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Prof. Márcia d´Avila CESNORS/UFSM Doença ambiente patógeno hospedeiro alterações morfológicas e fisiológicas no patógeno e hospedeiro → Dormência: é a fase onde as condições não são favoráveis a atividade do patógeno, e este se encontra com metabolismo reduzido. COLONIZAÇÃO Figura: Ciclo de vida do patógeno (Whetzel, 1925). FONTE DE INÓCULO DISSEMINAÇÃO INOCULAÇÃO REPRODUÇÃO SINTOMAS SOBREVIVÊNCIA COLONIZAÇÃO GERMINAÇÃO PENETRAÇÃO Figura: Esquema do ciclo das relações patógeno-hospedeiro. CICLO PRIMÁRIO - É a introdução de um patógeno em uma cultura, quando as condições ambientais são favoráveis. - Inicia a partir de estruturas de sobrevivência ou a partir da fase saprofítica do solo; - Apresenta: pequeno n° de plantas infectadas; pequeno n° de lesões/planta; e baixo índice de infecção. - Número reduzido de estruturas reprodutivas = menor número de lesões. CICLO SECUNDÁRIO - Desenvolve-se a partir do inóculo produzido no fim do ciclo primário, geralmente ainda sobre a planta hospedeira; - Apresenta: grande n° de plantas infectadas; grande n° de lesões/planta; e alto índice de infecção. - Disseminação do patógeno na cultura, enquanto as condições ambientais permanecem favoráveis. PROCESSOS E SUB-PROCESSOS DO CICLO PATÓGENO-HOSPEDEIRO SOBREVIVÊNCIA DO INÓCULO - Estruturas especializadas de resistência - Atividades saprofíticas - Plantas hospedeiras - Vetores DISSEMINAÇÃO - Liberação - Dispersão - Deposição INFECÇÃO - Pré-penetração - Vias de penetração - Estabelecimento das relações parasitárias estáveis PROCESSOS E SUB-PROCESSOS DO CICLO PATÓGENO-HOSPEDEIRO COLONIZAÇÃO - Tipo de patógeno - Modo de colonização - Tempo de colonização REPRODUÇÃO - Condições ambientais - Epidemiologia - Inóculo - Fonte de inóculo - Inóculo primário - Inóculo secundário ESTRATÉGIAS DE SOBREVIVÊNCIA DO INÓCULO - estruturas especializadas de resistência - atividades saprofíticas - plantas - vetores Nematóides Bactérias, vírus, viróides e micoplasmas Atividades saprofíticas, sobrevivência em sementes, hospedeiros alternativos e vetores Ovos com dormência e fêmeas cheias de ovos Fungos Teliósporos, ascocarpos, oósporos, escleródios, etc. TELIÓSPOROS Classe Teliomycetes: Ordens Uredinales e Estialaginales Esporo de repouso - viabilidade por até 1 ano ASCOCARPOS Ascomicetos - corpos de frutificação - Não desempenham papel de inóculo inicial - contribui para aumento intensidade da doença OÓSPOROS Classe Oomycetes - Phythium e Phytophthora Quebra de dormência: alta umidade, ph e temperatura do solo ESCLERÓDIOS Fungos veiculados pelo solo - massa de hifas CLAMIDÓSPOROS DECOMPOSIÇÃO DA MATÉRIA ORGÂNICA Patógenos facultativos Fusarium, Pythium, Rhizoctonia - podridões de órgãos de reserva UTILIZAÇÃO DE NUTRIENTES DA SOLUÇÃO DO SOLO Bactérias Pseudomonas, Xanthomonas e Agrobacterium - rizosfera HOSPEDEIRO DOENTE Fungos, bactérias, vírus, viroses e micoplasmas - Parasitas obrigatórios - Parasitas facultativos em plantas perenes HOSPEDEIRO SADIO SEMENTES INSETOS Vírus Relação persistente - podem permanecer no vetor por toda a vida do inseto (pulgão, tripes, cigarrinha) Relação não persistente - permanecem somente na transmissão de uma planta para outra NEMATÓIDES Vírus FUNGOS Vírus Principais agentes: vento e água Processo importante para os esporos transportados pelo ar LIBERAÇÃO ATIVA O próprio microrganismo fornece a energia para se desprender - Mecanismo de ejeção - Mecanismo de turgidez celular - Descarga de balitósporos Liberação de zoósporos de Phythium LIBERAÇÃO PASSIVA Ação mecânica externa → vento ou chuva - Libração por impacto Impacto do vento e da chuva - Liberação por respingos - Liberação pelo vento Fungos pulverulentos - Liberação devido à higroscopia (misto de liberação ativa e passiva) Umidade do ar reduz rapidamente PERIODICIDADE A LIBERAÇÃO DE ESPOROS Ritmo circadiano - próprio de cada espécie Relacionado à periodicidade das condições ambientais Agentes de dispersão AR Vento e pequenos redemoinhos ÁGUA Chuva HOMEM Dissemina todos os tipos de patógenos de diferentes maneiras e distâncias Manipulação de plantas, tratos culturais, transporte de material propagativo e solo infectado INSETOS Fungos, bactérias, vírus, micoplasmas e nematóides Processo típico de esporos transportados pelo ar SEDIMENTAÇÃO Ocorre em condições de ar calmo IMPACTO Quando o esporo transportado pelo ar encontra um obstáculo TURBULÊNCIA Através de ar turbulento CHUVA Por chuvas fortes Marco inicial da patogênese - período crítico Condições ambientais adequadas para a germinação MOVIMENTO DIRECIONADO DO PATÓGENO EM RELAÇÃO AO HOSPEDEIRO Movimento de zoósporos, bactérias e nematóides - exsudatos das raízes Origem química e de baixa especificidade CRESCIMENTO DO PATÓGENO NA SUPERFÍCIE DO HOSPEDEIRO Emissão do tubo germinativo para o início da penetração Processo ativo: secreção fluidos capazes de alterar a superfície do hospedeiro Condições favoráveis de ambiente Patógenos penetram → diretamente pela superfície da planta aberturas naturais ferimentos PENETRAÇÃO DIRETA Ação mecânica + ação química Patógeno → vencer a barreira da cutícula e epiderme fixam-se a superfície através do apressório lançam um pequena hifa (peg de penetração) enzima cutinase para dissolução da cutícula Bactérias: são incapazes de penetrar diretamente o hospedeiro Vírus, viróides e micoplasmas: somente através de ferimentos PENETRAÇÃO ATRAVÉS DE ABERTURAS NATURAIS - Estômatos: bactérias e fungos (apressório) - Hidatódios: pequenos orifícios na borda foliar → bactérias - Nectários e estigmas: fungos e bactérias - Lenticelas: frutos, ramos e tubéculos - rupturas na epiderme PENETRAÇÃO POR FERIMENTOS Bactérias, vírus, viróides, micoplasmas e grande parte dos fungos Exemplos: picadas de pulgões → vírus galerias (brocas) → fungos e bactérias abrasão em folhas → bactérias causados pelo homem → práticas culturais (poda e desbrota) direta aberturas naturais ferimentos fungos direta aberturas naturais ferimentos bactérias vírus nematóides Retirada de nutrientes da planta pelo fitopatógeno Marca a transição entre infecção e colonização Infecção = bem sucedida após instalação definitiva do patógeno Interação → patógeno + hospedeiro + - → infecção bem sucedida - + → infecção não se completa Desenvolvimento (distribuição) do patógeno e invasão do tecido hospedeiro O patógeno provoca alterações no hospedeiro → sintomas Pode-se classificar o patógeno em 3 grupos → relação nutricional com o hospedeiro PATÓGENO BIOTRÓFICO Alimenta-se de células vivas do hospedeiro - Todos vírus, viróides e micoplasmas Replicação da partícula viral pela célula hospedeira e disseminação - Algumas bactérias Vasos do xilema e formação de tumores - Fungos causadores de ferrugens, carvões, oídiose míldios Com auxílio de haustórios - invade a célula aderida a membrana celular PATÓGENO HEMIBIOTRÓFICO Ataca células vivas, mas pode continuar seu desenvolvimento após a morte do hospedeiro Fungos causadores de manchas foliares → Cescospora e Septonia PATÓGENO NECROTRÓFICO Mais primitivos → mata as células do hospedeiro → alimento Evitam reação do hospedeiro à infecção e colonização Patógenos com importante atividade enzimática e toxicogênica Enzima pectinase → maceração dos tecidos → podridões moles de frutos Fase inicial Fase avançada - Parasitas mais evoluídos → patógenos biotróficos e hemibiotróficos Apresentam vias específicas de distribuição no hospedeiro Vírus e viróides - distribuição célula a célula → até os tecidos vasculares distribuição ou colonização sistêmica Muitos fungos e bactérias → transportados pelos vasos condutores (xilema) Distribuição ou colonização localizada → células adjacentes ao ponto de penetração Translocação de um vírus em planta hospedeira Difícil de ser quantificada impossível medir com precisão o momento em que relações parasitárias estáveis são estabelecidas Período de latência = período de tempo entre a inoculação e o aparecimento das estruturas reprodutivas Tempo utilizado pelo patógeno → processos de infecção e colonização Período de latência é bastante variável = de 4 dias até 3 meses Envolve: variedade da espécie hospedeira raça do patógeno condições ambientais Período de latência (PL) → muito utilizado em epidemiologia Quanto > PL = menor número de gerações produzido Quanto < PL = maior número de gerações produzido → maior velocidade epidemia Fase em que há aumento do inóculo (propágulos) → disseminação eficiente Ocorre no interior ou superfície do hospedeiro Vírus, viróides e micoplasmas = replicam-se apenas no interior Grande maioria das bactérias e fungos = reproduzem-se na superfície Formação de estruturas reprodutivas → condições ambientais específicas Umidade relativa, molhamento foliar, temperatura, luz e estado nutricional do hospedeiro Produção de inóculo → variável para cada espécie Patógenos de regiões quentes = vários picos diários de máxima esporulação Patógenos de clima temperado = apenas um pico de esporulação Processos Sub-processos Mecanismos Sobrevivência Estruturas especializadas Atividades saprofíticas Plantas Vetores Disseminação Liberação Ativa (ascósporos, etc.) Passiva (vento, água, etc.) Dispersão Ar Água Homem Insetos Deposição Sedimentação Impacto Turbulência Infecção Pré-penetração Penetração Aberturas naturais Ferimentos Direta Estabelecimento de relações parasitórias Colonização Intercelular Intracelular Reprodução Sexuada Assexuada SINTOMA: Resposta do hospedeiro à ação do patógeno, de agente abiótico ou característica genética da planta. SINAIS: O próprio patógeno ou uma de suas estruturas. OS SINTOMAS PODEM SER CLASSIFICADOS: ► Quanto a localização - Primários: sintoma no local de ação do agente causal - Secundário: for a do local de ação do agente causal ► Quanto à estrutura e ao processo fisiológico afetado - Citológicos: alterações em nível celular (plasmólise, etc.) - Fisiológicos: alterações nos processos fisiológicos (fotossíntese, respiração, etc.) - Morfológicos: alterações na forma da planta Os sintomas morfológicos são classificados de acordo com o tipo de reação causado no hospedeiro em: Necróticos, hiperplásticos, hipoplásticos SINTOMAS NECRÓTICOS Envolvem processo de degeneração e desagregação de protoplastos, culminando com a morte de células, tecidos e órgãos. Amarelecimento Anasarca (ou encharcamento) Cancro Desfolha Anelamento Gomose Mancha foliar Mumificação Murcha Pau-preto Podridão de estaca Podridão branca Pústula Resinose Seca Tombamento de mudas SINTOMAS HIPERPLÁSTICOS Manifestam-se em conseqüência da multiplicação e/ou crescimento exagerado de células, tecidos e órgãos, bem como pelo acúmulo de certas substâncias ou de componentes celulares. Arroxeamento Bronzeamento Edema Superbrotação Calo Fasciação Galha Verrugose SINTOMAS HIPOPLÁSTICOS Consistem no subdesenvolvimento da planta ou de seus órgãos ou deficiência dos constituintes celulares. Albinismo Clorose Encarquilhamento Enfezamento Epinastia Estiolamento Roseta Variegação SINAIS São estruturas do patógeno formadas sobre e/ou no interior do tecido ou órgão doente. Diagnose direta → sinais Diagnose indireta → sintomas ► Os sinais são divididos em: - Estruturas vegetativas ex: micélio, escleródios, haustório, etc. - Estruturas reprodutivas ex: acérvulos, picnídio, peritécio, basídio, etc. - Produtos da interação planta-patógeno ex: gases, exsudatos, etc.