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2 Introdução ao Pensamento Científico Instituição Credenciada pelo MEC – Portaria 4.385/05 Unis - MG Centro Universitário do Sul de Minas Unidade de Gestão da Educação a Distância – GEaD Av. Cel. José Alves, 256 - Vila Pinto Varginha - MG - 37010-540 Mantida pela Fundação de Ensino e Pesquisa do Sul de Minas – FEPESMIG Varginha/MG Todos os direitos desta edição reservados ao Unis-MG. É proibida a duplicação ou reprodução deste volume, ou parte do mesmo, sob qualquer meio, sem autorização expressa do Unis-MG. 3 Introdução ao Pensamento Científico KAUS , Rebeca Nogueira Lourenço Guia de Estudo – Introdução ao Pensamento Científico – Rebeca Nogueira Lourenço Kaus. Varginha: GEaD - UNIS/MG, 2011. 49 p. 2. Da teoria à prática... O projeto de pesquisa. 3. O Cuidado Com As Referências – Citações. 4. O Projeto De Pesquisa. I. Título. 4 Introdução ao Pensamento Científico REITOR Prof. Ms. Stefano Barra Gazzola GESTOR Prof. Ms. Wanderson Gomes de Souza Supervisora Técnica Profª. Ms. Simone de Paula Teodoro Moreira Design Instrucional Prof. Celso Augusto dos Santos Gomes Rogério Martins Soares Coord. do Núcleo de Recursos Tecnológicos Lúcio Henrique de Oliveira Coordenadora do Núcleo Pedagógico Terezinha Nunes Gomes Garcia Revisão Ortográfica / Gramatical Autora REBECA NOGUEIRA LOURENÇO KAUS Comunicação Social pelo Centro Univbersitário do Sul de Minas - Unis/MG (2003). Especialista em Docência na Educação a Distância, pelo Centro Universitário do Sul de Minas – Unis - MG (2007). Atualmente é tutora na Educação a Distancia do Unis e atuou nas disciplinas: Língua Portuguesa Comunicação e Expressão, Sociologia Geral, Dimensão Filosófica da Educação e Metodologia e Pesquisa Científica. Exerceu também a função de tutora de ambiente virtual nos cursos de Física e Matemática. Co-autora do Guia de Estudos de Introdução à Sociologia Geral. 5 Introdução ao Pensamento Científico ÍCONES REALIZE. Determina a existência de atividade a ser realizada. Este ícone indica que há um exercício, uma tarefa ou uma prática para ser realizada. Fique atento a ele. PESQUISE. Indica a exigência de pesquisa a ser realizada na busca por mais informação. PENSE. Indica que você deve refletir sobre o assunto abordado para responder a um questionamento. CONCLUSÃO. Todas as conclusões sejam de ideias, partes ou unidades do curso virão precedidas desse ícone. IMPORTANTE. Aponta uma observação significativa. Pode ser encarado como um sinal de alerta que o orienta para prestar atenção à informação indicada. HIPERLINK. Indica um link (ligação), seja ele para outra página do módulo impresso ou endereço de Internet. EXEMPLO. Esse ícone será usado sempre que houver necessidade de exemplificar um caso, uma situação ou conceito que está sendo descrito ou estudado. SUGESTÃO DE LEITURA. Indica textos de referência utilizados no curso e também faz sugestões para leitura complementar. APLICAÇÃO PROFISSIONAL. Indica uma aplicação prática de uso profissional ligada ao que está sendo estudado. CHECKLIST ou PROCEDIMENTO. Indica um conjunto de ações para fins de verificação de uma rotina ou um procedimento (passo a passo) para a realização de uma tarefa. SAIBA MAIS. Apresenta informações adicionais sobre o tema abordado de forma a possibilitar a obtenção de novas informações ao que já foi referenciado. REVENDO. Indica a necessidade de rever conceitos estudados anteriormente. 6 Introdução ao Pensamento Científico Sumário EMENTA ...................................................................................................................................................... 7 2. DA TEORIA À PRÁTICA... O PROJETO DE PESQUISA............................................................ 8 OBJETIVOS ................................................................................................................................................. 8 2.1 Mas O Que É Pesquisa? ......................................................................................................... 9 2.2 Para Que Serve a Pesquisa? ................................................................................................ 10 2.3 Modalidades de Pesquisa ..................................................................................................... 10 2.3.1 A Pesquisa Bibliográfica........................................................................................................ 11 2.3.2 A Pesquisa de Campo........................................................................................................... 12 2.3.3 A Pesquisa Documental ........................................................................................................ 14 2.3.4 A Pesquisa-Ação .................................................................................................................. 14 2.3.5 A Pesquisa-Ação .................................................................................................................. 15 2.4 Técnicas de Pesquisa ........................................................................................................... 17 2.4.1 A Escolha e Utilização Das Fontes Bibliográficas .................................................................. 17 2.4.2 Leitura, Interpretação De Textos E Procedimentos De Registro............................................. 20 2.4.3 Observação .......................................................................................................................... 22 2.4.4 Entrevista e Questionário ...................................................................................................... 24 2.4.5 Análise de Conteúdo ............................................................................................................. 25 2.4.6 Planejamento Participativo .................................................................................................... 26 3. O CUIDADO COM AS REFERÊNCIAS - CITAÇÕES ................................................................ 28 3.1 Como Fazemos a Referência de Uma Citação? .................................................................... 29 3.1.1 As Citações Sem Indicação De Autoria Ou Responsabilidade (Nbr 10520 Item 6.3. B) .......... 29 3.2 Indicação do Texto Citado (NBR 10520 Item 5.1) .................................................................. 30 3.2.1 Em Citações Diretas ............................................................................................................. 30 3.2.2 Em Citações Indiretas (NBR 10520 item 5.1)......................................................................... 30 3.3 Tipos de Citação ................................................................................................................... 30 3.3.1 Direta (NBR 10520 item 3.3) ................................................................................................. 31 3.3.1.1 Quando Tiver Até Três Linhas (NBR 10520 item 5.2) ........................................................ 31 3.3.1.2 Quando Tiver Mais de Três Linhas (NBR 10520 Item 5.3) ................................................. 31 3.4 Indireta (NBR 10520 Item 3.4) ............................................................................................... 31 3.5 Citação de Citação (NBR 10520 Item 7.1.3) .......................................................................... 32 4. O PROJETO DE PESQUISA .................................................................................................... 334.1 Elementos Pré-Textuais ........................................................................................................ 34 4.1.1 Capa ..................................................................................................................................... 34 4.1.2 Folha de Rosto...................................................................................................................... 35 4.1.3 Sumário ................................................................................................................................ 37 4.2 Elementos Textuais............................................................................................................... 38 4.2.1 A Introdução ......................................................................................................................... 38 4.2.2 O Problema de Pesquisa ...................................................................................................... 39 4.2.3 O Referencial Teórico ........................................................................................................... 40 4.2.4 A Hipótese ............................................................................................................................ 41 4.2.5 A Justificativa ........................................................................................................................ 41 4.2.6 Os Objetivos ......................................................................................................................... 42 4.2.7 A Metodologia ....................................................................................................................... 42 4.2.8 O Cronograma ...................................................................................................................... 44 4.3 Elementos Pós-Textuais ....................................................................................................... 45 4.3.1 Referências Bibliográficas ..................................................................................................... 45 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .......................................................................................................... 48 7 Introdução ao Pensamento Científico EMENTA O conhecimento científico, a ciência e o senso comum. O Método e Metodologia científica. Técnica de esquematizar e resumir. Tipos de fichamentos e referências bibliográficas. Redação do trabalho: estrutura lógica, estilo e citações. Apresentação formal do trabalho. Seminário Normas da ABNT. 8 Introdução ao Pensamento Científico 2. DA TEORIA À PRÁTICA... O PROJETO DE PESQUISA Depois do estudo desta unidade esperamos que você seja capaz de: Entender o que é pesquisa e qual a sua função; Compreender, reconhecer e estar apto para utilizar as diferentes modalidades de pesquisa; Estar consciente dos fatores que dão credibilidade à fonte de pesquisa; Durante a pesquisa saber empreender as diferentes técnicas de pesquisa; Ser capaz de construir um projeto de pesquisa e estar ciente de sua importância para a realização do trabalho científico. OBJETIVOS Nesta unidade você terá a oportunidade de aprender a construir um projeto de pesquisa. Mas antes de começarmos a realizá-lo tenho uma pergunta crucial que você deve responder... o que é pesquisa? Ou melhor...como se faz uma pesquisa? DA TEORIA À PRÁTICA... O PROJETO DE PESQUISA 9 Introdução ao Pensamento Científico 2.1 Mas O Que É Pesquisa? Segundo Tozoni-Reis (2008), o termo pesquisa se olharmos no dicionário é definido como uma investigação minuciosa para averiguação da realidade. Podemos entender também como uma busca e estudo, minudentes e sistemáticos, com o fim de descobrir ou estabelecer fatos ou princípios relativos a um campo qualquer do conhecimento. Releia com atenção as partes destacadas. Veja que essas definições em Tozoni-Reis (2008) auxiliam no entendimento da pesquisa como uma ação de conhecimento da realidade. Um processo de busca detalhado, com etapas e sistemas definidos, que visa produzir conhecimento e/ou interpretação de um dado contexto do real. A interpretação do que vivemos. Você percebeu que o termo pesquisa está necessariamente atrelado ao conhecimento? Isso porque ainda de acordo a autora todo conhecimento tem como alvo a convivência e interação dos sujeitos com o mundo que o cerca. “A busca do conhecimento é uma atitude essencialmente humana, buscar compreender e dar significado para o mundo das coisas é uma atitude que faz parte da essência do ser humano.” (Tozoni-Reis, 2008, p.9) Mas será que existe diferença entre a pesquisa (busca do conhecimento), que fazemos no dia a dia e a pesquisa científica? Pois saiba que a resposta é sim! Realmente a pesquisa como uma atividade humana, uma prática social, é uma tarefa complexa, que está em todos os momentos da vida. Tozoni-Reis (2008), explica que a pesquisa voltada para o fazer científico, é uma prática mais sistematizada, mais organizada, pois a produção de conhecimentos científicos implica as formas científicas de interpretação dos objetos. Pesquisa é um procedimento racional e sistemático que tem como objetivo proporcionar respostas aos problemas que são propostos. [...] A pesquisa é desenvolvida mediante o concurso dos conhecimentos disponíveis e a utilização cuidadosa de métodos, técnicas e outros procedimentos científicos[...] ao longo de um processo que envolve inúmeras fases desde a adequada formação do problema até a satisfatória apresentação dos resultados. (GIL apud: TOZONI-REIS, 2008, p.8) 10 Introdução ao Pensamento Científico 2.2 Para Que Serve a Pesquisa? Como Andrade (1999) explica, as finalidades da pesquisa científica podem se separadas em dois conjuntos, o primeiro da “ciência pura”, caracterizado pela “pesquisa pura” e o segundo das “ciências aplicadas” caracterizado pela “pesquisa aplicada”. Ao ver o quadro acima podemos concluir que a ciência pura e prática não são segmentos fechados que não se relacionam, mas sim são aspectos diferentes da ciência que inter-relacionam enquanto se completam. 2.3 Modalidades de Pesquisa Já vimos o que é a pesquisa e para que ela serve, mas de que pesquisa estamos falando? Segundo Andrade (1999), existem vários tipos de pesquisa, modalidades que podem ser classificadas de diversas maneiras. Segundo Tozoni-Reis (2008), a pesquisa se adequa ao seu objetivo e ao que planeja realizar, ela é constituída de 3 fatores e do ponto de vista prático, a fonte dos dados indica a sua modalidade: • tem por objetivo a satisfação do desejo de adquirir conhecimentos, sua finalidade principal seria contribuir para o progresso da ciência com novas descobertas e conquistas. • A pesquisa pura, mesmo movida por razões de ordem intelectual (descobrir a teoria dos fatos), pode eventualmente, gerar conhecimentos passíveis de aplicação prática. Ciência pura • tem por objetivo as aplicações práticas do saber, voltada para a resolução dos problemas concretos da vida moderna. • A pesquisa prática, mesmo com objetivos de solucionar problemas cotidianos, pode resultar na descoberta de princípios científicos que promovam o progresso da ciência em determinada área. Ciência aplicada 11 Introdução ao Pensamento Científico Dentre as muitas modalidades de pesquisa existentes, veremos mais de perto as pesquisas: bibliográfica, a pesquisa de campo, a pesquisa documental e a pesquisa-ação. 2.3.1 A Pesquisa Bibliográfica Por causa do nome muitos pesquisadores iniciantes podem pensar que a pesquisa bibliográfica é apenas a leitura da bibliografia especializada, mas não é bem assim não! Andrade (1999) explica que a pesquisa bibliográficatanto pode ser um trabalho em si mesma, quanto constituir-se como um procedimento preparatório para a realização para outra pesquisa. A pesquisa bibliográfica, como diz Tozoni-Reis (2008), tem como sua característica principal o fato de que o campo onde será feita a coleta dos dados é a própria bibliografia sobre o tema ou o objeto que se pretende investigar. Ou seja, o campo de pesquisa e a fonte de pesquisa, serão os mesmos! O pesquisador não fará experiências tentando reproduzir uma situação, não vai observar situações vividas, mas sim, conversar e debater com os autores, por meio de seus escritos. Ainda segunda autora supracitada, veja as etapas de uma pesquisa bibliográfica: 1. Delineamento da pesquisa: elaboração do projeto de pesquisa. A elaboração do tema de pesquisa implica na delimitação do tema, ou seja, determinar a abrangência e extensão do assunto, eleger um aspecto a ser abordado; 2. Revisão bibliográfica: para poder chegar a um bom problema de pesquisa, o sujeito deve realizar uma pesquisa bibliográfica (a pesquisa aqui assume o caráter de preparação para outro trabalho, veja bem!) sobre o seu objeto de pesquisa, isso permite que ele adquira conhecimentos que possibilitem a compreensão mais profunda do assunto e do tema que ele pretende investigar; Pesquisador Campo Fonte Pesquisa 12 Introdução ao Pensamento Científico 3. Coleta de dados: leitura cuidadosa dos autores e obras selecionadas para coleta de dados para análise. Documentação e/ou anotações das ideias principais apreendidas pela leitura e interpretação dos textos selecionados; 4. Organização dos dados: estudo exaustivo dos dados, organizando-os em categorias de análise; 5. Análise e interpretação dos dados: discussão dos resultados obtidos na coleta de dados. Lembre-se que interpretar á tomar posição frente aos significados do texto, ir além do que está escrito. Explorar as possibilidades do enunciado. 6. Redação final; elaboração do relatório final da pesquisa pode ser na forma de artigo, monografia, o entre outros. Assim, a produção de conhecimentos, que resulta do trabalho de investigação científica que toma a pesquisa bibliográfica como modalidade e não reduz a uma apresentaçaõ das ideias de diferentes autores acerca do tema estudado. Do contrário, exigedo pesquisador a produção de argumentação sobre o tema, oriundas de interpretação própria , resultado de um estudo aprofundado sobre o assunto. Concordar, discordar, discutir, problematizar os temas à luz das ideias dos autores lidossão os procedimentos dessa modalidade de pesquisa. (TOZONI-REIS, 2008, p.27) 2.3.2 A Pesquisa de Campo A pesquisa de campo como o próprio nome já diz tem sua fonte de dados no próprio campo. Ela é desenvolvida principalmente na ciências sociais. O pesquisador vai o espaço para a busca de dados, visando entender os fenômenos que ocorrem em tal lugar mediante a observação. Tozoni-Reis (2008), também delimita as etapas da pesquisa de campo, perceba como existem similitudes e diferanças. Compare e compreenda suas peculiaridades: 1. Delineamento da pesquisa: elaboração do projeto de pesquisa. A elaboração do tema de pesquisa implica na delimitação do tema, ou seja, determinar a abrangência e extensão do assunto, eleger um aspecto a ser abordado; 2. Revisão bibliográfica: veja que a pesquisa bilbiográfica (de caráter de preparação para outro trabalho), está presente também na pesquisa de campo, pois aqui o 13 Introdução ao Pensamento Científico sujeito também tem que adquir conhecimentos que possibilitem a compreensão mais profunda do assunto e do tema que ele pretende investigar; 3. Coleta de dados: vai ao campo de pesquisa, para por meio de emprego de algumas técnicas e ferramentas, coletar os dado que irá compreender, analisar e comparar; 4. Organização dos dados: estudo exaustivo dos dados, organizando-os em categorias de análise; 5. Análise e interpretação dos dados: discussão dos resultados obtidos na coleta de dados com o apoio de autores e obras que tratam dos mesmos temas ou temas próximos; 6. Redação final; elaboração do relatório final da pesquisa pode ser na forma de artigo, monografia, o entre outros. Tozoni-Reis(2008) nos informa que as técnicas mais usadas pelas pesquisa de campo são a observação e a entrevista. A primeira se divide em observação e observação participante e a segunda em entrevista estruturada e entrevista semiestruturada. Entrevista e entrevista semiestruturada Entrevista estruturada: quando o pesquisador segue rigorosamente um roteiro preestabelecido. Entrevista semiestruturada: é a técnica cujo roteiro serve apenas de referência e não precisa ser seguido com rigor. Observação e observação participante Observação: é a técnica de coleta de dados, cujo entrevistador (observador), não realiza nenhuma intervenção intencioanl no campo de estudo. Observação participante: é a observação que conta com a intervenção do pesquisador, um exemplo é uma pesquisa de um professor acerca de suas próprias aulas. Técnicas de observação Observação Entrevista 14 Introdução ao Pensamento Científico 2.3.3 A Pesquisa Documental No nosso terceiro tipo de pesquisa, as fontes de coleta de dados são documentos, históricos, institucionais, associativos, oficiais etc. Isso que dizer que a procura da compreensão acerca de certo fenômeno (objeto de pesquisa) e produção de conhecimento sobre ele, são provenientes de documentos. O estudo de como um edifício ou monumento se torna um patrimônio histórico é baseado em documentações que evidenciam sua importância para a comunidade. Ou um estudante de administração que deseja compreender o surgimento e crescimento de uma determinada instituição, vai analisar os documentos que registraram tal trajetória. 2.3.4 A Pesquisa-Ação A metodologia da pesquisa-ação, conforme Tozoni-Reis (2008), articula a geração de conhecimentos com a ação com o intuito de instituir práticas de enfrentamento de uma dada realidade. A pesquisa-ação também pode ser chamada de pesquisa participante, pesquisa participativa ou pesquisa-ação-participativa. Algumas das principais características desta forma de pesquisa é ter como ponto inicial do trabalho problemas reais, para que por meio da reflexão sobre eles aconteça um rompimento entre a teoria e a prática, surgindo assim ações de intervenção sob esta realidade cujos participantes envolvidos não serão meros objetos de estudos, ou espectadores, mas sim parceiros de investigação, que contribuem com a sua experiência, participando assim da ação promotora de transformação. Podemos ver frequentemente este tipo de pesquisa em estudos ambientais que exigem a mudança de hábitos de certa comunidade, por exemplo, uma aldeia de pescadores que realiza pesca predatória com redes e muitas vezes prendem tartarugas marinhas. A pesquisa-ação pode se manifestar em cima deste problema da seguinte maneira: o pesquisador realiza um estudo – levando em consideração também as experiências dos referidos pescadores – que gera conhecimentos e ações que mudam a prática de pesca desta aldeia, e ao mesmo tempo, os pescadores se tornam fiscais de sua região. 15 Introdução ao Pensamento Científico 2.3.5 A Pesquisa-Ação Segundo o Manual de Metodologia da UFSC (2005, p.20) e Marconi & Lakatos (1999), os outros tipos de pesquisa podem ser classificados da seguinte maneira: Do ponto de vista da sua na natureza, a pesquisa pode ser: Básica: É o tipo de pesquisa que busca apenas ampliar o conhecimento, sem colocá- lo em prática. Procura o novo, o progresso científico, utilizando-se de princípios e leis gerais já estabelecidas. Aplicada: Seu interesse é a prática, ou seja, o que for obtido como resultado da pesquisa deve ser posto à prova, utilizado para a solução de determinado problema que ocorrerealmente. Do ponto de vista da forma de abordagem do problema, a pesquisa pode ser: Quantitativa: Esse tipo de pesquisa prevê a possibilidade transformar dados não numéricos em valores quantificáveis, por exemplo, uma informação verbal (como um comentário) pode ser transmutada em um valor. Para isso, a pesquisa recorre à Matemática, Estatística, e cálculos como média, desvio-padrão, média, etc. Qualitativa: Defende a existência de uma subjetividade tal que impede que essa seja transformada em números, porcentagens, entre outros valores. Para esse tipo de pesquisa é fundamental levar em conta os fenômenos que ocorrem em torno do sujeito e também a atribuição de significados. É uma modalidade de pesquisa descritiva, cuja fonte é o próprio universo pesquisado e cuja análise dos resultados é indutiva, partindo do próprio pesquisador. Do ponto de vista da forma dos objetivos da pesquisa (GIL, 1999): Exploratória: É representada geralmente pelas pesquisas bibliográficas e estudos de casos. Procura estabelecer um envolvimento maior do pesquisador com o objeto pesquisado e os problemas de pesquisa. Para isso, baseia-se na pesquisa bibliográfica propriamente dita, em entrevistas, referências, experiências práticas, exemplos, etc. Descritiva: Ou de levantamento de dados, abrange quatro aspectos principais: descrição, registro, análise e interpretação. Delineia a situação atual de uma determinada questão, fato ou população e a analisa definindo relações entre os dados coletados. Explicativa: Tem como objetivo apontar os motivos e explicar o porquê dos acontecimentos. Se for aplicado no âmbito das ciências sociais, é necessário usar do 16 Introdução ao Pensamento Científico método de observação para encontrar as razões do problema. Já dentro das ciências naturais, basta o método empírico de experimentação. Do ponto de vista dos procedimentos técnicos, (GIL, 1999) a pesquisa pode ser: Experimental: Novamente citando Köche (1997), nesse tipo de pesquisa “o investigador analisa o problema, constrói suas hipóteses e trabalha manipulando os possíveis fatores, as variáveis, que se referem ao fenômeno observado, para avaliar como se dão suas relações preditas pelas hipóteses”. [...] “Tomemos um exemplo de pesquisa experimental da agricultura. Imaginemos que se quer identificar o tipo de semente de trigo que tem maior produtividade para ser cultivado em uma determinada região. O investigador, à luz do conhecimento disponível, determina as principais variáveis que devem ser trabalhadas, tais como: o tipo de solo, a qualidade e quantidade de adubo, os tipos de tratamentos com fungicidas que podem ser aplicados, temperatura, clima, umidade do solo e época de plantio. A pesquisa pode ser feita planejando-se a manipulação de uma ou de diversas variáveis” (KÖCHE, 1997,p.122). Assim, segue Köche dizendo que, se mantivermos constante todas as variáveis exceto a variável ‘tipo de semente’, podemos obter resposta à questão medindo a produção obtida na colheita. Levantamento: a pesquisa acontece usando, como universo pesquisado, exatamente as pessoas das quais, por exemplo, queremos conhecer um comportamento, das quais queremos obter uma resposta. Estudo de caso: Caracteriza-se por ser pontual ou ainda fixar-se em poucos dados, porém de forma a esgotá-los, extraindo dessas poucas informações o máximo possível, com riqueza de detalhes, características, até a exaustão. Pesquisa Expost-Facto: Também chamada de não-experimental. Voltando a citar Köche (1997), vejamos um exemplo que ilustra a pesquisa Expost-Facto: “Poder-se-ia investigar a mesma questão anterior – de qual a semente de trigo que apresenta maior produtividade para uma determinada região – planejando um design de pesquisa não- experimental. Nesse caso, se deveria trabalhar com uma amostra 17 Introdução ao Pensamento Científico de agricultores que cultivam trigo e, através de instrumentos específicos, far-se-iam os registros pertinentes ao tipo e quantidade de semente cultivada por área de semeadura, análise da qualidade do solo, irrigação utilizada ou nível pluviométrico, quantidade e qualidade da adubação, época de plantio, forma de colheita e além de mais outras variáveis que poderiam interferir na produção final. Através de testes estatísticos se faria a análise e avaliação da relação entre semente e produtividade” (Idem, 1997,p.122) 2.4 Técnicas de Pesquisa Você acabou de conhecer quatro dos muitos tipos de pesquisa. Para cada uma delas existem técnicas e instrumentos de pesquisa adequados. Segundo Andrade (1999), as técnicas de pesquisa são atreladas à coleta de dados, ou seja, com a parte prática da pesquisa. Portanto, podemos concluir que a técnica é a instrumentação da específica da coleta de dados. Mas lembre-se, mesmo estando diante do tema e de posse das técnicas, ainda é o esforço criativo do sujeito que eleva a qualidade da produção do conhecimento! Afinal de contas, nenhuma técnica ou instrumento por si só é suficiente para construir conhecimentos significativos, é necessário que haja empenho e porque não, paixão, por parte do investigador. Realizar uma pesquisa é transpor para o papel o seu pensamento e como enxerga o mundo! Só com o seu esforço as técnicas e instrumentos adquirem sentido, sem isso, todos os dados levantados não passam de um amontoado amorfo de informações! 2.4.1 A Escolha e Utilização Das Fontes Bibliográficas Definida a temática do seu trabalho acadêmico, é necessário que você atente para o grande volume de fontes de informação para pesquisa que temos em mãos atualmente. Essas fontes estão abertas a nós através da publicação de notícias audiovisuais, via internet, em bibliotecas digitais, sites de busca, publicações impressas (livros, artigos científicos, matérias de revistas, jornais, etc), CD-ROM, entre outros. 18 Introdução ao Pensamento Científico É importante ressaltar que todo o conteúdo advindo de tais fontes será utilizado no corpo do trabalho, no desenvolvimento ou levantamento bibliográfico de sua pesquisa. Temos observado, há tempos, como o papel vem sendo substituído pelo formato digital; como o acesso às informações on-line é muito mais procurado, rapidamente acessado e prontamente apresenta grande quantidade de itens relacionados ao assunto buscado quando comparado ao conteúdo impresso. Contudo, vamos estabelecer alguns prós e contras importantes de cada um desses dois tipos de fontes: A busca por informações em meios on-line se faz muito mais rapidamente e com maior precisão do que em material impresso. Algumas fontes digitais disponibilizam somente as referências bibliográficas, outras até a própria obra ou documento em versão completa. Obras impressas e publicadas (como livros e periódicos) trazem o peso e a certeza da veracidade do conteúdo, diferentemente de notícias “de última hora”, as quais publicam fatos sem aprofundamento e que a qualquer momento podem ser averiguados com mais prudência e desmentidos ou contestados. A rapidez versus veracidade do conteúdo disponível on-line é um custo-benefício desse tipo de fonte de informações a que devemos estar sempre muito atentos. Os dados e afirmações que utilizamos em trabalhos acadêmicos (como você usará em seu artigo científico) devem vir de fontes confiáveis e portadoras de credibilidade. Não podem se resumir a mero “achismo” ou opinião simplista proveniente de um blog, por exemplo. Assim como referenciar um jornal de bairro, sem pretender generalizá- lo, transmite pouca credibilidade. Por isso é recomendável que você utilize, sempre, em sua redação científica, referências bibliográficas e fontes de pesquisa que privilegiem uma análise mais detalhada, comprovada sobre o que escrevem. Mais uma vez, sem a intenção de generalizar e estereotipar, criando uma imagem inverídicaao conteúdo on-line e verídica ao conteúdo impresso, vamos concluir: O importante para a credibilidade do conteúdo é a própria fonte quanto a sua veracidade. E também quanto à adequação da fonte e do universo, da fonte e do problema. 19 Introdução ao Pensamento Científico Por quê? Porque a fonte tem um grau de validade relativa ao tema e universo da pesquisa. Assim, usando novamente o exemplo do “jornal de bairro”, esse pode se constituir uma fonte de informação relativamente fraca se nosso universo possuir um âmbito maior. Por outro lado pode ser de extrema importância a um estudo de caso sobre violência urbana de uma forma mais pontual. Dessa forma, ainda é preciso considerar que, sem dúvida encontramos informações e notícias falsas e verdadeiras tanto impressas quanto on-line. Daí vem a necessidade de seguir critérios de avaliação das fontes de nossa pesquisa para selecionarmos as informações no seguinte sentido: Quais as credenciais do autor? Ele possui conhecimento e domínio sobre o que redige? A linguagem utilizada, ortografia e gramática foram empregadas de forma correta? As informações têm data compatível com a época sobre a qual iremos referenciar em nosso texto? O site ou página tem atualização constante? O periódico, obra ou site tem credibilidade no âmbito das publicações? Amarrando: Nem tudo que parece é: Não devemos classificar o livro pela capa, nem o site pelo layout, como ótimo ou péssimo, sem um aprofundamento para saber se realmente as informações de determinada fonte são válidas ao trabalho que vamos redigir. Direitos Autorais: Tudo que retiramos de um texto com autoria (ou seja, citações) por menor que seja essa parte, deve conter o nome da obra, do autor, o ano de publicação, entre outros detalhes. 20 Introdução ao Pensamento Científico Norma de Citação – ABNT: A Associação Brasileira de Normas Técnicas estabeleceu normas sobre como fazer corretamente as citações. Para conhecer essa e outras normas procure pela NBR 6023 em qualquer site de busca. 2.4.2 Leitura, Interpretação De Textos E Procedimentos De Registro Imagine que hoje você vai começar a ler materiais para a redação do seu artigo científico. Você seleciona vários livros, textos, materiais on-line, até um artigo científico da área para se orientar e adquirir mais afinidade com esse tipo de trabalho acadêmico. Com tantas fontes de informação, você tem bastante assunto para ler pela frente, não é mesmo? Ok. Agora imagine que você começou a ler tudo isso hoje. Daqui uma semana, será que você vai ser capaz de se recordar de detalhes do que leu? Vai ficar bem difícil encontrar aquela ótima passagem do texto se você não registrá-la. E lembrar em que livro ela estava também vai ser tarefa árdua, não? É para facilitar sua memorização e contribuir para a construção de um texto dentro das normas científicas que existem os fichamentos. Fichamentos, resumidamente, o registro– dentro de uma metodologia própria – do que você leu, para que depois não tenha que voltar relendo tudo para procurar o trecho que você queria colocar no seu texto. Dentro da metodologia de um artigo científico, temos um determinado item que se chama citação. Sabe quando você vai lendo o texto e de repente encontra algo assim: “O método experimental não pode transformar uma hipótese física em uma verdade incontestável, pois jamais se está seguro de haver esgotado todas as hipóteses imagináveis referente a um grupo de fenômenos. [...] A verdade de uma teoria física não se decide num jogo de cara ou coroa” (DUHEM apud KÖCHE, 1997, p.289). Isso é uma citação. Essa citação nós usamos no seu Guia de Estudos e um pouco mais para frente você aprenderá como fazê-las. Citações são falas do autor que você retira da fonte (livro, revista, texto, etc.) integral (exatamente como consta na fonte) ou parcialmente (você escreve com suas palavras o que o autor disse). 21 Introdução ao Pensamento Científico Então, quando você quer registrar uma fala do autor que deseja usar no seu artigo científico ou quer se lembrar de determinado trecho importante da obra ou texto, você o registra numa ficha. Pode ser um documento de qualquer editor de texto, ou até mesmo em um caderno, o importante é descrever as informações de que precisará, como está abaixo: Agora que já sabe como registrar aquilo que lê, vamos falar sobre como ler. Como diz Tozoni-Reis (2008), a leitura é uma técnica de pesquisa, porque é fundamental para o desenvolvimento dos trabalhos em pesquisa e exige do leitor/pesquisador habilidade, disciplina e competência. Vamos ver algumas diretrizes para a leitura, segundo Andrade (1999): a) Leitura prévia ou de contato: consiste em procurar, no índice ou no sumário, os títulos, os subtítulos, o importante é que o leitor tenha a preocupação de encontrar unidades de leitura importantes para a pesquisa. Uma leitura por alto, de páginas alternadas, que pode dar uma ideia do conteúdo da obra. Essa primeira leitura possibilita que o pesquisador selecione as obras que utilizará em seu trabalho. É o que chamamos de delimitação da leitura. b) Leitura seletiva: constitui uma leitura mais aprofundada dos conteúdos selecionados na leitura prévia. Verifica-se de maneira mais precisa as partes que contêm informações úteis para o desenvolvimento da pesquisa, com o objetivo de identificar o “jeitão” do texto e contextualizar as informações neles obtidas realizando uma análise textual. c) Leitura crítica/analítica: leitura mais atenta e demorada, que visa a compreensão do texto e apreensão de seu conteúdo, ao contrário da leitura seletiva (ou análise textual), a leitura crítica – ou análise temática – é uma etapa na qual o pesquisador procura entender as ideias do autor, tentando compreender as argumentações dele, Comunicação Linguagem e Comunicação PENTEADO, J. Roberto. A técnica da comunicação humana. São Paulo: Pioneira, 1993. Xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx p.24 Xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx p.35 22 Introdução ao Pensamento Científico Leitura prévia - delimitação da leitura Leitura seletiva - análise textual Leitura crítica/analíti ca - análise temática Leitura interpretativ a- análise interpretativ a Leitura problematizadora - problematização Síntese pessoal sem realizar julgamentos ou juízos de valor, “escutando” o que o autor tem a dizer, sem contaminá-lo com suas próprias opiniões. d) Leitura interpretativa: após a compreensão e análise do texto lido, segue-se a interpretação, neste momento o estudioso procura estabelecer relações e contextos que serão submetidos à análise interpretativa. Na etapa da análise interpretativa, o pesquisador discute com o autor, concorda, discorda, interroga e argumenta. Este é um nível de atividade intelectual mais trabalhada, profunda e refinada. e) Leitura problematizadora: segundo Tozoni-Reis (2008), pode-se dizer que esta é a etapa cuja criatividade do pesquisador participa da elaboração do conhecimento, a problematização. Neste nível, ele sistematiza as indagações advindas dos patamares anteriores de leitura. f) Síntese: o último nível da leitura, ainda conforme a autora citada acima, trata-se de um novo texto, com redação própria, resultado de um estudo aprofundado dos temas e conjecturas tratados no estudo do texto. REVENDO 2.4.3 Observação Se a leitura está mais fortemente ligada à pesquisa bibliográfica, (embora não esteja exclusivamente ligada a ela), por sua vez a observação é uma técnica ligada (igualmente de maneira não exclusiva) à pesquisa de campo e exige uma sistematização. 23 Introdução ao Pensamento CientíficoTipos de observação sistemática: quando planejada, estruturada; assistemática: não-estruturada; participante: quando o observador participa dos fatos; não-participante: o pesquisador limita-se à observação dos fatos individual: realizada por um pesquisador apenas em equipe: pesquisa desenvolvida por uma equipe de trabalho na vida real: os fatos são observados "em campo", no ambiente natural onde ocorrem; em laboratório: os fatos são observados em laboratórios, salas, ou seja, em ambiente artificial, embora o pesquisador procure reproduzir o ambiente natural do fato estudado. O observador munido de uma listagem de comportamento, registra a ocorrência destes comportamentos em um determinado período de tempo classificando-os em categorias ou caracterizando-os por meio de sinais. (CHIZZOTI, apud: TOZZONI-REIS, 2008, p.39). Como Tozzoni-Reis (2008) explica, é por meio dos níveis de intervenção no campo em que ocorrem o objeto de estudo, que o papel do pesquisador é definido e também o cuidados que ele deve ter na observação quanto mais envolvido no grupo, mais ele se caracteriza como observador participante; quanto menos envolvido, mais próximo de um observador não-participante. Mas é claro que esses níveis dependem do tipo de pesquisa que se realiza, mas devem ser tratados pelo investigador do processo de investigação. A técnica de observação exige, como primeiro cuidado, esclarecer o papel de observador do pesquisador que passará a participar do cotidiano do grupo pela observação dos fenômenos do dia a dia. O pesquisador deve investir na aceitação dele pelo grupo, criar vínculos e clima de aceitação e confiança para que a observação tenha bons resultados no processo de investigação. (MINAYO, apud: TOZZONI-REIS, 2008, p.39). 24 Introdução ao Pensamento Científico 2.4.4 Entrevista e Questionário Como podemos ver em Tozoni-Reis (2008), a pesquisa (da mesma forma que a observação), é uma técnica muito utilizada na etapa de coleta de dados, em especial no trabalho de campo. Este instrumento visa buscar informações por meio da fala dos sujeitos, determinar pelas respostas opiniões sobre fatos ou fenômenos, prever a conduta sob dadas circunstâncias, fatores que influenciam o sujeito e sua maneira de agir, seus sentimento. E a entrevista também pode fornecer dados de comparação entre presente e passado, para deduzir o futuros. Segundo Andrade (1999), toda entrevista exige um roteiro, seja ele mais ou menos estruturado. O grau de estruturação determinará sua tipologia. Você pode considerar como o grau máximo de estruturação, uma entrevista realizada por meio de um questionário. Podemos definir o questionário como um conjunto de perguntas predefinidas, dispostas em sequência que pode ser apresentado diretamente pelo entrevistador, ou indiretamente, por correspondência ou e-mail. Ainda conforme a autora é importante que você saiba que a entrevista não pode ser feita de qualquer jeito! Seu sucesso depende de alguns cuidados: Tenha clareza sobre as informações pretendidas; As questões têm que ser redigidas com cuidado, sem ambiguidade e sem dar voltas, levando-se em conta o nível de escolaridade e a experiência do entrevistado; A sequência de perguntas deve constituir uma progressão lógica, precisa, clara e coerente; As perguntas devem levar a respostas rápidas, curtas e objetivas; As perguntas devem estar articuladas entre si, mas de maneira nenhuma devem induzir ou levar as respostas desejadas pelo pesquisador; Recomenda-se que o pesquisador teste sua entrevista e veja se ela atingiu todos os objetivos previstos. 25 Introdução ao Pensamento Científico 2.4.5 Análise de Conteúdo Como estamos vendo técnicas apropriadas para os tipos de pesquisa abordados anteriormente, falaremos aqui baseados em Tozoni-Reis (2008) acerca da técnica voltada para a pesquisa documental, a análise de conteúdo. Como já foi exposto anteriormente, nenhuma técnica é voltada única e exclusivamente apenas para uma modalidade de pesquisa, mas podemos relacioná-la quanto à sua maior utilidade e no caso da análise de conteúdo, é na pesquisa documental. Considerando que todo documento, ou simplesmente um texto, tem um volume grande de informações que nem sempre interessam ao tema de estudo pela pesquisa documental, o principal objetivo da análise de conteúdo é desvendar os sentidos aparentes ou ocultos em um texto, um documento, um discurso, ou seja, ela pode ser considerada um conjunto de técnicas de análise de comunicação. É claro que a escolha dos procedimentos de análise varia de acordo com os objetivos, intenções do investigador, bem como seus referenciais teóricos, epistemológicos, políticos, sociais, culturais, educacionais e pedagógicos. Esses procedimentos podem privilegiar um aspecto de análise, seja decompondo um texto em unidades léxicas (análise lexicológica) ou classificando-o segundo categorias (análise categorial), seja desvelando o sentido de uma comunicação no momento do discurso (análise da enunciação) ou revelando os significados dos conceitos em meios sociais diferenciados (análise de conotações), ou seja, utilizando-se de qualquer outra forma inovadora de decodificação de comunicações impressas, visuais, gestuais etc., apreendendo o seu conteúdo implícito ou explícito (CHIZZOTTI, apud: TOZONI-REIS, 2008, p.46) Do texto podemos depreender: 26 Introdução ao Pensamento Científico Texto intencionalidade do discurso contexto social e político meio de difusão categoria do texto 2.4.6 Planejamento Participativo Como você já viu no item “Modalidades de pesquisa”, a pesquisa-ação articula teoria, geração de hábitos e a prática, tanto do pesquisador quanto dos participantes envolvidos. Como existem outros sujeitos, além do investigador, é necessário também que seja estabelecido entre as partes um diálogo, para que o estudo seja bem sucedido. O estabelecimento deste diálogo fica a cargo do que chamamos de planejamento participativo ou planejamento dialógico. Que é o planejamento estratégico que guiará as tomadas de decisões para a solução dos problemas O verbo transitivo direto decidir pode significar determinar, resolver, assentar, deliberar, dar solução a, solucionar, desatar; dar decisão a; julgar sentenciar [...] convencer, persuadir, induzir, resolver; dispor. Decisão do latim decisio, significa “resolução de um ato voluntário, que após avaliação, provoca a execução de uma solução encontrada entre várias alternativas possíveis. Por todos significados da palavra decidir, verificar que, sem a existência da decisão ou de alguém que decida, não poderemos iniciar nenhum processo, sobretudo no que se refere à construção de um tipo de planejamento ou mesmo de qualquer projeto. (PADILHA, apud: TOZONI-REIS, 2008, p.47) 27 Introdução ao Pensamento Científico Planificação Ação Observação Reflexão Então como diz Vianna, na obra de Tozoni-Reis (2008), o próprio planejamento é uma etapa do projeto político de ação, inclusive em sua dimensão participativa e isso não é uma atividade neutra, mas sim um processo contínuo, de caráter coletivo desde o planejamento, até a etapa de tomada de decisão. Na pesquisa-ação-participativa, o planejamento participativo torna-se a técnica de organização das etapas da pesquisa, que são: Roteiro para planejamento participativo de Padilha, adaptado na obra de Tozoni-Reis (2008) e consequentemente readaptado para o nosso guia: 1) Marco referencial (reflexão): Como entendemos a realidade (objeto de estudo) a ser pesquisada? Em que queremos transformá-la? (Problema de pesquisa) 2) Construindo a proposta de ação a partir do marco referencial: Avaliaçãogeral da situação a ser transformada. Levantamento detalhado de dados sobre a realidade a ser transformada. Programação das atividades a serem realizadas. 3) Estrutura básica do projeto de ação-intervenção construído coletivamente: a) Identificação do projeto b) Histórico e justificativas c) Objetivos gerais e específicos d) Metas e) Atividades propostas f) Recursos g) Cronograma h) Avaliação i) Conclusão 28 Introdução ao Pensamento Científico 3. O CUIDADO COM AS REFERÊNCIAS - CITAÇÕES Segundo a Associação Brasileira de Normas Técnicas, citação é a “menção no texto de uma informação extraída em outra fonte” (NBR10520 item 3.1). Fazem-se citações para apoiar uma hipótese, sustentar uma idéia ou ilustrar um raciocínio através de transcrições ou paráfrases de trechos citados na bibliografia consultada. Constitui plágio e desonestidade intelectual a apropriação de idéias de outras pessoas sem a indicação do autor e da fonte de onde foi consultada. Toda vez que você usar o texto ou se inspirar no texto de alguém, deve fazer referência a ele. As citações podem aparecer: a) No texto; b) Em notas de rodapé para notas explicativas. O CUIDADO COM AS REFERÊNCIAS CITAÇÕES 29 Introdução ao Pensamento Científico 3.1 Como Fazemos a Referência de Uma Citação? a) Autoria entre parênteses deve ser em letras maiúsculas; b) Autoria na sentença deve ser em letras maiúsculas e minúsculas. Exemplo: A ironia seria assim uma forma implícita de heterogeneidade mostrada, conforme a classificação proposta por Authier-Reiriz (1982). “Apesar das aparências, a desconstrução do logocentrismo não é uma psicanálise da filosofia [...]” (DERRIDA, 1967, p. 293). 3.1.1 As Citações Sem Indicação De Autoria Ou Responsabilidade (Nbr 10520 Item 6.3. B) Devem contar pela primeira palavra do título seguida de reticências, seguida da data de publicação do documento e da(s) página(s) da citação, no caso da citação direta, separados por vírgula e entre parênteses. Exemplo: No texto: “As IES implementarão mecanismos democráticos, legítimos e transparentes de avaliação sistemática das suas atividades, levando em conta seus objetivos institucionais e seus compromissos para com a sociedade.” (ANTEPROJETO..., 1987, p. 55). Na lista de referências: ANTEPROJETO de lei. Estudos e debates, Brasília, DF, n.13, p. 51-60, jan. 1987. Se o título iniciar por artigo (definido ou indefinido), ou monossílabo, esse deve ser incluído na indicação da fonte (NBR 10520 item 6.3 - alínea c). Exemplo: No texto: E eles disseram ‘globalização’, e soubemos que era assim que chamavam a ordem absurda em que dinheiro é a única pátria à qual se serve e as fronteiras se diluem, não pela fraternidade, mas pelo sangramento que engorda poderosos sem nacionalidade. (A FLOR..., 1995, p. 4). Na lista de referências: A FLOR prometida. Folha de S. Paulo, São Paulo, p. 4, 2 abr. 1995. 30 Introdução ao Pensamento Científico 3.2 Indicação do Texto Citado (NBR 10520 Item 5.1) 3.2.1 Em Citações Diretas Após a data, separado por vírgula e precedido pelo termo (página(s), volume(s), tomo(s), seção(ões), que o(s) caracteriza, de forma abreviada. Exemplo: Meyer parte de uma mensagem da crônica de “14 de maio”, de A Semana: “Houve sol, e grande sol, naquele domingo de 1888, em que o Senado votou a lei, que a regente sancionou [...]” (ASSIS, 1994, v. 3, p. 583). 3.2.2 Em Citações Indiretas (NBR 10520 item 5.1) A indicação da(s) página(s) e/ou termos consultados é opcional. 3.3 Tipos de Citação A Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) estabelece 3 tipos de citação: Vamos ver mais detalhadamente cada uma delas! Citação direta- que é aquela que reproduz as palavras ou trecho(s) de uma fonte consultada Citação indireta - é o tipo de citção que reproduz de forma livre as informações de uma fonte consultada É a reprodução literal ou livre de palavras ou trechos de um documento no qual você não teve acesso ao original, mas que conheceu por citação em uma outra obra. 31 Introdução ao Pensamento Científico 3.3.1 Direta (NBR 10520 item 3.3) Quando transcrevemos o texto utilizando as próprias palavras do autor, transcrição literal. Existem duas formas de citação direta a citação curta e a longa. Determinamos uma citação pela sua extensão e também é por esta medida que a apresentação da citação se dá, veja a exposição a seguir. 3.3.1.1 Quando Tiver Até Três Linhas (NBR 10520 item 5.2) Aparece fazendo parte normalmente do texto. Devem estar contidas entre aspas duplas. As aspas simples são utilizadas para indicar citação no interior da citação. Exemplo: Segundo Vieira (1998, p. 5) o valor da informação está “diretamente ligado à maneira como ela ajuda os tomadores de decisões a atingirem as metas da organização.” Segundo Sá (1995, p. 27) “[...] por meio da mesma ‘arte de conversação’ que abrange tão extensa e significativa parte da nossa existência cotidiana [...]” 3.3.1.2 Quando Tiver Mais de Três Linhas (NBR 10520 Item 5.3) Devem ser destacadas com recuo de 4 cm da margem esquerda, sem aspas, fonte Times 10 e espaçamento simples, separada por um espaço vertical acima e abaixo. Exemplo: O aluno que apenas ouve, copia, repete, reproduz, faz prova e cola, não abandona a condição de objeto de domesticação. Precisa ser instigado, provocado, desafiado a contribuir, a desenvolver capacidade de raciocínio, de posicionamento. (DEMO, 1996, p. 104). (Times 10, esp. simples) 3.4 Indireta (NBR 10520 Item 3.4) É a reprodução de idéias do autor. É uma citação livre, usando as suas palavras para dizer o mesmo que o autor disse no texto. Contudo a idéia expressa continua sendo de autoria do autor que você consultou, por isso, é necessário citar a fonte: dar crédito ao autor da idéia. 4 cm 32 Introdução ao Pensamento Científico Exemplo: O valor da informação está relacionado com o poder de ajuda aos tomadores de decisões a atingirem os objetivos da empresa (VIEIRA, 1998). 3.5 Citação de Citação (NBR 10520 Item 7.1.3) É a menção de um documento no qual você não teve acesso ao original (NBR 10520 item 3.2), mas que tomou conhecimento por citação em outro trabalho. Usamos a expressão latina apud - citado por, conforme, segundo - para indicara a obra da qual foi retirada a citação. Sobrenome (es) do Autor Original (apud Sobrenome (es) do(s) autor (es) da obra que retiramos a citação, ano de publicação da qual retiramos a citação). Exemplo: Para Niskier (1983, p. 7) apud Napoleão (1993, p. 11), a tecnologia educacional, sabiamente, não se reduz à utilização de partes. Ela diz que: Ela precisa necessariamente ser um instrumento mediador entre o homem e o mundo, o homem e a educação, servindo de mecanismo pelo qual o educando se apropria de um saber, redescobrindo o conhecimento. Ou Ela precisa necessariamente ser um instrumento mediador entre o homem e o mundo, o homem e a educação, servindo de mecanismo pelo qual o educando se apropria de um saber, redescobrindo o conhecimento (NISKIER, 1983, p.7 apud NAPOLEÃO, 1993, p.11). 33 Introdução ao Pensamento Científico •Resposta: formulação do problema, das hipósteses e das referências teóricas. O que pesquisar? •Resposta: justificativas Por que pesquiasr •Resposta: metodologia da pesquisa Como pesquisar? •Resposta: cronograma Quando pesquisar? •Resposta: orçamento Com que recursos? •Resposta: pesquisador /coordenador/orientado e/ou grupo de pesquisa Quem pesquisa? 4. O PROJETO DE PESQUISA Você já ouviu o ditado popular: “quem não sabe aonde quer chegar qualquer lugar é lucro”? Quem não faz o projeto de pesquisa também está nesta mesma situação. Fica à deriva,sem saber de onde partir, que caminho percorrer e qual o destino da viagem. O projeto de pesquisa é a visão do que seu trabalho irá se tornar. Por tomar tempo e esforço, muitos pesquisadores iniciantes cometem o erro de não construir o projeto de pesquisa antes da produção do texto final e acabam fazendo trabalhos em dobro, pois não têm nem objetivos para serem alcançados, hipóteses para serem comprovadas ou idéia dos procedimentos que irá adotar para construir seu raciocínio. Portanto a dica é esta: FAÇA UM BOM PROJETO DE PESQUISA ANTES DE ESCREVER, caso contrário, seu artigo ou monografia já está com meio caminho andado para o fracasso. O projeto de pesquisa, basicamente responde às perguntas que temos antes de começar qualquer investigação: Mas como se faz um projeto de pesquisa, você sabe? É o que vamos ver a partir de agora! O projeto é divido em três partes: elementos pré-textuais, elementos textuais e pós- textuais, vamos lá compreender cada um deles! O PROJETO DE PESQUISA 34 Introdução ao Pensamento Científico Você pode ver o projeto de pesquisa no Manual de Normalização do Unis, todas as informações técnicas disponibilizadas nos itens abaixo serão retiradas dele. Aqui teceremos comentários mais aprofundados, acerca dos itens que requerem maior compreensão da produção científica. Vamos começar! 4.1 Elementos Pré-Textuais Os elementos pré-textuais são aqueles que antecedem a produção do projeto e estão enumerados abaixo: A) Capa B) Folha de rosto C) Lista de ilustrações D) Lista de tabelas E) Lista de abreviaturas e siglas F) Lista de símbolos G) Sumário 4.1.1 Capa A capa é uma proteção que reveste e protege o projeto e ao mesmo tempo fornece informações muito importantes ao seu trabalho, como seu nome, tema, instituição, data e local. Apresenta as informações transcritas na seguinte ordem: a) Nome da entidade para a qual deve ser submetido, quando solicitado; b) Nome(s) do(s) autor(es); c) Título; d) Subtítulo (se houver, deve ser evidenciada a sua subordinação ao título, precedido de dois-pontos); e) Local (cidade) da entidade, onde deve ser apresentado; f) Ano de depósito (entrega). 35 Introdução ao Pensamento Científico 4.1.2 Folha de Rosto Elemento obrigatório. Apresenta as informações transcritas na seguinte ordem: a) Nome(s) do(s) autor(es); b) Título; c) Subtítulo (se houver, deve ser evidenciada a sua subordinação ao título, precedido de dois-pontos); d) Tipo de projeto de pesquisa e nome da entidade a que deve ser submetido; 36 Introdução ao Pensamento Científico e) Local (cidade) da entidade onde deve ser apresentado; f) Ano de depósito (entrega). 37 Introdução ao Pensamento Científico 4.1.3 Sumário O sumário é a enumeração das principais divisões, seções e outras partes do projeto, na mesma ordem e grafia que aparece no texto, acompanhado do respectivo número de página. 38 Introdução ao Pensamento Científico 4.2 Elementos Textuais Os elementos textuais devem ser constituídos de uma parte introdutória, na qual devem ser expostos o tema do projeto, o problema a ser abordado, a(s) hipótese(s), quando couber(em), bem como o(s) objetivo(s) a ser(em) atingido(s) e a(s) justificativa(s). É necessário que sejam indicados o referencial teórico que o embasa, a metodologia a ser utilizada, assim como os recursos e o cronograma necessários à sua consecução. (Manual..., 2011, p.61) Os elementos textuais são os elementos que constituem o projeto em si, e são: a) Tema do projeto; b) Problema; c) Hipóteses; d) Objetivos; e) Justificativas; f) Referencial teórico; g) Metodologia; h) Recursos; i) Cronograma. 4.2.1 A Introdução Tozoni-Reis (2008) afirma que todo trabalho científico, seja ele um projeto de pesquisa ou uma tese de doutorado, tem início com a introdução. Num projeto de pesquisa ela tem o objetivo de traçar de maneira geral, o estudo que será apresentado nas páginas seguintes: A introdução informa ao leitor: O que? (descreve o tema específico e a categoria do trabalho), Qual o problema? Qual(is) a(s) hipótese(s)? Por quê? (justificativa e motivos) Para quê? (finalidades e objetivos) Quem? (sujeitos) Como? (metodologia) Onde? (local) 39 Introdução ao Pensamento Científico É constituído de uma seqüência de frases concisas e objetivas. Deve-se usar o verbo na voz ativa e na terceira pessoa do singular, O autor deve destacar a importância do trabalho e qual a sua contribuição. (Manual..., 2011, p.60) A autora fala também que a introdução deve apresentar ao leitor como será trabalhada a temática no decorrer do texto. Então acredito que tenha ficado claro que a introdução de um projeto tem uma série de tarefas para serem realizadas: deve fazer uma breve revisão bibliográfica sobre o assunto e o tema, tomar posição acerca das diferentes concepções sobre eles, anunciar o estudo apreendido e apresentar brevemente e parte a parte, o restante do projeto. 4.2.2 O Problema de Pesquisa Para o pesquisador, muitas vezes, a formulação do problema é a parte mais difícil da elaboração do projeto de pesquisa. Ele deve sempre ser elaborado em forma de pergunta e você conseguirá chegar num bom problema depois de aprofundar um pouco mais no tema do seu projeto, porque o problema de pesquisa é consequência deste aprofundamento. É tudo aquilo que ainda não possui resposta ou explicação plausível, sendo um objeto de discussão e solução. O pesquisador deve elaborar o problema de forma clara, objetiva e precisa, visto que é a partir de um bom conhecimento do que se vai pesquisar que irá definir se sua pesquisa terá sucesso. Segundo Best (1972), são critérios para avaliar o problema: o problema pode ser resolvido pelo processo de pesquisa; é relevante?; Trata-se de um problema original; a pesquisa é factível; tenho aptidão para resolver o problema?; Pode-se chegar a uma conclusão valiosa; os dados para pesquisa são possíveis de ser obtidos?; Há recursos financeiros?; Terei tempo para concluir o projeto?, Serei persistente?. Segundo Dieterich (1999), o problema deve ser delimitado de acordo com: o espaço físico geográfico; delimitação semântica; orações tópicas definindo qual é a intenção do conhecimento científico do pesquisador em relação ao objeto a ser investigado; 40 Introdução ao Pensamento Científico o marco teórico (o ponto de partida no qual se fará uma revisão de literatura do que já foi discutido sobre o objeto para poder produzir um conhecimento novo e situá-lo em seu conteúdo histórico, atual ou futuro). Segundo Pescuma (2005), o problema deve ser formulado como pergunta ou questão. Exemplo: Pesquisa sobre a adoção. a) Que fatores motivam a adoção? b) Quais as características da pessoa que faz a adoção? (Idem, 2011, p.61) 4.2.3 O Referencial Teórico É a literatura em que se apoia a pesquisa. O referencial teórico visa conhecer o assunto que será pesquisado, bem como os autores analisados. Sempre que alguém se propõe a fazer pesquisa, o primeiro passo é verificar se já existe alguma coisa escrita sobre aquele tema. A pesquisa exige a leitura de tudo, ou pelo menos, dos autores que são referência no assunto escolhido, para que de fato a pesquisa possa ser feita. A literatura já sedimentada pela história é o pano de fundo de qualquer pesquisa. É o momento em que o autor efetua um levantamento exaustivo, fornecendo uma visão geral do que já existe escrito sobre o assunto e que tenha sido tomado como base para a investigação. Segundo Pescuma (2005, p.27), é o quadro conceitual a ser utilizado pelo pesquisador para fundamentar seu trabalho, e não uma simples relação de obras que tratam de tema. É um estudo que evidenciadiversas posições sobre o assunto, ainda que conflitantes, apresentando os contextos histórico e atual no qual se inserem. Nele, o pesquisador mostrará seu conhecimento e posição a respeito do tema. O referencial teórico permitirá ao autor ter maior clareza na formulação do problema de pesquisa, facilitará a formulação de hipóteses ou de suposições, possibilitará identificar o procedimento mais adequado para a coleta e o tratamento dos 41 Introdução ao Pensamento Científico dados e mostrará como estes são interpretados por diversos autores. (Idem, 2011, p.62) 4.2.4 A Hipótese Como diz Kahlmeyer-Mertens (2007), a hipótese nada mais é que uma provável resposta do problema de pesquisa, ou seja, é uma posição que será aceita ou refutada após a realização da investigação. Elas servem para orientar o caminho para a busca da resposta. O que é Hipótese? Segundo Souza (2004), hipóteses são proposições ou suposições construídas na tendência de responder ao problema em estudo, que serão investigados e comprovados. Segundo Marconi (2000), a hipótese é considerada um enunciado geral em relação com variáveis (fatos, fenômenos). Que pode ser: uma solução provisória para determinado problema e possível de ser verificada. Função das hipóteses Segundo Ruiz (1996), a hipótese é que fixa uma diretriz capaz de impor ordem e finalidade a todo o processo de experimentação. O cientista é guiado por hipóteses. Requisitos necessários para as hipóteses Segundo Richardson (1989), as hipóteses necessitam ser: claras e compreensivas; ter base empírica; ser verificadas por meio das técnicas disponíveis; ser específicas ou possíveis de especificação; estar relacionadas com técnicas já existentes; possuir alcance geral e ser plausível. (Manual..., 2011, p.62) 4.2.5 A Justificativa A justificativa é uma parte importante do projeto, porque ela sustenta a relevância da investigação, tanto social, quanto acadêmica, bem como diz respeito à sua originalidade e descreve os interesses do pesquisador. Segundo Bicalho (2003), o autor mostrará a sua intenção de pesquisa, explicando o que trará de novo, de interessante e útil nos 42 Introdução ao Pensamento Científico resultados que serão alcançados, e que a pesquisa é séria, confiável, oportuna, e demonstrará sua relevância social, pessoal, acadêmica e profissional. A justificativa irá determinar os motivos teóricos e práticos. (Idem, 2011, p.63) 4.2.6 Os Objetivos Os objetivos são a enumeração daquilo que o pesquisador pretende alcançar, trocando em miúdos são os caminhos pelos quais a pesquisa irá se desenrolar. No projeto de pesquisa é necessário que sejam descritos o objetivo geral e os objetivos específicos. Objetivo geral Está relacionado diretamente com as hipóteses a serem comprovadas. É a definição do objetivo principal da pesquisa, em seus aspectos teóricos e práticos a serem alcançados. Objetivos específicos O pesquisador subdivide o objetivo geral em etapas a serem cumpridas e respondidas até que o último objetivo específico, igual ao objetivo geral. (Idem, 2011, p.64) 4.2.7 A Metodologia A metodologia é a maneira que a pesquisa será logicamente exposta, existem diversas formas de abordar um assunto e, portanto, diversos tipos de metodologia, veja: A metodologia é um conjunto de métodos que serão utilizados no decorrer da pesquisa e podemos citar alguns: a) Empirismo – consiste na observação e tratamento de base experimental dos fatos; b) Positivismo – preocupa-se em explorar características lógicas do conhecimento, entende que a neutralidade científica é uma opção possível entre outras; c) Estruturalismo – caminha do concreto para o abstrato, e vice- versa, dispondo, na segunda etapa de um modelo para analisar a realidade concreta dos diversos fenômenos; 43 Introdução ao Pensamento Científico d) Funcionalismo – estuda a sociedade do ponto de vista da função de suas unidades, isto é, como um sistema organizado de atividades; e) Sistemismo – preocupa-se com a manipulação dos conflitos sociais; f) Dialético – método específico das ciências sociais que vê a realidade histórica não apenas como um fluxo, mas, sobretudo como a origem de uma explicação; g) Fenomenológico – trata daqueles aspectos que são essenciais do fenômeno, aspirando apreendê-los nos seus momentos fundamentais, através da intuição; h) Indutivo - é quando a pesquisa vai do particular (premissas) para o geral ou de verdades particulares concluem-se verdades gerais; Exemplo: Pedro é mortal, Pedro é homem, logo todos os homens são mortais. i) Dedutivo - é quando a pesquisa vai do geral para chegar ao particular, ou seja, do universal ao singular; j) Hipotético-dedutivo – é quando a pesquisa utiliza-se de hipóteses (conjecturas), que devem ser testadas e criticadas. Quanto mais uma hipótese resistir às tentativas de refutamento e falseamento, melhor ela será, mas não deve ser falsificada; k) Experimental – ocupa-se de submeter os objetos de estudo à influência de variáveis, em condições controladas pelo investigador, a fim de observar os resultados que a variável produz no objeto; l) Observacional – observação da realidade sem nenhuma interferência de variável; m) Comparativo – visa ressaltar diferenças e similaridades entre indivíduos e fenômenos submetidos a comparações; n) Estatístico - gera apenas uma verdade provável baseado em testes estatísticos; 44 Introdução ao Pensamento Científico o) Clínico – utilizado na pesquisa psicológica, consiste em uma relação profunda entre pesquisador e pesquisado; p) Histórico – parte do princípio de que as atuais formas de vida social, as instituições e os costumes têm origem no passado; q) Monográfico – consiste no estudo de determinados indivíduos, profissões, condições, instituições, grupos ou comunidades, com a finalidade de obter generalizações; r) Tipológico – ao comparar fenômenos sociais complexos, o pesquisador cria tipos ou modelos ideais, construídos a partir da análise de aspectos essenciais do fenômeno. Os métodos da pesquisa devem ser detalhados para que a mesma possa ser realizada pelos seus pares e alcançar os objetivos previamente definidos, podendo ser constituída dos seguintes técnicas: pesquisa exploratória, pesquisa teórica, pesquisa aplicada, pesquisa descritiva, pesquisa participante, pesquisa experimental, pesquisa de campo, pesquisa de laboratório, pesquisa ex-post facto, estudo de caso, universo de estudo, amostragem, coleta de dados, análise dos dados, apuração dos resultados, dentre outros. (Idem, 2011, p.64) 4.2.8 O Cronograma O cronograma é o momento que o investigador vai planejar e estipular qual será o tempo gasto em cada uma das etapas da elaboração e realização da pesquisa. É o planejamento do tempo, quantas semanas ou meses serão destinados a cada etapa e para cada procedimento, considerando o limite para a conclusão da pesquisa. Segundo Bicalho (2003), o pesquisador deve descrever como pretende organizar as etapas a serem realizadas durante a pesquisa, determinando o período de tempo destinado a cada uma delas. É necessário ser disciplinado e cumprir, na medida do possível, o cronograma proposto. Exemplo de etapas: a) revisão do projeto de pesquisa com seu orientador; 45 Introdução ao Pensamento Científico b) elaboração do sumário provisório; c) pesquisa bibliográfica; d) leitura metódica e fichamento das obras selecionadas; e)planejamento da coleta de dados; f) testar instrumentos de coleta de dados (piloto ou pré-teste); g) aplicação do instrumento de coleta de dados; h) compilação dos dados e seleção crítica; i) análise e interpretação dos dados; j) representação dos dados; k) elaboração do roteiro do trabalho (esqueleto); l) redação do texto final, com discussãoe conclusões; m) revisão e formatação do texto; n) apresentação e divulgação. (Idem, 2011, p.65) 4.3 Elementos Pós-Textuais Os elementos que serão dispostos depois do texto podem ser: referências bibliográficas; glossário; apêndice; anexo e índice. Destes apenas o item referências bibliográficas é obrigatório, portanto a única a ser abordado em nossa discussão. 4.3.1 Referências Bibliográficas As referências correspondem ao conjunto de obras pesquisadas, que fundamentam a pesquisa realizada, devem estar relacionadas em ordem alfabética. Os registros dos materiais pesquisados devem seguir uma padronização estabelecida pela ABNT e que está exposta de maneira mais aprofundada no Manual de Normalização do Unis, já citado aqui inúmeras vezes, abaixo iremos expor algumas destas formas padronizadas. Para fazer a referência existem elementos obrigatórios e opcionais, que são: 46 Introdução ao Pensamento Científico Vamos fazer a referência de um determinado livro, Comunidade, do autor Zygmunt Bauman: Como ficaria referência deste livro? BAUMAN, Zygmunt. Comunidade: a busca por segurança no mundo atual. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2003. Obrigatórios • Autor • Título e subtítulo (se houver) • Edição (se houver) • Local • Editora • Ano de publicação Opcionais • Tradutor • Título original (obras traduzidas) • Número de páginas (livros e folhetos) • Série ou coleção Capa Verso da folha de rosto 47 Introdução ao Pensamento Científico Ou seja, iremos referenciar todos os livros da seguinte forma: SOBRENOME, Nome. Título: subtítulo. Local: Editor, data. E se a obra consultada estiver disponibilizada on line? Quando falamos de obras online, ainda segundo o Manual de Normalização do Unis, além dos dados costumeiros apresentados acima, também são essenciais as informações do endereço eletrônico, quedeve vir disposto entre os sinais < >, precedido da expressão Disponível em: e a data de acesso ao documento, precedida da expressão Acesso em:, opcionalmente acrescida dos dados referentes a hora, minutos e segundos. Vamos conferir! RAMPAZZO, Lino. Metodologia científica para alunos de graduação e pós-graduação. São Paulo: Loyola, 2005. Disponível em: <http://books.google.com.br/books?hl=pt- BR&lr=&id=rwyufjs_DhAC&oi=fnd&pg=PA11&dq=conhecimentos+filos%C3%B3fico, +popular,+religioso+e+cient%C3%ADfico&ots=9qzgphItzD&sig=DMHCegZVK71j- gVw-wHVbCyaKpc#v=onepage&q&f=false> Acesso em: 27 de julho de 2011 E se consultei uma reportagem de uma revista impressa? A referência é relaizada da seguinte maneirta AUTOR DO ARTIGO. Título do artigo. Título do periódico, Local de publicação, ano, volume, número do fascículo, página inicial-página final, mês ano de publicação. E ficaria assim: COUTINHO, Leonardo. O ministro e o laranja. Revista Veja. SãoPaulo: Editora Abril, ano 44, n 23, p.40-45, 08 jun. 2011. http://books.google.com.br/books?hl=pt-BR&lr=&id=rwyufjs_DhAC&oi=fnd&pg=PA11&dq=conhecimentos+filos%C3%B3fico,+popular,+religioso+e+cient%C3%ADfico&ots=9qzgphItzD&sig=DMHCegZVK71j-gVw-wHVbCyaKpc#v=onepage&q&f=false http://books.google.com.br/books?hl=pt-BR&lr=&id=rwyufjs_DhAC&oi=fnd&pg=PA11&dq=conhecimentos+filos%C3%B3fico,+popular,+religioso+e+cient%C3%ADfico&ots=9qzgphItzD&sig=DMHCegZVK71j-gVw-wHVbCyaKpc#v=onepage&q&f=false http://books.google.com.br/books?hl=pt-BR&lr=&id=rwyufjs_DhAC&oi=fnd&pg=PA11&dq=conhecimentos+filos%C3%B3fico,+popular,+religioso+e+cient%C3%ADfico&ots=9qzgphItzD&sig=DMHCegZVK71j-gVw-wHVbCyaKpc#v=onepage&q&f=false http://books.google.com.br/books?hl=pt-BR&lr=&id=rwyufjs_DhAC&oi=fnd&pg=PA11&dq=conhecimentos+filos%C3%B3fico,+popular,+religioso+e+cient%C3%ADfico&ots=9qzgphItzD&sig=DMHCegZVK71j-gVw-wHVbCyaKpc#v=onepage&q&f=false 48 Introdução ao Pensamento Científico REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ANDRADE, Maria Margarida de. Como preparar trabalhos para cursos de pós- graduação: noções práticas. São Paulo: Atlas, 1999. GIL, Antonio Carlos. Métodos e técnicas de pesquisa social. São Paulo: Atlas, 1999. KAHLMEYER-MERTENS, Roberto. Como Elaborar Projetos de Pesquisa: Linguagem E Método. Rio de Janeiro: FGV, 2007. Disponível em: <http://books.google.com.br/books?id=O- kzGOOzh70C&printsec=frontcover&dq=como+fazer+um+projeto+de+pesquisa&hl=pt- BR&ei=wIxNTufRMM6ztwfZ- qynBw&sa=X&oi=book_result&ct=result&resnum=2&ved=0CEgQ6AEwAQ#v=onepage &q=como%20fazer%20um%20projeto%20de%20pesquisa&f=false> Acesso em: 18 ago. 2011. KÖche, José Carlos. Fundamentos de Metodologia Científica: teoria da ciência e iniciação à pesquisa. 22. ed. Petrópolis: Vozes, 1997. LAKATOS, Eva Maria & MARCONI, Marina de Andrade Marconi. Metodologia Científica. 3.ed. São Paulo: Atlas, 2000. ______________. Fundamentos de metodologia científica:convite à Filosofia. São Paulo: Atlas, 2001. ______________. Técnicas de pesquisa: planejamento e execução de pesquisas, amostragens e técnicas de pesquisas, elaboração, análise e interpretação de dados. 4. ed. São Paulo: Atlas, 1999. MINAYO, M.C. Pesquisa social: teoria, método e criatividade. Petrópolis: Vozes, 1998 MINAS GERAIS. UNIS Centro Universitário do Sul de Minas. Manual de Normalização: trabalhos científicos. Minas Gerais, 2011. RAMPAZZO, Lino. Metodologia científica para alunos de graduação e pós-graduação. São Paulo: Loyola, 2005. Disponível em: <http://books.google.com.br/books?hl=pt- BR&lr=&id=rwyufjs_DhAC&oi=fnd&pg=PA11&dq=conhecimentos+filos%C3%B3fico, +popular,+religioso+e+cient%C3%ADfico&ots=9qzgphItzD&sig=DMHCegZVK71j- gVw-wHVbCyaKpc#v=onepage&q&f=false> Acesso em: 27 de jul. de 2011. http://books.google.com.br/books?id=O-kzGOOzh70C&printsec=frontcover&dq=como+fazer+um+projeto+de+pesquisa&hl=pt-BR&ei=wIxNTufRMM6ztwfZ-qynBw&sa=X&oi=book_result&ct=result&resnum=2&ved=0CEgQ6AEwAQ#v=onepage&q=como%20fazer%20um%20projeto%20de%20pesquisa&f=false http://books.google.com.br/books?id=O-kzGOOzh70C&printsec=frontcover&dq=como+fazer+um+projeto+de+pesquisa&hl=pt-BR&ei=wIxNTufRMM6ztwfZ-qynBw&sa=X&oi=book_result&ct=result&resnum=2&ved=0CEgQ6AEwAQ#v=onepage&q=como%20fazer%20um%20projeto%20de%20pesquisa&f=false http://books.google.com.br/books?id=O-kzGOOzh70C&printsec=frontcover&dq=como+fazer+um+projeto+de+pesquisa&hl=pt-BR&ei=wIxNTufRMM6ztwfZ-qynBw&sa=X&oi=book_result&ct=result&resnum=2&ved=0CEgQ6AEwAQ#v=onepage&q=como%20fazer%20um%20projeto%20de%20pesquisa&f=false http://books.google.com.br/books?id=O-kzGOOzh70C&printsec=frontcover&dq=como+fazer+um+projeto+de+pesquisa&hl=pt-BR&ei=wIxNTufRMM6ztwfZ-qynBw&sa=X&oi=book_result&ct=result&resnum=2&ved=0CEgQ6AEwAQ#v=onepage&q=como%20fazer%20um%20projeto%20de%20pesquisa&f=false http://books.google.com.br/books?id=O-kzGOOzh70C&printsec=frontcover&dq=como+fazer+um+projeto+de+pesquisa&hl=pt-BR&ei=wIxNTufRMM6ztwfZ-qynBw&sa=X&oi=book_result&ct=result&resnum=2&ved=0CEgQ6AEwAQ#v=onepage&q=como%20fazer%20um%20projeto%20de%20pesquisa&f=false http://books.google.com.br/books?hl=pt-BR&lr=&id=rwyufjs_DhAC&oi=fnd&pg=PA11&dq=conhecimentos+filos%C3%B3fico,+popular,+religioso+e+cient%C3%ADfico&ots=9qzgphItzD&sig=DMHCegZVK71j-gVw-wHVbCyaKpc#v=onepage&q&f=false http://books.google.com.br/books?hl=pt-BR&lr=&id=rwyufjs_DhAC&oi=fnd&pg=PA11&dq=conhecimentos+filos%C3%B3fico,+popular,+religioso+e+cient%C3%ADfico&ots=9qzgphItzD&sig=DMHCegZVK71j-gVw-wHVbCyaKpc#v=onepage&q&f=false http://books.google.com.br/books?hl=pt-BR&lr=&id=rwyufjs_DhAC&oi=fnd&pg=PA11&dq=conhecimentos+filos%C3%B3fico,+popular,+religioso+e+cient%C3%ADfico&ots=9qzgphItzD&sig=DMHCegZVK71j-gVw-wHVbCyaKpc#v=onepage&q&f=false http://books.google.com.br/books?hl=pt-BR&lr=&id=rwyufjs_DhAC&oi=fnd&pg=PA11&dq=conhecimentos+filos%C3%B3fico,+popular,+religioso+e+cient%C3%ADfico&ots=9qzgphItzD&sig=DMHCegZVK71j-gVw-wHVbCyaKpc#v=onepage&q&f=false 49 Introdução ao Pensamento Científico SEVERINO, Antônio Joaquim.
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