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QUESTIONÁRIO DE PENAL 3º ESTÁGIO

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QUESTIONÁRIO DE PENAL 3º ESTÁGIO
Defina o crime de furto.
O crime de furto está previsto no artigo 155 do código penal. Subtrair coisa móvel alheia para si ou para outrem. O crime de furto é exteriorizado por meio da substração patrimonial não violenta Trata-se, pois, do assenhoramento da coisa com a finalidade de dela se apoderar de modo definitivo. O núcleo do tipo é o verbo subtrair, que tem seu sentido atrelado ao ideário de tirar, tomar, sacar do poder de alguém coisa alheia móvel, compreendendo, inclusive, o apossamento à vista do possuidor ou proprietário. O núcleo do tipo requer uma conduta comissiva, sendo possível também a modalidade omissiva, quando o agente delituoso garantidos gozar da condição de garantidor. Este crime também pode ser praticado com a utilização de animais adestrados ou mesmo com o emprego de instrumentos, aparelhos ou máquinas. O objeto material é a coisa alheia móvel (tudo aquilo passível de remoção, ou seja, tudo o que puder ser removido, retirado, mobilizado). Coisa é toda substância corpórea, material, mesmo que intangível, suscetível de apreensão e transporte, incluindo, por conseguinte, os corpos gasosos, os instrumentos ou títulos, bem como partes do solo ou da casa, árvores, navios e aeronaves, que, para efeitos civis, são considerados como imóveis ou ainda equiparados a estes. A doutrina tem se posicionado no sentido que somente é passível de furto a coisa que detiver valor econômico, ou seja, valor de troca. Os animais são considerados coisa móvel para efeitos de aplicação da Lei Substantiva Penal vigente, assim como os cadáveres empregados para fins de pesquisa em universidades e centros de ensino. Porém , o ser humano vivo nunca será objeto do crime de furto. Além de móvel, o crime capitulado no artigo 155 exige que a res seja alheia, ou seja, pertença a pessoa diversa da que pratica a subtração. Deste modo, não se configurará no delito de furto substração: a) res nullius (coisa de ninguém, que jamais teve dono); b) res derelicta (coisa abandona); e c) res commune omnium (coisa de uso de todos). 
OBS.: as circunstâncias elencadas no caput são elementares do tipo penal, e indicam o furto do tipo fundamental.
Qual o objeto material do crime de furto e qual o bem juridicamente protegido?
O objeto material do crime de furto é a coisa móvel alheia, o bem juridicamente tutelado é o patrimônio da vítima. 
Como se classifica o crime de furto?
Crime simples: possui um único tipo penal, ou seja, só tem uma conduta ilícita que é a subtração;
Crime uniofensivo: protege apenas um único bem jurídico (o patrimônio);
Crime comum: tanto em relação ao sujeito ativo quanto ao passivo. Os sujeitos não são certos nem determinados, podem ser qualquer pessoa;
Crime doloso: o ato ilício é praticado pelo sujeito ativo com consciência e vontade, ele deseja o resultado; não admite culpa;
Crime material: o tipo penal descreve a conduta e o resultado e para sua consumação é necessário que se produza o resultado naturalístico;
Crime unissubjetivo: cometido por um agente, porém pode haver concurso;
Crime instantâneo: se consuma num único ato, ou seja, com a própria subtração;
Crime plurissubsistente: pode-se fracionar o intercriminis, ou seja, por motivos externos, alheios a vontade do agente ele pode não conseguir realizar o crime. Admite-se portanto tentativa.
Qual a situação em que é causa de aumento de pena do crime de furto?
A situação em que o furto tem sua pena majorada encontra-se no  §1º do artigo 155, refere-se ao furto praticado durante o repouso noturno.  A majorante contida no dispositivo mencionado visa assegurar a propriedade móvel contra maior precariedade de vigilância e defesa durante o recolhimento das pessoas para o repouso durante o repouso noturno. Vale salientar que o repouso noturno não deve ser interpretado como sinônimo de noite, refere-se portanto ao período em que a população descansa, variando seu tempo de acordo com os costumes de cada lugar. Considera-se como irrelevante que o fato ocorra dentro de estabelecimento comercial ou ainda na residência, habitada ou desabitada, bem como estar a vítima descansando ou não, já que o período de repouso noturno é tido como o de maior vulnerabilidade para as residências, lojas e veículos. Só se aplica ao tipo de furto simples.
Quais os casos em que o crime de furto se torna privilegiado?
O privilégio é uma causa de diminuição de pena. Está indicado no §2º do artigo 155. Para que o crime de furto seja privilegiado é necessário preencher alguns requisitos como: o agente tem que ser primário (não importa se já foi condenado por outros crimes, o que importa é se está praticando o furto pela primeira vez), a coisa tem que ser de pequeno valor (a doutrina aceita como pequeno valor até meio salário mínimo, mas vai depender da condição dos agentes em cada caso isolado. É importante não confundir coisa de pequeno valor com coisa insignificante, pois esta exclui o crime, enquanto aquela diminui a pena).
Quais os requisitos para a coisa ser considerada insignificante.
Mínima ofensividade da conduta do agente;
Inexistência de periculosidade social da ação;
Reduzido grau de reprovabilidade do comportamento;
Inexpressividade da lesão jurídica provocada.
Explique o crime de energia.
Não é qualquer energia, é energia que tenha valor econômico. Deve ser tido como de cunho permanente, porquanto a sua consumação se protrai no tempo. Logo, quando descoberta a ligação de cunho clandestino, poderá o agente ser preso em flagrante cometimento do delito, tal fato se dá, anote-se, em razão do furto de energia não se esgotar no ato, mas se prolonga enquanto não for descoberta a ligação clandestina que beneficia o agente.
Cite e explique as espécies de furto qualificado.
Estão elencadas no § 4º e 5º do artigo 155. O furto se qualifica, tendo portanto uma pena diferente, sendo sempre maior que a prevista no caput. São eles:
Destruição ou rompimento de obstáculo para a subtração da coisa: obstáculo é considerado como tudo aquilo que tenha como fito maior proteger a coisa e que também não seja a ela inerente naturalmente, ou seja, seja artificial. Neste caso, seriam exemplos o arrombamento de uma porta ou janela, para adentrar no local onde iria se furtar a coisa, cortar a bolsa para furtar o que tem dentro. É importante lembrar que danificar a própria coisa a ser furtada não caracteriza destruição de obstáculo, portanto não configura qualificação; 
Com abuso de confiança: O abuso de confiança, pressupõe presença de liberdade, lealdade, credibilidade, pressupõe a existência de honestidade entre as pessoas. Aqui existe dois elementos, o subjetivo que é a relação de confiança entre os sujeitos antes da prática do furto e o objetivo que é a utilização de tal confiança pelo sujeito ativo para a pratica do crime;
Fraude: emprego dos meios tidos como ardilosos, insidiosos, fazendo com que a vítima incorra ou ainda se mantenha em erro, com o escopo de que o agente pratique a conduta delituosa. “A fraude é o meio enganoso, o embuste, o ardil, o artifício empregado pelo agente para subtrair coisa alheia”. Trata-se de subterfúgio empregado com o fito exclusivo de facilitar a subtração, sendo pelo agente delituoso levado a efeito. Neste ponto, considera-se a ocorrência da fraude quando o agente, de maneira ardilosa, constrói uma relação pautada na confiança, com o fito de perpetrar a subtração, fazendo, destarte, que a vítima incorra em erro, no que pertine à fidelidade recíproca;
Escalada: é tida como o emprego da via anormal, com o intento de adentrar na casa ou local em que irá perpetrar a subtração da coisa. compreende tanto o galgar uma altura, como saltar um desvão, a exemplo de um fosso, ou mesmo passar por uma via subterrânea, desde que esta não seja transitável comumente, como é o caso dos túneis de esgoto e galerias pluviais. Há, também, a escalada quando o agente delituoso adentra no local através do telhado, removendo as telhas que o cobrem. Pode ser tanto para entrar no local como sair dele.
Destreza:consiste na habilidade física ou manual do agente, por meio da qual a subtração resta possibilitada, sem que a vítima perceba. Trata-se da conjugação de habilidade com dissimulação, na qual se constata que o indivíduo se adestra, treina, especializa-se, adquirindo agilidade para subtrair a coisa. O típico exemplo da utilização dessa modalidade é a “punga”, isto é, a subtração por arrebatamento (crime de trombadinha), consistente na subtração da carteira em local em que se aglomeram pessoas. Todavia, não há que se falar na incidência da modalidade, quando da subtração, se a vítima se encontrar dormindo;
Chave falsa: todo o instrumento de que se utiliza o agente para que o mecanismo de um fechadura ou ainda dispositivo similar possa funcionar, como gazuas, grampos, tesoura, arames etc., facilitando ou mesmo possibilitando a perpetração da conduta delituosa. O instrumento, com ou sem forma de chave, empregado como dispositivo para abrir fechadura, assim como a utilização de mixa, com o intento de acionar o motor do automóvel.
Concurso de duas ou mais pessoas: quando dois ou mais agentes se unem para realizar o crime. Qualifica o furto pois tem uma maior ofensividade a vítima, já que se reúne maior periculosidade dos agentes. basta, tão somente, que um dos agentes seja imputável, não importando se os demais participantes possuam ou não esse status. É necessário que tão somente um dos envolvidos seja descoberto, não subsistindo a imprescindibilidade sequer da qualificação dos demais agente.
Furto de veículo automotor: quando o veículo for furtado e levado para outro estado ou para o estrangeiro.
Explique o crime de roubo.
Previsto no artigo 157 CP: subtrair coisa móvel alheia, para si ou para outrem, mediante grave ameaça ou violência a pessoa, ou depois de havê-la, por qualquer meio, reduzido à impossibilidade de resistência. Esse crime possui as mesmas características do furto, porém, possui fatores que, agregados ao elemento do tipo subtrair, geram um novo tipo penal. Há no roubo a subtração de coisa alheia móvel, para si ou para outrem, porém com a existência de grave ameaça ou com o emprego de violência contra a pessoa, os fatores que empregados fazem com que haja a entrega da coisa, são as circunstâncias especiais que relevam sua diferença para o furto. A tutela jurídica oferecida pelo tipo penal do roubo é a de acobertar o patrimônio contra terceiros. A essência do crime de roubo é a de ser um crime contra o patrimônio.
OBS.: o roubo sempre vai ser a soma do furto mais a violência, grave ameaça ou outro meio que reduza a capacidade de resistência da vítima. O roubo é considerado consumado quando a coisa sai completamente do domínio da vítima.
Como se classifica o crime de roubo?
Crime complexo: formado por mais de um tipo penal, ou seja, mais de uma conduta (subtração e constrangimento/ameaça/lesão)
Crime pluriofensivo: protege mais de um bem jurídico (o patrimônio e a integridade física/liberdade);
Crime comum: tanto quanto ao sujeito ativo quanto ao passivo, a norma não os determina, podem ser qualquer pessoa;
Crime unissubjetivo: pode ser praticado por um único agente, porém admite-se o concurso de pessoas;
Crime doloso: é a regra, o agente tem consciência e vontade, ele quer/deseja o resultado. A norma não prevê a modalidade culposa, porém é possível o preterdolo;
Crime material: para que seja consumado é exigido o resultado naturalístico do delito;
Crime instantâneo: a consumação se dá em um único momento que é com a subtração da coisa (a consumação, a inversão da posse);
Crime plurissubsistente: é possível o fracionamento do interciminis, mas esse fracionamento só acontece quando se dá por circunstâncias alheias. Pode haver a tentativa.
Cite e explique as modalidades do crime de roubo.
Roubo simples próprio (art. 157, caput, CP): é o tipo fundamental;
Roubo simples impróprio (art. 157 §1º CP): inicia-se com o crime de furto e depois, para assegurar a detenção da coisa ou garantir a impunidade, o agente se utiliza de violência e grave ameaça. A violência e grave ameaça não é utilizada para subtrair a coisa, mas sim depois de subtraída para assegurar a posse ou a impunidade. Para que haja roubo impróprio é preciso que a coisa já tenha sido subtraída, ou seja, que o furto tenha sido consumado.
Roubo majorado (circunstanciado) (art. 157 §2º CP): não é roubo qualificado, mas sim causas de aumento de pena. É majorante. O roubo é majorado quando:
A violência ou grave ameaça é exercida com o emprego de arma: aqui é necessário que a arma seja verdadeira. Não é exigido a comprovação da potencialidade lesiva, porém a arma tem que ser verdadeira seja própria (revólver, espingarda) ou imprópria (garfo, espeto). A arma de brinquedo não majora o crime de roubo, nem tampouco a simulação de seu uso. Não há a necessidade da arma ser apreendida;
Concurso de pessoas: as exigências são as mesmas do crime de furto. tem que haver concurso, no mínimo um dos agentes tem que ser imputável, e os outros podem ser inimputáveis, não havendo necessidade nem de serem apreendidos;
Vítima está em serviço de transporte de valores e o agente conhece tal circunstânicia;
Se a subtração for de veículo automotor que venha a ser transportado para outro estado ou para o exterior;
Quando o sujeito ativo mantem a vítima em seu poder, restringindo sua liberdade;
Roubo qualificado pelo resultado (art.157 §3º CP): aqui as qualificadoras se referem ao resultado. Se houver morte ou lesão corporal grave em decorrência da prática da violência física. Nunca a ameaça ou meios que impossibilitem a resistência da vítima. Na morte não se exige que seja a própria vítima, pode ser de um terceiro, ocorrendo assim o erro de execução.
Explique quando há a consumação do crime de latrocínio.
É o famoso roubo seguido de morte, está previsto no §3º do art. 157, no capítulo dos crimes do patrimônio, porém embora esteja presente neste capítulo, seu bem jurídico mais importante é a preservação da vítima e não do patrimônio. A diferença entre latrocínio e homicídio é que no caso do latrocínio existe o dolo (intenção) de matar alguém para roubar alguma coisa. O objetivo principal é a apropriação do patrimônio da vítima. Ele pode ser tentado ou consumado, assim se diz:
Consumado: morte consumada + subtração consumada; morte consumada + subtração tentada.
Tentado: morte tentada+ subtração consumada; morte tentada + subtração tentada.
Explique o crime extorsão.
Previsto no art. 158, constranger alguém mediante violência ou grave ameaça, e com o intuito de obter para si ou para outrem indevida vantagem econômica, a fazer, tolerar, que se faça ou deixa de fazer alguma coisa. Ocorre o crime, portanto quando o agente obriga o sujeito passivo a entregar-lhe dinheiro, a não efetuar uma cobrança, anão impedir que se lhe rasgue um titulo de credito. Não há a necessidade que se consiga obter a vantagem econômica. O que exige é a INTENÇÃO. A consumação é quando realiza o constrangimento ilegal com o intuito de obter a vantagem, não sendo obrigada essa obtenção. 
 Como se classifica o crime de extorsão?
Crime pluriofensivo: protege dois bens jurídicos (a liberdade de ir e vir e o patrimônio);
Crime complexo: para se realizar é necessário a pratica de 2 condutas (constranger e obter);
Crime comum: o código não determina os sujeitos, nem o ativo, nem o passivo, podem ser qualquer pessoa;
Crime unissubjetivo: praticado por um único agente, porém admite concurso tanto como participação como coautoria;
Crime doloso: não existe previsão de culpa. O agente deseja, tem consciência e vontade na prática do crime;
Crime preterdoloso: se decorrente da violência utilizada ocorrer a morte da vítima, ou lesão corporal grave (§2º);
Crime formal: de acordo com a corrente majoritária o resultado não é obrigatório para o crime se consumar. Súmula 96 STJ;
Crime instantâneo: a consumação ocorre em um único momento. Ocorre no momento em que o sujeito ativo constrange a vítima com a intenção de obter vantagem econômica;
Crime plurissubsistente:é possível fracionar o intercriminis. É possível que o início do crime não se complete por motivos alheios a vontade do agente. Admite tentativa. 
Crime exaurido: o resultado naturalístico é irrelevante a consumação do crime.
Qual a diferença fundamental do crime de roubo para o crime de extorsão?
No crime de roubo há a subtração e a conduta da vítima é irrelevante. Já no crime de extorsão há o constrangimento, e conduta da vítima é relevante. Aponta-se como diferença o fato de existir, no roubo, a subtração, ou seja, uma atividade do agente e, na extorsão, uma conduta da vitima em entregar a coisa, praticar um ato etc. Não a diferença ponderável no fato de o agente, sob ameaça, subtrair a carteira da vitima ou na mesma circunstancia obrigar a vitima a entregá-la. No primeiro há roubo e no segundo extorsão.
Quais as circunstâncias legais que majoram o crime de extorsão?
Irá aumentar a pena. Está prevista no § 1º do art. 158 que é quando o agente para realizar a extorsão se utiliza de arma de fogo ou há o concurso de pessoas.
Quais as formas qualificadas do crime de extorsão?
São casos em que se tem uma nova pena diferente da prevista no caput e maior que ela. Estão previstas nos §§ 2º e 3º do artigo 158. São elas:
Quando da violência empregada resultar lesão corporal grave ou morte da vítima;
Se o crime é cometido mediante restrição da liberdade da vítima, e essa condição é necessária para a obtenção da vantagem econômica, ou seja, quando há o sequestro relâmpago. Aqui a privação da liberdade é necessária para a obtenção da vantagem econômica. Ou se dessa privação de liberdade resulta a morte ou a lesão corporal grave da vítima.
Explique o crime de extorsão mediante sequestro.
Previsto no artigo 159 Cp, sequestrar pessoa com fim de obter, para s i ou para outrem, qualquer vantagem, como condição ou preço do resgate. O núcleo do tipo é sequestrar que abrange a ação praticada pelo sujeit0 ativo, significa cárcere privado, priva a liberdade da vítima. O fim de obter é o dolo específico, qualquer vantagem para a doutrina majoritária é sempre uma vantagem econômica indevida, porém há divergências, a doutrina minoritária diz que ela pode ser econômica ou não. 
Como se classifica o crime de extorsão mediante sequestro.
Crime complexo: existem duas condutas ilícitas ( sequestro/extorsão); 
Crime comum: os sujeitos não são certos nem determinados, podem ser qualquer pessoa, tanto o ativo quanto o passivo;
Crime pluriofensivo: protege dois bens jurídicos (o patrimônio e a liberdade). No sequestro a objetividade jurídica é a liberdade individual, na extorsão a objetividade jurídica é a garantia do patrimônio.
Crime unissubjetivo: praticado por um agente. Porém admite concurso (participação/coautoria);
Crime doloso: o sujeito ativo age com consciência e vontade. Admite o preterdolo.
Crime formal: exige a ação se sequestrar tendo por finalidade obter a vantagem econômica. Pode não obter. O tipo penal prevê a conduta e o resultado, que é o recebimento do resgaste, podendo este ser pago ou não, contentando-se para a sua configuração a ação de sequestrar.
Crime permanente: se consuma com o sequestro da vítima, com sua privação de liberdade que se perdura por um tempo juridicamente relevante. A consumação se dá mesmo antes do pedido de resgate.
Crime plurissubjsistente: é possível o fracionamento do intercriminis. Admite tentativa. 
Quais as qualificadoras do crime de extorsão mediante sequestro?
Estão elencados nos §§ 1º, 2º, 3º e 4º do art. 159 CP. Se dá por situações e não por resultados.
Qual a distinção entre o crime de extorsão qualificado pela privação de liberdade (sequestro relâmpago) e o crime de extorsão mediante sequestro?
O § 3º do artigo 158 CP prevê o crime de extorsão qualificado pela privação da liberdade que também conhecido por sequestro relâmpago que é quando o sujeito ativo, retirar a liberdade da vítima (sujeito passivo), para obter uma vantagem econômica indevida. Por sua vez, no crime de extorsão mediante sequestro o sujeito ativo priva a liberdade de uma pessoa, com a finalidade de obter para si ou para outrem qualquer vantagem. Podemos então apontar uma grande diferença entre tais crimes. Na extorsão mediante privação da liberdade da vítima (sequestro relâmpago), a privação da liberdade se dá por um tempo relevante, que seja suficiente para a obtenção da vantagem econômica, e é extremamente necessária. Neste crime, a própria vítima é o objeto do resgate, e será ela quem efetuará o pagamento da vantagem em troca de sua liberdade, ou seja, aqui existe a conduta, coagida, da vítima, e a consumação ocorre com a realização do constrangimento com a intenção de obter uma vantagem econômica indevida, não sendo necessário que tal vantagem seja conseguida. Já no crime de extorsão mediante sequestro, a vítima que teve sua liberdade privada, será livre com o pagãmente do resgate. Aqui, não será a vítima quem fará algo (pagamento do resgate) em troca de sua liberdade, mas sim um terceiro, pois ela geralmente se encontrará confinada e mantida em cativeiro, e a consumação se dá com a privação de liberdade e o pedido de resgate, mesmo que o resgate ainda não tenha sido pago, se já houve o pedido o crime já estará consumado. 
Explique o crime de apropriação indébita.
Previsto no artigo 168 CP. Apropriar-se de coisa alheia móvel, de que tem a posse ou a detenção. O núcleo do tipo é a apropriação que é praticada pelo sujeito ativo. A coisa alheia é o objeto do crime que obrigatoriamente tem que ser algo pertencente a outra pessoa, tem que ser móvel e de valor econômico. A posse tem que ser lícita, e a detenção não viciada. Ou seja, o sujeito ativo antes de consumar a conduta ilícita ele obrigatoriamente tem que estar com a posse do objeto para depois praticar a ação do crime. A posse sempre tem que ser pacífica e lícita. A consumação se dá com a apropriação da coisa, ou seja, quando toma para si, faz sua coisa pertencente a outra pessoa.
O que difere o crime de apropriação indébita do crime de estelionato?
No estelionato o agente consegue a coisa com dolo, sempre se dá de forma ilícita, a coisa pode ser móvel ou imóvel e a consumação sempre se dá com uma prática comissiva. Enquanto que na apropriação indébita o sujeito quando recebe a coisa ainda não tem vontade de apropriar-se dela. Obrigatoriamente tem que ser coisa móvel e para a consumação tanto pode ser uma ação comissiva, quando omissiva. 
Quais os requisitos para a apropriação indébita?
Entrega voluntária do bem pela vítima;
A posse ou detenção da coisa móvel tem que ser de forma não viciada pelo sujeito passivo;
Que o sujeito ativo ao receber a coisa móvel o faça de boa-fé (ao receber não pode ter a intenção de se apropriar);
Se caracteriza pela transformação da posse lícita ou d detenção não viciada em domínio, agindo o sujeito ativo como se fosse dono da coisa móvel.
Como se classifica o crime de apropriação indébita?
Crime uniofensivo: ofende um bem jurídico (o patrimônio);
Crime simples: tem apenas uma conduta ilícita (apropriação);
Crime comum: os sujeitos não são certos nem determinados;
Crime unissubjetivo: praticado por um agente. Admite concurso;
Crime doloso: o agente deseja o resultado, não admite culpa nem preterdolo;
Crime material: crime de ação e resultado (apropriação). (transferência da posse lícita e detenção não viciada em propriedade ilícita);
Crime instantâneo: a consumação se dá em um único momento (quando há a recusa de devolver a coisa (conduta omissiva) ou quando o sujeito ativo age como proprietário da coisa (conduta comissiva);
Crime unissubsistente: não admite tentativa. Refere-se a recusa (conduta negativa/omissiva);
Crime plurissubsistente: admite tentativa. Há o fracionamento do intercriminis. Refere-se a alienação (conduta positiva/comissiva).
Explique o crime de estelionato.
Previsto no artigo 171 do Cp. Obter pra si ou para outrem, vantagem ilícita, em prejuízo alheio, induzindo ou mantendo alguém em mediante artifício, ardil, ou qualqueroutro meio fraudulento. Obter é o núcleo do tipo, a ação praticada pelo sujeito ativo. A vantagem é de natureza econômica ou não. O resultado é um prejuízo alheio indevido. Induzir alguém a erro ou manter alguém no erro são formas de obtenção da vantagem indevida. A consumação está condicionada a dois resultados: a obtenção da vantagem indevida; e a causa do prejuízo a outrem. A pessoa prejudicada é pessoa física, certa e determinada. É um crime de ação e resultado. O que caracteriza o crime é a fraude. No caso de conseguir a vantagem e depois devolver a vítima não descaracteriza o crime de estelionato.
Como se classifica o crime de estelionato?
Crime simples: possui uma conduta ilícita;
Crime uniofensivo: protege um bem jurídico (patrimônio);
Crime comum: os sujeitos não são certos nem determinados, podem ser qualquer pessoa;
Crime unisubjetivo: praticado por um agente, mas admite concurso;
Crime doloso: dolo específico. Não prevê culpa nem preterdolo;
Crime material: crime de ação e resultado. Para se consumar tem que conseguir o resultado naturalístico;
Crime instantâneo: se consuma no momento em que obter a vantagem indevida;
Crime plurissubsistente: pode ser fracionado o intercriminis, admite tentativa.

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