As omissões podem aparecer no início, no fim e no meio de uma citação.
// Citação direta: destaque
Quando existe a necessidade de enfatizar alguma palavra, expressão ou frase em uma citação direta, pode-se grifá-la. Mas, ao fazer isso, é preciso usar o recurso tipográfico negrito na parte do texto a ser destacada e a expressão: grifo nosso.
Essa expressão deve vir entre parênteses, após a indicação da página em que foi retirada a citação. Quando já existe destaque no texto original, mantém-se este destaque indicando sua existência pela expressão grifo do autor ou grifo dos autores entre parênteses.
CITAÇÃO INDIRETA
A citação indireta é a interpretação das ideias de um ou mais autores do texto em questão. Porém, deve ser mantido o sentido original do texto. A citação indireta não é a transcrição literal das palavras do autor; não deve estar entre aspas ou em parágrafo distinto. No entanto, devem ser indicado(s) o(s) autor(es) e o ano da obra, 
// Citação de informação verbal
Outro tipo de citação é proveniente de informações verbais de palestras, debates, jornais de TV ou documentários, por exemplo. Ao fazer uso dessa forma de citação, deve-se indicar, entre parênteses, a expressão “informação verbal” no final da citação, mencionando os dados disponíveis em nota de rodapé. Cite, pelo menos, o autor da frase (cargo ou atividade), local (cidade) e data (dia, mês e ano).
CITAÇÃO DE CITAÇÃO
Nesse caso, é a citação de parte de um texto encontrado em um determinado autor, referente a outro autor, ao qual não se teve acesso. Utiliza-se apenas quando não houver possibilidade de acesso ao documento original. Essa citação é indicada pela expressão apud, que significa “citado por”.
No texto, a citação da citação deve seguir a seguinte ordem: autor do documento não consultado, seguido da expressão latina apud (citado por), em formato normal (sem itálico), e o autor da obra consultada,
// Indicação dos autores na citação
Com se não bastassem as diversas variedades de citações, também é importante ter atenção às diferentes maneiras de citação para trabalhos com número variado de autores:
// Citação de trabalhos de um autor:
Para Mclnerny (2004, p. 20), “a expressão ‘prestar’ atenção é muito eficaz. Faz-nos lembrar que atenção tem um ‘custo’. Atenção requer uma reação ativa e enérgica a cada situação, às pessoas e aos elementos que dela fazem parte”.
// Ou
“A expressão ‘prestar’ atenção é muito eficaz. Faz-nos lembrar que atenção tem um ‘custo’. Atenção requer uma reação ativa e enérgica a cada situação, às pessoas e aos elementos que dela fazem parte” (McINERNY, 2004, p. 20).
// Citação de trabalhos de dois autores:
Assim, conforme Warat e Pêpe (1996, p. 50), “Kelsen imagina que o objeto de um saber jurídico não pode ser mais do que o conjunto das normas positivas de um Estado, aprendidas do ponto de vista de suas formas”.
// Ou
“Kelsen imagina que o objeto de um saber jurídico não pode ser mais do que o conjunto das normas positivas de um Estado, aprendidas do ponto de vista de suas formas” (WARAT; PÊPE,1996, p. 50).
// Citação de trabalhos de três autores: 
Assim, ao refletirem sobre quais condutas devem ser aceitas nos negócios, algumas discussões de cunho ético têm se feito presentes principalmente segundo Arruda, Whitake e Ramos (2003, p. 53) com “o ensino de Ética em faculdades de Administração e Negócios tomou impulso nas décadas de 60 e 70, principalmente nos Estados Unidos, quando alguns filósofos vieram trazer sua contribuição”.
// Ou
Assim, ao refletirem sobre quais condutas devem ser aceitas nos negócios, algumas discussões de cunho ético têm se feito presentes principalmente com “o ensino de Ética em faculdades de Administração e Negócios tomou impulso nas décadas de 60 e 70, principalmente nos Estados Unidos, quando alguns filósofos vieram trazer sua contribuição” (ARRUDA; WHITAKE; RAMOS, 2003, p. 53).
// Citação de trabalhos de mais de três autores:
Nesse caso as variações são maiores. O correto é citar apenas o sobrenome do primeiro autor, seguido da expressão latina et al.
Wittmann et al. (2006, p. 19) afirmam que “a pós-graduação é uma prática social decisiva no processo da (des)alienação das pessoas”.
// Citação de trabalhos de mais de três autores:
Nesse caso as variações são maiores. O correto é citar apenas o sobrenome do primeiro autor, seguido da expressão latina et al.
Wittmann et al. (2006, p. 19) afirmam que “a pós-graduação é uma prática social decisiva no processo da (des)alienação das pessoas”.
// Ou
“A pós-graduação é uma prática social decisiva no processo da (des)alienação das pessoas” (WITTMANN et al., 2006, p. 19).
Quando houver coincidência de sobrenomes de autores, acrescentam-se as iniciais de seus prenomes. No caso de persistência de coincidência, colocam-se os prenomes por extenso, até que a coincidência seja desfeita, como podemos ver a seguir:
· Struve, O Struve, Otto Struve, Otto W.
· Struve, O Struve, Otto Struve, Otto H.
· Struve, F Struve, Friedrich Struve, Friedrich G.
· Struve, F Struve, Friedrich Struve, Friedrich A.
As citações indiretas de diversos documentos da mesma autoria, publicados em anos diferentes e mencionados simultaneamente, possuem as suas datas separadas por vírgula.
 Você pode, ainda, deparar-se com citações de diversos documentos de um mesmo autor, publicados em um mesmo ano, as quais são diferenciadas pelo acréscimo de letras minúsculas, em ordem alfabética, após a data e sem espaçamento, conforme a lista de referências.
Você poderá encontrar citações indiretas de diversos documentos de vários 
autores, mencionados simultaneamente e, nesse caso, devem ser separadas ponto e vírgula, em ordem alfabética.
VANTAGENS E DESVANTAGENS DOS SISTEMAS DE CITAÇÃO
Abreviação de títulos: NBR 6032/1989 da ABNT
A NBR 6032/1989 (Figura 10), por sua vez, é uma norma técnica que se refere aos padrões que devem ser adotados para a abreviação de títulos de periódicos e publicações seriadas, como definido no próprio nome da regra.
A ideia deste documento é unificar o entendimento para a correta aplicação de abreviaturas, de modo a facilitar as citações, referências e legendas bibliográficas dos documentos acima citados.
REGRAS DE ABREVIAÇÃO
Para se abreviar palavras, uma das maneiras que mais se utiliza é a supressão da parte final da palavra, substituindo-a por um ponto. Conforme exemplos a seguir:
Palavra: abreviatura
Abreviação: abrev.
Palavra: filosofia
Abreviação: fil.
Palavra: impressão
Abreviação: impr.
No entanto, algumas regras precisam ser seguidas para a correta abreviação das palavras. São elas:
· Palavras com menos de cinco letras não devem possuir abreviações, exceto as palavras mencionadas na NBR 6032.
Obs.: Por coincidência, as duas palavras citadas como exemplo possuem a mesma abreviação.
· Em algumas palavras, pode-se utilizar a contração em uma abreviatura (ex: bel. para bacharel ou ltda. para limitada);
· As palavras que terminam com os sufixos “grafia”, “nomia” e “logia”, podem ser abreviadas até as letras iniciais dos sufixos. São elas: gr para grafia, n para nomia e l para logia. Observe o exemplo a seguir
· Palavra: Radiografia
Abreviação: Radiogr.
· Palavra: Astronomia
Abreviação: Astron.
· Palavra: Geologia
Abreviação: Geol.
REGRAS DE ABREVIAÇÃO DE TÍTULOS
Quanto aos títulos, se forem formados por apenas uma palavra, seja ela simples oucomposta, precedida ou não de artigo, não devem ser abreviados. Veja alguns exemplos de títulos que não podem ser abreviados (com e sem artigo):
· O princípio;
· O pica-pau;
· Oceanos;
· Guarda-chuva;
· A Constituição.
Além disso, vejamos outras regras muito importantes para a correta aplicação de abreviações em títulos:
· A palavra que inicia o título sempre deve ter a primeira letra maiúscula;
· Ao abreviar um título, deve-se manter a ordem das palavras do mesmo modo como estão no título original;
· Artigos, preposições e conjunções devem ser suprimidos nas abreviações, exceto quando não estão no início do título e quando são importantes para o entendimento do título;
· Se o título do periódico científico for composto por uma sigla, ela deve ser mantida e abreviam-se as outras palavras do título.
No Quadro 3 você verá uma lista com diversas abreviaturas contidas na NBR 6032/1989:
NOMES DE PESSOAS
Se o título do periódico científico possuir o nome de uma pessoa, esse nome não poderá ser abreviado, ou seja, podem ser abreviadas somente as outras palavras que compõem o título. Veja um exemplo fictício de título de periódico com abreviaturas:
Título: Memórias de João Cabral de Melo Neto
Abreviação: Mem. João Cabral de Melo Neto
O perigo do plágio
As normas da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) são essenciais no apoio à confecção de materiais científicos, visto que, além de gerar padrões, proporcionam credibilidade aos materiais produzidos.
Com isso, podemos afirmar que a não utilização de suas regras e diretrizes pode, por vezes, desprestigiar ou invalidar os documentos.
Ao contrário do que muita gente pensa, não é errado utilizar a ideia de um outro autor em sua própria obra. Na verdade, as pesquisas científicas se baseiam em um compilado de ideias de outros autores somados aos seus pensamentos.
No entanto, um cuidado que todo pesquisador deve ter, principalmente quando falamos em citações de autores, por exemplo, é o de sempre referenciar o autor pesquisado, visto que a transcrição de sua obra, sem as devidas referências, caracteriza-se como plágio, ou seja, apropriação indevida de uma obra intelectual, o que, inclusive, é crime.
Ou seja, a cópia (transcrição) de parte de uma obra em sua pesquisa acadêmica pode ser feita, mas sempre com a indicação dos autores.
EXPLICANDO
Obra intelectual é tudo aquilo que é criado, produzido ou inventado por uma pessoa ou grupo de pessoas. Geralmente atribuímos o conceito de obra intelectual para livros e pesquisas científicas.
ÉTICA
A ética, em uma definição geral, pode ser classificada e interpretada como um conjunto de valores de uma pessoa em sua individualidade, ou de valores de um grupo que vive em sociedade. Com isto em mente, podemos dizer que o ato de plágio, além de configurar-se como crime, pode ser interpretado como falta de ética ou um desvio de caráter. Pithan e Vidal (2017) afirmam que:
A questão ética deve ser levada em conta quando tratamos do tema “plágio” no ambiente acadêmico. Na elaboração de monografias, dissertações e teses, os acadêmicos têm a oportunidade de exercitar técnicas de elaboração de investigação científica. Entretanto, a dimensão ética, notadamente na publicação dos resultados da pesquisa, deve estar presente para garantirmos o que se tem denominado como “integridade científica” ou “integridade na pesquisa” (PITHAN; VIDAL, 2017).
A melhor maneira de se evitar plágios sobre o objeto de pesquisa é ter domínio total sobre o assunto. Como então, pode-se adquirir o domínio técnico sobre o tema pesquisado?
Ao utilizar um grande número de fontes de pesquisa, alinhadas com a sua dedicação e muito estudo, certamente o resultado será relevante e satisfatório, pois assim você terá repertório suficiente para obter um material acadêmico totalmente autêntico e livre de plágios. 
Portanto, tenha em mente que, em qualquer área de atuação, seja ela acadêmica ou não, a ética deve ser um pilar de sustentação e, com isso, deve prevalecer em todas as situações, pois seus valores norteiam o padrão comportamental humano.
 
Modalidades e técnicas da pesquisa científica
Pesquisa científica
A pesquisa científica é uma atividade desenvolvida pelos investigadores com o intuito de entender melhor o mundo à sua volta e propiciar novas descobertas, impactando em aprimoramento da qualidade da vida intelectual e refletindo nos modelos de desenvolvimento econômico e social.
As atividades de pesquisa requerem do investigador o planejamento, o conhecimento e a adequação às normas científicas. 
O estudo e a pesquisa estão presentes em toda a vida do acadêmico e, por isso, é tão importante que o estudante compreenda algumas questões a eles relacionadas. O desenvolvimento de estudos científicos se torna uma experiência prática e teórica do pesquisador e da comunidade científica em que se insere, pois, assim, é possível refletir sobre acontecimentos ocorridos na sociedade da qual faz parte.
EXPLICANDO 
A pesquisa tem por objetivo a produção de novos conhecimentos por meio da utilização de procedimentos científicos. Contribui para o trato dos problemas e processos do dia a dia nas mais diversas atividades humanas, no ambiente de trabalho, nas ações comunitárias, no processo de formação e outros.
Diversos autores já publicaram suas percepções e conceitos sobre pesquisa e muitos salientam que é um processo de perguntas e investigação sistemática e metódica, e que amplia o conhecimento humano. Sendo assim, é necessário compreender que a ciência, desenvolvida por meio da pesquisa, é um conjunto de procedimentos sistemáticos baseados nos raciocínios lógico e analítico, com o objetivo de encontrar soluções para os problemas propostos, mediante o emprego de métodos científicos e definição de tipos de pesquisa. 
O conhecimento se torna uma premissa para o desenvolvimento do ser humano e a pesquisa como a consolidação da ciência.
Existe a possibilidade de o aluno pesquisador desenvolver estudos científicos para construir e gerar novos conhecimentos, mas, principalmente, para contribuir com a evolução de informações em uma determinada área de atuação profissional.
O pesquisador utiliza conhecimentos teóricos e práticos. Para que isso ocorra, é necessário ter habilidades para a utilização de técnicas de análise, entender os métodos científicos e os procedimentos com o objetivo de encontrar respostas para as perguntas formuladas.
Jill Collis e Roger Hussey ressaltam em sua obra Pesquisa em administração: um guia prático para alunos de graduação e pós-graduação, de 2005, que o objetivo da pesquisa pode ser:
O aluno pesquisador necessita de métodos e procedimentos precisos, planejamento eficaz, critérios e instrumentos adequados que passem confiança e credibilidade tanto aos envolvidos no processo quanto no resultado do trabalho.
O método da pesquisa e outras questões relacionadas ao seu estudo serão de acordo com o tipo de trabalho que desenvolve, já que os resultados das investigações podem ser encontrados sob a forma de trabalhos técnico-científicos, publicados em revistas científicas, em eventos e em instituições de Ensino Superior. 
É necessário compreender que a pesquisa consolida a ciência de determinada área, divulgando, por meio de trabalhos técnico-científicos nos cursos de graduação e pós-graduação, os conhecimentos práticos e teóricos descobertos pelos pesquisadores por meio do uso de métodos científicos que impulsionam o crescimento humano.
O pesquisador deve se preocupar, então, em estabelecer um planejamento e execução da pesquisa, pois essas duas características fazem parte de um procedimento sistematizado que compreende etapas que podem ser definidas como:
1. Definição de tema
2. Formulação do problema
3. Definição de objetivos 
4. Justificativa
5. Fundamentação teórica 
6. Metodologia 
7. Coleta de dados 
8. Analise e discussão de dados
9. Conclusão dos resultados 
10. Redação e apresentação da pesquisa.
Inicialmente, o investigador deve se preocupar com as três primeiras etapas (tema, problema e objetivos), que são fundamentais para começara pesquisa e compõem o projeto de trabalho que será abordado mais adiante. As demais etapas também serão comentadas ao longo desta disciplina.
Portanto, para o desenvolvimento adequado do estudo científico, são necessários o planejamento cuidadoso e a investigação, de acordo com as normas da metodologia científica, tanto aquela referente à forma quanto a referente ao conteúdo. 
// Interesses e motivações de pesquisa
Como dito anteriormente, a pesquisa foca no estudo e na descoberta de novos conhecimentos e assuntos que são importantes para o avanço da humanidade. Entretanto, a temática a ser estudada deve ser também importante para o pesquisador para que ele tenha real interesse em seu desenvolvimento e que se sinta motivado a ler, analisar, testar, relatar e publicar seus estudos. Quanto mais interesse o pesquisador tiver em determinado assunto e quanto mais ele quiser saber sobre algo, mais prazeroso será seu desenvolvimento.
A produção do artigo é uma etapa importante na vida acadêmica, portanto, o estudante não deve encará-la como uma obrigação. Para que a escrita não se transforme num fardo, basta analisar com atenção alguns fatores antes de começar. É fundamental lembrar que a escolha deve fazer com que se sinta realizado ao escrever sobre o assunto.
Quando o autor da pesquisa não se motiva com o assunto e não se sente instigado em estudar o tema, possivelmente mais ninguém terá interesse. É preciso encarar este momento como uma oportunidade de estudar e aprender mais sobre um tema que é relevante para o pesquisador e para a sociedade.
É possível selecionar um assunto a partir da análise de alguns aspectos:
Relevância do assunto: Cervo e Bervian apresentam, em Metodologia científica (2002, p. 74), que “o assunto de uma pesquisa é qualquer tema que necessita melhores definições, melhor precisão e clareza do que já existe sobre o mesmo”.
Deve-se pensar em uma justificativa para a realização do trabalho dentro daquele tema escolhido. Para isso, é preciso questionar se o tema é importante, se é um novo método ou uma nova forma criada em algum mercado, se apresentará soluções mais específicas e que tem relevância para uma determinada comunidade. É necessário apresentar ao leitor as contribuições práticas e teóricas geradas por meio das formas sugeridas e também apresentar argumentos que convençam o leitor sobre a importância do seu tema de pesquisa.
O assunto pesquisado deve ser atual, pois dificilmente alguém terá interesse em ler, estudar, analisar e discutir sobre algo ultrapassado e que não irá ajudar na construção do conhecimento. Por isso, o pesquisador deve se manter sempre atualizado sobre o que está sendo estudado em sua área profissional e de pesquisa.
 
Existem alguns questionamentos importantes para se pensar durante a escolha do tema
Inclinações e possibilidades da pesquisa: as possibilidades de pesquisa podem ser consideradas quando se tem envolvimento com o tema. Isso porque o grau de dificuldade para discuti-lo se torna menor e, assim, o pesquisador conseguirá elaborar algumas etapas do trabalho com mais rapidez. Ele deve estar ciente de que se escolher um tema com o qual não tem vínculo anterior algum, mesmo sendo desafiador e enriquecedor, pode proporcionar frustração, em virtude do tempo e dos prazos que devem ser cumpridos.
É importante refletir sobre o conteúdo apresentado nas disciplinas cursadas, seja na graduação ou pós-graduação. Possivelmente, o pesquisador encontrará algum assunto interessante a ser discutido e que pode se transformar em um artigo.
Pode-se buscar, também, um tema em seu ambiente profissional, pois, muitas vezes, dessa realidade é possível extrair um tópico interessante de estudo. No dia a dia é possível, por exemplo, perceber que alguns alunos da turma X têm dificuldades de aprendizagem. Então, se pode pesquisar a dificuldade de aprendizagem de um determinado grupo de alunos, verificando os aspectos familiares, emocionais ou outros.
Outro exemplo: o pesquisador percebe que, em um determinado setor da empresa na qual atua, muitos funcionários desistem do emprego e pedem demissão. Então, ele pode pesquisar sobre as causas da alta rotatividade de funcionários no setor Y da empresa B.
Lembre-se de que, quando se propõe a produzir conhecimento, deve-se fazê-lo com dedicação, rigor científico, seriedade e comprometimento. Aliás, a leitura de publicações da área de estudo em questão (revistas, livros, dissertações, teses) pode despertar a curiosidade em aprofundar algum tema.
A escolha do tema da pesquisa geralmente é um momento de angústia para o pesquisador. Este deve considerar alguns critérios:
· Conhecimento prévio de autores, temas, assuntos, matérias;
· Disponibilidade de tempo e de recursos para a pesquisa;
· Existência de bibliografia disponível sobre o assunto;
· Possibilidade de orientação e supervisão adequada dentro do assunto;
· Relevância e fecundidade do assunto.
A definição do tema deverá ser guiada não apenas por razões intelectuais, mas por questões como a instituição, o nível de conhecimento e a perspectiva profissional
DELIMITAÇÃO DO TEMA
Após a escolha do assunto a ser pesquisado, uma das tarefas iniciais na elaboração do artigo deve ser a delimitação do tema. Nesse processo, é preciso levar em conta alguns fatores. Caso o pesquisador não lhes dê atenção, correrá o risco de descobrir, no meio do caminho, que a escolha foi equivocada.
Para a realização dessa etapa, não existem regras fixas. Porém, alguns encaminhamentos podem guiar o pesquisador nesse momento:
· 1
Identificar as publicações mais recentes sobre o tema;
· 2
Verificar os temas mais importantes para não ficar com muitos temas, mas focar em um subtítulo;
· 3
Conversar com orientadores para concentrar-se nas informações mais relevantes.
Há outras técnicas que podem ajudar no processo de delimitação, entretanto, elas podem não funcionar para alguns assuntos. A primeira é a divisão do assunto em suas partes constitutivas; a segunda é a definição da compreensão dos termos, que implica a enumeração dos elementos constitutivos ou explicativos que os conceitos envolvem. Fixar circunstâncias de tempo (quadro histórico, cronológico) e de espaço (quadro geográfico) também contribui para indicar os limites do assunto. Por exemplo, o tema de qualidade total é muito amplo e deve ser delimitado. A ideia da delimitação é segmentar o tema, como se fosse passá-lo em por funil.
EXEMPLIFICANDO
Exemplos de delimitação do tema qualidade total:
•  Aplicabilidade da qualidade total nas empresas têxteis de Brusque;
•  Implantação da qualidade total nas empresas metalúrgicas de São Bernardo do Campo;
• Análise da implantação da qualidade total na hotelaria de Salvador.
Ao se especificarem as informações (onde, em que região, cidade, estado?), em que nível (no ensino fundamental, médio ou superior?) e qual o enfoque (estatístico, filosófico, histórico, psicológico, sociológico?), indicam-se as circunstâncias para pesquisa e discussão. Ou seja, definem-se a extensão e a profundidade do artigo.
CAMPO DA APLICAÇÃO CIENTÍFICA
Agora chegou a hora da investigação. O trabalho de campo se apresenta como uma possibilidade de conseguirmos não só uma aproximação com aquilo que desejamos conhecer e estudar, mas também de criar um conhecimento, partindo da realidade presente no campo. O cientista, em sua tarefa de descobrir e criar, necessita, em um primeiro momento, questionar. Esse questionamento é que nos permite ultrapassar a simples descoberta para, por meio da criatividade, produzir conhecimentos. Quando definimos bem o campo de interesse é possível partir para um rico diálogo com a realidade. Assim, o trabalho de campo deve estar ligado a uma vontade e a uma identificação com o tema a ser estudado, permitindo uma melhor realização da pesquisa proposta.
A relação do pesquisador com os sujeitos a serem estudados também é de extrema importância. Isso não significa que as diferentes formas de investigação não sejam fundamentais e necessárias. Para muitos pesquisadores, o trabalho de campo fica circunscritoao levantamento e à discussão da produção bibliográfica existente sobre o tema de seu interesse. Esse esforço de criar conhecimento não desenvolve o que originalmente consideramos como um trabalho de campo propriamente dito.
Essa forma de investigar, além de ser indispensável para a pesquisa básica, nos permite articular conceitos e sistematizar a produção de uma determinada área de conhecimento. Ela visa criar novas questões num processo de incorporação. Além dessas considerações, podemos dizer que a pesquisa bibliográfica coloca frente a frente os desejos do pesquisador e os autores envolvidos em seu horizonte de interesse. 
Esse esforço em discutir ideias e pressupostos tem como lugar privilegiado de levantamento as bibliotecas, os centros especializados e arquivos. Nesse caso, trata-se de um confronto de natureza teórica que não ocorre diretamente entre pesquisador e atores sociais que estão vivenciando uma realidade peculiar dentro de um contexto sócio-histórico. 
Após essas observações, é hora de nos aproximarmos mais da ideia de campo que pretendemos explicitar. Pode-se definir campo de pesquisa como o recorte que o pesquisador faz em termos de espaço, representando uma realidade empírica a ser estudada a partir das concepções teóricas que fundamentam o objeto da investigação.
A título de exemplo, podemos citar o seguinte recorte: o estudo da percepção das condições de vida dos moradores de uma comunidade. Para esse estudo, a comunidade corresponde a um campo empiricamente determinado. Além do recorte espacial, ao tratar de pesquisa social, o lugar primordial é o ocupado pelas pessoas e grupos convivendo numa dinâmica de interação social. Essas pessoas e grupos são sujeitos de uma determinada história a ser investigada, sendo necessária uma construção teórica para transformá-los em objetos de estudo. Partindo da construção teórica do objeto de estudo, o campo torna-se um palco de manifestações de intersubjetividades e interações entre pesquisador e grupos estudados, propiciando a criação de novos conhecimentos.
Definido o objeto com uma devida fundamentação teórica, construídos os instrumentos de pesquisa, e delimitado o espaço a ser investigado, faz-se necessário concebermos a fase exploratória do campo para que possamos entrar no trabalho propriamente dito. Seguindo esses passos, devemos observar alguns cuidados relativos à entrada no trabalho de campo.
A ENTRADA NO CAMPO
Vários são os obstáculos que podem dificultar ou até mesmo inviabilizar essa etapa da pesquisa. Portanto, cabem algumas considerações:
Buscar aproximação com as pessoas da área selecionada para o estudo
–
Essa aproximação pode ser facilitada por meio do conhecimento de moradores ou daqueles que mantêm sólidos laços de intercâmbio com os sujeitos a serem estudados. De preferência, deve ser uma aproximação gradual, possibilitando que cada dia de trabalho possa ser refletido e avaliado com base nos objetivos preestabelecidos. É fundamental consolidarmos uma relação de respeito efetivo pelas pessoas e pelas suas manifestações no interior da comunidade pesquisada.
Apresentar proposta de estudo aos grupos envolvidos
–
É importante estabelecer uma situação de troca. Os grupos devem ser esclarecidos sobre aquilo que pretendemos investigar e sobre as possíveis repercussões favoráveis advindas do processo investigativo. É preciso termos em mente que a busca das informações que pretendemos obter está inserida num jogo cooperativo em que cada momento é uma conquista baseada no diálogo e que foge à obrigatoriedade. Ou seja, os grupos envolvidos não são obrigados a uma colaboração sob pressão, até porque isso caracterizaria um processo de coerção, que inviabilizaria a efetiva interação.
Dar atenção à postura em relação ao problema a ser estudado
–
Às vezes, o pesquisador entra em campo considerando que tudo o que vai encontrar serve para confirmar o que ele considera já saber, ao invés de compreender o campo como possibilidade de novas revelações. Esse comportamento pode dificultar o diálogo com os elementos envolvidos no estudo, além de poder gerar constrangimentos entre pesquisador e grupos envolvidos, e poder implicar no surgimento de falsos depoimentos.
Ter cuidado teórico-metodológico com a temática a ser explorada
–
A atividade de pesquisa não se restringe ao uso de técnicas refinadas para obtenção de dados. Assim, a teoria informa o significado dinâmico daquilo que ocorre e que buscamos captar no espaço em estudo. Para conseguirmos um bom trabalho de campo, há necessidade de se ter uma programação bem definida de suas fases exploratórias e de trabalho de campo propriamente dito. É no processo desse trabalho que são criados e fortalecidos os laços de amizade, bem como os compromissos firmados entre o investigador e a população investigada, propiciando o retorno dos resultados alcançados para essa população e a viabilidade de futuras pesquisas.
Modalidade de pesquisa
A pesquisa é uma atividade direcionada para a elucidação de problemas por meio da utilização de procedimentos científicos.
Dessa forma, ao desenvolver uma pesquisa, é necessária a compreensão das modalidades da pesquisa, bem como das formas de coleta e análise de dados.
Um documento científico se inicia com uma introdução, seguida pelo desenvolvimento (delimitação do tema, a definição dos objetivos de estudo, procedimentos metodológicos, fundamentação teórica, análise e interpretação das informações coletadas), considerações finais e referências.
Assim, é comum que o aluno pesquisador questione: quais as características do meu estudo? Que tipo de pesquisa pretendo desenvolver? Qual a necessidade de aplicação de questionários ou entrevistas para esse tema? Como devo coletar e apresentar os dados? É necessário fundamentar meu trabalho com literaturas?
A elaboração de pesquisas pode ser uma experiência prática, para que busquem refletir, sistematizar e testar os conhecimentos teóricos e instrumentais aprendidos durante o ensino formal e de pesquisa.
Portanto, a pesquisa propõe uma reflexão de fatos e dados, estimulando o estudante a analisar e julgar, quando oportuno, de forma ética e profissional, ampliando seus conhecimentos. Seu espírito crítico e ético lhe possibilitará que se destaque na procura de soluções para os problemas da sociedade em que vive e aceite suas responsabilidades sociais. Muitos autores já publicaram suas percepções e conceitos sobre pesquisa e vários salientam que é um processo de perguntas e investigação, é sistemática e metódica e aumenta o conhecimento humano.
CITANDO 
“A pesquisa parte [...] de uma dúvida ou problema e, com o uso do método científico, busca uma reposta ou solução” (CERVO; BERVIAN, 2002, p. 63).
Assim, o pesquisador utilizará seus conhecimentos teóricos e práticos. Para tal, é necessário que tenha habilidades para a utilização de técnicas de análise, que entenda os métodos científicos e os procedimentos para que possa atingir o objetivo de encontrar respostas para as perguntas formuladas no estudo. É importante lembrar que a pesquisa científica é uma atividade que se volta ao esclarecimento de situações-problema ou novas descobertas. Dessa forma, é indispensável que se use processos científicos que, por sua vez, são bem diversos, dependendo do campo de conhecimento.
O artigo científico também deve apresentar os caminhos e formas utilizados no estudo. Assim, é importante citar as modalidades ou tipos da pesquisa e características do trabalho. As pesquisas podem ser classificadas quanto:
· Às bases lógicas da investigação (métodos dedutivo, indutivo, hipotético-dedutivo, dialético ou fenomenológico);
· À natureza da pesquisa (básica ou aplicada);
· À abordagem do problema (qualitativa, quantitativa ou ambas combinadas);
· À realização dos objetivos (descritiva, exploratória ou explicativa);
· Ao propósito da pesquisa (aplicada, avaliação de resultados, avaliação formativa, proposição de planos ou pesquisa-diagnóstico);
· Aos procedimentos técnicos (bibliográfico, documental, levantamento, estudo de caso, participante, pesquisa

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