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Aula 58 Direito Administrativo Aula 06

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CURSO PREPARATÓRIO PARA O TRT/RJ – ANALISTA JUDICIÁRIO 
DIREITO ADMINISTRATIVO - PROF. FABIANO PEREIRA 
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Olá! 
 
A aula de hoje versará sobre temas muito comuns em provas da 
Fundação Carlos Chagas: Improbidade Administrativa (Lei 
8.429/1992), Processo Administrativo Federal (Lei 9.784/1999), 
Controle e Responsabilização da Administração Pública. 
Acredite em seu potencial. 
A sua aprovação está a caminho! 
 
Fabiano Pereira 
fabianopereira@pontodosconcursos.com.br 
 
 
 
 
 
 
 
"A esperança é cheia de confiança. É algo maravilhoso e belo, uma 
lâmpada iluminada em nosso coração. É o motor da vida. É uma luz na 
direção do futuro”. 
(Conrad de Meester) 
 
 
 
 
 
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PROCESSO ADMINISTRATIVO FEDERAL – LEI 9.784/99 
 
1. As diversas denominações da expressão “processo”............... 03 
2. Conceito .................................................................................. 04 
3. Abrangência da Lei 9.784/99 .................................................. 04 
4. Princípios inerentes ao processo administrativo federal ......... 05 
4.1. Princípio da legalidade objetiva ................................... 05 
4.2. Princípio da oficialidade ............................................... 05 
4.3. Princípio do informalismo ............................................ 06 
4.4. Princípio da “verdade material” ou “verdade real” ...... 06 
4.5. Princípios do contraditório e da ampla defesa ............. 07 
5. Objeto .................................................................................... 07 
6. Princípios expressos ............................................................... 07 
7. Critérios a serem observados nos processos administrativos .. 14 
8. Dos direitos e deveres do administrados ................................. 15 
9. Resumo de Véspera de Prova .................................................. 17 
10. Questões comentadas ........................................................... 31 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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1. As diversas denominações da expressão “processo” 
 A expressão “processo” representa um conjunto lógico e seqüencial de 
fatos e procedimentos adotados para se atingir um determinado objetivo. Em 
regra, essa expressão é utilizada para referir-se ao processo judicial, mas é 
importante destacar que várias são as classificações para a expressão 
“processo”, que representa um gênero: 
 1.1. Processo judicial: trata-se do instrumento pelo qual o juiz exerce o 
seu poder jurisdicional (de aplicar o direito ao caso em concreto), decidindo um 
possível conflito existente entre as partes que participam do processo. 
 1.2. Processo legislativo: é composto pelo conjunto de regras 
constitucionais e legais que devem ser obedecidas pelo legislador ao elaborar as 
leis. 
 1.3. Processo administrativo: pode ser entendido como o conjunto 
seqüencial de atos administrativos necessários a produzir uma decisão 
referente a um conflito de natureza administrativa. 
 Como o foco da nossa aula é estudar as normas gerais sobre o processo 
administrativo federal, iremos nos restringir a essa última espécie de 
processo, que está prevista na Lei 9.784/99. 
 Atenção: é importante que você saiba que a própria expressão “processo 
administrativo” possui diversas espécies, que, frequentemente são 
encontradas em provas de concursos. 
A professora Maria Sylvia Zanella di Pietro nos informa que, na linguagem 
corrente, a expressão processo administrativo é utilizada em vários sentidos 
diferentes: 
1. num primeiro sentido, designa o conjunto de papéis e documentos 
organizados numa pasta e referentes a um dado assunto de interesse do 
funcionário ou da administração; 
2. é ainda usado como sinônimo de processo disciplinar, pelo qual se apuram 
as infrações administrativas e se punem os infratores; nesse sentido é empregado 
no artigo 41, § 1º, da Constituição Federal, quando diz que o servidor público 
estável só perderá o cargo em virtude de sentença judicial transitada em julgado 
ou mediante processo administrativo em que lhe seja assegurada ampla defesa. 
Esse tipo de processo é conhecido por "PAD" no meio jurídico. 
3. em sentido mais amplo, designa o conjunto de atos coordenados para a 
solução de uma controvérsia no âmbito administrativo; 
4. como nem todo processo administrativo envolve controvérsia, também se pode 
falar em sentido ainda mais amplo, de modo a abranger a série de atos 
preparatórios de uma decisão final da Administração. 
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 A Lei 9.784/99, conforme destaquei anteriormente, estabelece normas 
básicas e gerais sobre o processo administrativo no âmbito da Administração 
Federal direta e indireta, visando, em especial, à proteção dos direitos dos 
administrados e ao melhor cumprimento dos fins da Administração. 
 Assim, os processos administrativos específicos, a exemplo do Processo 
Administrativo Disciplinar – PAD, o Processo Administrativo Federal de 
Determinação e Exigência de Créditos Tributários – PAF, entre outros, 
continuarão a reger-se por normas próprias, aplicando-se-lhes apenas 
subsidiariamente os preceitos da Lei 9.784/99. 
 O Processo Administrativo Disciplinar – PAD, quando instaurado na esfera 
federal, por exemplo, será regulamentado pela Lei 8.112/90. Por outro lado, o 
Processo Administrativo Federal de Determinação e Exigência de Créditos 
Tributários – PAF, será regulamentado pelo Decreto 70.235/72. 
 
2. Conceito 
 O saudoso professor Diógenes Gasparini apresenta um conceito bastante 
completo sobre processo administrativo, ao defini-lo como o “conjunto de 
medidas jurídicas e materiais praticadas com certa ordem e cronologia, 
necessárias ao registro dos atos da Administração Pública, ao controle do 
comportamento dos administrados e de seus servidores, a compatibilizar, no 
exercício do poder de polícia, os interesses público e privado, a punir seus 
servidores e terceiros, a resolver controvérsias administrativas e a outorgar 
direitos a terceiros”. 
 
3. Abrangência da Lei 9.784/99 
 A Lei 9.784/99, que estabelece normas básicas sobre o processo 
administrativo no âmbito da Administração Federal, alcança tanto as 
entidades da Administração Direta (União e seus respectivos órgãos), quanto às 
entidades da Administração Indireta (autarquias, fundações públicas, empresas 
públicas e sociedades de economia mista). 
 Lembre-se de que a Lei do processo administrativo federal não se 
restringe ao Poder Executivo, pois abrangetambém os poderes Legislativo e 
Judiciário, bem como o Ministério Público da União e o Tribunal de Contas da 
União, quando estiverem exercendo função administrativa. 
 Pergunta: professor, a Lei 9.784/99 também será obrigatória para os 
processos administrativos instaurados no âmbito dos Estados, Distrito Federal e 
Municípios? 
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 Em regra, não. As entidades políticas possuem competência legislativa 
para criarem as suas próprias legislações sobre processo administrativo. No 
Estado de São Paulo, por exemplo, vigora a Lei Estadual 10.177, publicada em 30 
de dezembro de 1998. Da mesma forma, no Estado de Minas Gerais vigora outra 
Lei Estadual, a de nº 14.184, editada em 30 de janeiro de 2002. 
 Apesar dos Estados, DF e Municípios possuírem competência para legislar 
sobre o tema, não existe proibição a que a Lei 9.784/99 seja utilizada em âmbito 
municipal ou estadual, por exemplo, enquanto a respectiva legislação local não 
seja criada. 
 
(FCC/Analista Judiciário TRT 22ª Região/2010) Nos termos da Lei nº 
9.784/99, que regula o processo administrativo no âmbito da 
Administração Pública Federal, é CORRETO que seus preceitos também 
se aplicam aos órgãos dos Poderes Legislativo e Judiciário da União, 
quando no desempenho de função administrativa. 
 
4. Princípios inerentes ao processo administrativo federal 
 O professor Hely Lopes Meirelles destaca que são cinco os princípios 
inerentes aos processos administrativos no âmbito federal, a saber: 
 4.1. Princípio da legalidade objetiva 
 O princípio da legalidade objetiva impõe a obrigatoriedade de que o 
processo administrativo se desenvolva nos termos da lei, cumprindo-se 
fielmente a sua finalidade. Ocorrendo qualquer violação ao texto legal, o 
processo administrativo, consequentemente, deverá ser declarado nulo. 
 4.2. Princípio da oficialidade 
 Esse princípio impõe à Administração o dever de dar andamento 
automático ao processo administrativo, independentemente da manifestação 
do administrado. Também é conhecido como “princípio da impulsão de ofício” ou 
“princípio do impulso oficial”. 
 É interessante destacar que, contrariamente ao que ocorre no Poder 
Judiciário, que deve ser provocado pelo interessado a fim de que possa tomar 
alguma providência, no âmbito administrativo a própria Administração se 
encarrega de adotar as providências necessárias para garantir o andamento e a 
conclusão do processo. 
A oficialidade se revela na instauração, na instrução, na decisão e na 
eventual revisão de decisões tomadas nos processos administrativos. 
 
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4.3. Princípio do informalismo 
 O processo administrativo caracteriza-se pelo informalismo, dispensando 
a solenidade e o rigor exacerbado na edição de seus atos. É claro que não é 
possível exagerar no informalismo, pois é necessário garantir a confiança e a 
credibilidade do processo administrativo. Assim, a lei poderá estabelecer uma 
maior rigidez para a prática de alguns atos, cominando a respectiva nulidade em 
caso de sua inobservância. 
Como o administrado não está obrigado a contratar um advogado para 
atuar em processo administrativo, o princípio do informalismo apresenta-se 
como essencial e de extrema relevância, permitindo que qualquer pessoa possa 
acessá-lo e praticar os atos necessários ao seu desenvolvimento e conclusão. 
 
4.4. Princípio da “verdade material” ou “verdade real” 
Nos processos administrativos, a Administração deve sempre buscar a 
realidade dos fatos. Nesse sentido, deve adotar todas as providências que se 
fizerem necessárias para esclarecer, com exatidão, o que realmente ocorreu. 
Para isso o processo administrativo é instaurado. 
A professora Odete Medauar nos ensina que, como conseqüência do 
princípio da verdade real ou material, “a Administração deve tomar decisões com 
base nos fatos tais como se apresentam na realidade, não se satisfazendo com a 
versão oferecida pelos sujeitos. Para tanto, tem o direito e o dever de carrear 
para o expediente todos os dados, informações, documentos a respeito da 
matéria tratada, sem estar jungida aos aspectos suscitados pelos sujeitos”. 
Pergunta: professor, verdade material é o mesmo que verdade 
formal? 
Não. Fique bastante atento a essa diferença, pois, frequentemente, ela é 
objeto de concursos. 
A verdade formal, que se objetiva nos processos judiciais (com exceção 
dos criminais), caracteriza-se por não representar a realidade dos fatos. Para 
decidir um conflito que lhe foi apresentado, o juiz está restrito às provas que 
foram apresentadas pelas partes e que estão no processo, não podendo se 
referir a fatos ou documentos de que teve ciência “fora” do processo. 
Para que fique mais fácil o entendimento, basta que você se lembre de que 
ao ser citado para responder a uma ação judicial, o acusado será advertido de 
que “não sendo contestada a ação, se presumirão aceitos pelo réu, como 
verdadeiros, os fatos articulados pelo autor” (artigo 285 do Código de Processo 
Civil). 
 
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Exemplo: caso JOÃO ingresse com uma ação judicial em face de PEDRO, 
alegando que ele lhe deve a quantia de R$ 500,00 por um serviço prestado e não 
pago, PEDRO terá que apresentar a sua contestação (defesa) no processo, 
mesmo que a cobrança seja absurda (sequer conhece João, por exemplo), pois, 
caso contrário, presumir-se-ão verdadeiros os fatos alegados por João. 
Assim, por mais mentirosa e absurda que possa parecer tal cobrança, se 
JOÃO não se defender, apresentando os seus argumentos, ela será considerada 
verdadeira. Eis a verdade formal, que não corresponde à realidade dos fatos. 
 
4.5. Princípios do contraditório e da ampla defesa 
Os princípios do contraditório e da ampla defesa estão expressamente 
previstos no inciso LV do artigo 5º da Constituição Federal de 1988, que assim 
declara: 
“LV - aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados 
em geral são assegurados o contraditório e ampla defesa, com os meios e 
recursos a ela inerentes”. 
 O princípio da ampla defesa, de uma forma bem resumida, assegura ao 
acusado a prerrogativa de valer-se de todos os meios existentes para provar a 
sua inocência, desde que lícitos. Por outro lado, o princípio do contraditório 
impõe a obrigatoriedade de se garantir ao acusado a oportunidade de se 
manifestar sobre todos os fatos e acusações a ele imputados, bem como o direito 
de contradizer um por um, caso entenda cabível e necessário. 
 
5. Objeto 
 O processo administrativo será utilizado no âmbito da Administração 
Pública para tratar sobre os mais diversos temas. O professor Diógenes 
Gasparini, apresentando alguns exemplos, informa que podem versar sobre a 
padronização de um bem, cuidar da investigação de um fato, visar a aplicação de 
uma pena, objetivar uma decisão,encerrar uma denúncia, consubstanciar uma 
sugestão, exigir um tributo, comprovar o exercício do poder de polícia, visar a 
apuração de certos fatos e a indicação dos respectivos autores. 
 Afirma o citado professor que o objeto é, portanto, o tema versado no 
processo administrativo e esse pode ser qualquer um. 
 
6. Princípios expressos 
 O artigo 2º da Lei 9.784/99 apresenta um rol de princípios que devem ser 
obrigatoriamente observados durante os processos administrativos federais, a 
saber: 
� Princípio da legalidade 
� Princípio da finalidade; 
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� Princípio da motivação; 
� Princípio da razoabilidade; 
� Princípio da proporcionalidade; 
� Princípio da moralidade; 
� Princípio da ampla defesa e do contraditório; 
� Princípio da segurança jurídica; 
� Princípio do interesse público; e 
� Princípio da eficiência. 
Dentre todos os princípios acima relacionados, em nossa primeira aula 
estudamos o da LEGALIDADE, FINALIDADE, MORALIDADE e EFICIÊNCIA. 
Ademais, como no tópico anterior fiz referência aos princípios do 
CONTRADITÓRIO e da AMPLA DEFESA, resta então tecer alguns breves 
comentários sobre os princípios da MOTIVAÇÃO, RAZOABILIDADE, 
PROPORCIONALIDADE, SEGURANÇA JURÍDICA E INTERESSE PÚBLICO. 
Para fins de concursos públicos, entenda que o princípio do interesse 
público impõe para a Administração a obrigatoriedade de sempre almejar a 
satisfação do interesse público, o que lhe assegura uma supremacia jurídica em 
relação aos particulares. 
Como interesse público, podemos entender aquele que está previsto na lei, 
o que nos remete ao princípio da legalidade. Isso porque o interesse público deve 
estar presente tanto no momento da edição da lei quanto no momento de sua 
execução em concreto pela Administração. 
 
(FCC/Analista Judiciário TRT 22ª Região/2010) Nos termos da Lei nº 
9.784/99, que regula o processo administrativo no âmbito da 
Administração Pública Federal, é CORRETO que a Administração Pública 
obedecerá, dentre outros, aos princípios da legalidade, finalidade, 
motivação, razoabilidade, proporcionalidade, moralidade, ampla 
defesa, contraditório, segurança jurídica, interesse público e eficiência. 
 
 6.1. Princípio da Motivação 
O princípio da motivação impõe à Administração Pública a obrigação de 
apresentar as razões de fato (o acontecimento, a circunstância real) e as 
razões de direito (o dispositivo legal) que a levaram a praticar determinado 
ato. 
 
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 A necessidade geral de motivação dos atos administrativos não está 
prevista expressamente no artigo 37 da Constituição Federal de 1988, mas 
consta no artigo 93, X (em relação aos atos administrativos editados pelo Poder 
Judiciário) e 129, § 4º (em relação aos atos administrativos editados pelo 
Ministério Público). 
 Em termos gerais, o princípio da motivação pode ser considerado 
implícito, pois não existe previsão expressa na Constituição Federal de 1988 de 
que os atos editados pelo Poder Executivo também devam ser motivados. É claro 
que se a Constituição Federal impõe a obrigatoriedade de motivação dos atos 
administrativos do Poder Judiciário e do Ministério Público, implicitamente, 
também a estende aos atos editados pelo Poder Executivo, que é aquele que 
possui na edição de atos administrativos a sua função principal, típica. 
 A Lei 9.784/99, no inciso VII do artigo 2º, declara expressamente que 
nos processos administrativos federais serão indicados os pressupostos de fato 
e de direito que determinarem a decisão. 
Além disso, afirma no § 1º do artigo 50 que a motivação deve ser 
explícita, clara e congruente, podendo consistir em declaração de 
concordância com fundamentos de anteriores pareceres, informações, decisões 
ou propostas, que, neste caso, serão parte integrante do ato, o que a doutrina 
convencionou chamar de motivação aliunde. 
 Isso significa que, no momento de motivar um ato administrativo, o 
administrador poderá invocar fundamentos que já estejam em pareceres ou 
decisões anteriores, por exemplo. Assim, para concluir a motivação, basta que 
faça uma afirmação declarando que a motivação é a mesma constante da 
“decisão Y”, “em anexo”. 
 A imposição de que a motivação seja explícita, clara e congruente 
deriva, dentre outros, dos princípios do devido processo legal, do contraditório e 
da ampla defesa. 
 Para que o administrado ou mesmo os agentes públicos (nos casos em que 
estiverem respondendo a um processo administrativo, por exemplo) possam 
contestar ou defender-se dos atos administrativos praticados pela 
Administração, é necessário que tenham pleno conhecimento de seu conteúdo. 
 Sendo assim, no momento de motivar o ato, o administrador não pode 
limitar-se a indicar o dispositivo legal que serviu de base para a sua edição. É 
essencial ainda que o administrador apresente, detalhadamente, todo o 
caminho que percorreu para chegar a tal conclusão, bem como o objetivo que 
deseja alcançar com a prática do ato. 
 Agindo dessa maneira, o administrador estará permitindo que os 
interessados possam exercer um controle efetivo sobre o ato praticado, que 
deve respeitar as diretrizes do Estado Democrático de Direito, o princípio da 
legalidade, da razoabilidade, proporcionalidade, do devido processo legal, entre 
outros. 
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 Pergunta: Será que todos os atos administrativos devem ser motivados? 
Diante do que escrevi até o momento, parece que sim, não é? Bem, para 
fins de concursos públicos, devemos ficar atentos a essa pergunta. 
Embora renomados professores como Diógenes Gasparini e Maria Sylvia 
Zanella Di Pietro, por exemplo, entendam que todos os atos administrativos 
devam ser motivados, sejam eles vinculados ou discricionários, é válido destacar 
que existe uma exceção muito cobrada em concursos públicos: a nomeação e 
exoneração de servidores ocupantes de cargos em comissão (cargos de 
confiança). 
 No momento de nomear um cidadão para ocupar cargo público em 
comissão (aquele em que não é necessário ser aprovado em concurso público e 
que possui atribuições de direção, chefia e assessoramento, como o cargo de 
Secretário Municipal, por exemplo), a autoridade competente não está obrigada 
a apresentar os motivos, por escrito, que a levaram a optar pelo cidadão “a”, em 
vez do cidadão “b”. 
Da mesma forma, acontece na exoneração. A autoridade competente não 
está obrigada a apresentar, por escrito, os motivos que a levaram a “dispensar” 
o ocupante do cargo em comissão, independentemente de quais sejam. 
 Sendo assim, como o nosso objetivo é ser aprovado em um concurso 
público, fique atento a essa exceção que comprova que nem todos os atos 
administrativos devem ser motivados. 
 Por fim, não confunda o motivo do ato administrativo (que estudamos 
anteriormente)com a necessidade de motivação. O primeiro é a razão de fato e 
de direito que justificou a edição do ato. O segundo nada mais é que a exposição 
dos motivos, por escrito, detalhadamente. 
 Exemplo: Imagine que o Departamento de Recursos Humanos de um 
determinado órgão público tenha solicitado ao servidor “X” a apresentação de 
algumas informações e documentos para proceder à atualização de seus dados 
cadastrais. Contudo, apesar da solicitação formal da Administração, 
imotivadamente, o servidor se recusou a fornecê-los. Diante do exposto, o 
servidor será punido com uma advertência em virtude de não ter apresentado 
as informações e documentos solicitados (motivo), mas, no momento da 
aplicação da penalidade, a Administração deverá explicar por escrito o 
“porquê” de ter sido aplicada a referida advertência (motivação). 
 O artigo 50 da Lei 9.784/99 apresenta um rol de hipóteses que ensejam, 
obrigatoriamente, a motivação do ato administrativo. Entretanto, é importante 
esclarecer que as hipóteses elencadas legalmente não são as únicas que impõem 
à necessidade de motivação (esse é o entendimento da doutrina majoritária, 
para fins de concursos públicos). 
 
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Art. 50. Os atos administrativos deverão ser motivados, com indicação 
dos fatos e dos fundamentos jurídicos, quando: 
I - neguem, limitem ou afetem direitos ou interesses; 
II - imponham ou agravem deveres, encargos ou sanções; 
III - decidam processos administrativos de concurso ou seleção pública; 
IV - dispensem ou declarem a inexigibilidade de processo licitatório; 
V - decidam recursos administrativos; 
VI - decorram de reexame de ofício; 
VII - deixem de aplicar jurisprudência firmada sobre a questão ou 
discrepem de pareceres, laudos, propostas e relatórios oficiais; 
VIII - importem anulação, revogação, suspensão ou convalidação de ato 
administrativo. 
Para responder às questões da Fundação Carlos Chagas: Em regra, todos 
os atos administrativos devem ser motivados, sejam eles vinculados ou 
discricionários. Esse é o entendimento da doutrina majoritária. 
 Todavia, como as exceções estão sempre presentes no Direito, lembre-se 
de que o Supremo Tribunal Federal já declarou, por diversas vezes, que o ato de 
nomeação e exoneração ad nutum dos ocupantes de cargos em comissão 
(cargos de confiança) não necessita de motivação. 
 
6.2. Princípios da razoabilidade e da proporcionalidade 
 Grande parte da doutrina afirma que os princípios da razoabilidade e da 
proporcionalidade são sinônimos. Outra parte afirma que tais princípios são 
autônomos, apesar do fato de a proporcionalidade ser um dos elementos da 
razoabilidade. 
 Sendo assim, apresentarei ambos os princípios conjuntamente, mas 
citando as peculiaridades de cada um para que você não se confunda no 
momento de responder às questões de prova. 
 O princípio da razoabilidade está diretamente relacionado ao senso 
comum do homem médio, do aceitável, do justo, do mediano. Em respeito a tal 
princípio, as condutas administrativas devem pautar-se no bom senso, na 
sensatez que guia a atuação do homem mediano, pois, caso contrário, serão 
invalidadas. 
 O princípio da razoabilidade tem origem no sistema jurídico anglo-saxão, 
mas foi no Direito norte-americano que se desenvolveu e ganhou autonomia, 
como consequência do devido processo legal, servindo de parâmetro 
obrigatório para a conduta tanto dos administradores quanto do legislador. 
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 Eis aqui uma importante informação que você deve guardar: o princípio da 
razoabilidade, que é considerado um princípio implícito (em termos gerais), 
deriva do princípio do devido processo legal, este previsto expressamente no 
inciso LIV, artigo 5º, da CF/88. 
 Atenção: se analisarmos os princípios da razoabilidade e 
proporcionalidade nos termos da Lei 9.784/99, eles poderão ser considerados 
expressos, mas somente para a Administração Pública Federal. 
A professora Lúcia Valle Figueiredo, na tentativa de distinguir a 
proporcionalidade da razoabilidade, informa que a proporcionalidade pressupõe 
a adequação entre os atos e as necessidades, ou seja, “só se sacrificam 
interesses individuais em função dos interesses coletivos, de interesses 
primários, na medida da estrita necessidade, não se desbordando que seja 
realmente indispensável para a implementação da necessidade pública1”. 
 O princípio da proporcionalidade também pode ser entendido como 
princípio da “proibição de excesso”, já que o fim a que se destina é justamente 
limitar as ações administrativas que ultrapassem os limites adequados. Em 
outras palavras, significa dizer que tal princípio impõe à Administração Pública a 
necessidade de adequação entre meios e fins, sendo vedada a imposição de 
obrigações, restrições e sanções em medida superior àquelas estritamente 
necessárias ao atendimento do interesse público (inciso VI, artigo 2º, da Lei 
9.784/99). 
 Para fins de concurso público, que é o nosso foco principal, é importante 
que você saiba as características tanto da razoabilidade quanto da 
proporcionalidade, pois algumas bancas examinadoras elaboram questões 
como se ambos fossem sinônimos (Fundação Carlos Chagas), e outras como 
se fossem princípios autônomos (CESPE). 
(Analista Judiciário - Adm – TRT 23ª R/2004 / FCC) A adequação 
entre meios e fins, vedada a imposição de obrigações, restrições e 
sanções em medida superior àquelas estritamente necessárias ao 
atendimento do interesse público; e a observância das 
formalidades essenciais à garantia dos direitos dos administrados, 
entre outras, dizem respeito ao princípio da 
(A) razoabilidade, sob a feição de proporcionalidade. 
(B) motivação, decorrente da formalidade. 
(C) finalidade, que se apresenta como impessoalidade. 
(D) ampla defesa, somada à segurança jurídica. 
(E) segurança jurídica atrelada à legalidade. 
 
Resposta: letra “a” 
 
1 FIGUEIREDO, Lúcia Valle. Curso de Direito Administrativo. São Paulo: Malheiros, 2008. 
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(Especialista em Regulação – ANATEL 2006 / CESPE) O princípio da 
proporcionalidade - que tem fundamento no texto constitucional brasileiro 
- aplicado à garantia do indivíduo, em face do poder regulador do Estado, é 
uma das formas de manifestação da função de garantia e proteção que 
desempenha a Constituição. (Correta) 
 
 6.3. Princípio da segurança jurídica 
Para que o homem possa conduzir os atos de sua vida civil, familiar e 
profissional, necessita de certo grau de estabilidade, de confiança e de certeza de 
que as decisões tomadas no dia a dia não serão alteradas unilateralmente, por 
terceiros, em momento posterior. Assim, é possível programar o futuro e 
estabelecer projetos a curto, médio e longo prazo. 
 A necessidade de estabilidade, certezae confiança se mostra ainda mais 
latente nas relações entre a Administração e os administrados. 
Conforme nos informa a professora Di Pietro, é muito comum, na esfera 
administrativa, haver mudança de interpretação de determinadas normas legais, 
com a consequente mudança de orientação, em caráter normativo, afetando 
situações já reconhecidas e consolidadas na vigência de orientação anterior. 
Essa possibilidade de mudança de orientação é inevitável, porém, gera 
uma grande insegurança jurídica, pois os interessados nunca sabem quando a 
sua situação será passível de contestação pela própria Administração Pública. 
Daí a regra que proíbe a aplicação retroativa de nova interpretação, 
prevista no artigo 2º, XIII, da Lei 9.784/99: 
Art. 2º, parágrafo único: Nos processos administrativos, serão observados, 
entre outros, os critérios de: 
XIII - interpretação da norma administrativa da forma que melhor garanta 
o atendimento do fim público a que se dirige, vedada aplicação 
retroativa de nova interpretação. 
 
Sendo assim, se a Administração Pública praticou certo ato amparada em 
uma determinada interpretação da lei, posteriormente, caso seja alterada a 
interpretação, não poderá a Administração aplicá-la ao ato que já havia sido 
praticado com base na interpretação anterior. 
Nessa situação, a nova interpretação somente poderá ser aplicada em 
casos futuros, desde que se enquadrem na nova interpretação. 
A Constituição Federal de 1988 vai ainda mais longe, pois declara em seu 
artigo 5º, XXXVI, que nem mesmo a lei poderá prejudicar ato jurídico perfeito, 
direito adquirido e a coisa julgada. 
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 Para responder às questões da FCC, lembre-se sempre de que o objetivo 
do princípio da segurança jurídica é proteger os administrados em face de novas 
interpretações adotadas pela Administração e que possam prejudicá-los, no caso 
em concreto. 
(FCC/Técnico Judiciário TRT 23ª Região/2011) Nos processos 
administrativos, na forma preconizada pela Lei nº 9.784/1999, serão 
observados, entre outros, os critérios de interpretação da norma 
administrativa da forma que melhor garanta o atendimento do fim 
público a que se dirige, vedada aplicação retroativa de nova 
interpretação. 
 
7. Critérios a serem observados nos processos administrativos 
 Além de apresentar um rol de princípios que devem ser obrigatoriamente 
observados, a Lei 9.784/99 também enumerou, no parágrafo único do artigo 2º, 
uma relação de critérios que devem pautar as condutas das autoridades nos 
processos administrativos. 
Perceba que os critérios decorrem diretamente dos princípios arrolados 
anteriormente, portanto, fique atento ao responder às questões de concursos: 
I - atuação conforme a lei e o Direito (princípio da legalidade); 
II - atendimento a fins de interesse geral, vedada a renúncia total ou 
parcial de poderes ou competências, salvo autorização em lei 
(impessoalidade) 
III - objetividade no atendimento do interesse público, vedada a promoção 
pessoal de agentes ou autoridades (impessoalidade); 
IV - atuação segundo padrões éticos de probidade, decoro e boa-fé 
(moralidade); 
V - divulgação oficial dos atos administrativos, ressalvadas as hipóteses de 
sigilo previstas na Constituição (publicidade); 
VI - adequação entre meios e fins, vedada a imposição de obrigações, 
restrições e sanções em medida superior àquelas estritamente necessárias 
ao atendimento do interesse público (razoabilidade e proporcionalidade); 
VII - indicação dos pressupostos de fato e de direito que determinarem a 
decisão (motivação); 
VIII – observância das formalidades essenciais à garantia dos direitos dos 
administrados (segurança jurídica); 
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IX - adoção de formas simples, suficientes para propiciar adequado grau de 
certeza, segurança e respeito aos direitos dos administrados (segurança 
jurídica e informalismo); 
X - garantia dos direitos à comunicação, à apresentação de alegações 
finais, à produção de provas e à interposição de recursos, nos processos de 
que possam resultar sanções e nas situações de litígio (ampla defesa e 
contraditório); 
XI - proibição de cobrança de despesas processuais, ressalvadas as 
previstas em lei; 
XII - impulsão, de ofício, do processo administrativo, sem prejuízo da 
atuação dos interessados (oficialidade); 
XIII - interpretação da norma administrativa da forma que melhor garanta 
o atendimento do fim público a que se dirige, vedada aplicação retroativa 
de nova interpretação (impessoalidade e segurança jurídica). 
 
(FCC/Analista Judiciário TRT 24ª Região/2011) De acordo com Lei nº 
9.784/1999, no processo administrativo será observado, dentre outros, 
o critério de garantia dos direitos à comunicação, à apresentação de 
alegações finais, à produção de provas e à interposição de recursos, nos 
processos de que possam resultar sanções e nas situações de litígio. 
 
8. Dos direitos e deveres do administrados 
A fim de que não restem dúvidas sobre os direitos e deveres dos 
administrados, quando forem parte em processo administrativo, cuidou a Lei 
9.784/99 de apresentá-los expressamente, em seus artigos 3º e 4º, vejamos: 
8.1. Direitos 
1º) ser tratado com respeito pelas autoridades e servidores, que deverão 
facilitar o exercício de seus direitos e o cumprimento de suas obrigações; 
2º) ter ciência da tramitação dos processos administrativos em que tenha 
a condição de interessado, ter vista dos autos, obter cópias de documentos 
neles contidos e conhecer as decisões proferidas; 
3º) formular alegações e apresentar documentos antes da decisão, os 
quais serão objeto de consideração pelo órgão competente; 
4º) fazer-se assistir, facultativamente, por advogado, salvo quando 
obrigatória a representação, por força de lei. 
 
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(FCC/Analista Judiciário TRT 22ª Região/2010) Nos termos da Lei nº 
9.784/99, que regula o processo administrativo no âmbito da 
Administração Pública Federal, é CORRETO que, dentre os direitos do 
administrado perante a Administração Pública, está o de ter ciência da 
tramitação dos processos administrativos em que tenha a condição de 
interessado, ter vista dos autos, obter cópias de documentos neles 
contidos e conhecer as decisões proferidas. 
 
8.2. Deveres 
1º) expor os fatos conforme a verdade; 
2º) proceder com lealdade, urbanidade e boa-fé; 
3º) não agir de modo temerário; 
4º) prestar as informações que lhe forem solicitadas e colaborar para o 
esclarecimento dos fatos. 
 
No mais, eis as principais informações que deveriam ser 
destacadas em relação à Lei 9.784/1999. Lembre-se de que a Fundação 
Carlos Chagas não costuma se aprofundar no tema, portanto, é 
suficiente que você efetueuma atenta leitura da legislação. 
Simbora agora estudar a Lei de Improbidade Administrativa! 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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RESUMO DE VÉSPERA DE PROVA 
1. A Lei do processo administrativo federal não se restringe ao Poder 
Executivo, pois abrange também os poderes Legislativo e Judiciário, bem como o 
Ministério Público da União e o Tribunal de Contas da União, quando estiverem 
exercendo função administrativa. 
2. O princípio da motivação impõe à Administração Pública a obrigação de 
apresentar as razões de fato (o acontecimento, a circunstância real) e as 
razões de direito (o dispositivo legal) que a levaram a praticar determinado 
ato. 
3. A norma administrativa deve ser interpretada da forma que melhor garanta o 
atendimento do fim público a que se dirige, vedada aplicação retroativa de 
nova interpretação. 
4. É direito do administrado ter ciência da tramitação dos processos 
administrativos em que tenha a condição de interessado, ter vista dos autos, 
obter cópias de documentos neles contidos e conhecer as decisões proferidas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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ÍNDICE 
 
1. Considerações iniciais ............................................................... 19 
 
2. Previsão Constitucional ............................................................. 19 
 
3. Sujeitos passivos dos atos de improbidade administrativa ........ 20 
 
4. Sujeitos ativos dos atos de improbidade administrativa ............ 21 
 
 4.1. Agentes políticos ............................................................ 21 
 
 4.2. Particulares .................................................................... 22 
 
5. Princípios de observância obrigatória ...................................... 22 
 
6. Integral ressarcimento do dano ............................................... 23 
 
7. Perda de bens resultantes de enriquecimento ilícito ................ 23 
 
8. Representação para indisponibilidade de bens ........................ 24 
 
9. Dos atos de improbidade administrativa .................................. 24 
 
10. Resumo de Véspera de Prova ................................................ 30 
 
11. Questões Comentadas ........................................................... 31 
 
 
 
 
 
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1. Considerações iniciais 
 O princípio da moralidade administrativa impõe aos agentes públicos a 
obrigatoriedade de que pratiquem atos que estejam amparados pela lealdade e 
boa-fé. 
 A professora Maria Sylvia Zanella di Pietro afirma que, em matéria 
administrativa, sempre que se verificar que o comportamento da 
Administração ou do administrado que com ela se relaciona juridicamente, 
embora em consonância com a lei, ofende a moral, os bons costumes, as regras 
de boa administração, os princípios de justiça e de equidade, além da idéia 
comum de honestidade, haverá ofensa ao princípio da moralidade 
administrativa. 
 Em virtude de o conceito de moral administrativa ser um pouco vago e 
impreciso, cuidou-se o legislador de criar a Lei 8.429/92, estabelecendo 
hipóteses que caracterizam improbidades administrativas, bem como 
estabelecendo as sanções aplicáveis a agentes públicos e a terceiros, quando 
responsáveis pela prática de atos coibidos pelo texto normativo. 
 A doutrina majoritária entende que a “probidade administrativa” seria uma 
espécie do gênero “moralidade administrativa”, já que estaria relacionada mais 
propriamente com a má qualidade de uma administração, não se referindo, 
necessariamente, à ausência de boa-fé, de lealdade e de justeza do 
administrador público. 
O professor José Afonso da Silva afirma que "a probidade administrativa é 
uma forma de moralidade administrativa que mereceu consideração especial da 
Constituição, que pune o ímprobo com a suspensão de direitos políticos (art. 37, 
parágrafo 4º). A probidade administrativa consiste no dever de o funcionário 
servir a Administração com honestidade, procedendo no exercício das suas 
funções, sem aproveitar os poderes ou facilidades delas decorrentes em proveito 
pessoal ou de outrem a quem queira favorecer. O desrespeito a esse dever é que 
caracteriza a improbidade administrativa. Cuida-se de uma imoralidade 
administrativa qualificada. A improbidade administrativa é uma imoralidade 
qualificada pelo dano ao erário e correspondente vantagem ao ímprobo ou a 
outrem (...).” 
Para responder às questões da Fundação Carlos Chagas: Se você se 
deparar em prova com alguma assertiva afirmando que “probidade” e 
“moralidade” são expressões idênticas, lembre-se de marcá-la como errada. 
 
2. Previsão constitucional 
 A Constituição Federal de 1988 refere-se expressamente à improbidade 
administrativa em seu texto, mais precisamente nos seguintes dispositivos: 
 
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a) art. 14, § 9º - “Lei complementar estabelecerá outros casos de 
inelegibilidade e os prazos de sua cessação, a fim de proteger a probidade 
administrativa, a moralidade para exercício de mandato considerada vida 
pregressa do candidato, e a normalidade e legitimidade das eleições contra a 
influência do poder econômico ou o abuso do exercício de função, cargo ou 
emprego na administração direta ou indireta”. 
 b) art. 15, V – “É vedada a cassação de direitos políticos, cuja perda ou 
suspensão só se dará nos casos de: [...] improbidade administrativa, nos 
termos do art. 37, § 4º”. 
 c) art. 37, § 4º - “Os atos de improbidade administrativa importarão a 
suspensão dos direitos políticos, a perda da função pública, a indisponibilidade 
dos bens e o ressarcimento ao erário, na forma e gradação previstas em lei, sem 
prejuízo da ação penal cabível.” 
 Este certamente é o dispositivo constitucional mais cobrado em provas da 
Fundação Carlos Chagas, no que se refere aos atos de improbidade 
administrativa. É muito comum a banca elaborar assertivas afirmando que os 
atos de improbidade administrativa importarão a perda dos direitos políticos, 
contrariamente ao texto da CF/88, que faz referência à suspensão. Fique 
atento! 
 d) art. 85, V – “São crimes de responsabilidade os atos do Presidente da 
República que atentem contra a Constituição Federal e, especialmente, contra: 
[...] a probidade na administração.” 
 
3. Sujeitos passivos dos atos de improbidade administrativa 
 O art. 1º da Lei 8.429/1992 apresentaum rol de órgãos e entidades que 
podem ser lesados por atos de improbidade administrativa causados por 
particulares ou agentes públicos, servidores ou não: 
 1º) Administração direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, 
dos Estados, do Distrito Federal, dos Municípios, de Território, o que inclui as 
empresas públicas e sociedades de economia mista; 
 2º) Empresas incorporadas ao patrimônio público; 
 3º) Entidade para cuja criação ou custeio o erário haja concorrido ou 
concorra com mais de cinqüenta por cento do patrimônio ou da receita anual; 
 4º) Entidade que receba subvenção, benefício ou incentivo, fiscal ou 
creditício, de órgão público; e 
 5º) Entidade cuja criação ou custeio o erário haja concorrido ou concorra 
com menos de cinqüenta por cento do patrimônio ou da receita anual, 
limitando-se, nestes casos, a sanção patrimonial à repercussão do ilícito sobre 
a contribuição dos cofres públicos. 
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(FCC/Técnico Judiciário TRT 23ª Região/2011) Os atos de improbidade 
administrativa praticados contra o patrimônio de entidade para cuja 
criação ou custeio o erário haja concorrido ou concorra com menos de 
cinquenta por cento do patrimônio ou da receita anual estão sujeitos às 
penalidades estabelecidas na Lei de Improbidade Administrativa, 
limitando-se, nestes casos, a sanção patrimonial à repercussão do 
ilícito sobre a contribuição dos cofres públicos. 
 
4. Sujeitos ativos dos atos de improbidade administrativa 
 Os artigos 2º e 3º da Lei de Improbidade Administrativa declaram que 
tanto agentes públicos quanto particulares podem ser autores de atos de 
improbidade administrativa. 
 O art. 2º da Lei 8.429/92 é expresso ao afirmar que se reputa agente 
público, para os efeitos de seu texto, todo aquele que exerce, ainda que 
transitoriamente ou sem remuneração, por eleição, nomeação, designação, 
contratação ou qualquer outra forma de investidura ou vínculo, mandato, cargo, 
emprego ou função nas entidades mencionadas em seu art. 1º. 
 Perceba que o conteúdo do art. 2º é muito amplo e tem por objetivo 
alcançar todos aqueles que, de forma direta ou indireta, com ou sem 
remuneração, com ou sem vínculo, exerçam uma função pública no âmbito da 
Administração Pública. 
 A expressão “agente público”, utilizada pela Lei 8.429/92, possui um 
sentido bem mais amplo do que aquele utilizado pelo art. 327 do Código Penal ou 
pelo art. 2º da Lei 8.112/90, pois abrange todas as espécies de agentes públicos 
previstas nas classificações do professor Hely Lopes Meirelles (agentes 
políticos, agentes administrativos, agentes delegados, agentes credenciados, 
agentes delegados e agentes honoríficos) e do professor Celso Antônio 
Bandeira de Mello (agentes políticos, servidores estatais e particulares em 
colaboração com o poder público). 
 
 4.1. Agentes políticos 
 Para responder às questões de prova, é importante que você saiba que o 
Supremo Tribunal Federal, no julgamento da Reclamação 2138-DF, decidiu 
que a Lei de Improbidade Administrativa, em regra, não se aplica aos agentes 
políticos. 
 A reclamação foi ajuizada pela União contra decisão do juiz federal do 
Distrito Federal, que condenou o então ministro de estado da Ciência e 
Tecnologia, Ronaldo Mota Sardemberg, às penas previstas na Lei de 
Improbidade Administrativa (Lei 8.429/92). 
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Sardemberg foi condenado a ressarcir ao erário os prejuízos causados e à 
suspensão dos direitos políticos por oito anos, em razão do uso indevido de jato 
da Força Aérea Brasileira (FAB). 
 Na oportunidade, o STF afirmou que já existia uma lei específica para 
disciplinar tais infrações cometidas pelos agentes políticos (Lei 1.079/50, que 
trata dos crimes de responsabilidade), e, portanto, a utilização concomitante da 
Lei 8.429/92 caracterizaria um bis in idem. 
Para responder às questões da Fundação Carlos Chagas: nem todos os 
agentes políticos estão excluídos do âmbito de aplicação da Lei 8.429/92, mas 
somente aqueles que podem cometer crimes de responsabilidade previstos 
expressamente no texto constitucional, pois, neste caso, serão processados em 
conformidade com a Lei 1.079/50. 
 Para facilitar o seu estudo, lembre-se de que a jurisprudência majoritária 
afirma que estão sujeitos à Lei 1.079/50 o Presidente da República, os Ministros 
de Estado, os Ministros do Supremo Tribunal Federal, o Procurador-Geral da 
República, os Governadores de Estado e os Secretários Estaduais. Desse modo, 
tais autoridades não podem ser processadas com fundamento na Lei 8.429/92. 
 Por outro lado, um Secretário Municipal, por exemplo, mesmo sendo 
considerado um agente político, pode ser processado por improbidade 
administrativa, já que a Constituição Federal não se refere a crimes de 
responsabilidade que possam cometer. 
 
 4.2. Particulares 
 O art. 3º da Lei de Improbidade Administrativa é expresso ao afirmar que 
o seu texto não se restringe aos agentes públicos, alcançando também aquele 
que, mesmo não sendo agente público, induza ou concorra para a prática do 
ato de improbidade ou dele se beneficie sob qualquer forma direta ou indireta. 
(FCC/Analista Judiciário TRT 23ª Região/2011) Sobre a Lei nº 
8.429/1992, que versa sobre os atos de improbidade administrativa, é 
CORRETO afirmar que aquele que, não sendo agente público, se 
beneficie sob a forma indireta, estará sujeito às disposições de seu 
texto. 
 
5. Princípios de observância obrigatória 
 O art. 4º da Lei 8.429/92 afirma que “os agentes públicos de qualquer nível 
ou hierarquia são obrigados a velar pela estrita observância dos princípios de 
legalidade, impessoalidade, moralidade e publicidade no trato dos assuntos que 
lhe são afetos”. Todavia, deve ficar claro que esses não são os únicos princípios 
de observância obrigatória pelos agentes públicos, pois o rol é meramente 
exemplificativo. 
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A professora Maria Sylvia Zanella di Pietro nos informa que “qualquer 
violação aos princípios da legalidade, da razoabilidade, da moralidade, do 
interesse público, da eficiência, da motivação, da publicidade, da impessoalidade 
e de qualquer outro imposto à Administração Pública pode constituir ato de 
improbidade administrativa.” 
Para responder às questões da Fundação Carlos Chagas: perceba que o 
princípio da eficiência não está arrolado no art. 4º da Lei 8.429/92, mesmo 
constando expressamente no art. 37 da CF. Isso se deve ao fato de a Lei de 
Improbidade Administrativa ter sido publicada em 02 de junho de 1992, isto é, 
antes da inclusão do princípio da eficiência no texto constitucional, que somente 
ocorreu com a promulgação da EC 19/98. De qualquer forma, o princípio da 
eficiência possui a mesma obrigatoriedade que os demais. 
 
6. Integral ressarcimento do dano 
 Em seu art. 5º, a Leide Improbidade Administrativa declara que 
“ocorrendo lesão ao patrimônio público por ação ou omissão, dolosa ou 
culposa, do agente ou de terceiro, dar-se-á o integral ressarcimento do dano.” 
 O professor Marino Pazzaglini afirma que é imprescindível para 
configurar-se o dever do agente público e de terceiro de indenizar o dano 
patrimonial por um e por outro ocasionado ao Erário, em decorrência de ato de 
improbidade administrativa, que tenham agido com culpa lato sensu, a qual 
compreende o dolo e a culpa em sentido estrito (imprudência, negligência ou 
imperícia). 
 Afirma ainda que é indevido o ressarcimento de qualquer dano ao Erário se 
este resultou seja de ato administrativo lícito, seja de ato administrativo ilícito 
praticado por agente público quando não remanescer comprovado que ele lhe 
deu causa por dolo ou culpa. 
 Em suma, não há reparação civil, por ato de improbidade 
administrativa lesivo ao patrimônio público, sem culpa. 
(FCC/Analista Judiciário TRT 23ª Região/2011) Ocorrendo lesão ao 
patrimônio público por ação culposa do agente, dar-se-á o integral 
ressarcimento do dano. 
 
7. Perda de bens resultantes de enriquecimento ilícito 
 O art. 9º da Lei 8.429/92 apresenta um rol de atos de improbidade 
administrativa que importam enriquecimento ilícito dos respectivos autores. Por 
outro lado, o art. 6º prevê que se ficar comprovado, mediante decisão judicial 
transitada em julgado, que o agente público enriqueceu-se ilicitamente perderá 
todos os bens ou valores acrescidos ao seu patrimônio. 
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8. Representação para indisponibilidade de bens 
 Quando o ato de improbidade causar lesão ao patrimônio público ou 
ensejar enriquecimento ilícito, caberá a autoridade administrativa 
responsável pelo inquérito representar ao Ministério Público, para a 
indisponibilidade dos bens do indiciado (art. 7º). A indisponibilidade recairá 
sobre bens que assegurem o integral ressarcimento do dano, ou sobre o 
acréscimo patrimonial resultante do enriquecimento ilícito. 
 A indisponibilidade de bens é uma medida acautelatória (preventiva) 
prevista expressamente no art. 37, § 4º, da CF/88, através da qual os bens do 
agente são “bloqueados”, o que impede a venda, doação, transferência, etc. 
Essa medida processual somente pode ser determinada pela autoridade 
judiciária, mediante representação do Ministério Público. 
(FCC/Analista Judiciário TRT 23ª Região/2011) Quando o ato de 
improbidade causar lesão ao patrimônio público caberá a autoridade 
administrativa responsável pelo inquérito representar ao Ministério 
Público, para a indisponibilidade dos bens do indiciado. 
 
9. Dos atos de improbidade administrativa 
 Para que fique caracterizado um ato de improbidade administrativa, é 
necessário que estejam presentes 03 (três) elementos: o sujeito ativo, o sujeito 
passivo e a ocorrência de um dos atos danosos previstos na Lei 8.429/92. 
 Os atos de improbidade administrativa podem ser divididos em três 
modalidades, ensejando sanções distintas: 
a) aqueles que importam enriquecimento ilícito, previstos no art. 9º; 
b) aqueles que causam prejuízos ao erário, previstos no art. 10; 
c) aqueles que atentam contra os princípios da Administração 
Pública, previstos no art. 11. 
Pergunta: professor, é conveniente saber todos os atos que estão 
arrolados nesses artigos? 
Conveniente?? Pode tratar de “memorizar” todos esses dispositivos, pois a 
Fundação Carlos Chagas e demais bancas organizadoras adoram cobrá-los em 
prova! 
A professora Maria Sylvia Zanella di Pietro afirma que embora a lei, nos três 
dispositivos, tenha elencado um rol de atos de improbidade, não se trata de 
enumeração taxativa, mas meramente exemplificativa. Ainda que o ato não 
se enquadre em uma das hipóteses previstas expressamente nos vários incisos 
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dos três dispositivos, poderá ocorrer improbidade sancionada pela lei, desde que 
enquadrada nos caput dos artigos 9º, 10 ou 11. 
Nos três dispositivos, aparece a descrição da infração seguida da expressão 
“e notadamente”, a indicar a natureza exemplificativa dos incisos que se 
seguem. 
Para responder às questões da Fundação Carlos Chagas: A prática do ato 
de improbidade administrativa pressupõe a existência de dolo ou de culpa, isto 
é, não existe responsabilidade objetiva em matéria de improbidade 
administrativa. A modalidade culposa é admitida somente na hipótese de 
prejuízo ao erário; nas demais modalidades há a necessidade da 
presença do dolo. 
 
No julgamento do recurso especial nº 766.231/PR, sob a relatoria da 
Ministra Denise Arruda, o Superior Tribunal de Justiça decidiu ser indispensável 
a presença de dolo ou culpa do agente público ao praticar o suposto ato de 
improbidade administrativa. 
Entretanto, é importante esclarecer que a forma culposa somente é 
admitida nos atos de improbidade administrativa que causam prejuízos ao erário 
(artigo 10 da Lei 8.429/92), não sendo aplicável às hipóteses previstas no artigo 
9º (atos que importam enriquecimento ilícito) e às hipóteses descritas no artigo 
11 (atos de improbidade administrativa que atentam contra os princípios da 
Administração Pública). Nestes casos, para que seja configurada a improbidade 
administrativa, é necessário que esteja presente o elemento subjetivo 
doloso. 
Bem, apresento abaixo os famosos artigos que tratam dos atos 
que constituem improbidade administrativa: 
 
DOS ATOS DE IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA QUE IMPORTAM 
ENRIQUECIMENTO ILÍCITO 
 Art. 9°. Constitui ato de improbidade administrativa importando 
enriquecimento ilícito auferir qualquer tipo de vantagem patrimonial 
indevida em razão do exercício de cargo, mandato, função, emprego ou 
atividade nas entidades mencionadas no art. 1° da Lei 8.429/92, e 
notadamente: 
 I - receber, para si ou para outrem, dinheiro, bem móvel ou imóvel, ou 
qualquer outra vantagem econômica, direta ou indireta, a título de comissão, 
percentagem, gratificação ou presente de quem tenha interesse, direto ou 
indireto, que possa ser atingido ou amparado por ação ou omissão decorrente 
das atribuições do agente público; 
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 II - perceber vantagem econômica, direta ou indireta, para facilitar a 
aquisição, permuta ou locação de bem móvel ou imóvel, ou a contratação de 
serviços pelas entidades referidas no art. 1° por preço superior ao valor de 
mercado; 
 III - perceber vantagem econômica, direta ou indireta, para facilitar a 
alienação, permuta ou locação de bem público ou o fornecimento de serviço por 
ente estatal por preço inferior ao valor de mercado; 
 IV - utilizar, em obra ou serviço particular, veículos, máquinas, 
equipamentos ou material de qualquer natureza, de propriedade ou à disposição 
de qualquerdas entidades mencionadas no art. 1° desta lei, bem como o 
trabalho de servidores públicos, empregados ou terceiros contratados por essas 
entidades; 
 V - receber vantagem econômica de qualquer natureza, direta ou indireta, 
para tolerar a exploração ou a prática de jogos de azar, de lenocínio, de 
narcotráfico, de contrabando, de usura ou de qualquer outra atividade ilícita, ou 
aceitar promessa de tal vantagem; 
 VI - receber vantagem econômica de qualquer natureza, direta ou indireta, 
para fazer declaração falsa sobre medição ou avaliação em obras públicas ou 
qualquer outro serviço, ou sobre quantidade, peso, medida, qualidade ou 
característica de mercadorias ou bens fornecidos a qualquer das entidades 
mencionadas no art. 1º desta lei; 
 VII - adquirir, para si ou para outrem, no exercício de mandato, cargo, 
emprego ou função pública, bens de qualquer natureza cujo valor seja 
desproporcional à evolução do patrimônio ou à renda do agente público; 
 VIII - aceitar emprego, comissão ou exercer atividade de consultoria ou 
assessoramento para pessoa física ou jurídica que tenha interesse suscetível de 
ser atingido ou amparado por ação ou omissão decorrente das atribuições do 
agente público, durante a atividade; 
 IX - perceber vantagem econômica para intermediar a liberação ou 
aplicação de verba pública de qualquer natureza; 
 X - receber vantagem econômica de qualquer natureza, direta ou 
indiretamente, para omitir ato de ofício, providência ou declaração a que esteja 
obrigado; 
 XI - incorporar, por qualquer forma, ao seu patrimônio bens, rendas, 
verbas ou valores integrantes do acervo patrimonial das entidades mencionadas 
no art. 1° desta lei; 
 XII - usar, em proveito próprio, bens, rendas, verbas ou valores 
integrantes do acervo patrimonial das entidades mencionadas no art. 1° desta 
lei. 
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DOS ATOS DE IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA QUE CAUSAM PREJUÍZO 
AO ERÁRIO 
 Art. 10. Constitui ato de improbidade administrativa que causa 
lesão ao erário qualquer ação ou omissão, dolosa ou culposa, que 
enseje perda patrimonial, desvio, apropriação, malbaratamento ou 
dilapidação dos bens ou haveres das entidades referidas no art. 1º da 
Lei 8.429/92, e notadamente: 
 I - facilitar ou concorrer por qualquer forma para a incorporação ao 
patrimônio particular, de pessoa física ou jurídica, de bens, rendas, verbas ou 
valores integrantes do acervo patrimonial das entidades mencionadas no art. 1º 
desta lei; 
 II - permitir ou concorrer para que pessoa física ou jurídica privada utilize 
bens, rendas, verbas ou valores integrantes do acervo patrimonial das entidades 
mencionadas no art. 1º desta lei, sem a observância das formalidades legais ou 
regulamentares aplicáveis à espécie; 
 III - doar à pessoa física ou jurídica bem como ao ente despersonalizado, 
ainda que de fins educativos ou assistências, bens, rendas, verbas ou valores do 
patrimônio de qualquer das entidades mencionadas no art. 1º desta lei, sem 
observância das formalidades legais e regulamentares aplicáveis à espécie; 
 IV - permitir ou facilitar a alienação, permuta ou locação de bem integrante 
do patrimônio de qualquer das entidades referidas no art. 1º desta lei, ou ainda 
a prestação de serviço por parte delas, por preço inferior ao de mercado; 
 V - permitir ou facilitar a aquisição, permuta ou locação de bem ou serviço 
por preço superior ao de mercado; 
 VI - realizar operação financeira sem observância das normas legais e 
regulamentares ou aceitar garantia insuficiente ou inidônea; 
 VII - conceder benefício administrativo ou fiscal sem a observância das 
formalidades legais ou regulamentares aplicáveis à espécie; 
 VIII - frustrar a licitude de processo licitatório ou dispensá-lo 
indevidamente; 
 IX - ordenar ou permitir a realização de despesas não autorizadas em lei ou 
regulamento; 
 X - agir negligentemente na arrecadação de tributo ou renda, bem como no 
que diz respeito à conservação do patrimônio público; 
 XI - liberar verba pública sem a estrita observância das normas pertinentes 
ou influir de qualquer forma para a sua aplicação irregular; 
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 XII - permitir, facilitar ou concorrer para que terceiro se enriqueça 
ilicitamente; 
 XIII - permitir que se utilize, em obra ou serviço particular, veículos, 
máquinas, equipamentos ou material de qualquer natureza, de propriedade ou à 
disposição de qualquer das entidades mencionadas no art. 1° desta lei, bem 
como o trabalho de servidor público, empregados ou terceiros contratados por 
essas entidades. 
 XIV – celebrar contrato ou outro instrumento que tenha por objeto a 
prestação de serviços públicos por meio da gestão associada sem observar as 
formalidades previstas na lei; (Incluído pela Lei nº 11.107, de 2005) 
 XV – celebrar contrato de rateio de consórcio público sem suficiente e 
prévia dotação orçamentária, ou sem observar as formalidades previstas na lei. 
 
DOS ATOS DE IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA QUE ATENTAM CONTRA 
OS PRINCÍPIOS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA 
 Art. 11. Constitui ato de improbidade administrativa que atenta 
contra os princípios da administração pública qualquer ação ou omissão 
que viole os deveres de honestidade, imparcialidade, legalidade, e 
lealdade às instituições, e notadamente: 
 I - praticar ato visando fim proibido em lei ou regulamento ou diverso 
daquele previsto, na regra de competência; 
 II - retardar ou deixar de praticar, indevidamente, ato de ofício; 
 III - revelar fato ou circunstância de que tem ciência em razão das 
atribuições e que deva permanecer em segredo; 
 IV - negar publicidade aos atos oficiais; 
 V - frustrar a licitude de concurso público; 
 VI - deixar de prestar contas quando esteja obrigado a fazê-lo; 
 VII - revelar ou permitir que chegue ao conhecimento de terceiro, antes da 
respectiva divulgação oficial, teor de medida política ou econômica capaz de 
afetar o preço de mercadoria, bem ou serviço. 
 
 
 
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Bem, esse era o recado que deveria ser dado em relação à Lei de 
Improbidade Administrativa (Lei 8.429/1992). Lembre-se de que a 
Fundação Carlos Chagas somente incluiu no edital do concurso do 
Tribunal Regional do Trabalho do RJ as informações contidas entre os 
artigos 1º e 12, portanto, foque o seu estudo nesses dispositivos. 
Estou à disposição para o esclarecimento de eventuais dúvidas 
que surgirem. 
 
Bons estudos! 
 
Fabiano Pereira 
fabianopereira@pontodosconcursos.com.br 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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RESUMO DE VÉSPERA DE PROVA 
1. Os atos de improbidade administrativa praticados contra o patrimônio de 
entidade para cuja criação ou custeio o erário haja concorrido ou concorra com 
menos de cinquenta por cento do patrimônio ou da receita anual estão sujeitos às 
penalidades estabelecidas na Lei de Improbidade Administrativa, limitando-se, 
nestes casos, a sanção patrimonial à repercussão do ilícito sobre a contribuição 
dos cofres públicos. 
2. O art. 2º da Lei 8.429/92 é expresso ao afirmar que se reputa agente 
público, para os efeitos de seu texto, todo aquele que exerce, ainda que 
transitoriamente ou sem remuneração, por eleição, nomeação, designação, 
contratação ou qualquer outra forma de investidura ou vínculo, mandato, cargo, 
emprego ou função pública. 
3. O art. 3º da Lei de Improbidade Administrativa é expresso ao afirmar que o 
seu texto não se restringe aos agentes públicos, alcançando também aquele 
que, mesmo não sendo agente público, induza ou concorra para a prática do 
ato de improbidade ou dele se beneficie sob qualquer forma direta ou indireta. 
4. Em seu art. 5º, a Lei de Improbidade Administrativa declara que “ocorrendo 
lesão ao patrimônio público por ação ou omissão, dolosa ou culposa, do 
agente ou de terceiro, dar-se-á o integral ressarcimento do dano.” 
5. Quando o ato de improbidade causar lesão ao patrimônio público ou ensejar 
enriquecimento ilícito, caberá a autoridade administrativa responsável pelo 
inquérito representar ao Ministério Público, para a indisponibilidade dos bens 
do indiciado (art. 7º). A indisponibilidade recairá sobre bens que assegurem o 
integral ressarcimento do dano, ou sobre o acréscimo patrimonial resultante do 
enriquecimento ilícito. 
6. A prática do ato de improbidade administrativa pressupõe a existência de dolo 
ou de culpa, isto é, não existe responsabilidade objetiva em matéria de 
improbidade administrativa. A modalidade culposa é admitida somente na 
hipótese de prejuízo ao erário; nas demais modalidades há a necessidade da 
presença do dolo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
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QUESTÕES COMENTADAS 
 
01. (FCC/Técnico Judiciário TRT 23ª Região/2011) Nos processos 
administrativos, na forma preconizada pela Lei nº 9.784/1999, serão 
observados, entre outros, os critérios de 
a) atendimento a fins de interesse geral, com possibilidade de renúncia 
parcial de poderes ou competências, ainda que sem autorização legal. 
b) interpretação da norma administrativa da forma que melhor garanta 
o atendimento do fim público a que se dirige, vedada aplicação 
retroativa de nova interpretação. 
c) objetividade no atendimento do interesse público, sendo possível a 
promoção pessoal de agentes ou autoridades. 
d) adequação entre meios e fins, com possibilidade de imposição de 
obrigações em medida superior àquelas estritamente necessárias ao 
atendimento do interesse público. 
e) proibição de cobrança, em qualquer hipótese, de despesas 
processuais. 
Comentários 
a) Errado. Nos processos administrativos serão observados, entre outros, 
os critérios de atendimento a fins de interesse geral, vedada a renúncia total ou 
parcial de poderes ou competências, salvo autorização em lei. 
b) Correto. O texto da assertiva refere-se ao princípio da segurança 
jurídica, previsto expressamente no art. 2º, XIII, da Lei 9.784/1999. 
Se a Administração Pública edita um ato administrativo amparada em 
determinada interpretação da lei, caso essa interpretação, posteriormente, seja 
alterada, não poderá a Administração aplicá-la ao ato que já havia sido 
praticado com base na interpretação anterior. Nessa situação, a nova 
interpretação somente poderá ser aplicada em casos futuros, desde que se 
enquadrem no novo entendimento. 
c) Errado. O art. 2º, III, da Lei 9.784/1999, impõe a obrigatoriedade de 
“objetividade no atendimento do interesse público, vedada a promoção pessoal 
de agentes ou autoridades”. 
d) Errado. É obrigatória a adequação entre meios e fins, vedada a 
imposição de obrigações, restrições e sanções em medida superior àquelas 
estritamente necessárias ao atendimento do interesse público. 
e) Errado. Em caráter excepcional, poderá ocorrer a cobrança de 
despesas processuais, desde que exista expressa determinação ou autorização 
legal. 
 
GABARITO: LETRA B. 
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02. (FCC/Analista Judiciário TRT 14ª Região/2011) Nos termos da Lei 
nº 9.784/99, que regula o Processo Administrativo no âmbito da 
Administração Pública Federal, é correto afirmar: 
a) Não é dever do administrado prestar informações solicitadas pela 
Administração, pois caracterizaria afronta a princípios constitucionais, 
como a liberdade e a democracia. 
b) É possível, como regra, a renúncia de competências. 
c) Considera-se entidade a unidade de atuação sem personalidade 
jurídica. 
d) É possível a impulsão, de ofício, do processo pela Administração e, 
assim ocorrendo, dar-se-á com prejuízo da atuação de interessados, 
por prevalecer o interesse público. 
e) Autoridades e servidores deverão facilitar o exercício dos direitos 
dos administrados. 
Comentários 
a) Errado. A prestação de informações que lhe forem solicitadas e a 
colaboração para o esclarecimento dos fatos são deveres previstos 
expressamente no art. 4º, IV, da Lei 9.784/1999. 
b) Errado. Os processos administrativos devem atender a fins de 
interesse geral, vedada a renúncia total ou parcial de poderes ou competências, 
salvo mediante autorização prevista em lei. 
c) Errado. Entidade é a unidade de atuação dotada de personalidade 
jurídica. Por outro lado, órgão público é a unidade de atuação integrante da 
estrutura da Administração direta e da estrutura da Administração indireta 
(desprovida de personalidade jurídica). 
 d) Errado. O professor José dos Santos Carvalho Filho afirma que em 
decorrência do princípio da oficialidade, característico do processo 
administrativo federal, “a Administração pode instaurar e impulsionar, de ofício, 
o processo e não depende da vontade do interessado”. Todavia, deve ficar claro 
que essa impulsão ocorrerá sem prejuízo da atuação e participação de eventuais 
interessados. 
 e) Correto. O administrado tem direito a ser tratado com respeito pelas 
autoridades e servidores, que deverão facilitar o exercício de seus direitos e o 
cumprimento de suas obrigações. 
 
GABARITO: LETRA E. 
 
03. (FCC/Analista Judiciário TRT 14ª Região/2011) Nos termos da Lei 
nº 9.784/99, que regula o processo administrativo no âmbito da 
Administração Pública Federal, NÃO consiste em dever do 
administrado: 
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