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CURSO ONLINE – AFO PARA ANALISTA DO TRF-02 PROF. GRACIANO ROCHA Prof. Graciano Rocha www.pontodosconcursos.com.br 1 AULA 04.2 Saudações, caro aluno! Finalizamos agora nosso curso. Hoje estudaremos tópicos complementares ao assunto “despesa pública”, e que são presença marcante em provas de concursos: restos a pagar, despesas de exercícios anteriores e suprimento de fundos. Muito bem, vamos em frente. Boa aula! GRACIANO ROCHA CURSO ONLINE – AFO PARA ANALISTA DO TRF-02 PROF. GRACIANO ROCHA Prof. Graciano Rocha www.pontodosconcursos.com.br 2 RESTOS A PAGAR E DESPESAS DE EXERCÍCIOS ANTERIORES Restos a pagar (RP) e despesas de exercícios anteriores (DEA) são modalidades de execução da despesa pública. Assim, para compreender bem as informações iniciais sobre esses tópicos, vamos fazer um breve apanhado de nosso estudo sobre despesa pública. Como vimos antes, um dos princípios contábeis mais importantes é o da competência; tal princípio reza que a ocorrência da despesa dá-se no momento do seu fato gerador, e não no momento da saída dos recursos a título de pagamento (isso se houver saída financeira, que nem é necessária). Dessa forma, a despesa já deve ser contabilizada no momento em que se certifica a aquisição de bens, o recebimento de serviços etc. Não importa que o eventual reflexo financeiro dessas operações só venha a acontecer tempos depois. Essa é a realidade do setor privado. Por outro lado, no âmbito do setor público, a Lei 4.320/64 dispõe que a despesa “nasce” com seu primeiro estágio, o empenho. Isso significa, mal comparando, a “reserva de fundos” para a despesa. Os próximos passos para finalização da despesa são sua certificação documental (estágio da liquidação) e o próprio estágio do pagamento. Porém, o fato gerador, que confirma a existência da despesa pública, normalmente ocorre após o empenho. Assim, o princípio da competência, na prática, não é seguido totalmente à risca no setor público. Muito bem, revistos esses pontos, vamos avançar um pouco. Na contabilidade pública, os orçamentos anuais são considerados “mundos separados” (lembra-se do princípio orçamentário da anualidade?). A autorização do Poder Legislativo para execução das despesas, por meio da Lei Orçamentária Anual, vale para o ano de vigência dessa lei. Para o próximo ano, uma nova lei orçamentária é editada, e, em termos absolutamente teóricos, as despesas pertencentes ao exercício anterior já estariam finalizadas quando do início do outro. CURSO ONLINE – AFO PARA ANALISTA DO TRF-02 PROF. GRACIANO ROCHA Prof. Graciano Rocha www.pontodosconcursos.com.br 3 Entretanto, na prática atual, o que se verifica é a transferência maciça de despesas não totalmente executadas para os exercícios futuros, bem como a correção, no exercício corrente, de erros de processamento ou omissões administrativas relativas a anos passados. Assim, considerando esses “mundos separados”, cada exercício financeiro tem suas despesas próprias, as quais não perdem essa vinculação com seu orçamento de origem. Basta que um empenho seja emitido em 2009 para que a despesa decorrente pertença eternamente a 2009. Isso está assentado no art. 35, inc. II, da Lei 4.320/64 (“Pertencem ao exercício financeiro as despesas nele legalmente empenhadas”). Essa divisão rígida entre exercícios e seus respectivos orçamentos, assim como a adoção do regime de competência para a despesa pública, são o fundamento para o estudo de RP e DEA, como veremos em seguida. Como isso cai na prova? 1. (CESPE/ANALISTA/TRE-MA/2009) A classificação de despesas em restos a pagar decorre da aplicação do regime de competência das despesas. 2. (FCC/AUDITOR/TCE-CE/2008) O reconhecimento dos eventos contábeis no momento de identificação do seu fato gerador está ligado ao (A) princípio da entidade. (B) conceito de essência sob a forma. (C) princípio do custo como base de valor. (D) critério da confiabilidade. (E) regime de competência. 3. (FCC/ANALISTA/TRF-02/2007) Restos a Pagar (A) provêm do regime de caixa da despesa, integrando a dívida flutuante. (B) advêm do regime de competência da despesa, compondo a dívida fundada. CURSO ONLINE – AFO PARA ANALISTA DO TRF-02 PROF. GRACIANO ROCHA Prof. Graciano Rocha www.pontodosconcursos.com.br 4 (C) subdividem-se em liquidados e processados. (D) decorrem do regime de competência da despesa, compondo a dívida flutuante. (E) são despesas liquidadas e pagas no mesmo exercício de competência. A questão 1 é simples e direta, e toca o cerne desses nossos primeiros comentários. A existência dos restos a pagar deve-se ao pertencimento das despesas ao exercício do empenho, o que caracteriza o regime de competência (diferenciado, é verdade) da despesa pública. Questão CERTA. Na questão 2, o item que corresponde ao reconhecimento dos eventos contábeis simultaneamente aos respectivos fatos geradores é o regime de competência. Gabarito: E. A questão 3 traz outros assuntos, mas vamos nos prender ao que vimos até agora: os restos a pagar se relacionam ao regime de competência da despesa. Isso nos deixaria entre duas opções: B e D. Para adiantar rapidamente um tema abordado na próxima aula, os restos a pagar compõem a dívida flutuante, que é a dívida de curto prazo do governo. Gabarito: D. RESTOS A PAGAR Comecemos com a abordagem do assunto feita pela legislação: Lei 4.320/64, Art. 36. Consideram-se Restos a Pagar as despesas empenhadas, mas não pagas até o dia 31 de dezembro, distinguindo-se as processadas das não processadas. Decreto 93.872/86, Art. 67. Considerem-se Restos a Pagar as despesas empenhadas e não pagas até 31 de dezembro, distinguindo-se as despesas processadas das não processadas. § 1º Entendem-se por processadas e não processadas, respectivamente, as despesas liquidadas e as não liquidadas, na forma prevista neste decreto. § 2º O registro dos Restos a Pagar far-se-á por exercício e por credor. CURSO ONLINE – AFO PARA ANALISTA DO TRF-02 PROF. GRACIANO ROCHA Prof. Graciano Rocha www.pontodosconcursos.com.br 5 Vamos a alguns apontamentos. Perceba a data trazida pelos trechos: 31 de dezembro, fim do exercício financeiro. Peço que você resgate a informação de que os orçamentos anuais são mundos separados. A situação é a seguinte: uma despesa é registrada, por exemplo, em 2010. Quer dizer que ela passou pelo primeiro estágio, o empenho, tendo, portanto, uma garantia de que há “fundos orçamentários” para pagamento futuro. Entretanto, chega o final de 2010, e o pagamento, por razões quaisquer, não se realizou. O exercício de 2011 vai se iniciando, e o orçamento de 2010 está “falecido”. Mas os empenhos de 2010 que necessitam ainda de pagamento não poderão se misturar aos empenhos normais do ano corrente. Afinal, são orçamentos diferentes, com autorizações legislativas diferentes. Assim, em 2011, teremos tipos distintos de empenhos para continuar a execução de despesas orçamentárias: os atuais, referentes a gastos autorizados para este ano, e os “esqueletos” de exercícios encerrados – os empenhos que se tornaram restos a pagar. Assim, para uma definição simples, restos a pagar são empenhos que transitaram de exercício. Como isso cai na prova? 4. (CESPE/PROCURADOR/FPH-SE/2008) A legislação orçamentária dispõe que os restos a pagar são despesas empenhadas pela administração pública, mas não pagas até o dia 10 de outubro de cada exercício financeiro. A data mencionada já chama a atenção, não é? O limite para execução completa da despesa é o fim do exercício financeiro, 31 de dezembro. Essa é adata de “transformação” dos empenhos em restos a pagar. Questão ERRADA. Restos a pagar processados e não processados Nos trecho que reproduzimos há pouco, a Lei 4.320/64 e o Decreto 93.872/86 apontam mais um detalhe importante. Devemos diferenciar as despesas CURSO ONLINE – AFO PARA ANALISTA DO TRF-02 PROF. GRACIANO ROCHA Prof. Graciano Rocha www.pontodosconcursos.com.br 6 processadas (ou liquidadas) das não processadas (ou não liquidadas), fazendo-se o registro por exercício e por credor. Aqui, o detalhe está na passagem, ou não, dos empenhos pelo estágio da liquidação. Portanto, restos a pagar processados (RPP) são despesas líquidas e certas, que já recebeu roupagem documental, atestados de recebimento, etc. Por outro lado, restos a pagar não processados (RPNP) são ainda uma “intenção de despesa”, pendente de confirmação, ou, como diz a lei, pendente de implemento de condição. Assim, nada impede que ocorra um evento qualquer – uma rescisão contratual sem execução do objeto, por exemplo – e o empenho seja anulado, sem que isso traga efeitos reais sobre o patrimônio público. Tendo isso em vista, em 31 de dezembro de um ano qualquer, pode haver empenhos liquidados e empenhos não liquidados “migrando” para o próximo exercício, respectivamente como restos a pagar processados e restos a pagar não processados. Vale a pena destacar um importante aspecto decorrente dessa diferença entre os RPP e os RPNP, referente à confirmação da despesa. Há uma polêmica doutrinária sobre o registro dos restos a pagar não processados: considerando que ainda não existe despesa real nesse caso, eles deveriam ou não ser contabilizados sob o aspecto financeiro? Quer dizer, eles deveriam ser registrados como obrigações certas, afetando negativamente o patrimônio, ou apenas como fatos contábeis de controle? Não vamos entrar nessa discussão. Para resolução de provas, aceite que os RPNP são tratados também como despesa, embora não ocorrida segundo os parâmetros da ciência contábil, para a qual o registro de uma despesa corresponde a uma redução efetiva do patrimônio. Em 31 de dezembro, se os empenhos não foram processados, eles passam pelo que se denominou liquidação forçada. Nesse caso, não há comprovação da despesa por via documental, verificação de entrega de bens adquiridos ou serviços prestados etc. etc. É apenas um artifício contábil, uma forma de manter vivas, no próximo exercício, essas “intenções de despesa”, enquanto seu processamento não se completa. Tendo em conta que os RPNP também devem ser tratados como obrigações, foram estabelecidas algumas condições para que o registro deles não se CURSO ONLINE – AFO PARA ANALISTA DO TRF-02 PROF. GRACIANO ROCHA Prof. Graciano Rocha www.pontodosconcursos.com.br 7 fizesse de forma abusiva. Caso contrário, seria criado um volume de “despesas” que, muitas vezes, não se confirmariam futuramente, deixando a realidade contábil distorcida por longos períodos. Para evitar esse quadro, os RPNP deveriam apresentar algum indicativo de execução futura. Assim, como regra, considerou-se que, se o empenho não for liquidado até 31 de dezembro, ele deverá ser anulado, a não ser que estejam presentes condições especiais. O Decreto nº 93.872/86 firma essas condições: Art. 35. O empenho de despesa não liquidada será considerado anulado em 31 de dezembro, para todos os fins, salvo quando: I - vigente o prazo para cumprimento da obrigação assumida pelo credor, nele estabelecida; II - vencido o prazo de que trata o item anterior, mas esteja em cursos a liquidação da despesa, ou seja de interesse da Administração exigir o cumprimento da obrigação assumida pelo credor; III - se destinar a atender transferências a instituições públicas ou privadas; IV - corresponder a compromissos assumidos no exterior. Isto posto, os empenhos não liquidados devem sofrer uma “depuração” ao final do exercício. Se eles estiverem relacionados às situações descritas, que trazem um pouco mais de certeza sobre a continuidade da execução da despesa, passarão pela liquidação forçada, tornando-se restos a pagar não processados. Como isso cai na prova? 5. (CESPE/CONTADOR/UNIPAMPA/2009) O registro dos restos a pagar deverá ser feito por exercício e por credor, distinguindo-se as despesas processadas das não processadas. 6. (FCC/AUDITOR/TCE-CE/2006) Nos termos do art. 35, da Lei nº 4.320/64, pertencem ao exercício financeiro as receitas nele arrecadadas e as despesas nele legalmente empenhadas. Assim, se houver despesa com material de consumo empenhada, liquidada e pronta para pagamento, mas não paga até 31 de dezembro, estar-se-á diante de CURSO ONLINE – AFO PARA ANALISTA DO TRF-02 PROF. GRACIANO ROCHA Prof. Graciano Rocha www.pontodosconcursos.com.br 8 (A) restos a pagar não processados, devendo ser paga a despesa imediatamente após a conclusão do processamento da despesa. (B) despesa de exercício encerrado, para o qual o orçamento consignava crédito próprio, com saldo suficiente, devendo se pagar por crédito adicional excepcional. (C) restos a pagar processados, inscritos em Restos a Pagar Processados, devendo ser paga a despesa como provisão financeira para compromissos a pagar. (D) despesa obrigatória de caráter continuado, passível de anulação, considerando-se receita do ano em que se efetivar, com pagamento através de nova dotação orçamentária. (E) restos a pagar de exercício encerrado, que será novamente empenhado, desde que a despesa tenha sido inserida no plano plurianual. 7. (CESPE/ANALISTA/SAD-PE/2009) As despesas não empenhadas até 31 de dezembro podem ser pagas no exercício financeiro subsequente como restos a pagar não processados. 8. (CESPE/CONTADOR/IPAJM-ES/2010) A inscrição de despesa em restos a pagar não processados é procedida após a depuração das despesas pela anulação de empenhos, no exercício financeiro seguinte à sua emissão, ou seja, verificam-se quais despesas devem ser inscritas em restos a pagar, anulam-se as demais e inscrevem-se os restos a pagar não processados do exercício anterior. 9. (CESPE/ASSESSOR/TCE-RN/2009) Os empenhos correspondentes a compromissos assumidos no exterior e não liquidados até o dia 31 de dezembro do exercício de sua emissão devem ser anulados para que não sejam inscritos em restos a pagar. 10. (FCC/ANALISTA/TRT-11/2005) Os restos a pagar não processados devem ser classificados como despesa (A) liquidada e não paga. (B) empenhada em execução e não paga. (C) executada, com comprovação dos serviços realizados e não paga. (D) realizada com despacho de “pague-se”. CURSO ONLINE – AFO PARA ANALISTA DO TRF-02 PROF. GRACIANO ROCHA Prof. Graciano Rocha www.pontodosconcursos.com.br 9 (E) cujo direito do credor já foi verificado e não paga. A questão 5 apenas reproduz trechos da legislação que estudamos. Questão CERTA. Na questão 6, como a despesa já foi liquidada, os restos a pagar serão registrados como processados. Isso já nos traz imediatamente a resposta da questão. Gabarito: C. A questão 7 tenta causar uma confusão na cabeça do candidato. Despesas não empenhadas não podem ser pagas, pelo simples fato de não existir despesa sem prévio empenho. Questão ERRADA. A questão 8 tem um peguinha: a inscrição dos restos a pagar, qualquer que seja a espécie, se dá no exercício financeiro da emissão do respectivo empenho, em 31 de dezembro, e não no exercício posterior ao do empenho. Questão ERRADA. Na questão 9, é mencionada uma das hipóteses do Decreto 93.872/86 que autorizam a liquidação forçada dos empenhos não liquidados, tornando-se RP não processados. Assim, eles não devem ser anulados.Questão ERRADA. Para julgar as alternativas da questão 10, devemos lembrar que os RP não processados correspondem a uma despesa sem liquidação e sem pagamento. Portanto, não há ainda comprovação dos serviços realizados, nem despesa “realizada com despacho de pague-se”, opções que tratam de despesas liquidadas. Assim, surge como gabarito inequívoco a letra B. Vigência dos restos a pagar Agora veremos uma atualização recente da legislação, no tocante aos restos a pagar. Faremos a leitura da redação original do art. 68 e do art. 70, ambos do Decreto nº 93.872/86, como segue: Art. 68. A inscrição de despesas como Restos a Pagar será automática, no encerramento do exercício financeiro de emissão da Nota de Empenho, desde que satisfaça às condições estabelecidas neste Decreto, e terá validade até 31 de dezembro do ano subseqüente. Art. 70. Prescreve em cinco anos a dívida passiva relativa aos Restos a Pagar. CURSO ONLINE – AFO PARA ANALISTA DO TRF-02 PROF. GRACIANO ROCHA Prof. Graciano Rocha www.pontodosconcursos.com.br 10 Perceba que, pelo art. 68, quaisquer restos a pagar teriam validade de um ano, a partir de sua inscrição. Depois desse prazo, poderia ocorrer seu cancelamento. Porém, sobreveio uma discussão a respeito da questão dos restos a pagar processados, que já constituem dívidas líquidas e certas para o ente público, e que, em razão disso, têm sua exigibilidade regida pelas disposições do Direito Civil. Segundo o art. 1º do Decreto nº 20.910/32, “As dívidas passivas da União, dos Estados e dos Municípios, bem assim todo e qualquer direito ou ação contra a fazenda federal, estadual ou municipal, seja qual for a sua natureza, prescrevem em cinco anos contados da data do ato ou fato do qual se originarem”. Aplicando-se essa disposição ao nosso tema, em conjunto com o art. 70 acima, conclui-se que o credor pode exigir judicialmente o pagamento de seu direito por cinco anos, a partir da inscrição dos restos a pagar processados. Depois, não poderá mais fazer essa exigência em juízo, e a Administração devedora não estará mais obrigada a fazer o pagamento. Constata-se que o cancelamento de RP processados, antes da prescrição, resultaria em enriquecimento sem causa por parte do poder público. Isso já foi, inclusive, defendido pela Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional (Parecer PGFN 401/2000). Apenas depois de ocorrida a prescrição, pode-se proceder ao cancelamento de RPP. As redações dos artigos acima transpareciam certa contradição. O art. 68 fazia entender que os restos a pagar deveriam ser cancelados decorrido um ano de seu registro. Mas o art. 70 garantia a prescrição quinquenal (em cinco anos) dos restos a pagar processados, já convertidos em dívida passiva. Esse aparente conflito foi resolvido recentemente. Os Decretos 6.708/2008 e 7.468/2011 modificaram a redação do art. 68 do Decreto nº 93.872/86, da seguinte forma: Art. 68. A inscrição de despesas como restos a pagar será automática, no encerramento do exercício financeiro de emissão da Nota de Empenho, desde que satisfaça às condições estabelecidas neste Decreto para empenho e liquidação da despesa. CURSO ONLINE – AFO PARA ANALISTA DO TRF-02 PROF. GRACIANO ROCHA Prof. Graciano Rocha www.pontodosconcursos.com.br 11 Parágrafo único. Os restos a pagar inscritos na condição de não processados e não liquidados posteriormente terão validade até 31 de dezembro do ano subsequente de sua inscrição. A redação do art. 70 continuou qual está. Dessa maneira, esclareceu-se que são os restos a pagar não processados que têm validade de um ano, após o que, sem liquidação, deverão ser cancelados. Os restos a pagar processados continuam com a prescrição quinquenal. Outro detalhe a se mencionar, sobre esse assunto, refere‐se à revalidação de RP não processados. Apesar da regra firmada pelo Decreto nº 93.872/86, de que os RPNP devem ser cancelados até 31 de dezembro do exercício posterior a seu registro, caso não ocorra sua liquidação, o Poder Executivo não raramente têm editado outros decretos, “esticando” a validade dos RPNP de alguns órgãos. Assim, despesas sem realização assegurada acabam sendo postergadas para dois, três anos posteriores à sua origem, intensificando os efeitos negativos dos restos a pagar sobre a execução financeira do exercício, como veremos a seguir. Como isso cai na prova? 11. (CESPE/AUDITOR/AUGE-MG/2009) Uma vez inscritos em um exercício, os restos a pagar não processados somente podem ser cancelados no final do exercício subsequente. 12. (CESPE/AGENTE/DPF/2009) A despesa orçamentária que percorre os estágios de empenho e liquidação pode ser inscrita como restos a pagar, que não podem, nesse caso, ser cancelados. 13. (CESPE/TEFC/TCU/2009) De acordo com a legislação federal, a inscrição de despesas em restos a pagar é válida até o encerramento do exercício financeiro seguinte, mas, nos termos da legislação civil, os direitos dos respectivos credores só prescrevem cinco anos depois. A questão 11 está ERRADA. Como acabamos de ver, os RPNP podem ser cancelados a qualquer momento. Basta constatar-se o não prosseguimento da execução da despesa iniciada. CURSO ONLINE – AFO PARA ANALISTA DO TRF-02 PROF. GRACIANO ROCHA Prof. Graciano Rocha www.pontodosconcursos.com.br 12 A questão 12 traz o tratamento correto quanto às despesas inscritas em RP processados. Como já se apurou o direito do credor e a obrigação a pagar, não há que se falar em cancelamento. Questão CERTA. Na questão 13, para que se firmasse o entendimento perfeito, faltou acrescentar que os restos a pagar válidos até o fim do exercício subsequente são os RP não processados. O gabarito oficial foi CERTO, embora seja questionável por este detalhe. Impactos financeiros dos restos a pagar A cada ano, os Poderes e o Ministério Público, obedecendo a ordens da LRF e da Lei de Diretrizes Orçamentárias, devem “fatiar” a execução de seu respectivo orçamento pelos meses do exercício, proporcionalmente ao ritmo previsto de arrecadação da receita – é o que baseia a “programação financeira”. Isso representa a divisão do orçamento anual em parcelas mensais, com vistas a manter-se o controle de curto prazo sobre a execução das despesas, equilibrando-as com o ingresso das receitas. Caso a arrecadação prevista seja ameaçada de frustração em certo período, afetando as metas de resultado, deverá ocorrer o contingenciamento (suspensão ou redução da execução) das despesas, resguardando o equilíbrio. E os restos a pagar, o que têm a ver com isso? Têm a ver porque eles também fazem parte da programação financeira. Assim como as despesas normais do exercício corrente, também os RP têm seu ritmo de pagamento distribuído pelos meses do ano, evitando que o caixa sofra uma “baixa” diante de saídas financeiras muito concentradas num período curto de tempo. Num quadro em que não houvesse restos a pagar, o ritmo de execução das despesas do exercício corrente seria bem mais folgado, já que as receitas disponíveis poderiam ser totalmente destinadas às dotações próprias. Entretanto, o que se verifica, com o aumento do volume de RP, é um efeito bola de neve: o pagamento dos RP comprime e posterga a execução das despesas do exercício, que, ao final do ano, são transferidas em grande volume para o próximo exercício – na forma de novos restos a pagar. CURSO ONLINE – AFO PARA ANALISTA DO TRF-02 PROF. GRACIANO ROCHA Prof. Graciano Rocha www.pontodosconcursos.com.br 13 Nesse caso, com a insuficiência de receita para cobrir tanto os restos a pagar quanto as despesas do orçamento atual, o volume excessivo de RP pode comprometer a programaçãofinanceira. Como isso cai na prova? 14. (CESPE/ASSESSOR/TCE-RN/2009) Na fixação da programação financeira, devem ser considerados os créditos adicionais e as operações extraorçamentárias, em especial os restos a pagar. 15. (FCC/ANALISTA/TRE-SP/2006) Os Restos a Pagar constituirão item específico da programação financeira, devendo o seu pagamento efetuar- se dentro do limite de saques fixado. 16. (CESPE/ACE/TCU/2008) O volume expressivo de restos a pagar não processados inscritos ou revalidados em determinado exercício financeiro compromete a programação financeira e o planejamento governamental nos exercícios seguintes. A questão 14 está CERTA. Repisando a informação, os RP integram a programação financeira do exercício. Como os RP disputam por recursos financeiros com as despesas do exercício corrente, é necessário harmonizar o ritmo de pagamento desses conjuntos de obrigações, submetendo-os aos procedimentos da programação financeira. A questão 15 está CERTA. A questão 16 também está CERTA, pelas mesmas razões estudadas nesse tópico. Impactos patrimoniais dos restos a pagar Já comentamos antes que os restos a pagar processados provêm de empenhos liquidados. Vale dizer, são dívida assumida e documentada pelo poder público, restando apenas o pagamento para sua extinção. Por outro lado, os restos a pagar não processados constituem meras “intenções de despesa”. CURSO ONLINE – AFO PARA ANALISTA DO TRF-02 PROF. GRACIANO ROCHA Prof. Graciano Rocha www.pontodosconcursos.com.br 14 Quanto aos efeitos dos restos a pagar sobre o patrimônio, seu registro se dá na conta contábil “Passivo Financeiro”, integrando o que a Lei 4.320/64 chamou de “Dívida Flutuante”. A Dívida Flutuante é constituída de obrigações de curto prazo, que não necessitam de autorização orçamentária para sua quitação. Relembrando conceitos da contabilidade, a situação patrimonial líquida, ou Patrimônio Líquido, é igual à diferença entre o Ativo (bens, direitos) e o Passivo (obrigações). Portanto, fazendo parte do Passivo Financeiro, os restos a pagar diminuem a situação patrimonial líquida. Havendo, por hipótese, o cancelamento de restos a pagar, isso significaria a diminuição de uma obrigação no Passivo Financeiro – seria o equivalente, para nós, pessoas físicas, ao cancelamento de uma conta. Como resultado, a situação líquida sofreria um aumento correspondente ao valor do RP cancelado. Lembre que a ocorrência de cancelamento de RP processado é excepcional. Já pontuamos que os RP processados não podem, como regra, ser cancelados antes da prescrição, por representarem dívidas líquidas, certas e documentadas. Já tratamos anteriormente dessa hipótese de cancelamento de RP. Vamos relembrar? A Lei 4.320/64 diz que, se a anulação do empenho ocorrer no mesmo exercício de sua emissão, faz‐se apenas uma reversão à dotação original. Ou seja, a despesa autorizada pela LOA volta a contar com a disponibilidade orçamentária correspondente ao empenho anulado. Por outro lado, se a anulação ocorrer em exercício diverso daquele da emissão do empenho, já se tratará de uma anulação de restos a pagar (empenhos que transitaram de exercício). Isso gera certa polêmica, porque, em obediência ao princípio da anualidade, não há como restaurar um orçamento já encerrado. Desse modo, a anulação de restos a pagar deve lançar seus efeitos sobre o novo exercício. CURSO ONLINE – AFO PARA ANALISTA DO TRF-02 PROF. GRACIANO ROCHA Prof. Graciano Rocha www.pontodosconcursos.com.br 15 Aí temos uma disputa de entendimentos. Segundo o art. 38 da Lei 4.320/64, a anulação de restos a pagar corresponde a uma receita orçamentária do ano em que ocorrer essa anulação. A Secretaria do Tesouro Nacional, assim como a doutrina, dizem que não há que se falar em receita nessa hipótese, pelo simples fato de não ocorrer ingresso de recursos. O que há, assumindo esse segundo raciocínio, é uma desincorporação de passivo, ou seja, o sumiço de uma obrigação. Assim, é necessário ir para a prova com cuidado. Ultimamente as provas têm optado mais frequentemente pela visão da STN. Como isso cai na prova? 17. (CESPE/AUDITOR/FUB/2009) O cancelamento da prestação de um serviço, cujo empenho foi inscrito na unidade gestora como restos a pagar não processado, é classificada como uma variação ativa independente da execução orçamentária. 18. (CESPE/ANALISTA/ANAC/2009) O cancelamento de restos a pagar corresponde ao recebimento de recursos provenientes de despesas pagas em exercícios anteriores, os quais devem ser reconhecidos como receita orçamentária. 19. (CESPE/AUDITOR/AUGE-MG/2009) O pagamento de restos a pagar processados afeta o patrimônio líquido do órgão público somente no exercício do efetivo desembolso financeiro. 20. (FCC/ANALISTA/TRT-03/2009) Em 28/12/X8, a Secretaria de Obras empenhou despesa em dotação orçamentária própria para a aquisição de material elétrico. No dia 30/12/X8, o fornecedor informou à administração pública que não teria condições de atender ao pedido e o ordenador de despesa solicitou o cancelamento do empenho. Neste caso, a importância relativa ao cancelamento será considerada receita do exercício corrente. Inicialmente, na questão 17, registre-se que o cancelamento se refere a RP não processado, o que é possível. Além disso, como tem sempre acontecido, a CURSO ONLINE – AFO PARA ANALISTA DO TRF-02 PROF. GRACIANO ROCHA Prof. Graciano Rocha www.pontodosconcursos.com.br 16 banca acolheu o entendimento da Secretaria do Tesouro Nacional quanto aos efeitos patrimoniais desse fato. Questão CERTA. A questão 18 está ERRADA. No cancelamento de RPNP, não existe recebimento de recursos, apenas uma variação ativa patrimonial. A questão 19 despreza o regime de competência aplicável à despesa. Ao ser liquidado o empenho, confirma-se a obrigação, e registra-se a baixa patrimonial. O pagamento posterior apenas substitui a obrigação contraída, ou seja, ocorre uma mutação patrimonial. Questão ERRADA. Na questão 20, como o cancelamento do empenho se concretiza no próprio exercício de sua emissão, ocorre apenas a reversão do respectivo valor à dotação orçamentária da qual se originou o empenho. Questão ERRADA. Restos a pagar de despesas plurianuais Uma observação interessante sobre os restos a pagar consta do art. 36, parágrafo único, da Lei 4.320/64: Art. 36, Parágrafo único. Os empenhos que sorvem a conta de créditos com vigência plurienal que não tenham sido liquidados só serão computados como Restos a Pagar no último ano de vigência do crédito. Para entender esse dispositivo, devemos pensar nos créditos especiais e extraordinários que se transferem de exercício, por terem sido abertos nos últimos quatro meses do ano (como estudamos na aula sobre créditos adicionais). Assim, os empenhos não liquidados referentes a esses créditos plurianuais só serão contabilizados como restos a pagar ao final do seu último ano de vigência. Como isso cai na prova? 21. (CESPE/PROCURADOR/TCE-ES/2009) Os empenhos que correm por conta de créditos com vigência plurianual que não tenham sido liquidados CURSO ONLINE – AFO PARA ANALISTA DO TRF-02 PROF. GRACIANO ROCHA Prof. Graciano Rocha www.pontodosconcursos.com.br 17 somente serão computados como restos a pagar no último ano de vigência do crédito. 22. (FCC/ANALISTA/TCE-MA/2005) Os empenhos decorrentes de contratos com vigência plurienal, que não tenham sido liquidados, serão computados pelo valor total como restos a pagar ao final do primeiro exercício financeiro. Nesse ponto, as bancas não ultrapassam muito o que a legislação já estabeleceu, como foi ocaso. A questão 21 está CERTA. A questão 22 está ERRADA, já que o prazo para considerar os empenhos decorrentes de créditos de vigência plurianual como restos a pagar é verificado no último ano de vigência do crédito, e não no primeiro exercício financeiro. Restos a pagar e a LRF A Lei de Responsabilidade Fiscal refletiu uma preocupação de índole financeira referente às despesas assumidas durante a transição de mandatos dos chefes dos Poderes e do Ministério Público. Vejamos o dispositivo aplicável: Art. 42. É vedado ao titular de Poder ou órgão referido no art. 20, nos últimos dois quadrimestres do seu mandato, contrair obrigação de despesa que não possa ser cumprida integralmente dentro dele, ou que tenha parcelas a serem pagas no exercício seguinte sem que haja suficiente disponibilidade de caixa para este efeito. Parágrafo único. Na determinação da disponibilidade de caixa serão considerados os encargos e despesas compromissadas a pagar até o final do exercício. O art. 42 da LRF procura evitar as chamadas “heranças malditas”: gastos assumidos por gestores que só vão explodir já no mandato do sucessor, sob a forma de uma avalanche de restos a pagar, sem lastro para custeá-los. Assim, o gestor em final de mandato poderia “ficar bem na fita”, executando despesas de diferentes naturezas, com uma imagem de bom administrador, CURSO ONLINE – AFO PARA ANALISTA DO TRF-02 PROF. GRACIANO ROCHA Prof. Graciano Rocha www.pontodosconcursos.com.br 18 mas sem arcar com os custos financeiros dessas realizações, e transferindo os correspondentes encargos ao sucessor. Por causa disso, simplificando o trecho acima, estão estabelecidas as seguintes normas: • nos últimos dois quadrimestres de seu mandato, o titular de Poder ou do MP não poderá contrair obrigação de despesa que não possa ser honrada dentro do exercício; • caso restem parcelas a serem pagas no exercício seguinte, já pertencente ao mandato do sucessor, o gestor em fim de mandato deverá deixar suficientes recursos disponíveis em caixa, para custear essas parcelas inscritas em restos a pagar. Adicionalmente, para apurar a disponibilidade de caixa, deve-se fazer a quantificação dos compromissos a vencer até o final do exercício. Como isso cai na prova? 23. (CESPE/ANALISTA/PREF. VITÓRIA/2008) Ao titular de poder ou órgão público é vedado contrair, nos últimos dois quadrimestres do seu mandato, obrigação de despesa que não possa ser cumprida integralmente nesse período, ou que tenha parcelas a serem pagas no exercício seguinte sem que haja suficiente disponibilidade de caixa para esse efeito. 24. (CESPE/ASSESSOR/TCE-RN/2009) Na disponibilidade de caixa, que permite ao governante a inscrição em restos a pagar de despesa contraída no último ano de seu mandato, são considerados os encargos e as despesas que devam ser pagos até o final do exercício. 25. (FCC/ANALISTA/TCE-GO/2009) Em relação aos Restos a Pagar e de acordo com a Lei nº 101/2000, é vedado ao titular do Poder Executivo, contrair obrigação de despesas que não possa ser cumprida integralmente ou que tenha parcelas a serem pagas no exercício seguinte sem que haja suficiente disponibilidade de caixa para este efeito (A) nos últimos dois meses de cada exercício. (B) nos últimos dois trimestres do seu mandato. CURSO ONLINE – AFO PARA ANALISTA DO TRF-02 PROF. GRACIANO ROCHA Prof. Graciano Rocha www.pontodosconcursos.com.br 19 (C) nos últimos dois bimestres do seu mandato. (D) nos últimos dois quadrimestres do seu mandato. (E) no último quadrimestre do seu mandato. A questão 23 praticamente copiou os dispositivos da LRF sobre o presente tópico. Questão CERTA. A questão 24 tem uma informação sutil, que cria problemas: a despesa que pode ser inscrita em restos a pagar não pode ser assumida durante o último ano do mandato, mas apenas nos últimos dois quadrimestres desse último ano. Questão ERRADA. Na questão 25, novamente devemos lembrar que o prazo de observância relativo à vedação aos restos a pagar, conforme o critério da LRF, se refere aos dois últimos quadrimestres do mandato. Gabarito: D. DESPESAS DE EXERCÍCIOS ANTERIORES As despesas de exercícios anteriores (DEA) são outra modalidade de execução da despesa pública, cujo conceito sempre é utilizado pelas bancas para “misturar” com o de restos a pagar. Para iniciarmos a abordagem sobre as DEA, diferenciando-as dos restos a pagar, vamos pensar assim: • como já vimos, os restos a pagar são empenhos (liquidados ou não) que transitaram de exercício; • as DEA atendem a obrigações de anos passados, para as quais não existe empenho ou RP emitido. Vamos ver uma historinha para ilustrar uma hipótese em que se poderia utilizar DEA. Digamos que um órgão público tenha contratado uma empresa para trocar toda a aparelhagem de ar-condicionado em sua sede, em dezembro de 2009. O empenho foi emitido, mas, sem execução dos serviços nesse fim de ano, registraram-se restos a pagar não processados, para suportar a continuidade do contrato no exercício seguinte. CURSO ONLINE – AFO PARA ANALISTA DO TRF-02 PROF. GRACIANO ROCHA Prof. Graciano Rocha www.pontodosconcursos.com.br 20 Por conta de alguns atrasos processuais, os serviços tiveram início apenas em março de 2010, e os RP não processados foram utilizados aos poucos para cobrir gradualmente faturas da empresa, conforme o trabalho ia se realizando. Ao final dos trabalhos, em dezembro de 2010, o servidor responsável recebeu o serviço e atestou o cumprimento total do objeto. Porém, esqueceu- se de encaminhar a documentação à contabilidade, para que a despesa correspondente à última fatura fosse processada. No fim do ano, a parte dos RP não processados que serviria de lastro para essa última fatura foi cancelada pelo setor de contabilidade, em razão da não apresentação de documentos que justificassem sua liquidação (pela falha humana referida). Obedeceu-se ao disposto no Decreto nº 93.872/86, segundo o qual os RP não processados devem ser cancelados, se não forem liquidados até 31 de dezembro do exercício seguinte ao registro. Ao saber da ocorrência, em janeiro de 2011, a empresa vai até o órgão esclarecer a situação, e o servidor responsável pelo aceite dos serviços percebe sua falha, encaminhando então a documentação à contabilidade para que a empresa tenha seu pagamento. E agora, como a contabilidade vai executar essa despesa? Sem dúvida, existe o direito da empresa credora e uma obrigação do poder público. Mas o empenho de 2009, que se tornou RP, e que vinha sendo utilizado para executar a despesa com o ar-condicionado, não existe mais. Vamos relembrar que, para executar uma despesa, necessariamente deve-se emitir um empenho, logo de início (Lei 4.320/64, art. 60: É vedada a realização de despesa sem prévio empenho). Portanto, na ausência de empenhos ou RP que pudessem atender às obrigações de exercícios encerrados, emite-se um empenho à conta do orçamento corrente. Portanto, para situações em que algum lapso ou falha administrativa, ou motivo de força maior, leva à inexistência de empenho/RP para fazer frente ao direito de um credor, emprega-se essa figura de DEA. Como isso cai na prova? 26. (CESPE/TEFC/TCU/2007) Os valores registrados como despesas de exercícios anteriores terão validade até o encerramento do ano CURSO ONLINE – AFO PARA ANALISTA DO TRF-02 PROF. GRACIANO ROCHA Prof. Graciano Rocha www.pontodosconcursos.com.br 21 subseqüente e, após essa data, os saldos remanescentes serão automaticamente cancelados, permanecendo em vigor, no entanto, o direito do credor por cinco anos. 27. (CESPE/ANALISTA/MCT/2008)Quando o empenho não for pago dentro do exercício financeiro em que for emitido, dará origem a um processo de despesas de exercícios anteriores. 28. (CESPE/ANALISTA/MIN. INTEGRAÇÃO/2009) Tendo em vista o agrupamento de diversos itens registrados como despesas de exercícios anteriores, não é possível manter, nesse caso, os registros de cada despesa segundo a categoria econômica original. 29. (FCC/CONTADOR/DPE-SP/2009) É característica das Despesas de Exercícios Anteriores (A) desembolsada em exercícios anteriores, mas gerada no exercício corrente. (B) não possuírem crédito próprio com saldo suficiente para atendê-las no exercício em que forem geradas. (C) o credor não cumpriu sua obrigação no prazo para ele estabelecido quando do empenho da despesa. (D) serem despesas orçamentárias. (E) serem despesas cuja inscrição em restos a pagar tenha sido cancelada, por não mais viger o direito do credor. A questão 26 tenta “colar” uma mistura entre os conceitos de RP e de DEA. Questão ERRADA. Como vimos, um pré-requisito para a existência de DEA é a inexistência de empenho para executar a despesa anterior. Por isso, a questão 27 está ERRADA. A questão 28 está ERRADA: o processamento da despesa com o “elemento 92”, referente a DEA, não altera os demais níveis da classificação da despesa quanto à natureza. Na questão 29, a característica pertencente às despesas de exercícios anteriores é o fato de constituírem despesas orçamentárias. Os motivos que CURSO ONLINE – AFO PARA ANALISTA DO TRF-02 PROF. GRACIANO ROCHA Prof. Graciano Rocha www.pontodosconcursos.com.br 22 invalidam as demais alternativas são os seguintes: são geradas em exercícios passados; havia crédito autorizado com saldo suficiente para atender a despesa no exercício de origem; e o credor tem um direito a receber nessas situações. Gabarito: D. Hipóteses de DEA Como sempre, vamos partir das previsões legais sobre o assunto: Lei 4.320/64, Art. 37. As despesas de exercícios encerrados, para as quais o orçamento respectivo consignava crédito próprio, com saldo suficiente para atendê-las, que não se tenham processado na época própria, bem como os Restos a Pagar com prescrição interrompida e os compromissos reconhecidos após o encerramento do exercício correspondente poderão ser pagos à conta de dotação específica consignada no orçamento, discriminada por elementos, obedecida, sempre que possível, a ordem cronológica. Decreto 93.872/86, Art. 22. As despesas de exercícios encerrados, para as quais o orçamento respectivo consignava crédito próprio com saldo suficiente para atendê-las, que não se tenham processado na época própria, bem como os Restos a Pagar com prescrição interrompida, e os compromissos reconhecidos após o encerramento do exercício correspondente, poderão ser pagos à conta de dotação destinada a atender despesas de exercícios anteriores, respeitada a categoria econômica própria. § 1º O reconhecimento da obrigação de pagamento, de que trata este artigo, cabe à autoridade competente para empenhar a despesa. § 2º Para os efeitos deste artigo, considera-se: a) despesas que não se tenham processado na época própria, aquelas cujo empenho tenha sido considerado insubsistente e anulado no encerramento do exercício correspondente, mas que, dentro do prazo estabelecido, o credor tenha cumprido sua obrigação; b) restos a pagar com prescrição interrompida, a despesa cuja inscrição como restos a pagar tenha sido cancelada, mas ainda vigente o direito do credor; CURSO ONLINE – AFO PARA ANALISTA DO TRF-02 PROF. GRACIANO ROCHA Prof. Graciano Rocha www.pontodosconcursos.com.br 23 c) compromissos reconhecidos após o encerramento do exercício, a obrigação de pagamento criada em virtude de lei, mas somente reconhecido o direito do reclamante após o encerramento do exercício correspondente. Art. 69. Após o cancelamento da inscrição da despesa como Restos a Pagar, o pagamento que vier a ser reclamado poderá ser atendido à conta de dotação destinada a despesas de exercícios anteriores. Existem quatro hipóteses de utilização da figura “despesas de exercícios anteriores”. Os trechos da legislação acima reproduzidos tratam explicitamente de três dessas hipóteses. Vamos detalhá-las. a) Despesas que não se tenham processado na época própria. Essa previsão refere-se a empenhos que não foram liquidados em razão de algum problema no processamento da despesa (falhas documentais, falhas de comunicação entre setores do órgão, não emissão de documentos fiscais pelo credor etc.), sendo, por isso, cancelados. Depois disso, constata-se que um serviço foi prestado, um bem foi entregue, uma obra foi realizada. Mas não existe resquício do orçamento original para ser utilizado. Assim, o orçamento atual é “sacrificado”, concedendo dotações para cobertura de despesas que pertencem, na verdade, a outros exercícios. Aquela história que ressaltamos, de que orçamentos anuais são mundos separados, é relativamente superada aqui (e em todos os casos de DEA): o orçamento atual “se solidariza”, pagando a conta relativa a outros, já encerrados. b) Restos a pagar com prestação interrompida. Aplicam-se a essa hipótese às mesmas observações acima, com a diferença de que, em vez de falarmos num empenho cancelado, pensamos num RPNP cancelado, cuja ausência é suprida por DEA. c) Compromissos reconhecidos após o encerramento do exercício. Nesses casos, a Administração reconhece um direito a pagar criado por lei, mas exigido em exercício posterior ao início da vigência desse direito. Para ilustrar esse caso, pense numa decisão judicial favorável a um grupo de servidores públicos, concluindo que o pagamento de certa gratificação estava sendo calculado erroneamente há 3 anos, e obrigando a Administração a corrigir a falha (inclusive recompondo os atrasados). No momento de efetuar os pagamentos referentes aos anos anteriores, a contabilidade do órgão responsável não encontrará qualquer empenho CURSO ONLINE – AFO PARA ANALISTA DO TRF-02 PROF. GRACIANO ROCHA Prof. Graciano Rocha www.pontodosconcursos.com.br 24 relativo à diferença de remuneração, pelo simples fato de que essa diferença não era reconhecida à época. Esses pagamentos deverão então ser realizados à conta de despesas de exercícios anteriores. Diferentemente dos outros dois casos já vistos, em que um empenho tinha sido emitido e cancelado (ou convertido em RP e posteriormente cancelado), aqui sequer houve empenho no exercício de origem. d) “Reforço” de restos a pagar não processados. Como já estudamos nos estágios da despesa, o empenho pode ser emitido por estimativa, quando não se tem definido o valor a ser pago. Assim, a despesa vai sendo executada gradualmente, e, conforme o caso, ao final, anula-se a parte excedente (empenho maior que a despesa real) ou reforça-se o empenho estimativo (empenho menor que a despesa real). Porém, esses procedimentos ocorrem apenas no mesmo exercício de emissão do empenho. Caso um empenho por estimativa transite de exercício, para execução posterior, tornando-se restos a pagar não processados, temos as seguintes possibilidades, depois de confirmado o valor da despesa: • restos a pagar superiores à despesa real: aqui, deve-se anular a parcela excedente dos RPNP, o que produzirá, como vimos, variação patrimonial ativa para o ente público (ou “receita orçamentária”, segundo a Lei 4.320/64); • restos a pagar inferiores à despesa real: agora, não se pode “reforçar” literalmente o RPNP. A parcela faltante da despesa, não coberta pelo RPNP, deverá ser atendida por DEA. Como isso cai na prova? 30. (CESPE/ANALISTA/MIN. INTEGRAÇÃO/2009) Se o empenho de uma despesa forconsiderado insubsistente e anulado no encerramento do exercício, mas, em momento posterior, o credor cumprir com sua obrigação, o pagamento será obrigatório e deverá correr à conta de despesas de exercícios anteriores. 31. (CESPE/ANALISTA/ANEEL/2010) A despesa cuja inscrição como restos a pagar tenha sido cancelada, não estando mais vigente o direito do credor, CURSO ONLINE – AFO PARA ANALISTA DO TRF-02 PROF. GRACIANO ROCHA Prof. Graciano Rocha www.pontodosconcursos.com.br 25 poderá ser paga à conta de dotação destinada a atender despesas de exercícios anteriores. 32. (CESPE/TÉCNICO SUPERIOR/MIN. DA SAÚDE/2008) Se a administração pública reconhecer dívida correspondente a vários anos de diferenças em gratificações de servidores públicos em atividade, a despesa decorrente da decisão poderá ser paga na folha de pagamentos regular dos meses seguintes e não poderá ser classificada como despesa de exercícios anteriores. 33. (CESPE/ASSESSOR/TCE-RN/2009) Quando determinada unidade gestora recebe nota fiscal de despesa inscrita em restos a pagar não processados, com valor superior ao inscrito, deve providenciar o cancelamento de sua inscrição por divergência no valor. 34. (FCC/ANALISTA/TRE-SP/2006) Os Restos a Pagar com prescrição interrompida e os compromissos reconhecidos após o encerramento do exercício correspondente poderão ser pagos à conta de dotação específica consignada no orçamento, discriminada por elementos, obedecida, sempre que possível, a ordem cronológica. Na questão 30, mostram-se todas as condições para uma das hipóteses de DEA. Questão CERTA. A questão 31 está ERRADA. Há nela uma informação sutil e muito importante: não está mais vigente o direito do credor. Dessa forma, não há obrigação a pagar. A questão 32 tem quase tudo certo, exceto a conclusão: essa dívida poderia ser atendida mediante a execução de DEA. Questão ERRADA. A questão 33 está ERRADA. Nesse caso, o valor excedente ao RPNP seria atendido por DEA. A questão 34 trouxe uma reprodução quase literal de parte do caput do art. 37 da Lei 4.320/64, indicando duas das hipóteses de utilização de DEA. Questão CERTA. SUPRIMENTO DE FUNDOS CURSO ONLINE – AFO PARA ANALISTA DO TRF-02 PROF. GRACIANO ROCHA Prof. Graciano Rocha www.pontodosconcursos.com.br 26 O suprimento de fundos, ou regime de adiantamento, constitui uma modalidade excepcional de execução da despesa pública. Nesse caso, recursos financeiros são confiados a um servidor público (agente suprido), que será o responsável pelas contratações/aquisições dos bens ou serviços de interesse da Administração. Mais uma vez, vamos beber diretamente da fonte: Lei 4.320/64, Art. 68. O regime de adiantamento é aplicável aos casos de despesas expressamente definidos em lei e consiste na entrega de numerário a servidor, sempre precedida de empenho na dotação própria para o fim de realizar despesas, que não possam subordinar-se ao processo normal de aplicação. As despesas executadas sob regime de adiantamento são reconhecidas legalmente como de processamento diferenciado, em virtude, normalmente, da urgência ou do sigilo que devem envolver as operações nesses casos, ou pela pequena dimensão do gasto. Por se tratar de uma modalidade excepcional, não é permitida sua utilização repetida, o que caracterizaria fuga ao regime normal de execução da despesa (incluindo a realização de procedimento licitatório). Como isso cai na prova? 35. (CESPE/TÉCNICO/PGE-PA/2006) A administração pública realiza suprimento de fundos quando se utiliza de modalidade simplificada de execução de despesa, que consiste na entrega de numerário a servidor para a realização de uma despesa precedida de empenho na dotação própria que, por sua natureza ou urgência, não possa subordinar-se ao processo normal da execução orçamentária e financeira. A questão 35 está CERTA. O enunciado trouxe algumas modificações em relação ao conceito de suprimento de fundos, mas fiel ao sentido original. Hipóteses de utilização CURSO ONLINE – AFO PARA ANALISTA DO TRF-02 PROF. GRACIANO ROCHA Prof. Graciano Rocha www.pontodosconcursos.com.br 27 O Decreto 93.872/86 delimitou as hipóteses de utilização do suprimento de fundos: Art. 45. Excepcionalmente, a critério do ordenador de despesa e sob sua inteira responsabilidade, poderá ser concedido suprimento de fundos a servidor, sempre precedido do empenho na dotação própria às despesas a realizar, e que não possam subordinar-se ao processo normal de aplicação, nos seguintes casos: I - para atender despesas eventuais, inclusive em viagens e com serviços especiais, que exijam pronto pagamento; II - quando a despesa deva ser feita em caráter sigiloso, conforme se classificar em regulamento; e III - para atender despesas de pequeno vulto, assim entendidas aquelas cujo valor, em cada caso, não ultrapassar limite estabelecido em Portaria do Ministro da Fazenda. Assim, podemos ter situações sem condições de execução normal da despesa, que exigem pronto pagamento, como ocorre em viagens de servidores a interesse do órgão/entidade respectivo. Por exemplo, para compra de combustível para o carro utilizado na viagem dos servidores, provavelmente não haverá unidade administrativa-contábil próxima para emitir empenho, efetuar a liquidação e liberar o pagamento correspondente. Assim, o agente suprido levará certa quantia consigo (na verdade, receberá limite bancário, como veremos) para pagamento de combustível e outras despesas necessárias no decorrer da viagem. As outras hipóteses de utilização do regime de adiantamento dão-se ante despesas sigilosas, assim caracterizadas na legislação, e para atendimento de despesas de pequeno vulto, cujos critérios também devem ser normatizados. Inclusive, sobre esse último ponto, existe uma exceção ao formalismo dos contratos com a Administração. Para contratos de valor reduzido (pequeno vulto), é possível o “contrato verbal” com a Administração, mediante o regime de adiantamento, conforme estabelecido pela Lei 8.666/93: CURSO ONLINE – AFO PARA ANALISTA DO TRF-02 PROF. GRACIANO ROCHA Prof. Graciano Rocha www.pontodosconcursos.com.br 28 Art. 60, Parágrafo único. É nulo e de nenhum efeito o contrato verbal com a Administração, salvo o de pequenas compras de pronto pagamento, assim entendidas aquelas de valor não superior a 5% (cinco por cento) do limite estabelecido no art. 23, inciso II, alínea "a" desta Lei, feitas em regime de adiantamento. Ou seja, para despesas de pequeno vulto, a aquisição de bens e serviços se dá de forma bastante simplificada, dispensando a existência de termo contratual. A definição do que seja “despesa de pequeno vulto” fica a cargo de normatização ministerial: Decreto 93.872/86, Art. 45, § 4º Os valores limites para concessão de suprimento de fundos, bem como o limite máximo para despesas de pequeno vulto de que trata este artigo, serão fixados em portaria do Ministro de Estado da Fazenda. Como isso cai na prova? 36. (CESPE/CONTADOR/PREF. RIO BRANCO/2007) O regime de adiantamento de numerário é aplicável aos casos em que não se podem determinar previamente o valor a ser despendido e a finalidade específica do gasto. 37. (FCC/ESPECIALISTA/SAEB-BA/2004) Segundo o Decreto nº 93.872, excepcionalmente, a critério do ordenador de despesa e sob sua inteira responsabilidade poderá ser concedido suprimento para despesa que deva ser feita (A) com urgência. (B) para atender despesa de pequeno vulto definido pelo seu ordenador. (C) em caráter sigiloso. (D) para compra de material de consumo. (E) para prestação de serviçosde reparos. A questão 36 está ERRADA: o enunciado não aborda nenhuma das previsões legais para esse regime. No suprimento de fundos, o valor a ser despendido e a finalidade do gasto são conhecidos previamente. CURSO ONLINE – AFO PARA ANALISTA DO TRF-02 PROF. GRACIANO ROCHA Prof. Graciano Rocha www.pontodosconcursos.com.br 29 Das alternativas da questão 37, a que se refere a uma das hipóteses legais para utilização do suprimento de fundos é a de despesas de caráter sigiloso. Gabarito: C. Registro contábil do suprimento de fundos Relativamente à questão da execução da despesa mediante suprimento de fundos, há mudanças nos procedimentos. Para ser bem simples, no ato de concessão do suprimento de fundos, já se considera a despesa como inteiramente realizada. Ou seja, quando o suprimento é concedido, registram-se, simultaneamente, o empenho, a liquidação e o pagamento da despesa, sem importar que o suprido ainda não tenha aplicado os recursos. Assim, nessa modalidade, a aquisição dos bens ou serviços é posterior a todos os estágios da despesa (por isso a denominação “regime de adiantamento”). Apesar dessa “execução completa” da despesa, claro, não houve qualquer afetação patrimonial do ente público. Enquanto não são aplicados os recursos, a Administração permanece com um “direito a receber”, referente ao dever do agente suprido de comprovar as despesas. Conclui-se, portanto, que a concessão de suprimento de fundos constitui despesa não efetiva. Como isso cai na prova? 38. (CESPE/TÉCNICO SUPERIOR/MIN. COMUNICAÇÕES/2008) No caso de adiantamento de numerário a servidor, é dispensado o empenho. Os adiantamentos serão utilizados na realização de despesas que exigem rapidez e não possam ser submetidas ao processo normal de aplicação. A questão 38 está ERRADA. Como visto antes, não há despesa sem prévio empenho, e, no caso do suprimento de fundos, a despesa é considerada executada no ato da concessão do limite ao suprido. Controle e responsabilização CURSO ONLINE – AFO PARA ANALISTA DO TRF-02 PROF. GRACIANO ROCHA Prof. Graciano Rocha www.pontodosconcursos.com.br 30 O Decreto 93.872/86 traz as seguintes disposições sobre o suprimento de fundos, no tocante ao controle dos registros: Art. 45, § 1º O suprimento de fundos será contabilizado e incluído nas contas do ordenador como despesa realizada; as restituições, por falta de aplicação, parcial ou total, ou aplicação indevida, constituirão anulação de despesa, ou receita orçamentária, se recolhidas após o encerramento do exercício. § 2º O servidor que receber suprimento de fundos, na forma deste artigo, é obrigado a prestar contas de sua aplicação, procedendo-se, automaticamente, à tomada de contas se não o fizer no prazo assinalado pelo ordenador da despesa, sem prejuízo das providências administrativas para a apuração das responsabilidades e imposição, das penalidades cabíveis. Art. 46. Cabe aos detentores de suprimentos de fundos fornecer indicação precisa dos saldos em seu poder em 31 de dezembro, para efeito de contabilização e reinscrição da respectiva responsabilidade pela sua aplicação em data posterior, observados os prazos assinalados pelo ordenador da despesa Parágrafo único. A importância aplicada até 31 de dezembro será comprovada até 15 de janeiro seguinte. Depois de ter utilizado os recursos para a finalidade que lhe foi confiada, o suprido deverá prestar contas dos gastos. Para tanto, será necessário apresentar documentos fiscais, comprovantes de compras, recibos etc. Ou seja, os procedimentos que normalmente constituiriam o estágio da liquidação são realizados na posterior prestação de contas. Embora o executor seja o agente suprido, o limite de recursos concedido fica sob responsabilidade do ordenador de despesas, que foi o responsável pela transferência dos recursos à guarda do servidor. Cabe ao ordenador de despesa responsável, portanto, tomar as contas do agente suprido após a execução do adiantamento, verificando a documentação comprobatória dos gastos e procedendo à baixa da responsabilidade do servidor. Ou, detectando irregularidades na aplicação do adiantamento, deve instaurar processo de tomada de contas especial para apurar o dano e as responsabilidades. Por ocasião da execução do suprimento de fundos, pode haver a devolução de recursos confiados, ora na hipótese de restar saldo sem aplicação, ora na CURSO ONLINE – AFO PARA ANALISTA DO TRF-02 PROF. GRACIANO ROCHA Prof. Graciano Rocha www.pontodosconcursos.com.br 31 hipótese de impugnação de despesas. Assim, tanto pela “sobra” de recursos quanto pela não aprovação da prestação de contas do suprido, este deverá recolher a quantia devida aos cofres públicos. Destaco aqui um detalhe curioso, ao final do § 1º do art. 45 do Decreto 93.872/86, referente ao momento da devolução de recursos do suprimento de fundos. Se a devolução ocorrer no mesmo exercício da concessão do limite de gasto, procede‐se à anulação da despesa, no montante devolvido. Se a devolução se der em exercício posterior ao da concessão, registra‐se uma receita orçamentária pertencente a esse novo exercício. Ao assumir a responsabilidade pelos recursos sob regime de adiantamento, o agente suprido também é informado, pelo ordenador de despesas, sobre o prazo limite para execução da despesa e para apresentação da prestação de contas. No final do ano, a execução do suprimento de fundos realizada até 31/12 deve ter seus comprovantes apresentados até 15/01. Vale ressaltar que a não apresentação da prestação de contas enseja a rejeição das contas do agente suprido, impedindo-o de receber novos suprimentos de fundos. Na transição de um exercício para outro, é necessário que os agentes supridos informem à Administração os saldos sob sua guarda em 31/12, para reinscrição da responsabilidade. O prazo para prestação de contas de suprimento de fundos não expira no fim do exercício financeiro. Isso deve ser regulamentado no âmbito dos órgãos ou Poderes. Na esfera federal, o prazo mais adotado é de 90 dias para aplicação dos recursos e mais 30 dias para comprovação dos gastos. Como isso cai na prova? 39. (CESPE/ASSESSOR/TCE-RN/2009) O servidor que receber suprimento de fundos deverá prestar contas da aplicação dos recursos até o encerramento do exercício financeiro. O saldo não aplicado será recolhido como uma nova receita. CURSO ONLINE – AFO PARA ANALISTA DO TRF-02 PROF. GRACIANO ROCHA Prof. Graciano Rocha www.pontodosconcursos.com.br 32 A questão 39 está ERRADA: o prazo para prestação de contas do suprimento de fundos, na esfera federal, é de 30 dias após o prazo para aplicação dos recursos. Vedações ao uso de suprimento de fundos Há situações que impedem um servidor de figurar como suprido no regime de adiantamento. Isso está regido pelo Decreto 93.872/86, como segue: Art. 45, § 3º Não se concederá suprimento de fundos: a) a responsável por dois suprimentos; b) a servidor que tenha a seu cargo e guarda ou a utilização do material a adquirir, salvo quando não houver na repartição outro servidor; c) a responsável por suprimento de fundos que, esgotado o prazo, não tenha prestado contas de sua aplicação; e d) a servidor declarado em alcance. Vejamos cada uma dessas previsões. a) Dois suprimentos em conta de responsabilidade. Nesse caso, busca-se evitar a sobrecarga de um servidor na função de suprido. A legislação permite que o mesmo servidor seja responsável, simultaneamente, apenas por dois adiantamentos. Essa regra não tem exceções. Assim, não importa que sejam trabalhos diferentes,ordenadores de despesas diferentes, etc.; o suprido poderá ter consigo a guarda de dois suprimentos de fundos, somente. b) Responsabilidade pela guarda ou utilização dos bens a adquirir. Um dos princípios mais importantes da atividade de controle diz respeito à “segregação de funções”. A ideia é evitar o acúmulo de funções pelos mesmos agentes, de modo que não sejam criadas condições para a prática de erros e fraudes nos procedimentos administrativos. Assim, também não pode ser responsável por suprimento de fundos servidor responsável pela guarda ou pela utilização do material a ser adquirido CURSO ONLINE – AFO PARA ANALISTA DO TRF-02 PROF. GRACIANO ROCHA Prof. Graciano Rocha www.pontodosconcursos.com.br 33 por meio do suprimento, a não ser que não exista, na repartição, outro servidor. Situações que impliquem a desobediência ao princípio da segregação de funções poderão também ser enquadradas neste dispositivo. c) Não apresentação das contas de suprimentos anteriores. Como visto, ao ser designado como agente suprido, o servidor público é informado dos prazos para execução da despesa e para apresentação da prestação de contas referente aos gastos contraídos. A omissão quanto à apresentação da prestação de contas é falta grave, que enseja, além do impedimento à concessão de novo suprimento de fundos, a instauração de processo de tomada de contas especial, para apuração do dano e das responsabilidades, bem como da aplicação das penalidades cabíveis. d) Declaração de “alcance”. Depois de executadas as despesas e apresentada a respectiva comprovação, pode ocorrer de o ordenador de despesas encontrar falhas que não permitam a aprovação das contas do agente suprido. A impugnação de despesas realizadas pelo suprido o submete à declaração da situação “em alcance”. O servidor em alcance está impedido de receber novos suprimentos, sem prejuízo da instauração de tomada de contas especial. Como isso cai na prova? 40. (FCC/AGENTE/ALESP/2010) O regime de adiantamento é aplicável aos casos de despesas expressamente definidos em lei e consiste na entrega de numerário a servidor, sempre precedida de empenho na dotação própria para o fim de realizar despesas que não possam subordinar-se ao processo normal de aplicação. De acordo com a Lei nº 4.320/64, não se fará adiantamento a servidor responsável por (A) um adiantamento. (B) dois adiantamentos. (C) três adiantamentos. CURSO ONLINE – AFO PARA ANALISTA DO TRF-02 PROF. GRACIANO ROCHA Prof. Graciano Rocha www.pontodosconcursos.com.br 34 (D) quatro adiantamentos. (E) cinco adiantamentos. 41. (CESPE/AGENTE/DPF/2009) É vedado ao servidor público receber três suprimentos de fundos simultaneamente, mesmo que desenvolva missões distintas. A questão 40 é de decoreba: basta lembrar qual o número máximo possível de adiantamentos pelos quais um mesmo suprido pode ser responsável de forma simultânea – dois. Gabarito: B. A questão 41 está CERTA. Por mais especiais que possam ser as circunstâncias, a legislação só permite a responsabilidade simultânea por dois suprimentos. Cartão de Pagamento do Governo Federal O Cartão de Pagamento do Governo Federal (CPGF), ou cartão corporativo, como é mais conhecido, é utilizado atualmente para movimentação dos recursos confiados aos agentes supridos nos suprimentos de fundos, principalmente no âmbito do Poder Executivo. O CPGF funciona tal qual um cartão de crédito. Assim, a compensação do pagamento das despesas junto aos fornecedores se dá pela quitação da fatura do cartão. Excepcionalmente, pode ser utilizada a modalidade de saque, para pagamentos em espécie. Mas isso só vale para algumas unidades (Presidência e Vice-Presidência da República, Ministério da Fazenda, Ministério das Relações Exteriores etc.) ou sob condições excepcionais, atestadas pela maior autoridade do órgão (Ministro de Estado, por exemplo). No caso de saque mediante o CPGF, o débito dá-se diretamente na Conta Única do Tesouro. O CPGF é emitido em nome da unidade gestora, com identificação pessoal do agente portador, que é o usuário exclusivo do cartão. O ordenador de despesas é responsável pela definição e controle do valor máximo que poderá ser realizado por meio do CPGF no âmbito da unidade. CURSO ONLINE – AFO PARA ANALISTA DO TRF-02 PROF. GRACIANO ROCHA Prof. Graciano Rocha www.pontodosconcursos.com.br 35 Além disso, também cabe ao ordenador a concessão do limite de crédito para cada cartão, distribuído aos agentes supridos. O CPGF nasceu como instrumento típico para operacionalização de suprimentos de fundos, mas ato de autoridade competente (normalmente, Ministros de Estado) pode indicar outros tipos de despesa que podem ser executados por meio desse cartão. As disposições do Decreto 93.872/86 sobre o CPGF são as seguintes: Art. 45, § 5º As despesas com suprimento de fundos serão efetivadas por meio do Cartão de Pagamento do Governo Federal - CPGF. § 6º É vedada a utilização do CPGF na modalidade de saque, exceto no tocante às despesas: I - de que trata o art. 47 [Regime Especial de Execução, autorizado por Ministros de Estado e outras autoridades, para atender a peculiaridades dos órgãos]; e II - decorrentes de situações específicas do órgão ou entidade, nos termos do autorizado em portaria pelo Ministro de Estado competente e nunca superior a trinta por cento do total da despesa anual do órgão ou entidade efetuada com suprimento de fundos. III - decorrentes de situações específicas da Agência Reguladora, nos termos do autorizado em portaria pelo seu dirigente máximo e nunca superior a trinta por cento do total da despesa anual da Agência efetuada com suprimento de fundos. Art. 45-A. É vedada a abertura de conta bancária destinada à movimentação de suprimentos de fundos. Neste último artigo, ao mesmo tempo em que institui o CPGF como meio de pagamento ideal para a execução de despesa mediante suprimento de fundos, proíbe-se a abertura de contas bancárias para tal finalidade. Apesar de o CPGF ser a regra atualmente para o regime de adiantamento no Poder Executivo, é permitida a utilização de contas bancárias específicas (contas “tipo B”) por parte pelos Comandos Militares para esse fim. CURSO ONLINE – AFO PARA ANALISTA DO TRF-02 PROF. GRACIANO ROCHA Prof. Graciano Rocha www.pontodosconcursos.com.br 36 Isso se aplica também aos órgãos dos Poderes Legislativo e Judiciário e do Ministério Público da União, que não estão obrigados a utilizar o CPGF. Como isso cai na prova? 42. (CESPE/ANALISTA/SAD-PE/2009) Um exemplo de instrumento utilizado para pagamento de suprimento de fundos na administração pública é o cartão de pagamento do governo federal, que, por ter características de cartão corporativo, é emitido em nome da unidade gestora, sendo vedado o seu uso para pagamento de despesa de caráter sigiloso. A questão 42 contém um problema: como o CPGF se constitui um meio de utilização da sistemática do suprimento de fundos, as hipóteses legais relativas a este são aplicáveis. Assim, podem-se executar despesas de caráter sigiloso com o uso do CPGF. Questão ERRADA. Muito bem, caro aluno, finalizamos aqui nosso curso preparatório. Espero que nossas aulas tenham sido suficientes para que você tenha um desempenho fabuloso na prova. Boa sorte, e bons estudos! GRACIANO ROCHA CURSO ONLINE – AFO PARA ANALISTA DO TRF-02 PROF. GRACIANO ROCHA Prof. Graciano Rocha www.pontodosconcursos.com.br 37 RESUMO DA AULA 1. As modalidades de execução da despesaorçamentária denominadas “restos a pagar” e “despesas de exercícios anteriores” estão ligadas à adoção do regime de competência da contabilidade pública. 2. As despesas permanecem sempre vinculadas ao exercício no qual se emitiu o empenho. 3. A classificação dos restos a pagar em processados e não processados depende da efetivação do estágio da liquidação da despesa, separando despesas já reconhecidas e documentadas de simples “intenções de despesas”. 4. Restos a pagar não processados passam pela “liquidação forçada” ao final do exercício, desde que tenham indicativos de execução futura. 5. Restos a pagar não processados têm validade até 31 de dezembro posteriormente a sua inscrição, após o que, se não liquidados, deverão ser cancelados. 6. A dívida correspondente aos restos a pagar processados prescreve em cinco anos. 7. Segundo a Lei de Responsabilidade Fiscal, nos últimos dois quadrimestres do mandato, os chefes dos Poderes e do Ministério Público não podem contrair despesa que não possa ser honrada dentro do exercício, ou, restando parcelas para o próximo mandato, devem resguardar disponibilidade financeira para cobertura delas. 8. Restos a pagar afetam a programação financeira dos exercícios seguintes, competindo pelos recursos com as despesas do orçamento atual, caso não resguardada a disponibilidade financeira para sua cobertura. 9. Despesas de exercícios anteriores são uma forma de custear, a partir do orçamento atual, gastos que pertenceram originalmente a orçamentos passados, dos quais não há resquício (RP) que possa ser executado. 10. As quatro hipóteses de emprego das despesas de exercícios anteriores são: pagamento de obrigação cujo empenho foi cancelado; pagamento de obrigação cujos restos a pagar foram cancelados; pagamento de compromissos ou direitos de credores referentes a exercícios anteriores, CURSO ONLINE – AFO PARA ANALISTA DO TRF-02 PROF. GRACIANO ROCHA Prof. Graciano Rocha www.pontodosconcursos.com.br 38 mas reconhecidos após seu término; complementação, em outro exercício, de restos a pagar cujos empenhos estimativos foram insuficientes para cobrir o montante devido. 11. O suprimento de fundos consiste na entrega de numerário a servidor, sempre precedida de empenho na dotação própria para o fim de realizar despesas, que não possam subordinar-se ao processo normal de aplicação. 12. As hipóteses de utilização do suprimento de fundos são: para atender despesas eventuais que exijam pronto pagamento; quando a despesa seja revestida de caráter sigiloso, conforme disposto em regulamento; e para atender despesas de pequeno vulto, também conforme regulamentado em normativo próprio. 13. Na modalidade de suprimento de fundos, registram-se, antecipadamente, o empenho, a liquidação e o pagamento da despesa, sem importar que o suprido ainda não tenha empregado os recursos. 14. Depois de ter utilizado os recursos para a finalidade que lhe foi confiada, o suprido deverá prestar contas dos gastos. Além disso, pode haver a devolução de recursos confiados, ora na hipótese de restar saldo sem aplicação, ora na hipótese de impugnação de despesas. 15. As hipóteses de impedimento à concessão de suprimento de fundos são: existência de dois suprimentos de fundos confiados ao servidor; não apresentação, ou não aprovação, da prestação de contas de suprimento antes concedido; o fato de o servidor ser responsável pela guarda ou pela utilização do material a ser adquirido por meio do suprimento, a não ser que não exista, na repartição, outro servidor. 16. O Cartão de Pagamento do Governo Federal (CPGF), ou cartão corporativo, é utilizado atualmente para movimentação dos recursos confiados aos agentes supridos nos suprimentos de fundos, principalmente no âmbito do Poder Executivo. 17. O CPGF é um cartão de crédito, mas, excepcionalmente, pode ser utilizada a modalidade de saque, para pagamentos em espécie. CURSO ONLINE – AFO PARA ANALISTA DO TRF-02 PROF. GRACIANO ROCHA Prof. Graciano Rocha www.pontodosconcursos.com.br 39 QUESTÕES COMENTADAS NESTA AULA 1. (CESPE/ANALISTA/TRE-MA/2009) A classificação de despesas em restos a pagar decorre da aplicação do regime de competência das despesas. 2. (FCC/AUDITOR/TCE-CE/2008) O reconhecimento dos eventos contábeis no momento de identificação do seu fato gerador está ligado ao (A) princípio da entidade. (B) conceito de essência sob a forma. (C) princípio do custo como base de valor. (D) critério da confiabilidade. (E) regime de competência. 3. (FCC/ANALISTA/TRF-02/2007) Restos a Pagar (A) provêm do regime de caixa da despesa, integrando a dívida flutuante. (B) advêm do regime de competência da despesa, compondo a dívida fundada. (C) subdividem-se em liquidados e processados. (D) decorrem do regime de competência da despesa, compondo a dívida flutuante. (E) são despesas liquidadas e pagas no mesmo exercício de competência. 4. (CESPE/PROCURADOR/FPH-SE/2008) A legislação orçamentária dispõe que os restos a pagar são despesas empenhadas pela administração pública, mas não pagas até o dia 10 de outubro de cada exercício financeiro. 5. (CESPE/CONTADOR/UNIPAMPA/2009) O registro dos restos a pagar deverá ser feito por exercício e por credor, distinguindo-se as despesas processadas das não processadas. 6. (FCC/AUDITOR/TCE-CE/2006) Nos termos do art. 35, da Lei nº 4.320/64, pertencem ao exercício financeiro as receitas nele arrecadadas e as despesas nele legalmente empenhadas. Assim, se houver despesa com CURSO ONLINE – AFO PARA ANALISTA DO TRF-02 PROF. GRACIANO ROCHA Prof. Graciano Rocha www.pontodosconcursos.com.br 40 material de consumo empenhada, liquidada e pronta para pagamento, mas não paga até 31 de dezembro, estar-se-á diante de (A) restos a pagar não processados, devendo ser paga a despesa imediatamente após a conclusão do processamento da despesa. (B) despesa de exercício encerrado, para o qual o orçamento consignava crédito próprio, com saldo suficiente, devendo se pagar por crédito adicional excepcional. (C) restos a pagar processados, inscritos em Restos a Pagar Processados, devendo ser paga a despesa como provisão financeira para compromissos a pagar. (D) despesa obrigatória de caráter continuado, passível de anulação, considerando-se receita do ano em que se efetivar, com pagamento através de nova dotação orçamentária. (E) restos a pagar de exercício encerrado, que será novamente empenhado, desde que a despesa tenha sido inserida no plano plurianual. 7. (CESPE/ANALISTA/SAD-PE/2009) As despesas não empenhadas até 31 de dezembro podem ser pagas no exercício financeiro subsequente como restos a pagar não processados. 8. (CESPE/CONTADOR/IPAJM-ES/2010) A inscrição de despesa em restos a pagar não processados é procedida após a depuração das despesas pela anulação de empenhos, no exercício financeiro seguinte à sua emissão, ou seja, verificam-se quais despesas devem ser inscritas em restos a pagar, anulam-se as demais e inscrevem-se os restos a pagar não processados do exercício anterior. 9. (CESPE/ASSESSOR/TCE-RN/2009) Os empenhos correspondentes a compromissos assumidos no exterior e não liquidados até o dia 31 de dezembro do exercício de sua emissão devem ser anulados para que não sejam inscritos em restos a pagar. 10. (FCC/ANALISTA/TRT-11/2005) Os restos a pagar não processados devem ser classificados como despesa (A) liquidada e não paga. (B) empenhada em execução e não paga. (C) executada, com comprovação dos serviços realizados e não paga. CURSO ONLINE – AFO PARA ANALISTA DO TRF-02 PROF. GRACIANO ROCHA Prof. Graciano Rocha
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