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DIREITO PROCESSUAL PENAL - TEORIA E EXERCÍCIOS 
PROFESSOR PEDRO IVO 
Professor: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 1 
 
DIREITO PROCESSUAL PENAL – TEORIA E EXERCÍCIOS – TJ-SP 
PROFESSOR: PEDRO IVO 
AULA 04 – PROCEDIMENTOS: COMUM ORDINÁRIO / 
COMUM SUMÁRIO / PROCESSOS DE COMPETÊNCIA DO 
TRIBUNAL DO JÚRI 
 
Olá, Pessoal. 
 
Hoje estudaremos alguns procedimentos presentes no processo penal. Trata-se 
de um tema amplo, mas que, muitas vezes, temos as questões retiradas da 
literalidade do CPP. 
Como sempre, veremos aquilo que é importante para sua PROVA, COM BASE 
NA VUNESP, portanto, atenha-se à nossa aula e não deixe de efetuar uma 
leitura atenta dos dispositivos presentes no Código de Processo Penal. 
Vamos começar... 
Bons estudos! 
*************************************************************** 
4.1 PROCEDIMENTOS - CONCEITOS 
 
Procedimento é a sequência de atos que devem ser realizados durante o 
tramitar da ação penal. O rito processual é sempre previsto em lei, de modo 
que as partes não podem escolher qual procedimento será seguido. Também 
não cabe ao magistrado modificar o procedimento, sob pena de nulidade da 
ação penal. 
O procedimento será comum ou especial: 
 
• Procedimento especial: é todo aquele previsto no CPP ou em leis 
especiais para casos específicos. Esses procedimentos destacam-se por 
possuírem regras próprias de tramitação processual visando à apuração 
dos crimes que constituem o objeto de sua disciplina. 
 Exemplos: procedimento relativo aos processos de competência do 
Tribunal do Júri (arts. 406 a 497), procedimento da Lei de Drogas (Lei nº 
11.343/2006) etc. 
 
• Procedimento comum: é o rito procedimental, definido pelo CPP, com 
aplicabilidade nos casos em que não há previsão especial. O 
procedimento comum subdivide-se em: 
���� Procedimento comum ordinário (art. 394, § 1º, I): é 
aplicado quando a pena máxima cominada for igual ou 
superior a quatro anos de pena privativa de liberdade; 
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OBSERVAÇÃO 
Consideram-se infrações penais de menor potencial ofensivo as 
contravenções penais e os crimes a que a lei comine pena máxima 
não superior a 02 (dois) anos, cumulada ou não com multa. 
���� Procedimento comum sumário (art. 394, § 1º, II): 
destinado à apuração de delitos cuja penalização seja inferior a 
quatro anos de pena privativa de liberdade, excluindo-se, 
entretanto, as que devam ser apuradas por meio do rito 
sumaríssimo; 
���� Procedimento comum sumaríssimo (art. 394, § 1º, I): é 
o rito procedimental aplicado quando a infração é de menor 
potencial ofensivo. Trata-se do procedimento adequado para a 
apuração das infrações de competência dos juizados especiais 
criminais (Lei nº 9.099/1995). 
 
 
 
 
 
Por fim, cabe ressaltar que alguns delitos, apesar de submetidos ao 
procedimento comum, não seguem a regra acima apresentada. São eles: 
���� Crimes falimentares (Lei nº 11.101/2005): 
independente da pena, sempre será cabível o procedimento 
sumário. 
 
���� Crimes definidos no Estatuto do Idoso (Lei nº 
10.741/2003) cuja pena máxima não ultrapasse quatro 
anos de prisão: será cabível o procedimento sumaríssimo. 
 
���� Crimes praticados mediante violência doméstica e 
familiar contra a mulher (Lei nº 11.340/2006): segundo a 
lei Maria da Penha, não há aplicabilidade para o procedimento 
sumaríssimo para as infrações de menor potencial ofensivo. 
Assim, aplica-se o procedimento comum ordinário, no caso 
de crimes cuja pena máxima cominada seja igual ou superior a 
quatro anos; o procedimento comum sumário, se for o caso 
de pena privativa de liberdade inferior a quatro anos, ou o 
procedimento especial adequado a espécie (rito do júri). 
 
4.2 REGRAS APLICÁVEIS AOS PROCEDIMENTOS DE 
PRIMEIRO GRAU 
 
O parágrafo 4º do art. 394 do CPP dispõe que: 
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Art. 394. [...] 
§ 4o As disposições dos arts. 395 a 398 deste Código aplicam-se 
a todos os procedimentos penais de primeiro grau, ainda que 
não regulados neste Código. 
 
Com tal previsão, retira-se que a parte do procedimento comum presente nos 
citados arts. 395 a 398 (em verdade, 395 a 397, pois o art. 398 foi revogado) 
deverá ser aplicada a TODOS os demais ritos de primeiro grau, mesmo os 
especiais. 
Apesar da palavra TODOS, presente no art. 394, existem algumas ressalvas, 
mas que, quando relevantes para sua PROVA, serão abordadas. 
Vamos, a partir de agora, analisar as regras aplicáveis aos procedimentos de 
primeiro grau. 
 
 4.2.1 RECEBIMENTO DA DENÚNCIA OU QUEIXA 
 
Oferecida a denúncia pelo Ministério Público ou a queixa-crime pelo 
ofendido, os autos serão encaminhados ao juiz, que verificará se estão 
presentes os requisitos legais. 
Com base na supracitada análise, o magistrado poderá receber a denúncia 
ou rejeitá-la. As hipóteses de rejeição da denúncia ou da queixa-crime são 
(art. 395): 
 
���� Inépcia manifesta: a denúncia ou queixa deverá conter a exposição 
do fato criminoso, com todas as suas circunstâncias, a qualificação do 
acusado ou esclarecimentos pelos quais se possa identificá-lo, a 
classificação do crime e, quando necessário, o rol das testemunhas. Caso 
o juiz julgue que a peça apresentada não cumpre os requisitos mínimos 
exigidos, declarará a inépcia da inicial. 
 
���� Falta de pressuposto processual ou de condição da ação penal: 
trata-se, no que diz respeito à falta de pressuposto processual, da 
ilegitimidade da parte, podendo esta ser ativa ou passiva. Exemplo: 
denúncia contra menor de 18 anos. 
Com relação à condição da ação, dá-se a falta não apenas pela ausência 
das condições de procedibilidade, como a representação e a requisição nos 
casos de ação penal condicionada, mas também pela falta das condições 
gerais da ação relacionadas à existência de legitimidade ad causam ativa 
e passiva, possibilidade jurídica do pedido e interesse de agir. 
 
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���� Falta de justa causa para o exercício da ação penal: há situações 
em que se verifica ausência de justa causa, como, por exemplo, no caso 
de clara atipicidade da conduta, ocorrência de causa extintiva da 
punibilidade, falta de indícios suficientes de autoria ou materialidade em 
relação ao crime narrado etc. 
 
Da decisão que rejeita a denúncia ou queixa cabe recurso em sentido 
estrito (art. 581). Uma vez interposto o recurso, o denunciado deve ser 
intimado para oferecer contrarrazões. 
Constitui nulidade a falta de intimação do denunciado para oferecer 
contrarrazões ao recurso interposto da rejeição da denúncia, não a 
suprindo a nomeação de defensor dativo (STF, Súmula 707). 
 
 4.2.2 CITAÇÃO DO ACUSADO 
 
Oferecida a denúncia ou queixa, o juiz, se não a rejeitar liminarmente, 
recebê-la-á e ordenará a citação do acusado para responder à acusação, 
por escrito, no prazo de 10 (dez) dias (art. 396). 
A citação é o ato processual que objetiva dar conhecimento ao réu da 
existência da ação penal, do teor da acusação, bem como do prazo para a 
apresentação de resposta escrita. O processo terá completadaa sua 
formação quando realizada a citação do acusado (art. 363). 
 
Relembrando: 
Não sendo possível a citação pessoal, o juiz determinará a: 
���� Citação por edital: com prazo de 15 (quinze) dias, quando o réu não 
for encontrado no endereço fornecido, e tenham terminado as 
possibilidades de encontrá-lo; 
 
���� Citação por hora certa: quando, por três vezes, o oficial de justiça 
houver procurado o réu em seu domicílio ou residência, sem o encontrar, 
deverá, havendo suspeita de ocultação, intimar a qualquer pessoa da 
família ou, em sua falta, a qualquer vizinho, que, no dia imediato, voltará, 
a fim de efetuar a citação, na hora que designar. No dia e hora 
designados, o oficial de justiça, independentemente de novo despacho, 
comparecerá ao domicílio ou residência do citando, a fim de realizar a 
diligência (CPC, arts. 227 e 228). 
Se o citando não estiver presente, o oficial de justiça procurará informar-
se das razões da ausência, dando por feita a citação, ainda que o citando 
se tenha ocultado em outra comarca (CPC, art. 228, § 1º). 
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A falta de citação é causa de nulidade absoluta do processo e o 
comparecimento espontâneo e oportuno do réu, mediante defensor 
constituído, supre a falta ou a nulidade de citação realizada por editais 
(STF, RHC 87.699/RJ, DJ 26.06.2009, Informativo 552). 
Da certidão da ocorrência, o oficial de justiça deixará contrafé com pessoa 
da família ou com qualquer vizinho, conforme o caso, declarando-lhe o 
nome (CPC, art. 228, § 2º). 
Feita a citação com hora certa, o escrivão enviará ao réu carta, telegrama 
ou radiograma, dando-lhe de tudo ciência (CPC, art. 229). 
 
 
 
 
 
 4.2.3 RESPOSTA DO ACUSADO 
 
Na resposta, o acusado poderá arguir preliminares e alegar tudo o que 
interesse à sua defesa, oferecer documentos e justificações, especificar as 
provas pretendidas e arrolar testemunhas, qualificando-as e requerendo 
sua intimação, quando necessário (art. 396-A). 
Esta resposta veio substituir a chamada defesa prévia, presente na 
legislação anterior. Tal nomenclatura é considerada imprópria na 
atualidade. 
Não apresentada a resposta no prazo legal, ou se o acusado, citado, não 
constituir defensor, o juiz nomeará defensor para oferecê-la, concedendo-
lhe vista dos autos por 10 (dez) dias. 
 
 4.2.4 JULGAMENTO ANTECIPADO E ABSOLVIÇÃO SUMÁRIA 
 
Após a apresentação da resposta do acusado, o juiz poderá antecipar o 
resultado do processo e absolver sumariamente o acusado quando 
verificar: 
���� A existência manifesta de causa excludente da 
ilicitude do fato; 
���� A existência manifesta de causa excludente da 
culpabilidade do agente, salvo inimputabilidade; 
���� Que o fato narrado evidentemente não constitui 
crime; 
���� Que ocorreu a extinção da punibilidade 
Neste momento a decisão do juiz deverá basear-se no critério pro 
societate. Desta forma, na dúvida, deverá o magistrado determinar o 
prosseguimento normal do processo. 
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4.3 PROCEDIMENTO COMUM ORDINÁRIO 
 
Conforme previsão do art. 394, parágrafo 1º, I, do CPP, o procedimento 
ordinário tem cabimento ao processo criminal quando tiver por objeto crime 
cuja sanção máxima cominada for igual ou superior a quatro anos de pena 
privativa de liberdade, não importando tratar-se de reclusão ou detenção. 
É constituído das seguintes fases: 
 
1 - Oferecimento da denúncia ou queixa: a inicial deverá cumprir os 
requisitos do art. 41 do CPP e conter mínimo lastro probatório quanto à 
materialidade e autoria do fato. 
2 - Rejeição liminar ou recebimento (art. 395); 
3 - Recebimento pelo juiz: constitui marco interruptivo da prescrição (CP, 
art. 117, I). 
4 - Citação do acusado: caso o acusado não seja localizado para a citação 
pessoal e também não sendo caso de citação por hora certa, será o imputado 
citado por edital. Neste caso o processo deverá ficar suspenso e o prazo para a 
defesa começará a fluir a partir do comparecimento pessoal do acusado ou do 
defensor constituído (art. 396, parágrafo único). 
5 - Resposta do acusado; 
6 - Julgamento antecipado e absolvição sumária; 
 
 
 
 
 
 
 
Prosseguindo: 
 
7 - Audiência de instrução, interrogatório e julgamento: se o magistrado 
não absolver sumariamente o acusado, designará audiência, a ser 
realizada no prazo máximo de 60 dias (art. 400), ordenando a intimação do 
acusado, de seu defensor, do Ministério Público e, se for o caso, do querelante 
e do assistente (art. 399). Também será obrigatória a notificação do ofendido 
(art. 201, § 2º). 
Estando todos presentes, a oitiva deverá ocorrer na seguinte ordem: 
 
Esses primeiros passos do procedimento ordinário já 
foram analisados quando vimos as regras aplicáveis aos 
procedimentos de primeiro grau. 
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A ordem definida para as testemunhas não precisa ser observada 
quando se tratar de testemunha que, por residir fora da comarca, 
deva ser ouvida por precatória. 
 
1) Ofendido; 
2) Testemunhas de acusação; 
3) Testemunhas de defesa; 
 
 
 
 
4) Esclarecimento dos peritos; 
5) Acareações; 
6) Reconhecimento de pessoas e coisas; 
7) Interrogatório do acusado. 
 
Na instrução, poderão ser inquiridas até 08 (oito) testemunhas arroladas pela 
acusação e 08 (oito) pela defesa. Nesse número não se compreendem as que 
não prestem compromisso e as referidas (art. 401). 
As partes poderão desistir da inquirição de qualquer das testemunhas 
arroladas. Essa desistência deverá ser homologada pelo juiz, pois este, na 
busca pela verdade real, pode julgar conveniente ouvir o depoimento (art. 
401, § 2º). 
O acusado, embora preso, tem o direito de comparecer, de assistir e de 
presenciar, sob pena de nulidade absoluta, os atos processuais, notadamente 
aqueles que se produzem na fase de instrução do processo penal, que se 
realiza, sempre, sob a égide do contraditório. 
São irrelevantes, para esse efeito, as alegações do Poder Público concernentes 
à dificuldade ou inconveniência de proceder à remoção de acusados presos a 
outros pontos da própria comarca, do Estado ou do País, eis que razões de 
mera conveniência administrativa não têm – nem podem ter – precedência 
sobre as inafastáveis exigências de cumprimento e respeito ao que determina 
a Constituição (STF, HC 93.503/SP, DJ 15.06.2009, Informativo 549). 
Sempre que possível, o registro dos depoimentos do investigado, indiciado, 
ofendido e testemunhas será feito pelos meios ou recursos de gravação 
magnética, estenotipia, digital ou técnica similar, inclusive audiovisual, 
destinada a obter maior fidelidade das informações (art. 405, § 1º). 
No caso de registro por meio audiovisual, será encaminhada às partes cópia do 
registro original, sem necessidade de transcrição (art. 405, § 2º). 
 
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Observação 
O juiz poderá,considerada a complexidade do caso ou o número de acusados, 
conceder às partes o prazo de 05 (cinco) dias sucessivamente para a apresentação 
de memoriais. Nesse caso, terá o prazo de 10 (dez) dias para proferir a sentença. 
8 - Requerimento de diligências e alegações finais orais: produzidas as 
provas, ao final da audiência, o Ministério Público, o querelante e o assistente 
e, a seguir, o acusado poderão requerer diligências cuja necessidade se origine 
de circunstâncias ou fatos apurados na instrução. 
Não havendo requerimento de diligências, ou sendo indeferido o pedido pelo 
fato de o magistrado considerá-lo irrelevante, impertinente ou protelatório, 
serão oferecidas alegações finais orais por 20 (vinte) minutos, 
respectivamente, pela acusação e pela defesa, prorrogáveis por mais 10 (dez), 
proferindo o juiz, a seguir, sentença (art. 403). 
Havendo mais de um acusado, o tempo previsto para a defesa de cada um 
será individual. 
Ao assistente do Ministério Público, após a manifestação deste, serão 
concedidos 10 (dez) minutos, prorrogando-se por igual período o tempo de 
manifestação da defesa. 
 
 
 
 
 
Caso seja ordenada diligência considerada imprescindível, de ofício ou a 
requerimento da parte, a audiência será concluída sem as alegações finais (art. 
404). 
Após a realização das diligências determinadas, as partes apresentarão, no 
prazo sucessivo de 05 (cinco) dias, suas alegações finais, por memorial, e, no 
prazo de 10 (dez) dias, o juiz proferirá a sentença (art. 404, parágrafo único). 
 
9 - Sentença: ao término da fase de alegações finais, o juiz proferirá sua 
sentença verbalmente, na própria audiência ou por escrito, no prazo de 10 
(dez) dias. 
 A Lei nº 11.719/2008 inseriu no art. 399, § 2º, o PRINCÍPIO DA 
IDENTIDADE FÍSICA DO JUIZ, segundo o qual o juiz que presidir a 
audiência deverá proferir a sentença. Tal regra será excepcionada quando o 
juiz tiver sido convocado, afastado por qualquer motivo, promovido ou 
aposentado, casos em que passará os autos ao seu sucessor. 
 
10 - Lavratura do termo de audiência: do ocorrido em audiência será 
lavrado termo em livro próprio, assinado pelo juiz e pelas partes, contendo 
breve resumo dos fatos relevantes nela ocorridos (art. 405). 
Por fim, vamos esquematizar para sua PROVA: 
 
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Denúncia ou queixa 
(art. 396) 
Rol com 08 
testemunhas 
Rejeição liminar 
(art. 395) 
Recebimento e citação 
(art. 396) 
Extinção do 
procedimento 
Citação pessoal, por 
hora certa ou edital 
atendidas pelo réu 
Citação por edital: réu 
não comparece e não 
constitui defensor. 
Suspensão do processo 
e prescrição (art. 366) 
Apresentação da 
resposta (art. 396-A) 
Juízo de Admissão 
Absolvição sumária 
(art. 397) 
Extinção do 
procedimento 
Não ocorreu 
Absolvição sumária ���� 
Audiência em no 
máximo 60 dias 
(arts. 399 e 400) 
Audiência ���� 
inquirição da vítima, 
testemunhas, peritos e 
demais provas orais 
(art. 400) 
Alguém quer requerer 
diligências? (art. 402) 
Sim Não 
Alegações orais pelas 
partes e sentença na 
própria audiência 
(art. 403) 
Sentença em 10 dias 
(art. 404 § único) 
 
Sim Não 
Apresentação de memoriais 
em 05 dias sucessivos 
(art. 404 § único) 
O requerimento foi 
deferido pelo juiz? 
Fatos complexos / Muitos 
acusados ���� Memoriais 
(art. 403 § 3º) 
Apresentação de memoriais 
em 05 dias sucessivos 
Sentença em 10 dias 
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4.4 PROCEDIMENTO COMUM SUMÁRIO 
 
Conforme previsão do art. 394, parágrafo 1º, II, do CPP, o procedimento 
sumário tem cabimento ao processo criminal quando tiver por objeto crime 
cuja sanção máxima cominada seja inferior a quatro anos de pena privativa de 
liberdade, não importando tratar-se de reclusão ou detenção. 
Cabe ressaltar que se deve excluir da abrangência do procedimento as 
infrações de menor potencial ofensivo que, como vimos, são as contravenções 
penais e os crimes cuja pena máxima não ultrapasse a dois anos, cumulada ou 
não com multa. Nestes casos o rito aplicável será o sumaríssimo. 
 
É constituído das seguintes fases: 
 
 
1 - Oferecimento da denúncia ou queixa: a inicial deverá cumprir os 
requisitos do art. 41 do CPP e conter mínimo lastro probatório quanto à 
materialidade e autoria do fato. 
2 - Rejeição liminar ou recebimento (art. 395); 
3 - Recebimento pelo juiz: constitui marco interruptivo da prescrição (CP, 
art. 117, I). 
4 - Citação do acusado: caso o acusado não seja localizado para a citação 
pessoal e também não sendo caso de citação por hora certa, será o imputado 
citado por edital. Neste caso o processo deverá ficar suspenso e o prazo para a 
defesa começará a fluir a partir do comparecimento pessoal do acusado ou do 
defensor constituído (art. 396, parágrafo único). 
5 - Resposta do acusado; 
6 - Julgamento antecipado e absolvição sumária; 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Esses primeiros passos do procedimento sumário já 
foram analisados quando vimos as regras aplicáveis aos 
procedimentos de primeiro grau. 
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Prosseguindo: 
 
7 - Audiência de instrução, interrogatório e julgamento: se o magistrado 
não absolver sumariamente o acusado, designará audiência, a ser realizada no 
prazo máximo de 30 dias (art. 531). 
Nessa oportunidade, proceder-se-á à tomada de declarações do ofendido, se 
possível, à inquirição das testemunhas arroladas pela acusação e pela defesa, 
nesta ordem, bem como aos esclarecimentos dos peritos, às acareações e ao 
reconhecimento de pessoas e coisas, interrogando-se, em seguida, o acusado 
e procedendo-se, finalmente, ao debate. 
Assim como no procedimento ordinário, a ordem definida para as 
testemunhas não precisa ser observada quando se tratar de testemunha que, 
por residir fora da comarca, deva ser ouvida por precatória. 
Na instrução, poderão ser inquiridas até 05 (cinco) testemunhas arroladas pela 
acusação e 05 (cinco) pela defesa. Nesse número não se compreendem as que 
não prestem compromisso e as referidas (art. 532). 
A testemunha que comparecer será inquirida, independentemente da 
suspensão da audiência (art. 536). 
Nenhum ato será adiado, salvo quando imprescindível à prova faltante, 
determinando o juiz a condução coercitiva de quem deva comparecer (art. 
535). 
 
8 - Alegações finais: serão oferecidas alegações finais orais por 20 (vinte) 
minutos, respectivamente, pela acusação e pela defesa, prorrogáveis por mais 
10 (dez), proferindo o juiz, a seguir, sentença (art. 403). 
Havendo mais de um acusado, o tempo previsto para a defesa de cada um 
será individual. 
 Ao assistente do Ministério Público, após a manifestação deste, serão 
concedidos 10 (dez) minutos, prorrogando-se por igual período o tempo de 
manifestação da defesa. 
 
9 - Sentença: ao término da fase de alegações finais o juiz proferirá sua 
sentençaverbalmente, na própria audiência, Também encontra aplicabilidade o 
princípio da identidade física do magistrado. 
 
 
 
 
 
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PROCEDIMENTO COMUM SUMÁRIO 
Denúncia ou queixa 
(art. 396) 
Rol com 05 
testemunhas 
Rejeição liminar 
(art. 395) 
Recebimento e citação 
(art. 396) 
Extinção do 
procedimento 
Citação pessoal, por 
hora certa ou edital 
atendidas pelo réu 
Citação por edital: réu 
não comparece e não 
constitui defensor. 
Suspensão do processo 
e prescrição (art. 366) 
Apresentação da 
resposta (art. 396-A) 
Juízo de Admissão 
Absolvição sumária 
(art. 397) 
Extinção do 
procedimento 
Não ocorreu 
Absolvição sumária ���� 
Audiência em no 
máximo 30 dias 
(arts. 399 e 531) 
Audiência ���� 
inquirição da vítima, 
testemunhas, peritos e 
demais provas orais 
(art. 531) 
Alegações orais pelas 
partes e sentença na 
própria audiência 
(art. 403) 
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4.5 PRINCIPAIS DIFERENÇAS ENTRE O PROCEDIMENTO 
SUMÁRIO E O ORDINÁRIO 
 
Caro (a) Aluno (a), como você deve ter percebido o rito ordinário e o 
procedimento sumário em muito se assemelham. 
Assim, normalmente a exigência das bancas recai nas diferenças entre esses 
dois procedimentos e, para facilitar o aprendizado, vamos esquematizar: 
 
PROCEDIMENTO ORDINÁRIO PROCEDIMENTO SUMÁRIO 
Aplicável nos casos de infrações 
com pena máxima igual ou 
superior a 04 (quatro) anos. 
Aplicável nos casos de 
infrações com pena máxima 
inferior a 04 (quatro) anos 
(ressalvada a competência do 
Juizado Especial Criminal). 
Poderão ser arroladas pela 
acusação e defesa até 08 (oito) 
testemunhas. 
Poderão ser arroladas pela 
acusação e defesa até 05 
(cinco) testemunhas. 
Prazo para audiência: até 60 
dias. 
Prazo para audiência: até 30 
dias. 
Encerrada a produção de provas 
orais, será facultado às partes 
requererem diligências. 
Deve o magistrado, logo após 
as alegações finais, proferir 
sua sentença. 
 
4.6 PROCEDIMENTO DOS CRIMES DE COMPETÊNCIA DO JÚRI 
– NOÇÕES INTRODUTÓRIAS 
 
Em 09 de agosto de 2008, entrou em vigor a lei 11.689/2008, trazendo em 
seu bojo significativas alterações no processo judicial dos crimes dolosos 
contra a vida, consumados ou tentados, cujo julgamento é realizado pelo 
conselho de sentença, constituído de Juízes leigos, escolhidos dentre os 
cidadãos comuns, pessoas do povo, para julgar os seus pares, sendo esta 
instituição chamada de Tribunal do Júri. 
A instituição do Tribunal do Júri sempre foi muito questionada desde sua 
criação em nosso ordenamento jurídico, já que são as pessoas comuns do 
povo - quando preeenchidos alguns requisitos legais - que julgam os crimes 
mais abjetos que acontecem na sociedade, como por exemplo o homicídio 
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doloso. Apesar dos questionamentos, a instituição do júri encontra amparo 
constitucional. Observe: 
 
Art. 5º 
[...] 
XXXVIII - é reconhecida a instituição do júri, com a organização 
que lhe der a lei, assegurados: 
a) a plenitude de defesa; 
b) o sigilo das votações; 
c) a soberania dos veredictos; 
d) a competência para o julgamento dos crimes dolosos contra a 
vida; 
 
Como retira-se do texto da Carta Magna, trata-se o rito do júri de forma 
procedimental específica para apuração dos crimes dolosos contra a vida. 
Mas quais são os delitos dolos contra vida? 
São eles: 
 
���� Homicídio (CP, art. 121); 
���� Instigação, induzimento ou auxilio ao suicídio (CP, art. 122); 
���� Infanticídio (CP, art. 123); 
���� Aborto (CP, art. 124). 
 
Vamos, a partir de agora, iniciar uma análise mais específica do Tribunal do 
Júri. 
 
 4.6.1 PRINCÍPIOS INFORMADORES DO TRIBUNAL DO JÚRI 
 
� Plenitude de defesa: como em todos os processos criminais, o réu 
tem assegurado o exercício irrestrito de sua defesa (defesa técnica e 
autodefesa). Em virtude das particularidades do procedimento do 
júri, como, por exemplo, a não exigência de motivação da decisão, tal 
garantia deve ser exercida em sua plenitude. 
Caso se verifique que a defesa técnica é falha a ponto de ser inepta, o 
juiz poderá dissolver o Conselho de Sentença, declarando o réu 
indefeso (art. 497, V). 
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OBSERVAÇÃO 
A soberania dos veredictos do Tribunal do Júri não é absoluta, 
submetendo-se ao controle do juízo ad quem, tal como disciplina o 
art. 593, III, “d”. 
Não há afronta à norma constitucional que assegura a soberania 
dos veredictos do Tribunal do Júri no julgamento pelo Tribunal ad 
quem que anula a decisão do júri sob o fundamento de que ela se 
deu de modo contrário à prova dos autos (STF, HC 88.707/SP, DJ 
17.10.2008, Informativo 524). 
No caso em comento, será marcado novo julgamento pelo Tribunal 
do Júri, com outros jurados. 
� Sigilo das votações: os jurados devem votar em segredo. É um 
princípio específico para o Tribunal do Júri, sendo uma exceção ao art. 
93, IX, da Constituição Federal. 
� Soberania dos veredictos: cabe somente aos jurados dizer se é 
procedente ou não a pretensão punitiva. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 4.6.2 COMPOSIÇÃO DO TRIBUNAL DO JÚRI 
 
O Tribunal do Júri é composto por 01 (um) juiz togado, seu presidente, e 
por 25 (vinte e cinco) jurados que serão sorteados dentre os alistados, 
07 (sete) dos quais constituirão o Conselho de Sentença em cada sessão 
de julgamento (art. 447). 
 
Podemos esquematizar: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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 4.6.3 ATRIBUIÇÕES DO JUÍZ PRESIDENTE 
 
As atribuições do juiz presidente estão definidas no art. 497 do CPP. São 
elas: 
 
���� Regular a polícia das sessões e mandar prender os 
desobedientes; 
���� Dirigir os debates, de modo a intervir em caso de abuso, 
assim como regulamentar os apartes; 
���� Decidir as questões incidentes que não dependam de 
pronunciamento do júri e as questões de direito suscitadas no 
curso do julgamento; 
���� Zelar pelo efetivo exercício do direito de defesa; 
���� Interromper a sessão para refeição ou repouso dos jurados e, 
ainda, para prolação da sentença; 
���� Ordenar a retirada do acusado que embaraçar a realização do 
julgamento; 
���� Ordenar a realização de diligências que se mostrarem 
necessárias para o esclarecimento da verdade ou para sanar 
nulidade; 
���� Decidir, de ofício ou a requerimento, a arguição de extinção 
de punibilidade. 
 
Perceba quemuitas atribuições são lógicas e, portanto, não perca muito 
tempo tentando guardar todas as atribuições. Tenha uma noção geral e 
siga em frente! 
 
 4.6.4 SERVIÇO DO JÚRI 
 
O serviço do júri é obrigatório. A recusa injustificada ao serviço do júri 
acarretará multa no valor de 01 (um) a 10 (dez) salários-mínimos, a 
critério do juiz, de acordo com a condição econômica do jurado (art. 436). 
Algumas pessoas, nos termos do art. 437 do CPP estão isentas do serviço 
do júri. São elas: 
 
���� O Presidente da República e os Ministros de Estado; 
���� Os Governadores e seus respectivos Secretários; 
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OBSERVAÇÕES 
O impedimento também ocorrerá em relação às pessoas que mantenham união 
estável reconhecida como entidade familiar. 
Aplicar-se-á aos jurados o disposto sobre os impedimentos, a suspeição e as 
incompatibilidades dos juízes togados. 
���� Os membros do Congresso Nacional, das Assembléias 
Legislativas e das Câmaras Distrital e Municipais; 
���� Os Prefeitos Municipais; 
���� Os Magistrados e membros do Ministério Público e da 
Defensoria Pública; 
���� Os servidores do Poder Judiciário, do Ministério Público e da 
Defensoria Pública; 
���� As autoridades e os servidores da polícia e da segurança 
pública; 
���� Os militares em serviço ativo; 
���� Os cidadãos maiores de 70 (setenta) anos que requeiram sua 
dispensa; 
���� Aqueles que o requererem, demonstrando justo 
impedimento. 
 
4.6.5 IMPEDIMENTOS 
 
O art. 448 do CPP define diversas hipóteses de impedimento para a 
composição de um mesmo conselho de sentença. Assim, segundo o texto 
legal, estão impedidos: 
 
���� Marido e mulher; 
���� Ascendente e descendente; 
���� Sogro e genro ou nora; 
���� Irmãos e cunhados, durante o cunhadio; 
���� Tio e sobrinho; 
���� Padrasto, madrasta ou enteado. 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Para finalizar, cabe ressaltar que não poderá servir o jurado que (art. 449): 
 
���� Tiver funcionado em julgamento anterior do mesmo 
processo, independentemente da causa determinante do 
julgamento posterior; 
���� No caso do concurso de pessoas, houver integrado o 
Conselho de Sentença que julgou o outro acusado; 
���� Tiver manifestado prévia disposição para condenar ou 
absolver o acusado. 
 
4.7 PROCEDIMENTO DOS CRIMES DE COMPETÊNCIA DO JÚRI 
– RITO PROCESSUAL 
 
O procedimento para a apuração dos crimes de competência do Tribunal do 
Júri Popular se divide em duas fases: 
 
���� O JUDICIUM ACCUSATIONIS ���� abrangendo os atos praticados 
desde o recebimento da denúncia até a pronúncia. 
���� O JUDICIUM CAUSAE ���� compreendendo os atos situados entre a 
pronúncia e o julgamento do Tribunal do Júri. 
 
Vamos analisar cada fase. 
 
 4.7.1 JUDICIUM ACCUSATIONIS 
 
É composto das seguintes etapas: 
 
1 - Oferecimento da denúncia ou queixa: a inicial deverá cumprir os 
requisitos do art. 41 e conter mínimo lastro probatório quanto à 
materialidade e autoria do fato. Nesta ocasião, a acusação deverá arrolar 
testemunhas, até o máximo de 08 (oito) (art. 406, § 2º). 
 
2 - Rejeição liminar ou recebimento (art. 395); 
 
3 - Recebimento pelo juiz: constitui marco interruptivo da prescrição 
(CP, art. 117, I). 
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4 - Citação do acusado: caso o acusado não seja localizado para a 
citação pessoal e também não sendo caso de citação por hora certa, será o 
imputado citado por edital. 
 
5 - Resposta do acusado: o acusado terá o prazo de dez dias para 
responder à acusação. Este prazo será contado a partir do efetivo 
cumprimento do mandado ou do comparecimento, em juízo, do acusado ou 
de defensor constituído, no caso de citação inválida ou por edital (art. 406, 
§ 1º). 
Na resposta, o acusado poderá arguir preliminares e alegar tudo que 
interesse a sua defesa, oferecer documentos e justificações, especificar as 
provas pretendidas e arrolar testemunhas, até o máximo de 08 (oito), 
qualificando-as e requerendo sua intimação, quando necessário (art. 406, § 
3º). 
 
6 - Não apresentação da resposta no prazo legal: o juiz nomeará 
defensor para oferecê-la em até 10 (dez) dias, concedendo-lhe vista dos 
autos. 
 
7 - Oitiva da acusação: após a apresentação da resposta, o juiz deverá 
notificar o Ministério Público ou querelante para, no prazo de cinco dias, se 
manifestarem sobre preliminares apresentadas na resposta do réu ou sobre 
documentos juntados (art. 409). 
 
8 - Audiência de instrução, interrogatório, debates e decisão: após a 
oitiva da acusação, o juiz determinará a inquirição das testemunhas e a 
realização das diligências requeridas pelas partes, no prazo máximo de 10 
(dez) dias (art. 410). 
Na audiência de instrução, proceder-se-á à tomada de declarações do 
ofendido, se possível, à inquirição das testemunhas arroladas pela 
acusação e pela defesa, nesta ordem, bem como aos esclarecimentos dos 
peritos, às acareações e ao reconhecimento de pessoas e coisas, 
interrogando-se, em seguida, o acusado e procedendo-se o debate. 
 
9 - Alegações finais: serão oferecidas alegações finais orais por 20 
(vinte) minutos, respectivamente, pela acusação e pela defesa, 
prorrogáveis por mais 10 (dez), proferindo o juiz, a seguir, sentença (art. 
411, § 4º). 
Havendo mais de um acusado, o tempo previsto para a defesa de cada 
um será individual (art. 411, § 5º). 
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A sentença de pronúncia é nula quando extrapola os seus 
pressupostos legais, devendo abster-se o magistrado de realizar um 
exame aprofundado do acervo probatório. A pronúncia exige, tão 
somente, que esteja evidenciada a materialidade do delito e presentes 
indícios suficientes de autoria (STF, HC 92.825/SP, DJ 30.04.2008) 
Ao assistente do Ministério Público, após a manifestação deste, serão 
concedidos 10 (dez) minutos, prorrogando-se por igual período o tempo de 
manifestação da defesa (art. 411, § 6º). 
Encerrados os debates, o juiz proferirá a sua decisão, ou o fará em 10 
(dez) dias, ordenando que os autos para isso lhe sejam conclusos (art. 
411, § 9º). Nesse momento faculta-se ao juiz: 
 
1 - PRONUNCIAR O ACUSADO (ART. 413): ocorre quando o 
juiz, convencendo-se das circunstâncias materiais do fato 
criminoso e de que há indícios suficientes de autoria, profere 
decisão que submete o réu a julgamento perante o Tribunal 
do Júri. 
A decisão de pronúncia deve ser fundamentada; entretanto não 
deve o magistrado apresentar minuciosa análise das provas a 
ponto de influir no ânimo dos jurados. 
 
 
 
 
 
 
 
A decisão de pronúncia ocasiona as seguintes 
consequências: 
 
���� Submete o acusado a júri popular. 
���� Limita as teses acusatórias a serem apresentadas 
aos jurados. Por exemplo, se o acusado, denunciado por 
homicídio qualificado, foi pronunciado porhomicídio simples, 
não poderá o promotor, em sessão de julgamento, citar a 
qualificadora afastada pelo magistrado. 
���� Interrompe a prescrição: a pronúncia é causa 
interruptiva da prescrição, ainda que o Tribunal do Júri venha 
a desclassificar o crime (STJ, Súmula 191). 
 
A intimação da decisão de pronúncia deverá ser feita (art. 420): 
I) Pessoalmente: ao acusado, ao defensor nomeado e ao 
Ministério Público. 
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II) Pela imprensa: ao defensor constituído, ao querelante e ao 
assistente do Ministério Público. 
III) Por edital: ao acusado solto que não tenha sido 
encontrado para intimação pessoal. 
 
2 - IMPRONUNCIAR O ACUSADO (ART. 414): a impronúncia 
ocorre quando o juiz conclui que não há provas suficientes para 
incriminar o réu, de modo a submetê-lo ao crivo do Júri Popular. 
Não se convencendo da materialidade do fato ou da existência 
de indícios suficientes de autoria ou de participação, o juiz, 
fundamentadamente, impronunciará o acusado. 
 
3 - ABSOLVER SUMARIAMENTE O ACUSADO (ART. 415): O 
juiz, fundamentadamente, absolverá desde logo o acusado, 
quando: 
 
� Provada a inexistência do fato; 
� Provado não ser ele autor ou partícipe do fato; 
� O fato não constituir infração penal; 
� Demonstrada causa de isenção de pena ou de exclusão 
do crime. 
 
4 - DESCLASSIFICAR A INFRAÇÃO PENAL (ART. 419): 
Ocorre quando o juiz entende, a partir do convencimento 
formado em face das provas colhidas nos autos, que se trata de 
um outro crime, desta feita, a escapar à competência do Tribunal 
do Júri. 
 
O procedimento será concluído no prazo máximo de 90 (noventa) dias 
(art. 412). 
 
 4.7.1 JUDICIUM CAUSAE – Procedimento da segunda fase. 
 
Conforme o art. 421 do CPP, uma vez preclusa a decisão de pronúncia, os 
autos serão encaminhados ao juiz-presidente do Tribunal do Júri com vistas 
à preparação do processo para o julgamento perante o Conselho de 
Sentença. Aqui terá início o procedimento da segunda fase. 
Ao receber os autos, o presidente do Tribunal do Júri determinará a 
intimação do órgão do Ministério Público ou do querelante, no caso de 
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queixa, e do defensor, para, no prazo de 05 (cinco) dias, apresentarem rol 
de testemunhas que irão depor em plenário, até o máximo de 05 (cinco), 
oportunidade em que poderão juntar documentos e requerer diligência (art. 
422). 
Após deliberar sobre os requerimentos de provas a serem produzidas ou 
exibidas no plenário do júri, e adotar as providências devidas, o juiz 
presidente ordenará as diligências necessárias para sanar qualquer 
nulidade ou esclarecer fato que interesse ao julgamento da causa. 
Em seguida fará relatório sucinto do processo, determinando sua inclusão 
em pauta da reunião do Tribunal do Júri. Assim, está marcada a data para 
o julgamento. 
Quanto à organização da pauta, ou seja, a ordem dos julgamentos, salvo 
motivo relevante que autorize alteração, terão preferência: 
 
���� Os acusados presos; 
���� Dentre os presos, os mais antigos na prisão; 
���� Em igualdade de condições, os que tiverem sido 
pronunciados há mais tempo. 
 
 4.7.1.1 DESAFORAMENTO 
 
A determinação da competência jurisdicional no Brasil é, regra geral, 
estabelecida pelo lugar da infração, o que vale dizer que será fixada 
pelo lugar em que se consumou a infração, ou, no caso de tentativa, 
pelo lugar em que for praticado o último ato de execução. É essa a 
inteligência do art. 70 do CPP. 
Por conta disso, a doutrina pátria preleciona que o réu deve ser julgado 
no distrito da culpa, ou seja, onde cometeu a infração penal. 
Não obstante, essa regra do art. 70 do CPP não é absoluta, haja vista 
que, em se tratando dos crimes de competência do Tribunal do Júri, 
poderá haver uma derrogação para outra comarca da mesma região, 
uma vez presente uma das hipóteses previstas nos novos arts. 427 e 
428 do CPP, com redações dadas pela Lei nº. 11.689/08. 
A esse deslocamento de competência chama-se de desaforamento. 
Segundo a melhor doutrina de Fernando da Costa Tourinho Filho, 
"desaforar é deslocar o julgamento que deve ser realizado no foro onde 
se consumou a infração, que é previsto em lei (art. 70 do CPP), para 
outro próximo". É, pois, retirar o processo do foro original, para que 
seja julgado em outro, o que vale dizer que o réu será julgado fora do 
distrito de sua culpa. 
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Em breve síntese, segundo o professor Hélio Tornaghi, "desaforar é tirar 
o processo do foro em que está. Naturalmente, para mandá-lo a outro 
foro". 
 
Tem cabimento nas seguintes hipóteses (arts. 427 e 428): 
 
���� INTERESSE DE ORDEM PÚBLICA ���� Caberá o 
desaforamento quando o interesse da ordem pública 
assim o exigir. A doutrina pátria é unânime em afirmar 
que é de indispensável que haja um estado de paz e 
tranqüilidade, de modo a que se realize o julgamento 
dentro das normalidades. 
 
���� DÚVIDA SOBRE A IMPARCIALIDADE DO JÚRI ���� A 
imparcialidade do Júri é fundamental. Parcialidade e 
justiça são idéias antitéticas. Não é raro que o crime 
apaixone a opinião pública, gerando no meio social – de 
onde são tirados os jurados -, antipatia, malquerença e 
mesmo ódio contra o réu. 
É importante frisar que, para requerer o desaforamento 
na hipótese de existir dúvida sobre a imparcialidade do 
Júri, é preciso que haja indícios necessários para que se 
suscite essa suspeita. A jurisprudência já se consolidou 
acerca dessa temática, afirmando que as dúvidas devem 
ser sérias (fundadas), sendo vedadas as suspeitas 
vagas. 
 
���� DÚVIDA SOBRE A SEGURANÇA PESSOAL DO RÉU ���� 
É a hipótese em que há um iminente perigo à 
integridade corporal ou à vida do réu em face da revolta 
popular diante do fato delituoso. 
Evita-se, com a medida, que se faça justiça com as 
próprias mãos. O caso típico é quando ocorre o 
desaforamento para evitar o linchamento do réu. 
 
���� NÃO REALIZAÇÃO DO JULGAMENTO NO PERÍODO 
DE SEIS MESES A CONTAR DA PRECLUSÃO DA 
PRONÚNCIA, EM VIRTUDE DE COMPROVADO 
EXCESSO DE SERVIÇO ���� Poderá haver o 
desaforamento em razão do comprovado excesso de 
serviço, ouvidos o juiz presidente e a parte contrária, se 
o julgamento não puder ser realizado no prazo de 06 
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(seis) meses, contado do trânsito em julgado da decisão 
de pronúncia. 
Cabe ressaltar que, para a contagem desse prazo, não 
se computará o tempo de adiamentos, diligências ou 
incidentes de interesse da defesa. 
 
Por fim, cabe ressaltar que: 
 
 
 
 
 
 4.7.1.2 SESSÃO DE JULGAMENTO 
 
Chegada a data marcada para o julgamento, este será composto dos 
seguintes atos: 
 
���� Verificação das cédulas: o juiz presidente verificará se a urna 
contém as cédulas dos 25 (vinte e cinco) jurados sorteados, mandando 
que o escrivão proceda à chamada deles (art.462). 
 
���� Instalação da sessão: comparecendo pelo menos 15 (quinze) 
jurados, o juiz presidente declarará instalados os trabalhos, anunciando o 
processo que será submetido a julgamento. Os jurados excluídos por 
impedimento ou suspeição serão computados para a constituição do 
número legal (art. 463). 
Não havendo o número mínimo necessário, proceder-se-á ao sorteio de 
tantos suplentes quantos necessários, e designar-se-á nova data para a 
sessão do júri (art. 464). 
 
���� Esclarecimentos do juiz: antes do sorteio dos membros do 
Conselho de Sentença, o juiz presidente esclarecerá sobre os 
impedimentos, a suspeição e as incompatibilidades. 
O juiz presidente também advertirá os jurados de que, uma vez 
sorteados, não poderão comunicar-se entre si e com outrem, nem 
manifestar sua opinião sobre o processo, sob pena de exclusão do 
Conselho e multa (art. 466, § 1º). 
 
É nula a decisão que determina o desaforamento de processo da 
competência do júri sem audiência da defesa (STF, Súmula 712). 
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STF, AO 1.047/RR, DJ 28.11.2007 
 
Não se constitui em quebra da incomunicabilidade dos jurados o fato de 
que, logo após terem sido escolhidos para o Conselho de Sentença, eles 
puderam usar telefone celular, na presença de todos, para o fim de 
comunicar a terceiros que haviam sido sorteados, sem qualquer alusão a 
dados do processo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
���� Formação do Conselho de Sentença: verificando que se encontram 
na urna as cédulas relativas aos jurados presentes, o juiz presidente 
sorteará 07 (sete) dentre eles para a formação do Conselho de Sentença. 
À medida que as cédulas forem sendo retiradas da urna, o juiz presidente 
as lerá, e a defesa e, depois dela, o Ministério Público poderão recusar os 
jurados sorteados, até 03 (três) cada parte, sem motivar a recusa. 
Se, em consequência do impedimento, suspeição, incompatibilidade, 
dispensa ou recusa, não houver número para a formação do Conselho, o 
julgamento será adiado para o primeiro dia desimpedido, após sorteados 
os suplentes. 
 
���� Exortação e compromisso: formado o Conselho de Sentença, o 
presidente, levantando-se, e, com ele, todos os presentes, fará aos 
jurados a seguinte exortação: “Em nome da lei, concito-vos a examinar 
esta causa com imparcialidade e a proferir a vossa decisão de acordo com 
a vossa consciência e os ditames da justiça”. Os jurados, nominalmente 
chamados pelo presidente, responderão: “Assim o prometo” (art. 472). 
 
���� Entrega de cópia de peças: o jurado, em seguida, receberá cópias da 
pronúncia ou, se for o caso, das decisões posteriores que julgaram 
admissível a acusação e do relatório do processo (art. 472, parágrafo 
único). A despeito da entrega destas cópias aos jurados, não poderão as 
partes, sob pena de nulidade, fazer-lhes menção por ocasião dos debates 
(art. 478, I). 
 
���� Instrução em plenário: prestado o compromisso pelos jurados, será 
iniciada a instrução plenária, quando o juiz presidente, o Ministério 
Público, o assistente, o querelante e o defensor do acusado tomarão, 
sucessiva e diretamente, as declarações do ofendido, se possível, e 
inquirirão as testemunhas arroladas pela acusação (art. 473). Para a 
inquirição das testemunhas arroladas pela defesa, o defensor do acusado 
formulará as perguntas antes do Ministério Público e do assistente. 
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Em relação aos sujeitos processuais acima citados, o procedimento do júri 
segue o sistema direct e cross examination, segundo o qual as 
perguntas são realizadas pelas partes diretamente a quem esteja sob 
inquirição. Diferentemente, as perguntas realizadas pelos jurados ao 
ofendido e testemunhas deverão ser feitas por intermédio do juiz 
presidente. 
As partes e os jurados poderão requerer acareações, reconhecimento de 
pessoas e coisas e esclarecimento dos peritos, bem como a leitura de 
peças que se refiram, exclusivamente, às provas colhidas por carta 
precatória e às provas cautelares, antecipadas ou não repetíveis. 
 
���� Interrogatório do réu: em seguida será o acusado interrogado (art. 
474). O Ministério Público, o assistente, o querelante e o defensor, nessa 
ordem, poderão formular, diretamente, perguntas ao acusado. Os jurados 
formularão perguntas por intermédio do juiz presidente (art. 474, §§ 1º e 
2º). 
Não se permitirá o uso de algemas no acusado durante o período em que 
permanecer no plenário do júri, salvo se absolutamente necessário à 
ordem dos trabalhos, à segurança das testemunhas ou à garantia da 
integridade física dos presentes. 
 
���� Debates: encerrada a instrução, será concedida a palavra ao Ministério 
Público, que fará a acusação, nos limites da pronúncia ou das decisões 
posteriores que julgaram admissível a acusação, sustentando, se for o 
caso, a existência de circunstância agravante. O assistente falará depois 
do Ministério Público. Finda a acusação, terá a palavra a defesa (art. 476). 
O tempo destinado à acusação e à defesa será de uma hora e meia para 
cada, e de uma hora para a réplica e outro tanto para a tréplica (art. 
477). Havendo mais de um acusado, o tempo para a acusação e a defesa 
será acrescido de uma hora e elevado ao dobro o da réplica e da tréplica 
(art. 477, § 2º). 
Havendo mais de um acusador ou mais de um defensor, combinarão entre 
si a distribuição do tempo, que, na falta de acordo, será dividido pelo juiz 
presidente, de forma a não exceder o tempo mencionado. 
 
���� Consulta aos jurados: concluídos os debates, o presidente indagará 
dos jurados se estão habilitados a julgar ou se necessitam de outros 
esclarecimentos (art. 480, § 1º). 
 
���� Possibilidade de dissolução do Conselho de Sentença: se a 
verificação de qualquer fato, reconhecida como essencial para o 
julgamento da causa, não puder ser realizada imediatamente, o juiz 
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presidente dissolverá o Conselho, ordenando a realização das diligências 
entendidas necessárias (art. 481). 
Se a diligência consistir na produção de prova pericial, o juiz presidente, 
desde logo, nomeará perito e formulará quesitos, facultando às partes 
também formulá-los e indicar assistentes técnicos, no prazo de 05 (cinco) 
dias (art. 481, parágrafo único). 
 
���� Leitura e explicação dos quesitos: não havendo nada a ser 
diligenciado, o magistrado procederá à leitura dos quesitos que deverão 
ser respondidos pelos jurados. Os quesitos serão redigidos em proposições 
afirmativas, simples e distintas, de modo que cada um deles possa ser 
respondido com suficiente clareza e necessária precisão. Na sua 
elaboração, o presidente levará em conta os termos da pronúncia ou das 
decisões posteriores que julgaram admissível a acusação, do 
interrogatório e das alegações das partes. Os quesitos serão formulados 
na seguinte ordem, indagando sobre: 
 
���� MATERIALIDADE DO FATO: consiste em questionar os jurados 
sobre a efetiva ocorrência do fato principal. Exemplo: “No dia 15 de 
fevereiro, aproximadamente às 17:00h, na rua A, foram disparados 
projéteis que mataram Tício?”. Caso a resposta seja positiva, 
prossegue-se a quesitação. Casoa resposta de mais de três jurados 
seja negativa, o réu está absolvido (art. 483, § 1º); 
 
���� AUTORIA E PARTICIPAÇÃO: verifica-se se o acusado 
efetivamente concorreu para a prática do delito. Exemplo: “O réu 
concorreu para a prática do fato?”. Caso a resposta seja positiva, 
prossegue-se a quesitação. Caso a resposta de mais de três jurados 
seja negativa, o réu está absolvido (art. 483, § 1º); 
 
���� SE O ACUSADO DEVE SER ABSOLVIDO: a pergunta deve 
conter a seguinte redação: “o jurado absolve o acusado?”. Caso a 
resposta de mais de três jurados seja positiva, o réu está absolvido. 
Caso seja negativa, o réu está condenado e a quesitação deverá 
continuar (art. 483, § 3º); 
 
���� SE EXISTE CAUSA DE DIMINUIÇÃO DE PENA ALEGADA PELA 
DEFESA: exemplo: “O réu agiu sob o domínio de violenta emoção?”. 
Caso a resposta de mais de três jurados seja positiva, reconhecida está 
a causa de diminuição de pena, devendo o magistrado aplicá-la por 
ocasião da sentença; 
 
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É absoluta a nulidade do julgamento, pelo júri, por falta de 
quesito obrigatório (STF, Súmula 156). 
 
���� SE EXISTE CIRCUNSTÂNCIA QUALIFICADORA OU CAUSA DE 
AUMENTO DE PENA RECONHECIDA NA PRONÚNCIA OU EM 
DECISÕES POSTERIORES QUE JULGARAM ADMISSÍVEL A 
ACUSAÇÃO. Exemplo: “O réu praticou o crime por motivo torpe?”. 
Caso a resposta de mais de três jurados seja positiva, reconhecida está 
a circunstância qualificadora ou causa de aumento de pena, devendo o 
magistrado aplicá-la por ocasião da sentença. 
 
Sustentada a desclassificação da infração para outra de competência do 
juiz singular, será formulado quesito a respeito, para ser respondido após 
o 2º (segundo) ou 3º (terceiro) quesito, conforme o caso (art. 483, § 4º). 
Sustentada a tese de ocorrência do crime na sua forma tentada ou 
havendo divergência sobre a tipificação do delito, sendo este da 
competência do Tribunal do Júri, o juiz formulará quesito acerca destas 
questões, para ser respondido após o segundo quesito (art. 483, § 5º). 
 
 
 
 
 
 
���� Votação: não havendo dúvida a ser esclarecida, o juiz presidente, os 
jurados, o Ministério Público, o assistente, o querelante, o defensor do 
acusado, o escrivão e o oficial de justiça dirigir-se-ão à sala especial a fim 
de ser procedida a votação (art. 485). Na falta de sala especial, o juiz 
presidente determinará que o público se retire, permanecendo somente as 
pessoas mencionadas. 
Antes de proceder-se à votação de cada quesito, o juiz presidente 
mandará distribuir aos jurados pequenas cédulas, feitas de papel opaco e 
facilmente dobráveis, contendo 07 (sete) delas a palavra SIM, 07 (sete) a 
palavra NÃO. 
Após a resposta, verificados os votos e as cédulas não utilizadas, o 
presidente determinará que o escrivão registre no termo a votação de 
cada quesito, bem como o resultado do julgamento. 
As decisões do Tribunal do Júri serão tomadas por maioria de votos (art. 
489) 
Observação: se a resposta a qualquer dos quesitos estiver em 
contradição com outra ou outras já dadas, o presidente, explicando aos 
jurados em que consiste a contradição, submeterá novamente à votação 
os quesitos a que se referirem tais respostas (art. 490). 
 
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OBSERVAÇÃO 
Se houver desclassificação da infração para outra, de competência do juiz 
singular, ao presidente do Tribunal do Júri caberá proferir sentença em seguida, 
aplicando-se, quando o delito resultante da nova tipificação for considerado 
pela lei como infração penal de menor potencial ofensivo, o disposto nos arts. 
69 e seguintes da Lei nº 9.099/1995. 
Assim, fica claro que os institutos despenalizadores da Lei nº 9.099/1995 
(transação penal, composição civil e suspensão condicional do processo) 
deverão ser aplicados perante a vara do júri, não havendo que se remeter o 
processo ao Juizado Especial Criminal. 
���� Sentença: deve espelhar o veredicto do júri. Nela não conterá 
motivação quando ao mérito da decisão já que a decisão dos jurados não 
carece de fundamentação. Assim, basta que o magistrado declare o réu 
condenado ou absolvido. De outro lado, em relação à aplicação da pena 
há necessidade de fundamentação. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
*************************************************************** 
Futuros (as) Aprovados (as), 
 
Parabéns por mais uma etapa completada!!! 
 
Abraços e bons estudos, 
 
Pedro Ivo 
pedro@pontodosconcursos.com.br 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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AARRTTIIGGOOSS RREEFFEERREENNTTEESS AAOOSS TTEEMMAASS TTRRAATTAADDOOSS NNAA AAUULLAA 
 
DOS PROCESSOS EM ESPÉCIE 
TÍTULO I 
DO PROCESSO COMUM 
CAPÍTULO I 
DA INSTRUÇÃO CRIMINAL 
Art. 394. O procedimento será comum ou especial. 
§ 1o O procedimento comum será ordinário, sumário ou sumaríssimo: 
I - ordinário, quando tiver por objeto crime cuja sanção máxima cominada for igual ou 
superior a 4 (quatro) anos de pena privativa de liberdade; 
II - sumário, quando tiver por objeto crime cuja sanção máxima cominada seja 
inferior a 4 (quatro) anos de pena privativa de liberdade; 
III - sumaríssimo, para as infrações penais de menor potencial ofensivo, na forma da 
lei. 
§ 2o Aplica-se a todos os processos o procedimento comum, salvo disposições em 
contrário deste Código ou de lei especial. 
§ 3o Nos processos de competência do Tribunal do Júri, o procedimento observará as 
disposições estabelecidas nos arts. 406 a 497 deste Código. 
§ 4o As disposições dos arts. 395 a 398 deste Código aplicam-se a todos os 
procedimentos penais de primeiro grau, ainda que não regulados neste Código. 
§ 5o Aplicam-se subsidiariamente aos procedimentos especial, sumário e sumaríssimo 
as disposições do procedimento ordinário. 
Art. 395. A denúncia ou queixa será rejeitada quando: 
I - for manifestamente inepta; 
II - faltar pressuposto processual ou condição para o exercício da ação penal; ou 
III - faltar justa causa para o exercício da ação penal. 
Parágrafo único. (Revogado). 
Art. 396. Nos procedimentos ordinário e sumário, oferecida a denúncia ou queixa, o 
juiz, se não a rejeitar liminarmente, recebê-la-á e ordenará a citação do acusado para 
responder à acusação, por escrito, no prazo de 10 (dez) dias. 
Parágrafo único. No caso de citação por edital, o prazo para a defesa começará a fluir 
a partir do comparecimento pessoal do acusado ou do defensor constituído. 
Art. 396-A. Na resposta, o acusado poderá argüir preliminares e alegar tudo o que 
interesse à sua defesa, oferecer documentos e justificações, especificar as provas 
pretendidas e arrolar testemunhas, qualificando-as e requerendo sua intimação, 
quando necessário. 
§ 1o A exceção será processada em apartado, nos termos dos arts. 95 a 112 deste 
Código. 
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§2o Não apresentada a resposta no prazo legal, ou se o acusado, citado, não 
constituir defensor, o juiz nomeará defensor para oferecê-la, concedendo-lhe vista dos 
autos por 10 (dez) dias. 
Art. 397. Após o cumprimento do disposto no art. 396-A, e parágrafos, deste Código, 
o juiz deverá absolver sumariamente o acusado quando verificar: 
I - a existência manifesta de causa excludente da ilicitude do fato; 
II - a existência manifesta de causa excludente da culpabilidade do agente, salvo 
inimputabilidade; 
III - que o fato narrado evidentemente não constitui crime; ou 
IV - extinta a punibilidade do agente. 
Art. 398. (Revogado pela Lei nº 11.719, de 2008). 
Art. 399. Recebida a denúncia ou queixa, o juiz designará dia e hora para a 
audiência, ordenando a intimação do acusado, de seu defensor, do Ministério Público 
e, se for o caso, do querelante e do assistente. 
§ 1o O acusado preso será requisitado para comparecer ao interrogatório, devendo o 
poder público providenciar sua apresentação. 
§ 2o O juiz que presidiu a instrução deverá proferir a sentença. 
Art. 400. Na audiência de instrução e julgamento, a ser realizada no prazo máximo 
de 60 (sessenta) dias, proceder-se-á à tomada de declarações do ofendido, à 
inquirição das testemunhas arroladas pela acusação e pela defesa, nesta ordem, 
ressalvado o disposto no art. 222 deste Código, bem como aos esclarecimentos dos 
peritos, às acareações e ao reconhecimento de pessoas e coisas, interrogando-se, em 
seguida, o acusado. 
§ 1o As provas serão produzidas numa só audiência, podendo o juiz indeferir as 
consideradas irrelevantes, impertinentes ou protelatórias. 
§ 2o Os esclarecimentos dos peritos dependerão de prévio requerimento das partes. 
Art. 401. Na instrução poderão ser inquiridas até 8 (oito) testemunhas arroladas pela 
acusação e 8 (oito) pela defesa. 
§ 1o Nesse número não se compreendem as que não prestem compromisso e as 
referidas. 
§ 2o A parte poderá desistir da inquirição de qualquer das testemunhas arroladas, 
ressalvado o disposto no art. 209 deste Código. 
Art. 402. Produzidas as provas, ao final da audiência, o Ministério Público, o 
querelante e o assistente e, a seguir, o acusado poderão requerer diligências cuja 
necessidade se origine de circunstâncias ou fatos apurados na instrução. 
Art. 403. Não havendo requerimento de diligências, ou sendo indeferido, serão 
oferecidas alegações finais orais por 20 (vinte) minutos, respectivamente, pela 
acusação e pela defesa, prorrogáveis por mais 10 (dez), proferindo o juiz, a seguir, 
sentença. 
§ 1o Havendo mais de um acusado, o tempo previsto para a defesa de cada um será 
individual. 
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§ 2o Ao assistente do Ministério Público, após a manifestação desse, serão concedidos 
10 (dez) minutos, prorrogando-se por igual período o tempo de manifestação da 
defesa. 
§ 3o O juiz poderá, considerada a complexidade do caso ou o número de acusados, 
conceder às partes o prazo de 5 (cinco) dias sucessivamente para a apresentação de 
memoriais. Nesse caso, terá o prazo de 10 (dez) dias para proferir a sentença. 
Art. 404. Ordenado diligência considerada imprescindível, de ofício ou a requerimento 
da parte, a audiência será concluída sem as alegações finais. 
Parágrafo único. Realizada, em seguida, a diligência determinada, as partes 
apresentarão, no prazo sucessivo de 5 (cinco) dias, suas alegações finais, por 
memorial, e, no prazo de 10 (dez) dias, o juiz proferirá a sentença. 
Art. 405. Do ocorrido em audiência será lavrado termo em livro próprio, assinado 
pelo juiz e pelas partes, contendo breve resumo dos fatos relevantes nela ocorridos. 
§ 1o Sempre que possível, o registro dos depoimentos do investigado, indiciado, 
ofendido e testemunhas será feito pelos meios ou recursos de gravação magnética, 
estenotipia, digital ou técnica similar, inclusive audiovisual, destinada a obter maior 
fidelidade das informações. 
§ 2o No caso de registro por meio audiovisual, será encaminhado às partes cópia do 
registro original, sem necessidade de transcrição. 
CAPÍTULO II 
 
DO PROCEDIMENTO RELATIVO AOS PROCESSOS DA COMPETÊNCIA DO TRIBUNAL 
DO JÚRI 
Seção I 
Da Acusação e da Instrução Preliminar 
Art. 406. O juiz, ao receber a denúncia ou a queixa, ordenará a citação do acusado 
para responder a acusação, por escrito, no prazo de 10 (dez) dias. 
§ 1o O prazo previsto no caput deste artigo será contado a partir do efetivo 
cumprimento do mandado ou do comparecimento, em juízo, do acusado ou de 
defensor constituído, no caso de citação inválida ou por edital. 
§ 2o A acusação deverá arrolar testemunhas, até o máximo de 8 (oito), na denúncia 
ou na queixa. 
§ 3o Na resposta, o acusado poderá argüir preliminares e alegar tudo que interesse a 
sua defesa, oferecer documentos e justificações, especificar as provas pretendidas e 
arrolar testemunhas, até o máximo de 8 (oito), qualificando-as e requerendo sua 
intimação, quando necessário. 
Art. 407. As exceções serão processadas em apartado, nos termos dos arts. 95 a 112 
deste Código. 
Art. 408. Não apresentada a resposta no prazo legal, o juiz nomeará defensor para 
oferecê-la em até 10 (dez) dias, concedendo-lhe vista dos autos. 
Art. 409. Apresentada a defesa, o juiz ouvirá o Ministério Público ou o querelante 
sobre preliminares e documentos, em 5 (cinco) dias. 
Art. 410. O juiz determinará a inquirição das testemunhas e a realização das 
diligências requeridas pelas partes, no prazo máximo de 10 (dez) dias. 
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Art. 411. Na audiência de instrução, proceder-se-á à tomada de declarações do 
ofendido, se possível, à inquirição das testemunhas arroladas pela acusação e pela 
defesa, nesta ordem, bem como aos esclarecimentos dos peritos, às acareações e ao 
reconhecimento de pessoas e coisas, interrogando-se, em seguida, o acusado e 
procedendo-se o debate. 
§ 1o Os esclarecimentos dos peritos dependerão de prévio requerimento e de 
deferimento pelo juiz. 
§ 2o As provas serão produzidas em uma só audiência, podendo o juiz indeferir as 
consideradas irrelevantes, impertinentes ou protelatórias. 
§ 3o Encerrada a instrução probatória, observar-se-á, se for o caso, o disposto no art. 
384 deste Código. 
§ 4o As alegações serão orais, concedendo-se a palavra, respectivamente, à acusação 
e à defesa, pelo prazo de 20 (vinte) minutos, prorrogáveis por mais 10 (dez). 
§ 5o Havendo mais de 1 (um) acusado, o tempo previsto para a acusação e a defesa 
de cada um deles será individual. 
§ 6o Ao assistente do Ministério Público, após a manifestação deste, serão concedidos 
10 (dez) minutos, prorrogando-se por igual período o tempo de manifestação da 
defesa. 
§ 7o Nenhum ato será adiado, salvo quando imprescindível à prova faltante, 
determinando o juiz a condução coercitiva de quem deva comparecer. 
§ 8o A testemunha que comparecer será inquirida, independentemente da suspensão 
da audiência, observada em qualquer caso a ordem estabelecida no caput deste 
artigo. 
§ 9o Encerrados os debates, o juiz proferirá a sua decisão, ou o fará em 10 (dez) 
dias, ordenando que os autos para isso lhe sejam conclusos. 
Art. 412. O procedimento será concluído no prazo máximo de 90 (noventa) dias. 
Seção II 
Da Pronúncia, da Impronúncia e da Absolvição SumáriaArt. 413. O juiz, fundamentadamente, pronunciará o acusado, se convencido da 
materialidade do fato e da existência de indícios suficientes de autoria ou de 
participação. 
§ 1o A fundamentação da pronúncia limitar-se-á à indicação da materialidade do fato 
e da existência de indícios suficientes de autoria ou de participação, devendo o juiz 
declarar o dispositivo legal em que julgar incurso o acusado e especificar as 
circunstâncias qualificadoras e as causas de aumento de pena. 
§ 2o Se o crime for afiançável, o juiz arbitrará o valor da fiança para a concessão ou 
manutenção da liberdade provisória. 
§ 3o O juiz decidirá, motivadamente, no caso de manutenção, revogação ou 
substituição da prisão ou medida restritiva de liberdade anteriormente decretada e, 
tratando-se de acusado solto, sobre a necessidade da decretação da prisão ou 
imposição de quaisquer das medidas previstas no Título IX do Livro I deste Código. 
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Art. 414. Não se convencendo da materialidade do fato ou da existência de indícios 
suficientes de autoria ou de participação, o juiz, fundamentadamente, impronunciará 
o acusado. 
Parágrafo único. Enquanto não ocorrer a extinção da punibilidade, poderá ser 
formulada nova denúncia ou queixa se houver prova nova. 
Art. 415. O juiz, fundamentadamente, absolverá desde logo o acusado, quando: 
I – provada a inexistência do fato; 
II – provado não ser ele autor ou partícipe do fato; 
III – o fato não constituir infração penal; 
IV – demonstrada causa de isenção de pena ou de exclusão do crime. 
Parágrafo único. Não se aplica o disposto no inciso IV do caput deste artigo ao caso 
de inimputabilidade prevista no caput do art. 26 do Decreto-Lei no 2.848, de 7 de 
dezembro de 1940 – Código Penal, salvo quando esta for a única tese defensiva. 
Art. 416. Contra a sentença de impronúncia ou de absolvição sumária caberá 
apelação. 
Art. 417. Se houver indícios de autoria ou de participação de outras pessoas não 
incluídas na acusação, o juiz, ao pronunciar ou impronunciar o acusado, determinará o 
retorno dos autos ao Ministério Público, por 15 (quinze) dias, aplicável, no que couber, 
o art. 80 deste Código. 
Art. 418. O juiz poderá dar ao fato definição jurídica diversa da constante da 
acusação, embora o acusado fique sujeito a pena mais grave. 
Art. 419. Quando o juiz se convencer, em discordância com a acusação, da existência 
de crime diverso dos referidos no § 1o do art. 74 deste Código e não for competente 
para o julgamento, remeterá os autos ao juiz que o seja. 
Parágrafo único. Remetidos os autos do processo a outro juiz, à disposição deste 
ficará o acusado preso. 
Art. 420. A intimação da decisão de pronúncia será feita: 
I – pessoalmente ao acusado, ao defensor nomeado e ao Ministério Público; 
II – ao defensor constituído, ao querelante e ao assistente do Ministério Público, na 
forma do disposto no § 1o do art. 370 deste Código. 
Parágrafo único. Será intimado por edital o acusado solto que não for encontrado. 
Art. 421. Preclusa a decisão de pronúncia, os autos serão encaminhados ao juiz 
presidente do Tribunal do Júri. 
§ 1o Ainda que preclusa a decisão de pronúncia, havendo circunstância superveniente 
que altere a classificação do crime, o juiz ordenará a remessa dos autos ao Ministério 
Público. 
§ 2o Em seguida, os autos serão conclusos ao juiz para decisão. 
Seção III 
Da Preparação do Processo para Julgamento em Plenário 
 
Art. 422. Ao receber os autos, o presidente do Tribunal do Júri determinará a 
intimação do órgão do Ministério Público ou do querelante, no caso de queixa, e do 
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defensor, para, no prazo de 5 (cinco) dias, apresentarem rol de testemunhas que irão 
depor em plenário, até o máximo de 5 (cinco), oportunidade em que poderão juntar 
documentos e requerer diligência. 
Art. 423. Deliberando sobre os requerimentos de provas a serem produzidas ou 
exibidas no plenário do júri, e adotadas as providências devidas, o juiz presidente: 
I – ordenará as diligências necessárias para sanar qualquer nulidade ou esclarecer 
fato que interesse ao julgamento da causa; 
II – fará relatório sucinto do processo, determinando sua inclusão em pauta da 
reunião do Tribunal do Júri. 
Art. 424. Quando a lei local de organização judiciária não atribuir ao presidente do 
Tribunal do Júri o preparo para julgamento, o juiz competente remeter-lhe-á os autos 
do processo preparado até 5 (cinco) dias antes do sorteio a que se refere o art. 433 
deste Código. 
Parágrafo único. Deverão ser remetidos, também, os processos preparados até o 
encerramento da reunião, para a realização de julgamento. 
Seção IV 
Do Alistamento dos Jurados 
 
Art. 425. Anualmente, serão alistados pelo presidente do Tribunal do Júri de 800 
(oitocentos) a 1.500 (um mil e quinhentos) jurados nas comarcas de mais de 
1.000.000 (um milhão) de habitantes, de 300 (trezentos) a 700 (setecentos) nas 
comarcas de mais de 100.000 (cem mil) habitantes e de 80 (oitenta) a 400 
(quatrocentos) nas comarcas de menor população. 
§ 1o Nas comarcas onde for necessário, poderá ser aumentado o número de jurados 
e, ainda, organizada lista de suplentes, depositadas as cédulas em urna especial, com 
as cautelas mencionadas na parte final do § 3o do art. 426 deste Código. 
§ 2o O juiz presidente requisitará às autoridades locais, associações de classe e de 
bairro, entidades associativas e culturais, instituições de ensino em geral, 
universidades, sindicatos, repartições públicas e outros núcleos comunitários a 
indicação de pessoas que reúnam as condições para exercer a função de jurado. 
Art. 426. A lista geral dos jurados, com indicação das respectivas profissões, será 
publicada pela imprensa até o dia 10 de outubro de cada ano e divulgada em editais 
afixados à porta do Tribunal do Júri. 
§ 1o A lista poderá ser alterada, de ofício ou mediante reclamação de qualquer do 
povo ao juiz presidente até o dia 10 de novembro, data de sua publicação definitiva. 
§ 2o Juntamente com a lista, serão transcritos os arts. 436 a 446 deste Código. 
§ 3o Os nomes e endereços dos alistados, em cartões iguais, após serem verificados 
na presença do Ministério Público, de advogado indicado pela Seção local da Ordem 
dos Advogados do Brasil e de defensor indicado pelas Defensorias Públicas 
competentes, permanecerão guardados em urna fechada a chave, sob a 
responsabilidade do juiz presidente. 
§ 4o O jurado que tiver integrado o Conselho de Sentença nos 12 (doze) meses que 
antecederem à publicação da lista geral fica dela excluído. 
§ 5o Anualmente, a lista geral de jurados será, obrigatoriamente, completada. 
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Seção V 
Do Desaforamento 
 
Art. 427. Se o interesse da ordem pública o reclamar ou houver dúvida sobre a 
imparcialidade do júri ou a segurança pessoal do acusado, o Tribunal, a requerimento 
do Ministério Público, do assistente, do querelante ou do acusado ou mediante 
representação do juiz competente, poderá determinar o desaforamento do julgamento 
para outra comarca da mesma região, onde

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