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Dislexia: Conceito e Classificação

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FACULDADE ANHANGUERA DE GUARULHOS
CURSO DE PSICOLOGIA
Cristina Silva Souza
Isabella Cristina Oliveira
Lorraine Oliveira Silva
Mayara Bittencourt Machado
Ranna Lisie De Campos
Rayanneffer Oliveira Santos
Sara Roberta Maurício Da Silva
DISLEXIA
GUARULHOS - SP
2017
Cristina Silva Souza – RA: 1859686784
Isabella Cristina Oliveira – RA: 5939519321
Lorraine Oliveira Silva – RA: 5943547286
Mayara Bittencourt Machado – RA: 1845629764
Ranna Lisie De Campos – RA: 1846668152
Rayanneffer Oliveira Santos – RA: 1843888100
Sara Roberta Maurício Da Silva – RA: 1847674533
DISLEXIA
Trabalho apresentado à Faculdade Anhanguera de Guarulhos como requisito parcial para obtenção referente a nota B2 da disciplina de processos psicológicos básicos em Psicologia. 
Professora: Gledis Torrecilha.
Guarulhos – SP
2017
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO
A dislexia é um distúrbio referente a uma complicação especifica na aprendizagem, acima de tudo no processo de aprendizagem de leitura nas primeiras séries da escola. A dislexia pode ter relação a um baixo desempenho de leitura e escrita.
Desta maneira, o objetivo é analisar algumas gravidades que a dislexia causa no desenvolvimento da aprendizagem/alfabetização. O objetivo principal é identificar as dificuldades que a dislexia trás no processo de alfabetização.
Refere-se então a uma pesquisa bibliográfica para tratar do assunto em questão.
 CONCEITO 
A terminologia Dislexia origina-se da imitação das palavras gregas: dys = difícil - prejudicada, e lexis = palavra, ou seja; palavra prejudicada. (GUIMARÃES, 1986, p. 83)
Em uma definição mais simples, possuímos a dislexia como uma incapacidade incompleta de uma pessoa em ler, não entendendo o que se lê, mesmo que a possua a inteligência, audição e visão normais e de serem provenientes de lares adequados, isto é, que não passem privação de ordem doméstica ou cultural (MARTINS, 2001, p.1). 
Martins (2001, p.1) nos explica que pessoas disléxicas podem possuir muitas habilidades. Pessoas disléxicas costumam ter o lado direito do cérebro mais desenvolvido que o esquerdo. Com isso, tem mais capacidade para atividades ligadas à criatividade. Eles geralmente também adquirem caráter empreendedor. Por isso, a repetição do distúrbio é maior entre cientistas, escritores e personalidades do mundo empresarial e político.
De acordo com Petrossi (2004, p.11), as seguintes personalidades eram disléxicas:
Albert Einstein - O maior físico do século 20, pai da teoria da relatividade, começou a falar tarde, tinha raciocínio lento e baixo rendimento escolar e só foi alfabetizado aos 9 anos 
- Leonardo da Vinci - Um dos pintores mais famosos do mundo, autor de Mona Lisa, manuscritos acusam o distúrbio da síndrome, sendo que ele escrevia de trás para frente – traço característico de disléxicos canhotos
 - Thomas Edison - Cientista do século 19, inventor a lâmpada incandescente, era tido como mentalmente atrasado pelos seus professores, devido ao distúrbio, sua mãe passou a educá-lo sozinha
- Agatha Christie - A mais famosa escritora policial de todos os tempos, autora de mais de 80 livros. Agatha não escrevia seus livros diretamente. Ela ditava as histórias para uma secretária ou usava um gravador.
 O que é dislexia? 
Para se achar um significado para dislexia utilizamos o artigo científico: Dislexia na escola: identificação e possibilidades de intervenção, de Sônia das Dores Rodrigues (Pedagoga e Psicopedagoga) e Sylvia Maria Ciasca (Professora Associada III) (2016), segundo as autoras dislexia pode ser determinada de uma seguinte forma: 
A dislexia é um transtorno específico de aprendizagem, de origem neurológica. Acomete pessoas de todas as origens e nível intelectual e caracteriza-se por dificuldade na precisão (e/ou fluência) no reconhecimento de palavras e baixa capacidade de decodificação e de soletração. Essas dificuldades são resultado de déficit no processamento fonológico, que normalmente está abaixo do esperado em relação a outras habilidades cognitivas. Problemas na compreensão e reduzida experiência de leitura normalmente são as consequências secundárias desse transtorno. (RODRIGUES; CIASCA, 2016, p. 87) 
Figueira (2012) disserta que é normal ouvir, quando se trata do assunto dislexia, relacionada com a palavra doença. Na época atual é um termo errado, pois na realidade refere-se à uma dificuldade, um distúrbio de ordem congênita hereditária. Existem alguns níveis de dislexia (leve, moderado e agudo), a duração do acompanhamento profissional não é precisa, podendo atingir até quatro em média.
Acrescenta Figueira (2012) que vale relembrar que tal assistência não aponta uma cura, visto que não existe cura. Trata-se de apresentar caminhos para que o disléxico possa evoluir com as próprias pernas.
Ciasca e Rodrigues (2016) definem que a causa da dislexia não está totalmente nítida, alguns estudos de neuroimagem afirmam que existe particularidades no crescimento e na desenvoltura cerebral. E da mesma forma existe um forte fator genético, sendo que alguns estudos clínicos comprovam que 50% de crianças com dislexia, possuem pais e irmãos com o mesmo transtorno. 
CLASSIFICAÇÃO DA DISLEXIA
A dislexia pode ser classificada como: 
Disfonética ou fonológica: identificada como uma dificuldade na leitura das palavras consideradas familiares, geralmente relacionadas a uma alteração no lobo frontal. 
Diseidética ou superficial: identificada como uma dificuldade na leitura referente a uma dificuldade visual, do qual o processo é deficiente. Está relacionado a uma alteração no lobo occipital. 
Mista: é identificada por quem apresenta a disfonética e a diseidética, no qual está relacionado a uma alteração no lobo pré-frontal, frontal, occipital e temporal.
 Sintomas e Diagnóstico
No Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais – DSM-5 a dislexia está inclusa numa categoria mais abrangente, nomeada como transtorno especifico da aprendizagem. Segundo este manual, é diagnosticado da seguinte forma: 
1. Leitura de palavras de forma imprecisa ou lenta e com esforço (p. ex., lê palavras isoladas em voz alta, de forma incorreta ou lenta e hesitante, frequentemente adivinha palavras, tem dificuldade de soletrá-las). 
2. Dificuldade para compreender o sentido do que é lido (p. ex., pode ler o texto com precisão, mas não compreende a sequência, as relações, as inferências ou os sentidos mais profundos do que é lido). 
3. Dificuldades para ortografar (ou escrever ortograficamente) (p. ex., pode adicionar, omitir ou substituir vogais e consoantes). 
4. Dificuldades com a expressão escrita (p. ex., comete múltiplos erros de gramática ou pontuação nas frases; emprega organização inadequada de parágrafos; expressão escrita das déias sem clareza). 
5. Dificuldades para dominar o senso numérico, fatos numéricos ou cálculo (p. ex., entende nú- meros, sua magnitude e relações de forma insatisfatória; conta com os dedos para adicionar números de um dígito em vez de lembrar o fato aritmético, como fazem os colegas; perde-se no meio de cálculos aritméticos e pode trocar as operações). 
6. Dificuldades no raciocínio (p. ex., tem grave dificuldade em aplicar conceitos, fatos ou operações matemáticas para solucionar problemas quantitativos). 
(DSM-5, 2014, p. 66)
Apesar disso, o simples aparecimento de um ou dois sintomas, não quer dizer que a criança apresente dislexia, sendo que a presença de um desses fatores pode ser resultante de diversos outros fatores. 
Sendo assim, o manual DSM-5 leva em consideração outros fatores tais como: 
Persistência da dificuldade por pelo menos 6 meses (apesar de intervenção dirigida); 
Habilidades acadêmicas substancial e qualitativamente abaixo do esperado para a idade cronológica (confirmado por testes individuais e avaliação clínica abrangente); 
As dificuldades iniciam-se durante os anos escolares,mas podem não se manifestar completamente até que as exigências acadêmicas excedam a capacidade limitada do indivíduo, como, por exemplo: baixo desempenho em testes cronometrados; leitura ou escrita de textos complexos ou mais longos e com prazo curto; alta sobrecarga de exigências acadêmicas; 
As dificuldades não são explicadas por deficiências, transtornos neurológicos, adversidade psicossocial, instrução acadêmica inadequada ou falta de proficiência na língua de instrução acadêmica. (DSM-5, 2014, p. 67)
Segundo Rubino (2008, p. 84) “quando não são diagnosticadas, as crianças disléxicas enfrentam sérias dificuldades na aprendizagem e ficam desmotivadas e abaladas em sua auto-estima.” 
Conforme Rubino (2008) os disléxicos possuem uma inteligência forma do normal, independentemente de suas atividades escolares não possuírem tanto desempenho. Pessoas com dislexias são criativas e possuem capacidade inovadora que supera pessoas que não possuem a dislexia, pois se voltam a ativar outras partes do cérebro, para suprir suas dificuldades. 
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Compreende-se que a dislexia é uma dificuldade imutável, e por esse motivo tem como responsabilidade todos os envolvidos, especialmente cabe à família e a escola dar total apoio ao disléxico.
A incompreensão do distúrbio disléxico por parte de pais, professores e sociedade transforma-se em algo pesado para a criança disléxica, que se sente sozinha, em torno de uma sociedade preconceituosa e ignorante, que habitualmente o rotula de “burro” e “preguiçoso”
Sendo assim, resta ao aluno que dê a sorte de encontrar alguém habituado e com conhecimento, para que reconheça sua dificuldade e veja seus sintomas, para que assim possa repassar a seus familiares e a coordenação do colégio, assim sendo encaminhado para uma equipe interdisciplinar para trabalhar com esse indivíduo da melhor forma possível. 
O transtorno da dislexia não possui cura, mas com o merecido diagnóstico e tratamento, as crianças disléxicas chegam a ter mudanças de desenvolvimento com melhora intensa. 
Dislexia não é contagioso. É sim um transtorno de aprendizagem, que ataca diversas crianças no mundo todo. Por esse motivo, diagnosticar, avaliar e tratar a Dislexia, entender seu tipo, sua essência, é papel do Estado e da sociedade, passando a ser um direito de todas as famílias com crianças disléxicas em idade escolar. 
REFERÊNCIAS
CIASCA, Sylvia; RODRIGUES, Sônia. Dislexia na escola: identificação e possibilidades de intervenção. São Paulo: Revista Psicopedagogia, 2009. – Disponível em http://pepsic.bvsalud.org/pdf/psicoped/v26n81/v26n81a02.pdf. Acesso em 14 de maio de 2017;
FIGUEIRA, Guilherme Luiz Mascarenhas. Um olhar psicopedagógico sobre a dislexia. Especialização em Psicopedagogia. Universidade Cândido Mendes. Niterói: RJ. 2012. Disponível em: http://www.avm.edu.br/docpdf/monografias_publicadas/N204682.pdf. Acesso em 14 de maio de 2017. 
MARTINS, Vicente. (2001). Como descobrir uma criança disléxica: Disponível em http://www.portal.educacao.salvador.ba.gov.br. Acesso em 14 de maio de 2017;
PETROSSI, Eduardo. Ler ou não ler – o que é dislexia: Revista Superinteressante – Edição 207 – Dezembro de 2004 – Disponível em http://super.abril.com.br/saude/o-que-e-dislexia/. Acesso em 14 de maio de 2017; 
RUBINO, Rejane. SOBRE O CONCEITO DE DISLEXIA E SEUS EFEITOS NODISCURSO SOCIAL. Disponível em http://www.revistas.usp.br/estic/article/view/68523/71058. Acesso em 14 de maio de 2017.

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