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EPIDEMIOLOGIA MANUAL versao 2014a

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EEPPIIDDEEMMIIOOLLOOGGIIAA VVEETTEERRIINNÁÁRRIIAA 
&& 
SSIISSTTEEMMAA DDEE IINNFFOORRMMAAÇÇÃÃOO EEMM 
SSAAÚÚDDEE AANNIIMMAALL 
 
 
AGÊNCIA DE DEFESA AGROPECUÁRIA DO PARANÁ – ADAPAR 
GERÊNCIA DE SAÚDE ANIMAL - GSA 
ÁREA DE EPIDEMIOLOGIA VETERINÁRIA 
CURITIBA 
Janeiro de 2014 
2 
 
GOVERNADOR DO ESTADO DO PARANÁ 
Carlos Alberto Richa 
 
DIRETOR PRESIDENTE AGENCIA DE DEFESA AGROPECUÁRIA DO PARANÁ - ADAPAR 
Inácio Afonso Kroetz 
 
CHEFE DE GABINETE 
Silmar Pires Bürer 
 
DIRETOR DE DEFESA AGROPECUÁRIA 
Adriano Luis Riesemberg 
 
GERÊNCIA DE SANIDADE ANIMAL 
Andria Arlion Amarante Calderari 
 
 
EPIDEMIOLOGIA VETERINÁRIA 
Maria do Carmo Pessôa Silva, 
Simone Ferreira Couto Silva 
 
Elaboração do Manual: 
Maria do Carmo Pessôa Silva, Dra., M. Sc., Médica Veterinária. 
 
 
 
 
Ficha Catalográfica: 
 
 
 
 
 
 
 
P223e 
Paraná. Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento.Agência de Defesa 
Agropecuária do Paraná.Epidemiologia veterinária e sistema de informação em saúde 
animal. 6 ed./ Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento, Agência de 
Defesa Agropecuária do Paraná. ; Maria do Carmo Pessôa Silva (org.). – Curitiba : 
ADAPAR, 2014.35 p. : il. 
 
1.Epidemiologia Veterinária – Sistema de Informação. 2. Doença Animal – Sistema de Informação. I. 
Título. 
 
CDU 619(035) 
3 
 
SUMÁRIO 
 
 
1 O QUE É EPIDEMIOLOGIA VETERINÁRIA? .........................................................................................4 
2 O QUE É DEFESA SANITÁRIA ANIMAL? ................................................................................................4 
3 USOS DA EPIDEMIOLOGIA..........................................................................................................................5 
DETERMINAÇÂO DA ORIGEM DA DOENÇA DE CAUSA CONHECIDA .............................................5 
INVESTIGAÇÃO E CONTROLE DE DOENÇAS DE CAUSA DESCONHECIDA OU POUCO 
COMPREENDIDA .................................................................................................................................................5 
BUSCA DE INFORMAÇÕES SOBRE A ECOLOGIA E A HISTÓRIA NATURAL DA DOENÇA........6 
PLANEJAMENTO E MONITORAMENTO DE PROGRAMAS DE CONTROLE DE DOENÇAS. ......6 
AVALIAÇÃO ECONÔMICA DOS EFEITOS DA DOENÇA E DE SEU CONTROLE .............................7 
4 VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA ...............................................................................................................8 
. Populações mais expostas a fatores que aumentam o risco de doença ou infecção;..............9 
. Priorizar populações onde as consequências da doença podem ser mais graves...................9 
4.1 ATIVIDADES PARA VIGILÂNCIA – Quem Faz O Quê? ................................................................. 10 
4.2 - COLETA DE DADOS E INFORMAÇÕES ........................................................................................... 11 
a) Notificação..................................................................................................................................................... 13 
b) Laboratórios ................................................................................................................................................. 16 
c) Declarações De Mortalidade ................................................................................................................... 16 
d) Mapas De Abate........................................................................................................................................... 16 
e) Investigação Epidemiológica.................................................................................................................. 16 
f) Estudos Epidemiológicos.......................................................................................................................... 17 
f) Estudos Epidemiológicos.......................................................................................................................... 18 
 Inquéritos Epidemiológicos ............................................................................................................. 18 
g) Imprensa e população............................................................................................................................... 18 
h) Avaliação da produção ............................................................................................................................. 19 
5 DIAGNÓSTICO DE CASOS....................................................................................................................... 19 
6 INVESTIGAÇÃO EPIDEMIOLÓGICA DE CASOS.............................................................................. 19 
b) Andamento da investigação ................................................................................................................... 21 
d) Busca de pistas ............................................................................................................................................ 22 
7 PROCESSAMENTO E ANÁLISE DE DADOS ...................................................................................... 23 
8 DECISÃO/AÇÃO ......................................................................................................................................... 23 
12 SANIDADE ANIMAL NO MUNDO ........................................................................................................ 32 
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA........................................................................................................................34 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
4 
 
1 O QUE É EPIDEMIOLOGIA VETERINÁRIA? 
 
Segundo Thrusfield (2004), é o estudo da doença e outros eventos relacionados à saúde em 
populações animais. Busca identificar as causas e os efeitos das doenças, investigando as 
formas pelas quais a infecção é transmitida e mantida. Portanto, é fundamental para a 
prevenção e controle da doença em animais. 
 A tradução literal da palavra “epidemiologia”, baseada em sua raiz grega, epi- (єπι-)= 
acima, demo- (δημο-)= povo e logo- (λογο-)= estudo, seria, portanto, “estudo do que está acima 
do povo” ou, mais modernamente, “o estudo da doença nas populações”. Tradicionalmente 
“epidemiologia” refere-se ao estudo em populações humanas, e “epizootiologia”, do grego zoo- 
(ζωο-)= animal, a estudo de populações animais (excluindo humana) (Karstad, 1962). Surtos de 
doença em populações humanas são chamadas “epidêmicas”, em animais são “epizoóticas” e, 
em populações aviárias são denominadas “eporníticas”, do grego ornito- (ορυιθ- )= pássaro 
(Montgomery,1979). 
 Conforme a OPAS/OMS (1964), epidemiologia é o conjunto de tudo o que se sabe sobre 
uma enfermidade e no que afeta a uma coletividade, mais do que a um indivíduo. Costuma-se 
dizer que o médico se ocupa do indivíduo e o epidemiologista estuda e trabalha com 
coletividades. 
 
 
2 O QUE É DEFESA SANITÁRIA ANIMAL? 
 
Resposta socialmente organizada do governo, feita por meio de um serviço de atenção 
veterinária, para atender e proteger a saúde dos rebanhos. As medidas de defesa sanitária 
animal respondem a políticas públicas que expressam as aspirações da sociedade e as 
necessidades de desenvolvimento da pecuária, no sentido de satisfazer suas demandas e as 
exigências dos mercados consumidores (adaptado de Astudillo, Vicente, s/d). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
5 
 
 3 USOS DA EPIDEMIOLOGIA. 
 
Há cinco objetivos na epidemiologia: 
• Determinação da origem da doença de causa conhecida; 
• Investigação e controle de doença de causa desconhecida ou pouco compreendida; 
• Aquisição de informações da ecologia e da história natural da doença; 
• Planejamentoe monitoramento de programa de controle da doença; 
• Avaliação econômica dos efeitos da doença e dos custos benefícios das campanhas 
alternativas de controle. 
 
DETERMINAÇÂO DA ORIGEM DA DOENÇA DE CAUSA CONHECIDA 
 Muitas das doenças de causa conhecida podem ser diagnosticadas de forma precisa 
pelos sinais exibidos pelos animais afetados, por testes laboratoriais apropriados e por outros 
procedimentos clínicos, tais como exames radiológicos ou epidemiológicos, observando-se o 
comportamento da doença nos rebanhos. 
 
INVESTIGAÇÃO E CONTROLE DE DOENÇAS DE CAUSA DESCONHECIDA OU 
POUCO COMPREENDIDA 
 Em muitas circunstâncias, o controle de doença baseia-se em observações 
epidemiológicas antes da causa da doença ser identificada. A pleuropneumonia contagiosa 
bovina foi erradicada dos Estados Unidos pela observação da característica infecciosa da 
doença, antes que o seu agente etiológico, Mycoplasma mycoide, tivesse sido isolado (Schwabe, 
1984). 
 A observação clássica de Edward Jenner da ação protetora da varíola bovina contra a 
varíola humana no século XVIII (Fisk, 1959), anterior a descoberta do vírus, forneceu a base que 
permitiu a erradicação mundial da varíola. 
 Segundo Wilesmith, et al. (1988), estudos epidemiológicos retrospectivos feitos na Grã-
Bretanha, sugeriram que a encefalopatia espongiforme bovina (BSE) tivesse ocorrido em 
decorrência do consumo de alimentos contendo carne e farinha de ossos de ovinos/caprinos 
infectados com scrapie (doença neurológica dos ovinos causada por um príon). Tal conclusão foi 
suficiente para implantação de legislação proibindo a administração de alimentos para 
ruminantes contendo proteína de origem animal. 
6 
 
BUSCA DE INFORMAÇÕES SOBRE A ECOLOGIA E A HISTÓRIA NATURAL 
DA DOENÇA 
 Um animal que é infectado com um agente infeccioso é chamado de hospedeiro (de 
forma natural ou de forma acidental) deste agente. Hospedeiros e agentes existem em 
comunidades que incluem outros organismos que vivem em determinados meio-ambientes. 
Assim, o agregado de todos os fatos relacionados com animais e plantas forma sua história 
natural. As comunidades inter-relacionadas e seus ambientes são denominados ecossistemas. O 
estudo dos ecossistemas é denominado ecologia. 
 Uma boa compreensão da história natural dos agentes infecciosos é possível somente 
quando são estudados no contexto dos ecossistemas de seus hospedeiros. Similarmente, um 
melhor conhecimento de doenças não infecciosas pode ser obtido pelo estudo dos 
ecossistemas em associação com características físicas com as quais os animais afetados estão 
relacionados. A estrutura geológica de um ecossistema, por exemplo, pode afetar a composição 
mineral das plantas e, portanto, determinar deficiências e excessos de minerais nos animais. 
 O meio ambiente de um ecossistema afeta a sobrevivência de agentes infecciosos e de 
seus hospedeiros. É por este motivo, que a infecção com o helminto fasciola hepática é um 
sério problema em áreas com má drenagem, pois os parasitas passam parte do seu ciclo de vida 
em um caramujo que necessita de um ambiente úmido. 
 O clima do ecossistema também é importante porque restringe a distribuição geográfica 
dos agentes infecciosos que são transmitidos por artrópodes ao limitar a distribuição desses 
transmissores. Por exemplo, a mosca Tsé-tsé, que transmite a tripanossomíase, está restrita às 
regiões úmidas da África (Ford, 1971). 
 Doenças infecciosas que são transmitidas por insetos, carrapatos e outros artrópodes, 
pelos quais podem ser mantidas em vida selvagem, apresentam relações ecológicas complexas, 
constituindo problemas de difícil controle. Estudos epidemiológicos abrangentes dessas 
doenças auxiliaram a esclarecer seus ciclos de vida e, portanto, a estabelecer os métodos 
adequados para controlá-las. 
 
PLANEJAMENTO E MONITORAMENTO DE PROGRAMAS DE CONTROLE 
DE DOENÇAS. 
 A instituição de programas de controle ou de erradicação de uma doença em uma 
população animal deve ser baseada no conhecimento de sua magnitude de sua distribuição nas 
populações suscetíveis, no impacto que ela provoca na produção, assim como os fatores 
7 
 
associados à sua presença, as estruturas necessárias para seu controle e compensar os custos 
investidos em relação aos benefícios obtidos pelas ações do programa Essas informações são 
igualmente importantes para um programa de controle de mastite instituído em uma única 
propriedade, como para o estabelecimento de um programa de erradicação de brucelose em 
âmbito nacional, envolvendo todas as propriedades do país. As técnicas epidemiológicas 
utilizadas incluem a coleta de dados sobre a doença nas populações (monitoramento e 
vigilância) para decidir qual a melhor estratégia a ser usada e se está sendo eficaz. 
 A vigilância também é necessária para se determinar se a ocorrência da doença está 
sendo afetada por novos fatores. 
 
 
AVALIAÇÃO ECONÔMICA DOS EFEITOS DA DOENÇA E DE SEU CONTROLE 
 O custo do controle de uma doença em uma indústria de criação animal necessita ser 
confrontado com a perda econômica atribuível à doença. Portanto, é necessária uma análise 
econômica. Essa é uma parte essencial para os programas mais modernos de saúde animal. 
Apesar de ser econômico diminuir a alta ocorrência de uma doença em um rebanho, às vezes é 
antieconômico reduzir ainda mais o nível de uma doença que já tem baixo nível de ocorrência. 
Se 15% das vacas em um rebanho estão afetadas por mastite, a produtividade será 
severamente afetada e um programa de controle deve ser estabelecido para reduzir o prejuízo 
econômico. Por outro lado, se menos de 1% do rebanho estiver afetado, o custo de uma 
redução para níveis menores poderá não representar um suficiente aumento na produtividade 
que justifique e pague o gasto pelo programa de controle. Por este motivo é imprescindível 
caracterizar em qual fase se encontra o programa e estabelecer as metas de forma clara, para 
onde se quer chegar. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
8 
 
FIGURA 1- Fases dos programas sanitários e atividades relacionadas a elas, de acordo com o 
tempo.
 
 
 4 VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA 
 
É a principal atividade executada pelos Serviços Veterinários Oficias, o motivo essencial 
para sua existência. E por assim ser, deve sempre ser priorizada esta atividade dentre todas as 
demais executadas pelo SVO. 
Conjunto de atividades que proporcionam a informação indispensável para conhecer, 
detectar ou prever qualquer mudança que possa ocorrer nos fatores condicionantes do 
processo saúde/doença, com a finalidade de recomendar oportunamente as medidas indicadas 
que levam à prevenção e controle das doenças. 
Segundo OIE (2013), designa as atividades sistemáticas e contínuas de coleta, 
comparação e análise de dados zoosanitários e a difusão da informação em tempo oportuno a 
quem necessita dela para tomada de medidas de controle. Ela pode ser dirigida para síndromes 
ou para enfermidades específicas. 
Ela gera e obtém informação para a AÇÃO. Serve de base para fazer recomendações, 
avaliar medidas de controle e realizar planejamento. 
A vigilância epidemiológica é composta pela coleta, processamento e analise sistemática 
de dados relacionados à saúde animal e a disseminação de informação para que possam ser 
tomadas ações dirigidas. 
9 
 
Um sistema de vigilância pode ser composto por estratégias complementares como: 
a - Mecanismos de alarme e detecção precoce (“Early Warning”) 
Ex: Mortalidade > 10% de aves comerciais de corte durante todo período de alojamento. 
Mortalidade > 10% de aves comerciais de corte durante o período de transporte para 
o abate. 
 
b- Vigilância baseada em risco(“Risk-based Surveillance”) 
Ex:Coleta de amostras de sorológicas de animais jovens, suscetíveis à febre aftosa, criados 
em região limítrofe de fronteiras internacionais, ou de propriedades que recebem 
animais de outros estados, ou de propriedades próximas a estabelecimentos de abate 
ou de lixões públicos. 
Para a vigilância com base em risco, são usados métodos quantitativos e qualitativos 
que visam aumentar a eficiência da vigilância dirigindo as atividades a: 
. Populações mais expostas a fatores que aumentam o risco de doença 
ou infecção; 
. Subpopulações onde, por fatores inerentes aos hospedeiros, é mais provável encontrar 
a infecção, 
. Priorizar populações onde as consequências da doença podem ser 
mais graves 
 
c- Vigilância de síndromes (“Syndromic surveillance”) 
Ex: Vigilância de animais suscetíveis à peste suína clássica que apresentem lesões 
avermelhadas na pele, ou qualquer quadro clínico hemorrágico. 
 
d- Vigilância de patógenos específicos (“Pathogen Specific Surveillance”) 
 Ex: Vigilância de Salmonella gallimarum, Salmonella pullorum em matrizes de galinhas, 
 Vigilância de Mycoplasma gallisepticum em matrizes de galinhas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
10 
 
4.1 ATIVIDADES PARA VIGILÂNCIA – Quem Faz O Quê? 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Legenda: 
ULSA = Unidade Local de Sanidade Agropecuária. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
a) Coleta de dados: _______________________________ULSA, Epidemiologia 
Veterinária. 
 - Demográficos 
 - Sociais 
 - Morbidade 
 - Mortalidade 
 - Produção 
 
 b) Obtenção de dados: ___________________________ULSA, Epidemiologia Veterinária. 
 - Notificação ___________________________________População geral, M.V. autônomos. 
 - Registros 
 - Rumores 
 -Inquérito Epidemiológico (estudo amostral) 
 - Enquetes 
 - Monitorias de rotina 
 c) Processamento dos dados coletados. _________________Epidemiologia Veterinária. 
 d) Análise e Interpretação dos dados processados: _________Epidemiologia Veterinária. 
 e) Recomendação das medidas de controle apropriadas.____Epidemiologia Veterinária. 
 f) Promoção das ações de controle indicadas.__________Coordenadores de Programas. 
 g)Avaliação da eficácia e efetividade das medidas adotadas.
______________________Epidemiologia Veterinária e Coordenadores de Programas. 
 h) Divulgação de informações pertinentes.________________________________________ 
 Epidemiologia Veterinária e Coordenadores de Programas. 
11 
 
4.2 - COLETA DE DADOS E INFORMAÇÕES 
 
O cumprimento das funções de vigilância epidemiológica depende da disponibilidade de 
INFORMAÇÕES que sirvam para subsidiar o desencadeamento de ações - INFORMAÇÃO PARA A 
AÇÃO. 
A qualidade da informação, por sua vez, depende da adequada coleta de dados, que são 
gerados no local onde ocorre o evento sanitário (fonte primária). É também nesse nível que os 
dados devem primeiramente ser tratados e estruturados, para se transformarem em um 
poderoso instrumento. 
A coleta de dados ocorre em todos os níveis de atuação do sistema de saúde. A força e o 
valor da informação (que é o dado analisado) depende da qualidade e fidedignidade com que o 
mesmo é gerado. Para isto, faz-se necessário que as pessoas responsáveis pela coleta estejam 
bem preparadas para diagnosticar corretamente os casos, como também para realizar uma boa 
investigação epidemiológica, com anotações claras e confiáveis de forma que os registros 
possam também ser confiáveis. 
Outro aspecto importante a ser levado em conta se refere à quantidade do dado gerado, 
ou seja, sua representatividade em função do problema existente. A passagem do dado pelos 
diversos níveis deverá ser suficientemente rápida para o desencadeamento das ações, de forma 
que a adoção das medidas seja sempre em momento oportuno. É importante salientar que o 
fluxo, a periodicidade e o tipo de dado que interessa ao sistema de vigilância e se estão 
relacionados às características de cada doença ou agravo. 
 
• TIPOS DE DADOS 
 Os dados e informações que alimentam o Sistema de Vigilância Epidemiológica são os 
seguintes: 
 a) Dados Demográficos e Ambientais 
Permitem quantificar a população: número de animais e características de sua 
distribuição, condições, climáticas, ecológicas e sistema de produção. Ex.: Densidade bovina por 
área de pastagem. 
 
b) Dados de Morbidade 
Podem ser obtidos por meio de notificação de casos e surtos (vigilância passiva), de 
produção de cooperativas e integrações, de clínicas, de investigação epidemiológica, de busca 
12 
 
ativa (vigilância ativa) de casos, de estudos amostrais e de inquéritos, entre outras formas. Ex.: 
Percentual de enfermos por faixa etária, Prevalência, Incidência. 
 
c) Dados de Mortalidade 
São obtidos, por meio de declarações de óbitos. Trata-se de um dado de importância 
capital como indicador de saúde. Apesar do sub-registro, a necessidade do correto 
preenchimento das declarações é essencial para detecção precoce da introdução de 
enfermidades novas. Ex.: Taxa de mortalidade de leitões do nascimento até a desmama. 
 
d) Notificação de Surtos ou Epidemias 
A detecção precoce de surtos e epidemias ocorre quando o sistema de vigilância 
epidemiológica local está bem estruturado com acompanhamento constante da situação geral 
de saúde, da ocorrência de casos de cada doença e agravo sujeito à notificação. Essa prática 
possibilita a constatação de qualquer indício de elevação do número de casos de uma patologia, 
ou a introdução de outras doenças não incidentes no local e conseqüentemente o diagnóstico 
de uma situação epidêmica inicial para a adoção imediata das medidas de controle. Deve-se 
notificar esses fatos aos níveis superiores, Coordenadores de Programas e Epidemiologia 
Veterinária, para que sejam iniciadas as devidas ação de controle. 
 
e) Notificação de Enfermidades Exóticas e ou em Erradicação 
O serviço veterinário oficial deve estar preparado para identificar a ocorrência, em 
grupos populacionais, de sinais que indiquem a atividade de alguma doença definida ou agravo 
de causa conhecida ou do comportamento não usual. 
 
 
• FONTES DE DADOS 
 
A informação para a vigilância epidemiológica destina-se à tomada de decisões - IN-
FORMAÇÃO PARA AÇÃO. Este princípio deve reger as relações entre os responsáveis pela 
vigilância e as diversas fontes que podem ser utilizadas para o fornecimento de dados. As 
principais são: 
 
13 
 
 a) Notificação 
 É a principal fonte a partir da qual, na maioria das vezes, se desencadeia o 
processo informação/decisão/ação. 
A lista nacional das doenças de notificação obrigatória, vigente no país está restrita a 
alguns agravos e doenças de interesse sanitário e econômico para o país, relacionadas em 4 
categorias pelo Sistema Nacional de Informação Zoossanitária – SIZ (BRASIL, 2013) Disponível 
em: http://www.adapar.pr.gov.br/modules/conteudo/conteudo.php?conteudo=358 
Categoria 1: doenças exóticas ou erradicadas no País, que exigem notificação imediata, 
em até 24 horas do conhecimento de caso suspeito e de caso confirmado. 
 Categoria 2: doenças presentes no País ou em determinadas zonas ou estados do País, 
que exigem notificação imediata, em até 24 horas do conhecimento de caso suspeito 
Categoria 3: doenças presentes no País ou em determinadas zonas ou estados do País, 
que exigem notificação imediata, dentro de 24 horas do conhecimento de caso confirmado . 
Categoria 4: doenças presentes no País ou em determinadaszonas ou estados do País, 
que exigem notificação mensal do conhecimento de caso confirmado por meio de diagnóstico 
clínico epidemiológico ou laboratorial. 
 
Tabela 01. Total de doenças de notificação obrigatória ao SVO, segundo espécie e lista de 
classificação. 
 Espécie Categoria 1 Categoria 2 Categoria 3 Categoria 4 Total 
Abelhas 2 2 0 4 8 6% 
Aves 3 2 3 18 26 18% 
Bovinos e bubalinos 3 1 3 9 16 11% 
Camelídeos 1 0 0 0 1 1% 
Equídeos 5 4 0 7 16 11% 
Lagomorfos 1 0 1 0 2 1% 
Ovinos e Caprinos 6 1 1 7 15 11% 
Suínos 5 1 0 6 12 9% 
Múltiplas Espécies 11 6 3 25 45 32% 
37 17 11 76 141 
Total 
26% 12% 8% 54% 
 
No Paraná, a notificação das enfermidades relacionadas na categoria 4, as endêmicas, 
que foram diagnosticadas pela epidemiologia clínica ou por técnicas laboratoriais, devem ser 
informadas MENSALMENTE ao serviço veterinário oficial – ADAPAR, pelo sistema eletrônico 
14 
 
chamado de SISTEMA DE NOTIFICAÇÃO DE ENFERMIDADES DOS ANIMAIS, disponível em : 
http://celepar7.pr.gov.br/gta/ e em : http://www.adapar.pr.gov.br/ 
 O sistema é composto por três bases de dados que captam notificações feitas pelos 
médicos veterinários que têm algum tipo de relacionamento formal com os programas da 
ADAPAR. Um deles, de forma específica para as enfermidades das aves, de nome Ficha 
Epidemiológica Avícola Mensal – FEAM, outro para notificação dos eventos sanitários nas 
demais espécies animais, chamado de Ficha Epidemiológica Mensal – FEM e Investigação 
Laboratorial de Enfermidades exclusivo para notificação de enfermidades detectadas por 
laboratórios de Universidades e instituições de pesquisa parceiras. 
Entretanto, estados e municípios podem incluir novas patologias, desde que se defina 
com clareza o motivo, o objetivo da notificação, os instrumentos e o fluxo que a informação 
deve seguir, assim como as ações de controle adotadas. Entende-se que só se deve coletar 
dados que tenham utilização prática, para que não se sobrecarregue os serviços de formulários 
que não geram informações capazes de aperfeiçoar as atividades de saúde. 
A seleção da relação de doenças tem obedecido aos seguintes critérios: 
• Que estejam sujeitas ao Regulamento Sanitário Internacional; 
• Que tenham potencial zoonótico; 
• Que possam ser controladas por medidas regulares de prevenção e controle 
(vulnerabilidade); 
• Que tenham alta incidência e/ou prevalência (magnitude) e que estejam promovendo 
grandes prejuízos à produção; 
• Que possam ter repercussão social e econômica (transcendências). 
Mesmo sendo compulsória - o que significa ser dever de todo cidadão notificar a 
ocorrência de alguma suspeita de doença que esteja na relação de notificação compulsória, é 
uma obrigação inerente à profissão do Médico Veterinário. 
A notificação é habitualmente realizada de modo precário, pelo desconhecimento de 
sua importância, descrédito nos serviços de saúde animal, falta de acompanhamento e 
supervisão da rede de serviços, pela falta de retomo dos dados coletados e das ações que foram 
geradas pela análise. Neste sentido, é fundamental que trabalhos de sensibilização dos 
profissionais e das comunidades sejam sistematicamente realizados visando melhorar a 
quantidade e a qualidade dos dados obtidos. Desta forma se fortalece e amplia a rede de 
notificação, pois idealmente, o sistema deve cobrir toda a população. Assim sendo, se incluem 
15 
 
todas as unidades de saúde animal, os profissionais de saúde pública e a população geral na 
rede de notificação (pública, privada e filantrópica). 
Aspectos que devem ser considerados na notificação: 
• Notificar a simples suspeita da doença. Não se deve aguardar a confirmação dos casos 
para se efetuar a notificação, pois isto pode significar perda da oportunidade de adoção 
das medidas de prevenção e controle indicadas especialmente as enfermidades exóticas 
e as em erradicação. 
• A notificação tem que ser sigilosa, só podendo ser divulgada fora do âmbito médico 
sanitário em caso de risco para a comunidade, respeitando-se o direito de anonimato 
dos cidadãos. 
• O envio dos instrumentos de coleta de notificação deve ser feito mesmo na ausência de 
casos, configurando-se o que se denomina Notificação Negativa, que funciona como um 
indicador de eficiência do sistema de informações; 
 
A figura 02 representa a percepção do endemismo das enfermidades, pelo sistema de vigilância 
do serviço oficial de sanidade animal. Onde parte importante do volume dos focos não são 
detectados e portanto, devem ser investigados ativamente até sanear a fonte de infecção, 
evitando desta forma o aparecimento de novos focos. 
FIGURA 2- Gráfico representativo da evolução de uma doença em relação ao tempo e a 
percepção do endemismo pelo sistema de vigilância. 
 
 
Fonte: Prof. Vítor S. P. Gonçalves; EpiPlan, FAV, UnB. 
 
16 
 
 
b) Laboratórios 
O engajamento dos laboratórios públicos e privados no sistema deve ser estimulado e 
organizado, pois muitas vezes por meio deles se diagnosticam enfermidades que não foram 
detectadas pelo sistema formal de notificação. 
No Paraná, o laboratório oficial do SVO é o Centro de Diagnósticos Marcos Enrietti -
CDME, que envia informações diárias de todos os exames feitos no dia anterior. Faz parte 
também do sistema de vigilância da Raiva, o laboratório Central da Secretaria da Saúde - LACEN, 
que semanalmente informa por fax e ofício os casos de Raiva diagnosticados por eles. Outros 
laboratórios de Diagnóstico de Enfermidades Animais de Instituições de Ensino e Pesquisa do 
Paraná, também são informantes no Sistema de Investigação Laboratorial de Enfermidades, 
exclusivo para este fim e que está disponível em: http://celepar7.pr.gov.br/gta/ 
 
c) Declarações De Mortalidade 
São fontes complementares do sistema de informação, pois quando o sistema de 
notificação falha, muitas vezes, o caso é conhecido por meio dessa fonte. 
Estes dados devem ser observados a acompanhados sistematicamente pelas ULSAs nas 
propriedades de produção animal. 
 
d) Mapas De Abate 
Registros de condenações de carcaças e achados de inspeção podem ser fontes de 
informação de ocorrência "inaparente" de enfermidades no campo. 
Devem ser recolhidos mensalmente de todos os estabelecimentos de abate localizados 
na jurisdição da ULSA de forma que sejam observadas e informadas às ULSAs de origem das 
carcaças com condenações compatíveis com enfermidades sob programa da GSA. Assim sendo, 
a ULSA de origem dos animais, deve fazer INVESTIGAÇÃO EPIDEMIOLÓGICA na propriedade de 
onde saíram os animais com carcaças condenadas, buscando novos casos ou explicação para as 
condenações e orientação para solução dos problemas sanitários encontrados. 
 
e) Investigação Epidemiológica 
 Procedimento que não só complementa as informações da notificação sobre a fonte de 
infecção e mecanismos de transmissão, como também pode possibilitar a descoberta de novos 
casos que não foram notificados. 
17 
 
 Deve sempre ser feita pelo Médico Veterinário da ULSA que atende o município da 
propriedade investigada. 
No Brasil, os serviços oficiais de saúde animal, utilizam como instrumento guia e de 
registro dos dados da investigação epidemiológica os formulários de campo os Formulários 
para Atendimento às Suspeitas ou Focos de Doenças Animais ou Formulários de 
Investigação Epidemiológica, disponíveis na área restrita da página da ADAPAR na”web”, 
em: 
http://www.adapar.pr.gov.br/modules/conteudo/conteudo.php?conteudo=370 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 f) Estudos Epidemiológicos 
 
 
 
 
Figura 3. Modelos dos formuláriosde investigação epidemiológica e instruções de 
preenchimento. 
18 
 
f) Estudos Epidemiológicos 
Várias são as fontes que podem fornecer dados, quando se deseja analisar a ocorrência 
de um fenômeno sob o ponto de vista epidemiológico. Os registros de dados e as investigações 
epidemiológicas constituem fontes regulares de coleta. No entanto, sempre que as condições 
exigirem, deve-se recorrer diretamente à população ou aos serviços em determinado momento 
ou período, para obter dados adicionais ou mais representativos. Esses dados podem ser 
obtidos por meio de inquérito, investigação ou levantamento epidemiológico. Sempre 
orientados e elaborados pela Epidemiologia Veterinária e geralmente administrados pelo 
Coordenador de Programa correspondente á enfermidade pesquisada e, executado pela ULSA. 
• Inquéritos Epidemiológicos 
O inquérito epidemiológico é um estudo seccional, geralmente do tipo amostral 
levado a efeito quando as informações existentes são inadequadas ou insuficientes, em 
virtude de diversos fatores, dentre os quais podem-se destacar: notificação imprópria ou 
deficiente; mudança no comportamento epidemiológico de uma determinada doença; 
dificuldade em se avaliar coberturas vacinais ou eficácia de vacinas, necessidade de se 
avaliar as medidas de controle de um programa; identificação de fatores de risco 
relacionados à presença de determinada enfermidade descoberta de doenças inusitadas, 
investigação do nível de prevalência de uma enfermidade, ou até para provar a ausência 
de uma doença. 
• Levantamento Epidemiológico 
É um estudo realizado com base nos dados existentes nos registros dos serviços 
de saúde animal ou de outras instituições. Não é um estudo amostral e destina-se a 
coletar dados para complementar informação já existente. A recuperação de séries 
históricas, para análise de tendências e a busca ativa de casos, para aferir a eficiência do 
sistema de notificação, são exemplos de levantamentos epidemiológicos. 
 
g) Imprensa e população 
Muitas vezes, informações oriundas da população e da imprensa são fontes eficientes de 
dados, devendo ser sempre consideradas, desde que se proceda a investigação pertinente, para 
confirmação ou descarte de casos. Quando a vigilância de uma área não está organizada ou é 
ineficiente, o primeiro alerta da ocorrência de um agravo, principalmente quando se trata de 
uma epidemia, pode ser a imprensa ou a comunidade. Uma boa fonte de informação são as 
casas agropecuárias, que podem alertar sobre a venda acima do normal de vacinas, antibióticos 
19 
 
e desinfetantes, que pode ser indícios de problemas sanitários. A organização de boletins que 
contenham informações oriundas de jornais e de outros meios de comunicação e seu envio aos 
dirigentes com poder de decisão é um grande auxiliar na vigilância epidemiológica, no sentido 
de que se defina o aporte de recursos necessários à investigação e controle dos eventos 
sanitários. 
 
h) Avaliação da produção 
Ao se visitar uma propriedade em que esteja sendo feita investigação epidemiológica, é 
importante fazer análise criteriosa dos registros dos rebanhos (fichas, arquivos de computador) 
observando os indicadores de produção e de morbimortalidade para que sejam detectados 
precocemente, eventuais agravos que estejam ocorrendo de forma inaparente. Muitas vezes 
imperceptíveis aos olhos do tratador ou do criador e, somente quando tomamos nota e com-
paramos valores médios de produção, de mortalidade, de conversão alimentar entre outros, é 
que detectamos possíveis enfermidades que possam estar impactando a produção. 
 
5 DIAGNÓSTICO DE CASOS 
A confiabilidade do sistema de notificação depende, em grande parte da capacidade dos 
serviços locais de saúde; que são responsáveis pelo atendimento dos casos; diagnosticarem, 
corretamente as doenças. Para isso, os profissionais deverão estar tecnicamente capacitados e 
dispor de recursos complementares para a confirmação da suspeita clínica. Diagnósticos 
(laboratorial e epidemiológico) e orientações feitas correta e oportunamente asseguram a 
credibilidade dos serviços junto à população, contribuindo para a eficiência do sistema de 
vigilância. 
 
6 INVESTIGAÇÃO EPIDEMIOLÓGICA DE CASOS 
A investigação epidemiológica é um método utilizado com muita freqüência em 
casos de doenças transmissíveis, mas que se aplica a outros grupos de agravos. Consiste em 
um estudo de campo realizado a partir de casos (clinicamente declarados ou suspeitos) e de 
contatos. Tem como objetivo avaliar a ocorrência, identificando a fonte de infecção sua 
origem e o modo de transmissão; os grupos expostos ao agente, os de maior risco, sob o 
ponto de vista da saúde pública e dos rebanhos. Sempre que possível, ela deve conduzir à 
confirmação do diagnóstico, à determinação das características epidemiológicas da doença, 
à identificação das causas do fenômeno e à orientação sobre as medidas de controle 
20 
 
adequadas. É utilizada na ocorrência de casos isolados e também em epidemias. Seu 
principal objetivo é orientar medidas de controle para impedir a ocorrência de novos casos. 
 
a) Roteiro de uma investigação 
Todo novo caso de doença transmissível é um problema epidemiológico não 
resolvido e de algum modo relacionado à saúde dos rebanhos locais, regionais ou até do país. 
Isso significa que diante da ocorrência de casos ou óbitos fora dos padrões normais ou de agravo 
inusitado, comunicados no sistema de vigilância, a equipe ou profissional responsável pela 
vigilância deve estudar o caso, investigando e estabelecendo o significado real do mesmo para a 
população e área em que seja encontrado. 
 
Várias perguntas devem ser levantadas: 
• De quem foi contraída a infecção? (fonte de contágio) 
• Quando foi o início do foco? 
• Qual a via de disseminação da infecção, da fonte ao doente? 
• Que outros animais e rebanhos podem ter sido infectadas pela mesma fonte de 
contágio? 
• Quais animais a quem o caso inicial pode haver transmitido a doença? 
• Qual (is) a(s) faixa(s) etária(s) acometida(s) pela enfermidade? 
• Qual a raça e o sexo dos animais enfermos? 
• A quem o caso ainda pode transmitir a doença? Como evitá-lo? 
• Onde? Em quais regiões a enfermidade pode ter se espalhado? 
• Porque ela surgiu neste período? Ela se repete periodicamente? Quando? Em quais 
condições? 
• Existe transmissor intermediário para a enfermidade? Portador sadio? 
• Foi usada vacina para a enfermidade em questão? 
• Como foi aplicada? Ela é apropriada para o caso? 
• Este é o caso primário (primeiro animal a se infectar) ou somente o caso índice (primeiro 
animal a ser identificado como enfermo)? 
• Este caso tem algum tipo de relacionamento epidemiológico com outra propriedade da 
região, do estado, de outros estados ou de outros países? 
21 
 
b) Andamento da investigação 
Início - a finalidade da investigação é a adoção de medidas de controle em tempo 
hábil. 
Nesse sentido, faz -se necessário que seja iniciada imediatamente após a 
ocorrência do evento, ou pelo menos, logo após a notificação do mesmo, visando obedecer ao 
período de tempo tecnicamente adequado, para que as medidas profiláticas sejam adotadas 
em tempo hábil e oportuno. 
 Entrevista - Em geral, as ULSAs dispõem de formulários específicos para 
investigação das doenças incluídas no sistema de vigilância, denominados Formulário de 
Investigação de Doenças , Ficha Epidemiológica Mensal (F.E.M.), Ficha Epidemiológica Avícola 
Mensal (F.E.A.M.), relatório do SIVCONT e Livro para Registro de Suspeitas de Enfermidades de 
Notificação Obrigatória à OIE. 
 Estes formulários são importantes por facilitar a organização e a consolidaçãodos 
dados e devem ser preenchidos cuidadosamente registrando-se todas as informações 
indicadas, para permitir a análise e a comparação de dados. O investigador poderá acrescentar 
novos itens que considere relevantes para a investigação. Um espaço para observações deve ser 
sempre reservado, visando a anotação de informações que possam ajudar o processo de 
investigação e que não constam no formulário e também que não foram pré-definidas pelo 
investigador. Os dados para preenchimento desses formulários são coletados a partir de 
informações obtidas pelo médico Veterinário Oficial e/ou profissionais liberais, de resultados de 
exames laboratoriais, de perguntas dirigidas ao próprio produtor ou familiares e dependendo 
de agravo, de indivíduos da comunidade. 
 Em virtude da diversidade das características clínico-epidemiológicas, os 
formulários de investigação devem ser específicos para cada tipo de doença ou agravo FORM-
SV, FORM-SH, FORM-SN, FORM-SRN, FORM-AIE, FORM-MORMO e FORM-EQUI. O detalhamento 
das informações previstas depende do estágio do programa de controle. Por isso, deve ser 
sempre atualizado, garantindo a base de dados para o acompanhamento das tendências. 
 O laboratório é um meio importante de apoio para a conclusão diagnóstica. 
Entretanto, em muitas situações não se faz necessário aguardar resultados laboratoriais para se 
iniciar as medidas de controle, que podem ser adotadas com base nas suspeitas, confirmadas ou 
não pelos resultados dos exames. É fundamental se observar rigorosamente as normas técnicas 
para colheita e transporte de material, para que não sejam perdidas amostras colhidas e nem as 
oportunidades diagnósticas. Neste casos de colheita de amostras usar sempre o FORM-LAB. 
22 
 
 c) Busca ativa de casos 
Quando se suspeita que outros casos possam ter ocorrido sem conhecimento 
dos serviços de saúde e da vigilância epidemiológica, a busca ativa de casos torna-se necessária, 
visando o conhecimento da magnitude do evento, o tratamento adequado dos acometidos e a 
ampliação do espectro das medidas de controle. Esta busca; parte integrante da investigação de 
casos; será realizada no espaço geográfico em que se suspeite a existência de fonte ativa de 
contágio. Assim, a busca pode ser restrita a uma propriedade como pode ultrapassar barreiras 
geográficas de municípios, estados ou países, de acordo com circuitos pecuários ou veículos de 
transmissão. Quando isso ocorrer, as equipes das outras áreas devem ser acionadas para 
viabilizar a troca das informações que comporão as anotações da investigação e serão usadas 
para a análise do evento. 
 
d) Busca de pistas 
Para estabelecer a origem da transmissão e conseqüentemente a definição do 
caso, faz-se necessário articular as informações correlacionadas e ter certeza de que as mesmas 
são suficientes. A partir daí, se passa para o que se chama de "busca de pistas". Cabe ao 
investigador optar por aquelas pistas que sejam produtivas para a definição do caso. Algumas 
informações passam, então a ser mais relevantes como: 
. Período de incubação; 
. Presença de outros casos na localidade, por meio de visita ao perifoco; 
. Existência ou não de vetores ligados à transmissibilidade da doença; 
. Grupo etário mais atingido; 
. Fonte de contágio comum (água, alimentação); 
. Modos de transmissão (respiratória ou contato direto); 
. Época em que ocorre (estação). 
A avaliação destas variáveis e de outras, em seu conjunto, fornecerá as pistas 
para a identificação de problema e a tomada de medidas necessárias ao seu controle. 
 
 
 
 
 
23 
 
7 PROCESSAMENTO E ANÁLISE DE DADOS 
Os dados colhidos são consolidados (ordenados) de acordo com as características do 
sistema produtivo (lugar e tempo), em tabelas, gráficos, mapas da área em estudo, fluxo de 
animais e outros. Essa disposição fornecerá uma visão global do evento, permitido a avaliação 
de acordo com as variáveis; tempo, espaço e indivíduos (Quando? Onde? Quem?) e de 
associação causal (Por que? Como?) e devendo ser comparado com períodos semelhantes de 
anos anteriores. 
É importante lembrar que além das freqüências absolutas, o cálculo de indicadores 
epidemiológicos (Incidência, Prevalência, Taxa de natalidade e mortalidade) deve ser realizado 
para efeito de comparação entre populações de tamanhos diferentes. 
A partir do processamento dos dados, deverá se realizada análise criteriosa dos 
mesmos, em maior ou menor complexidade, dependendo dos dados disponíveis e da formação 
profissional da equipe, transformando-os em INFORMAÇÃO capaz de orientar a adoção das 
medidas de controle. Quando mais oportuna for a análise, mais eficiente será o sistema de 
vigilância epidemiológica. 
 
 
8 DECISÃO/AÇÃO 
Todo o sistema de vigilância é montado com o objetivo de entender a ocorrência 
da determinada enfermidade e planejar seu controle, eliminação/erradicação de doenças 
visando impedir novos óbitos e perdas econômicas (diminuição do impacto da doença). Ou seja, 
a vigilância epidemiológica só tem sua razão de ser se for capaz de servir para adoção de 
medidas que impactem as doenças, no sentido da redução da morbimortalidade. Desta forma, 
após a análise dos dados, deverão ser definidas imediatamente as medidas de prevenção e 
controle mais pertinentes à situação. Isso deve ocorrer no nível mais próximo da ocorrência do 
problema, para que a intervenção seja mais oportuna e conseqüentemente mais eficaz 
(Notificação e ação imediata contra a enfermidade). 
 
9 NORMATIZAÇÃO 
 
Para que um sistema de vigilância epidemiológica funcione com eficiência e eficácia, faz-
se necessário que se estabeleçam normas técnicas capazes de uniformizar procedimentos e 
viabilizar a compatibilidade de dados e informações. Estas normas têm que ser claras e 
repassadas para os diversos níveis do sistema, por meio de manuais, cursos, etc. 
24 
 
A elaboração de normas é atribuição dos três níveis do Sistema: Federal, Estadual e 
Municipal, de acordo com a relação de doenças e agravos que foi estabelecida. As normas sobre 
as doenças e agravos de interesse epidemiológico no país têm que estar compatibilizadas em 
todos os níveis do sistema de vigilância, para possibilitar a realização de análises e de avaliações 
coerentes, qualitativa e quantitativamente. Nesse sentido, as orientações técnicas e 
operacionais emanadas dos órgãos centrais do sistema, devem ser consideradas e adaptadas à 
realidade de cada área. Da mesma forma, se procede com as doenças e agravos de interesse 
Estadual. Aquelas patologias de notificação compulsória exclusiva no âmbito municipal, também 
devem ter seus conteúdos de ações normatizados, neste nível do sistema. 
As normas elaboradas pelo Serviço Veterinário Oficial do estado do Paraná em relação à 
notificação de enfermidades são: 
• RESOLUÇÃO 278 de 23/02/2009 que define a Ficha Epidemiológica como 
formulário oficial para notificação de enfermidades que acometem os animais 
de produção do estado do Paraná. Disponível em: 
http://www.adapar.pr.gov.br/arquivos/File/GSA/EPIDEMIOLOGIA/RESOLUCA
O_DIGITAL_278_23_12_2009.pdf 
 
• INSTRUÇÃO DE SERVIÇO 001 de 12/04/2011 que instrui os procedimentos 
operacionais referentes a Resolução 278/2009. Disponível em: 
http://www.adapar.pr.gov.br/arquivos/File/GSA/EPIDEMIOLOGIA/is_01_2011
_ddsa.pdf 
 
 
10 RETROALIMENTAÇÃO DO SISTEMA 
 
A função de retroalimentação do sistema é fundamental para mantê-lo funcionando. A 
devolução de informações aos níveis de menor complexidade, desde uma análise mais 
específica ao notificante até a mais complexa da situação epidemiológica de uma determinada 
região, é fundamental para assegurar a credibilidade do sistema,uma vez que os profissionais e 
pessoas da comunidade que o alimentam, devem ser mantidos informados. Além disso, a 
retroalimentação é a peça importante de subsídios para reformular os programas, nos seus 
diversos níveis. Será tanto mais útil quanto melhor for a qualidade da informação gerada, pois a 
continuidade da política e do programa de controle, ou as propostas de modificações, estão na 
dependência deste mecanismo. 
25 
 
A retroalimentação terá por base os resultados de investigação e a análise de dados e se 
efetivará por meio de informes e análises epidemiológicas locais, regionais, estaduais, macro 
regionais e nacionais. Esta função deve ser estimulada em todos níveis, para que a devolução da 
informação seja útil e alcance a oportunidade desejada. A periodicidade e os instrumentos de 
retroalimentação dependem da política de informação de cada nível institucional. 
No nível federal o retorno das informações é feito sistematicamente de acordo com a 
oportunidade de cada enfermidade. As de maior impacto no agronegócio e de caráter 
epidêmico são notificadas semanalmente por meio do INFORME SEMANAL DE DOENÇAS 
VESICULARES, HEMORRÁGICAS DOS SUINOS. 
Disponíveis em: 
http://www.adapar.pr.gov.br/modules/conteudo/conteudo.php?conteudo=94 
 
Já em nível estadual a Epidemiologia Veterinária da ADAPAR retorna as informações 
semanais por meio de um mapa nosográfico disponível todas as quartas feiras em : 
http://www.adapar.pr.gov.br/modules/conteudo/conteudo.php?conteudo=94 
Assim como mensagem eletrônica enviada semanalmente (QUARTAS FEIRAS) às ULSAs, 
URs, CDME, GAT, GTRA e SIP contendo o Memorando Circular referente ao período 
26 
 
imediatamente anterior (de domingo a sábado), que descreve as ocorrências sanitárias 
notificadas à ADAPAR no respectivo período. 
Notas Técnicas emitidas pelo MAPA/SDA/DSA e da ADAPAR/GSA, sobre eventuais 
emergências sanitária também são formas de comunicação de retorno sobre os eventos 
sanitários emergenciais. 
Ainda em nível estadual, a ADAPAR disponibiliza informes mensais relativos às 
enfermidades listadas na categoria 4 das enfermidades de notificação obrigatória, as 
endêmicas, por meio da: FICHA EPIDEMIOLÓGICA MENSAL*, FICHA EPIDEMIOLÓGICA AVÍCOLA 
MENSAL e INFORME MENSAL DA RAIVA em: 
http://www.adapar.pr.gov.br/modules/conteudo/conteudo.php?conteudo=94 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
*FICHA EPIDEMIOLÓGICA MENSAL & FICHA EPIDEMIOLÓGICA AVÍCOLA MENSAL. 
Trata-se de documentos oficiais de notificação rotineira de enfermidades ao Serviço de 
Defesa Sanitária Animal do Estado do Paraná. Estas fichas eram preenchidas em papel e 
inicialmente distribuídas aos Médicos Veterinários credenciados para emissão de documentos em 
nome do Serviço Oficial (Médicos Veterinários credenciados para emissão da G.T.A.) sob 
supervisão da Defesa. Passou por uma segunda etapa, proporcionando acesso à todos os Médicos 
Veterinários que atuem dentro do Estado do Paraná (Autônomos, Clínicas Veterinárias, 
Laboratórios de Patologia Animal, Escolas de Veterinária, Hospitais Veterinários, Integrações, 
Cooperativas e outros profissionais que por ventura trabalhem com diagnóstico de enfermidades 
nos animais),por meio do Sistema de Notificação de Enfermidades dos Animais. Disponível em: 
http://celepar7.pr.gov.br/gta/ 
A presença de informações sobre ocorrência de enfermidades nos rebanhos é um indicador 
de que há vigilância ativa no Estado. As informações freqüentes, ágeis, detalhadas e consistentes 
dos casos de enfermidades em todo o território do Estado, garante confiabilidade ao Sistema de 
Informação da DSA. 
Isto implica em dizer que quando informamos que estamos livres de casos clínicos de Febre 
Aftosa nos últimos 12 meses e livre de casos clínicos de Peste Suína Clássica, aos países 
interessados em comprar animais ou produtos de origem animal, o comprador tem segurança em 
importar estes produtos sem correr risco de levar estas enfermidades para o seu país. Desta 
forma, as fronteiras sanitárias são transpassadas sem servir de empecilho para o livre comércio 
dos produtos de origem animal. 
 
27 
 
11 SISTEMA DE INFORMAÇÃO ZOOSANITÁRIA – SIZ 
 
Trata-se de procedimentos sistemáticos e permanentes, por meio dos quais o SVO do 
Brasil, na esfera nacional, toma conhecimento dos eventos relacionados com a presença de 
doenças em uma determinada área geográfica. 
 Esta vigilância é realizada pelo conjunto de atores do Serviço de Defesa Sanitária Animal 
Oficial, criando as bases para o conhecimento da realidade e definindo o papel de cada ator. 
O Sistema Nacional de Informação Zoossanitária – SIZ, faz parte do Sistema Brasileiro 
de Vigilância e Emergências Veterinárias – SisBraVet, e se fundamenta nos dados e 
informações sobre ocorrência das doenças animais no País, bem como em outras informações 
de interesse para a saúde animal. Tem como principais objetivos criar, coletar e divulgar 
informações zoossanitárias para subsidiar a elaboração, implantação e avaliação das estratégias 
e ações de vigilância, prevenção, controle e erradicação de doenças animais; permitir a 
certificação zoossanitária nacional frente a organizações internacionais, aos Estados membros 
do Mercosul e a países terceiros ou blocos econômicos com os quais o Brasil mantém relações 
comerciais; e apresentar-se como fonte de informações para outros setores públicos nos 
âmbitos nacional e estadual (exemplos no âmbito nacional: Ministério da Saúde – MS; Instituto 
Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – IBAMA; Ministério da 
Ciência Tecnologia e Inovação – MCTI; Agência Brasileira de Inteligência – ABIN), universidades, 
pesquisadores, setor privado e comunidade em geral. 
A alimentação do banco de dados é realizada por meio do registro de dados e 
informações oriundas de diversas fontes relacionadas ao serviço veterinário (oficial e privado), 
instituições das áreas de saúde pública, meio ambiente, segurança nacional, educação e 
pesquisa, além de setores da iniciativa privada. Estes dados e informações referem-se aos 
resultados de atividades de fiscalização e vigilância conduzidas pelo serviço veterinário oficial – 
SVO (autoridade competente, no âmbito estadual ou federal), em especial os atendimentos a 
notificações de casos suspeitos ou confirmados de doenças animais e achados em matadouros. 
O SVO também avalia, registra e consolida dados e informações oriundos de atendimentos 
realizados pelos profissionais da iniciativa privada ligados a área da saúde animal; trabalhos 
desenvolvidos por instituições de ensino e pesquisa; e ocorrências de doenças sob controle de 
outras instituições públicas. 
A responsabilidade pela manutenção do SIZ é do Ministério da Agricultura, Pecuária e 
Abastecimento – MAPA, cabendo aos estados, Distrito Federal e municípios a responsabilidade 
28 
 
pelo fornecimento dos dados primários e informações locais (Decreto 5.741, de 30 de março de 
2006). 
 O Sistema de Informações em Sanidade Animal da ADAPAR, gerenciado pela 
Epidemiologia Veterinária, tem como propósito conhecer os riscos de ocorrência de 
enfermidades, no espaço e no tempo, prever áreas e momentos de riscos, permitindo 
estabelecer medidas ao tempo em que conhecemos a realidade sanitária, analisando de forma 
rotineira o comportamento de determinada enfermidade no contexto dos diferentes fatores 
que incidem sobre a sua apresentação e possibilitem ações preventivas, de controle ou 
erradicação. 
 Uma das formas de apresentação dos dados obtidos pelas atividades de vigilância 
epidemiológica é a de Mapas Nosográficos (apresentam a distribuição espacial no território 
nacional, das principaisenfermidades que acometem os rebanhos). Os mecanismos de operação 
estão baseados em metodologia que subdivide o mapa dos Estados Federativos e do País em 
coordenadas geográficas, denominados quadrantes, que podem ser: 
• Federais (variando na coluna/vertical do mapa, entre 111 e 127, na linha/horizontal 
do mapa, entre 081 e 107). 
• Estaduais (variando na coluna/vertical do mapa, entre 001 a 190, na linha/horizontal 
do mapa, entre 001 a 270). 
 
Figura 4. Mapa Nosográfico das principais doenças dos rebanhos do 
Paraná. 
 
29 
 
 
Todas as ULSAs possuem, um Mapa Nosográfico das Principais Doenças dos Rebanhos 
do Paraná. Esse mapa é de uso exclusivo para localização das doenças sob programa da DSA. 
 Ele deve ser fixado em uma parede que seja de fácil visualização e acesso aos produtores 
e interessados. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Estes sistemas de quadrantes estão estruturados nas Unidades Técnico Administrativas 
dos Serviços Veterinários dos Estados - UNIDADES VETERINÁRIAS LOCAIS - UVLs – ou Unidades 
Locais de Sanidade Agropecuária - ULSAs, constituindo-se em Unidades Espaciais para 
observação, registro e comunicação de eventos sanitários e manejo zoosanitário, tais como 
Instruções para uso do mapa. 
• O mapa deve ser atualizado semanalmente ou sempre que tiver um informe de 
emergência. 
• Devem ser respeitadas as cores que estão na tabela de doenças a legenda do mapa, 
para marcar cada foco de acordo com a cor respectiva da doença. 
• Caso = refere-se ao indivíduo, ou seja, ao animal doente ou infectado pela doença 
em estudo. 
• Foco = refere-se à propriedade onde existe pelo menos um caso da doença. 
• Para marcar os focos de doenças sob programa, usar as coordenadas estaduais que 
estão nos formulários de investigação epidemiológica. 
• A latitude (H-linha horizontal) é o arco sobre o meridiano que passa pelo ponto de 
interesse, contado do Equador até o referido ponto, no sentido Norte/Sul (S). Sua 
variação no mapa do Paraná em escala 1:600.000, vai de 001 a 190 para o caso da 
coordenada estadual (grid menor que forma a malha estadual de cada quadrante, 
medindo 0,4cm ) de 111 a 127 para o caso da coordenada Federal (grid maior que 
forma a malha federal de cada quadrante e que no seu interior contém 10 
coordenadas estaduais.) 
• A longitude (V-linha vertical) é o arco contado sobre o Equador que vai de Greenwich 
ao meridiano que passa pelo ponto de interesse, no sentido Leste/Oeste (W). Sua 
variação no mapa do Paraná em escala 1:600.000, vai de 001 a 270 para o caso da 
coordenada estadual (grid menor que forma a malha de cada quadrante, medindo 
0,4cm ) de 111 a 127 para o caso da coordenada Federal grid maior que forma a 
30 
 
cadastramento de propriedades, entradas e saídas de animais, mortes e nascimentos de 
animais, vacinações, intervenções veterinárias e atenção profissional veterinária; tendo como 
fontes de informação os proprietários, os veterinários credenciados, os laboratórios, as casas 
revendedores de produtos veterinários, ele. Existem no país em janeiro de 2014, 1685 UVLs 
além dos Serviços de Defesa Sanitária Animal do Ministério da Agricultura, do Abastecimento 
MAPA – que participam do Sistema de Informação. 
Cada Estado, conta com as suas Unidades Veterinárias Locais -UVLs- as quais tem 
responsabilidade sobre uma determinada área e número de quadrantes e funcionam como 
mecanismo sensorial na captação, registro, mensuração, tomadas de decisão e ação nos 
eventos sanitários, além de enviar a informação às instâncias superiores estaduais. No caso do 
Paraná, as informações são enviadas à Epidemiologia Veterinária da GSA. 
Esta informação dirigida às instâncias superiores tem caráter semanal quando a doença 
tem apresentação epidêmica e imediata, quando esporádica, ocasional ou indene. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
De outro lado os Estados, nos seus Serviços Veterinários, contam com Unidades Centrais 
Estaduais (Epidemiologia Veterinária no caso do Paraná) que tabulam, consolidam, avaliam e 
elaboram relatórios mensais ou anuais, emitem relatórios e recomendações a nível estadual 
chegando as ULSAs como retroalimentação. As Unidades da Federação contam com uma 
cobertura laboratorial e em alguns estados, como o Paraná, com laboratórios locais (CDME). 
Para as enfermidades vesiculares, o Brasil conta ainda com o laboratório de Referência para as 
Américas no Centro Pan-americano de Febre Aftosa no Rio de Janeiro, algumas Universidades e 
Instituições de pesquisa credenciadas como laboratórios de referência para doenças das aves e 
Resíduos Biológicos. Este sistema de laboratórios está inserido no Sistema de Informação, como 
membro ativo do mesmo. 
A cronologia da informação semanal no Paraná é a que segue: 
� Da ULSA para o Supervisor Regional: até as 17:00 horas de todas as 
segundas-feiras. 
� Do Supervisor Regional para a Epidemiologia Veterinária: até as 10:00 horas 
de todas as terças-feiras. 
� Da Epidemiologia Veterinária para a SFA-Pr, DEP/Brasília e SIVCONT: até as 
16:00 horas de todas as quartas-feiras. 
 
31 
 
Nos Estados, a Epidemiologia, transmite para o Serviço de Informação e Comunicação 
Zoossanitária da Divisão de Epidemiologia do Departamento de Defesa Animal em Brasília, 
informes semanais e mensais dentro dos critérios mencionados no fluxo de comunicação entre 
as Unidades Veterinárias Locais e a Unidade Central Estadual. 
No serviço de Informação e Comunicação Zoosanitária em Brasília, as informações 
recebidas são consolidadas, tabuladas e analisadas, mediante o uso da informática, formando 
bancos de dados e encaminhados aos emitentes dos Estados para retroalimentação, informes 
semanais e mensais, os primeiros por meio de mapas Nacionais subdivididos em quadrantes e 
os mensais contendo tabulações e mapas descritivos. 
Considerando que todos estejam engajados no Sistema de Informação Continental-
SiVCont, Brasília envia as informações acima descritas e nos períodos assinalados ao Centro 
Panamericano de Febre Aftosa, no Rio de Janeiro, os relatórios semanais por correio eletrônico 
e os mensais por correio. 
Os informes emitidos acima descritos são endereçados a todos a Estados, a Instituições 
Internacionais pertinentes, a países específicos sob convênio, ao Ministério das Relações 
Exteriores - ITAMARATI e a União Européia (Figura 5). 
O Sistema de Informação dá amplo conhecimento, do banco disponível de dados, 
mediante arquivos eletrônicos ou impressos aos Gerentes de Programas que respondem pelas 
áreas normativas e operacionais. 
Em alguns Estados e em algumas de suas Unidades Veterinárias Locais o cadastramento, 
o registro zoosanitário, a captação da informação e tomada de decisão é realizada 
eletronicamente, mediante sistema informatizado ou mediante correio eletrônico, no caso do 
Paraná por meio do epidemio@adapar.pr.gov.br, e do http://celepar7.pr.gov.br/gta/ 
 Em outros Estados, existem sistemas informatizados com programas utilizados a nível 
central em Brasília e outros com o uso de planilhas eletrônicas. 
 Atualmente a informação de campo de à Unidade Central Estadual e desta, para Brasília 
é feita por correio eletrônico. 
 
 
 
 
 
 
32 
 
FIGURA 5. Esquema do Sistema de Informação em Saúde Animal. 
 
 
 
 
 
 
 
 
12 SANIDADE ANIMAL NO MUNDO 
 
Uma das missões da OIE é garantir a transparência da situação da saúde animal no 
mundo, inclusive das zoonoses, além de melhorar o conhecimento que se tem sobre elas. 
Entre as obrigações do país membro da OIE, está o envio oportuno e transparente dasinformações sobre as enfermidades animais presentes em seu território. Para viabilizar e 
facilitar esta operação periódica, a OIE criou e administra um sistema mundial de informação 
zoossanitária chamado WAHIS - World Animal Health Information Sistem, 
http://www.oie.int/wahis_2/public/index.php/home ligado com a interface da base de dados 
chamada de WAHID - World Animal Health Information Database, 
http://www.oie.int/wahis_2/public/wahid.php/Wahidhome/Home que proporciona acesso 
público a toda informação incluída na referida base de dados do WAHIS assim que seja validada 
e disponibilizada pela OIE. Estes instrumentos melhoram a transparência, eficácia e rapidez com 
que se difunde a informação sobre saúde animal em todo o mundo. 
Além do WAHID, foi criada uma série de páginas específicas para a IAAP- Influenza 
Aviária de Alta Patogenicidade - http://www.oie.int/es/sanidad-animal-en-el-
mundo/actualizacion-sobre-la-influenza-aviar/2013/ e outra sobre a EEB - Encefalopatia 
Espongiforme Bovina - http://www.oie.int/es/sanidad-animal-en-el-mundo/datos-especificos-
de-eeb/ para consulta direta e pública que são atualizadas sistematicamente. 
Há também informações sobre os procedimentos e requisitos oficiais da OIE para o 
reconhecimento da condição zoossanitária do país membro, para EEB - Encefalopatia 
Espongiforme Bovina - http://www.oie.int/?id=179&L=2 PCB - Pleuropneumonia Contagiosa 
Bovina - http://www.oie.int/?id=178&L=2 - http://www.oie.int/?id=180&L=2 , FA - Febre 
Itamaraty, UE, CVP, 
Acordos Bilaterais. 
 
33 
 
Aftosa - http://www.oie.int/?id=181&L=2 , PB- Peste Bovina - http://www.oie.int/?id=180&L=2 
e PE- Peste Eqüina - http://www.oie.int/?id=1789&L=2 além de ter informações sobre a 
condição sanitária oficialmente reconhecida pela OIE de cada país. 
 Visando melhorar a eficácia do sistema de informação zoossanitária, em 2002 a OIE 
estendeu a fonte de informações sobre possíveis eventos sanitários de importância ao comércio 
internacional, incluindo os rumores e as informações não oficiais referentes à situação sanitária 
do país ou de regiões sendo solicitadas depois de análise da informação, posterior confirmação 
oficial e sua eventual publicação. 
Os procedimentos de busca ativa usados dos pela OIE, consistem em: 
• Procurar informações sanitárias não oficiais e rumores difundidos pelos meios de 
comunicação ou redes como GPHIN (Global Public Health Intelligence Network) da 
Organização de Saúde Pública do Canadá e pelo ProMed - http://www.promedmail.org/ 
 assim como revistas e publicações científicas. 
• Coletar os informes dos Laboratórios de referência da OIE, cujo compromisso inclui 
informar ao Delegado do país correspondente e a OIE sobre qualquer resultado POSITI 
VO de uma enfermidade da lista da OIE. 
• Identificar o evento sanitário encontrado: enfermidade suspeita, sinais clínicos, 
localização geográfica, espécies afetadas, etc... 
• Analisar a credibilidade da fonte. 
• Analisar a pertinência da informação e situa-la dentro do contexto sanitário do país com 
relação ao cumprimento das obrigações de notificação a OIE, por parte do país sob 
suspeita. 
• Identificar se a informação se refere a um evento excepcional e deve ser objeto de uma 
ação imediata, para o caso de confirmação oficial que seja feita uma notificação 
imediata do evento. Ao contrário, se trata de uma informação relativa a uma 
enfermidade presente ou de casos humanos de zoonoses, terá que aguardar esta 
informação para apurar se foram registrados nos informes semestrais ou anuais 
correspondentes. 
• De acordo com a análise anterior, contatar com o Delegado do país ou território 
membro e informa-lo do evento identificado e de sua pertinência. Se o evento for 
confirmado e não tinha sido comunicado, será solicitada uma notificação oficial do país 
membro para a OIE. 
 
34 
 
13 BIBLIOGRAFIA CONSULTADA: 
 
 
BRASIL, Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Manual do Sistema Nacional de 
Informação Zoossanitária - SIZ/Ministério da Agricultura. – Brasília: MAPA/ACS, 2013. 40p. 
Disponível em: 
http://www.agricultura.gov.br/arq_editor/file/Manual%20SIZ/Manual_SIZ_09_12_2013.pdf 
 
FISK, D. (1959) Dr Jenner of Baltimore. William Heinemann. London. 
 
FORD, J. (1971). The Role of the Trypanosomiase in African Ecology: A study of the Tse-tse Fly 
Problem, Clarendon Press, Oxford. 
 
KARSTAD, L. (1962) Epizootiology in disease investigations. Canadian Veterinary Journal. 3. 
145-149. 
 
MONTGOMERY, R. D., STEIN, G., STOTTS, V.D. and SETTLE, F.H. (1979) The 1978 epornitic of 
avian cholera on the Chesapeake Bay. Avian Diseases, 23, 966-978. 
 
OPAS / OMS – Epidemiologia y Control de las enfermedades transmitidas por vectores.- 
Publicaciones Científicas Nº 105, outubro de 1964. 
 
SCHWABE, C. W. (1984) Veterinary Medicine and Human Health, 3rd edn. Williams and Wilkins, 
Baltimore and London. 
 
THRUSFIELD.M.V.- Epidemiologia Veterinária – Michael Thrusfield : (Tradução. Elizabeth 
Oliveira da Costa Freitas Guimarães) – São Paulo : Roca. 2004. 
 
WILESMITH, J. W., WELLS, G.A.H., GRANWELL, M.P. and RYAN, J.B.M. (1988) Bovine 
spongiform encephalopathy; epidemiological studies. Veterinary Record. 123, 638-644. 
 
 
 
 
 
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