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UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ CIÊNCIAS CONTÁBEIS CONTABILIDADE GERENCIAL PROFª DÉBORA VIDES 2 1. Contextualização da Contabilidade Gerencial I. Campos de aplicação. a) Na indústria: O custo de produtos vendidos; O estoque de produtos em elaboração; O estoque de produtos acabados (ou prontos); O estoque de insumos (matérias-primas, materiais de embalagem, almoxarifado, etc.) b) No comércio: O custo de mercadorias vendidas (CMV); O estoque de mercadorias; O estoque de bens não destinados á revenda (como matérias de consumo, etc.) II. Campo de aplicação: a) Nos prestadores de serviços: O custo dos serviços vendidos; O estoque de serviços em andamento; O custo de matérias adquiridos e não incorporados a serviços em andamento (custo de serviços); b) Etapas entre a compra e a venda de mercadorias – Comércio: Balança Patrimonial DRE Receita de Vendas (-) CMV = Lucro Bruto (-) Despesas = Lucro Líquido ATIVO CIRCULANTE Estoque de Mercadorias Compra de Mercadorias 3 c) Comércio – uma empresa comercial, ou seja, compra e vende mercadorias possui os seguintes procedimentos: Compra de mercadorias; Registro de mercadorias no estoque da empresa; As mercadorias ficam em estoque aguardando o momento da venda; Quando vendidas, a empresa deverá dar baixa no estoque (valor de custo) do valor correspondente as unidades vendidas, lançando este valo na DRE com o nome de CMV (Custo de mercadorias vendidas). Aí teremos o confronto com a Receita de venda com o seu custo associado. d) Etapas entre a compra de matéria-prima e venda de produtos – Indústria: e) Indústria – Uma indústria, ou seja, transforma matéria-prima em um produto possui os seguintes procedimentos: Compra matéria-prima; Registra a matéria-prima no estoque da empresa; As matérias-primas ficam no estoque até serem requisitadas pela produção; Na produção irá somar todos os gastos consumidos no processo de produção (matéria-prima, mão-de-obra, aluguel da fábrica) para formar o valor do produto. O produto acabado irá para estoque ficar aguardando o momento da venda; 4 Quando vendidas, a empresa deverá dar baixa no estoque (valor de custo) do valor correspondente as unidades vendidas, lançando este no DRE com o nome de CPV (custo de produtos vendidos). Aí teremos o confronto com a Receita de venda com seu custo associado. III. Comparação entre a contabilidade financeira e a contabilidade gerencial. A contabilidade gerencial não é obrigatória. Além disso, nem sempre a sua utilização é visível em uma empresa como é a contabilidade financeira, a contabilidade de custos e a administração financeira. IV. Demonstração do Resultado do Exercício – Método de Custeio Variável - Contabilidade Gerencial. Receita de Vendas (-) Custos Variáveis (-) Desp. Variáveis = Margem de Contribuição (-) Custos Fixos (-) Desp. Fixas = Lucro Financeira Gerencial Utiliza o método de custeio de absorção Utiliza o método de custeio direto ou váriavel Condiciona-se às imposições legais e requisitos fiscais Voltada a administração da empresa, não se condiciona a imposições legais Segue os princípios fundamentais da contabilidade, fisco e orgãos reguladores Tem o objetivo de gerar informações úteis para tomada de decisão Usuário externo - informa terceiros sobre o desempeho geral da empresa através das demonstrações contábeis Usuário interno - mensura e relata informações financeiras, bem como outros tipos de informações que ajudam gerentes a atingir metas das organizações. Gastos Variáve is Gastos Fixos 5 O método de custeio variável fundamenta-se na separação dos gastos em gastos variáveis e fixos, sendo também conhecido como Método de custo Custeio Direto. Os gastos variáveis envolvem os custos variáveis mais as despesas variáveis e os gastos fixos envolvem os custos fixos mais as despesas fixas. V. Demonstração do Resultado do Exercício – Método de Custeio Absorção - Contabilidade Geral (Financeira) e Custos. Receita de Vendas (-) CPV (Custo dos Produtos Vendidos) = Lucro Bruto (-) Despesas = Lucro Liquido O método de custeio Absorção fundamenta-se na separação dos gastos em Custos e despesas; Somente os custos passam pelo estoque; As despesas são gastos do período. Esse método serve para escrituração, demonstrações publicáveis, atendimento a área fiscal, atendimento aos investidores, bancos e instituições relacionadas e atendimento ao público interno. 2. Classificação dos Custos, Despesas, Gastos Variáveis e Gastos Fixos I. Termologia de Custos. a) Custo: gasto relativo a bem ou serviço utilizado na produção de outros bens e serviços. 6 Exemplos: Salário do pessoal da produção; Matéria-prima consumida (utilizada no processo produtivo); Combustíveis e lubrificantes usados na máquina da fábrica; Depreciação dos equipamentos da fábrica; Gastos com a manutenção das máquinas da fábrica. b) Despesa: Bens e serviços consumidos no processo de geração de receitas e manutenção dos negócios da empresa. As Despesas estão diretamente ou indiretamente associadas à realização de Receitas. Exemplos: Salário do pessoal de vendas; Salários do pessoal do escritório da administração; Energia elétrica consumida no escritório; Conta telefônica do escritório de vendas. Exercício – Classificar os itens a seguir como custo ou despesa: ITENS CLASSIFICAÇÃO Consumo de matéria-prima Custo variável Energia elétrica consumida pelas máquinas durante a produção Custo variável Mão-de-obra empregada na produção Custo variável Consumo de energia do prédio da fábrica Custo fixo Consumo de energia da administração Despesa fixa Depreciação das máquinas da produção Custo fixo Consumo de combustível dos veículos de entrega Despesa variável Aluguel mensal da fábrica Custo fixo Salário do Supervisor que cuida do setor produtivo Custo fixo Propaganda veiculada em televisão divulgando o produto Despesa fixa Aluguel do prédio utilizado pela administração Despesa fixa Depreciação dos móveis do escritório Despesa fixa Material de consumo do escritório Despesa fixa Embalagem durante o processo de produção Custo variável 7 DRE – Método Variável ou Direto: Receita de Vendas (-) Custos Variáveis (-) Desp. Variáveis = Margem de Contribuição (-) Custos Fixos (-) Desp. Fixas = Lucro c) Custos/Despesas variáveis são aqueles gastos que variam em função do volume de atividade (vendas e produção) no período. d) Os Custos/Despesas fixas são aqueles gastos que não variam em função do volume de atividade (venda e produção) no período. 8 9 10 Observações importantes: não devemos confundir Custos/despesas fixos com valores repetitivos. A energia elétrica para iluminar a fábrica é um gasto fixo por não variar de acordo com a quantidade produzida, contudo poderá apresentar um valor diferente a cada mês. Os custos/despesas fixos totais só são fixo em relação a um determinado período e uma faixa determinada. e) Mão-de-obra Direta (MOD): Não há necessidade de rateio; Custo homem/hora; Pessoal que trabalha diretamente sobre o produto – tempo despendido e quem executou; Inclusão dos encargos no custo horário. Refere-se apenas ao pessoal que trabalha diretamente sobre o produto em elaboração, desde que seja possível a mensuração do tempo despendido e a identificação de quem executou o trabalho, sem necessidade de qualquer apropriação indireta ou rateio. 11 Tempo não produtivo – ociosidade normal sem aproveitamento – custo indireto rateado. Parada obrigatória – produto específico – custo direto. Tempo não utilizado devido a anormalidade – perda. 12 Exercício – Classificar os itens a seguir como custo variável ou custo fixo ou despesa variável ou despesa fixa: ITENS CLASSIFICAÇÃO Consumo de matéria-prima Custo variável Energia elétrica consumida pelas máquinas durante a produção Custo variável Mão-de-obra empregada na produção Custo variável Consumo de energia do prédio da fábrica Custo fixo Consumo de energia da administração Despesa fixa Depreciação das máquinas da produção Custo fixo Mão-de-obra direta Custo variável Salário da administração Despesa fixa Consumo de combustível dos veículos de entrega Despesa variável Aluguel mensal da fábrica Custo fixo Salário do Supervisor que cuida do setor produtivo Custo fixo Propaganda veiculada em televisão divulgando o produto Despesa fixa Telefone utilizado pelo diretor da empresa Despesa fixa Comissão de vendas Despesa variável Aluguel do prédio utilizado pela administração Despesa fixa Depreciação dos móveis do escritório Despesa fixa Salário dos vendedores Despesa fixa Material de consumo do escritório Despesa fixa Embalagem durante o processo de produção Custo variável 3. Análise das Variações Dependendo da estrutura de produção, de venda e de custos do produto, uma variação, mesmo que aparentemente pequena, poderá provocar resultados desastrosos a empresa. É importante que se analise a influência das mudanças de valor e quantidade sobre o resultado. Desta forma, o administrador poderá tomar decisões de forma mais sensata e adequada, a fim de garantir uma boa estratégia para a empresa. Vejamos a Demonstração da MNO Ltda que servirá de BASE para as alterações: 13 Alteração do Preço de venda para mais 2%: De $1700,00 para 1734,00. Para apurarmos o percentual de variação em relação a situação base, temos que fazer a seguinte conta: 240.000 ....100% 274.000..... X 240.000X = 27.400.000 X = 27.400.000/240.000 X = 114% aproximadamente Passou de 100% para 114%, ou seja, um aumento de 14%. Alteração da quantidade vendidade para mais 2%: De $1000,00 para 1020,00. 14 Para apurarmos o percentual de variação em relação a situação base, temos que fazer a seguinte conta: 240.000 ....100% 256.000..... X 240.000X = 25.600.000 X = 25.600.000/240.000 X = 107% aproximadamente Passou de 100% para 107 %, ou seja, um aumento de 7%. Alteração dos custos e despesas variáveis para mais 2%: De $900,00 para 918,00. 15 Para apurarmos o percentual de variação em relação a situação base, temos que fazer a seguinte conta: 240.000 ....100 % 222.000..... X 240.000X = 22.200.000 X = 22.200.000/240.000 X = 92,5% Passou de 100% para 92,5%, ou seja, uma queda de 7,5%. Alteração dos custos e despesas fixos para mais 2%: De $560,00 para 571,00. 16 Para apurarmos o percentual de variação em relação a situação base, temos que fazer a seguinte conta: 240.000 ....100% 228.800..... X 240.000X = 22.880.000 X = 22.880.000/240.000 X = 95% Passou de 100% para 95%, ou seja, uma queda de 5%. 1. Exemplo: Uma empresa é especializada em fazer transportes pesados a longa distância. Os dados resumidos para o próximo ano referem-se a um orçamento para serem percorridos 100.000 KM. Frete - R$ 2/Km; Custos Variáveis - R$ 1,00/Km; Custos Fixos - R$ 80.000/Ano; Se houvesse um aumento no preço unitário em 10 %, de quanto deveria ser reduzida a quilometragem orçada para que não houvesse alteração no lucro projetado de R$ 20.000. RESOLUÇÃO: No problema apresentado temos que encontrar a quantidade de depois calcularmos a sua redução em relação aos 100.000 KM iniciais.Podemos simplificar a Demonstração do Resultado do Exercício abaixo para facilitar os cálculo: Receita de vendas (-) Custos Variáveis = Margem de Contribuição (-) Custos Fixos = Lucro Sua simplificação ficará: Receita – CV – CF = Lucro 17 Agora vamos desmembrá-la para calcularmos a quantidade. O Custo Fixo não será desmembrado pois, independe da quantidade. O preço a ser utilizado deverá ser o preço unitário de R$ 2 acrescido de 10 %, ou seja, R$ 2,20. 4. Eliminação de departamentos Ajuda na tomada de decisões quanto a eliminação ou não de um departamento. Se a empresa poderá eliminar um departamento com prejuízo e ao contrário do que se possa imaginar, apresenta uma queda no resultado; Para isso precisamos entender os conceitos de custos evitáveis e custos inevitáveis. I. CUSTOS EVITÁVEIS - são aqueles que deixarão de existir se o produto (ou o departamento) for eliminado, por exemplo, os custos de matérias-primas empregadas no produto, o valor do ordenado do gerente de produto, o custo de depreciação dos equipamentos específicos etc. Como esses custos podem ser evitados se o produto for extinto, seus valores devem estar diretamente relacionados com o mesmo. É interessante notar que todos os custos evitáveis são, também, específicos ao produto. 18 II. CUSTOS INEVITÁVEIS - são os que continuarão ocorrendo, independentemente da existência ou inexistência de qualquer produto. Por exemplo: se uma loja de departamentos pensa em eliminar a seção de produtos alimentícios, os gastos com materiais alimentícios e com os funcionários da sessão são custo evitáveis, porque deixarão de existir com a extinção desse departamento; mas o aluguel da loja é um custo inevitável, pois continuará existindo para servir aos outros departamentos da loja. E importante salientar que o custo rateado do aluguel para a seção de produtos alimentícios, numa decisão de preço, é um custo fixo específico. Já o custo com o ar- condicionado é um custo comum e inevitável. Devemos, portanto, perceber que nem todos os custos específicos são evitáveis. 1. Exemplo: Considere uma loja que tenha os seguintes departamentos: gêneros alimentícios (GA), mercadorias em geral (MG) e Remédios (RM). Departamentos Total GA MG RM Receita de Vendas 1.900 1.000 800 100 (-) Custos Variáveis (1.420) (800) (560) (60) = Margem de Contribuição 480 200 240 40 (-) Custos Fixos Evitáveis (265) (150) (100) (15) Inevitáveis (180) (60) (100) (20) = Resultado (lucro ou prej) 35 (10) 40 5 A empresa resolveu fazer um estudo de como ficaria o seu resultado se: a) Eliminasse o departamento de gêneros alimentícios (GA). b) Eliminasse o departamento de remédios (MG). c) Eliminasse o departamento de remédios (RM). 19 Vejamos qual o impacto de cada uma das mudanças: Eliminação do GA: Departamentos Eliminando GA Total GA MG RM MG + RM Receita de Vendas 1.900 1.000 800 100 900 (-) Custos Variáveis (1.420) (800) (560) (60) (620) = Margem de Contribuição 480 200 240 40 280 (-) Custos Fixos Evitáveis (265) (150) (100) (15) (115) Inevitáveis (180) (60) (100)(20) (180) = Resultado (lucro ou prej) 35 (10) 40 5 (15) Como podemos observar, com a eliminação do departamento de gêneros alimentícios (GA) a empresa apurou um prejuízo de R$ 15,00 no resultado global. A explicação para a queda de R$ 50 (lucro de R$ 35 para o prejuízo de R$ 15) no resultado está na análise do próprio departamento eliminado. Isto ocorreu porque a empresa ganhou R$ 150 com a eliminação dos custos fixos evitáveis do GA, mas perdeu R$ 200 referente a margem de contribuição que o GA deixou de gerar para a empresa. Deixou de ganhar – Perdeu (200) Deixou de gastar – Ganhou 150 Diferença (50) 20 Eliminação do MG: Departamentos Eliminando MG Total GA MG RM GA + RM Receita de Vendas 1.900 1.000 800 100 1.100 (-) Custos Variáveis (1.420) (800) (560) (60) (860) = Margem de Contribuição 480 200 240 40 240 (-) Custos Fixos Evitáveis (265) (150) (100) (15) (165) Inevitáveis (180) (60) (100) (20) (180) = Resultado (lucro ou prej) 35 (10) 40 5 (105) Como podemos observar, com a eliminação do departamento de medicamentos em geral (MG) a empresa apurou um prejuízo de R$ 105,00 no resultado global. A explicação para a queda de R$ 140 (lucro de R$ 35 para o prejuízo de R$ 105) no resultado está na análise do próprio departamento eliminado.Isto ocorreu porque a empresa ganhou R$ 100 com a eliminação dos custos fixos evitáveis do MG, mas perdeu R$ 240 referente a margem de contribuição que o MG deixou de gerar para a empresa. Deixou de ganhar – Perdeu (240) Deixou de gastar – Ganhou 100 Diferença (140) 21 Eliminação do RM: Departamentos Eliminando RM Total GA MG RM GA + MG Receita de Vendas 1.900 1.000 800 100 1.800 (-) Custos Variáveis (1.420) (800) (560) (60) (1.360) = Margem de Contribuição 480 200 240 40 440 (-) Custos Fixos Evitáveis (265) (150) (100) (15) (250) Inevitáveis (180) (60) (100) (20) (180) = Resultado (lucro ou prej) 35 (10) 40 5 10 A explicação para a queda de R$ 25 no resultado está na análise do próprio departamento eliminado. Com a eliminação do departamento de Remédios (RM) a empresa apenas apurou um lucro de R$ 10,00. Isto ocorreu porque a empresa ganhou R$15 com a eliminação dos custos fixos evitáveis do RM, mas perdeu R$ 40 referente a margem de contribuição que o RM deixou de gerar para a empresa. Deixou de ganhar – Perdeu (40) Deixou de gastar – Ganhou 15 Diferença (25) 22 1. Exercício: A padaria CAPIVARA que é dividida nos departamentos: Doces, Pães e Lanches. No entanto, o seu gerente pensou em acabar com a parte dos Lanches que estava apresentando prejuízo. Os resultados dos departamentos estão abaixo: 5. Pedido especial de vendas Os gestores das empresas devem analisar a possibilidade de aceitar um pedido de venda especial a clientes diante de uma capacidade produtiva disponível. Os pedidos de venda especiais representam as vendas esporádicas e não repetitivas de produtos da empresa. Exemplo 1: O Sr. Queiroz possui um estaleiro, Estaleiro TITAN Ltda. O Sr. Menezes é o principal cliente do Sr. Queiroz. Num determinado mês, o Sr. Menezes resolveu encomendar 2 lanchas acima das 10 unidades pedidas inicialmente. Entretanto, somente pagaria 20.000 por cada lancha. As informações referem-se ao pedido das 10 lanchas são: 23 Responda: a) Vale a pena para o TITAN aceitar o pedido especial das 2 unidades b) Compare a Demonstração de Resultado pelo Método Variável com e sem as 2 unidades. O primeiro passo é reorganizar os dados e montar a DRE pelo Método Variável. Foi solicitada a comparação da Demonstração de Resultado pelo Método Variável com e sem as 2 unidades. Receita – Repito a Receita para as 10 lanchas no valor R$ 300.000 e acrescento Receita que terei com apenas 2 lanchas adicionais, onde o cliente pagará apenas R$ 20.000 por cada uma. Assim terei, R$300.000 + R$ 40.000 = R$ 340.000. Custos Variáveis – Repito os Custos Variáveis para as 10 lanchas no valor R$ 100.000 e acrescento Custo Variável que terei com apenas 2 lanchas adicionais. Para isso, precisamos calcular o Custo unitário dividindo R$ 100.000 pelas 10 lanchas correspondentes. Encontraremos um Custo Variável por unidade de R$ 10.000. Este custo unitário não muda em relação ao pedido especial. Assim, teremos R$100.000 + R$ 20.000 = R$ 120.000. 24 Despesas Variáveis – o exemplo não mencionou nada sobre o não pagamento de comissão de vendas. Neste caso, haverá comissão também sobre o pedido especial. A maneira mais fácil de realizar este cálculo quando a comissão é apresentada em percentual, é achar direto a nova comissão total diante da nova Receita de R$ 340.000. Assim, 6% de R$ 340.000 irá fornecer o valor final da nova Receita que é de R$ 6.800. 25 A empresa tem capacidade ociosa e irá atender o pedido especial sem que haja alteração em seus gastos fixos. Assim, repito os valores dos Custos Fixos e das Despesas Fixas. Respondendo a pergunta (a), vale apena para a empresa aceitar o pedido especial tendo em vista que o seu resultado irá passar de R$ 124.000 para R$ 143.200. A pergunta (b) já foi respondida com a montagem do quadro. Exemplo 2: Uma empresa tem a capacidade anual de 2.400 unidades. Sua previsão de operações para este ano para 2.000 unidades é a seguinte: Calcule: Se a empresa aceitasse um pedido especial de 200 unidades ao preço de venda de R$ 19 cada, o que aconteceria com o lucro líquido total previsto do ano? O exemplo NÃO solicitou a comparação com e sem as unidades adicionais utilizando a Demonstração de Resultado pelo Método Variável. Nem foi fornecido no exemplo uma DRE estruturada. Entretanto, elaboramos todos os cálculos pelo Método Variável para facilitar o entendimento. 26 Receita – Repito a Receita para as 2.000 unidades no valor R$ 90.000 e acrescento Receita que terei com 200 unidades adicionais, onde o cliente pagará apenas R$ 19 por cada uma. Assim terei, R$90.000 + R$ 3.800 = R$ 93.800 Custos Variáveis – Primeiramente calculo os Custos Variáveis para as 2.000 unidades multiplicando pelo Custo Variável unitário de R$ 13. Encontraremos o Custo Variável Total de R$ 26.000. Para montar o quadro com o pedido especial, repito os Custos Variáveis para as 2.000 unidades no valor R$26.000 e acrescento Custo Variável que terei com apenas 200 unidades adicionais. Este custo unitário não muda em relação ao pedido especial e já está calculado. Assim, teremos R$26.000 + R$ 2.600 = R$28.600 Despesas Variáveis – Primeiramente calculo as Despesas Variáveis para as 2.000 unidades multiplicando a Despesa Variável unitária de R$ 4. Encontraremos a Despesa Variável unitária Total de R$ 8.000. Para montar o quadro com o pedido especial, repito as Despesas Variáveis para as 2.000 unidades no valor R$8.000 e acrescento a Despesa Variável que terei com apenas 200 unidades adicionais. Este valor unitário não muda em relação ao pedido especial e já está calculado. Assim, teremos R$ 8.000 + R$ 800 = R$8.800 27 A empresa tem capacidade ociosa e irá atender ao pedido especial sem que haja alteração em seus gastos fixos. Assim, repito os valores dos Custos Fixos e das Despesas Fixas. Respondendo a pergunta: a empresa ao aceitar o pedido especial o seu resultado irá passar de R$11.000 para R$ 11.400. 6. Comparação entre o Método de Absorção e o método Variável Quando a quantidade produzida for diferente da quantidade vendida, o Resultado apresentado Custeio Absorção será diferente do Resultado apresentado no Custeio Variável (Direto). Exemplo 1: A Cia VIVA realizou os seguintes gastos referentes a produção de 40.000 unidades: Custos Fixos R$ 980.000, Custos Variáveis R$ 20 a unidade, Despesas Fixas R$ 120.000 e Despesas Variáveis R$ 5 a unidade. Considerando que a empresa vendeu 28.000 unidades a R$ 65 a unidade, pede-se: a) Apresente as Demonstrações de Resultado pelo Custeio por Absorção e pelo Custeio Variável. b) Pelo Custeio por Absorção, qual o valor do Estoque Final? c) Pelo Custeio Variável, qual o valor do Estoque Final? 28 MÉTODO DE CUSTEIO ABSORÇÃO Passo 1: Passo 2: 29 Passo 3: Passo 4: 30 MÉTODO DE CUSTEIO VARIÁVEL OU DIRETO Passo 1: Passo 2: 31 Passo 3: Passo 4: Passo 5: 32 Passo 6: Exemplo 2: Durante o mês a Cia VERÃO, realizou os seguintes custos e despesas: Custos fixos: R$ 20.000,00 Custos Variáveis: R$ 30.000,00 Despesas Fixas: R$ 10.000,00 Despesas Variáveis: R$ 3,00 unitário A companhia fabricou no ano, 10.000 unidades do produto S, das quais 6.000 unidades foram vendidas nesse período, ao preço unitário de R$ 9,00. Com base nestes dados, responda as questões abaixo: a) Qual valor da Margem de Contribuição? b) Qual o valor do Lucro Bruto? c) Qual valor do Estoque Final pelo Custeio Absorção? d) Qual valor do Estoque Final pelo Custeio Variável? 33 MÉTODO DE CUSTEIO ABSORÇÃO Passo 1: Passo 2: 34 Passo 3: Passo 4: 35 MÉTODO DE CUSTEIO VARIÁVEL OU DIRETO Passo 1: Passo 2: 36 Passo 3: Passo 4: 37 7. Ponto de equilíbrio Ponto de Equilíbrio é aquele nível de operação da empresa nos quais gastos e receitas se equivalem, resultando em lucro zero. Acima do ponto de equilíbrio a empresa terá lucro e abaixo dele a empresa terá prejuízo. Podemos encontrar em quantidade e em valor. O primeiro representa a quantidade mínima que deverá ser vendida pela empresa para que não ter nem lucro e nem prejuízo. O segundo corresponde a Receita de Equilíbrio que significa o mínimo de Receita que a empresa deverá obter para não ter nem lucro e nem prejuízo. Permite que a gerência avalie o desempenho atual da empresa com relação ao nível de operação de lucro zero, alertando-a para a eventual necessidade de medidas corretivas urgentes. Planejamento. Visão do relacionamento entre gastos, vendas e volumes (quantidade). O ponto de equilíbrio poderá ser encontrado através: Fórmula; Demonstração Contábil; Representação gráfica. No ponto de equilíbrio o Lucro é igual a zero então, a quantidade no ponto de equilíbrio é igual a : 38 Para o cálculo da Receita no ponto de equilíbrio: Receita no ponto de equilibro = preço unitário x quantidade no ponto de equilibrio Exemplo 1: A Cia Famosa possui os seguintes dados: Pede-se: a) Determine o ponto de equilíbrio em quantidade e em valor. Para encontrar a Receita no ponto de equilíbrio: Recequil = preço unit. x quantidade no ponto de equilíbrio Recequil = R$0,50 x 60.000 Recequil = R$ 30.000 39 I. Ponto de equilíbrio contábil – É o ponto que estamos vendo até agora, ou seja, a quantidade que equilibra a receita total com a soma dos custos e despesa relativos aos produtos vendidos. II. Ponto de equilíbrio econômico: É a quantidade que iguala a Receita Total com a soma dos custos e despesas acrescida da remuneração mínima sobre o capital investido pela empresa. O Custo de Oportunidade representa a remuneração que a empresa obteria se aplicasse seu capital no mercado financeiro, ao invés de no seu próprio negócio. III. Ponto de equilíbrio financeiro: É a quantidade que iguala a Receita Total com a soma dos custos e despesas que representam desembolso financeiro para a empresa. Os encargos de depreciação são excluídos no cálculo do PEF por não representarem desembolso para a empresa. Exemplo: A Cia VINE Ltda apresenta um Preço de Venda unitário para seu produto de R$ 15,00. Apresenta, também Gastos Fixos no valor de R$ 100,00 e Gastos Variáveis por unidade de R$ 10,00. Considerando ainda a empresa VINE, suponhamos que: 1. Capital empregado pela empresa: R$ 400,00 2. Taxa de juros do Mercado: 15% 3. Custo de Oportunidade = R$ 400,00 x 15% = R$ 60,00 4. Encargos de Depreciação = R$ 20,00 (estão incluídos nos CF apresentados no valor de R$ 100,00) 40 O Ponto de Equilibrio Econômico é encontrado, somando-se o Custo de Oportunidade aos custos fixos. Pode-se generalizar a seguinte relação entre os Pontos de Equilíbrio apresentados: PEE > PEC > PEF Assim, o Econômico é maior que o Contábil que é maior que o Financeiro. Exercício 2: A companhia Amianto fabrica telhas para todo o Brasil. Cada telha é vendida por 8,00, sendo que os gastos são: Custos Fixos – R$ 100.000,00 Diversos custos variáveis - R$ 3,00 a unidade Além disso, considere as seguintes informações: Capital empregado pela empresa: R$ 50.000,00 Taxa de juros do Mercado: 9 % Encargos de Depreciação = R$ 100,00 Pede-se o ponto de equilíbrio contábil, financeiro e econômico em unidade física e monetária. 41 Exercício 3 : Com base nos dados abaixo, responda as questões a e b. Preço unitário = R$ 400/unid. Custo variável unitário = R$ 120 por unid. Despesa variável unitária = R$ 30 por unid. Custo Fixo = R$ 8.000 Despesa Fixa = R$ 12.000 Pede-se: a) Qual a quantidade no ponto de equilíbrio? b) Qual o ponto de equilíbrio em valor? 8. Gráfico do Ponto de Equilíbrio Abaixo se encontra o quadro na integra, após todos os cálculos: Em relação ao comportamento dos valores totais e unitários: • Gasto Variável Total - variam na mesma proporção da variação da quantidade produzida, em se tratando dos custos variáveis constantes. • Gasto Fixo Total – o seu valor é constante pois, independe do volume de atividade. • Gasto Variável Unitário – não se modificou, pois cada unidade produzida recebe a mesma carga desses custos. • Gasto Fixo Unitário – modificou-se, pois é conseqüência da divisão de um valor fixo pela quantidade produzida; quanto maior a quantidade, maior a distribuição dos gastos fixos entre as unidades produzidas, gerando um gasto fixo unitário cada vez menor. 42 OBSERVAÇÃO IMPORTANTE: Os Gastos fixos podem ser localizados no Gráfico. Qde Receita CVT (Custo Variável Total) CFT (Custo Fixo Total) CT (Custo Total) 0 0 0 4.800 4.800 Na quantidade zero, o valor do Gasto Fixo se iguala ao valor do Gasto Total. O primeiro ponto da reta do Gasto Total (gráfico) é o mesmo valor do Gasto Fixo. O gráfico abaixo enfoca na área abaixo do ponto de equilibrio (prejuízo)e na área acima do ponto de equilíbrio (lucro): Acima do ponto de equilíbrio a empresa passa a ter Lucro (área amarela) e abaixo do ponto de equilíbrio ela terá prejuízo (área vermelha) 43 No gráfico podemos observar a margem de segurança em valor de R$ 1.000 , referente a Receita gerada pela empresa (última do gráfico de R$ 6.000) e a Receita no ponto de equilíbrio (R$ 5.000). A margem de segurança em quantidade é de 100 unidades, baseada na subtração da quantidade vendida pela empresa (600 unidades) pela quantidade de equilíbrio (500 unidades). A Margem de Segurança pode ser definida como o volume de vendas que excede às vendas calculadas no ponto de equilíbrio. O volume de vendas excedente para analisar a margem de segurança em relação ao valor real das vendas: Margem de segurança = vendas reais – vendas no ponto de equilíbrio. Exercício 1: Assinale a alternativa correta: a) Os custos/despesas fixos são fixos por unidade e no total. b) Os custos/despesas fixos são variáveis por unidade e fixos no total. c) Os custos/despesas variáveis são variáveis por unidade e no total. d) Os custos/despesas variáveis são variáveis por unidade e fixos no total. e) Nenhuma das alternativas acima. 44 Exercício 2: Vejamos um outro exemplo onde o gráfico cartesiano abaixo é a imagem geométrica da relação custo x volume x lucro das operações de uma empresa. I) O Ponto de Equilíbrio entre a receita e os custos, em reais e em quantidades, está representado pelo(s) segmentos(s): a) DC do eixo das ordenadas. b) ED do eixo das ordenadas. c) CB e BA do eixo das ordenadas. d) ED e DC do eixo das ordenadas. e) ED e DC do eixo das ordenadas; e EF do eixo das abscissas. II) A Margem de Segurança com que uma empresa opera é função do montante de receita que ela pode perder até atingir o ponto de equilíbrio. Assim, na situação indicada pelo gráfico, a Margem de Segurança está representada, em valores de receita, pelo(s) segmento(s) do eixo das ordenadas: a) CB b) DC c) ED d) CB e BA e) ED e DC 45 Exercício 3: Suponha que a Guaíba Posters, um pequeno varejista de posters, tenha custos operacionais fixos de R$ 3.000,00, que seu preço de venda por unidade (poster) seja de R$ 15,00, e seus custos operacionais variáveis sejam de R$ 5,00 por unidade. Conforme o gráfico acima, de quantas unidades, aproximadamente, é o ponto de equilíbrio da empresa? 9. Lucro para atingir uma determinada quantidade FÓRMULAS PARA O CÁLCULO DA QUANTIDADE: Para o Cálculo da Receita será apenas a fórmula abaixo: Receita = preço unitário x quant. Se quiser calcular a Receita total para atingir um determinado Lucro é só usar na fórmula a quantidade total para o mesmo Lucro. 46 Se quiser calcular a Receita total no ponto de equilíbrio é só usar na fórmula a quantidade no ponto de equilíbrio. Se quiser calcular a Receita acima do ponto de equilíbrio para atingir um determinado Lucro é só usar na fórmula a quantidade acima do ponto de equilíbrio para o mesmo Lucro. Exercício 1: Tomando como base os dados da Cia Famosa abaixo, responda as questões. a) Qual a quantidade que deverá ser vendida pela empresa para obter um lucro de R$ 480,00? b) Qual a Receita que deverá ser obtida pela empresa para ter um lucro de R$ 480,00? 47 Exercício 2: Tomando como base os dados da Cia Chuva abaixo, responda as questões. Pede-se: a) Qual a quantidade que deverá ser vendida pela empresa para obter um lucro de R$ 500,00? b) Qual a Receita que deverá ser obtida pela empresa para ter um lucro de R$ 500,00? c) Com 10.000 unidades, qual o Lucro esperado ? 10. Formação de Preços POLÍTICA DE PREÇOS É um assunto de vital importância, complexidade e responsabilidade o estabelecimento de uma política de preços na empresa. Há várias questões qualitativas, quantitativas, incertezas e fatos futuros a considerar, além de aspectos internos e externos inerentes a empresa. Uma política de preço tem relação direta com marketing através da imagem da empresa, marca, reputação, posicionamento do produto no mercado, entre outros. Além disso, há um impacto no volume produzido e vendido, na capacidade de produção e o resultado da empresa. O Consumidor recebe várias influências e estímulos para decidir por uma compra. Por isso, há a necessidade numa política de preços eficiente questões devem ser consideradas: quem decide a compra e como funciona o processo decisório? A análise da perspectiva envolve: reações dos consumidores, dos concorrentes, hábitos de consumo, aumento da oferta e produtos similares. Tudo isso aumenta a complexidade da formação do preço. 48 Conceitos relacionados ao passado devem ser reavaliados, tais como: menor oferta, poucos produtos similares, consumidores menos exigentes, menor concorrência, proteções de mercado, demanda aquecida, composição do custo, dentre outros. Até o que foi considerado, deverá ser reavaliado. Uma política de preços representa um desafio aos hábitos, usos e costumes. O foco poderá ser conservador, agressivo, defensivo, em busca de novos mercados, dentre outros. O preço é um fator decisivo na escolha de um produto e para a decisão de compra. Esta questão acentua-se com o aumento da oferta, pelo grau de exigência e pelo aumento do poder de negociação do consumidor. Para estabelecer preços e uma política adequada requer métodos e processos bem estruturados e definidos. OBJETIVO E BASE PARA FIXAÇÃO DO PREÇO Objetivo do Preço A fixação do preço é um aspecto importante em uma empresa e poderá ser determinante para a sua continuidade. Os principais objetivos em relação a formação de preços: Longo Prazo: preços voltados a perpetuidade da empresa. Curto Prazo: somente deverão ser aplicadas em condições especiais. Aumento na participação do mercado: a Receita e o Lucro da empresa (Receita – Gastos) deverão ser maximizados. Maximizar a capacidade produtiva: os preços devem levar em consideração a capacidade produtiva da empresa. Preços baixos podem ocasionar elevação de vendas e o comprometimento da qualidade no atendimento ou prazo de entrega. Preços elevados ocasionam diminuição das vendas e aumento da ociosidade na produção e de pessoal. 49 Maximizar o capital empregado: o retorno do capital investido vem através do Lucro gerado pela empresa. Somente com a adequada fixação do fixo, o retorno desejado poderá ser auferido. Base para a Fixação do Preço Para a definição de preços podem ser basear em três processos diferentes: a) Base nos Custos Representa o valor do custo acrescido com algum valor ou percentual. Por exemplo, uma empresa apresenta uma proposta de serviço e uma margem de lucro é acrescida a proposta. Um ponto forte a este processo é a simplicidade. Não são levados em conta vários fatores como a demanda e ao mercado consumidor (concorrência). Por exemplo, uma empresa possui o seguinte planejamento: Quantidade produzida: 10.000 unidades Custo Fixo Mensal: 50.000,00 Custo Variável unitário: 8,00 O custo total representa o custo fixo e o custo variável ( 50.000,00 + 8 x 10.000,00) igual a 130.000,00. O custo unitário é a divisão do custo total pela quantidade produzida:130.000,00 por 10.000 iguais a 13,00. Acrescentando o multiplicador de 1,50 sobre o custo unitário de 13,00 temos o preço de 19,50. No entanto, o mercado está praticando o valor entre 18,00 e 21,00 para produtos similares. E se a empresa produzir 5.000 unidades ao invés das 10.000 projetadas inicialmente? Refazendo os cálculos iniciais tempos a nova realidade: O custo total representa o custo fixo e o custo variável ( 50.000,00 + 8 x 5.000,00) igual a 90.000,00. 50 O custo unitário é a divisão do custo total pela quantidade produzida: 90.000,00 por 5.000 iguais a 18,00. Acrescentando o multiplicador de 1,50 sobre o custo unitário de 18,00 temos o preço de 27,00. Na segunda situação, temos um preço bem acima do praticado pelo mercado. b) Base no consumidor Nesta metodologia empregam a percepção que os consumidores têm o valor do produto e não o custo do vendedor. Por exemplo, o consumidor pagar R$ 400,00 na roupa de uma determinada marca e R$ 50,00 na mesma roupa sem a referida marca. c) Base na concorrência Nesta metodologia as empresas prestam pouca atenção em seus custos e em sua demanda. A concorrência determina o preço que será praticado podendo ser de oferta (a empresa possui um preço aproximado aos seus concorrentes) ou de proposta ( os preços são baseados por como os concorrentes irão fixar seus preços). MARK-UP NA FORMAÇÃO DE PREÇO Conceitos Iniciais para a Formação de Preços Neste tópico iremos apresentar uma abordagem quantitativa da formação de preços através da utilização do Mark-up. Para tanto, vamos conhecer os componentes do preço. LUCROS IMPOSTOS DESPESAS CUSTOS PREÇO GASTOS 51 O preço pode ser apresentado em função de seus quatro componentes caracterizados na figura acima onde: Os custos (que correspondem aos gastos produtivos ou incorporados no produto) As despesas (que correspondem aos gastos não incorporados ao estoque dos produtos, representando gastos comerciais ou de vendas, administrativos ou financeiros), Os impostos (diversos são os tributos incidentes sobre o preço, como o Impostos sobre o Produto Industrializado – IPI - ,o Imposto sobre circulação de Mercadorias e Serviços – ICMS –, o Programa de Integração Social – PIS –, e a Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social – COFINS) e o lucro (que representa a remuneração do empresário). É importante considerar os custos na definição dos preços de venda, sendo que os principais métodos aplicáveis no processo de formação de preços com base nos custos costumam empregar os seguintes fatores: Custo pleno; Custo de transformação; Custo marginal; e A taxa de retorno exigida sobre o capital investido. Aplicação do Mark-up na Formação de Preço O Mark-up ou taxa de marcação como é também conhecido, é um multiplicador aplicado sobre os gastos de um bem ou serviço para a formação do preço de venda. A taxa demarcação pode ser empregada de diferentes formas: Sobre os custos diretos; Sobre os custos variáveis; Sobre os custos totais (custos diretos e custos indiretos);e Sobre os gastos variáveis (Custo/Despesas Variáveis). 52 Esse multiplicador é obtido através de uma fórmula que considera os quatro componentes do preço: custos, despesas, impostos e lucros. É um índice muito utilizado para precificação, sendo mais comum a sua utilização em operações comerciais. Segundo o autor Bruni (2006), o processo envolvido na aplicação das taxas de marcação inicia-se com a definição de uma base que será empregada na formação dos preços. Esta base costuma ser representada pelos custos diretos. Os outros componentes do preço, como os custos indiretos, as despesas e os impostos e lucros são incorporados na taxa de marcação. A Figura a seguir apresenta a composição do Mark-up: Fonte: Bruni, 2006, p. 237 IMPOSTOS LUCRO DESPESAS CUSTOS INDIRETOS CUSTOS DIRETOS BASE TAXA DE MARCAÇÃO PREÇO X = 53 Como pode ser visto, a taxa de marcação é um multiplicador aplicado a uma base, que neste caso são os custos diretos, que possibilita a obtenção do preço de venda. Caso a base fosse composta pelos custos totais (Custos diretos e indiretos), na taxa de marcação só estariam inseridos o lucro, os impostos e as despesas, conforme mostra a figura a seguir: Os componentes que não estiverem inseridos na base devem ser apresentados na forma de percentuais sobre os preços. Portanto, podemos encontrar o preço utilizando a seguinte fórmula: 1 (1 – Soma %) IMPOSTOS LUCRO DESPESAS CUSTOS DIRETOS E INDIRETOS BASE TAXA DE MARCAÇÃO PREÇO X = PREÇO = BASE X MARK-UP (Taxa de Marcação) 54 Sendo a composição da soma demonstrada na figura a seguir: Portanto, caso queira calcular apenas a taxa de marcação ou Mark-up é só utilizar aparte azul da fórmula: 1 (1 – Soma %) Para fixar o preço com base no mark-up é só multiplicar a taxa encontrada pela base, ou seja utilizar a fórmula completa. Veremos agora um exemplo resolvido de cálculo do Mark-up: Uma revendedora de roupas deseja aplicar um mark-up considerando ICMS igual a 18%,comissão igual a 4%, despesas iguais a 23% e margem de lucro igual a 15%. Qual o valor da taxa de marcação que ela deve usar? Primeiro, vamos encontrar as somas dos percentuais dos impostos, lucros e despesas: Soma % = 18% + 4% + 23% + 15% LUCRO IMPOSTOS DESPESAS FATURAMENTO % % % MARK-UP (Taxa de Marcação) 55 Soma % = 60% Em seguida aplicaremos o percentual de 60 % na fórmula do Mark-Up = 1 / (1 – Soma %), onde teremos: Mark-Up = 1/(1-0,60) Mark-Up = 2,50 Vejamos a aplicação do Mark-up para calcular preço (base custos diretos): Se os custos diretos para a fabricação de determinado produto somam R$ 50,00, aplicando essa taxa de marcação, qual será o preço de venda do mesmo? Preço = Base x Mark-up Preço Preço = R$ 50,00 x 2,50 Preço = R$ 125,00 FÓRMULA DIRETA PARA O CÁLCULO DO PREÇO: Preço = 50 x 1 _ (1-0,60) Preço = 50 x 1 _ 0,40 Preço = 50 x 2,50 Preço = 125,00 56 Esta é a base mais comumente utilizada, onde o Mark-up tem a finalidade de cobrir contas não consideradas no custo: impostos sobre vendas; taxas variáveis sobre vendas; despesas administrativas fixas; despesas de vendas fixas; custos indiretos fixos; e o lucro desejado pela empresa. Vejamos um exemplo para melhor fixação: A empresa RIOS compra e revende roupas. Sabendo-se que a empresa desejaria obter um lucro igual a 20% do preço de venda, qual seria o preço praticado sabendo- se que: Custo de aquisição das roupas de R$ 340,00 ICMS de9% Comissão de vendas de 10% Despesas Fixas de 31% RESOLUÇÃO: 1 (1 – Soma %) Primeiro, vamos encontrar as somas dos percentuais dos impostos, lucros e despesas: Soma % = 9% + 20% + 10% + 31% Soma % = 70% Em seguida aplicaremos o percentual de 70 % na fórmula do Mark-Up = 1 / (1 – Soma %), onde teremos: PREÇO = BASE X MARK-UP (Taxa de Marcação) 57 Mark-Up = 1/(1-0,70) Mark-Up = 3,33 Vejamos a aplicação do Mark-up para calcular preço (base custos diretos): Preço = Base x Mark-up Preço Preço = R$ 340,00 x 3,33 Preço = R$ 1.133,33 FÓRMULA DIRETA PARA O CÁLCULO DO PREÇO: Preço = 340 x 1 _ (1-0,70) Preço = 340 x 1 _ 0,30 Preço = 340 x 3,33 Preço = 1.133,33 58
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