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Tributário Caso Manuscrito Semana 13

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Direito Tributário I
Osmara Cristina Braga Schwartz
Caso Concreto- Semana 13
A prefeitura do município de Rio Branco enviou carnê de IPTU para a Locadora de Veículos localizada em terreno da Infraero ao lado do Aeroporto Internacional Plácido de Castro. A Locadora promoveu ação anulatória e o processo se encontra hoje no STF aguardando julgamento de recurso extraordinário. Neste sentido, apresente os argumentos favoráveis ao fisco e ao contribuinte. 
Resposta: 
O caso levanta a questão da imunidade recíproca, prevista no artigo 150, VI, “a”, CF/88, e, de acordo com o §2º, do mesmo artigo, ela é extensiva às empresas públicas prestadoras de serviço público em regime de monopólio, como é o caso da Infraero. Ocorre que a Infraero locou o bem a terceiro, fato esse que caracteriza exploração comercial, fazendo, portanto, incidir o disposto no art. 150, §3º, CF. Por se tratar de atividade econômica regida por regras de direito privado, o STF decidiu que não haverá imunidade tributária.
O Plenário do Supremo Tribunal Federal (STF) julgou, em abril de 2017, dois Recursos Extraordinários (REs 594015 e 601720), com repercussão geral, reconhecendo a constitucionalidade da cobrança do Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU) da Petrobras, relativo a terreno arrendado no porto de Santos, e de uma concessionária de veículos no Rio de Janeiro, ocupando terreno em contrato de concessão com a Infraero. A decisão, tomada por maioria de votos, afastou a imunidade tributária para cobrança de imposto municipal de terreno público cedido a empresa privada ou de economia mista, com o fundamento de que a imunidade recíproca prevista na Constituição Federal, que impede entes federativos de cobrarem tributos uns dos outros, não alcança imóveis públicos ocupados por empresas que exerçam atividade econômica com fins lucrativos.
Para fim de repercussão geral, o ministro Roberto Barroso propôs a seguinte tese, que foi aprovada por maioria do Plenário: “A imunidade recíproca não se estende a empresa privada arrendatária de imóvel público, quando seja ela exploradora de atividade econômica com fins lucrativos. Nessa hipótese, é constitucional a cobrança de IPTU pelo município”.

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