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Epidemiologia e Saúde Pública

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MEDICINA VETERINÁRIA
· Saúde: 
- Segundo conceito popular é a ausência de doença;
- Segundo a OMS é o estado de completo bem estar físico, mental e social e não apenas a ausência de doença;
- Sob o ponto de vista ecológico é a perfeita e contínua adaptação de um organismo a seu ambiente.
· Medicina Veterinária Preventiva:
- é a área da MV que engloba as atividades de prevenção da ocorrência de doenças e promoção da saúde do indivíduo ou rebanho.
· Saúde Pública Veterinária:
- é a aplicação dos recursos da MV na promoção da saúde humana.
· Casos:
- Caso: pessoa ou animal infectado ou doente apresentando características clínicas, laboratoriais e/ou epidemiológicas específicas;
- Caso primário: é o primeiro caso de uma determinada doença a ocorrer em determinada área;
- Caso índice: é o primeiro caso de uma determinada doença a ser registrado em determinada área;
- Caso coprimário: é o caso que ocorre imediatamente após o primário, antes de transcorrido o período mínimo de incubação, significa que teve a mesma exposição do caso primário;
- Caso secundário: aparece após o período máximo de incubação da doença, significa que se originou do caso primário e não que teve a mesma origem. O número de casos secundários caracteriza a difusibilidade da doença e reflete a infectividade do agente etiológico.
· Vigilância sanitária: um conjunto de ações capaz de eliminar, diminuir ou prevenir riscos à saúde e de intervir nos problemas sanitários decorrentes do meio ambiente, da produção e circulação de bens e da prestação de serviços de interesse da saúde, abrangendo: o controle de bens de consumo que, direta ou indiretamente, se relacionem com a saúde, compreendidas todas as etapas e processos, da produção ao consumo; e o controle da prestação de serviços que se relacionam direta ou indiretamente com a saúde. 
· Vigilância Epidemiológica: conjunto de ações que proporcionam o conhecimento, a detecção ou prevenção de qualquer mudança nos fatores determinantes e condicionantes de saúde individual ou coletiva, com a finalidade de recomendar e adotar as medidas de prevenção e controle das doenças ou agravo.
· Doença emergente é o surgimento ou a identificação de um novo problema de saúde ou um novo agente infeccioso;
· Doenças reemergentes indicam mudança no comportamento epidemiológico de doenças já conhecidas, que haviam sido controladas, mas que voltaram a representar ameaça à saúde humana.
Saúde Pública
· Após a fundação das primeiras escolas de Medicina Veterinária, na segunda metade do século XVIII seguiram-se dois movimentos. O primeiro deles estava destinado a deter as epidemias que atingiam o gado naquela época e o segundo voltado para reduzir os riscos para a saúde humana ao abate indiscriminado de animais para comercialização;
· O início das atividades da Medicina Veterinária em Saúde Pública ocorreu no século XIX, na indústria da carne;
· A importância da Medicina Veterinária para a saúde humana coincidiu com o crescente reconhecimento entre os núcleos de estudiosos de médicos e veterinários europeus que desenvolviam pesquisas médicas comparadas em parceria nas áreas de anatomia e fisiologia;
· O primeiro período teve como alicerce a higiene de alimentos e foi a partir dessa base que alguns poucos veterinários assumiram posições administrativas nos programas de saúde pública de vários países, no final do século XIX e início do século XX. Seguiu-se um intervalo de relativa estabilidade da participação veterinária no trabalho de saúde pública que durou até a Segunda Guerra Mundial;
· A segunda fase da Medicina Veterinária na saúde pública, que teve seu início após a Segunda Guerra, se caracterizou pelo trabalho voltado para a população com o uso da epidemiologia no desenvolvimento de programas de controle de zoonoses pelas agências de saúde pública.
· Em 1944, a Organização Pan-americana de Saúde começou a contratar veterinários como consultores. Em 1946, a conferência de estruturação da Organização Mundial de Saúde recomendou a criação de uma seção de saúde veterinária, que foi estabelecida em 1949;
· OMS: “A saúde pública veterinária compreende todos os esforços da comunidade que influenciam e são influenciados pela arte e ciência médica veterinária, aplicados à prevenção da doença, proteção da vida, e promoção do bem-estar e eficiência do ser humano”;
· O médico veterinário se incorpora muito facilmente ao grupo de profissionais de saúde por estar habituado a proteger a população contra as enfermidades coletivas;
· As atividades da saúde pública veterinária citadas são: as zoonoses, a higiene dos alimentos e os trabalhos de laboratório, de biologia e as atividades experimentais;
· A luta contra as zoonoses se constitui em uma das principais atividades da saúde pública veterinária. Essas enfermidades constituem um importante fator de morbidade e pobreza, pelas infecções agudas e crônicas que causam aos seres humanos e pelas perdas econômicas ocasionadas na produção animal;
· Os médicos veterinários podem desempenhar dois tipos de função dentro da saúde pública. O primeiro tipo estabelece as atividades para as quais o veterinário tem uma qualificação única. O outro abrange as atividades que podem ser desempenhadas igualmente pelos veterinários, pelos médicos e pelos demais profissionais do setor;
· São inúmeras as contribuições da Medicina Veterinária para a saúde humana. A primeira e mais básica função do sanitarista veterinário está fundamentada no contexto puramente veterinário por sua conexão com os animais e suas doenças, relacionado à saúde e bem-estar humanos;
- O encargo relacionado diretamente com os animais inclui: diagnóstico, controle e vigilância em zoonoses; estudos comparativos da epidemiologia de enfermidades não infecciosas dos animais em relação aos seres humanos; intercâmbio de informações entre a pesquisa médica veterinária e a pesquisa médica humana com vistas à aplicação desta para as necessidades da saúde humana; estudo sobre substâncias tóxicas e venenos provenientes dos animais; inspeção de alimentos e vigilância sanitária; estudo de problemas de saúde relacionados às indústrias animais, incluindo o destino adequado de dejetos; supervisão da criação de animais de experimentação; estabelecimento de interligação e cooperação entre as organizações de saúde pública e veterinária com outras unidades relacionadas com animais; consulta técnica sobre assuntos de saúde humana relativos aos animais;
· Epidemiologia em geral; laboratório de saúde pública; produção e controle de produtos biológicos; proteção dos alimentos; avaliação e controle de medicamentos; saneamento ambiental; pesquisa de saúde pública;
· A formação conferida aos médicos veterinários os qualifica para desempenhar funções generalistas, que podem ser executadas por outros membros da equipe de saúde pública, como a administração, o planejamento e a coordenação de programas de saúde pública;
· As questões de maior relevância social apontadas para a profissão para este século são: 
- A) produção de alimentos com utilização de métodos sustentáveis levando em consideração o crescimento populacional; 
- B) proteção do meio ambiente à degradação e perda da biodiversidade; 
- C) profilaxia das novas zoonoses com potencial epidêmico. 
- Todas com ligação à sustentabilidade.
SUS (Sistema Único de Saúde)
· O SUS é constituído pelo conjunto das ações e dos serviços de saúde sob gestão pública. Está organizado em redes regionalizadas e hierarquizadas e atua em todo o território nacional, com direção única em cada esfera de governo. O SUS não é, porém, uma estrutura que atua isolada na promoção dos direitos básicos de cidadania. Insere-se no contexto das políticas públicas de seguridade social, que abrangem, além da saúde, a previdência (INSS) e a assistência social. Regionalização e hierarquização permitem a soma de esforços e ganho de eficiência alocativa. A regionalização favorece formular ações de vigilância epidemiológica, sanitária e educação em saúde.
· A Constituição brasileira estabelece que a saúde é um dever do Estado. Aqui,deve-se entender Estado não apenas como o governo federal, mas como Poder Público, abrangendo a União, os estados, o Distrito Federal e os municípios. A implementação e a gestão do SUS são, portanto, também obrigações das municipalidades, que devem trabalhar integradas às demais esferas de governo, na construção de políticas setoriais e intersetoriais que garantam à população acesso universal e igualitário à saúde.
· Ao SUS cabe a tarefa de promover, proteger e recuperar a saúde, garantindo atenção qualificada e contínua aos indivíduos e às coletividades, de forma equitativa.
· Princípios do SUS:
- Universalidade – significa que o SUS deve atender todos, sem distinções ou restrições, oferecendo toda a atenção necessária, sem qualquer custo; 
- Integralidade – o SUS deve oferecer a atenção necessária à saúde da população, promovendo ações contínuas de prevenção e tratamento aos indivíduos e às comunidades, em quaisquer níveis de complexidade;
- Equidade – o SUS deve disponibilizar recursos e serviços com justiça, de acordo com as necessidades de cada um, canalizando maior atenção aos que mais necessitam; 
- Participação social – é um direito e um dever da sociedade participar das gestões públicas em geral e da saúde pública em particular; é dever do Poder Público garantir as condições para essa participação, assegurando a gestão comunitária do SUS; 
- Descentralização – é o processo de transferência de responsabilidades de gestão para os municípios, atendendo às determinações constitucionais e legais que embasam o SUS, definidor de atribuições comuns e competências específicas à União, aos estados, ao Distrito Federal e aos municípios.
· Principais Leis:
- Constituição Federal de 1988: estabelece que “a saúde é direito de todos e dever do estado, garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e aos serviços para sua promoção, proteção e recuperação”. Determina ao Poder Público sua “regulamentação, fiscalização e controle”, que as ações e os serviços da saúde “integram uma rede regionalizada e hierarquizada e constituem um sistema único”; define suas diretrizes, atribuições, fontes de financiamento e, ainda, como deve se dar a participação da iniciativa privada.
- Lei Orgânica da Saúde (LOS), Lei nº 8.080/1990: Regulamenta, em todo o território nacional, as ações do SUS, estabelece as diretrizes para seu gerenciamento e descentralização e detalha as competências de cada esfera governamental. Enfatiza a descentralização político-administrativa, por meio da municipalização dos serviços e das ações de saúde, com redistribuição de poder, competências e recursos, em direção aos municípios. Determina como competência do SUS a definição de critérios, valores e qualidade dos serviços. Trata da gestão financeira, define o Plano Municipal de Saúde como base das atividades e da programação de cada nível de direção do SUS e garante a gratuidade das ações e dos serviços nos atendimentos públicos e privados contratados e conveniados ao SUS. No que se refere ao desenvolvimento das ações, compete à direção municipal a execução dos serviços de vigilância epidemiológica, vigilância sanitária, de saneamento básico, de saúde do trabalhador e de alimentação e nutrição.
- Lei nº 8.142/1990: Dispõe sobre o papel e a participação da comunidade na gestão do SUS, sobre as transferências de recursos financeiros entre União, estados, Distrito Federal e municípios na área da saúde e dá outras providências. Institui as instâncias colegiadas e os instrumentos de participação social em cada esfera de governo.
Sistemas de Informação em Saúde
· Os sistemas de informação em saúde são instrumentos padronizados de monitoramento e coleta de dados, que tem como objetivo o fornecimento de informações para análise e melhor compreensão de importantes problemas de saúde da população, subsidiando a tomada de decisões nos níveis municipal, estadual e federal;
· Os sistemas de vigilância epidemiológica têm por objetivos demonstrar a ausência de doença ou infecção, determinar a presença ou a distribuição de doenças ou infecções, e detectar doenças emergentes ou exóticas o mais cedo possível. Além disso, também são aplicados na fase de erradicação de doenças com prevalências baixas;
· A retroalimentação dos sistemas de informação em saúde deve ser considerada como um dos aspectos fundamentais para o contínuo processo de aperfeiçoamento, a gerência e o controle da qualidade dos dados; tal prática deve ocorrer nos seus diversos níveis, de modo sistemático, de forma a permitir a utilização das informações quando da tomada de decisão e nas atividades de planejamento.
· Sistemas de Informação de Agravos de Notificação (SINAN): 
- É alimentado principalmente pela notificação e investigação de casos de doenças e agravos constantes da lista nacional de doenças de notificação compulsória, mas é facultado a estados e municípios incluir outros problemas de saúde regionalmente importantes;
- É necessário realizar a notificação negativa no caso da não ocorrência de doenças de notificação compulsória, na área de abrangência da unidade de saúde, no SINAN; essa situação indica que os profissionais da área estão alertas para a ocorrência de tais eventos.
- Sua utilização efetiva permitirá: a realização do diagnóstico dinâmico da ocorrência de um evento na população; fornece subsídios para explicações causais dos agravos de notificação compulsória; indicar riscos aos quais as pessoas estão sujeitas, contribuindo Identificação da realidade epidemiológica de determinada área geográfica.
- O Sinan registra dados indispensáveis ao cálculo dos principais indicadores extremamente úteis, tais como as taxas de incidência, letalidade e mortalidade, coeficiente de prevalência, entre outros.
- Dados de má qualidade, ou seja, aqueles oriundos de fichas de notificação ou investigação com campos essenciais em branco e incongruências entre dados, duplicidades de registros, dificultam a análise dos registros do Sinan e o estabelecimento de indicadores. 
- As fichas individuais de investigação (FII) devem ser preenchidas pelo profissional responsável por essa atividade, digitadas na própria unidade ou secretaria municipal de saúde, e seus dados enviados seguindo o fluxo da notificação. 
- Ficha individual de notificação (FIN) – é preenchida para cada paciente quando da suspeita da ocorrência de problema de saúde de notificação compulsória de interesse nacional, estadual ou municipal e encaminhada, pelas unidades assistenciais, aos serviços responsáveis pela informação e/ou vigilância epidemiológica.
Vigilância Epidemiológica
· O conjunto de ações que proporcionam o conhecimento, a detecção ou prevenção de qualquer mudança nos fatores determinantes e condicionantes de saúde individual ou coletiva, com a finalidade de recomendar e adotar as medidas de prevenção e controle de doenças ou agravos.
· Funções: pesquisa, coleta de dados; processamento dos dados coletados; análise e interpretação dos dados processados; recomendação das medidas de controle apropriadas; promoção das ações de controle indicadas; avaliação da eficácia e efetividade das medidas adotadas; divulgação de informações pertinentes.
· As medidas quantitativas de avaliação de um sistema de vigilância epidemiológica incluem:
- Sensibilidade é a capacidade de o sistema detectar casos; 
- Especificidade expressa a capacidade de excluir os “não-casos”.
- Representatividade diz respeito à possibilidade de o sistema identificar todos os subgrupos da população onde ocorrem os casos. 
- Oportunidade refere-se à agilidade do fluxo do sistema de informação. 
· As qualitativas são:
- Simplicidade deve ser utilizada como princípio orientador dos sistemas de vigilância, tendo em vista facilitar a operacionalização e reduzir os custos.
- Flexibilidade se traduz pela capacidade de adaptação do sistema a novas situações epidemiológicas ou operacionais (inserção de outras doenças, atuação em casos emergenciais, implantação denormas atualizadas, incorporação de novos fatores de risco, etc.), com pequeno custo adicional. 
- Aceitabilidade se refere à disposição de indivíduos, profissionais ou organizações, participarem e utilizarem o sistema. Em geral, a aceitação está vinculada à importância do problema e à interação do sistema com os órgãos de saúde e a sociedade em geral (participação das fontes notificantes e retroalimentação).
· Notificação compulsória: comunicação obrigatória à autoridade de saúde, realizada pelos médicos, profissionais de saúde ou responsáveis pelos estabelecimentos de saúde, públicos ou privados, sobre a ocorrência de suspeita ou confirmação de doença, agravo ou evento de saúde pública, podendo ser imediata ou semanal.
· Notificação compulsória imediata (NCI): notificação compulsória realizada em até 24 (vinte e quatro) horas, a partir do conhecimento da ocorrência de doença, agravo ou evento de saúde pública, pelo meio de comunicação mais rápido disponível.
· Evento de saúde pública (ESP): situação que pode constituir potencial ameaça à saúde pública, como a ocorrência de surto ou epidemia, doença ou agravo de causa desconhecida, alteração no padrão clínico epidemiológico das doenças conhecidas, considerando o potencial de disseminação, a magnitude, a gravidade, a severidade, a transcendência e a vulnerabilidade, bem como epizootias ou agravos decorrentes de desastres ou acidentes.
Importância do Médico Veterinário na Saúde Pública
· As atividades do médico-veterinário envolvem a defesa sanitária animal, a Saúde Pública, a pesquisa uni e multidisciplinar. 
· Na Saúde Pública, o médico-veterinário atua na inspeção e fiscalização de produtos de origem animal; na pesquisa de tecnologias de produção, além de ser responsável pelo estudo de medidas de saúde pública relativas às zoonoses e ao manejo ambiental. O médico-veterinário também está inserido na Atenção Básica, por ser uma das profissões que podem compor os Núcleos Ampliados de Saúde da Família e Atenção Básica (NASF-AB), nas Vigilâncias Sanitária, Epidemiológica e de Zoonoses e Doenças Transmitidas por Vetores e Saúde do Trabalhador.
· Ainda que há dois tipos de campos de ação da Veterinária Populacional: 
- Uma delas a Medicina Veterinária Preventiva que está ligada a saúde humana por aprimorar e aplicar conhecimentos da epidemiologia prevenindo doenças e melhorando a produção animal; 
- Já o outro tipo é a Saúde Pública Veterinária que foi desenvolvida primeiramente devido a necessidade de promover a higiene e controle de qualidade na produção de alimentos. Esta é uma atuação fundamental visto que com os domínios e aprimoramento de técnicas de industrialização a população mundial passou a consumir alimentos industrializados cotidianamente.
· Capacitação destes profissionais nas áreas de Epidemiologia e controle de Zoonoses voltadas a prevenção e a vigilância;
· Planejamento de programas de controle de zoonoses em agências de saúde pública com a aplicação de seus conhecimentos em epidemiologia em prol da saúde coletiva pode ocupar cargos técnicos e administrativos, higiene e fiscalização de alimentos de origem animal, trabalho em laboratórios e experimentos biológicos, bem como o ensino em saúde.
· Supervisor na criação de animais em experimentação, destino adequado de dejetos cuidando do meio ambiente, atuante na vigilância sanitária e saneamento básico. Outra importante ação é a promoção de conhecimento em estudos de produtos tóxicos e peçonhas de animais;
· Nos territórios atendidos pelo Núcleo de Apoio a Saúde Familiar (NASF), os veterinários atuantes devem executar tarefas em ações conjuntas e de maneira interdisciplinar dentro do campo de atuação comum aos profissionais que trabalham apoiando suas equipes de saúde;
- Os NASFs são compostos por uma equipe multiprofissional, contemplando a área da saúde, que atuando de maneira integrada, apoiam as equipes de Saúde da Família e equipes de Atenção Básica, atuantes na resolução de problemas sanitários e clínicos, atendem em unidades de saúde. As suas ações são voltadas para promoção da saúde, buscando a prevenção e reabilitação de convalescentes de doenças tidas como mais frequentes, em comunidades que são pré-avaliadas e selecionadas com área geograficamente delimitadas e com número de famílias bem definido;
- De acordo com Ministério da Saúde, o NASF tem dois “públicos-alvo” diretos: em primeiro lugar as equipes de Atenção Básica e Saúde da família e o segundo os usuários em seu contexto de vida, levando em consideração o objetivo de promover a Saúde avaliando as realidades locais;
- A avaliação de fatores de risco à saúde, relativos à interação entre os humanos, animais e o ambiente; prevenção, controle e diagnóstico situacional de riscos de doenças transmissíveis; educação em saúde com foco na promoção da saúde e na prevenção e controle de doenças de caráter antropozoonótico e demais riscos ambientais; ações educativas e de mobilização contínua da comunidade, relativas ao controle das doenças/agravos na área de abrangência, no uso e manejo adequado do território com vistas à relação saúde/ambiente; estudos e pesquisas em saúde pública que favoreçam a territorialidade e a qualificação da atenção; orientações quanto a qualificação no manejo de resíduos; prevenção e controle de doenças veiculadas por alimentos; orientação nas respostas às emergências de saúde pública e eventos de potencial risco sanitário nacional de forma articulada com os setores responsáveis; identificação e orientações quanto a riscos de contaminação por substâncias tóxicas; além de ações conjuntas elaboradas e executadas de forma interdisciplinar do campo de atuação comum de todos os profissionais;
- O médico veterinário é responsável pela promoção e a manutenção da saúde por atuar nas vigilâncias epidemiológica, sanitária e ambiental, assim como nos demais desafios que envolvam a defesa do ambiente para o bem-estar das populações humanas e animais;
· Equipes formadas por profissionais de diferentes áreas de conhecimento, atuando de maneira integrada, têm maior capacidade de intervir em problemas e atender às necessidades dos municípios em termos sanitários e ambientais. 
· Para o alimento chegar à mesa, ele passa por diversas etapas em que o médico-veterinário faz parte, como: 
- As zoonoses (influenza, raiva, leishmaniose, toxoplasmose, leptospirose e arboviroses, entre muitas outras) podem ser transmitidas diretamente pelo contato entre pessoas e animais ou, indiretamente, por vetores, pelo consumo de produtos de origem animal contaminados ou por meio de resíduos da produção que podem contaminar a água e todo o ambiente. 
- Situações de transformações ou desastres ambientais, grande migração de pessoas e urbanização aumentam o risco de transmissão de doenças e até mesmo a configuração de epidemias. 
- Mudanças climáticas podem modificar a bioecologia de transmissores e, consequentemente, favorecer o risco de transmissão de agentes infecciosos, levando ao aparecimento de novas doenças. 
- O cuidado com o ambiente em que os animais vivem, sua alimentação, manejo e sanidade. O controle da higiene e da qualidade do produto final.
- Emergência e re-emergência de doenças infectocontagiosas; acidentes com animais peçonhentos; uso indiscriminado de antimicrobianos e agrotóxicos; surtos de intoxicação e/ou toxinfecção alimentar; bioterrorismo com patógenos zoonóticos e vários outros problemas, todos relacionados com a interação “ser humano-animal-ambiente”.
Medicina Veterinária Preventiva
· 5 fases de MV preventiva:
· Fase de ações locais: este período tem seu princípio na pré-história e continua até o primeiro século da era cristã. Os primeiros esforços dirigidos contra a doença animal que se tem conhecimento foram descritos nas antigas civilizações da Suméria, Egito e Grécia, com referências a curandeiros de animais antes da era cristã. Esse tipo de ocupação acompanhou o surgimento da civilização urbana, desenvolvimento que dependeu da habilidade das populações rurais em produzir alimentos em quantidade suficiente parasua subsistência, fazendo uso da força animal. Ao lado do tratamento médico, cirúrgico e obstétrico individual, duas outras táticas eram aplicadas localmente para o controle das enfermidades animais, antes ainda que tivesse sido desenvolvida a teoria do contágio: o emprego da quarentena (segregação dos animais doentes dos sadios) e o sacrifício de animais enfermos. 
· Fase militar: Essa fase tem seu início no primeiro século da era cristã. A expansão das nações levou aos esforços no controle de doenças animais em larga escala. Houve a criação de estruturas organizadas de pessoas que curavam os animais dentro dos exércitos, pela importância militar que o cavalo assumia. Durante esse longo período de serviços veterinários que abrangeu a Idade Média e o Renascimento, os avanços no controle de doenças se limitaram ao aperfeiçoamento das técnicas básicas do diagnóstico clínico com o desenvolvimento da habilidade de diferenciar as combinações dos sinais de doenças específicas. Essa quarta tática para o controle das enfermidades dos animais estava associada à melhoria na organização de infraestrutura dos serviços. 
· Fase da polícia sanitária animal: A terceira fase começa em 1762 – com a criação da primeira escola de veterinária. O início dessa fase se precipitou pelos problemas econômicos ocasionados pelo irrompimento de enfermidades atingindo um grande número de animais na Europa. Essa crise foi germinal para o estabelecimento da primeira escola de medicina veterinária separada da medicina humana. Os líderes militares reconheceram o potencial de tais esforços educacionais organizados e muitos estudantes das primeiras escolas eram oficiais militares. Nessa fase, houve o estabelecimento de centros organizados de tratamento veterinário, primeiramente como parte das escolas de veterinária e, mais tarde, como serviços separados. Duas novas táticas para o controle de enfermidades animais foram adotadas: a higiene (quinta tática) e o controle sobre o abate de animais (sexta tática). O controle sanitário incluía os locais de produção de animais e os matadouros, com o objetivo de combater as doenças animais e também as enfermidades humanas que estavam sendo associadas a alimentos de origem animal. Essas ações forneceram diretamente a base para os primeiros esforços direcionados à saúde pública. A aplicação dessas táticas representou uma oportunidade para o trabalho educacional dos proprietários de animais. Observou-se que uma das principais falhas dos programas veterinários para o controle de enfermidades não estaria nas deficiências técnicas dos programas, mas nas deficiências da comunicação com o público.
· Fase das campanhas ou ações coletivas: Os anos 80 do século XIX inauguram essa fase, com as observações e experimentos sobre o anthrax por Delafond – diretor da Escola de Veterinária de Alfort (segunda escola de veterinária fundada no mundo) – e pelos conhecidos trabalhos de Pasteur, Chauveau, Koch e Salmon. Esses nomes e outros conduziram à “revolução microbiológica” como resultado da compreensão das formas de contágio, que forneceu a base para uma nova abordagem para a investigação de doenças na busca e identificação de seus agentes etiológicos. Foram iniciados programas de ações governamentais no combate às infecções dos animais de fazenda. Durante essa fase houve grande sucesso no controle de doenças, o que abriu a possibilidade para a criação de animais em produção intensiva. Nessa fase, foi introduzida uma outra tática para a prevenção e controle de enfermidades que consiste em ações populacionais como o diagnóstico, a imunização e a terapia em escala populacional, além de alguns procedimentos em ecologia aplicada como o controle de vetores. Muitas dessas medidas, primeiramente visualizadas e praticadas pelos veterinários, foram posteriormente extrapoladas e se mostraram bem sucedidas para problemas similares em saúde pública. A aplicação dessas medidas permitiu o uso rápido e sistemático de outros procedimentos como a quarentena, sacrifício de animais reagentes e desinfecção local. O controle de vetores surgiu como uma medida preventiva única, sem precedentes como resultado dos estudos epidemiológicos de Salmon juntamente com Kilborne, Smith e Curtice. Esses pesquisadores foram os primeiros a demonstrar a transmissão de um microrganismo por meio de artrópodes sobre a febre do gado no Texas – piroplasmose bovina ou babesiose. Ao lado das táticas citadas para essa fase, que durou até os anos de 1960, está a educação em saúde dos proprietários dos animais.
· Fase de vigilância e ações coletivas: O surgimento da teoria sobre os agentes etiológicos de doença pela revolução microbiológica marcou uma fase muito produtiva para a Medicina Veterinária Preventiva. No entanto, observou-se que outros fatores intervinham no aparecimento das enfermidades, sendo necessária uma abordagem mais ampla do problema. Muitas vezes, a presença do agente etiológico é necessária, mas não suficiente para explicar o aparecimento das enfermidades. Essa constatação gerou uma crise na Medicina Veterinária Preventiva que se instalou no início dos anos de 1950 pela verificação de vários aspectos: 
- A) apesar de serem efetuadas campanhas contra uma série de enfermidades, houve uma redução das mesmas, mas sem produzir sua eliminação; 
- B) o custo para o controle de muitas enfermidades era muito grande; 
- C) ausência de conhecimentos para o controle de algumas doenças; 
- D) incapacidade em lidar com novas situações práticas que surgiam na criação intensiva. 
- Em resposta a essa crise, surgiu a “revolução epidemiológica”, com a compreensão de que cada situação requer análise dos fatores que interagem para a ocorrência de doenças. A epidemiologia, que focaliza seus estudos sobre populações, foi introduzida na Medicina Veterinária Preventiva por meio da Saúde Pública para auxiliar sua prática. O diagnóstico epidemiológico passou a constituir uma nova tática para o controle de enfermidades. Essa fase teve seu início na década de 1960 e continua até os dias de hoje. Neste período, a epidemiologia começou a ser reconhecida como campo de estudo e muitos médicos e médicos veterinários se tornaram conscientes da aptidão destes últimos para trabalhar em saúde pública. O ingresso simultâneo dos profissionais da Medicina Veterinária no campo das doenças transmissíveis e nos serviços médicos preventivos foi permitido pelo reconhecimento dos seus conhecimentos e habilidades em medicina populacional e também pela importância das zoonoses, que perfazem 80% das doenças transmissíveis em humanos. Essas habilidades dos veterinários e esses atributos que eles podem levar para a saúde pública fazem desta profissão um elo de ligação entre o setor da agricultura e da saúde humana.
Epidemiologia
· É o estudo dos fenômenos relacionados à saúde de uma população;
· De acordo com a IEA, são três os principais objetivos da epidemiologia: 
I. Descrever a distribuição e a magnitude dos problemas de saúde das populações humanas. 
II. Proporcionar dados essenciais para o planejamento, execução e avaliação das ações de prevenção, controle e tratamento das doenças, bem como para estabelecer prioridades. 
III. Identificar fatores etiológicos na gênese das enfermidades.
· A epidemiologia tem como princípio básico o entendimento de que os eventos relacionados à saúde, como doenças, seus determinantes e o uso de serviços de saúde não se distribuem ao acaso entre as pessoas. Há grupos populacionais que apresentam mais casos de certo agravo, por exemplo, e outros que morrem mais por determinada doença. Tais diferenças ocorrem porque os fatores que influenciam o estado de saúde das pessoas se distribuem desigualmente na população, acometendo mais alguns grupos do que outros.
· Provê bases científicas para prevenir doenças e agravos e promover a saúde; determina a importância relativa para se estabelecer prioridades para a pesquisa e ação; identifica populações de maior risco para serem alvo de intervenções; avalia a efetividade de programas na melhoria da saúde da população;estuda a história natural das doenças (quando não há intervenção humana em seu curso); faz vigilância da ocorrência de doenças e agravos populações; investiga surtos e epidemias.
· Conceitos de zoonoses:
- Anfixenose: doença que circula entre humanos e animais, ambos funcionam como hospedeiros do agente. Ex: Estafilococose
- Antropozoonose: doença primária de animais que pode ser transmitida ao homem. Ex: Raiva, leishmaniose
- Zooantroponose: doença primária de humanos que pode ser transmitida aos animais. Ex: Tuberculose em animais pelo Mycobacterium tuberculosis
- Euzoonose: o homem é o hospedeiro cuja presença é obrigatória para o ciclo do agente. Ex: Complexo teníase-cisticercose
- Zoonoses diretas: o agente pode persistir com passagens sucessivas por uma única espécie de animal vertebrado. Ex: Raiva
- Ciclozoonoses: o agente necessita obrigatoriamente passar por duas espécies distintas de animais vertebrados para que o seu ciclo se complete. Ex: Complexo Equinococose-Hidatidose
- Metazoonoses: o agente necessita passar por hospedeiro invertebrado para que o seu ciclo se complete. Ex: Febre Maculosa, Febre Amarela, Doença de Chagas, Leishmanioses
- Saprozoonoses: O agente necessita passar por transformações que ocorrem no ambiente externo em ausência de parasitismo. Ex: Toxoplasmose, Toxocaríase.
· Casos:
- Caso alóctone: Doença que não existia em uma região e passou a existir a partir de um caso importado, porém sem a sua proliferação.
- Caso autóctone: O nome que se dá para uma doença adquirida na zona da residência do enfermo.
- Caso suspeito: sinais e sintomas compatíveis com a doença, sem evidência alguma de laboratório (ausente, pendente ou negativa).
- Caso provável: sinais e sintomas compatíveis com a doença, sem evidência definitiva de laboratório (ex: realização de exames inespecíficos).
- Caso confirmado: evidência definitiva de laboratório, com ou sem sinais e/ou sintomas compatíveis com a doença.
· Infectividade x patogenicidade x virulência x imunogenicidade:
- Infectividade: capacidade de um agente causar uma infecção. Uma doença infecciosa é uma doença cujo agente consegue penetrar, se desenvolver e se multiplicar no organismo humano ou animal. Um parâmetro laboratorial muito usado para quantificar isto é o ID50 (Infectious dose) que corresponde a dose necessária do agente para infectar 50% de uma população de animais
- Patogenicidade: capacidade do agente causar uma doença. Nem sempre o fato de um microrganismo conseguir infectar um organismo significa que ele vai causar uma doença nele. Muitos infectam o hospedeiro e são eliminados pelo sistema imune do animal sem o hospedeiro apresentar nenhum sinal ou sintoma. Os microrganismos que sempre levam ao desenvolvimento de uma doença são altamente patogênicos enquanto que os que raramente levam ao desenvolvimento de uma doença são de baixa patogenicidade
- Virulência: capacidade de gerar uma doença grave ou fatal. Como sabem, certos microrganismos podem gerar sintomas leves enquanto outras podem levar a morte. Quanto mais agressivo for o microrganismo, mais virulento ele vai ser. Neste usa-se o parâmetro laboratorial LD50 (Lethal Dose) que corresponde a dose necessária para matar 50% de uma população de animais
- Imunogenicidade: A capacidade que um agente causador de doença tem de, após a infecção, induzir a imunidade no hospedeiro.
· Especificidade x sensibilidade:
- SENSIBILIDADE: é a capacidade do teste de identificar corretamente os indivíduos que possuem a doença (casos). É a proporção de pacientes doentes que apresentem resultados positivos no exame; um teste muito sensível é útil para descartar o diagnóstico se ele der negativo
- ESPECIFICIDADE: é a capacidade do teste de identificar corretamente os indivíduos que não possuem a doença (não-casos). É a proporção de paciente sadios que apresentem resultados negativos no exame. Um teste muito específico é útil para confirmar o diagnóstico se ele der positivo
- VALIDADE = ACURÁCIA é a capacidade de medir aquilo que se propõe a medir
- CONFIABILIDADE = PRECISÃO é a capacidade de fornecer os mesmos resultados quando repetidos
- VALOR PREDITIVO POSITIVO: Se o teste é positivo, qual a probabilidade de a doença estar presente? É a probabilidade de um indivíduo avaliado e com resultado positivo ser realmente doente
- VALOR PREDITIVO NEGATIVO: Se o teste é negativo, qual a probabilidade de a doença estar ausente? É a probabilidade de um indivíduo avaliado e com resultado negativo ser realmente normal
- Ambos valores preditivos dependem da prevalência. Com o aumento da prevalência, há o aumento do VPP e diminuição do VPN
- Quanto mais sensível, melhor o VPN
- Quanto mais específico, melhor o VPP
- Valor da concordância devem ser encontrados entre os valores que concordam na tabela como o nome mesmo diz, ou seja, a coluna do infectado concorda com a linha do positivo = 26 e a coluna do controle concorda com a linha do negativo = 25. Somando esses dois valores e dividindo pelo total da população = 60, obteremos o valor da concordância
- Valor preditivo de resultados positivos é a probabilidade de um indivíduo avaliado e com resultado positivo ser realmente doente, ou seja, a razão entre testes positivos em pacientes doentes pela somatória dos testes positivos doentes mais os falsos positivos. Neste caso, 26/26+5 = 0.8387096774193548 - 83.87%
Tríade Epidemiológica
· Agente: É um fator que pode ser um micro-organismo, substância química, ou forma de radiação, cuja presença, presença excessiva ou relativa ausência é essencial para a ocorrência da doença.
· Hospedeiro: é uma pessoa ou animal vivo, incluindo as aves e os artrópodes que, em circunstâncias naturais, permite a subsistência e o alojamento de um agente infeccioso.
· Ambiente: engloba o ambiente social, físico e biológico.
Cadeia Epidemiológica
· Processo de identificação dos mecanismos envolvidos no processo de propagação das doenças que envolve os hospedeiros, os agentes patogênicos, o ambiente (ecossistema) e os meios pelos quais os agentes infectam os susceptíveis;
· Fonte de infecção, via de eliminação, meio de transmissão, porta de entrada, hospedeiro suscetível;
· Fonte de infecção: é um organismo vertebrado, no qual o agente infectante pode desenvolver-se ou multiplicar-se e do qual pode ganhar acesso ao exterior
- Doente: mais comum, é um indivíduo que apresenta sintomas da enfermidade. Típico (manifesta sintomatologia característica da doença), atípico (apresenta sintomatologia diferente do que caracteriza a doença), em fase prodrômica (sintomatologia inespecífica, no estágio inicial da doença).
- Portador: é o hospedeiro que mantém em seu organismo um agente etiológico sem apresentar sintomas. São (não apresenta sintomas em nenhum momento do processo infeccioso, devido à resistência natural ou imunidade adquirida), em incubação (ainda não apresenta sintomas, mas já elimina o agente, após período de incubação irá apresentar sintomas), convalescente (não apresenta mais os sintomas por já ter havido a clínica, mas continua eliminando o agente).
- Reservatório: é um hospedeiro de espécie diferente da considerada, no qual o agente etiológico se instala, multiplica-se e é eliminado para o ambiente.
· Via de eliminação: é a via por meio da qual o agente etiológico tem acesso ao meio exterior, ou seja, é eliminado de uma fonte de infecção;
- Podem ter diversas vias, mas geralmente uma é mais importante;
- Secreções oro nasais e expectorações, excreções (fezes e urina), leite, sangue, exsudatos e descargas purulentas (uretrais, vaginas), placenta, descamações epiteliais, órgãos internos (cadáver), sêmen.
· Meio de transmissão: conjunto de veículos, animados ou inanimados, por meio dos quais se dá a transmissão de um agente desde uma fonte de infecção até um hospedeiro suscetível;
- Às vezes a permanência no meio exterior é necessária para que se complete o ciclo vital;
- Contato direto: quando há contato físico entre a fonte de infecção e o hospedeiro suscetível e há transferência de material infectante. Ex: cópula, mordedura;- Contato indireto: pressupõe a existência de um espaço entre a fonte de infecção e o novo hospedeiro, e a transferência do agente se dá por meio intermédio de um veículo, animado ou inanimado. Ex: ar (aerossóis, poeira), alimentos e água, solo, hospedeiro intercalado, vetor (mecânico ou biológico), fômites (baldes, seringas, agulhas), outros (produtos de origem animal não comestíveis, produtos imunizantes, meios de transporte).
· Porta de entrada: é a via por meio da qual o agente etiológico consegue penetrar no novo hospedeiro. Ex: mucosas, pele.
· Hospedeiro suscetível: definido como um indivíduo ou animal vivo, que em circunstâncias naturais permite a subsistência e o alojamento de um agente infeccioso. Para produzir uma doença infecciosa no indivíduo, deve ser reunida uma série de aspectos estruturais e funcionais do próprio indivíduo.
Formas de ocorrência de doenças em populações
· Distribuição espacial das doenças:
- Comportamento no espaço físico, que dependem da presença de espécies hospedeiras e sua densidade populacional, presença dos vetores e densidade vetorial, presença do agente etiológico e seu grau de contaminação no ambiente;
- Ambiente precisa oferecer condições suficientes para sobrevivência e multiplicação dos elementos envolvidos na cadeia epidemiológica, como condições climáticas, condições do ambiente físico, abrigo e condições de procriação, nutrientes disponíveis. 
- Mesmo com condições favoráveis para a ocorrência de determinada doença em uma área, esta pode não estar ocorrendo. Pode ser devido a: população parcial ou totalmente protegida por programas de imunização, programas específicos de erradicação da doença, densidade populacional de hospedeiros e/ou vetores muito baixa, competição entre diferentes agentes etiológicos;
- Quando uma determinada doença não está presente na população de uma área geográfica, nem seu agente etiológico circula em qualquer elemento da natureza, diz-se que a referida área é INDENE para aquela doença, o que equivale a dizer que a área é LIVRE da doença;
· Distribuição temporal das doenças: como a doença se comporta ao longo do tempo;
* Forma endêmica: a doença se encontra normalmente presente na população da área geográfica em questão, apresentando-se com regularidade esperada ao longo do tempo. Seus valores oscilam dentro dos limites estatisticamente esperados. O que torna o comportamento endêmico da doença é a regularidade, mas conforme o nível de frequência pode variar o grau de endemicidade (baixa, moderada, alta);
- Como avaliar o grau de endemicidade da doença naquela população?: Calculado com base nas médias (anuais ou mensais) dos registros/notificações de ocorrência da doença no período mínimo dos 5 anos anteriores (idealmente dos 10 anos anteriores), a partir daí é calculado o Nível Endêmico (ou Faixa Endêmica) da doença. Assim são estabelecidos os limites superior (máximo) e inferior (mínimo) de oscilação esperada. A área compreendida entre a linha superior e a linha inferior em torno da média representa o Nível Endêmico. Dentro dessa área é considerada Variação Regular ou Endêmica, dentro do esperado para a doença na população.
- Objetivos do estabelecimento do Nível Endêmico: Conhecer o nível de frequência da doença. Detectar as variações de incidência, particularmente aquelas consideradas anormais (fora do NE). Acompanhar a evolução de programas de controle.;
- Valores abaixo do nível endêmico: função de programa de controle. Esgotamento de susceptíveis.;
- Valores acima do nível endêmico --> Nível Epidêmico;
- Enzootia.
* Forma Epidêmica: ocorre quando a frequência de casos da doença na população de uma determinada área (durante um intervalo de tempo) ultrapassa o LME. É sempre uma variação atípica;
- Limiar epidêmico: Média + (1,96 x desvio-padrão)
- A identificação de uma epidemia depende da frequência usual da doença na região, no mesmo grupo populacional, durante a mesma estação do ano;
- Epizootia;
- Pode ser classificada de acordo com a extensão populacional e geográfica afetada: 
- Surto: a doença ocorre de forma anormalmente elevada em um grupo populacional definido e numa área restrita, relacionados entre si. 
- Pandemia: quando a epidemia se expande de modo incontrolável, atingindo populações de espalhadas por vastas extensões (vários países, continentes), com transmissão autóctone nos diferentes países. Panzootia.
* Esporádico: a doença normalmente não ocorre em determinada área, mas raramente, sem qualquer previsibilidade ou regularidade, pode vir a ocorrer um ou uns poucos casos. É fundamental que se investigue para fazer a ligação entre o(s) caso(s) e a fonte de infecção ou veículo de transmissão;
· Tendência da distribuição temporal das doenças:
- Tanto as doenças com comportamento endêmico quanto as de comportamento epidêmico apresentam diferentes tendências a curto, médio e longo prazo;
* Variações Regulares ou Endêmicas: 
- Tendência Secular --> tendência da frequência da doença por longos períodos de tempo (décadas ou séculos). Reflete a relação de longa duração entre hospedeiro, parasito e ambiente. Podem ser: estável, ascendente (crescente) e descendente (de crescente); 
- Variações periódicas --> variações periódicas cíclicas: flutuação na ocorrência de casos da doença se dá sob a forma de ondas que se sucedem a intervalos regulares, maiores que um ano. As flutuações dependem da densidade populacional dos suscetíveis; variações sazonais (estacionais): a frequência da doença também se dá sob a forma de ondas que se sucedem a intervalos regulares, mas menores de um ano, está relacionada a fatores climáticos que favoreçam a proliferação e atividade de vetores, determinem enchentes e inundações, levem à aglomeração de suscetíveis;
* Variações Irregulares ou Epidêmicas: 
- Epidemia em Ponto (Instantânea ou Maciça): Os indivíduos afetados são expostos à infecção ao mesmo tempo, por um veículo de transmissão comum. Ex: contaminação do reservatório coletivo de água (cólera); 
- Epidemia Progressiva: Evolução mais lenta. O nº de acometidos cresce progressivamente, sugerindo a existência de casos iniciais que transmitem – direta ou indiretamente – para outros indivíduos, decréscimo dos casos geralmente também é gradual. Ex: epidemias de dengue; 
· Tendência da distribuição espacial das doenças: 
* Padrão contagioso: Os casos se concentram em áreas definidas que podem, muitas vezes, ser facilmente delimitadas. 
* Padrão randômico (ao acaso): A distribuição dos casos se dá aleatoriamente, o que pode acontecer com doenças endêmicas.
* Padrão regular (uniforme): Os casos se distribuem uniformemente no espaço (normalmente não é observado em condições naturais). 
Medidas Gerais de Profilaxia
· São medidas importantes que podem e devem ser utilizadas com a finalidade de impedir ou diminuir o risco de transmissão de uma doença;
· Consistem, portanto, em um conjunto de atividades, no sentido de proteger uma população animal, da ocorrência ou da evolução de um fenômeno desfavorável à saúde;
· Profilaxia é na realidade, o conjunto de medidas visando a prevenção da doença em nível populacional;
· Os seus objetivos são: evitar a introdução de doenças nos animais da propriedade; controlar e/ou evitar o aparecimento de novos casos de doenças já existentes, na propriedade ou região; e diminuir os efeitos da doença, quando esta não pode ser evitada, devendo, entretanto, ser controlada a níveis satisfatórios para que não interfira na produção do animal;
· Tem aplicação tanto nas doenças transmissíveis, quanto nas não-transmissíveis, porém com mais êxito nas transmissíveis;
· Para se obter êxito na aplicação das medidas preventivas, deve-se considerar alguns aspectos importantes, que serão determinados segundo as características da doença. Estas indicarão, se a aplicação das medidas profiláticas será em nível do agente causal, dos animais susceptíveis, do meio ambiente, ou se para o conjunto. Também é importante saber os meios de transmissão das doenças;
· As medidas profiláticas são divididas em 3 níveis: de prevenção, controlee erradicação;
· As ações profiláticas podem ser estabelecidas de acordo com níveis de prevenção: primária, secundária e terciária;
· Medidas de Prevenção: (SAM, Q, I, Q, DP, VS, ES)
* Saneamento do ambiente: 
- Esta ação reveste-se de importância, principalmente quando aplicada aos sistemas de criações confinadas, modernamente adotadas para suínos, aves e exploração de bovinos leiteiros, e ainda no confinamento de bovinos de corte. Entre as medidas de saneamento, recomenda-se: manter as condições higiênicas da água de consumo, destino adequado dos dejetos dos animais, controle da qualidade dos alimentos, destino adequado do lixo, controle de vetores, e instalações adequadas, entre outras variáveis
* Quarentena: 
- Pode ser utilizada objetivando-se a não introdução de doenças no rebanho. Consiste em manter os animais isolados em local apropriado para este fim, com observação dos mesmos por período mínimo de 30 dias, de maneira a evitar o contato imediato com outros animais da criação. Portanto, se os animais estiverem no período de incubação de alguma doença, serão identificados quando manifestarem os sintomas. Neste período, também se pode colher material para exames laboratoriais, tais como: fezes, sangue, entre outros. A quarentena é mais recomendada quando se pretende introduzir novos animais no país ou na propriedade.
* Imunoprofilaxia: 
- Esta medida tem por objetivo, obter-se artificialmente um elevado nível de imunidade em uma determinada população. Procura-se alcançar de acordo com o tipo de vacina, o grau de proteção mais próximo a 100%, que é influenciado pela infecciosidade do agente, susceptibilidade dos animais, e condições do meio ambiente.
* Quimioprofilaxia: 
- O uso de substâncias químicas no sentido de se obter a prevenção de doenças transmissíveis, carenciais ou de outras origens. É o caso do uso do cloro na profilaxia dos agentes infecciosos de veiculação hídrica, a suplementação mineral dos animais, o uso de vermífugos, bem como de antibióticos ou quimioprofiláticos massal na água de bebida ou na ração dos animais.
* Diagnóstico precoce: Algumas doenças transmissíveis apresentam-se nos animais como entidades atípicas ou inaparentes em sua fase inicial, necessitando de métodos laboratoriais capazes de diagnosticá-las.
* Vigilância sanitária: 
- São medidas efetuadas em fronteiras, feiras e exposições agropecuárias pelas autoridades sanitárias que, exigem atestados de sanidade dos animais ou de vacinação para determinadas doenças específicas, de acordo com a espécie animal. São medidas que visam observar, controlar ou impedir que estas enfermidades aumentem em frequência, ou voltem a ocorrer na região ou país.
* Educação sanitária: 
- No controle de doenças dos animais, a educação sanitária é importante, uma vez que os proprietários ou responsáveis pelos animais, realizarão com maior precisão e segurança as medidas indicadas.
· Medidas de Controle: (I, D, I, N, DC)
* Isolamento: 
- Os animais doentes deverão ser separados, dos sadios, para diminuir o risco de transmissão da doença. Esta segregação deve ser realizada em local adequado durante todo o período de transmissibilidade da doença.
* Desinfecção: 
- A desinfecção consiste na destruição de agentes infecciosos, do meio ambiente, pela aplicação direta de produtos químicos ou pode ser praticada por meios físicos. É importante antes de iniciar o processo de desinfecção, fazer limpeza rigorosa das instalações e fômites, eliminando ao máximo a matéria orgânica da superfície, pois este procedimento, favorece a ação dos desinfetantes.
* Interdição: 
- Esta medida é adotada com bons resultados em áreas contaminadas, quando as autoridades sanitárias determinam não somente o isolamento dos animais doentes, bem como se proíbe a saída, destes e ainda de seus produtos. É conhecida também como cordão sanitário.
* Notificação: 
- Certas doenças exigem notificação aos órgãos oficiais locais, a nível municipal, estadual ou federal.
* Destruição de cadáveres: 
- Os animais mortos podem funcionar como fontes de infecção. Portanto, a destruição dos mesmos, é uma prática importante. A eliminação de animais mortos pode ser realizada pelo: enterramento, incineração, compostagem ou utilização de fossa séptica.
· Medidas de Erradicação: (DS, EV)
- São medidas mais drásticas em ações mais globais, que possibilitam a eliminação total do agente etiológico. Como o processo de erradicação atinge, às vezes, áreas extensas, sejam zonas, regiões ou todo o país ou ainda, diferentes países, deve ser precedido de estudos e planejamento, considerando-se aspectos sanitários, ecológicos, limites geográficos naturais e repercussões econômicas.
* Diagnóstico e Sacrifício:
- Realizam-se testes de diagnóstico nos animais do rebanho, eliminando-se aqueles com resultados positivos. É importante utilizar o sacrifício dos animais doentes com o objetivo de se eliminar a fonte de infecção, entretanto, o sacrifício de animais requer um estudo aprofundado da questão, principalmente quanto à gravidade da situação nos aspectos sanitários, e econômicos. 
* Eliminação de vetores: 
- Esta medida é aplicada frente às doenças transmissíveis pelos vetores, os quais deverão ser eliminados completamente de grandes áreas, com rigorosa e permanente vigilância para se evitar a sua reintrodução. 
História Natural das Doenças
· A história natural da doença é o curso da doença desde o início até sua resolução, na ausência de intervenção. 
· Em outras palavras é o modo próprio de evoluir que tem toda doença ou processo, quando se deixa seguir seu próprio curso. 
· Descreveu-se a história natural das doenças transmissíveis como não transmissíveis, aguda ou crônicas.
· O processo se inicia com a exposição de um hospedeiro suscetível a um agente causal e termina com a recuperação, deficiência ou óbito.
· Fase Inicial (ou de suscetibilidade): Nesta fase ainda não há doença propriamente dita, mas existe o risco de adoecer.
· Fase Patológica pré-clínica: a doença ainda está no estágio de ausência de sintomas, mas o organismo apresenta alterações patológicas.
· Fase Clínica: a doença já se encontra em estágio adiantado, com diferentes graus de acometimento.
· Fase de incapacidade residual: a doença pode progredir para a morte, ou as alterações se estabilizam.
· O modelo tradicional da história natural da doença e sua relação com os níveis de prevenção propostos por Level e Clark:
· O período pré-patogênico: o primeiro antes da doença e representa o momento da interação do agente, o ambiente e o hospedeiro. 
· O período patogênico: mostra as mudanças que se apresentam no hospedeiro uma vez realizado um estímulo efetivo. 
· O horizonte clínico marca o momento em que a doença é aparentemente clínica.
· As atividades de prevenção primária são efetuadas no período pré-patogênico e são encaminhadas para promover a saúde e a proteção específica; na prevenção secundária, as ações são o diagnóstico precoce, o tratamento imediato e a limitação do dano; e a prevenção terciária está focada na reabilitação.
· Níveis de evolução da doença no período patogênico: interação estímulo suscetível; alterações fisiológicas, bioquímicas e histológicas; sinais e sintomas; defeitos permanentes, cronicidade, cura.
Respostas: 1 A e 2 B
Causalidade e Epidemiologia
· A causa de uma doença ou agravo à saúde é um evento, condição, característica ou uma combinação desses fatores que desempenham um papel importante no desenvolvimento de um desfecho em saúde;
· Postulados de Evans:
- 1. A prevalência da doença deve ser significativamente mais alta entre os expostos à causa suspeita do que entre os controles não expostos.
- 2. A exposição à causa suspeita deve ser mais frequente entre os atingidos pela doença do que o grupo de controle que não a apresenta, mantendo constante os demais factores de risco.
- 3. A incidência da doença deve ser significantemente mais elevada entre os expostos à causa suspeita do que entre aqueles não expostos.
- 4. A exposição ao agente causal suspeito deve ser seguida de doença, enquanto quea distribuição do período de incubação deve apresentar uma curva normal.
- 5. Um espectro da resposta do hospedeiro deve seguir a exposição ao provável agente, num gradiente biológico que vai do benigno ao grave.
- 6. Uma resposta mensurável do hospedeiro, até então inexistente, tem alta probabilidade de aparecer após a exposição ao provável agente, ou aumentar em magnitude se presente anteriormente.
- 7. A reprodução experimental da doença deve ocorrer mais frequentemente em animais ou no homem adequadamente exposta à provável causa do que naqueles não expostos.
- 8. A eliminação ou modificação da causa provável deve diminuir a incidência da doença.
- 9. A prevenção ou modificação da resposta do hospedeiro face a exposição à causa provável deve diminuir a incidência ou eliminar a doença.
- 10. Todas as associações ou achados devem apresentar consistência com os conhecimentos no campo da biologia e da epidemiologia.
· Uma causa deve preceder o efeito (desfecho);
· O enfoque epidemiológico considera que a doença na população: 
* I) não ocorre por acaso; 
* II) não está distribuída de forma homogênea; 
* III) têm fatores associados que, para serem causais, cumprem os critérios de Hill:
- Temporalidade: toda causa precede a seu efeito, o chamado princípio do determinismo causal. Nas situações onde a causa é uma exposição com diferentes níveis, é essencial que seja atingido um nível elevado o suficiente para a ocorrência da doença;
- Força de associação: Uma associação forte entre uma possível causa e o desfecho, medida pelo tamanho do risco relativo, é mais provável de ser causal do que uma associação fraca, a qual poderia ser decorrente de um viés ou de confundimento. O fato de uma associação ser fraca não a impede de ser causal: a força de uma associação depende da presença relativa das outras causas possíveis.
- Consistência: é demonstrada quando vários estudos apresentam o mesmo resultado. Isso é particularmente importante quando uma variedade de delineamentos é utilizada em diferentes localidades, uma vez que a probabilidade de que todos os estudos tenham cometido o mesmo erro é minimizada. Entretanto, a falta de consistência não exclui uma associação causal; 
- Reversibilidade: Quando a retirada da possível causa resulta em redução do risco de doença, existe maior probabilidade de que a associação observada seja causal. Às vezes, um fator causal pode levar rapidamente a mudanças irreversíveis que, posteriormente, levarão ao aparecimento da doença, independente da continuidade da exposição. Portanto, a reversibilidade não pode ser considerada uma condição necessária para a causalidade.
- Relação dose-resposta: ocorre quando mudanças no nível de um possível fator de risco estão associadas a mudanças na prevalência ou incidência do efeito.
- Plausibilidade biológica: Uma associação é plausível, e, portanto, é mais provável de ser causal se for consistente com o conhecimento sobre o assunto. Por exemplo, experimentos laboratoriais podem demonstrar como a exposição a um determinado fator pode levar a mudanças no desfecho. A plausibilidade biológica é um conceito relativo, e associações que eram aparentemente implausíveis podem, eventualmente, ser identificadas como causais.
· O enfoque epidemiológico também considera que a doença na população é um fenômeno dinâmico e sua propagação depende da interação entre a exposição e a suscetibilidade dos indivíduos e grupos constituintes da dita população aos fatores determinantes da presença da doença.
· Uma causa é dita como sendo suficiente quando ela inevitavelmente produz ou inicia um desfecho, e é dita necessária se o desfecho não pode acontecer na sua ausência;
· Algumas doenças são causadas por características genéticas individuais, enquanto outras causas interagem com fatores genéticos para tornar certos indivíduos mais vulneráveis do que outros;
· Modelo de Componentes Causais: 
- A doença se produz por um conjunto mínimo de condições que agem em sintonia. 
- Todas as possíveis condições ou eventos são denominados causas componentes. 
- O conjunto mínimo de condições que age em sintonia e causa a doença é denominado causa suficiente. 
- Desse modo, uma causa suficiente é um conjunto de causas componentes, nenhuma das quais é supérflua. 
- Uma causa suficiente representa um mecanismo causal de doença: a doença inicia-se quando se completa uma causa suficiente.
- Uma causa suficiente não é necessariamente um fator único, mas quase sempre compreende diversos componentes (causalidade multifatorial). 
- Cada causa suficiente tem uma causa necessária como seu componente;
- A causa componente cuja presença é imprescindível em todos os mecanismos causais da doença é chamada causa necessária.
· Hierarquia de causas: 
- Muitas vezes, as múltiplas causas e fatores de risco podem ser apresentados de uma maneira hierárquica, onde alguns são determinantes (causas) proximais ou imediatos (fatores precipitantes), e outros são determinantes distais ou indiretos (fatores capacitantes);
- As causas podem ser conectadas a cadeias causais onde um fator leva a outro até que, eventualmente, o agente patogênico específico torna-se presente no organismo, causando danos;
· Postulados de Koch:
- O organismo deve estar presente em todos os casos da doença;
- O organismo deve ser capaz de ser isolado e crescer em cultura pura; 
- O organismo deve, quando inoculado em um animal suscetível, causar a doença específica;
- O organismo deve, então, ser recuperado do animal e identificado.
· Fatores na causalidade:
- Fatores predisponentes: idade, sexo ou um traço genético, podem resultar no funcionamento deficiente do sistema imune ou na diminuição do metabolismo de um agente químico tóxico. Doenças prévias podem, também, criar um estado de suscetibilidade a uma doença.
- Fatores capacitantes ou incapacitantes: pobreza, dieta insuficiente, condições inadequadas de moradia e atendimento médico precário, podem favorecer o desenvolvimento de determinadas doenças. Por outro lado, fatores que auxiliam na recuperação de uma doença ou na manutenção da saúde podem ser chamados de fatores capacitantes. Os determinantes sociais e econômicos da saúde são tão importantes quanto os fatores predisponentes para a definição de estratégias preventivas. 
- Fatores precipitantes: exposição a um agente específico ou a um agente nocivo, podem estar associados com o aparecimento da doença;
- Fatores reforçadores: exposição repetida, condições ambientais e de trabalho inadequadas, podem precipitar o surgimento de uma doença ou agravar uma condição já existente.
· Em termos gerais, não é necessário identificar todos os componentes de uma causa suficiente para efetuar uma prevenção eficaz, já que a remoção de um só dos seus componentes bloqueia a interação com os outros e previne a ocorrência do efeito, isto é, da doença. 
· Não obstante, a doença na população pode continuar produzindo-se pela ação de outras causas suficientes. 
· Entende-se por isto que a única opção para erradicar uma doença é a remoção de sua causa necessária.
Estatística de saúde (Bioestatística)
· Porque estudar bioestatística:
- Para interpretação de informações sobre drogas e equipamentos;
- Para usar técnicas diagnósticas;
- Para ficar informado;
- Para avaliar diretrizes (guidelines);
- Para participar ou dirigir projetos de investigação;
· População: conjunto de indivíduos ou objetos que apresentam em comum determinadas características definidas para o estudo. Uma população pode ser finita e pequena, sendo fácil de conhecer todos os seus elementos. Porém, as vezes é finita, mas incontável ou mesmo infinita. Nestes dois últimos casos, para conhecer uma população a estatística lança mão de um recurso que é coletar uma amostra desta população e caracterizar alguma variável da população a partir dos resultados obtidos a partir da amostra, ou seja, tirar conclusões sobre a população a partir de resultados obtidos em amostras
· Amostra: conjunto de elementos de uma população, selecionando segundo algum critério. É um subconjuntoda população. Tipos de amostras casuais (tipo de amostra na qual os elementos são escolhidos ao acaso, eliminando a tendenciosidade do pesquisador):
- Casual simples: cada elemento da população tem a mesma chance de entrar na amostra;
- Sistemática: seleciona-se qualquer unidade amostral e, a partir desta, escolhem-se as seguintes segundo o intervalo de seleção;
- Estratificada: de acordo com algum fator (sexo, idade, raça).
· Variável: característica que se deseja estudar de uma dada população. Tipos de variáveis:
- Contínuas: são aquelas que podem assumir qualquer valor dentro de um intervalo de interesse;
- Discretas: são aquelas que só podem assumir valores inteiros dentro de um intervalo de interesse;
- Nominais: são aquelas que só podem assumir alguns estados ou categorias e geralmente não são numéricas. Os dados nominais surgem quando se define categorias e se conta suas observações;
- Ordinais: são aquelas que se relacionam a avaliações subjetivas segundo preferência ou desempenho. Os dados ordinais constituem valores relativos, atribuídos para denotar ordem.
· Medidas de tendência central: 
- Para determinar o período de incubação de uma doença causadora de um surto, pode-se utilizar a média aritmética, a mediana ou a moda;
- A mediana é a melhor opção para se determinar o período de incubação da doença;
- Média aritmética: medida de tendência central mais utilizada. É definida como soma dos valores teóricos de todas as observações dividida pelo número de observações. 
- Mediana: indica o centro de uma distribuição. É o número que fica exatamente no meio da série quando os dados estão ordenados e o número de observações é ímpar, ou a média aritmética de dois números do meio quando o número de observações é par.
- Moda: é o valor que aparece com maior frequência em uma distribuição.
· Medidas de variabilidade:
- Amplitude: diferença do menor e do maior valor de um conjunto de dados. Boa para grupos pequenos de dados.
- Desvio padrão e variância: medidas de dispersão;
· Distribuição normal: descreve a forma da distribuição de uma população. Importante destacar que não há apenas uma curva normal para cada valor, diferente da média e do desvio padrão.
· Medidas de associação: procura responder se existe uma associação entre uma exposição e um desfecho
· Frequência absoluta ou números absolutos: é aquela que se obtém ao contar. Ela permite fazer uma avaliação das ocorrências, mas não permite medir o risco.
· Frequência relativa: proporções. É a relação entre o número de indivíduos que apresenta um atributo e o total de indivíduos. A frequência relativa mais usada é a porcentagem.
· Coeficiente: É uma medida que informa quanto ao “risco” da ocorrência de um evento (ex: casos de doença, nascimento, óbito) em um determinado local relacionado a uma unidade de tempo.
· Indicadores epidemiológicos: São medidas utilizadas para descrever e analisar uma situação de saúde existente ou avaliar o cumprimento dos objetivos, as metas e suas mudanças ao longo do tempo. Servem também para prever tendências futuras. Podem ser operacionais e epidemiológicos.
* Morbidade: é usado para identificar o conjunto de casos de uma dada afecção ou a soma de agravos à saúde que atingem um grupo determinado de indivíduos. Os indicadores de morbidade são:
- Prevalência: relação do número de casos existentes de uma determinada doença e o número de pessoas na população em determinado período do tempo. Depende de dois fatores: a incidência e a duração da doença.
 
- Incidência: é a razão entre o número de casos novos de uma doença que ocorreu em uma comunidade, em um intervalo de tempo determinado, e a população exposta ao risco de adquirir esta doença no mesmo período.
- Nas doenças agudas, quando a intenção é identificar surtos epidêmicos logo em sua eclosão, a Incidência é denominada de Taxa de Ataque. Se refere a um grupo bem definido de pessoas, localizadas em uma área restrita e limitada a um curto período de tempo. Em uma população específica ou em um grupo bem definido de pessoas/animais expostos ao risco de serem acometidos por essa doença;
- Risco relativo: relação existente entre o coeficiente de incidência de casos expostos e o coeficiente de incidência de casos não expostos.
* Mortalidade: refere-se ao número de óbitos ocorridos em determinada população. 
* Letalidade: refere-se à incidência de mortes entre os portadores de determinada doença, em certo período de tempo, dividida pela população de doentes.
· Estudos para determinar prevalência e incidência:
- Prevalência: estudos transversais (cortam a população em um só ponto)
- Incidência: estudos de coorte (acompanham um mesmo grupo de pessoas “coorte” durante um determinado período).
· Estudos de coorte:
- Nesse estudo observacional os indivíduos são classificados (ou selecionados) segundo o status de exposição (expostos e não expostos), sendo seguidos para avaliar a incidência da doença em determinado período de tempo 
- No início do estudo, todas as pessoas são classificadas para determinação de suas características que possam atuar como fatores de risco para a doença.
- Os estudos de coorte também podem ser utilizados para avaliar os riscos e benefícios do uso de determinada medicação.
- Essas pessoas são então observadas durante um período de tempo para se observar qual delas desenvolverá a doença.
- Analítico;
- Causa (exposição) e efeito (desfecho);
- Servem principalmente para estudar fatores de risco. 
- Conhecidos também como estudos longitudinais e de incidência.
- Os estudos de coorte podem ser classificados como concorrentes (prospectivos, clássicos) ou não concorrentes (retrospectivos). 
- Nos estudos não concorrentes, todas as informações sobre a exposição e o desfecho já ocorreram antes do início do estudo. Nos estudos concorrentes, a exposição pode (ou não) já ter ocorrido, mas o desfecho ainda não ocorreu.
- Os problemas dos estudos não concorrentes são: viés de informação e a inabilidade para controlar variáveis de confusão (falta de informação). 
- Os termos prospectivo e retrospectivo geralmente se referem a quando os dados do estudo foram coletados em relação ao investigador. Um estudo prospectivo envolve a coleta de novos dados, muitas vezes, com o propósito de abordar uma questão específica. A distinção entre os estudos retrospectivos e prospectivos é essencialmente descritiva, e não traz geralmente impacto no plano de análise ou nos resultados do estudo, além dos já citados.
- Vantagens: Podem discernir as relações temporais entre a exposição e o desfecho pelo fato de a exposição preceder o desfecho, podem ser usados para avaliação de desfechos múltiplos, permitem o cálculo direto das medidas de incidência nas coortes de expostos e não expostos, o status do desfecho não influencia a medida do status de exposição ou seleção de indivíduos (coorte concorrente), são menos sujeitos a vieses de seleção do que os estudos de caso-controle, alguns estudos permitem ainda que várias exposições possam ser avaliadas (coortes de população geral ou de grupos populacionais restritos), são os melhores estudos para descrever fatores de risco. 
- Desvantagens: São do tipo observacional (assim como o caso-controle), trazendo todas as fragilidades do desenho observacional (quando comparados aos estudos experimentais – ensaios clínicos randomizados); pode ser ineficiente para o estudo de doenças raras ou aquelas com longos períodos de latência; geralmente são caros e difíceis de operacionalizar (em estudos etiológicos); a perda de participantes ao longo do seguimento pode comprometer a validade dos resultados; 
- “Risco Relativo (RR)” é uma denominação frequentemente utilizada para medidas de efeito baseada em razão de ocorrência. Indica quantas vezes maior é o risco de adoecer entre os expostos comparados aos não expostos.
- “Risco Atribuível” (RA) – é a parcela da incidência da doença decorrente da exposição a um determinado fator de risco. A diferença entre as incidências da doença entre os expostos e os não expostos a um dado fator de riscodenomina-se risco atribuível.
- Interpretando risco relativo: RR=1 (indica que a taxa de incidência da doença nos grupos de expostos e não expostos são idênticas, indicando que não há associação observada entre exposição e doença), RR>1 (indica associação positiva ou risco aumentado entre os expostos ao fator estudado em relação aos não expostos), RR<1 (indica que há uma associação inversa ou um risco diminuído entre os expostos ao fator estudado é o chamado fator de proteção).
- Medida de associação: risco relativo (a razão entre o risco entre os expostos e o risco entre os não expostos a determinado fator. Em outras palavras incidência entre expostos e incidência entre não expostos).
· Estudos transversais/seccional: 
- Cada indivíduo é avaliado para o fator de exposição e a doença em determinado momento (uma única observação no tempo).
- Observacional e analítico
- Prevalência 
- Muitas vezes é realizado apenas com o objetivo descritivo sem nenhuma hipótese para ser avaliada;
- Levantamento
- Existem limitações quando se tenta concluir qual a natureza da relação entre exposição e evento nestas situações. Essa limitação relaciona-se principalmente com o fato de que a exposição e a doença são avaliadas ao mesmo tempo. Outro ponto é a dificuldade em separar os casos novos dos casos já presentes por algum tempo. Irão refletir não apenas determinantes da doença, mas determinantes de sobrevida.
- Apesar das limitações, eles podem ser considerados um passo adiante na identificação dos determinantes de doenças, quando comparados com relatos ou séries de casos.
- Podem ser comparados e não comparados (estudo de prevalência).
- Medida de associação: razão de prevalência (relação entre a prevalência nos expostos e a prevalência nos não expostos)
· Estudos de casos-controle:
- São estudos epidemiológicos observacionais, longitudinais, retrospectivos e analíticos, no qual os participantes são selecionados entre indivíduos que já têm a doença (casos) e entre indivíduos que não a têm (controles); 
- Em cada um desses dois grupos, verifica-se o número de indivíduos expostos, a algum fator de risco. 0 objetivo é verificar a possível existência de associação causal entre a exposição aos fatores de risco e a doença em estudo. 
- Se o fator está associado à doença, a proporção do fator entre os casos será maior que a mesma proporção entre os controles. Este tipo de estudo tem grande aplicação para as situações em que a doença é relativamente pouco frequente e o tempo decorrido entre a exposição ao risco e a evidenciação do seu efeito, é longo.
- A principal vantagem é a possibilidade de se investigar doenças mais raras, com longo período de indução ou de latência, sem a necessidade de acompanhamento de uma grande população, por um longo período para verificar a ocorrência da doença. Para algumas doenças que ocorrem mais raramente, seria inviável acompanhar os indivíduos por vários anos ou décadas, até que a doença ocorra.
- Começa com a ausência ou a presença de um evento e então procura no passado tentando detectar possíveis causas ou fatores de risco que possam ser encontrados.
- Os “casos” são indivíduos selecionados de um grupo que possui um determinado evento, os “controles” são indivíduos que não apresentam o evento.
- Também são estudos longitudinais, pois cobrem um período de tempo.
- Medida de associação: Odds ratio (ou razão das chances é definida como a razão entre a chance de um evento ocorrer em um grupo e a chance de ocorrer em outro grupo). A razão entre as chances em favor da exposição nos casos (doentes) e as chances em favor da exposição nos não casos (indivíduos sadios);
· Estudos ecológicos:
- Estudo observacional, transversal, agregado, analítico;
- A unidade de análise é a população e não o indivíduo, em uma geográfica definida;
- Avalia-se como o contexto social e ambiental podem afetar a saúde desses grupos;
- A limitação principal é que a relação entre o fator de exposição e o evento pode não estar ocorrendo ao nível do indivíduo.
- Uma associação entre uma exposição e evento ao nível da população não permite afirmar que a exposição está mais presente naqueles que adquirem a doença (falácia ecológica).
- Vantagens: facilidade de execução, baixo custo relativo, simplicidade analítica, capacidade de gerar hipóteses.
- Desvantagens: baixo poder analítico, pouco desenvolvimento das técnicas de análises dos dados, vulnerável à chamada “falácia ecológica” (onde inferências sobre a natureza dos indivíduos são deduzidas a partir de inferências sobre o grupo a que pertencem os indivíduos).
- Medida de associação: razão de médias.
· Testes de hipótese:
- Quando se faz uma pesquisa, normalmente se usa amostras, porém o objetivo final é generalizar os resultados para toda a população. O que nos diz se é válido ou não são os testes de hipótese;
- Ho (hipótese nula): resultados são obras do acaso, ou seja, não podem ser generalizados para a população;
- H1: dados são válidos para toda a população
· Teste t de student:
- Descobre se as médias diferentes justificam excluir o Ho;
- Testa a igualdade entre duas médias;
- Condições para o uso: as distribuições seguem uma distribuição normal; os desvios padrão nas amostras são iguais; as observações são independentes; e o n da amostra é maior que 30.
· Teste do qui-quadrado de independência entre variáveis:
- Usado para testar a independência entre duas variáveis;
- O teste compara os resultados esperados em uma tabela com os resultados encontrados na pesquisa;
- Condições de uso: distribuição normal, n mínimo de 20, variáveis nominais.
Resíduos de Serviço de Saúde
· Devem ser respeitados os limites de peso de cada saco, assim como o limite de 2/3 de sua capacidade, para garantir a sua integridade e o seu fechamento.
· Grupo A – engloba os componentes com possível presença de agentes biológicos que, por suas características de maior virulência ou concentração, podem apresentar risco de infecção. Todos os que devem ser tratados obrigatoriamente devem ser acondicionados em sacos vermelhos. Os sacos com conteúdo de fácil putrefação devem ser substituídos a cada 24 horas.
- Exemplos: placas e lâminas de laboratório, carcaças, peças anatômicas (membros), tecidos, bolsas transfusionais contendo sangue, dentre outras.
· Grupo B – contém substâncias químicas que podem apresentar risco à saúde pública ou ao meio ambiente, dependendo de suas características de inflamabilidade, corrosividade, reatividade e toxicidade.
- Exemplos: medicamentos apreendidos, reagentes de laboratório, resíduos contendo metais pesados, dentre outros.
· Grupo C – quaisquer materiais resultantes de atividades humanas que contenham radionuclídeos em quantidades superiores aos limites de eliminação especificados nas normas da Comissão Nacional de Energia Nuclear – CNEN,
- Exemplos: serviços de medicina nuclear e radioterapia etc.
· Grupo D – não apresentam risco biológico, químico ou radiológico à saúde ou ao meio ambiente, podendo ser equiparados aos resíduos domiciliares. Os sacos que acondicionam os RSS do grupo D não precisam ser identificados.
- Exemplos: sobras de alimentos e do preparo de alimentos, resíduos das áreas administrativas etc.
· Grupo E – materiais perfuro-cortantes ou escarificantes. A identificação dos sacos para acondicionamento de RSS só pode ser feita de forma impressa, é vedade o uso de adesivos.
- Exemplos: lâminas de barbear, agulhas, ampolas de vidro, pontas diamantadas, lâminas de bisturi, lancetas, espátulas e outros similares.
QUESTÕES MEDICINA VETERINÁRIA
· EPIDEMIOLOGIA
· FORMA DE OCORRÊNCIA DE DOENÇAS NAS POPULAÇÕES
QUESTÃO 1 - Em relação aos conceitos fundamentais na área de Epidemiologia, numere a coluna da direita com base na informação da coluna da esquerda. 
1. Endemia 
2. Epidemia 
3. Pandemia 
( ) É a ocorrência de casos de uma doença, agravo ou evento relacionado à saúde, em níveis claramente acima do esperado ou conhecido. 
( ) É a presença contínua de uma doença ou agente infeccioso em área ou população. Pode expressar, também, a prevalência

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