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SP2 - ABRANGÊNCIA DAS AÇÕES DE SAÚDE (Febre Amarela, SUS, Sistema de Registro de Dados)

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ABRANGÊNCIA DAS AÇÕES DE SAÚDE 
CASO 2 
 
OBJETIVO 1: Caracterizar a história natural da doença (febre 
amarela) 
A história natural de uma doença é uma descrição, ou 
seja, algo que possui uma evolução, do processo de 
adoecimento de um indivíduo até sua cura ou morte. 
Trata-se de um estudo que acaba sendo um 
instrumento necessário, pois aponta quais métodos 
podem ser utilizados na prevenção e no controle. 
A história natural da doença é todo tipo de interação 
entre três elementos: 
 
Dizemos então que esses três elementos são uma 
tríade epidemiológica de onde é preciso reconhecer: 
• Hospedeiro: se homem - idade, sexo, estado 
civil, ocupação, escolaridade, características 
genéticas, história patológica pregressa, 
estado imunológico e estado emocional; se 
animal – qual o animal, qual a espécie 
• Agente: biológico (microrganismos), químicos 
(mercúrio, álcool, medicamentos), físicos 
(trauma, calor, radiação) e nutricionais 
(carência, excesso) 
• Ambiente: determinantes físico-químicos 
(temperatura, umidade, poluição, acidentes), 
determinantes biológicos (acidentes, 
infecções) e determinantes sociais 
(comportamentos, organização social) 
 
➢ Fases da história natural da doença: A história natural 
da doença possui dois períodos, que acontecem de 
forma subsequente: 
• período epidemiológico; 
• período patológico. 
Durante a fase epidemiológica, conhecida também 
como pré-patológica, a doença ocorre quando há uma 
ruptura no equilíbrio da saúde do hospedeiro, que 
acaba sendo influenciada pelos determinantes que 
contribuem para que a doença aconteça, 
especialmente quando o hospedeiro está exposto a 
certos riscos. 
O período patológico vem a seguir, quando: 
• já ocorreu a contaminação e a doença já se 
desenvolveu; 
• os sintomas da doença começam a se manifestar; 
• o corpo começa a sofrer com as perturbações 
causadas pelo hospedeiro. 
 
Se não houver tratamento durante a fase do 
desenrolar fisiopatológico e clínico da doença, o 
quadro da enfermidade pode evoluir para sequelas 
permanentes ou até a morte. 
 
➢ É importante dizer que, na expressão “história natural 
da doença”, a palavra “natural” refere-se ao lado 
biológico da doença. Ela não deve ser considerada 
como oposição ou até mesmo como uma negação à 
questão histórica/ social da doença. Na verdade, aqui 
o natural (biológico) e o social têm, cada um, seu papel 
e não se excluem. 
 
 
 
➢ Dizendo de outra maneira, para definirmos quais são 
os atos preventivos em relação a uma determinada 
enfermidade, é preciso estar ciente de alguns aspectos: 
• os fatores de risco que contribuem para que a doença 
aconteça; 
• os sintomas que um indivíduo com determinada 
doença pode apresentar; 
• como se manifesta a evolução da doença ao longo do 
tempo. 
Conhecendo esses aspectos, fica mais fácil traçar um 
plano de combate e prevenção à doença. 
 
➢ Um pouco sobre a Febre Amarela: A febre amarela é 
uma doença infecciosa não contagiosa que se mantém 
endêmica ou enzoótica nas florestas tropicais da 
América e África causando periodicamente surtos 
isolados ou epidemias de maior ou menor impacto em 
saúde pública, sendo transmitida ao homem mediante 
a picada de insetos hematófagos da família Culicidae, 
em especial dos gêneros Aedes e Haemagogus. 
Os pacientes mais acometidos são geralmente 
indivíduos jovens, do sexo masculino, realizando 
atividades agropecuárias e de extração de madeira, 
bem como ecoturistas que se embrenham nas matas 
sem vacinação prévia. 
Clinicamente, a febre amarela pode se apresentar 
assintomática, oligossintomática, moderada, grave e 
maligna. Pode ser prevenida pelo uso da vacinação 
anti-amarílica mediante aplicação da vacina 17D, uma 
das vacinas de vírus vivo atenuado mais seguras e 
eficazes; recomenda-se a revacinação a cada 10 ano. 
O vírus da febre amarela pertence ao gênero Flavivirus 
da família Flaviviridae. Ele pertence ao mesmo gênero 
e família de outros vírus responsáveis por doença no 
homem, entre os quais o Dengue. 
 
➢ A febre amarela é uma doença hemorrágica viral, como 
a dengue e o ebola. Ela é causada por um vírus de RNA 
transmitido por um mosquito Aedes aegypti ou 
Haemagogus – apenas as fêmeas infectadas podem, de 
fato, transmitir a doença e picam principalmente 
durante o dia. Em cerca de 80% dos casos, as infecções 
provocam nenhum sintoma ou sintomas leves, 
semelhantes à gripe ou malária, e geralmente 
desaparecem de 3 a 4 dias. Em cerca de 20% dos casos, 
a doença é muito mais grave e outros sintomas são 
desenvolvidos: icterícia (daí o nome febre amarela), 
distúrbios renais, sangramento intenso, convulsões e 
até coma. Embora tenha sido descoberto há 90 anos, 
ainda não há medicamento específico para o 
tratamento da doença – os pacientes só podem ser 
ajudados a superar a doença tratando os sintomas. 
Então, a prevenção é crucial. Para reduzir o risco de 
picadas de mosquito, é necessária uma proteção 
pessoal com uso de repelente, redes protetoras de 
portas e janelas, mosqueteiros. Além disso, o controle 
vetorial é muito importante, isso inclui: eliminação de 
água parada (criadouro), uso de inseticidas e 
fumigação para eliminação do inseto adulto. 
➢ Ciclos de transmissão: O vírus da febre amarela 
mantém-se em dois ciclos básicos: um ciclo urbano 
simples do tipo homem-mosquito onde o Aedes 
aegypti responsabiliza-se pela disseminação da doença 
e, outro, silvestre complexo, onde várias espécies de 
mosquitos responsáveis pela transmissão diferem: na 
África, os mosquitos Aedes e na América os mosquitos 
Haemagogus e Sabethes. 
 
➢ Ciclo urbano: neste ciclo, a transmissão pelo Aedes 
aegypti é feita diretamente ao homem sem necessitar 
da presença de hospedeiros amplificadores, ou 
melhor, o próprio homem infectado e em fase virêmica 
atua como amplificador e disseminador do vírus na 
população. Em geral, também é o homem que introduz 
o vírus numa área urbana. Uma vez introduzido o vírus 
no ambiente urbano, o paciente infectado 
desenvolverá viremia, pode expressar a doença e servir 
de fonte de infecção a novos mosquitos (Aedes 
aegypti). Assim, o ciclo se perpetua, até que se 
esgotem os suscetíveis ou se realize vacinação em 
massa da população para bloquear a transmissão. 
 
HND: os mosquitos transmissores do vírus são fêmeas 
hematófagas, ou sejam, se alimentam de sangue. Ao 
picarem primatas infectados, que pode ser macacos ou 
humanos, o vírus infecta o intestino do mosquito e 
migra para as glândulas salivares e permanecem ali até 
que o mosquito se alimente novamente. O vírus então 
é inoculado em outro primata, a exemplo o ser 
humano, por meio da picada. Ao entrar na corrente 
sanguínea, o vírus infecta as células do sangue para se 
multiplicar. Após uma grande multiplicação do vírus, 
ele passa para outras partes do corpo, como rins, 
fígado e baço, causando inflamações. 
 
➢ Ciclos silvestres: envolve a transmissão do vírus entre 
primatas como, por exemplo, macacos bugios, e 
espécies de mosquitos encontrados na floresta, como 
Haemagogus e Sabethes. Mas o mosquito pode 
transmitir o vírus para os humanos quando entramos 
nas regiões de matas (trabalho ou turismo). 
Além de complexo, é ainda imperfeitamente 
compreendido e varia de acordo com a região onde 
ocorre. Na África, por exemplo, várias espécies de 
mosquitos do gênero Aedes têm sido associados com a 
transmissão. Os mosquitos, além de serem 
transmissores, são os reservatórios do vírus, desde que 
uma vez infectados assim permanecem por toda a sua 
vida, ao contrário dos macacos que, como os homens, 
ao se infectarem morrem ou se curam, e ficam imunes 
para sempre. Portanto, os macacos atuam tão somente 
como hospedeiros amplificadores da virose. 
A febre amarela silvestre é transmitida através da 
picada de mosquitos Haemagogus, que vivem em 
matas e vegetações. Quando o mosquito infectadopica 
um macaco, ele adoece e torna-se uma fonte de 
transmissão do vírus para outros mosquitos. Esses 
mesmos mosquitos infectados podem picar o homem 
que entra em contato com a área de transmissão. 
 
Uma pessoa não transmite a doença 
diretamente para outra; o macaco 
também não transmite a doença. É 
imprescindível a presença de 
mosquitos infectados agindo como 
vetores para que haja transmissão. 
 
 
 
 
✓ Período de Incubação: de três a seis 
dias após a picada do mosquito 
infectado. 
✓ Período de Transmissibilidade: o 
sangue dos doentes é infectante 
para os mosquitos cerca de 24-48 hs 
antes do aparecimento dos 
sintomas, de três a cinco dias após o 
início da doença. O período de 
incubação extrínseco no Aedes 
aegypti, dura, em média, de nove a 
doze dias. Uma vez infectado, o 
mosquito pode transmitir o vírus 
amarílico durante toda sua vida (3 a 
4 meses). 
 
OBJETIVO 2: Conhecer as ações preventivas dos níveis primário, 
secundário e terciário, relacionado a história natural da doença; 
➢ Para muitos autores incluindo Leavell & Clark 
(propuseram o modelo da história natural da doença 
composto por três níveis de prevenção: primaria, 
secundaria e terciaria) é possível identificar distintos 
momentos da “história natural das doenças” 
orientando-se pela vertente epidemiológica desse 
conceito, ou seja, não se limitando às considerações 
fisiopatológicas ou anatamo-clínicas da descrição das 
patologias. Do ponto de vista epidemiológico pode-se 
distinguir 4 fases de evolução, associados por sua vez à 
distintos níveis de prevenção por ações de saúde: 
• Fase inicial ou de susceptibilidade. – é o 
período que antecede às manifestações 
clínicas das doenças. Nessa fase, as medidas 
preventivas à doença são de promoção 
primaria, que seria: quarentena, higiene 
pessoal, vacinação, recomendação para 
utilização de equipamentos de proteção 
individual nos ambientes de trabalho etc. 
• Fase patológica pré-clínica – Nessa fase, do 
ponto de vista clínico, a doença ainda está no 
estágio de ausência de sintomatologia, embora 
o organismo já apresente alterações 
patológicas. Nessa fase, as intervenções 
necessárias são de diagnóstico precoce, a 
chama prevenção secundária – aí entra 
tecnologias de rastreio como o teste do 
pezinho, exames periódicos de saúde, procura 
de casos por agentes da vigilância 
epidemiológica etc. 
• Fase clínica – Ainda no período da patogênese 
da história natural das doenças a fase de 
manifestação clínica corresponde à expressão 
patognomônica em diferentes estágios de 
dano. As medidas profiláticas nessa fase são 
também denominadas prevenção 
secundária e correspondem ao tratamento 
adequado para interromper o processo 
mórbido e evitar futuras complicações e 
sequelas. 
• Fase de incapacidade residual – Na vertente 
patológica da concepção da evolução clínica, 
essa fase corresponde à adaptação ao meio 
ambiente como as sequelas produzidas pela 
doença e/ou ao controle (estabilização) das 
manifestações clínicas das doenças crônicas. 
Aqui entra o último nível de prevenção, a 
terciaria, que seria: A prestação de serviços de 
reabilitação em nível hospitalar ou 
ambulatorial, terapia ocupacional, reabilitação 
psicossocial etc. 
 
➢ Primária (promoção da saúde e proteção específica): A 
promoção da saúde aparece como prevenção primária, 
confundindo-se com a prevenção referente à proteção 
específica (vacinação, por exemplo). Corresponde a 
medidas gerais, educativas, que objetivam melhorar a 
resistência e o bem-estar geral dos indivíduos 
(comportamentos alimentares, exercício físico e 
repouso, contenção de estresse, não ingestão de 
drogas ou de tabaco), para que resistam às agressões 
dos agentes. Também diz respeito a ações de 
orientação para cuidados com o ambiente, para que 
esse não favoreça o desenvolvimento de agentes 
etiológicos (comportamentos higiênicos relacionados à 
habitação e aos entornos). 
 
➢ Secundária (diagnóstico e tratamento precoce; 
limitação da invalidez): Engloba estratégias 
populacionais para detecção precoce de doenças, 
como por exemplo, o rastreamento de câncer de colo 
uterino. Também contempla ações com indivíduos 
doentes ou acidentados com diagnósticos 
confirmados, para que se curem ou mantenham-se 
funcionalmente sadios, evitando complicações e 
mortes prematuras. Isto se dá por meio de práticas 
clínicas preventivas e de educação em saúde, 
objetivando a adoção/mudança de comportamentos 
(alimentares, atividades físicas etc.) 
 
➢ Terciária (reabilitação): Consiste no cuidado de sujeitos 
com sequelas de doenças ou acidentes, visando a 
recuperação ou a manutenção em equilíbrio funcional. 
 
➢ Alguns ainda consideram a Prevenção Quaternária. 
Esse nível foi desenvolvido pelo médico Marc Jamoulle 
(Médico de familia. Investigador em Cuidados de Saúde 
Primários, Charleroi, Belgica) em 1995, e está 
relacionada não ao risco de doença, mas ao risco por 
excesso de medicalização desnecessária – conjunto de 
medidas para evitar intervenções desnecessárias e 
diminuir efeitos adversos dos tratamentos. 
 
 
➢ A prevenção primária refere-se a ações relacionadas 
aos determinantes de adoecimentos ou agravos que 
incidem sobre indivíduos e comunidades de modo a 
buscar impedir os processos patogênicos antes que 
eles se iniciem. A prevenção primária subdivide-se, por 
sua vez, em dois níveis: a promoção da saúde e a 
proteção específica: 
• Prevenção - refere-se, como apontado acima, 
a ações que incidem sobre melhorias gerais nas 
condições de vida de indivíduos, famílias e 
comunidades, beneficiando a saúde e a 
qualidade de vida de modo geral. Ex: 
Saneamento básico, com distribuição de água 
potável e esgotamento sanitário; disposição e 
coleta de lixo adequadas; boas condições de 
moradia, nutrição, trabalho e transporte; 
acesso a serviços etc. 
• O exemplo clássico de ação preventiva para 
proteção específica é a vacinação, ação que 
imuniza os suscetíveis contra um agente 
infeccioso, reduzindo as chances de que, ao 
entrar em contato com esse agente, os 
indivíduos sejam infectados, adoeçam, ou 
desenvolvam formas graves da doença. 
Podemos ainda citar como exemplos de 
medidas de proteção específica, o combate 
aos criadouros domiciliares do aedes egypti 
para o controle da dengue; o controle biológico 
das larvas dos anopheles para a prevenção da 
malária; a fluoração da água para o combate à 
cárie dentária; adição de iodo ao sal para 
combate do bócio endêmico; a distribuição de 
camisinhas para a prevenção das doenças 
sexualmente transmissíveis; 
 
➢ A prevenção secundária atua já no período patogênico, 
isto é, nas situações onde o processo saúde-doença já 
está instaurado. Ela visa, fundamentalmente, dois 
objetivos. Um deles é propiciar a melhor evolução 
clínica para os indivíduos afetados, conduzindo ao 
máximo o processo para os melhores desfechos, de 
preferência evitando a transposição do horizonte 
clínico ou, pelo menos, minimizando a sintomatologia. 
O outro é interromper ou reduzir a disseminação do 
problema a outras pessoas. Para atingir esses 
objetivos, são definidos também dois níveis de 
prevenção de fase secundária: 
• Diagnóstico Precoce e Tratamento Imediato - 
As medidas de diagnóstico precoce e 
tratamento imediato, como o próprio nome 
indica, devem detectar o mais rapidamente 
possível processos patogênicos já instalados. 
Exemplos de ações de diagnóstico precoce são 
os rastreamentos. 
• Limitação de Incapacidade - Aqui o objetivo é 
cuidar dos casos com os mais eficazes e 
adequados recursos para que o curso clínico 
possa tender, ao máximo possível, para a cura 
total ou com poucas sequelas, ou reduzir e 
retardar ao máximo as complicações clínicas, 
nos casos de condições crônicas (como 
hipertensão primária, diabetes mellitus, certos 
distúrbios mentais) ou cronificadas com 
recurso asuportes terapêuticos (como a aids 
ou algumas doenças autoimunes). 
 
➢ Prevenção Terciária - Este nível de prevenção refere-
se, finalmente, ao momento em que o processo saúde-
doença alcançou um termo final ou uma forma estável 
de longo prazo, a cura com sequelas ou a cronificação, 
as quais também reclamam cuidados preventivos 
específicos. Neste plano, o objetivo é conseguir que as 
limitações impostas pela condição provocada pelo 
adoecimento ou agravo prejudiquem o mínimo 
possível o cotidiano e a qualidade de vida das pessoas, 
famílias e comunidades afetadas. O alcance deste 
objetivo requer esforços que podem passar por 
medidas de reabilitação física, como no caso de 
restrições funcionais, seqüelas neuro-motoras ou 
necessidade de uso de próteses; apoios de caráter 
psico-emocional, como em mutilações físicas, 
alterações psico-motoras ou dificuldades emocionais 
que interfiram com a auto-imagem, a identidade, o 
equilíbrio mental ou a sociabilidade dos afetados; até 
apoios de alcance social, como readaptação no 
trabalho, apoio previdenciário, ajustes no ambiente 
doméstico, suporte jurídico contra ações 
discriminatórias etc. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
OBJETIVO 3: Determinar qual papel das esferas de gestão do 
SUS; 
➢ Gestão Nacional 
O MS, Gestor Nacional do SUS, tem a função de 
elaborar políticas e diretrizes nacionais, bem como 
colaborar com os sistemas de saúde estaduais e 
municipais, repassar os recursos previstos em 
orçamento e regulá-los. A iniciativa privada que presta 
serviços de saúde também compõe o SUS e é regulada 
pelo MS em nível nacional e, regionalmente, por 
estados e municípios, não podendo, porém, receber 
repasses financeiros, salvo por ocasionais serviços 
prestados. 
O MS é, assim, a autoridade sanitária nacional, que 
deve garantir a assistência à saúde fundada nos 
princípios e diretrizes básicas do SUS: 
• Universalidade: atender a todos, sem 
distinção ou discriminação; 
• Equidade: tratar desigualmente os desiguais; 
• Integralidade: prestar assistência integral ao 
cidadão, de acordo com suas necessidades; 
• Descentralização: distribuição do poder 
decisório e da gestão; 
• Regionalização: gestão e assistência de acordo 
com as realidades locais, respeitando-se a 
direção única; 
• Hierarquização: oferecer assistência básica, 
em primeiro lugar, promovendo saúde e 
evitando gastos desnecessários; 
• Participação Social: a sociedade deve 
participar da gestão, regulá-la e controlá-la. 
As competências da União estão ainda vinculadas à 
participação na formulação de políticas nacionais de 
nutrição, meio ambiente, saneamento básico e saúde 
do trabalhador, bem como definir e coordenar os 
sistemas de redes integradas de assistência de alta 
complexidade, de rede de laboratórios de saúde 
pública, de Vigilância Epidemiológica e Vigilância 
Sanitária. 
A União, através do MS, também deve promover 
articulação com os órgãos educacionais (como ocorre 
no Programa Mais Médicos) e de fiscalização do 
exercício profissional, com entidades representativas 
de formação de recursos humanos na área de saúde e 
se articular também com outros órgãos 
governamentais para formular, avaliar, elaborar 
normas e participar na execução da política nacional e 
produção de insumos e equipamentos para a saúde. 
Além das já citadas, há outras atribuições, que podem 
ser conhecidas nas publicações produzidas para a 
apresentação da estrutura do SUS. Entre elas, o livro do 
Conselho Nacional de Secretários de Saúde (CONASS), 
“Para entender a gestão do SUS”, de 2003. 
 
Atenção! 
A União é, porém, apenas um dos gestores 
do SUS e, apesar de sua ampla abrangência 
de ação, deve respeitar a autonomia de 
cada nível de gestão. 
 
 
 
➢ Gestão Estadual 
À direção estadual do Sistema Único de Saúde compete 
– para o bem da estrutura do Sistema e dos princípios 
da Descentralização e Regionalização – promover a 
descentralização para os municípios dos serviços e das 
ações de saúde, acompanhando, controlando e 
avaliando as redes hierarquizadas do SUS, 
estabelecendo normas, em caráter suplementar, para 
o controle e avaliação das ações e serviços de saúde e 
também no caso da Vigilância Sanitária. 
Os estados também devem prestar apoio técnico e 
financeiro aos municípios e executar supletivamente 
ações e serviços de saúde, inclusive no que diz respeito 
à Vigilância Epidemiológica, Vigilância Sanitária, 
alimentação e nutrição e saúde do trabalhador, sem 
esquecer de falar da participação no controle dos 
agravos do meio ambiente que tenham repercussão na 
saúde humana. 
 
Em caráter suplementar, as secretarias de Saúde dos 
estados devem formular, executar, acompanhar e 
avaliar a política de insumos e equipamentos para a 
saúde, identificar estabelecimentos hospitalares de 
referência e gerir sistemas públicos de alta 
complexidade, de referência estadual e regional, bem 
como coordenar a rede estadual de laboratórios de 
saúde pública e hemocentros e gerir as unidades que 
permaneçam em sua organização administrativa. 
 
 
 
 
➢ Gestão Municipal 
À direção municipal do Sistema Único de Saúde 
compete o planejamento, organização, controle e 
avaliação das ações e os serviços de saúde, gerindo e 
prestando os serviços públicos de saúde à população. 
Quando necessário, pode celebrar contratos e 
convênios com entidades prestadoras de serviços 
privados de saúde, bem como controlar, fiscalizar e 
avaliar sua execução. 
 
O gestor municipal deve ser ativo no planejamento, 
programação e organização da rede regionalizada e 
hierarquizada do SUS, em articulação com a gestão 
estadual, e normatizar complementarmente as ações e 
serviços públicos de saúde no seu âmbito de atuação. 
 
Outras atribuições são: participar da execução, 
controle e avaliação das ações referentes às condições 
e aos ambientes de trabalho, executar serviços de 
Vigilância Epidemiológica, Sanitária, de alimentação e 
nutrição, além do saneamento básico, claro. 
 
De acordo com sua realidade e para atender aos 
princípios do SUS, o município pode participar de 
consórcios intermunicipais, para garantir, 
principalmente, os princípios da Universalidade, 
Equidade e Integralidade, e deve gerir laboratórios 
públicos de saúde e hemocentros. 
 
Cada município está obrigado a dar execução, no 
âmbito municipal, à política de insumos e 
equipamentos para a saúde e a colaborar na 
fiscalização das agressões ao meio ambiente que 
tenham repercussão sobre a saúde humana, atuando 
junto aos órgãos municipais, estaduais e federais 
competentes para controlá-las. 
 
 
 
➢ As atribuições comuns 
A Lei 8080/90 estabelece, em seu artigo 15, as 
atribuições comuns das três esferas de governo, de 
forma bastante genérica e abrangendo vários campos 
de atuação. São definidas como atribuições comuns da 
União, dos Estados, do Distrito Federal e dos 
municípios, em seu âmbito administrativo e dizem 
respeito a inúmeros aspectos de gestão. 
Por exemplo, são competências de todas as esferas a 
definição das instâncias e mecanismos de controle, 
avaliação e de fiscalização das ações e serviços de 
saúde e a administração dos recursos orçamentários e 
financeiros destinados à saúde. 
Em cada nível, o gestor está obrigado a acompanhar, 
avaliar e divulgar o nível de saúde da população e das 
condições ambientais, organizando e coordenando o 
sistema de informação em saúde. Também deve 
elaborar normas técnicas, padrões de qualidade e 
parâmetros de custos para a assistência à saúde à 
população, incluindo a saúde do trabalhador. 
Isso sem falar na gestão de pessoas, que é atribuição 
de cada nível de gestão, e a elaboração do Plano de 
Saúde, com proposta orçamentária em conformidade 
com o planejado. Também é o caso de lembrar que a 
celebração de convênios, acordos e protocolos 
internacionais relativosà saúde, saneamento e meio 
ambiente também é atribuição de todas as esferas de 
gestão, conforme a realidade de cada uma. 
Dessa forma, cabe às três esferas de governo, de 
maneira conjunta, definir mecanismos de controle e 
avaliação dos serviços de saúde, monitorar o nível de 
saúde da população, gerenciar e aplicar os recursos 
orçamentários e financeiros, definir políticas de 
recursos humanos, realizar o planejamento de curto e 
médio prazo e promover a articulação de políticas de 
saúde, entre outras ações. Os gestores do SUS ficam 
assim responsáveis por executar a política de saúde de 
maneira a garantir a toda a população o pleno usufruto 
do direito à saúde. 
 
OBJETIVO 4: Definir incidência e prevalência e os demais 
indicadores epidemiológicos de saúde; 
Os coeficientes mais utilizados na área da saúde 
baseiam-se em dados sobre doenças (morbidade) e 
sobre eventos vitais (nascimentos e mortes). 
• Coeficientes de MORBIDADE (doenças): 
Coeficiente de incidência da doença, 
Coeficiente de prevalência da doença, 
Coeficiente de letalidade. 
• Coeficientes de MORTALIDADE: Coeficiente 
geral de mortalidade (CGM), Coeficiente de 
mortalidade infantil (CMI), Coeficiente de 
mortalidade por doenças transmissíveis. 
 
➢ Incidência: A incidência refere-se ao número de novos 
eventos ou casos novos que ocorrem em uma 
população de indivíduos em risco durante um 
determinado período de tempo. Existem duas formas 
de se medir incidência: 
• incidência cumulativa e 
• taxa de incidência ou densidade de incidência 
A incidência de uma doença, em um determinado local 
e período, é o número de casos novos da doença que 
iniciaram no mesmo local e período. Traz a ideia de 
intensidade com que acontece uma doença numa 
população, mede a frequência ou probabilidade de 
ocorrência de casos novos de doença na população. 
Alta incidência significa alto risco coletivo de adoecer. 
 
Da fórmula acima fica evidente que a prevalência, além 
dos casos novos que acontecem (incidência), é afetada 
também pela duração da doença, a qual pode diferir 
entre comunidades, devido a causas ligadas à 
qualidade da assistência à saúde, acesso aos serviços 
de saúde, condições nutricionais da população, etc. 
Assim, quanto maior a duração média da doença, 
maior será a diferença entre a prevalência e a 
incidência. 
A incidência cumulativa fornece uma estimativa da 
probabilidade de um indivíduo desenvolver a doença 
durante um período específico de tempo e, por isso, é 
também chamada simplesmente de risco. Esta medida 
assume que todos os indivíduos identificados no início 
do seguimento foram acompanhados por todo o 
período em questão. O tempo de observação ou 
seguimento é variável, mas deve sempre ser 
claramente indicado. A fórmula proposta para 
incidência cumulativa (Ic) é 
 
➢ Prevalência: A prevalência mede a proporção de 
indivíduos em uma população que estão acometidos 
da doença em um determinado momento. É, portanto, 
uma medida estática (análoga a uma fotografia) 
relacionada a um ponto no tempo, mesmo que a coleta 
de dados ocorra durante dias, meses ou até anos. O 
numerador é composto de casos ativos no momento 
do estudo, sejam eles recentes ou antigos. A fórmula 
para o cálculo da prevalência (P) é 
 
 
A prevalência indica qualidade do que prevalece, 
prevalência implica em acontecer e permanecer 
existindo num momento considerado. Portanto, a 
prevalência é o número total de casos de uma doença, 
existentes num determinado local e período. O 
coeficiente de prevalência é mais utilizado para 
doenças crônicas de longa duração. Ex: hanseníase, 
tuberculose, AIDS, tracoma ou diabetes. Casos 
prevalentes são os que estão sendo tratados (casos 
antigos), mais aqueles que foram descobertos ou 
diagnosticados (casos novos). A prevalência, como 
ideia de acúmulo, de estoque, indica a força com que 
subsiste a doença na população. 
 
A prevalência pode aumentar com o aumento da 
Incidência ou pela migração de grupos nos quais essa 
doença seja muito prevalente. Pode aumentar por 
tratamentos que prolonguem a vida (sem curar) e 
também por técnicas que levam a identificação da 
doença (diagnóstico mais fácil). A prevalência pode 
diminuir com novos tratamentos que curam a doença, 
pela diminuição da incidência ou pelo aumento da 
letalidade da doença, entre outros. 
 
 
 
➢ Coeficiente de letalidade: representa a proporção de 
óbitos entre os casos da doença, sendo um indicativo 
da gravidade da doença ou agravo na população. Isso 
pode ser uma característica da própria doença (por 
exemplo, a raiva humana é uma doença que apresenta 
100% de letalidade, pois todos os casos morrem) ou de 
fatores que aumentam ou diminuem a letalidade da 
doença na população (condições socioeconômicas, 
estado nutricional, acesso a medicamentos, por 
exemplo). É dado pela relação: 
 
 
 
Seu resultado é dado, portanto, sempre em percentual 
(%). Não deve ser confundido com coeficiente de 
mortalidade geral, que é dado por 1000 habitantes, e 
representa o risco de óbito na população. A letalidade, 
ao contrário, representa o risco que as pessoas com a 
doença têm de morrer por essa mesma doença. 
 
➢ Coeficiente geral de mortalidade (CGM): representa o 
risco de óbito na comunidade. É expresso por uma 
razão, e pode ser calculado, como todos os demais 
coeficientes, também através de regra de três simples 
(se numa população de 70.000 habitantes tenho 420 
óbitos, em 1000 habitantes terei “x”, sendo 1000 o 
parâmetro que permitirá comparar com outros locais 
ou outros tempos): 
 
 
Este coeficiente, no entanto, não é muito utilizado para 
comparar o nível de saúde de diferentes populações, 
pois não leva em consideração a estrutura etária 
dessas populações (se a população é 
predominantemente jovem ou idosa). Um coeficiente 
geral de mortalidade alto para uma população mais 
idosa significa apenas que as pessoas já viveram o que 
tinham para viver e, por isso, estão morrendo. Já para 
uma população mais jovem estaria significando 
mortalidade prematura. Para comparação de duas ou 
mais populações com diferentes estruturas etárias, ou 
de sexo, há necessidade de padronizar os coeficientes, 
tendo como referência uma população padrão. 
➢ Coeficiente de mortalidade infantil (CMI): é uma 
estimativa do risco que as crianças nascidas vivas tem 
de morrer antes de completar um ano de idade. É 
considerado um indicador sensível das condições de 
vida e saúde de uma comunidade. Pode ser calculado 
por regra de três ou através da seguinte razão: 
 
 
 
➢ Coeficiente de mortalidade por doenças 
transmissíveis: é uma estimativa do risco de a 
população morrer por doenças infecciosas e 
parasitárias (tuberculose, tétano, diarreia infecciosa, 
aids etc.), classificadas atualmente no Capítulo I da CID-
10. Quanto mais elevado o resultado deste coeficiente, 
piores as condições de vida. É dado pela equação: 
 
 
 
OBJETIVO 5: Definir curva de Nelson de Moraes & Uemura; 
 
➢ Ao avançar dos anos, cada vez mais, passou a haver 
necessidade de se analisarem as condições ou níveis de 
saúde da população visando ao diagnóstico da 
situação, seu acompanhamento no tempo, bem como 
a avaliação do que estava sendo feito do ponto de vista 
de planejamento e programação. Para tanto, medidas 
ou indicadores do estado/nível de saúde da população, 
sob vários aspectos, gerais ou específicos foram 
requeridos. 
Ao ser criada, logo após a II Guerra Mundial, a 
Organização das Nações Unidas procurou estabelecer 
indicadores de "Nível de Vida" tendo sugerido 12 
componentes para sua mensuração ou avaliação; entre 
eles aparecia em primeiro lugar "Saúde", incluindo 
condições demográficas". Coube à recém-criada 
Organização Mundial da Saúde (OMS) apresentar 
propostas quanto a esse componente, isto é, 
indicadores de saúde, e isso foi feito, aparecendo no 
chamado "Informe Técnicon. 137", publicado em 
1955. 
Além daquelas que apareceram no informe, vários 
autores, individualmente ou em grupos também 
fizeram propostas de indicadores, destacando-se um 
dos mais conhecidos e utilizados que foi criado pelo 
indiano Swaroop e pelo japonês Uemura, conhecido 
como "Razão de Mortalidade Proporcional" ou 
"Indicador de Swaroop e Uemura" 
O indicador de Swaroop-Uemura mensurava a 
proporção de óbitos de 50 anos e mais em uma 
determinada população e discriminava muito bem, 
diferenciando, populações com "alto" e com "baixo" 
nível de saúde. 
Surgiu, logo a seguir, uma contribuição brasileira que 
era uma variante da razão de mortalidade proporcional 
e que foi chamada pelo autor, Nelson de 
Moraes,3 "Curva de Mortalidade Proporcional", que 
era uma projeção gráfica dos valores da mortalidade 
proporcional em cinco grupos etários, sendo o último, 
aquele de 50 anos e mais, isto é, o próprio indicador de 
Swaroop-Uemura. 
Atualmente tende-se a usar indicadores que procuram 
mostrar se está havendo ou não ganho de saúde com o 
declínio da mortalidade. Surgiram as “medidas-resumo 
de saúde da população”, conhecidas, em inglês, como 
Summary Measures of Population Health que avalia a 
vida média com ou sem incapacidades. Essas medidas 
associam mortalidade com morbidade e incapacidade 
e vêm sendo utilizadas pela OMS, Banco Mundial e 
outras agências internacionais para avaliar o que se 
denominou “carga da doença”. 
 
 
➢ As curvas de mortalidade proporcional, ou como são 
conhecidas, curvas de Nelson de Moraes, receberam 
este nome em homenagem ao sanitarista brasileiro 
que as idealizou em 1959. São construídas a partir da 
distribuição proporcional dos óbitos por grupos etários 
em relação ao total de óbitos. O seu formato gráfico 
permite avaliar o nível de saúde da região estudada. Os 
grupos etários considerados nas curvas são: menores 
de 1 ano, 1 a 4 anos, 5 a 19 anos, 20 a 49 anos e 50 anos 
ou mais, correspondendo, esta última, à faixa etária do 
indicador de Swaroop-Uemura. As variações da curva 
de mortalidade proporcional representam distintos 
níveis de saúde, como você pode visualizar a seguir: 
 
 
 
➢ A curva de Nelson Moraes é uma representação gráfica 
da mortalidade proporcional. O eixo x representa 
faixas etárias predeterminadas (menor que 1 ano; 1 a 
4 anos; 5 a 19 anos; 20 a 49 anos; 50 anos ou mais) e o 
eixo y é a mortalidade proporcional para cada faixa 
etária representada no eixo x. A curva possui 4 tipos 
com formas características que correspondem a 
distintas condições de vida da população estudada: N 
invertido, L (ou J invertido), V (ou U) e J 
 
 
➢ A curva de Nelson Moraes pode assumir a forma de N 
invertido, L (ou J invertido), V (ou U) e J. Essas formas 
correspondem, respectivamente, às condições de vida 
e de saúde muito baixas, baixas, regulares ou elevadas, 
indicando os níveis de vida da população. Os níveis 
foram assim distribuídos pelo autor: 
• Nível de saúde muito baixo: ao observar o 
gráfico é possível notar que os índices de 
mortalidade infantil estão elevadíssimos e o 
mesmo se acontece com a faixa etária de 
indivíduos em plena produção humana (20 a 
49 anos); 
• Nível de saúde baixo: esse nível apresenta alta 
mortalidade infantil e baixa mortalidade entre 
os maiores de 50 anos, formando a figura de 
um J invertido. Em países onde a mortalidade 
infantil é elevada, o indicador é preocupante 
para a saúde pública; 
• Nível de saúde regular: esse nível apresenta 
alta mortalidade infantil, alta mortalidade em 
idosos e índice menor de mortalidade em 
adultos jovens; 
• Nível de saúde elevado: conhecido com J, esse 
nível de saúde é considerado elevado, pois 
apresenta um índice baixo de mortalidade 
infantil e a curva segue de forma ascendente 
(“sendo essa já esperada pela “ordem” natural 
das coisas) 
 
 
OBJETIVO 6: Identificar as doenças que necessitam de 
notificação compulsória, nos âmbitos nacional e estadual; 
➢ É dever de todo cidadão comunicar à autoridade 
sanitária local a ocorrência de fato, comprovado ou 
presumível, de caso de doença transmissível, sendo 
obrigatória a médicos e outros profissionais de saúde 
no exercício da profissão, bem como aos responsáveis 
por organizações e estabelecimentos públicos e 
particulares de saúde e ensino a notificação de casos 
suspeitos ou confirmados das doenças relacionadas em 
conformidade com o artigo 7º. 
 
➢ Os dados coletados sobre as doenças de notificação 
compulsória são incluídos no Sistema Nacional de 
Agravos Notificáveis (SINAN). Estados e municípios 
podem adicionar à lista outras patologias de interesse 
regional ou local, justificada a sua necessidade e 
definidos os mecanismos operacionais 
correspondentes. Entende-se que só devem ser 
coletados dados para efetiva utilização no 
aprimoramento das ações de saúde, sem 
sobrecarregar os serviços com o preenchimento 
desnecessário de formulários. 
Os parâmetros para inclusão de doenças e agravos na 
lista de notificação compulsória devem obedecer aos 
critérios a seguir: 
 
 
 
 
 
 
 
 
OBJETIVO 7: Diferenciar casos notificados, confirmados, 
descartados; 
➢ Caso suspeito: o indivíduo que apresenta alguns sinais 
e sintomas sugestivos de um grupo de agravos que 
compartilha a mesma sintomatologia. Exemplo: pessoa 
que apresenta quadro agudo de infecção, 
independentemente da situação vacinal. Caso suspeito 
de rubéola é aquele que, independentemente do 
estado vacinal, apresenta quadro agudo de exantema 
máculo-papular e febre baixa. 
➢ Caso provável: um caso clínicamente compatível, sem 
identificação de vínculo epidemiológico ou 
confirmação laboratorial. Exemplo: Na rubéola, é todo 
caso suspeito que apresente exantema máculopapular 
de início agudo, febre, se medida, maior que 37 graus 
Celsius, e um ou mais dos seguintes sintomas: artralgia, 
artrite ou linfoadenopatia ou conjuntivite. 
➢ Caso confirmado: um caso que é classificado como 
confirmado para os propósitos de notificação e 
segundo os seguintes critérios: 
• Clínico: é o caso que apresenta somente os 
achados clínicos compatíveis com a doença, 
cujas medidas de controle foram efetuadas. 
Exemplo: Na difteria, a confirmação clínica se 
dá quando houver placas comprometendo 
pilares ou úvula, além das amígdalas; ou placas 
nas amígdalas, toxemia importante, febre 
baixa desde o início do quadro e evolução, em 
geral, arrastada. 
• Laboratorial: é o caso que apresentou teste 
laboratorial reativo para detecção de vírus, 
bactérias, fungos ou qualquer outro 
microrganismo. Por exemplo, provas 
bacterioscópicas (identificação do bacilo de 
Köch no escarro), bacteriológicas, isolamento 
de bactéria por CIE, imunológicas (sorologia 
para detecção de anticorpos da hepatite viral 
B). Exemplo: No sarampo, os casos 
confirmados laboratorialmente são todos 
aqueles cujos exames apresentarem IgM 
positivo para sarampo em amostras coletadas 
do 1º ao 28º dia do início do exantema. 
• Vínculo epidemiológico: um caso no qual a) o 
paciente tem tido contato com um ou mais 
pessoas que têm/tiveram a doença ou tem 
sido exposto a uma fonte pontual de infecção 
(i.e., uma única fonte de infecção, tal como um 
evento que leva a um surto de toxinfecção 
alimentar, para a qual todos os casos 
confirmados foram expostos) e b) história de 
transmissão do agente pelos modos usuais é 
plausível. Um caso pode ser considerado 
vinculado epidemiologicamente a outro caso 
confirmado se pelo menos um caso na cadeia 
de transmissão é confirmado 
laboratorialmente. Exemplo: No sarampo, os 
casos confirmados por vínculo epidemiológico 
são aqueles que apresentam quadro clínico 
sugestivo de sarampo, tendo como fonte de 
infecção comprovada um ou mais casos de 
sarampo com confirmação laboratorial, 
diagnosticado no período de 21 dias, 
precedendo o caso atual. Na raiva, é todo 
pacientecom quadro compatível de encefalite 
rábica, sem possibilidade de diagnóstico 
laboratorial, mas com antecedente de 
exposição a uma provável fonte de infecção, 
em região com comprovada circulação de vírus 
rábico. Descartado: aquele caso que não 
atende aos requisitos necessários à sua 
confirmação como uma determinada doença. 
Durante períodos de surto, os casos que estão 
epidemiologicamente associados ao surto 
podem ser aceitos como casos, enquanto que 
nos períodos não-epidêmicos, informação 
sorológica ou outros dados mais específicos 
podem ser necessários. 
 
➢ Descartado: aquele caso que não atende aos requisitos 
necessários à sua confirmação como uma determinada 
doença. Durante períodos de surto, os casos que estão 
epidemiologicamente associados ao surto podem ser 
aceitos como casos, enquanto que nos períodos não-
epidêmicos, informação sorológica ou outros dados 
mais específicos podem ser necessários. 
 
OBJETIVO 8: Conhecer as principais fontes de dados 
epidemiológicos e quais são os sistemas de registro de dados, 
nas esferas federal, estadual e municipal. 
➢ Tipos de Dados - Os dados e informações que 
alimentam o Sistema de Vigilância Epidemiológica são 
os seguintes: 
• Dados Demográficos e Ambientais - Permitem 
quantificar a população: número de habitantes 
e características de sua distribuição, condições 
de saneamento, climáticas, ecológicas, 
habitacionais e culturais. 
• Dados de Morbidade - Podem ser obtidos 
através de notificação de casos e surtos, de 
produção de serviços ambulatoriais e 
hospitalares, de investigação epidemiológica, 
de busca ativa de casos, de estudos amostrais 
e de inquéritos, entre outras formas. 
• Dados de Mortalidade - São obtidos através 
das declarações de óbitos que são processadas 
pelo Sistema de Informações sobre 
Mortalidade. Mesmo considerando o sub-
registro, que é significativo em algumas 
regiões do país, e a necessidade de um correto 
preenchimento das declarações, trata-se de 
um dado que assume importância capital 
como indicador de saúde. Esse sistema está 
sendo descentralizado, objetivando o uso 
imediato dos dados pelo nível local de saúde. 
• Notificação de Surtos e Epidemias - A detecção 
precoce de surtos e epidemias ocorre quando 
o sistema de vigilância epidemiológica local 
está bem estruturado com acompanhamento 
constante da situação geral de saúde e da 
ocorrência de casos de cada doença e agravo 
sujeito à notificação. Essa prática possibilita a 
constatação de qualquer indício de elevação 
do número de casos de uma patologia, ou a 
introdução de outras doenças não incidentes 
no local, e, consequentemente, o diagnóstico 
de uma situação epidêmica inicial para a 
adoção imediata das medidas de controle. Em 
geral, deve-se notificar esses fatos aos níveis 
superiores do sistema para que sejam 
alertadas as áreas vizinhas e/ou para solicitar 
colaboração, quando necessário. 
 
➢ Os dados de importância para a análise de situação de 
saúde são inúmeros e de fontes diversas. Poderíamos 
destacar, por exemplo, os dados sobre a população 
(número de habitantes, idade, sexo, raça, etc.), os 
dados sócio-econômicos (renda, ocupação, classe 
social, tipo de trabalho, condições de moradia e 
alimentação), os dados ambientais (poluição, 
abastecimento de água, tratamento de esgoto, coleta 
e disposição do lixo), os dados sobre serviços de saúde 
(hospitais, ambulatórios, unidades de saúde, acesso 
aos serviços), os dados de morbidade (doenças que 
ocorrem na comunidade) e os eventos vitais (óbitos, 
nascimentos vivos e mortos, principalmente). Alguns 
desses dados (morbidade e eventos vitais) são gerados 
a partir do próprio setor saúde, de forma contínua, 
constituindo sistemas de informação nacionais, 
administrados pelo Ministério da Saúde. No Brasil, há, 
atualmente, cinco grandes bancos de dados nacionais 
(CARVALHO, 1997), continuamente alimentados: o 
Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM); o 
Sistema de Informação sobre Nascidos Vivos (SINASC); 
o Sistema de Informação sobre Agravos de Notificação 
(SINAN); o Sistema de Informações Ambulatoriais do 
Sistema Único de Saúde (SIA/SUS) e o Sistema de 
Informações Hospitalares do Sistema Único de 
Saúde(SIH/SUS). 
 
Além dos cinco grandes bancos de dados nacionais, há, 
ainda, outros que trabalham dados específicos e/ou 
não têm abrangência nacional, entre os quais se 
destacam: o Sistema de Vigilância Alimentar e 
Nutricional (SISVAN), o Sistema de Informação da 
Atenção Básica (SIAB), o Sistema de Informação sobre 
Acidentes de Trabalho (SISCAT), o Sistema de 
Informação do Programa Nacional de Imunização (SI-
PNI). 
 
➢ Sistema de Informação de Mortalidade – SIM - é o 
mais antigo sistema de informação de saúde no país. 
Foi instituído pelo Ministério da Saúde em 1975, e 
dispõe de dados consolidados nacionalmente a partir 
de 1979. Atua como referência nacional para 
informações sobre mortalidade. O registro da causa de 
morte baseia-se na Classificação Internacional de 
Doenças. O documento básico é a Declaração de Óbito 
(DO), padronizada nacionalmente e distribuída pelo 
Ministério da Saúde, em três vias. A Declaração deve 
ser preenchida pelo médico; nos locais sem médico, o 
preenchimento é feito em cartório, diante de duas 
testemunhas. Esse documento é indispensável para o 
fornecimento da certidão de óbito em cartório de 
registro civil e para o sepultamento. As DO são 
coletadas pelas secretarias estaduais ou municipais de 
saúde, em estabelecimentos de saúde e cartórios, 
sendo então codificadas e transcritas para um sistema 
informatizado. A Secretaria de Vigilância à Saúde 
(MS/SVS), responsável pela gestão nacional do 
sistema, consolida os dados, distribuindo-o em CD-
ROM. O Departamento de Informática do SUS 
disponibiliza as informações pela internet, tanto para 
download4 como para tabulações on-line. 
 
O SIM foi concebido numa época em que todo o 
sistema de saúde era muito centralizado e 
verticalizado. Um dos principais problemas para 
descentralizá-lo residia na dificuldade da codificação 
das causas básicas de óbito, o que exige a atuação de 
profissionais especialmente treinados para isso. 
Recentemente foi criado um sistema informatizado de 
seleção da causa básica de óbito que, acoplado ao SIM, 
permite o seu uso em todos os níveis do sistema de 
saúde, sem os problemas de codificação, e 
gradativamente todas Secretarias Municipais de Saúde 
deverão implantar e operar este sistema. 
 
 
 
O Ministério da Saúde, tem incentivado aos gestores 
municipais e estaduais a fazerem uso do potencial de 
dados contidos no SIM, para a formulação de 
indicadores epidemiológicos como instrumentos 
estratégicos de suporte ao planejamento das ações, 
atividades e programas voltados à gestão em saúde. 
O SIM funciona como fonte de dados e de informação 
que subsidiam a tomada de decisão em diversas áreas 
da assistência à saúde 
 
➢ Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos – 
SINASC - Propicia informações sobre nascidos vivos no 
país, com dados sobre a gravidez, o parto e as 
condições da criança ao nascer. O documento básico é 
a Declaração de Nascido Vivo (DN), padronizada 
nacionalmente e distribuída pelo Ministério da Saúde, 
em três vias. Para os partos realizados em hospitais e 
outras instituições de saúde, a primeira via da DN deve 
ser preenchida e é coletada pela secretaria de saúde 
correspondente. No caso de partos domiciliares, essa 
comunicação cumpre aos cartórios do registro civil. O 
fluxo do Sinasc é análogo ao do SIM. 
 
 
 
O Ministério da Saúde, tem incentivado aos gestores 
municipais e estaduais a fazerem uso do potencial de 
dados contidos no SINASC, para a formulação de 
indicadores epidemiológicos como instrumentos 
estratégicos de suporte ao planejamento das ações, 
atividades e programas voltados à gestão em saúde. 
O nascimento é um dos eventosvitais e seu 
monitoramento pode contribuir para o conhecimento 
da situação de saúde de uma população e a avaliação 
de políticas e ações de vigilância e atenção à saúde na 
área da saúde materno-infantil. 
 
 
➢ Sistema de Informação de Agravos de Notificação – 
SINAN - O Sinan tem como objetivo coletar, transmitir 
e disseminar dados gerados rotineiramente pelo 
sistema de vigilância epidemiológica, nas três esferas 
de governo, para apoiar processos de investigação e de 
análise das informações sobre doenças de notificação 
compulsória. Há dois documentos básicos, que 
complementam entre si as informações sobre cada 
caso notificado. O primeiro é a ficha individual de 
notificação (FIN), preenchida pelas unidades 
assistenciais a partir da suspeita clínica da ocorrência 
de algum agravo de notificação compulsória ou outro 
agravo sob vigilância. Segue-se a ficha individual de 
investigação (FII), que contém campos específicos de 
orientação para a investigação do caso. Constam ainda 
do sistema a planilha e o boletim de acompanhamento 
de surtos, assim como os boletins de 
acompanhamento de hanseníase e tuberculose. As 
secretarias estaduais ou municipais de saúde são 
responsáveis pela impressão, numeração e distribuição 
dos formulários. 
 
 
 
❖ ATRIBUIÇÕES DAS TRÊS ESFERAS DE GOVERNO: As 
atribuições das três esferas de governo com relação à 
gestão, à estruturação e à operacionalização do 
Sistema de Informação Epidemiológica Informatizada, 
a fi m de garantir a alimentação permanente e regular 
de dados nacionais, estaduais e municipais, foram 
definidas pela Portaria MG/MS n.º 1.399 (BRASIL, 
1999) e Portaria GM/MS n.º 95 (BRASIL, 2001) e 
Instrução Normativa SVS/MS n.º 2 (BRASIL, 2005) A 
seguir, apresentamos de forma sistematizada essas 
atribuições: 
→ UNIÃO - Compete à SVS/MS, como gestora nacional 
do Sinan: 
I. estabelecer diretrizes e normas técnicas para o Sinan; 
II. prestar apoio técnico às unidades federadas para 
utilização e operacionalização do Sinan; 
III. estabelecer fluxos e prazos para o envio de dados 
pelo nível estadual; 
IV. atualizar e fornecer as versões do Sinan e os 
modelos de instrumentos de coleta de dados para as 
unidades federadas; 
V. coordenar a seleção dos códigos correspondentes 
aos agravos de interesse estadual e municipal, segundo 
a Classificação Internacional de Doenças – CID 10; 
VI. consolidar os dados provenientes das unidades 
federadas; 
VII. informar às unidades federadas a ocorrência de 
casos de notificação compulsória, detectados em 
países que fazem fronteira com o Brasil, ou a 
ocorrência de surtos ou epidemias, com risco de 
disseminação no país; 
VIII. avaliar regularidade, completitude, consistência e 
integridade dos dados e duplicidade de registros, 
efetuando os procedimentos definidos como de 
responsabilidade do nível nacional, para a manutenção 
da qualidade da base de dados; 
IX. realizar análises epidemiológicas e operacionais; 
X. retroalimentar as informações para os integrantes 
do sistema; e 
XI. divulgar informações e análises epidemiológicas. 
 
→ ESTADOS - Compete aos estados: 
I. consolidar os dados do Sinan provenientes dos 
municípios; 
II. prestar apoio técnico aos municípios para utilização 
e operacionalização do Sinan; 
III. coordenar a seleção dos códigos correspondentes a 
tabela de estabelecimentos de saúde a ser utilizada 
pelo Sinan; 
IV. estabelecer fluxos e prazos para o envio de dados 
pelo nível municipal, respeitando os fluxos e prazos 
estabelecidos pela SVS/MS; 
V. distribuir as versões do Sinan e seus instrumentos de 
coleta de dados para os municípios; 
VI. enviar os dados à SVS/MS regularmente, 
observados os prazos estabelecidos nesta Portaria; 
VII. informar às outras unidades federadas a ocorrência 
de casos de notificação compulsória, detectados na sua 
área de abrangência (residentes em outras unidades 
federadas), ou a ocorrência de surtos ou epidemias, 
com risco de disseminação no país; 
VIII. informar à SVS/MS a ocorrência de surtos ou 
epidemias, com risco de disseminação no país; 
IX. avaliar a regularidade, completitude, consistência e 
integridade dos dados e duplicidade de registros, 
efetuando os procedimentos definidos como de 
responsabilidade da unidade federada, para a 
manutenção da qualidade da base de dados; 
X. realizar análises epidemiológicas e operacionais; XI. 
retroalimentar as informações para os integrantes do 
sistema; 
XII. divulgar informações e análises epidemiológicas; e 
XIII. normatizar aspectos técnicos em caráter 
complementar a atuação do nível federal para a sua 
área de abrangência. 
 
→ MUNICÍPIOS - Compete aos municípios: 
I. prestar apoio técnico às unidades notificantes; 
II. coletar e consolidar os dados provenientes de 
unidades notificantes; 
III. estabelecer fluxos e prazos para o envio de dados 
pelas unidades notificantes; respeitando os fluxos e 
prazos estabelecidos pela SVS/MS; 
IV. enviar os dados ao nível estadual, observados os 
fluxos e prazos estabelecidos pelos estados e pela 
SVS/MS; 
V. distribuir as versões do Sinan e seus instrumentos de 
coleta de dados para as unidades notificantes; 
VI. informar à unidade federada a ocorrência de casos 
de notificação compulsória, detectados na sua área de 
abrangência, residentes em outros municípios, ou a 
ocorrência de surtos ou epidemias, com risco de 
disseminação no País; 
VII. avaliar a regularidade, completitude, consistência e 
integridade dos dados e duplicidade de registros, 
efetuando os procedimentos definidos como de 
responsabilidade do município, para a manutenção da 
qualidade da base de dados; 
VIII. realizar análises epidemiológicas e operacionais; 
IX. retroalimentar os dados para os integrantes do 
sistema; 
X. divulgar informações e análises epidemiológicas; e 
XI. normatizar aspectos técnicos em caráter 
complementar à atuação do nível estadual para a sua 
área de abrangência 
 
❖ A Ficha de Notificação deverá ser utilizada para: 
• Notificação negativa; 
• Notificação individual de casos suspeitos e/ou 
confirmados dos seguintes agravos de notificação 
compulsória: botulismo, carbúnculo ou “antraz”, 
cólera, coqueluche, dengue, difteria, doença de 
Creutzfeldt-Jacob, doença de Chagas (casos agudos), 
doença meningocócica e outras meningites, eventos 
adversos pós-vacinação, febre amarela, febre do Nilo, 
febre maculosa, febre tifóide, hantaviroses, hepatites 
virais, leishmaniose visceral, leptospirose, malária (em 
área não endêmica), peste, paralisia flácida 
aguda/poliomielite, raiva humana, rubéola, sarampo, 
síndrome da rubéola congênita, síndrome respiratória 
aguda grave, tétano neonatal e tétano acidental, 
tularemia, varíola; 
• Notificação individual de casos suspeitos e/ou 
confirmados dos seguintes agravos de interesse 
nacional: animais peçonhentos, atendimento anti- 
rábico humano e intoxicação por agrotóxico; 
• Notificação de casos suspeitos e/ou confirmados dos 
agravos de notificação de interesse estadual e 
municipal; 
• Notificação de surto: ‒ agravos inusitados de pelo 
menos dois casos epidemiologicamente vinculados. A 
notificação destes agravos deverá ser realizada por 
meio da abordagem sindrômica, de acordo com as 
seguintes categorias: diarréia aguda sanguinolenta, 
ictérica aguda, febre hemorrágica aguda, respiratória 
aguda, neurológica aguda, insuficiência renal aguda e 
outras síndromes (definições ver anexo A); ‒ casos 
agregados, constituindo uma situação epidêmica, das 
doenças que não constam na Lista de Doenças de 
Notificação Compulsória (LDNC); e ‒ casos agregados 
das doenças que constam na LDNC, mas cujo volume 
das notificações torne operacionalmente inviável o 
registro individualizado dos casos. 
 
Nota 1: A utilização do módulo de surtos para a 
notificação de agravos que constam na lista de 
notificação compulsóriadeve ser acordada entre os 
gestores federal, estadual e municipal, tanto para 
iniciar este processo de notificação agregada de casos, 
quanto para finalizá-lo. 
 
Nota 2: Quando o surto/epidemia for de agravos que 
constem na LDNC, pelo menos 10% dos casos deverão 
ser investigados e cadastrados no Sinan, utilizando o 
módulo de notificação individual, além de serem 
coletadas e processadas amostras biológicas para os 
referidos casos. 
 
Nota 3: Outras denominações como surto epidêmico, 
epidemias ou agregações de casos devem ser 
compreendidos como surto/epidemia para fins de 
notificação. 
 
Atenção: A notificação de 
surto/epidemias só deverá ser utilizada 
nos casos acima descritos, portanto, o 
instrumento de coleta de dados 
agregados não substitui a notificação 
individual de casos da LDNC. 
 
➢ Sistema de Informações Hospitalares do SUS - 
SIH/SUS - O SIH/SUS é gerido pela Secretaria de 
Assistência à Saúde, sendo seu documento básico a 
Autorização de Internação Hospitalar (AIH), que 
habilita a internação do paciente e gera valores para 
pagamento. A AIH é preenchida pelo estabelecimento 
hospitalar e enviada mensalmente, em meio 
magnético, ao gestor municipal e/ou estadual do SUS, 
conforme o nível de gestão, para consolidação no nível 
nacional pelo Departamento de Informática do SUS. 
São disponíveis dados individualizados (mas não 
identificados) sobre o paciente e a internação, como o 
diagnóstico de internação, os procedimentos 
realizados e os valores pagos, para download e 
tabulações on-line. A abrangência do sistema está 
limitada às internações no âmbito do SUS, excluindo, 
portanto, as que são custeadas diretamente ou 
cobertas por seguro-saúde. 
 
O SIH/SUS não foi concebido sob a lógica 
epidemiológica, mas sim com o propósito de operar o 
sistema de pagamento de internação dos hospitais 
contratados pelo Ministério da Previdência. O sistema 
foi desenvolvido com a finalidade de propiciar a 
elaboração de alguns indicadores de avaliação de 
desempenho de unidades, além do acompanhamento 
dos números absolutos relacionados à frequência de 
AIHs e o valor total, entre os quais podem ser citados: 
tempo médio de permanência geral ou por alguma 
causa específica, valor médio da internação, geral ou 
por alguma causa específica, proporção de internação 
por causa ou procedimento selecionado, utilização de 
UTI, mortalidade hospitalar geral, ou por alguma causa, 
ou procedimento específico. 
 
 
 
➢ Sistema de Informações Ambulatoriais do SUS – 
SIA/SUS - O SIA/SUS, gerido nacionalmente pela 
Secretaria de Assistência à Saúde, é o sistema 
responsável pela captação e processamento das contas 
ambulatoriais do SUS, que representam mais de 200 
milhões de atendimentos mensais. O documento 
básico é o Boletim de Produção Ambulatorial (BPA), 
preenchido pelas unidades ambulatoriais. Seu 
processamento é descentralizado na esfera estadual 
ou municipal, conforme o nível de gestão, para envio 
ao Datasus. O BPA contém o número de atendimentos 
realizados por tipo de procedimento e, dependendo 
deste, por grupo populacional. Os dados não são 
individualizados, fornecendo basicamente indicadores 
operacionais. Estão disponíveis regularmente na 
internet, desde julho de 1994, para download e para 
tabulações on-line. Para procedimentos de alta 
complexidade e alto custo (hemodiálise, terapia 
oncológica etc.), o SIA/SUS tem como documento 
básico a “Autorização para procedimentos de alto 
custo/complexidade (Apac)”. Para esses 
procedimentos, as informações são individualizadas e 
bastante detalhadas. 
 
➢ Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde 
(CNES) - Este cadastro substitui então os diversos 
cadastros existentes nos sistemas de âmbito nacional, 
como SIH/SUS, SIA/SUS etc. Também é gerido pela 
Secretaria de Assistência à Saúde. Além de registrar as 
características dos estabelecimentos, tais como tipo, 
leitos, serviços, equipamentos, o sistema registra 
também a mantenedora, as habilitações, sua forma de 
relacionamento com o SUS (regras contratuais) e seus 
profissionais dos estabelecimentos, com ou sem 
vínculo empregatício. Também são registradas equipes 
de Saúde da Família e de Agentes Comunitários de 
Saúde, permitindo então uma ampla visão dos recursos 
físicos e humanos existentes, SUS e não-SUS. As 
consultas ao CNES podem ser realizadas através do 
sítio do Datasus. 
 
➢ Sistema de Informações do Programa Nacional de 
Imunização (SI-PNI) - O SI-PNI foi desenvolvido para 
orientar as ações do Programa Nacional de 
Imunizações (PNI), constituindo-se dos módulos de: 
Avaliação do Programa de Imunizações (API), Estoque 
e Distribuição de Imunobiológicos (EDI), Apuração dos 
Imunobiológicos Utilizados (AIU), Eventos Adversos 
Pós-Vacinação (EAPV), Programa de Avaliação do 
Instrumento de Supervisão (PAIS), Programa de 
Avaliação do Instrumento de Supervisão em Sala de 
Vacinação (PAISSV) e Sistema de Informações dos 
Centros de Referência em Imunobiológicos Especiais 
(SICRIE). Os documentos básicos do sistema 
correspondem a cada módulo, e estão implantados em 
todos os municípios brasileiros: boletins mensais de 
doses aplicadas de vacinas e de movimentação de 
imunobiológicos, fichas de notificação de eventos 
adversos, instrumento de supervisão etc. Os dados 
coletados referem-se ao número de indivíduos 
vacinados nas unidades de saúde, à movimentação dos 
imunobiológicos (estoque, distribuição, utilização, 
perdas técnicas e físicas) e à notificação de eventos 
adversos. Na internet, estão disponíveis dados sobre o 
número de doses aplicadas, desagregados por tipo de 
vacina, dose recebida, faixa etária e município, além de 
dados de cobertura da população de menores de um 
ano de idade e de outras faixas etárias. 
 
➢ DATASUS: O Departamento de Informática do Sistema 
Único de Saúde (DATASUS) surgiu em 1991 com a 
criação da Fundação Nacional de Saúde (Funasa), pelo 
Decreto 100 de 16.04.1991, publicado no D.O.U. de 
17.04.1991 e retificado conforme publicado no D.O.U. 
de 19.04.1991. Na época, a Fundação passou a exercer 
a função de controle e processamento das contas 
referentes à saúde que antes era da Empresa de 
Tecnologia e Informações da Previdência Social 
(DATAPREV). Foi então formalizada a criação e as 
competências do DATASUS, que tem como 
responsabilidade prover os órgãos do SUS de sistemas 
de informação e suporte de informática, necessários ao 
processo de planejamento, operação e controle. 
Em quase 25 anos de atuação, o DATASUS já 
desenvolveu mais de 200 sistemas que auxiliam 
diretamente o Ministério da Saúde no processo de 
construção e fortalecimento do SUS. Atualmente, o 
Departamento é um grande provedor de soluções de 
software para as secretarias estaduais e municipais de 
saúde, sempre adaptando seus sistemas às 
necessidades dos gestores e incorporando novas 
tecnologias, na medida em que a descentralização da 
gestão torna-se mais concreta. 
O DATASUS dispõe de duas salas-cofre, uma em Brasília 
e outra no Rio de Janeiro, nas quais são mantidos os 
servidores de rede que hospedam a maioria dos 
sistemas do Ministério da Saúde. A estrutura de 
armazenamento de dados (STORAGE) do 
Departamento tem condições de armazenar 
informações sobre saúde de toda população brasileira. 
Além disso, disponibiliza links espalhados em várias 
cidades brasileiras com conexões com todos os 
Núcleos Estaduais do Ministério da Saúde, Funasa, 
Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), Casa 
do Índio e com as 27 secretarias estaduais de saúde. 
O DATASUS está presente em todas as regiões do país 
por meio das Regionais que executam as atividades de 
fomento e cooperação técnica em informática nos 
principais estados brasileiros. 
 
O acesso às informações dos bancos do DATASUS pode 
ser feito de duas formas: por meio de diferentes 
plataformas online TABNET, que podemser federais ou 
mesmo municipais, ou por meio do download das 
bases de dados integrais. 
 
O TABNET é uma ferramenta online que permite a 
seleção de variáveis e cruzamentos de dados para a 
criação de tabelas consolidadas. Embora as 
plataformas TABNET sejam interfaces um pouco mais 
amigáveis para o público em geral e que poderiam ser 
usadas em análises iniciais e exploratórias, um ponto 
crítico é que não apresentam todas as colunas 
existentes nos bancos de dados de interesse. Assim, os 
resultados são apresentados frequentemente de 
forma limitada e fragmentada, sendo difícil saber quais 
são de fato os dados disponíveis. As plataformas 
TABNET também podem apresentar instabilidade no 
acesso, de acordo com o órgão que as hospeda (veja 
ponto de ‘atenção’ em vermelho, abaixo). Por este 
motivo, recomendamos o download das bases 
integrais de dados. 
 
Para ter acesso completo às informações, é necessário 
baixar os arquivos integrais das bases, usar o software 
TABWIN (também disponível no site) para ao menos 
descompactar as bases do formato .dbc para o formato 
.dbf e então trabalhar com programas de análises de 
dados, tais como Pandas, Excel, LibreOffice ou o 
próprio TABWIN. O TABWIN foi desenvolvido para o 
sistema operacional Windows, mas é possível usá-lo no 
Linux via Wine.

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