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Físico-Química Licenciatura em Química 2017/01 1 𝑑𝑈 = 𝑑𝑞 + 𝑑𝑊𝑒𝑥𝑝𝑎𝑛𝑠ã𝑜 + 𝑑𝑊𝑒𝑥𝑡𝑟𝑎 dwextra é o trabalho extra além do trabalho de expansão. Se sistema for mantido a volume constante (dwexpansão=0) e se o sistema for incapaz de efetuar qualquer outro tipo de trabalho (dwextra = 0) 𝑑𝑈 = 𝑑𝑞𝑣 → ∆𝑈 = 𝑞𝑣 2 Ao se medir a energia térmica fornecida a um sistema a volume constante (q > 0) ou cedida por um sistema a volume constante (q < 0), quando ocorre uma mudança no estado do sistema, estamos medindo a variação da energia interna nesta mudança. 3 Calorimetria Estudo do calor transferido durante um processo físico ou químico. Calorímetro: dispositivo para medir o calor transferido. Como medir ∆U? BOMBA CALORIMÉTRICA ADIABÁTICA 4 Para garantir a adiabaticidade o calorímetro trabalha mergulhado num banho externo e as temperaturas dos dois banhos são acompanhadas permanentemente e mantidas iguais; 5 A variação de temperatura (∆T) observada no calorímetro é proporcional ao calor que a reação libera ou absorve. ∆T é proporcional a q. Medida experimental de ∆T leva ao calculo de qV para obter ∆U. 6 7 • Aquecimento leva a aumento de temperatura • ΔT resultante da transferencia de calor depende da capacidade calorífica. • q(J), ΔT (kelvin), C( J K-1) • A energia interna aumenta quando T se eleva • O motivo para este aumento é a capacidade calorífica • O coficiente angular da tangente à curva em um gráfico de energia interna versus temperatura é a capacidade calorífica. TCq 8 A volume constante q em C=q/ΔT, pode ser substituído pela variação de energia interna de uma substância V v T U C A capacidade calorífica de um gás perfeito monoatômico pode ser calculada por : 𝑈𝑚 = 𝑈𝑚 0 + 3 2 𝑅𝑇 Assim, Cv,m= 𝜕 𝜕𝑇 (𝑈𝑚 0 + 3 2 𝑅𝑇)= 3 2 𝑅 Capacidade calorífica molar - a capacidade calorífica de 1 mol de substância. Cv,m=Cv/n Capacidade calorífica específica –capacidade calorífica da amostra dividida pela sua massa. Cv,s=Cv/m 9 A capacidade calorífica depende da temperatura, em pequenas variações de temperatura a variação de capacidade calorífica será tão pequena que poderá ser considerada independente da temperatura. A capacidade calorífica pode ser utilizada para relacionar a variação de energia interna com a temperatura num processo a volume constante. ∆𝑈 = 𝐶𝑣∆𝑇, a volume constante, energia interna é igual ao calor fornecido ∶ q𝑣 = 𝐶𝑣∆𝑇 10 Na transição de fase (ponto de ebulição) variação de temperatura é zero pois capacidade calorífica é infinita . A energia fornecida ao sistema utilizada para impelir a transição de fases e não para elevação de temperatura 11 12 • Se volume não for constante, energia interna não será igual à energia transferida na forma de calor. Calor fornecido será igual à variação de outra propriedade. Entalpia •Entalpia, H : é o calor transferido entre o sistema e a vizinhança realizado sob pressão constante. •Entalpia é uma função de estado. H = U + PV H+dH= (U+dU)+(p+dp)(V+dV) = U+dU+pV+pdV+Vdp+dpdV H+dH= H+dU+pdV+Vdp dH=dU+pdV+Vdp dH=dq+dw+pdV+Vdp, (se único w, é de exp.) dH=dq+Vdp dH = dq ( a pressão constante, sem wextra 13 14 15 Medida da variação de entalpia No calorímetro mede-se a variação de temperatura provocada pela Combustão. Outro caminho: medira ∆𝑈 𝑒 𝑑𝑒𝑝𝑜𝑖𝑠 converter em ∆𝐻. (para sólidos e Líquidos), Hm=Um+pVm Variação de volume é muito pequena. Qual a relação entre ∆H e ∆ U para gás perfeito? Na reação: 𝟐𝑯𝟐 𝒈 + 𝑶𝟐 𝒈 → 𝟐𝑯𝟐 𝑶(𝒍). Qual a diferença entre entalpia e energia interna que ocorrem no sistema? 16 ∆𝑯 = ∆𝑼 + ∆𝒏𝒈𝑹𝑻 ∆𝒏𝒈 =-3 mols ∆𝑯 − ∆𝑼 = −𝟕, 𝟒 𝒌𝑱 ∆𝑯 − ∆𝑼<0 , parte da energia cedida é recuperada como w (contração de volume) 17 18 Exemplo: Aqueceu-se um volume de água sob 1 atm até a ebulição.Neste ponto uma corrente elétrica de 0,50 A, gerada por uma fonte de 12V, passa durante 300 s por um resistor em contato térmico com a água em ebulição causando a vaporização de 0,789 g de água. Calcule as variações de energia interna molar e entalpia molar no ponto de ebulição (373,15 K). 𝑞 = 𝐼𝑡∆∅ Variação da entalpia com a temperatura A entalpia aumenta quando a temperatura se eleva •O motivo para este aumento é a capacidade calorífica •O coficiente angular da tangente à curva em um gráfico de entalpia versus temperatura é a capacidade calorífica a pressão constante 19 p p T H C 20 Para uma variação infinitesimal de temperatura: dH = CP dT (a pressão constante) Para uma variação finita de temperatura, se a capacidade calorífica for constante no intervalo de temperatura que se estiver investigando, ΔH=CP ΔT (a pressão constante, se CP for c te no intervalo de T analisado) pode-se escrever que: qP = CP ΔT 21 Quando a variação da capacidade calorífica com a temperatura não puder ser ignorada, a seguinte expressão empírica pode ser usada: CP,m = a + bT + c/T 2 22 23 𝑑𝐻 𝐻(𝑇2) 𝐻(𝑇1) = 𝐶𝑝𝑑 𝑇2 𝑇1 T ∆𝐻 = 𝐻 𝑇2 − 𝐻 𝑇1 = 𝑎 + 𝑏𝑇 + 𝑐 𝑇2 𝑑 𝑇2 𝑇1 T 𝐻 𝑇2 − 𝐻 𝑇1 = 𝑎 𝑑𝑇 + 𝑏 𝑇𝑑𝑇 + 𝑐 1 𝑇2 𝑑𝑇 𝐻 𝑇2 − 𝐻 𝑇1 = 𝑎 𝑇2 − 𝑇1 + 1 2 𝑏 𝑇2 2 − 𝑇1 2 − 𝑐 1 𝑇2 − 1 𝑇1 Calculando a variação de entalpia molar para o N2 quando aquecido De 25ºC a 100ºC, temos: Calcular! A maioria dos sistemas se expande quando aquecidos a pressão constante; Energia recebida como calor é gasta como trabalho; Temperatura se eleva menos em aquecimento a pressão constante que a volume constante; Assim, na maioria dos casos Cp é maior que Cv Relação entre Cp e Cv para gás perfeito: Cp - Cv = nR ou Cp,m - Cv,m =R 24 O volume de um líquido ou sólido não varia de modo significativo com a temperatura; Assim, o trabalho realizado conforme eles se expandem é muito pequeno para a maioria dos propósitos, CV e CP são idênticos para fases condensadas. 25 Calorimetria Diferencial de varredura Calorímetro Diferencial de varredura (DSC) 26 27 Calorimetria Diferencial de varredura Termograma típico Transformações adiabáticas Gás perfeito se expandindo adiabaticamente (q = 0) Trabalho é realizado sobre as vizinhanças; a energia interna do gás deve diminuir ocasionando uma queda de temperatura. Qual é a variação da energia interna (ΔU) de um gás perfeito quando a temperatura e o volume mudam de Ti ,Vi para Tf , Vf? 28 1ª etapa - Só há variação de volume (Vi → Vf) e a temperatura permanece constante (T = Ti) a variação da energia interna é nula para o gás perfeitoΔU = 0, pois a energia interna de um gás perfeito independe do volume ocupado pelo gás (∂U/∂V)T = 0 2ª etapa - A temperatura se altera (Ti → Tf) e o volume permanece constante (V = Vf). Se a capacidade calorífica for independente da temperatura, a variação da energia interna é: ΔU = ΔU 1a etapa + ΔU 2a etapa = CV (Tf – Ti) = CV ΔT 29 30 Expansão é adiabática : q = 0; como ΔU = q + w ⇒ ΔU = wadiabático = wad wad = CV ΔT O trabalho efetuado na expansão adiabática de um gás perfeito é proporcional à diferença de temperatura entre os estados inicial e final. Para uma expansão adiabática reversível, pext=pint dw=-pdV, se para gás perfeito dU=CvdT, em processo adiabático dU=dw+dq, dU=dw: CvdT=-pdV G.P: −𝑛𝑅𝑇 𝑉 = 𝐶𝑣𝑑𝑇 ∶ 𝐶𝑣 𝑑𝑇 𝑇 = −𝑛𝑅 𝑑𝑉 𝑉 31 32 𝐶𝑣𝑙𝑛 𝑇𝑓 𝑇𝑖 = −𝑛𝑅𝑙𝑛 𝑉𝑓 𝑉𝑖 𝐶𝑣 𝑛𝑅 𝑙𝑛 𝑇𝑓 𝑇𝑖 = 𝑙𝑛 𝑉𝑓 𝑉𝑖 Fazendo 𝑐 = 𝐶 𝑣,𝑚 𝑅 𝑙𝑛 𝑇𝑓 𝑇𝑖 𝐶 = 𝑙𝑛 𝑉𝑖 𝑉𝑓 Os estados inicial e final de um gás perfeito obedece a lei do gás perfeito. 𝑉𝑓𝑇𝑓 𝑐 = 𝑉𝑖𝑇𝑖 𝑐 expansão adiabática reversível do G.P. Sabendo a Ti e medindo o Vf e Vi, calcula-se a Tf: 𝑇𝑓 = 𝑇𝑖 𝑉𝑖 𝑉𝑓 1 𝑐 33 Cada curva está identificada pelos diferentes valores de c=CV,m /R. A queda de temperatura é mais acentuada para os gases com capacidade calorífica pequena. 34 Razão entre as capacidades caloríficas e curvas adiabáticas Qual é a variação da pressão provocada por uma expansão adiabática reversível de um gás perfeito? Estado inicial: Pi, Vi, Ti, n Estado final:Pf, Vf, Tf, n Pi Vi Ti = nR Pf Vf Tf = nR Pi Vi / Ti = Pf Vf / Tf Pi Vi = (Ti / Tf) Pf Vf Vimos que : Tf / Ti = (Vi / Vf) 1/c A combinação das duas equações leva a: Pi Vi 1+1/c = Pf Vf 1+1/c onde 1 + 1/c = 1 + 1/ CV,m /R 1 + R/ CV,m = CV,m + R/ CV,m = CP,m / CV,m = γ 35 Pi Vi γ = Pf Vf γ PVγ = constante Como a Cp é maior do que Cv tem-se que γ > 1 Para um gás perfeito monoatômico, CV,m =3/2 R e γ=5/3. Para um gás poliatômico de moléculas não-lineares, CV,m = 3 R e γ = 4/3. 36 Variação da pressão com o volume quando um gás se expande adiabaticamente. Como γ > 1, a pressão ao longo de uma adiabática decresce mais rapidamente com o aumento do volume (P ∝ 1/Vγ) do que ao longo da isoterma correspondente (P ∝1/V). 37 Exemplo1: Calcular a Tf, o W e ΔU na expansão adiabática reversível de 0,020 mol de amônia de 0,50 L a 2,00 L sendo Ti= 25ºC. Dado: Cp,m= 35,06 J/Kmol Exemplo 2:Calcule a pressão quando uma amostra de Argônio (Υ= 5/3) a 100 kPa expande reversível e adiabaticamente até duplicar o seu volume. Exemplo 3: Um mol de gás ideal, se expande isotermicamente contra uma pressão externa constante igual a 1 atm, até duplicar o volume inicial. Calcular o calor para manter constante a temperatura do gás, sabendo que a pressão final é de 1 atm.
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