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Eletricidade Aplicada Capacitores 1. O capacitor e a capacitância O capacitor é um componente que tem como finalidade armazenar energia elétrica. Um capacitor elementar consiste em duas placas planas de material condutor com área (A), situadas próximas entre si, a uma distância constante (d), separadas pelo ar ou algum outro material isolante (dielétrico). Ligados a essas placas condutoras estão os terminais para conexão deste com outros componentes, conforme figura ao lado. Se aplicamos uma tensão contínua entre estas placas, conectando o pólo positivo da fonte a uma, e o pólo negativo a outra, se produzirá uma distribuição de cargas nestas placas, de modo que: A placa conectada ao pólo positivo cederá elétrons à fonte (a placa ficará carregada positivamente). A segunda placa, conectada ao pólo negativo da fonte, receberá elétrons (a placa ficará carregada negativamente). Depois de um determinado tempo, o movimento de cargas cessa e o capacitor fica carregado. Quanto maior a diferença de potencial aplicada às placas, maior será a quantidade de elétrons trocada entre as placas e a fonte. Assim, a quantidade de carga (Q) armazenada num capacitor é diretamente proporcional à diferença de potencial (V) entre sua placas. Capacitância: É a característica que um capacitor tem de armazenar mais ou menos cargas elétricas por unidade de tensão. Em que C é a Capacitância, Q é a carga elétrica e V a tensão. Quando aplicamos uma tensão de 1 volt (V) e o capacitor armazenar 1 coulomb (C), teremos então uma capacitância igual a 1 farad (F). Podemos ainda expressar a capacitância de um capacitor de placas paralelas em função das suas características construtivas. Essa capacitância será tanto maior quanto maior for a permissividade do dielétrico utilizado, maior for a área da placa e quanto menor for a distância entre estas placas. Assim, podemos calcular a capacitância conforme equação abaixo. Onde A é a área da placa metálica, é a permissividade do dielétrico e d é a distância entre as placas. Devido às dificuldades construtivas, os capacitores encontram-se situados em faixa de valores de submúltiplos do farad, como microfarad (µF), nanofarad (nF) e o picofarad (pF). Plotando C em função de d, obtém-se uma hipérbole, conforme gráfico da capacitância versus distância entre as placas. Plotando C em função do inverso da distância (1/d) devemos obter uma reta, visto que, a capacitância é diretamente proporcional ao inverso da distância (d). A tabela abaixo mostra alguns meios com sua respectiva permissividade elétrica. Além do valor da capacitância é preciso especificar o valor limite da tensão a ser aplicada entre seus terminais. Esse valor é denominado tensão de isolação e varia conforme o tipo de capacitor. Consiste na tensão máxima que pode ser aplicada entre as placas do capacitor com segurança, indicada em cada capacitor comercial. Esta tensão máxima é definida pelo máximo campo elétrico suportado pelo dielétrico, também denominada tensão de ruptura do dielétrico. Os valores tanto da capacitância como da tensão máxima de trabalho são normalizados, portanto, quando uma dada capacitância ou tensão é necessária, e não está disponível, devem-se construir associações em série e ou em paralelo. 2. Carga de um capacitor A seguir vamos estudar o capacitor na situação de carga e descarga. Ao aplicar a um capacitor uma tensão contínua por meio de um resistor, este se carrega com uma tensão cujo valor depende do intervalo de tempo em que se desenvolverá o processo. Na figura temos um circuito para carga do capacitor. Estando o capacitor inicialmente descarregado (Vc=0), em t =0, fechamos a chave S do circuito. A corrente nesse instante é a máxima do circuito, ou seja, . A partir daí, o capacitor inicia um processo de carga com aumento gradativo da tensão entre seus terminais e consequentemente, ocorre diminuição da corrente, obedecendo a uma função exponencial, até atingir o valor zero, quando este estiver totalmente carregado. No instante t=0 observamos que a tensão nos terminais do capacitor é Vc=0 e após carregar-se totalmente, Vc≈E. 3. Descarga de um capacitor Estando o capacitor carregado, podemos montar um circuito para a sua descarga. No instante t=0, fechamos a chave S do circuito e o capacitor inicia sua descarga por meio do resistor R. Nesse instante, a corrente no circuito será a máxima e a partir daí diminui, obedecendo a uma função exponencial, até atingir o valor zero, quando o capacitor estiver totalmente descarregado. Observando a curva de tensão no capacitor, vemos que em t=0 temos a tensão máxima, em seguida, com a descarga do capacitor essa tensão cai exponencialmente até atingir o valor zero. Resumindo: No instante em que a chave for fechada, toda a tensão da bateria aparece sobre o resistor e nenhuma sobre o capacitor. Neste instante, o capacitor se comporta como um curto- circuito. A tensão sobre o resistor decresce com o tempo enquanto a tensão sobre o capacitor aumenta com o tempo. Note que o capacitor bloqueará o fluxo de corrente contínua quando estiver carregado. O capacitor carregado se comporta como um circuito aberto. 4. Associação de Capacitores Da mesma forma que podemos associar resistores, também podemos associar capacitores com a finalidade de obtermos valores de capacitâncias equivalentes diferentes dos valores comerciais em que os capacitores são fabricados. 4.1 Associação em série Uma ligação em série de capacitores diminui a capacitância total porque efetivamente aumenta o espaçamento entre as placas. Na associação em série de capacitores as placas se carregem em efeito cascata e todos os capacitores adquirem a mesma carga. Porém como o circuito é série, as tensões nos capacitores de somam. Assim, Como, A capacitância equivalente de n capacitores em série é dada pelo inverso da soma dos inversos das capacitâncias dos n capacitores. Para apenas dois capacitores em série esta expressão equivale a: Exemplo 1: Para o circuito da Figura abaixo: a) Determine a capacitância total. b) Determine a carga em cada placa. c) Calcule a tensão entre os terminais de cada capacitor. Solução: a) ( ) b) c) ; 4.2 Associação em paralelo A ligação em paralelo de capacitores aumenta a capacitância total porque aumenta a área de placas recebendo cargas. Na associação em paralelo de capacitores todos os capacitores estão sujeitos à mesma tensão. Porém, cada capacitor se carrega independentemente e a quantidade de carga armazenada aumenta, assim: Como, A capacitância equivalente de n capacitores em paralelo é dada pela soma das capacitâncias dos n capacitores. Da mesma forma como é feito o estudo de circuitos resistivos,a associação mista de capacitores deve ser analisada em partes. Exemplo 2: Para o circuito da Figura abaixo: a) Determine a capacitância total. b) Determine a carga em cada placa. c) Calcule a carga total. Solução: a) b) c) Exemplo 3: Determine a tensão entre os terminais e a carga de cada capacitor do circuito. Solução: Exemplo 4: Determine a tensão entre os terminais e a carga do capacitor após estar totalmente carregado. Solução: Quando o capacitor está totalmente carregado ele comporta como um circuito aberto. Assim, Exercícios 1. Um capacitor formado por duas placas paralelas separadas por uma camada de ar de 0,3 cm de espessura e, tendo uma capacitância de 15,0 pF é ligado a uma fonte de 150 V. a) Qual a carga do capacitor? b) O dielétrico de ar é substituído por uma folha de mica de 0,3 cm de espessura. Qual é a capacitância com o dielétrico de mica? c) Que carga adicional recebe o capacitor? 2. Encontre a distância entre as placas paralelas de um capacitor de 0,01 mF , se a área de cada placa é de 0,07 m2 e o dielétrico é de porcelana. Qual a máxima tensão admitida pelo capacitor? Indutores 1. O Indutor e a Indutância Analisamos o funcionamento do resistor e do capacitor. Neste capítulo vamos discutir um terceiro elemento, o indutor. O indutor, também conhecido por bobina, é um elemento usado em circuitos elétricos, eletrônicos e digitais com a função de acumular energia através de um campo magnético, também serve para impedir variações na corrente elétrica. Os indutores também são usados para formar um transformador, além de ser extensamente utilizados como filtro do tipo passa baixa (que exclui sinais de alta frequência). Essas características são obtidas através de um condutor metálico enrolado em uma bobina, que ao receber corrente elétrica variável, induz uma voltagem no condutor de sentido contrário aquela que está originalmente passando, segundo a lei de Lenz. Nos circuitos elétricos e eletrônicos, representamos os indutores nos circuitos como um fio enrolado. A indutância, representada pela letra L, é o parâmetro usado, nos circuitos elétrico/eletrônico/digital para descrever a característica do indutor. A indutância é usada para calcular a voltagem induzida por um campo magnético devido a uma corrente de valor variável, que atravessa os fios da bobina de um indutor. A unidade da indutância é o henry (H), em homenagem ao cientista Joseph Henry, grande estudioso do fenômeno da auto- indutância eletromagnética. Os indutores são bobinas de dimensões diversas projetadas para introduzir quantidades específicas de indutância em um circuito. A indutância de uma bobina varia diretamente com as propriedades magnéticas de seu núcleo. A indutância de uma bobina pode ser calculada pela equação: Onde N é o número de espiras; µ, a permeabilidade do núcleo (que não é uma constante); A é a área da seção reta do núcleo em metros quadrados; e é o comprimento do núcleo em metros. é a permeabilidade relativa do núcleo e é a permeabilidade quando o núcleo é de ar, cujo valor é . Exemplo 1: Determine a indutância da bobina de núcleo de ar da figura. Solução: ( ) ( ) ( )( ) Exemplo 2: Repita o exercício anterior, mas com um núcleo de ferro, supondo que 2. Comportamento do circuito R-L As variações de corrente e tensão que ocorrem em um circuito de corrente contínua quando um indutor armazena energia sob a forma de um campo magnético podem ser definidas examinando o circuito abaixo. No instante em que a chave é fechada, a indutância do indutor não permite que ocorra uma variação instantânea da corrente. A queda de potencial no indutor, , é igual à tensão aplicada E, portanto a corrente que passa pelo circuito é zero. A corrente passa a aumentar até que a queda de tensão no indutor chegue a zero e a queda de tensão no resistor seja igual à tensão da fonte. Você se lembra da discussão sobre capacitores? Onde o capacitor se comportava como um curto-circuito no momento em que a chave é fechada e como um circuito aberto quando o circuito atinge o estado estacionário. No caso do indutor acontece exatamente o oposto. Inicialmente ao fechar a chave o indutor funciona como um circuito aberto, e uma vez que atinge o estado estacionário se comporta como um curto-circuito. 3. Indutores em Série e em Paralelo Os indutores, como os resistores e capacitores, podem ser conectados em série ou em paralelo. Podemos obter valores maiores de indutância ligando indutores em série e valores menores ligando indutores em paralelo. No caso dos indutores em série a indutância total é calculada da mesma forma que a resistência total para os resistores ligados em série. No caso de indutores em paralelo, a indutância total é calculada da mesma forma que a resistência total para resistores ligados em paralelo. Para dois indutores em paralelo: Exemplo 3: Reduza o circuito da figura à forma mais simples. Solução: Os indutores e possuem valores idênticos e estão em paralelo, resultando em uma indutância equivalente de: O indutor de 0,6H resultante está em paralelo com o indutor de 1,8H, asism: O indutor está em série com o indutor equivalente , portanto, temos abaixo o valor da indutância equivalente e o circuito equivalente. 4. Circuito RL e RLC com entradas CC Vimos anteriormente, que para efeitos práticos, um indutor pode ser substituído por um curto-circuito em um circuito de corrente contínua após atingir seu estado estacionário. Assim como os capacitores, quando atinge seus valores finais, podem ser representados por circuitos abertos. Nos exemplos a seguir vamos considerar essas condições. Exemplo 4: Determine a corrente e a tensão para o circuito da Figura. Solução: Fazendo as substituições temos o seguinte circuito equivalente. Exemplo 5: Determine as correntes I1 e I2 e as tensões V1 e V2 para o circuito. Solução: Após o estado estacionário dos capacitores e indutores, podemos representar o circuito conforme a figura abaixo: ( ) ( ) Exercícios Tensão e Corrente Alternada 1. Introdução Até agora só analisamos circuitos de corrente contínua, nos quais as tensões e correntes não variam. Vamos agora partir para a análise de circuitos nos quais a intensidadeda fonte varia de certa maneira. Vamos estudar a tensão variante no tempo fornecida pelas empresas geradoras de energia elétrica, a tensão CA (abreviação de corrente alternada, do inglês alternate current - ac). O termo CA indica que o valor da tensão ou da corrente alterna ao longo do tempo, regularmente entre dois níveis. Podemos ter ondas senoidais, quadradas e triangulares. O sinal alternado, cuja forma de onda é a senoidal, é encontrado na grande maioria das aplicações e gerada nas usinas de energia elétrica de todo o mundo. 2. Tensão alternada senoidal 2.1 Geração A tensão alternada senoidal pode ser gerada por diversas fontes. A mais comum é originada em uma usina geradora, alimentadas por quedas d’agua, óleo, gás ou fissão nuclear. Em cada caso um gerador CA (alternador) é o equipamento responsável pelo processo de conversão de energia mecânica em energia elétrica. A energia oriunda de uma das fontes mencionadas é utilizada para girar um rotor (constituído com pólos magnéticos alternados) envolvido pelos enrolamentos do estator, induzindo assim uma tensão no estator, como definida pela lei de Faraday: Usando um gerador projetado apropriadamente obteremos nos terminais de saída uma tensão alternada senoidal que pode ter a sua amplitude aumentada para ser distribuída através das linhas de transmissão até chegar aos consumidores. No caso dos painéis solares, no qual não temos um gerador, a tensão contínua obtida é transformada em corrente alternada através de um sistema eletrônico chamado inversor. 2.2 Definições Ao longo do estudo das diversas definições, o eixo vertical dos gráficos é usado para representar tensões e correntes, enquanto que o eixo horizontal sempre representa o tempo. 1. Valor instantâneo: Amplitude de uma forma de onda em um instante de tempo qualquer. É representado por letras minúsculas (e1, e2). 2. Amplitude de pico: Valor máximo de uma forma de onda em relação ao valor médio. É representado por letras maiúsculas como Em para fontes de tensão e Vm para quedas de tensão por meio de uma carga. Na figura acima o valor médio é zero. 3. Valor de pico: Valor máximo de uma função medido a partir do zero. No caso acima o valor de pico é igual à amplitude de pico devido o valor médio da função ser zero. 4. Valor pico a pico: Diferença entre os valores dos picos positivo e negativo, ou seja, a soma dos módulos das amplitudes positiva e negativa. É denotado por Ep- p ou Vp-p. 5. Forma de onda periódica: Forma de onda que se repete continuamente após um certo intervalo de tempo constante. 6. Período (T): Intervalo de tempo entre repetições sucessivas de uma forma de onda periódica (T1=T2=T3). 7. Frequência (f): O número de ciclos que ocorrem em 1s. A frequência da forma de onda na figura (a) é 1 ciclo por segundo, na figura (b) 2,5 ciclos por segundo, na figura (c) temos uma forma de onda com frequência de 2 ciclos por segundo e período de 0,5s. A unidade de frequência é o hertz (Hz), onde 1 hertz (Hz) equivale a 1 ciclo por segundo. A frequência mais comum em redes de transmissão é de 60 Hz, com exceção de boa parte da Europa, que opera em 50Hz. Sabemos ainda que a frequência é inversamente proporcional ao período, sendo relacionadas pela equação abaixo: Exercício 1 – Calcule o período de uma forma de onda periódica cuja frequência é: a) 60 Hz b) 1000 Hz. Solução: a) b) Exercício 2 – Determine a frequência da forma de onda vista na figura abaixo. A partir da figura temos T=(25ms-5ms)=20ms, portanto: 2.3 Expressão Geral para Tensão e Correntes Senoidais A equação geral para tensões e correntes senoidais é: Onde Am é o valor de pico da onda e α é um ângulo na unidade do eixo horizontal. O valor de α pode ainda ser expresso em termos da velocidade angular ω, conforme equação: Essa velocidade por usa vez pode ainda ser expressa em termos da frequência da onda. No caso das grandezas elétricas como a tensão e corrente, as expressões são: O ângulo associado a um valor particular da tensão é obtido manipulando as equações acima e pode ser descrito conforme equações abaixo, para um determinado valor de tensão ou corrente: Lembrando que as letras minúsculas representam os valores instantâneos e as letras maiúsculas os valores de pico. Exemplo 3 – Sabendo que e = 5 senα, determine e para α=40° e α=0,8 π rad. Exemplo 4 – a) Determine o ângulo para o qual o valor da função é 4V. b) Determine o momento em que a função assume o valor dado no item (a). Solução: a) b) Exemplo 5 – Esboce o gráfico de a) O ângulo α em graus; b) O ângulo α em radianos; c) O tempo t em segundos. Solução: Note que não é necessário fazer nenhum cálculo. a) b) c) 2.4 Valor Eficaz Quando se aplica uma tensão contínua sobre um resistor, a corrente que circula por ele possui um valor constante. Como resultado disso, estabelece-se uma dissipação de potência no resistor: P = V . I Essa potência é dissipada em regime contínuo, fazendo com que haja um desprendimento constante de calor no resistor. Por outro lado, aplicando-se uma tensão alternada senoidal a um resistor, estabelece-se a circulação de uma corrente alternada senoidal. Como a tensão e a corrente são variáveis, a quantidade de calor produzido no resistor varia a cada instante: Nos momentos em que a tensão é zero, não há corrente e também não há produção de calor (P = 0). Nos momentos em que a tensão atinge o valor máximo (VP), a corrente também atinge o valor máximo (IP) e a potência dissipada é o produto da tensão máxima pela corrente máxima (PP = VP . IP). Quanto a tensão está no pico negativo (-VP) a corrente também se encontra no pico negativo (–IP). Daí, pelo produto, temos a potência positiva. Em consequência dessa produção variável de "trabalho" (calor) em CA, verifica-se que um resistor de valor R ligado a uma tensão contínua de 10V produz a mesma quantidade de "trabalho" (calor) que o mesmo resistor R ligado a uma tensão alternada de valor de pico de 14,1 V, ou seja, 10 VEF. Assim, pode-se concluir que a tensão eficaz de uma CA senoidal é um valor que indica a tensão (ou corrente) contínua correspondente a essa CA em termos de produção de trabalho, ou seja, define-se valor eficaz da corrente como o valor que deveria ter uma corrente contínua para produzir num resistor o mesmo efeito calorífico que produz a corrente alternada. Existe uma relação constante entre o valor eficaz (ou valor RMS - raiz quadrática média) de uma CA senoidal e seu valor de pico. Essa relação auxilia no cálculo da tensão / corrente eficaz e é expressa como é mostrado a seguir. Exemplo 6- Calcule os valores eficazes para as formas de onda senoidais abaixo: a) √ b) Idem ao anterior, √ . Note que a mudança na frequência não alterou o valor eficaz. c) √ Exemplo 7- Uma fonte contínua fornece 3,6W à uma carga. Determine os valores de pico da tensão aplicada (Em) e da corrente (Im) para que a fonte alternada forneça a mesma potência a uma carga idêntica. ExercíciosCircuitos RLC em Tensão/Corrente Senoidal 1. Resposta dos dispositivos básicos R, L e C Estudaremos neste capítulo a resposta dos dispositivos básicos, resistor (R), indutor (L) e capacitor (C) à aplicações de tensões ou correntes senoidais. 1.1 Resistor Em termos práticos, para frequências da rede elétrica, o valor da resistência não é influenciado por tensões ou correntes senoidais aplicadas, podendo ser considerado constante e a lei de Ohm pode ser aplicada. 1.2 Indutor Devido suas características construtivas, o indutor provoca uma oposição à variação de corrente elétrica, assim, provoca uma defasagem na corrente alternada. Observe que o valor de pico da tensão no indutor é diretamente proporcional a ( ) e a L. ( ) ( ) ( ) Podemos calcular a oposição criada pelo indutor em um circuito de corrente alternada senoidal utilizando a Lei de Ohm. Essa grandeza é denominada reatância indutiva, é simbolizada por e medida em ohms. Assim, ( ) No caso de um dispositivo puramente resistivo, a tensão e a corrente no dispositivo estão em fase, sendo a relação entre os seus valores de pico dada pela lei de Ohm. Para um indutor, está adiantada 90° em relação a ou está atrasada 90° em relação a 1.3 Capacitor Lembremos que a capacitância é a medida da rapidez com que um capacitor armazena cargas em suas placas. Para uma dada capacitância, quanto maior a taxa de variação da tensão entre os terminais de um capacitor, maior a corrente capacitiva. Assim, ( ) ( ) ( ) Podemos calcular a oposição criada pelo capacitor em um circuito de corrente alternada senoidal utilizando a Lei de Ohm. Essa grandeza é denominada reatância capacitiva, é simbolizada por e medida em ohms. Assim, ( ) É possível determinar se um circuito é predominantemente capacitivo ou indutivo observando a relação de fase entre a tensão e a corrente de entrada. Exemplo 1: Considerando a tensão no resistor , calcule a expressão para a corrente, sendo o resistor de 10Ω. Esboce os gráficos de e . Solução: ( ) Para um capacitor, está atrasada 90° em relação a ou está adiantada 90° em relação a Se a corrente estiver adiantada em relação à tensão aplicada, o circuito será predominantemente capacitivo, se a tensão estiver adiantada em relação à corrente, ele será predominantemente indutivo. Exemplo 2: A corrente em um indutor de 0,1H é dada por . Determine a expressão para a tensão no indutor. Esboce as curvas de e . Solução: ( ) ( ) ( ) Exemplo 3: A tensão em um indutor de 0,5H é dada por . Determine a expressão para a corrente no indutor. Solução: E sabendo que i está atrasada 90° em relação a : ( ) Exemplo 4: A tensão em um condutor de 1µF é dada por . Determine a expressão para a corrente. Faça um esboço das curvas de e . Solução: E sabendo que para um capacitor i está adiantada 90° em relação a : ( ) 2. Fasores Fasor é um número complexo que representa a amplitude e fase de uma senóide. Senóides são facilmente expressas em termos de fasores, os quais são muito mais fáceis de serem trabalhados do que as funções seno e cosseno. Um número complexo Z pode ser escrito na forma retangular como: O primeiro termo R denomina-se parte real e o segundo termo é denominado parte imaginária. Pode ser representada num plano complexo (diagrama fasorial), conforme a figura ao lado. Conhecendo os valores de Z e φ, pode-se expressar o número na forma polar: | | √ Z = Z|φ_ O caminho inverso pode ser determinado pelas seguintes fórmulas: | | | | 3. Impedância Em circuitos elétricos representamos a impedância de um circuito pela letra Z. Explicitando Z, vemos que a impedância é a razão entre a tensão fasorial e a corrente que o atravessa. A resistência representa a parte real da impedância. Já a parte imaginária é representada pelas reatâncias indutivas (positivo) e capacitivas (negativo). Se utilizarmos a forma polar temos: 3.1 Impedâncias em série e em paralelo As propriedades gerais em circuitos CA são as mesmas de um circuito CC. Veremos essas propriedades através de exemplos. Exemplo 1: Construa o diagrama de impedâncias para o circuito e determine a impedância total. Solução: Exemplo 2: Construa o diagrama de impedâncias para o circuito e determine a impedância total. Solução: ( ) Como podemos ver o circuito é predominantemente capacitivo. Exemplo 3: Para o circuito visto ao lado calcule a impedância de entrada. Exemplo 4: Dado o circuito calcule as correntes . Exercícios Triângulo de Potências 1. Fator de Potência Os conhecimentos adquiridos na análise de circuitos de corrente contínua (e também nos circuitos resistivos de corrente alternada) parecem indicar que a potência fornecida a uma carga é determinada simplesmente pelo produto da corrente pela tensão aplicada, qualquer que seja a natureza da carga, ou seja, . Entretanto, como vimos nos capítulos anteriores, elementos capacitivos e indutivos provocam uma defasagem entre a tensão e a corrente em um circuito. Esses elementos tem uma influência significativa no valor da potência fornecida. O , por tal influência, recebeu o nome de fator de potência. Para uma carga puramente resistiva a diferença de fase entre e é 0°, portanto o fator de potência . No caso de uma carga puramente reativa (indutiva ou capacitiva) a diferença de fase entre e é 90° e . Neste caso a potência entregue a carga é nula. Nas situações em que a carga é uma combinação de dispositivos resistivos e reativos, o fator de potência tem valor entre 0 e 1. Quanto mais resistiva for a carga mais próximo da unidade estará o fator de potência. Os termos adiantado e atrasado são frequentemente escritos juntamente com o fator de potência. Quando a corrente está adiantadaem relação à tensão, dizemos que a carga tem um fator de potência adiantado. Quando a corrente está atrasada, dizemos que a carga tem um fator de potência atrasado. Exemplo 1: Determine os fatores de potência das cargas nas figuras a seguir e verifique se eles são atrasados ou adiantados. Solução: | ( )| ( ) Solução: | | ( ) Solução: | | ( ) Os circuitos capacitivos tem um fator de potência adiantado, enquanto circuitos indutivos tem um fator de potência atrasado. 2. Potência Aparente, Potência Ativa e Potência Reativa Como vimos, o fator de potência tem um efeito considerável sobre a potência dissipada. Embora o produto da tensão pela corrente nem sempre seja igual à potência fornecida, trata-se de um parâmetro útil para a descrição, especificação de componentes e de sistemas elétricos. Esse parâmetro e chamado de potência aparente e representado pelo símbolo S. Como a potência aparente é simplesmente o produto da tensão pela corrente, sua unidade é o volt-ampère, cuja abreviação é VA. ( ) A Potência ativa (ou potência média) é aquela que é transformada em trabalho e é fornecida a carga. Ela é expressa em W (watt). ( ) Relacionando as duas grandezas, obtemos o fator de potência: Portanto, o fator de potência de um circuito é a razão entre a potência média e a potência aparente. Para um circuito puramente resistivo essas grandezas são iguais. A potência reativa é a potência consumida por reatâncias (indutivas ou capacitivas) no armazenamento de energia, magnética ou elétrica, para o devido funcionamento do sistema elétrico. No caso da Potência Reativa, existe a dualidade entre os tipos de reatância, daí ser atribuído o sinal positivo à Potência reativa Indutiva e o negativo à Potência reativa Capacitiva. O símbolo da potência reativa é Q e sua unidade de medida é o volt-ampère reativo (VAR) e pode ser calculada pela equação abaixo: ( ) Onde é o ângulo de fase entre V e I. 3. O Triângulo de Potências As grandezas potência aparente, potência ativa e potência reativa estão relacionadas no domínio vetorial por: Com Para uma carga indutiva, a potência fasorial S é definida por: Para uma carga capacitiva, a potência fasorial S é definida por: Como pode-se notar, a potência ativa e a potência reativa tem sempre um ângulo de defasamento de 90°, assim, os três valores estão relacionados pelo Teorema de Pitágoras: Exemplo 1: Calcule a corrente do circuito, as tensões em cada elemento, as potências ativa, reativa e aparente do circuito abaixo. Em seguida calcule o fator de potência do circuito e desenhe o triângulo de potências. Solução: ( )( ) ( )( ) ( )( ) ( ) Exemplo 2: Para o sistema mostrado na figura calcule: a. As potências aparente, ativa e reativa e o fator de potência em cada ramo. b. As potências aparente, ativa e reativa e o fator de potência do sistema. Desenhe o triângulo de potências. c. Calcule a corrente I fornecida pela fonte. Solução: a. Lâmpadas Aquecedores Motor ( ) Carga Capacitiva ( ) √ √ b) (L) √ √ c) O fator de potência é atrasado: E está adiantada de I por um ângulo de 8,89°. Assim, 4. Correção de Fator de Potência O fator de potência é uma relação entre potência ativa e potência reativa, conseqüentemente energia ativa e reativa. Ele indica a eficiência com a qual a energia está sendo usada. Um alto fator de potência indica uma eficiência alta e inversamente um fator de potência baixo indica baixa eficiência. Um baixo fator de potência indica que você não está aproveitando plenamente a energia, e a solução para corrigir, é a instalação de Banco de Capacitores. Diversas são as causas que resultam num baixo fator de potência em uma instalação, relacionamos algumas delas: Motores de indução trabalhando em vazio durante um longo período de operação; Motores superdimensionados para as máquinas a eles acopladas; Transformadores em operação em vazio ou em carga leve; Máquinas rotativas em geral; Grande número de reatores de baixo fator de potência suprindo lâmpadas de descarga (lâmpadas fluorescentes, vapor de mercúrio, vapor de sódio, etc); Equipamentos eletrônicos (os transformadores das fontes de alimentação interna geram energia reativa). Para reduzir esses inconvenientes devido ao excesso de energia reativa a legislação pertinente a faturamento de consumo de energia elétrica possui uma abordagem de ajuste em relação ao fator de potência, com os seguintes aspectos: Limite mínimo do fator de potência de 0,92; Faturamento de energia reativa excedente; Um baixo FP significa que grande parte da capacidade de condução de corrente dos condutores utilizados na instalação está sendo usada para transmitir uma corrente que não produzirá trabalho na carga alimentada. Mantida a potência aparente (para a qual é dimensionada a instalação), um aumento do FP significa uma maior disponibilidade de potência ativa, conforme pode-se verificar na figura abaixo: Em uma instalação elétrica a adição de cargas indutiva diminui o fator de potência o que implica na diminuição da potência real aumentando a potência aparente ou, se a potência real (Watts) se mantiver no mesmo valor a potencia aparente aumenta o que implica em um aumento na corrente da linha sem um aumento de potência real. Para compensar (aumentar o FP) deveremos colocar capacitores em paralelo com a carga indutiva que originou a diminuição no FP. O dimensionamento dos capacitores a serem instalados para melhorar o fator de potência é um processo simples, onde somente o conhecimento de diagrama fasorial e do triângulo de potência são os itens necessários. A partir do triângulo de potências, podemos obter as seguintes relações: A correção de fator de potência pode ser feita de forma individual, onde os capacitores são conectados diretamente nos terminais das cargas, ou de forma centralizada, abrangendo um grupo de cargas. Conexão individual Conexão Centralizada Exemplo 3: Um motor de 5 hp (1hp=746W)com um fator de potência atrasado de 0,6 e cuja eficiência é 92% está conectado a uma fonte de 208V e 60Hz. a) Construa o triângulo de potência para a carga. b) Determine o valor do capacitor que deve ser ligado em paralelo com a carga de modo a aumentar o fator de potência para 1. c) Determine a diferença na corrente fornecida pela fonte no circuito compensado e a corrente no circuito não-compensado. Solução: a) ( ) √ √ b) Obtemos um fator de potência unitário introduzindo um valor de potência reativa capacitiva igual a 5405,8VAR para equilibrar QL. ( ) c) Para Fp de 0,6: Para Fp unitário: Resultando em uma redução de 40% na corrente da fonte. Exemplo 4: Uma pequena usina geradora industrial alimenta 10 kW de aquecedores e 20 kVA de motores elétricos. Os elementos de aquecimento são considerados puramente resistivos (FP=1) e os motores possuem um fator de potência atrasado igual a 0,7. Se a fonte é de 1000 V e 60 Hz, a) determine a capacitância necessária para aumentar o fator de potência para 0,95. b) Compare os valores de corrente drenados da fonte de alimentação (antes e após a compensação). Solução: a) Para motores de indução: O triângulo de potências para o sistema aparece abaixo, somando potências reais e obtendo a potência aparente resultante. √ Com: O fator de potência desejado, 0,95, resulta em um ângulo entre S e P que vale: A potência de energia reativa indutiva precisa ser reduzida é de: ( ) Portanto , assim: b) √ O novo valor de Exercícios
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