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Aula 5 Teorias Aplicadas a Contabilidade

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Pró-reitoria de EaD e CCDD 
 
1 
 
 
Teorias Econômicas Aplicadas à 
Contabilidade 
 
 
Aula 5 
 
 
Prof. Clecio S. Steinthaler 
 
 
Pró-reitoria de EaD e CCDD 
 
2 
Conversa Inicial 
O comércio internacional ou comércio exterior é a troca de bens e 
serviços através de fronteiras internacionais ou territórios. Na maioria dos países, 
ele representa uma grande parcela do PIB. Daí sua vital importância para 
qualquer país. Para o Brasil, não poderia ser diferente. O comércio internacional 
está presente em grande parte da história da humanidade, mas a sua 
importância econômica, social e política se tornou crescente nos últimos séculos. 
O avanço industrial, dos transportes, o processo de globalização, o surgimento 
das corporações multinacionais, causou grande impacto no incremento deste 
comércio. 
 
Contextualizando 
Tradicionalmente, o comércio é regulamentado através de tratados 
bilaterais entre as nações. Durante os séculos de crença no mercantilismo, a 
maioria das nações mantinham altas tarifas e muitas restrições ao comércio 
internacional. No século 19, especialmente no Reino Unido, a crença no livre 
comércio tornou-se um paradigma e este pensamento tem dominado as 
Nações ocidentais desde então. Nos anos seguintes à Segunda Guerra 
Mundial, tratados multilaterais tentaram criar estruturas regulatórias de alcance 
mundial. 
 
 
 
Pró-reitoria de EaD e CCDD 
 
3 
Tema 1: Teorias do comércio internacional 
Modelo ricardiano 
O modelo ricardiano foca nas vantagens comparativas (ou vantagens 
relativas) e é, talvez, o mais importante conceito 
de teoria de comércio internacional. Neste modelo, os países se especializam 
em bens ou serviços que produzem relativamente melhor. Diferentemente de 
outros modelos, o ricardiano prevê que países irão se especializar em poucos 
produtos em vez de produzir um grande número de bens. Trata-se de uma teoria 
clássica do comércio internacional, também conhecida como a “teoria das 
vantagens comparativas”, na qual os países devem especializar-se na produção 
daqueles bens que o façam com maior eficiência, isto é, com menores custos 
relativos. 
 
Atenção: o modelo não considera diretamente as características naturais de um 
país, como disponibilidade relativa de mão de obra e de capital. 
Modelo de Heckscher-Ohlin 
Para a moderna teoria, as vantagens do comércio continuam existindo, ou 
seja, há um ganho real de renda quando o país passa da autarquia para uma 
situação de comércio internacional. A explicação quanto ao padrão de comércio 
Homens/hora 
para 
produção:
Tecido: 80
Vinho: 40
Homens/hora 
para 
produção:
Tecido: 20
Vinho: 80
Solução:
Portugal 
exporta vinho
EUA 
exportam 
tecido
 
Pró-reitoria de EaD e CCDD 
 
4 
se modifica: os países tendem a exportar produtos que utilizam intensivamente 
o fator de produção que se encontra relativamente abundante no país, e 
importam a mercadoria que utiliza intensivamente o fator de produção menos 
abundante no país. 
Ou seja, o modelo expõe que um país abundante em capital 
exportará bens de capital, ao passo que um país em posição contrária, com 
escassez de capital, exportará bens ou serviços que sejam intensivos no uso do 
fator de produção mão de obra. 
Ohlin, por meio de seu modelo, foi o primeiro a tratar diretamente do que 
hoje se conhece por Investimento Estrangeiro Direto (IED), componente 
do Balanço de Pagamentos. A característica do comercio internacional, quanto 
ao grau de desenvolvimento de um pais, é retratado da seguinte forma: 
 
 
Economias 
Desenvolvidas
1)Exportam 
produtos 
manufaturas
2) Importam 
matéria-prima 
e alimentos
Economias em 
Desenvolvimento
1) Exportam 
materia-prima 
e alimentos
2) Importam 
produtos 
manufaturados
 
Pró-reitoria de EaD e CCDD 
 
5 
Quanto à geração de rendas, os países podem ser classificados como: 
 
Na hipótese de todos os países serem desenvolvidos, mas diversamente 
dotados de recursos econômicos, naturais, humanos e tecnológicos, teríamos 
como vantagens globais: 
 Funcionamento perfeito das teorias de custos 
 Equivalência da capacidade produtiva do país 
 Importação e exportação se equivaleriam 
Em uma economia, onde o comércio exterior não é regulado pelo Estado, 
teríamos que a importação, a custos mais favoráveis de um bem, tende a impedir 
o crescimento e fortalecimento da indústria nacional, obrigando o pais a adotar 
medidas protecionistas, como: 
Economias 
Desenvolvidas
1)Emprestam 
capitais 
2) Recebem rendas
3) Prestam serviços 
especializados
Economias em 
Desenvolvimento
1) Recebem capitais
2) Pagam rendas 
(juros)
3) Adquirem novas 
tecnologias
 
Pró-reitoria de EaD e CCDD 
 
6 
 Criação de tarifas protetivas, ou seja; impostos de importação adicionais; 
 Mercado “fechado” a indústrias caracterizadas como segurança nacional; 
 Proteção à indústria nacional, nas relações internacionais, através de 
subsídios. 
Por outro lado, a intensificação abrupta da exportação tende a comprimir 
a demanda interna, fomentando a inflação, através da dolarização dos preços. 
Finalmente, a partir dos anos 1980, tem crescido um novo tipo de comércio, 
baseado nas vantagens comparativas. 
 A crescente liberalização do comércio nos países ditos “em 
desenvolvimento” tem conduzido a um aumento comercial entre estes países e 
os países “desenvolvidos” e até mesmo entre “países diferentes”; quer seja por 
questões ideológicas ou religiosas. A característica que ressalta é que os países 
em desenvolvimento não têm, agora, exportado sobretudo produtos primários, 
em vez disso, eles têm exportado bens manufaturados intensivos, mas com 
trabalho não qualificado. 
Homens carregando sacas de café. 
 
Fonte: <http://www.mexidodeideias.com.br/historias-em-xicaras/a-lenda-de-jacinto-o-
carregador-de-sacas-de-cafe/>. 
 
 
Pró-reitoria de EaD e CCDD 
 
7 
Mas tal como o comércio antes da Primeira Guerra Mundial, esse 
comércio é essencialmente baseado nas vantagens comparativas, em que os 
países tiram partido das suas diferenças. Os países em desenvolvimento são 
abundantes em trabalho não qualificado e exportam produtos intensivos nesse 
tipo de trabalho; e os países desenvolvidos são abundantes em trabalho 
qualificado e exportam produtos intensivos nesse tipo de trabalho. 
 
Vamos contextualizar essa importância: a China é o principal exportador 
mundial de bens industriais intensivos em trabalho não qualificado: 60% da 
produção mundial de botões têm lugar numa pequena cidade chinesa chamada 
Qiatou; e 95% dos isqueiros de cigarros são fabricados em Wenzhou. 
 
 
Trabalho não qualificado Trabalho qualificado
Produtos com Tecnologia Produtos 
Primários 
 
Pró-reitoria de EaD e CCDD 
 
8 
Tema 2: A importância do comércio exterior 
O Brasil é visto pelo mundo como um país com muito potencial, assim 
como Índia, Rússia e China. A política externa adotada pelo Brasil prioriza a 
aliança entre países subdesenvolvidos para negociar commodities com os 
países ricos. O Brasil, assim como Argentina e Venezuela, vêm rejeitando o 
projeto da Área ALCA em discussão, apesar das pressões dos EUA. 
Existem também iniciativas de integração e cooperação econômica na 
América Latina pela via da ALADI e na América do Sul, pela via do Mercosul. 
Seus maiores parceiros comerciais são União Europeia, os Estados Unidos da 
América, o Mercosul (Argentina, Chile como país observador), Paraguai, 
Uruguai e Venezuela) e obviamente, a China. 
O primeiro produto que moveu a economiado Brasil foi o Pau-Brasil, no 
período logo após o descobrimento. Mais tarde, com a divisão do Brasil 
em Capitanias Hereditárias, passou a ser o açúcar a principal atividade, e que 
perdurou por quase todo o período de colônia, passando ser substituído como 
principal atividade pelo ouro da região de Minas Gerais, em meados do século 
XVII. 
Já independente, um novo ciclo econômico surgiu, agora com o café. Esse 
momento foi fundamental para o desenvolvimento do Estado de São Paulo, que 
acabou por tornar-se o mais rico do país. Apesar de ter dado, ao longo da década 
de 1990, um salto qualitativo na produção de bens agrícolas, alcançando a 
liderança mundial em diversos insumos, com reformas comandadas pelo 
governo federal, a pauta de exportação brasileira foi diversificada, com enorme 
inclusão de bens de alto valor agregado, como joias, aviões, automóveis e peças 
de vestuário. 
 
 
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9 
 
 
Fonte: <http://www.robertomoraes.com.br/2015/05/exportacoes-brasileiras-em-2014-e.html>. 
 
 
 
 
 
 
Pró-reitoria de EaD e CCDD 
 
10 
Fonte: <https://clippingcacd.com.br/Home/SingleTimelinePost/896>. 
 
 
 
Pró-reitoria de EaD e CCDD 
 
11 
 
Fonte: <http://dacmatematicatanuri2011.zip.net/images/graficos-negoioscomachina.jpg>. 
 
 
 
 
Pró-reitoria de EaD e CCDD 
 
12 
 
Fonte: <http://comercioexteriorimportacaoexportacao.blogspot.com.br/2013/04/cebc-alerta-
comercio-bilateral-brasil.html>. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: <http://geostudos.com/site/?p=343>. 
 
 
Pró-reitoria de EaD e CCDD 
 
13 
Fonte: <http://economia.culturamix.com/banco/indicadores-economicos-brasil>. 
 
Tema 3: Taxa de câmbio e regime cambiais 
Taxa de câmbio é uma relação entre moedas de dois países, resultante 
da medição do preço de uma moeda em relação a outra. Portanto, para as 
transações comerciais internacionais poderem ser efetivadas, requer 
compatibilização entre diferentes tipos de valores de moedas, o que resulta no 
conceito de taxa de câmbio. No caso do Brasil, é o “preço” da moeda nacional 
em termos de moeda estrangeira. 
Mercado cambial é o mercado em que as moedas dos diferentes países 
são transacionadas. Desvalorização acontece quando a moeda nacional passa 
a valer menos em moeda estrangeira. Valorização acontece quando a moeda 
nacional passa a valer mais em moeda estrangeira. 
 
Pró-reitoria de EaD e CCDD 
 
14 
A desvalorização cambial tende a desestimular a importação e estimular 
a exportação. A valorização cambial torna a moeda nacional mais forte, o que 
estimula a compra de produtos importados. 
Regimes cambiais 
A determinação da taxa de câmbio, preço da moeda estrangeira expressa em 
moeda nacional, é influenciada por dois fatores: oferta e demanda de divisas 
(forças de mercado); e decisões administrativas do governo. Da combinação 
desses fatores, resultam três regimes cambiais: 
a) Taxa de Câmbio Flutuante – a taxa flutua livremente, regulada apenas pela 
lei da oferta e da procura. O mercado “estabelece” a taxa de cambio conforme a 
necessidade entre ofertantes e demandantes de moeda. 
b) Taxa de Câmbio Fixa – o Banco Central se compromete a comprar e vender 
moeda estrangeira a uma taxa previamente estipulada. O ajustamento do 
mercado ocorre pela quantidade de moeda que o Banco Central possui em 
reserva, pois cabe a ele regular o mercado, corrigindo excesso de oferta e de 
demandas. 
c) Regime Misto – é caracterizado pelas chamadas “bandas cambiais”, onde o 
preço da moeda flutua livremente entre dois parâmetros: uma linha mínima 
denominada linha de suporte, e um preço máximo, chamado linha de resistência. 
Esse processo de controle cambial também é conhecido como “política de 
flutuação suja”, pois o câmbio é livre em uma determinada faixa de preços, mas 
alterações acentuadas promovem a intervenção no mercado. 
 
Pró-reitoria de EaD e CCDD 
 
15 
 
No Brasil, o mercado de câmbio é subdividido em dois segmentos: 
 Câmbio manual – é o que se processa através da compra 
e venda de moedas em espécie (dinheiro vivo ou Traveller’s Checks); 
 Câmbio sacado – é o que se processa através de letras de 
câmbio, créditos documentários, ordens de pagamento e cheques. 
Posição cambial é o registro que expressa a diferença entre as compras 
e vendas de câmbio realizadas por um estabelecimento bancário autorizado. De 
acordo com as normas cambiais em vigor no Brasil, a posição de câmbio engloba 
todos os tipos de operações, independentemente de ser pronto ou futuro o prazo 
de entrega. A posição é calculada em dólares dos Estados Unidos, através da 
aplicação das paridades constantes no último boletim diário de taxas, editado 
pelo Banco Central. 
A posição de câmbio na contabilidade bancária é a soma algébrica da 
posição atual (liquidada) com a posição futura (a liquidar). A posição liquidada 
representa o saldo em moeda estrangeira nas contas junto aos banqueiros no 
exterior, enquanto a posição futura é determinada pelas compras e vendas 
futuras, a liquidar. 
Para efeito de controle e fiscalização, os bancos são obrigados a 
comunicar ao Banco Central a sua posição diária de câmbio. Essa posição é 
Compra
•Quando falamos em “dólar de compra”, estamos nos referindo 
ao valor pelo qual o agente financeiro compra a moeda.
Venda
•Quando falamos em “dólar de venda” estamos nos referindo ao 
valor pelo qual o agente financeiro vende a moeda.
 
Pró-reitoria de EaD e CCDD 
 
16 
obtida pela diferença entre a soma das compras e vendas de divisas do dia, 
acrescida ou diminuída da posição do dia anterior, podendo então ocorrer três 
situações distintas: 
 Posição nivelada – compras iguais às vendas; 
 Posição vendida – vendas superiores às compras; 
 Posição comprada – compras maiores que as vendas. 
Câmbio para viajantes (dólar turismo) abrange a compra e venda de 
moeda estrangeira, em espécie ou Traveller’s check, ordem de pagamento, 
despesas e demais instrumentos normalmente aceitos no mercado financeiro 
internacional, como representativos de valor em favor de pessoas físicas ou de 
prestadores de serviço relacionados com o turismo. 
Compreende também a venda de moeda estrangeira destinada a: 
cobertura de gastos em viagens ao exterior, despesas correlatadas e 
transferências especificadas na Consolidação das Normas Cambiais ou 
autorizadas, caso a caso, pelo Banco Central do Brasil, a saber: 
 Negócios, serviços ou treinamento no exterior; 
 Fins educacionais, científicos ou culturais; 
 Participações em competições esportivas; 
 Tratamento de saúde; 
 Membros do Congresso Nacional e Poder judiciário; 
 Pacotes turísticos; 
 Transferências unilaterais – manutenção; 
 Garantias de pagamento de exportação e garantias bancárias; 
 Cartões de crédito internacionais; 
 Vales postais internacionais. 
 
 
Pró-reitoria de EaD e CCDD 
 
17 
Tema 4: Impacto das políticas cambiais sobre a atividade 
econômica do país 
De acordo com as definições teóricas de Carvalho (2007), a política 
cambial diz respeito, basicamente, aos mecanismos de interferência na taxa de 
câmbio da moeda nacional, feita pelos agentes econômicos, de modo geral. A 
moeda possui mercado onde recebe preço em moeda estrangeira, e é no 
mercado que a moeda de um país é trocada pela moeda de outro país. 
O mercado pode ou não ser livre, no sentido de não receber influência por 
parte da autoridade monetária. No caso brasileiro, por exemplo, depois de 1999, 
o mercado passou a ser, teoricamente, livre, uma vez que o Banco Central não 
tem obrigação teórica de comprar ou venderdivisas e nem centralizar tais 
operações. 
Os objetivos da política cambial podem se subordinar a diferentes 
objetivos macroeconômicos, dentre os quais Prates (2007) destaca: o controle 
da inflação, a manutenção do equilíbrio externo e a melhora da competitividade 
externa. As variações cambiais são monitoradas de forma a prevenir mudanças 
abruptas na taxa, para que sua flutuação afete o menos possível os preços 
internos. 
Do mesmo modo, ao se perseguir maior competitividade externa, é 
necessário monitorar a taxa de câmbio de modo a promover as exportações. 
Vamos contextualizar: com a valorização do Real, os exportadores queixam-se 
de prejuízos a indústria nacional e em produtos menos competitivos no mercado 
internacional. Mas, como isso ocorre? Vamos imaginar dois cenários: 
Cenário 1 
Imagine que você seja um exportador de laranjas. Você envia uma 
quantidade do seu produto para o exterior e recebe, em troca, 10 mil dólares. 
 
Pró-reitoria de EaD e CCDD 
 
18 
Vamos supor uma taxa de câmbio onde cada Dólar seja equivalente a três Reais. 
Suas despesas são em Reais, e equivalem a 10 mil reais. Ao fazer a troca 
cambial do que você vendeu, você recebe 30 mil reais, paga as despesas e 
sobra 20 mil reais. 
 
 
 
 
 
 
 
Cenário 2 
Você envia uma quantidade do seu produto para o exterior e recebe em 
troca 10 mil dólares. Vamos supor uma taxa de câmbio onde cada Dólar seja 
equivalente a 1 Real. Suas despesas são em Reais, e equivalem a 10 mil reais. 
Ao fazer a troca cambial do que você vendeu, você recebe 100 mil Reais, paga 
as despesas e sobra “0” Reais. 
 
 
 
Exporta laranjas
por 10 mil Dólares
Despesas/custos 
gerais de 10 mil 
REAIS
Câmbio: U$ 1,00 = R$ 
3,00 
Recebe R$ 30 mil Reais
Faturamento = 30 mil 
Reais menos 10 mil 
reais de 
custos/despesas
Lucro de 20 mil 
Reais
 
Pró-reitoria de EaD e CCDD 
 
19 
 
 
 
 
 
 
 
 
Atenção: a moeda nacional mais forte tem mais poder de compra. Um produto 
importado de 100 Dólares, que antes custaria 300 Reais ao seu comprador, com 
o novo câmbio sairia por 100 Reais. 
A valorização da moeda e a consequente concorrência dos produtos 
estrangeiros pode ser positiva para o consumidor no sentido de reduzir os 
preços. Pode, entretanto, ser destrutiva para a indústria local e para os empregos 
no país se não pudermos, por exemplo, competir com os custos dos produtores 
internacionais. 
 
 
Exporta laranjas
por 10 mil Dólares
Despesas/custos gerais 
de 10 mil Reais
Cambio: U$ 1,00 
= R$ 1,00
recebe R$ 10 mil Reais
Faturamento = 10 mil 
Reais menos 10 mil 
Reais de 
custos/despesas
Lucro de zero Reais
 
Pró-reitoria de EaD e CCDD 
 
20 
Tema 5: Introdução ao balanço de pagamentos 
O termo refere-se ao indicador econômico que representa a relação entre 
o total de exportações e importações de bens e serviços por parte de um país 
em um determinado período de tempo. Pode haver saldo negativo quando as 
importações superarem as exportações, ou saldo positivo quando as 
exportações superarem as importações. 
Saldo da Balança Comercial = Exportações – Importações 
Os fatores afetam a balança comercial são custos de produção, custos 
das matérias-primas e dos bens intermediários, e restrições comerciais e 
impostos. Tradicionalmente, os países desenvolvidos têm relação especial com 
a importação de matérias-primas para, depois, exportar bens manufaturados aos 
países subdesenvolvidos e, assim, agregar valor com este importante processo. 
Isto leva os países subdesenvolvidos a exibirem déficits comerciais e, em 
contrapartida, os países desenvolvidos exibem superávits na balança comercial. 
 
Um déficit na Balança de Pagamentos (importações maiores que as 
exportações) obriga o país a tomar medidas de ajustes: 
 Desvalorização real da taxa de câmbio; 
 Redução do nível de atividade econômica; 
Ter balanço comercial 
positivo tem como 
consequência 
automática 
o crescimento do 
produto interno bruto. 
Em contrapartida, ter 
déficit na balança 
comercial reflete 
automaticamente na 
sua queda. 
 
Pró-reitoria de EaD e CCDD 
 
21 
 Restrições quantitativas ou tarifárias às importações; 
 Subsídio à exportação; 
 Controle de remessa de capitais ao exterior. 
Superávit da Balança Comercial 
Quando o total de exportações de bens e serviços for superior ao total de 
importações, registra-se superávit no saldo da balança comercial. O superávit é 
um fator positivo na economia de um país, já que mostra que o mesmo está 
exportando (vendendo) mais bens e serviços do que está importando 
(comprando). 
Superávit da Balança Comercial = Exportações > Importações 
 
Déficit da Balança Comercial 
Quando o total de exportações de bens e serviços for inferior ao total de 
importações, registra-se déficit no saldo da balança comercial. O déficit é um 
fator negativo na economia de um país, já que mostra que o mesmo está 
exportando (vendendo) menos bens e serviços do que está importando 
(comprando). 
Déficit da Balança Comercial = Importações > Exportações 
 
Taxa de Cobertura 
A razão entre o total de exportações e importações de um país indica a taxa de 
cobertura das importações pelas exportações, que mostra a percentagem das 
exportações que pagam as importações. A taxa de cobertura é importante, pois 
 
Pró-reitoria de EaD e CCDD 
 
22 
proporciona a noção exata do grau de dependência ou independência comercial 
de um país em relação ao mercado externo. 
Taxa de Cobertura = Exportações / Importações 
A última coluna da tabela a seguir mostra a taxa de cobertura (%), 
representado pela razão entre o total de exportações e importações do país. Os 
valores estão em bilhões de dólares. 
 
A estrutura do balanço de pagamentos compreende dois grandes grupos: 
 Transações correntes – movimentação de bens e serviços; 
 Movimento de capitais – deslocamentos de moeda, créditos e títulos 
representativos de investimento. 
 
 
Pró-reitoria de EaD e CCDD 
 
23 
A composição da Balança Comercial compreende três grandes grupos: 
 A balança comercial, que compreende o saldo das importações e das 
exportações. 
o Exportações (+) 
o Importações (–) 
 A balança de serviços que registra a transferências de: 
o Não fatores – viagens, fretes, seguros, etc. 
o Fatores – lucros, dividendos, juros, etc. 
 As transferências unilaterais, que são os valores destinados a: 
o doações, remessa de imigrantes, reparações de guerra, etc. (não 
existe contrapartida) 
 
 
 
Pró-reitoria de EaD e CCDD 
 
24 
Produtos mais exportados pelo Brasil (referência: ano de 2011) e 
porcentagem do valor importado: 
 Minério de ferro, aço e ferro fundido: 16,3%; 
 Petróleo bruto: 8,4%; 
 Soja e produtos derivados: 6,4%; 
 Açúcar de cana: 4,5%; 
 Café em grão: 3,1%; 
 Carne de frango (in natura): 2,8%; 
 Farelo e resíduos da extração do óleo de soja: 2,2%; 
 Pastas químicas de madeira: 1,9%; 
 Produtos semimanufaturados de ferro ou aço: 1,8%; 
 Automóveis: 1,7%; 
 Carne bovina (in natura): 1,6%; 
 Autopeças: 1,6%; 
 Aviões: 1,5%; 
 Óleos combustíveis: 1,5%. 
Produtos mais importados pelo Brasil (referência: ano de 2011) e porcentagem 
do valor importado: 
 Petróleo bruto: 6,2%; 
 Automóveis: 5,3%; 
 Óleos Combustíveis: 3,5%; 
 Autopeças: 2,8%; 
 Medicamentos: 2,6%; 
 Nafta: 2,1%; 
 Componentes eletrônicos: 1,9%; 
 Hulha: 1,9%; 
 Peças de recepção e transmissão: 1,6%; 
 
Pró-reitoria de EaD e CCDD 
 
25 
 Cloreto de potássio: 1,5%; 
 Geradores e motoreselétricos: 1,4%; 
 Compostos heterocíclicos: 1,3%; 
 Instrumentos de medição: 1,3%; 
 Gás natural: 1,2%. 
 
Na Prática 
1. Com relação ao balanço de pagamentos, é incorreto afirmar que: 
a) um déficit na balança de serviços não necessariamente implica um déficit em 
transações correntes. 
b) entradas de mercadorias no país são, necessariamente, consideradas como 
importações. 
c) se o país não possui reservas, um déficit em transações correntes tem que 
ser necessariamente financiado com movimentos de capitais autônomos. 
d) os investimentos diretos são considerados como item dos movimentos de 
capitais autônomos. 
e) se, em valor absoluto, o déficit em transações correntes é igual ao superávit 
no movimento de capitais autônomos, então, na ausência de erros e omissões, 
o saldo total do balanço de pagamentos será nulo. 
Resposta: letra C. 
 
 
 
Pró-reitoria de EaD e CCDD 
 
26 
2. Segundo Tavares (1998), “Um processo de desenvolvimento interno, que tem 
lugar e se orienta sob o impulso de restrições externas, gerando ampliação e 
diversificação da capacidade produtiva industrial”. Esta definição é uma 
característica do: 
a) Processo de substituição de importações. 
b) Processo de industrialização central. 
c) Processo de industrialização periférico. 
d) Processo de equilíbrio do balanço de pagamentos. 
e) Há duas alternativas corretas. 
Resposta: letra A. 
3. Na década de 1990, Brasil e Argentina adotaram estratégias de combate à 
inflação que tinham como um ingrediente-chave a estabilização da taxa de 
câmbio. No entanto, o sucesso na redução da inflação não bastou para evitar 
que, ao final da década, ocorresse a ruptura dos regimes cambiais dos dois 
países. Sobre as diferentes políticas cambiais, é correto afirmar que: 
a) com a taxa de câmbio fixa, e na ausência de políticas de esterilização no 
mercado aberto, os movimentos de reservas internacionais não alteram a base 
monetária. 
b) a livre flutuação implica comprometimento das reservas internacionais oficiais 
com as transações internacionais do setor privado. 
c) no regime de bandas cambiais, as reservas internacionais oficiais podem vir 
a ser utilizadas nos pagamentos internacionais do setor privado. 
 
Pró-reitoria de EaD e CCDD 
 
27 
d) num regime de "caixa de conversão" com taxa de câmbio fixa, o volume de 
meios de pagamento no país é regulado exclusivamente pelo crédito interno 
líquido. 
e) regimes de câmbio livremente flexível são mais propensos a ataques 
especulativos contra as reservas oficiais. 
Resposta: letra C. 
 
Síntese 
Estudamos as teorias do comércio internacional, a importância do 
comércio exterior e as taxas de câmbio, bem como os regimes cambiais. 
Analisamos o impacto das políticas cambiais sobre a atividade econômica do 
país e, finalmente, estudamos de forma sintética a estrutura do balanço de 
pagamentos brasileiro. 
 
Referências 
FERREIRA, Paulo W. Análise de Cenários Econômicos. Curitiba: InterSaberes, 2015. 
MICHELS, Erico. Fundamentos de Economia. Curitiba: InterSaberes, 2013. 
VASCONCELLOS, Marco A. S. Fundamentos de Economia. 2 ed. São Paulo: Saraiva. 
WESSELS, Walter. Economia. Tradução de Sara Gedanke. São Paulo: Saraiva, 1998. 
VASCONCELLOS, Marco A. S.; PINHO, Diva B. P. (Orgs). Manual de Economia. 2 ed. 
São Paulo: Saraiva.

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