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A Vida na Escola e a Escola da Vida

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A Vida na Escola e a Escola da Vida
Ninguém está contente com a escola
Sabemos que algo vai mal no ensino brasileiro, existem queixas de todos os lados, de professores, pais, alunos e até do governo, onde um coloca a culpa no outro, quando na verdade todos têm a sua parcela de culpa e é preciso que se reconheça isso, para que se busque solução para o problema da escola em nosso país.
É perfeitamente compreensível a preocupação dos pais ao perceberem que seus filhos não estão conseguindo bons resultados na escola, acabam inclusive sendo reprovados, o que vai refletir negativamente na formação e ascensão social desses alunos, pois sem estudo e qualificação dificilmente se consegue atingir um padrão de vida que permita viver com dignidade. Tão importante quanto essa qualificação, é a compreensão da complexidade desse problema, pois os pais além de apontar o que está errado têm que fazer a sua parte, dispensando mais tempo para seus filhos, ajudando-os nas tarefas da escola, como também mantendo diálogos constantes, mostrando a importância que a escola representa para o futuro das pessoas.
Quanto aos professores, sabemos das péssimas condições de trabalho e dos baixos salários da categoria, que desmotiva e frustra grande parte da classe, que em função disso não busca uma maior preparação para enfrentar os problemas do sistema educacional brasileiro, pois programas extensos e mal elaborados podem e devem ser modificados para que haja uma melhor assimilação por parte dos alunos, essa qualificação dará condição ao professor de mostrar ao aluno que a escola foi feita para ele sim, e que ela é a porta para um futuro melhor, e certamente agindo dessa forma, resultados positivos logo aparecerão, pois a escola que inclui em vês de excluir, motiva, e a motivação é o motor que impulsiona o aprendizado. Além disso, munido desses bons resultados, o professor terá maior possibilidade de negociar com êxito junto ao governo melhores condições de trabalho e salários que permitam viver com dignidade.
Portanto, todos são parte do problema, mas também parte da solução, e para que possamos conquistar um ensino com qualidade, é necessário que cada um desenvolva sua tarefa com o máximo comprometimento e eficiência, para que a escola cumpra o seu papel de formar cidadãos.
As expectativas, promessas e realidade da escola
A escola, mesmo não cumprindo o seu papel de maneira eficaz, ainda é tida por muitos – principalmente por aqueles das classes mais pobres – como o único meio legal de se obter ascensão econômica e social; de conseguir um bom emprego e ganhar um salário melhor. Para eles, a escola é uma via de acesso que proporciona o sucesso na vida e faz com que as diferenças sociais diminuam.
Não é muito raro ouvirmos pessoas dizendo: “Estuda menino para ser alguém na vida”. Esse discurso representa claramente as expectativas das pessoas em relação ao estudo. E é na tentativa de realizá-las que os pais estão sempre buscando para os seus filhos os melhores colégios e universidades. Tudo isso, para que tenham um futuro melhor.
Entretanto, a realidade nos mostra que para uma grande fatia da população, o acesso as instituições de ensino é praticamente impossível, principalmente para os filhos daqueles que não dispõem de posses e de influência no meio social.
A lei diz que a escola deve atender as necessidades de todos, mas o que podemos perceber é que existe um grande contraste entre o que ela deveria ser e o que é na verdade. Vemos que o acesso a ela é, na maioria das vezes, restrito a apenas uma minoria, ou seja, o preenchimento de vagas é um “jogo de cartas marcadas”, onde somente os filhos dos chamados “peixes” têm o privilégio de ocupa-las.
Os mais pobres quando por acaso (através dos benditos sorteios) têm a oportunidade de estudar, deparam-se com inúmeras barreiras que os impedem de continuar os estudos. Essas dificuldades vão desde a cobrança de taxas de matrícula até as exigências para aquisição de materiais (através de listas quilométricas) e uniformes.
Ora, como o pobre pode investir no seu estudo se ele já o busca na tentativa de adquirir o que não tem para investir? Por que as pessoas são excluídas da escola de uma forma bastante sutil por não terem condições? Por que são impedidas de estudar e melhorar de vida? Tudo isso confirma que a escola atual não foi feita para todos, e para os pobres ainda menos. Ela foi feita para formar os futuros detentores do poder que por sua vez continuarão a subjugar os pobres.
De quem é a culpa pelo fracasso dos mais pobres?
O autor faz um questionamento se o fracasso escolar seria ou não culpa da própria criança. Este faz uma análise a respeito do fato de a criança ser afetivamente desajustada, cheia de problemas emocionais, implicaria no mau desempenho escolar. Coloca em discussão se a culpa do fracasso estaria vinculado ou não a família. Faz um questionamento sobre a questão que envolve dois tipos de criança: as pobres e as ricas. Coloca em debate que as crianças ricas também tem problemas afetivos e nem por isso fracassam na escola. Por outro lado as crianças pobres teriam além dos problemas afetivos, a fome, a miséria, a pobreza, dentre outras dificuldades e por isso estas crianças estavam mais sujeitas a fracassarem no âmbito escolar.
 Outra questão é o problema da criança que trabalha para sobreviver e por isso ficaria prejudicada no rendimento escolar devido ao seu cansaço físico e mental. A criança estaria prejudicada também pelo fato da escola não ser formulada para crianças que trabalham e por isso atrapalharia consideravelmente o seu rendimento.
O autor coloca em debate que alguns pais acham que o papel da professora é fundamental para o bom rendimento de seus filhos e que a professora que falta regularmente causa desânimo no aluno. Por outro lado os pais são sempre chamados para ouvir o que os professores têm a dizer sobre seus filhos, mas nunca o contrário. Estes pais se sentem intimidados e humilhados por deixarem os destinos de seus filhos nas mãos de uma professora que, às vezes, não entende os sacrifícios e dificuldades que enfrentam para manter seus filhos na escola.
Os regulamentos escolares também são causadores de fracasso nas crianças, pois não são pensados de forma genérica, isto é, não seria formulado para todas as crianças. Muitos desses regulamentos prejudicam crianças mais humildes, como o horário de aula, o número de vagas, entre outras. Muitas vezes a criança não consegue colégio para estudar e por isso fica atrasada em relação às outras crianças da mesma idade e isso faz com que ela se sinta inferior, o que é muito ruim para sua personalidade.
As despesas com a escola também causam fracasso nas crianças mais pobres. Os pais muitas vezes não têm dinheiro nem para comer, e nem sempre é possível comprar material escolar, uniformes, livros e também pagarem as mensalidades escolares. Outro ponto questionável é o fato de os livros só servirem para um ano, sendo que os alunos escrevem no próprio livro, assim como as taxas que as escolas cobram, às vezes são até ilegais e, no entanto os diretores cobram veementemente essas taxas, e se os pais não pagam, seus filhos são substituídos por um aluno que paga regularmente suas taxas, o que é uma tortura para os pais pobres.
Certamente todos esses fatores contribuem para o fracasso escolar da criança pobre, pois é mais difícil estudar e trabalhar ao mesmo tempo, sem contar com os obstáculos impostos pelo regulamento escolar às crianças pobres e o despreparo dos professores em ajudar essas crianças. Mas a pobreza não é a única culpada desse fracasso, a escola tem a sua parcela de culpa e poderia ajudar a solucionar o problema se tivesse uma outra atitude frente à pobreza. A pobreza atrapalha no processo ensino-aprendizagem porque a escola foi pensada para um aluno que se dedica inteiramente ao estudo e não para os pobres. Os alunos pobres sentem-se deslocados quando chegam à escola, pois ela não foi pensada para eles e sim para uma pequena elite.O que se faz com os alunos pobres é uma verdadeira tortura quando se pede que eles se adaptem a escola, o que na verdade seria o contrario e perfeitamente possível.
É um engano pensar que a escola é democrática, pois as crianças já chegam à escola numa situação de desigualdade. A escola até contribui para aumentar essa desigualdade quando quer tratar igual a todos os alunos e que todos aprendam do mesmo jeito o que a escola ensina. Se as crianças pobres fracassam a culpa não é delas, mas de uma série de fatores já mencionados e que poderiam ser evitados. É preciso saber o que acontece com as crianças dentro da escola, bem como compreender o modo como funciona a escola para fazer as mudanças necessárias para que venha a atender as necessidades de uma grande maioria de alunos pobres. Somente a partir de uma mudança profunda no funcionamento da escola se poderá reverter essa triste realidade que se nos apresenta aos nossos olhos.
Os mecanismos internos da escola
No capítulo quatro – os mecanismos internos da escola – os autores abordam questões relacionadas a garantia e ao acesso de ensino, previsto pela Constituição no artigo 205, onde é garantida a igualdade ao acesso e permanência na escola, entre outros fatores previstos por lei relacionados a educação brasileira. No livro “A vida na escola e a escola da vida” é questionado de forma crítica e objetiva esses fatores, apontando rumos mais próximos a realidade das populações carentes ao qual esse ensino é oferecido, buscando aproxima-lo do cotidiano desses alunos.
A educação prevista pela lei constitucional propõe metas que não se ajustam a realidade vivenciadas em comunidades de baixa renda. Num país onde existem 20 milhões de analfabetos e o quadro social dos alunos inseridos nessas escolas é complicadíssimo, pois pelo grau de pobreza o ensino não é prioridade e muitos alunos fazem parte do universo assustador do trabalho infantil, destinados a constituir renda. Mesmo os que se mantem na escola sentem dificuldades, pois ela apresenta-se hostil. Nada parece aplicar-se ao seu universo. Dentro da escola é produzida uma linguagem que parece não fazer muito sentido e não há identificação com o que é ensinado ao que é vivido fora do âmbito escolar. Quase tudo o que é pertinente às escolas carentes passam por problemáticas onde professores e alunos são levados a um estado agudo de desestimulo e apatia e onde ninguém parece sentir-se satisfeito com o quadro apresentado, não se sentem encorajados a reivindicar melhores condições de ensino e aprendizagem, pois acreditam que suas vozes não seriam ouvidas.
O modelo de escola que se apresenta parece não querer desenvolver nos alunos (e professores!) o encorajamento para que reivindiquem, desenvolvam consciência social e aprendam a lutar pela sua cidadania.
Por outro lado, a escola conceituada como “boa” é normalmente representada como a extensão da casa de seus alunos, buscando criar um clima familiar, as “tias” são responsáveis em conduzir os alunos ao universo rico de recursos que esse tipo de escola possui. Mas, no entanto, lá aprenderão a se comportar com a classe que será treinada para comandar, que vencerá as competições que terão que processar no decorrer de suas vidas. A elas são repassados valores, mentalidades e comportamentos que não estão compromissados com a solidariedade e a ética. Frei Betto argumenta que “nosso sistema educacional está desfocado do seu verdadeiro fim, deixando de formar cidadãos conscientes e felizes para preparar máquinas destinadas a competir por uma vaga no mercado de trabalho”.
Dessa forma, a escola certamente desencadeia um processo as avessas ao que a lei constitucional previu.
Se a escola não serve a maioria ela precisa ser mudada
Quando pensamos que temos que mudar a escola é primeiramente necessário compreender o que fez com que ela se tornasse o que é hoje. Logo muitas indagações surgem, mas o que realmente tem por trás desse problema educacional; seria um problema somente localizado na escola ou da estrutura social que a cerca; nesse contexto surgem múltiplas soluções, porém é preciso termos em mente que este mal está embutido tanto na escola e, sobretudo na sociedade.
Até hoje se pensou que o sistema escolar é discriminatório e falho por não dar subsídios suficientes a classe pobre, isso se deve pelo fato de um pequeno grupo de poderosos serem os responsáveis por este mau funcionamento, sendo assim se tornaria muito fácil alcançar a solução, bastaria identificar e substituir tais grupos por pessoas compromissadas com uma educação de qualidade. Na verdade o que se nota é que a escola não é tão democrática, pois a mesma é a representação da organização social que é extremamente excludente, transformando assim o ensino numa competição, onde “cada um por si e salve-se quem puder”, esta frase evidencia bem que o sistema não está preocupado com a coletividade, mas com interesses individuais. A escola tem que ser o princípio da mudança social, pois ao mexer com a escola reflete na sociedade, logo cabe a cada um de nós propor mudanças concretas para mudar a escola. Os avanços já foram muitos, no entanto verificamos que desde o início até hoje é a criança pobre que mais sofre neste processo. Inserido neste contexto o autor propõe três medidas praticas para amenizar este mal: 1 - prolongamento do tempo de duração da jornada escolar; 2 – adaptação do horário e do calendário escolar as necessidades das crianças que trabalham; 3 – distribuição gratuita de todo material escolar. Outro modo adotado em alguns lugares foi o da progressão automática de alguns alunos de series inferiores para superiores (avanço progressivo) propiciando uma melhor adequação ao aprendizado e uma menor taxa de reprovação; outra proposta bem favorável é o aceleramento na inclusão da criança na escola, pois já é comprovado que a formação básica da personalidade de um indivíduo se dá até aos dois anos de idade, portanto bem antes do período da escola obrigatória. A carência alimentar é outro fator desfavorável a um bom aprendizado, logo, este aspecto é bem presente na maioria dos lares brasileiros, é por isso que cada vez mais a idéia de encurtar a chegada da criança à escola, pois nela irá receber pelo menos uma alimentação adequada e balanceada. Outro aspecto ruim é o descompromisso de alguns professores que, para justificar seu mau desempenho culpam a criança pobre pelo fracasso do aprendizado.
Existe uma grande variedade de problemas que afetam a escola que advem da sociedade que se encontra estagnada frente aos grandes problemas que a rodeia. O que nos aparenta é que o povo esqueceu de seu verdadeiro valor e poder, pois é só olharmos o passado veremos os grandes feitos que o povo fez quando se reuniu, cobrou e executou em prol do benefício da maioria; a comunidade não pode mais aceitar que as decisões ocorram de cima para baixo, mostrar união é o maior ensinamento da vida e é certamente refletida na comunidade e, sobretudo na escola. Não adianta querer mudar o currículo escolar se seu cliente não conseguiu ao menos chegar à escola bem alimentado; o grande problema é na estrutura e somente a luta por melhores condições de vida fará que a criança de hoje exerça sua cidadania amanhã.
Universidade Federal do Acre
Departamento de História
Curso: História Noturno
		
A vida na escola e a escola da vida
Alunos:
Antonio Carlos Ballalai
Célio Roberto
Otto da Fonseca
Rubens Lira
Silvio Dias
Ulysses Castro
Rio Branco – Acre
Fevereiro - 2003
Apresentação
O livro “a vida na escola e a escola da vida”, dos autores Claudius Ceccon, Miguel Darcy de Oliveira e Rosiska Darcy de Oliveira, apresentam de forma bem atraente os problemas relacionados à escola e como soluciona-los. 
O livro começa mostrando as principais insatisfações com relação à escola, as expectativas que se cria em torno dela e como a escolase apresenta na realidade, contrariando todas as expectativas. Procura analisar onde está a culpa pelo fracasso dos mais pobres e os mecanismos internos de funcionamento da escola.
Por fim, propõe que a escola precisa mudar para atingir seu objetivo e possa atender a uma maioria e não somente a uma pequena elite.
Conclusão
É mais do que evidente que a instituição escolar, hoje mais do que nunca, precisa passar por profundas mudanças afim de que possa atender a uma maioria pobre que se sente deslocada dentro da escola, pois a mesma não foi feita para eles. Podemos também nos perguntar: a escola forma cidadãos conscientes de seu papel na sociedade? Quais os principais desafios para a instituição escolar hoje?
São muitas as questões que poderíamos refletir a partir da leitura de “A vida na escola e a escola da vida”, mas convém a reflexão de como a escola da vida pode causar profundas transformações na escola enquanto instituição.
Bibliografia
Livro: A vida na escola e a escola da vida.
Autores: Claudius Ceccon, Miguel Darcy de Oliveira e Risiska Darcy de Oliveira.
Editora Vozes Ltda. em co-edição com IDAC – 17a Edição.
Petrópolis – 1988.
Trabalho apresentado como exigência da disciplina de Introdução a Educação, ministrada pela professora Vani.

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