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DIREITO PENAL I 
 
Prof. Mauro Cesar 
Direito Penal I 
1 – Conduta Dolosa 
Ocorrerá quando o agente atuar querendo o resultado ou assumindo o risco 
de produzi-lo. 
 
1.1 – ELEMENTOS 
a) COGNITIVO: é a consciência de que esta realizando a conduta. 
b) VOLITIVO: é a vontade de realizar o ato. 
 
1.2 – ESPÉCIES DE DOLO 
a) DOLO DIRETO: o agente atua querendo produzir o resultado 
a.1) DOLO DIRETO DE PRIMEIRO GRAU: é a vontade direta do agente. A quer 
matar B e, para isso, dispara 06 vezes contra seu desafeto. 
 
Direito Penal I 
a.2) DOLO DIRETO DE SEGUNDO GRAU (ou de consequências necessárias): 
trata-se das consequências necessárias do crime que o agente quer 
produzir. A quer matar B e, para isso, coloca uma bomba no avião que este 
irá viajar. A intenção é matar B, mas a consequência necessária dessa 
conduta é a morte de todos os ocupantes do avião 
 
b) DOLO EVENTUAL: aqui, o agente não deseja o resultado, mas assume o 
risco da sua ocorrência. 
 
Direito Penal I 
2 – Conduta Culposa 
 
2.1 – ELEMENTOS 
a) inobservância de um dever de cuidado: o agente age com negligência 
(um não fazer), imprudência (um fazer) ou imperícia (relacionada a ofício, 
arte e profissão) 
b) resultado não querido e não aceito pelo agente: o resultado não age 
querendo o resultado e, caso o preveja, acredita piamente que ele não 
acontecerá. 
c) nexo causal: é o elo entre o resultado e a conduta do agente. 
d) previsibilidade: o resultado deve ser ao menos previsível. Sendo 
imprevisível, não poderá haver a responsabilização do agente 
Direito Penal I 
2.2 – ESPÉCIES 
a) culpa consciente: nessa, o resultado além de previsível, é previsto pelo 
agente, que acredita piamente que ele não acontecerá. 
b) culpa inconsciente: o resultado, mesmo sendo previsível, não foi sequer 
previsto pelo agente 
 
3 – Crime Preterdoloso 
Trata-se do crime no qual a conduta antecedente é DOLOSA e a conduta 
posterior, consequente, é CULPOSA. 
Direito Penal I 
4 – Resultado 
Trata-se da consequência ocorrida em decorrência da conduta do agente. 
4.1 – ESPÉCIES 
a) jurídico: é o resultado previsto em lei. 
b) naturalístico: é a alteração no mundo dos fatos, visível a olho nu. 
 
4.2 – CLASSIFICAÇÃO DO CRIME QUANTO AO RESULTADO NATURALÍSTICO 
a) crime formal – há possibilidade da ocorrência do resultado naturalístico, 
mas não há necessidade que ele ocorra para que o crime seja considerado 
consumado. 
b) crime material – há possibilidade da ocorrência do resultado 
naturalístico, sendo imprescindível que ele ocorra para que o crime seja 
considerado consumado. 
c) crime de mera conduta – sequer haverá a possibilidade de consumação 
do crime. 
Direito Penal I 
5 – Nexo Causal 
Trata-se do elo entre o resultado à conduta do agente. 
 
5.1 – TEORIA DA EQUIVALÊNCIA DOS ANTECEDENTES OU DA “CONDITIO SINE 
QUA NON” (artigo 13 do CP) 
Para o Código Penal, causa é toda ação ou omissão sem a qual o resultado não 
teria ocorrido. 
 
5.2 – PROCEDIMENTO HIPOTÉTICO DE ELIMINAÇÃO DE THYREN E REGRESSO 
AO INFINITO 
Para se evitar o regresso ao infinito no momento da análise da 
responsabilização criminal, deveremos eliminar as condutas, hipoteticamente, 
analisando se o resultado permaneceria após a eliminação. Caso permaneça, 
não será considerado causa; não permanecendo, será considerado causa. 
Além disso, deveremos analisar o dolo e a culpa do agente para verificarmos a 
possibilidade de atribuição do resultado à conduta do agente 
Direito Penal I 
6 – Iter Criminis 
É o caminho percorrido pelo crime. 
 
6.1 – FASES 
a) cogitação – FASE INTERNA. É a intenção de praticar o delito. NÃO É 
PUNIDA, sob pena de violação ao princípio da lesividade. 
b) preparação – são atos necessários para o agente iniciar a execução do 
delito. Em regra, NÃO É PUNIDA, salvo se, por si só, configurar algum delito 
e este não seja absorvido pelo crime-fim. 
c) execução – aqui se inicia a punibilidade do ato. Pode ocorrer a tentativa, 
a consumação, a desistência voluntária ou o arrependimento eficaz. 
d) consumação – diz-se o crime consumado quando nele se reúnem todos 
os elementos da sua definição legal (art. 14, II do CP). O crime se consuma 
quando o tipo penal encontra-se realizado. 
e) exaurimento – é o resultado perseguido pelo agente que poderá 
acontecer junto ou após a consumação do crime. 
Direito Penal I 
6.2 – CONSUMAÇÃO 
O crime estará consumado quando nele se reunirem todos os elementos de 
sua definição legal. 
 
7 – Tentativa (conatus) 
Ocorrerá quando, iniciada a execução, a consumação não acontecer por 
circunstâncias alheias à vontade do agente. 
 
7.1 – ELEMENTOS 
a) prática de um ato de execução; 
b) presença dos elementos subjetivos do tipo doloso; 
c) não consumação do crime por circunstâncias alheias à vontade do 
agente. 
Direito Penal I 
7.2 – ESPÉCIES 
7.2.1 – EM RELAÇÃO AO CAMINHO PERCORRIDO DURANTE A FASE DE 
EXECUÇÃO 
a) perfeita (acabada, crime falho ou delito frustrado): o agente esgota a fase 
de execução do delito, que não ocorre por circunstâncias alheias à vontade 
do agente. 
 
b) imperfeita (inacabada): a fase executória é interrompida antes de ser 
esgotada e o crime não se consuma por circunstâncias alheias à vontade do 
agente. 
 
OBS: crimes unissubsistentes – eles se consumam com apenas um ato, não 
sendo possível fracionar o iter criminis e, portanto, não sendo possível a 
tentativa. 
 
Direito Penal I 
7.2.2 – EM RELAÇÃO AO OBJETO DO CRIME 
a) branca (incruenta): o objeto material não sofre nenhum dano. 
 
b) vermelha (cruenta): o objeto material sofre dano. 
 
7.3 – CONSEQUÊNCIAS PARA FINS DE APLICAÇÃO DA PENA (artigo 14, p.ú. 
do CP) 
É uma CAUSA DE DIMINUIÇÃO DE PENA. 
- quanto maior a proximidade da consumação, menor será a diminuição da 
pena, e vice-versa. 
 
Direito Penal I 
8 – Desistência Voluntária e Arrependimento 
Eficaz 
 
8.1 – DESISTÊNCIA VOLUNTÁRIA (artigo 15, 1ª parte, CP) 
O agente desiste voluntariamente de prosseguir nos atos de execução e não 
ocorre a consumação do crime inicialmente almejado. 
 
8.2 – ARREPENDIMENTO EFICAZ (artigo 15, 2ª parte do CP) 
O agente, depois de realizados os atos de execução, arrepende-se e 
voluntariamente pratica uma ação, impedindo a produção do resultado. 
 
8.3 – NATUREZA JURÍDICA 
Para a DOUTRINA MAJORITÁRIA, é CAUSA DE EXCLUSÃO DA ADEQUAÇÃO 
TÍPICA INDIRETA (AUSÊNCIA DE TIPICIDADE) 
 
Direito Penal I 
8.4 – REQUISITOS 
a) início da execução; 
b) não-consumação do crime por circunstâncias alheias à vontade do agente; 
c) voluntariedade (agir ou deixar de agir sem coação física ou moral) 
 
8.5 – CONSEQUÊNCIAS 
O agente só responderá pelos ATOS JÁ PRATICADOS. 
 
9 - Arrependimento Posterior (artigo 16 do CP) 
Nos crimes consumados, cometidos SEM VIOLÊNCIA OU GRAVE AMEAÇA À 
PESSOA, reparado o dano ou restituída a coisa, ATÉ O RECEBIMENTO DA 
DENÚNCIA, a pena será reduzida de um a dois terços. 
 
9.1 – NATUREZA JURÍDICA 
É uma CAUSA DE DIMINUIÇÃO DE PENA. 
- primordial finalidade é incentivar a reparação do dano. 
- é um DIREITO SUBJETIVO do agente. 
 
Direito Penal I 
9.2 – REQUISITOS 
a) crime cometido sem violência ou grave ameaça à pessoa 
b) reparação do dano ou restituição do objeto material 
c) ato voluntário 
d) reparação até o recebimento da denúncia ou da queixa 
 
9.3 – DISTINÇÃO ENTRE ARREPENDIMENTO POSTERIOR E EFICAZ 
No posterior, o crime se consuma e produz os seus efeitos. No eficaz, o 
agente evita a consumação do delito. 
 
9.4 – CONSEQUÊNCIAS PARA FINS DE APLICAÇÃO DA PENA 
A pena será diminuída de 1/3 a 2/3. 
Direito Penal I 
10 – Crime Impossível (artigo 17 do CP) 
Ocorrerá quando, por INEFICÁCIA ABSOLUTA DO MEIO de execução ou por 
ABSOLUTA IMPROPRIEDADE DO OBJETO, for impossível a consumação do crime.10.1 – NATUREZA JURÍDICA 
Causa de EXCLUSÃO DA TIPICIDADE 
 
10.2 – INEFICÁCIA ABSOLUTA DO MEIO DE EXECUÇÃO 
Ocorrerá quando o meio de execução utilizado pelo agente for ABSOLUTAMENTE 
ineficaz para produzir o resultado pretendido. 
 
10.3 – ABSOLUTA IMPROPRIEDADE DO OBJETO MATERIAL 
Ocorrerá no caso de IMPROPRIEDADE do objeto material ou até mesmo pela sua 
inexistência. 
Nesse caso, não haverá como consumar o crime em virtude do próprio objeto 
material. 
Direito Penal I 
11 – Tipo Penal 
É o modelo, o padrão de conduta que o Estado, por meio de um único instrumento 
– LEI. 
11.1 – OBJETIVOS DO TIPO 
O tipo penal visa impedir que determinada conduta seja praticada, ou determina 
que seja levada a efeito por todos nós. O tipo, assim, é a descrição precisa do 
comportamento humano feita pela lei penal. 
 
11.2 – ELEMENTARES 
São os dados essenciais à figura típica, sem os quais ocorre uma atipicidade 
absoluta ou relativa da conduta. 
 
A) ATIPICIDADE ABSOLUTA – nesse caso, ausente uma elementar indispensável ao 
tipo, a conduta do agente será considerada atípica. 
 
B) ATIPICIDADE RELATIVA – nesse caso, ausente uma elementar, ocorrerá a 
desclassificação do fato para outra figura típica. 
Direito Penal I 
11.3 – ELEMENTOS INTEGRANTES DO TIPO PENAL 
Podem ser divididos em elementos objetivos e elementos subjetivos do tipo. 
A) ELEMENTOS OBJETIVOS – possuem a finalidade de descrever a ação, o 
objeto da ação e, em sendo o caso, o resultado, as circunstâncias externas do 
fato e as pessoas do autor e da vítima. 
- busca fazer com que o agente tome conhecimento de todos os dados 
necessários à caracterização da infração penal, os quais, necessariamente, 
farão parte do dolo. 
 
I) elementos descritivos – buscam traduzir o tipo penal, ou seja evidenciar 
aquilo que pode, com simplicidade, ser percebido pelo intérprete. 
 
II) elementos normativos – são criados por uma norma e, para a sua efetiva 
compreensão, necessitam de um juízo de valor por parte do intérprete. São 
normativos porque necessitam de um juízo de valor. 
Ex: arts. 153, 154, 244, 246 e 248 do CP. 
 
Direito Penal I 
B) ELEMENTOS SUBJETIVOS 
Por excelência, é o dolo. Alguns autores incluem a culpa e o especial fim de 
agir. 
 
11.4 – TIPICIDADE PENAL 
Quando alguém realiza uma conduta, para que ela seja punida, é preciso 
que ela se amolde a um modelo abstrato previsto na lei penal. 
 
A) TIPICIDADE FORMAL OU LEGAL 
É a adequação de uma conduta realiza àquela prevista na lei penal. 
 
B) TIPICIDADE MATERIAL 
Aqui, haverá a necessidade de a conduta do agente violar de maneira 
significativa o bem jurídico tutelado. Caso a violação não seja significativa, 
não ensejará a aplicação da lei penal, sendo considerada, portanto, 
INSIGNIFICANTE. 
 
Direito Penal I 
C) TIPICIDADE CONGLOBANTE 
É a soma da ANTINORMATIVIDADE + TIPICIDADE MATERIAL. 
A conduta praticada pelo agente deverá ser antinormativa, ou seja, deverá ser 
contrária a todo o ordenamento jurídico. Assim, se existir uma norma que determine a 
realização de determinada conduta, esta conduta será normativa e, portanto, LÍCITA. 
 
11.5 – ADEQUAÇÃO TÍPICA 
Haverá quando a conduta do agente se amoldar à lei penal. 
 
A) ADEQUAÇÃO TÍPICA DIRETA OU POR SUBORDINAÇÃO IMEDIATA 
Ocorrerá quando houver perfeita adequação da conduta à norma penal. 
 
B) ADEQUAÇÃO TÍPICA INDIRETA OU POR SUBORDINAÇÃO MEDIATA 
Ocorrerá quando o comportamento do agente não se amoldar perfeitamente à norma 
penal. Assim, será necessário utilizarmos uma NORMA DE EXTENSÃO, para AMPLIAR o 
tipo penal, a fim de nela abranger hipóteses não previstas expressamente pelo 
legislador. 
Ex: tentativa. 
Direito Penal I 
12 – Antijuridicidade/ Ilicitude 
- é a contrariedade do fato ao ordenamento jurídico. 
- praticado um fato típico, presume-se a antijuridicidade (ratio cognoscendi). 
- havendo uma causa que exclua a antijuridicidade (DESCRIMINANTE), o fato será 
jurídico/ lícito. 
 
12.1 – CAUSAS DE JUSTIFICAÇÃO OU DESCRIMINANTES 
12.1.1 – ELEMENTOS OBJETIVOS E SUBJETIVOS 
a) elementos objetivos – cada DESCRIMINANTE possuirá seus elementos objetivos 
previstos em lei, que deverá estar presentes no caso concreto. 
b) elementos subjetivos – trata-se do conhecimento subjetivo do agente de que está 
agindo mediante uma causa de justificação. Se não houver esse conhecimento, a 
descriminante estará afastada. 
 
12.1.2 – POSSIBILIDADE DE EXCESSO (DOLOSO OU CULPOSO) 
- o excesso nas causas de justificação serão analisados e, caso estejam presentes, 
poderão levar à responsabilização do agente, caso tenha agido DOLOSA ou 
CULPOSAMENTE. 
 
Direito Penal I 
12.2 – ESTADO DE NECESSIDADE (art. 24 do CP) 
- é uma situação de perigo atual a um direito a que a lei faculta ao agente, 
preenchidos os requisitos legais, a prática de uma conduta lesiva a direito 
de outrem para salvaguardar um direito próprio ou de terceiro. 
 
12.2.1 – REQUISITOS 
A) OBJETIVOS: 
a) perigo atual – também engloba o perigo iminente, que está prestes a 
ocorrer. 
b) ameaça a direito próprio ou alheio 
c) situação de perigo não causada voluntariamente pelo sujeito – doutrina 
majoritária entende que causação voluntária é com DOLO, afastando-se as 
condutas culposas. 
 
Direito Penal I 
d) inevitabilidade da prática do fato lesivo – o estado de necessidade é 
subsidiário, ou seja, só estará configurado se o sujeito não podia afastar o 
perigo de outro modo. 
e) inexistência do dever legal de enfrentar o perigo (§ 1º) – não se exigirá 
que alguém atue como sendo um super homem. 
 
B) SUBJETIVO: consciência de que está atuando em estado de necessidade. 
 
12.2.2 – TEORIA UNITÁRIA: adotada pelo CP 
O estado de necessidade sempre será CAUSA DE EXCLUSÃO DA ILICITUDE, 
não sendo considerado o balanço dos bens, exigindo-se, apenas, o critério 
da RAZOABILIDADE. 
 
Direito Penal I 
12.3 – LEGÍTIMA DEFESA 
- estará presente quando o agente, utilizando-se moderadamente dos 
meios necessários, repelir injusta agressão, atual ou iminente, a direito seu 
ou de outrem. 
 
12.3.1 – ELEMENTOS OBJETIVOS E SUBJETIVOS 
A) OBJETIVOS: 
a) agressão humana – a repulsa à uma agressão animal, em regra, será 
considerada (estado de necessidade); se, por um acaso, o animal estiver 
sendo utilizado como instrumento da prática do crime, será considerado 
legítima defesa. 
b) agressão injusta – poderá ser dolosa ou culposa. Não estará incluída a 
provocação. 
c) agressão atual ou iminente – é a que se encontra presente ou está 
prestes a ocorrer. 
Direito Penal I 
d) defesa de direito próprio ou alheio 
e) repulsa com os “meios necessários” – é o que está à disposição do 
agredido e que menor dano causará. 
f) uso moderado – escolhido o meio necessário, deverá ser usado de 
maneira moderada, ou seja, suficiente para repelir a injusta agressão. 
 
B) SUBJETIVO: consciência de que está atuando em legítima defesa. 
 
12.3.2 – LEGÍTIMA DEFESA SUCESSIVA 
É a reação do agressor contra a repulsa excessiva da vítima. O inicial 
agressor passa a ser o agredido em razão do excesso de legítima defesa, 
justificando a sua reação, uma vez que o excesso constitui uma agressão. 
Direito Penal I 
12.4 – ESTRITO CUMPRIMENTO DE UM DEVER LEGAL 
O sujeito que cumpre determinação legal não pratica conduta contrária ao 
direito. 
 
OBS: dever legal – é aquele previsto em normas jurídicas (leis, decretos, 
regulamentos, etc). 
 
12.4.1 – ATUAÇÃO DO POLICIAL QUE MATA O BANDIDO 
Jamais será considerada estrito cumprimento de um dever legal, pois não 
está na lei que o policial deverá matar alguém. Se agir de maneira abusiva, 
responderá pelo excesso. 
 
Direito Penal I 
12.5 – EXERCÍCIO REGULAR DE UM DIREITO 
Se o agente pratica a conduta em exercício de um direito (penal ou 
extrapenal), não haverá de se falar que essa atuaçãoé contrária ao direito. 
No entanto, o exercício deverá obedecer às condições objetivas previstas 
em lei, sob pena de ser abusivo. 
 
12.5.1 – OFENDÍCULAS 
São mecanismos predispostos visíveis com a finalidade de proteção da 
propriedade ou de qualquer outro bem jurídico. 
 
OBS: natureza jurídica – quando colocada, trata-se de EXERCÍCIO REGULAR 
DE UM DIREITO; quando funciona em face de um ataque, trata-se de 
LEGÍTIMA DEFESA PEORDENADA, desde que não atue antes do início da 
agressão e que a repila de maneira moderada. 
Direito Penal I 
12.6 – CONSENTIMENTO DO OFENDIDO 
- é uma causa supralegal da ilicitude, já que a analogia, a utilização dos 
costumes e dos princípios gerais de direito poderão ser utilizadas para 
beneficiar o agente. 
 
12.6.1 – REQUISITOS 
a) bem disponível 
b) agente capaz 
c) consentimento anterior ou concomitante à conduta 
d) consentimento livre e consciente 
Direito Penal I 
13 – Culpabilidade 
Juízo de reprovação do agente por ter praticado um fato típico e 
antijurídico, quanto podia entender o caráter ilícito do fato e, assim, agir 
conforme o direito. 
 
13.1 – TEORIA NORMATIVO PURA 
O processo causal é concebido para uma vontade finalista e a ação típica 
deve ser concebida como um ato de vontade com conteúdo. 
Dolo e culpa são estudados no FATO TÍPICO. 
O elemento normativo do dolo (CONSCIÊNCIA DA CONDUTA) passa a ser 
estudado na culpabilidade. O dolo se torna natural. 
FOI A TEORIA ADOTADA PELO CÓDIGO PENAL 
 
Direito Penal I 
13.2 – ELEMENTOS DA CULPABILIDADE NA CONCEPÇÃO FINALISTA 
13.2.1 – IMPUTABILIDADE 
Atribuição de capacidade para o agente ser responsabilizado. 
a) responsabilidade – é a consequência, já que toda pessoa imputável deve 
responder pelos seus atos. 
 
13.2.2 – POTENCIAL CONSCIÊNCIA DA ILICITUDE 
Para que haja o juízo de reprovação, será necessário que o agente possua a 
consciência da ilicitude do fato ou que ao menos, nas circunstâncias, tenha 
a possibilidade de conhecê-la. 
No que pese não podermos falar em desconhecimento da lei, não se exige o 
conhecimento desta (art. 21 do CP). O que se exige é o conhecimento do 
profano, de uma situação lógica, naquela situação. 
 
Direito Penal I 
13.2.3 – EXIGIBILIDADE DE CONDUTA DIVERSA 
Análise se o agente podia ter praticado a conduta, em situação de normalidade, 
conforme o ordenamento jurídico. 
Em situações anormais, será inexigível a conduta diversa. 
 
13.3 – CAUSAS DE EXCLUSÃO DA CULPABILIDADE 
3.1 – INIMPUTABILIDADE 
a) menoridade (art. 27 do CP e 228 da CF): 18 anos (sistema biológico) 
b) doença mental, desenvolvimento mental incompleto ou retardado (art. 26 do CP): 
- sistema biopsicológico (art. 26 do CP): verifica se o agente, de acordo com sua 
anomalia psíquica (biológico) era, ao tempo da ação ou omissão, inteiramente incapaz 
de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse 
entendimento (psicológico). 
- o agente receberá uma MEDIDA DE SEGURANÇA, em decorrência da sentença 
absolutória imprópria. 
OBS: SEMI-IMPUTABILIDADE (art. 26, p. ú., CP) – não há exclusão da culpabilidade. É 
causa de diminuição de pena. 
- sistema vicariante (art. 98 do CP): substituição da pena pela medida de segurança 
 
Direito Penal I 
13.3.2 – EMBRIAGUEZ COMPLETA (art. 28, § 1º do CP): 
É a decorrente de caso fortuito (agente não conhece o efeito inebriante da 
substância) ou força maior ACIDENTAL e INVOLUNTÁRIA. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
OBS: teoria da actio libera in causa – faz retroagir o momento da análise da 
conduta. 
EMBRIAGUEZ 
completa acidental 
(involuntária) 
Isenta de pena (art. 28, § 1º) 
incompleta acidental 
(involuntária) 
Não isenta, mas diminui a 
pena (art. 28, § 2º) 
não-acidental 
(voluntária ou culposa) 
Não isenta e nem diminui a 
pena (art. 28, II) 
Direito Penal I 
13.3.3 – COAÇÃO MORAL IRRESISTÍVEL (art. 22, § 1ª parte) 
- coator: responde pelo crime com a pena agravada (art. 62, II do CP) 
- coação resistível: o coagido tem atenuante do art. 65, III, c, CP. 
 
13.3.4 – OBEDIÊNCIA HIERÁRQUICA (art. 22, § 2ª parte) 
 
13.3.5 – EMOÇÃO E PAIXÃO (art. 28, I do CP): não excluem a imputabilidade 
penal. 
Emoção – perturbação da consciência de curta duração; 
Paixão – crônica e duradoura. 
- são circunstâncias atenuantes (art. 65, III, “c”, CP) ou causas de diminuição 
de pena (ex: art. 121, § 1º, CP) 
 
13.3.6 – ERRO DE PROIBIÇÃO: será visto mais a frente 
Direito Penal I 
14 – Erro de Tipo 
Erro de tipo é a FALSA PERCEPÇÃO DA REALIDADE - recairá sobre 
ELEMENTARES, CIRCUNSTÂNCIAS ou QUALQUER DADO do tipo 
 
14.1 – ESPÉCIES DE ERRO DE TIPO 
a) erro de tipo essencial – é o erro que recai sobre os dados principais do 
tipo. 
Se o agente souber que está incidindo em erro, encerra a conduta que 
estava sendo realizada. 
 
b) erro de tipo acidental – é o erro que recai sobre dados periféricos, 
secundários do tipo. 
Caso o agente saiba que está incidindo em erro, o corrigirá e continuará 
agindo ilicitamente. 
 
Direito Penal I 
-O erro de tipo essencial pode ser de duas espécies, enquanto o acidental 
admite cinco espécies, senão vejamos: 
 
 
ERRO DE TIPO 
ESSENCIAL inescusável (evitável) 
escusável (inevitável) 
 
 
ACIDENTAL 
sobre o objeto 
sobre a pessoa 
na execução 
resultado diverso do pretendido 
sobre o nexo causal 
Direito Penal I 
14.2 – ERRO DE TIPO ESSENCIAL (artigo 20, caput do CP) 
É o erro que recai sobre os DADOS CONSTITUTIVOS do tipo legal. 
Ex: caçador imaginando atirar contra animal, na verdade, mata visitante de 
um parque. 
 
A) ERRO INEVITÁVEL (ESCUSÁVEL) 
EXCLUI O DOLO (erro afasta a consciência) e a CULPA (não há 
previsibilidade). 
 
B) ERRO EVITÁVEL (INESCUSÁVEL) 
EXCLUI O DOLO, mas PUNE-SE A CULPA (há previsibilidade) 
 
Direito Penal I 
14.4 – ERRO DE TIPO ACIDENTAL 
A) ERRO SOBRE O OBJETO 
O agente representa de maneira equivocada o OBJETO MATERIAL (coisa) 
visado e atinge coisa diversa. Não há previsão legal, sendo uma criação 
doutrinária. 
- doutrina majoritária entende que o agente responderá pelo crime, 
considerando o objeto efetivamente atingido. 
 
B) ERRO SOBRE A PESSOA 
O agente representa de maneira equivocada a VÍTIMA do crime e atinge 
pessoa diversa. 
Está previsto no artigo 20, § 3º do Código Penal. 
O erro sobre a pessoa NÃO EXCLUI O DOLO e NEM A CULPA. 
O agente responderá pelo crime considerando a vítima virtual. 
 
Direito Penal I 
C) ERRO NA EXECUÇÃO (“ABERRATIO ICTUS”) 
O agente atinge pessoa diversa da pretendida, POR ACIDENTE ou ERRO NO 
USO DOS MEIOS DE EXECUÇÃO. Está previsto no artigo 73 do Código Penal. 
O erro na execução NÃO EXCLUI O DOLO e NEM A CULPA. 
O agente responderá pelo crime considerando a vítima virtual. 
Se a vítima pretendida também for atingida, ocorrerá concurso formal de 
delitos. 
 
D) RESULTADO DIVERSO DO PRETENDIDO (“ABERRATIO CRIMINIS”) 
O agente provoca um resultado diverso do pretendido, atacando um BEM 
JURÍDICO DIFERENTE, por ACIDENTE ou ERRO NO USO DOS MEIS DE 
EXECUÇÃO. 
Está previsto no artigo 74 DO Código Penal. 
O resultado diverso do pretendido NÃO ISENTA O AGENTE DE PENA, que 
responderá pelo resultado pretendido e diverso do produzido, A TÍTULO DE 
CULPA, se houver previsão legal. 
 
Direito Penal I 
E) ERRO SOBRE O NEXO CAUSAL 
Não possui previsão legal, sendo uma criação doutrinária. 
E.1) erro sobre o nexo causal em sentido estrito – o agente, MEDIANTE UM SÓ 
ATO, provoca o resultado pretendido, porém, com NEXO DE CAUSALIDADE 
DISTINTO. 
Ex. agente empurra a vítima de um penhasco para morrer afogada, porém, durante 
a queda, bate a cabeça, falecendo em face dos traumas cranianos (houve apenas o 
ato de empurrar). 
 
E.2) aberratio causae (dolo geral) – o agente, mediante condutadesenvolvida em 
DOIS OU MAIS ATOS, provoca o resultado pretendido, porém, com NEXO DE 
CAUSALIDADE DISTINTO. 
Ex. o agente, imaginando que matou a vítima com um tiro, lança seu corpo ao mar, 
vindo a morrer afogada (houveram dois atos – atirar e empurrar). 
- responderá por QUAL NEXO? 
Segundo DOUTRINA MAJORITÁRIA, o agente responderá considerando-se o NEXO 
PRODUZIDO. 
 
Direito Penal I 
14.5 – ERRO PROVOCADO POR TERCEIRO 
Aqui, o agente erra porque foi provocado por um terceiro. Trata-se de um 
ERRO NÃO ESPONTÂNEO. Está previsto no artigo 20, § 2º do Código Penal. 
No erro provocado por terceiro, QUEM DETERMINA DOLOSAMENTE O ERRO 
RESPONDE PELO CRIME DOLOSO. 
Se a provocação for culposa, responderá pelo crime culposo, se houver 
previsão em lei. 
 
14.6 – DELITO PUTATIVO POR ERRO DE TIPO 
Na verdade NÃO OCORRE INFRAÇÃO PENAL. O agente imagina estar agindo 
ilicitamente, mas ignora a ausência de uma elementar. Não há previsão legal, é 
uma criação doutrinária. 
 
Ex: o agente quer furtar uma mochila e a leva para casa, mas esta mochila é 
sua, faltando a elementar “coisa alheia móvel”. 
 
É um NADA JURÍDICO e o agente não responde por absolutamente nada. 
Direito Penal I 
15 – Erro de Proibição 
É o erro que recai sobre a consciência da ilicitude (Teoria Normativa Pura). 
O agente tem consciência e vontade do que faz, mas não possui a 
consciência da ilicitude do fato. 
 
15.1 – FORMAS E EFEITOS 
A) ERRO DE PROIBIÇÃO INEVITÁVEL, INVENCÍVEL OU ESCUSÁVEL – é aquele 
que, pelas circunstâncias, não era possível atingir a consciência da ilicitude. 
Qualquer pessoa incidiria. 
Isenta o agente de pena. 
 
B) ERRO DE PROIBIÇÃO EVITÁVEL, VENCÍVEL OU INESCUSÁVEL – é aquele no 
qual seria possível ao agente alcançar a consciência da ilicitude com esforço 
da inteligência e com base na experiência da vida comum. 
Não isenta o agente de pena, mas é causa de diminuição. 
 
Direito Penal I 
C) ERRO DE PROIBIÇÃO GROSSEIRO (crasso) – é aquele no qual a ilicitude é 
amplamente divulgada na sociedade. 
 
16 – Diferenças entre Erro de Tipo e Erro de 
proibição 
 
 
ERRO DE TIPO ERRO DE PROIBIÇÃO 
o agente não sabe o que faz 
(falsa percepção da realidade) 
o agente sabe o que faz, mas 
desconhece a ilicitude do 
comportamento (não 
conhecimento da proibição) 
Ex. levar para si uma mochila que 
estava na sala de aula que é 
idêntico à sua. 
Ex: agente agride o filho para 
“corrigi-lo”, ignorando tratar-se de 
crime.

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