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Aula 4

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CONTABILIDADE E GESTÃO DE
MICRO E PEQUENAS
EMPRESAS
AULA 4
Prof.ª Daiane Lolatto
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Conversa inicial
Nesta aula, vamos tratar da contabilidade como ferramenta de controle da
gestão em micro e pequenas empresas, e, para tanto, estudaremos os seguintes
temas:
• Contabilidade como ferramenta de controle da gestão de micro e
pequenas empresas – MPEs;
• Planejamento e controle orçamentário para micro e pequenas
empresas;
• Lucro (resultado econômico) × fluxo de caixa (resultado financeiro);
• Ciclo operacional x ciclo econômico x ciclo financeiro;
• Liquidez e risco.
Vamos, então, aproveitar a leitura e exercitar os conhecimentos
adquiridos resolvendo as atividades.
Contextualizando
Segundo Lemes Júnior e Pisa (2019), “administração financeira é a arte e
ciência de cuidar do dinheiro, mitigar os riscos e agregar valor para a empresa.”.
No Brasil, os recursos financeiros são escassos, caros e os prazos nem sempre
são adequados, o que torna ainda mais difícil a vida dos empreendedores,
principalmente os das pequenas e médias empresas.
Assim, a administração financeira assume um papel fundamental para
garantir a sustentabilidade financeira das empresas. O objetivo principal da
administração financeira é criar valor para a empresa e maximizar a riqueza de
seus proprietários, sejam eles empreendedores individuais, sócios ou acionistas.
Diante disso, nesta aula, vamos conhecer a importância da contabilidade
como ferramenta de controle da gestão em micro e pequenas empresas. Esta
aula é fundamental para nossos estudos futuros, por isso é imprescindível se
atentar a todos os temas e detalhes descritos. Iniciaremos falando sobre a
contabilidade para pequenas e médias empresas.
TEMA 1 – CONTABILIDADE COMO FERRAMENTA DE CONTROLE DA
GESTÃO EMMPES
A contabilidade desempenha um papel fundamental na gestão de micro e
pequenas empresas (MPEs), fornecendo informações úteis para a tomada de
decisões. Embora a contabilidade tenha evoluído ao longo dos anos, é
importante destacar que a publicação da obra de Luca Pacioli, em 1494, foi um
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marco no meio empresarial e acadêmico, em decorrência da introdução do
registro pelo método das partidas dobradas (Silva; Marion, 2013).
Atualmente, há uma discussão sobre o papel da contabilidade na gestão
de negócios e na solução de problemas das empresas. Para se manter
relevante, a contabilidade deve abandonar a visão tradicional de simples
registros contábeis e adotar uma abordagem gerencial das informações, fazendo
uso dos avanços tecnológicos disponíveis (Silva; Marion, 2013).
A contabilidade pode ser dividida em duas grandes áreas, contabilidade
financeira e contabilidade gerencial. Conforme Atkinson et al. (2015), a
contabilidade financeira tem um caráter retrospectivo; uma vez que resume em
termos financeiros os resultados de decisões e transações passadas, é voltada
principalmente para os stakeholders externos, como investidores, financiadores,
reguladores e autoridades fiscais, e deve seguir as normas estabelecidas por
órgãos emissores de padrões.
Em contrapartida, a contabilidade gerencial é retrospectiva, ao fornecer
feedback sobre operações passadas, e prospectiva, ao incorporar previsões e
estimativas sobre eventos futuros. Ela está direcionada para atender às
necessidades de tomada de decisão dos funcionários e gerentes das
organizações e não tem formas ou normas prescritivas sobre seu conteúdo,
como o conteúdo deve ser desenvolvido e como deve ser apresentado (Atkinson
et al., 2015).
Essa flexibilidade possibilita que a contabilidade gerencial se adapte às
necessidades de cada empresa e setor, fornecendo informações personalizadas
que ajudam a identificar problemas, oportunidades e tendências no desempenho
financeiro e operacional. A contabilidade gerencial pode ser usada para
monitorar indicadores de desempenho, avaliar a rentabilidade de produtos ou
serviços, identificar custos desnecessários e melhorar a eficiência operacional
(Iudícibus, 2020).
Iudícibus (2020) associa a avaliação de desempenho à análise de
balanços. Ao analisar os balanços, é possível identificar indicadores financeiros
relevantes, como a liquidez, a rentabilidade, a solvência, entre outros. Esses
indicadores podem ajudar na avaliação do desempenho da empresa em relação
a metas e objetivos estabelecidos, assim como na identificação de possíveis
oportunidades de melhoria ou ajustes necessários para garantir a saúde
financeira da organização.
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Vamos considerar uma empresa que apresenta um ativo circulante de
R$ 580.000,00 em 20X1 e de R$ 650.000,00 em 20X2. Durante esse período, o
passivo circulante foi de R$ 340.000,00 e R$ 280.000,00, respectivamente. Com
essas informações, é possível calcular a liquidez corrente da empresa, que é
obtida pela divisão do ativo circulante pelo passivo circulante. Em 20X1, a
liquidez da empresa foi de 1,70 e, em 20X2, foi de 2,32. Isso significa que, para
cada R$ 1,00 de dívida no curto prazo, a empresa tinha R$ 1,70 em 20X1 e
R$ 2,32 em 20X2.
No entanto, essa análise pode ser insuficiente. Embora o índice de
liquidez seja favorável para a empresa, ele pode ser composto principalmente
por estoques, o que indica que a empresa tem dinheiro parado no estoque e
pode não estar gerenciando seu capital de forma eficiente. Por isso, é importante
analisar vários outros indicadores financeiros para uma avaliação mais precisa
da saúde financeira da empresa.
As empresas devem buscar o maior número possível de informações
gerenciais para tomar decisões assertivas. A análise dos índices financeiros
deve ser considerada em conjunto com outras informações relevantes, como o
desempenho operacional e as estratégias de negócios da empresa. Somente
assim será possível obter uma visão completa de sua situação financeira e tomar
decisões mais precisas e embasadas.
Além disso, as informações de custos têm um papel fundamental no
processo de tomada de decisão. As informações de custos podem ser utilizadas
na fixação de preços, análise de rentabilidade, tomada de decisões de
investimentos, controle de custos e planejamento orçamentário (Atkinson et al.,
2015).
De acordo com Silva e Marion (2013), as empresas de pequeno e
médio porte têm utilizado pouco as informações contábeis presentes
nos relatórios contábeis devido à linguagem técnica empregada, que
muitas vezes dificulta o entendimento dos usuários. É necessário rever
essa questão para garantir que as informações sejam eficientes,
eficazes e úteis aos usuários.
A contabilidade é uma ferramenta crucial para a gestão de MPEs, pois
fornece informações importantes para a tomada de decisões financeiras e
gerenciais. A adoção de uma perspectiva gerencial das informações e o uso de
tecnologia são fundamentais para aprimorar a eficácia da contabilidade e
garantir a continuidade dos negócios.
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TEMA 2 – PLANEJAMENTO E CONTROLE ORÇAMENTÁRIO PARA MICRO E
PEQUENAS EMPRESAS
A utilização mais frequente das informações de custos é provavelmente
na elaboração do orçamento, que é uma ferramenta da contabilidade gerencial
que visa projetar ou antecipar os custos em diferentes níveis de produção e
atividade de vendas. Os orçamentos são essenciais para o planejamento, pois
estabelecem a direção da organização durante um período orçamentário
específico. Eles servem como base para previsões de lucros que os executivos
sêniores compartilham com o mercado acionário (Atkinson et al., 2015).
Para Frezatti (2023), o orçamento é o plano financeiro que visa colocar
em prática a estratégia da empresa para um determinado período. Ele não se
trata apenas de uma estimativa, mas sim de um compromisso dos gestores em
relação às metas a serem alcançadas. O orçamento reflete as prioridades e a
direção da organização, fornecendo condições para avaliar o desempenho da
empresa, suas áreas internas e seusgestores.
De acordo com Sardinha (2008), o orçamento é uma ferramenta que
transmite a estratégia para todos os níveis gerenciais, detalhando os planos de
cada centro de responsabilidade. Ainda, coordena as diversas atividades da
organização, evitando a duplicação de esforços, bem como estabelece
responsabilidades, autoriza limites de gastos e informa o desempenho esperado.
É um instrumento de avaliação, ou seja, um contrato ou acordo com os gestores
com o objetivo de utilizar os planos como base para avaliar o desempenho tanto
deles quanto da empresa como um todo.
A análise do orçamento não ocorre apenas em um momento específico,
mas durante todo o processo de desenvolvimento do orçamento. Quando o
cronograma é definido, ao se estabelecer datas para a elaboração do orçamento,
o departamento de orçamento analisa se é viável e exequível. Depois que as
datas são estabelecidas, esse mesmo departamento orçamento verifica se as
áreas estão cumprindo os prazos limite e toma as medidas necessárias quando
isso não ocorre (Crepaldi; Crepaldi, 2019).
Após a elaboração do orçamento, é importante realizar uma análise dos
valores apresentados na demonstração de resultados e no balanço projetado,
visando otimizar os resultados e identificar possíveis distorções causadas pelas
premissas e objetivos considerados na elaboração do orçamento (Crepaldi;
Crepaldi, 2019).
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Nessa análise crítica, são utilizadas técnicas de análise econômico-
financeira como ponto de equilíbrio ou da relação custo-volume-resultado e a
análise da taxa de retorno sobre o investimento. Essas técnicas são
fundamentais para avaliar a situação econômico-financeira da empresa, sua
filosofia operacional, decisões de investimentos em ativos permanentes e a
estrutura de capitais (Crepaldi; Crepaldi, 2019).
O orçamento de financiamento identifica as necessidades de recursos de
terceiros para financiar novos investimentos ou a reestruturação da estrutura de
capital. Por fim, o orçamento geral é um resumo dos planos da empresa, no qual
são definidas metas específicas para atividades de vendas, produção,
distribuição e financiamento, que geralmente resulta na elaboração do
orçamento do resultado e do fluxo de caixa projetado (Crepaldi; Crepaldi, 2019).
Segundo Crepaldi e Crepaldi (2019), ainda não existe uma metodologia
formal para análise de orçamentos. Em empresas que têm um sistema de
orçamentos bem desenvolvido, são utilizados métodos próprios e específicos,
de acordo com o estilo e a habilidade conceitual de sua administração.
Quando a área de orçamentos recebe as premissas, elas são analisadas
e confrontadas com os objetivos da direção e comparadas com as do ano
anterior. Essas premissas são utilizadas na elaboração de simulações. A direção
selecionará a alternativa que melhor reflita os objetivos da empresa. Geralmente,
são realizados três tipos de simulações, a simulação otimista, a simulação
realista e a simulação pessimista (Crepaldi; Crepaldi, 2019).
A análise de variações é o processo de comparar os resultados reais com
os objetivos orçados. Esse processo possibilita que a administração avalie o
desempenho e identifique as variações, para que possa agir em relação às
execuções. Se uma variação for significativa, é importante analisá-la
cuidadosamente para identificar as causas e tomar medidas corretivas ou
preventivas apropriadas (Crepaldi; Crepaldi, 2019).
Ao investigar uma variação, é necessário considerar vários fatores.
Inicialmente, é preciso avaliar a relevância da variação e determinar o grau de
importância. Em seguida, é fundamental examinar os dados do orçamento e os
dados reais para garantir que não haja erros de informação (Crepaldi; Crepaldi,
2019).
Outro fator a ser considerado é se a variação é resultado de uma decisão
da administração, como a realização de um projeto publicitário não planejado
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previamente. Além disso, muitas variações podem ser explicadas pelo efeito de
fatores não controláveis, como a inflação (Crepaldi; Crepaldi, 2019).
Por fim, se a causa da variação não for conhecida, é necessário analisá-
la com cuidado e tomar medidas corretivas. Essas variações são exceções e
geralmente exigem ações imediatas para que a administração possa lidar com
elas adequadamente (Crepaldi; Crepaldi, 2019).
No Quadro 1 a seguir, podemos acompanhar um exemplo prático de
análise de variação do valor orçado com o valor real.
Quadro 1 – Análise de variação do orçamento
Discriminação
R$
%
Orçado Real Favorável/Desfavorável
Vendas 30.000,00 27.600,00 –2.400,00 –8%
Custo produtos
vendidos
18.000,00 18.300,00 300,00 2%
Margem bruta 12.000,00 9.300,00 –2.700,00 –23%
Promoção e
propaganda
4.500,00 4.200,00 –300,00 –7%
Margem de
contribuição do
produto
7.500,00 5.100,00 –2.400,00 –32%
Fonte: Lolatto, 2023.
Podemos observar que há uma variação significativa entre o valor orçado
e o valor real. Logo, a empresa deve identificar as causas dessa variação e tomar
medidas para corrigi-las.
O orçamento tem duas funções complementares e indissociáveis, o
planejamento e o controle. Planejar significa definir previamente as ações a
serem realizadas e atribuir os recursos necessários para alcançar as metas e
objetivos estabelecidos, considerando todas as funções da empresa e todos os
fatores que possam influenciá-la, tanto internos quanto externos. O controle é
uma ação que complementa o planejamento realizado anteriormente. É
necessário ter um planejamento traçado previamente para poder fazer o
controle, pois somente com parâmetros claros e objetivos é possível realizar
comparações (Correia Neto, 2022).
Em conclusão, o planejamento e controle orçamentário são fundamentais
para o sucesso das micro e pequenas empresas. Com uma visão clara dos
recursos financeiros disponíveis e uma gestão eficiente dos gastos, as empresas
podem tomar decisões mais estratégicas e garantir a continuidade do negócio.
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Além disso, o controle orçamentário possibilita uma análise constante do
desempenho financeiro da empresa, facilitando a identificação de oportunidades
de crescimento e a correção de possíveis problemas. Portanto, investir em
planejamento e controle orçamentário é uma medida importante para a gestão
financeira saudável e sustentável de micro e pequenas empresas.
TEMA 3 – LUCRO (RESULTADO ECONÔMICO) × FLUXO DE CAIXA
(RESULTADO FINANCEIRO)
Os conceitos de lucro (econômico) e fluxo de caixa (financeiro) são
extremamente importantes na gestão empresarial e podem causar muita
confusão para novos empreendedores. Por isso, é essencial dedicar um tópico
específico para entendê-los e compreender o mundo das finanças empresariais,
familiares ou pessoais.
O lucro (resultado econômico) é o resultado obtido quando se subtrai as
receitas dos custos e despesas. Esse resultado econômico pode ser positivo
(lucro) ou negativo (prejuízo). Em contrapartida, o fluxo de caixa (resultado
financeiro) é a diferença entre as entradas e saídas de dinheiro. Esse resultado
financeiro pode ser superavitário (entrada maior que saída) ou deficitário (saída
maior que entrada) (Lemes Júnior; Pisa, 2019).
Empreendedores inexperientes enfrentam grandes desafios para
gerenciar seus negócios em razão da dificuldade de entender essa diferença
entre lucro e fluxo de caixa. É possível uma empresa ter lucros significativos e
não ter dinheiro suficiente para pagar suas contas, assim como é possível ter
prejuízos consideráveis e ter dinheiro suficiente para honrar seus compromissos
(Lemes Júnior; Pisa, 2019).
Uma empresa pode obter lucros, mas, ao mesmo tempo, investir em
ativos como terrenos, máquinas e equipamentos que levam tempo para gerar
fluxo de caixa. Isso significa que, mesmo que a empresa esteja registrando
lucros contábeis, o dinheiro proveniente desses investimentos pode levar meses
ou até mesmo anos para se materializarem entrada de caixa (Lemes Júnior;
Pisa, 2019).
Por isso, as empresas não podem imobilizar seus recursos por muito
tempo. Ou seja, não podem investir em ativos que não tenham liquidez e que
demoram para se tornar dinheiro. Por exemplo, não é viável investir em uma
fábrica que demora quatro ou cinco anos para gerar entradas de caixa que
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cubram esse investimento, se não for possível negociar prazos compatíveis com
os fornecedores e bancos (Lemes Júnior; Pisa, 2019).
É necessário sincronizar a velocidade com que os ativos geram dinheiro
e a velocidade com que o dinheiro será usado para pagar as contas. Os
empresários precisam cuidar tanto do lucro quanto do fluxo de caixa positivo.
Para dar lucro, a empresa precisa inovar em produtos ou serviços que resolvam
os problemas dos clientes, gerenciar custos e despesas operacionais, evitar
financiamentos inadequados e fazer um bom planejamento tributário. Para gerar
fluxo de caixa positivo, é preciso ter resultados econômicos (lucros) e elaborar
um planejamento financeiro eficiente, gerenciando estoques, contas a receber e
prazos de pagamento de fornecedores e financiadores (Lemes Júnior; Pisa,
2019).
O demonstrativo de resultados é um demonstrativo contábil que mostra o
resultado econômico, enquanto o fluxo de caixa ou orçamento de caixa,
preparado pelo gerente financeiro, é um demonstrativo financeiro que mostra a
diferença entre as entradas e saídas de dinheiro (Lemes Júnior; Pisa, 2019).
3.1 Fluxo de caixa
O fluxo de caixa é uma ferramenta indispensável para o gerenciamento
financeiro de uma empresa em curto e médio prazo. Ele consiste em registrar
diariamente saldos, entradas e saídas de dinheiro, além de controlar contas a
pagar e a receber em um período específico (Lemes Júnior; Pisa, 2019).
O fluxo de caixa possibilita o planejamento, gerenciamento e controle das
entradas e saídas de caixa, assim como das aplicações de saldos e da captação
de empréstimos e financiamentos. Ele geralmente é estruturado para um
horizonte de tempo anual ou semestral, dividido em meses, semanas e dias. Por
exemplo, a primeira semana deve ser desdobrada em dias, o primeiro mês em
semanas e o ano deve ser dividido em meses (Lemes Júnior; Pisa, 2019).
O controle eficiente do fluxo de caixa é fundamental para garantir a
disciplina financeira necessária para sua sobrevivência e crescimento. Essas
empresas geralmente contam com recursos financeiros limitados provenientes
do empreendedor ou de familiares, especialmente em suas fases iniciais,
tornando a prática ainda mais importante (Lemes Júnior; Pisa, 2019).
Vamos acompanhar, na Figura 1 a seguir, os dois ramos da gestão
financeira conforme descrito por Lemes Júnior e Pisa (2019).
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Figura 1 – Gestão econômico-financeira e fluxo de caixa
Fonte: Lemes Júnior; Pisa, 2019, p. 211.
Administrar o fluxo de caixa adequadamente é necessário para a
administração e continuidade de uma empresa. Essa afirmação é válida para
empresas de todos os tamanhos, mas para uma Micro e Pequena Empresa
(MPE) é uma questão de sobrevivência (Lemes Júnior; Pisa, 2019).
Segundo Lemes Júnior e Pisa (2019), os fluxos de caixa podem ser um
importante instrumento de tomada de decisão gerencial, pois possibilitam:
• comparar os montantes de entradas e saídas de caixa de um determinado
período;
• antecipar possíveis falta ou excesso de dinheiro;
• identificar antecipadamente a necessidade de capital de giro, de modo a
possibilitar que sejam negociadas melhores taxas do que em situações de
urgência;
• planejar as aquisições da empresa de forma que os pagamentos dos
fornecedores sejam realizados após o recebimento dos valores pelos
clientes (situação ideal);
Gestão Econômica Gestão Financeira
Receitas Entradas
Gastos
(Custos + Despesas)
Saídas
Resultado Econômico
Lucro e Prejuízo
Resultado Financeiro
Superávit e Déficit
Fluxo de Caixa
receitas, gastos e resultados
considerados no momento em que
ocorrem
receitas, gastos e resultados
considerados no momento da
movimentação do caixa
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• tomar decisões sobre a concessão de prazos mais longos para o
pagamento pelos clientes;
• identificar problemas de formação de preço de venda, caso as entradas
de caixa não cubram os pagamentos correspondentes;
• identificar os melhores momentos para realizar compras, levando em
consideração os prazos e a capacidade de pagamento;
• possibilitar a realização de compras à vista com preços melhores ou
aplicar os excedentes financeiros em investimentos.
Na administração do caixa, é importante garantir que os prazos de
recebimento das vendas sejam menores do que o período de rotação do estoque
e o período de pagamento das contas. Nesse sentido, vamos compreender como
funciona os ciclos operacional, econômico e financeiro das empresas.
TEMA 4 – CICLO OPERACIONAL X CICLO ECONÔMICO X CICLO FINANCEIRO
O ciclo operacional de uma empresa compreende o tempo decorrido
desde a aquisição de matérias-primas, insumos ou produtos até o recebimento
das vendas. Para gerenciar efetivamente os recursos que entram e saem do
caixa da empresa, é importante entender como e quando essas transações
ocorrem. Identificar o ciclo operacional ajuda na administração do caixa e
possibilita antecipar a necessidade de capital de giro, tornando a gestão
financeira mais eficiente (Crepaldi; Crepaldi, 2019; Lemes Júnior; Pisa, 2019).
O ciclo operacional é composto pelo ciclo econômico e financeiro. Ao
representá-los graficamente, é possível identificar os diferentes prazos
envolvidos na administração financeira, desde a aquisição da matéria-prima ou
mercadoria até o recebimento das vendas. Isso possibilita a adaptação desses
prazos em benefício do caixa. Na Figura 2 a seguir, ilustramos essa situação.
Figura 2 – Ciclo operacional x ciclo econômico x ciclo financeiro
Fonte: Lolatto, 2023.
Ciclo Operacional (CO)
Compra Prazo Médio de Estocagem (PME) Prazo Médio de Pagamentos (PMP) Prazo Médio de Recebimentos (PMR)
Ciclo Econômico (CE) Ciclo Financeiro (CF)
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As fórmulas do ciclo operacional correspondem a:  =  +  ou
 =  + .
O ciclo econômico compreende o tempo que a empresa leva para renovar
seus estoques. Começa com a aquisição de matérias-primas, insumos ou
produtos e termina com a venda do produto ou mercadoria, não considerando o
recebimento das vendas (Crepaldi; Crepaldi, 2019; Lemes Júnior; Pisa, 2019).
Sabemos que manter estoques representa um custo financeiro e, quanto menor
for o estoque e maior a rotatividade, melhor para a empresa. A fórmula do ciclo
econômico corresponde a:  = 
O ciclo financeiro começa quando a empresa realiza o pagamento aos
fornecedores e termina com o recebimento das vendas (Crepaldi; Crepaldi,
2019; Lemes Júnior; Pisa, 2019). Se os fornecedores concedem prazos mais
longos e os clientes realizam pagamentos em períodos mais curtos, a empresa
terá mais dinheiro disponível em caixa e não dependerá tanto de empréstimos
ou de pagamento de juros bancários (Crepaldi; Crepaldi, 2019). Para
encontrarmos o ciclo financeiro da empresa, podemos aplicar as fórmulas:  =
 +  –  ou  =  – .
4.1 Estudo de caso dos ciclos
Para entendermos melhor o ciclo operacional, econômico e financeiro,
vamos imaginar uma empresa que fabrica e vende camisetas personalizadas.
O ciclo operacional da empresa começa com a aquisição das matérias-
primas, como tecidos e tintas, e insumos necessários para a produção das
camisetas. Em seguida, a empresa realiza a produção das camisetas
personalizadas, que são disponibilizadas para venda. O ciclo operacional
termina quando a empresa recebe o pagamento das vendas realizadas.
O ciclo econômico da empresa corresponde ao tempo necessário para
renovar seus estoques. Nesse caso, a empresa precisará realizara aquisição de
novos tecidos, tintas e insumos para a produção das camisetas personalizadas.
Esse ciclo termina com a venda das camisetas e não leva em consideração o
recebimento do pagamento das vendas.
O ciclo financeiro começa quando a empresa realiza o pagamento aos
fornecedores pela aquisição das matérias-primas e insumos, e termina quando
a empresa recebe o pagamento das vendas realizadas. Se os fornecedores
concedem prazos mais longos para o pagamento das compras realizadas, e os
clientes realizam pagamentos em períodos mais curtos, a empresa terá mais
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dinheiro disponível em caixa e não dependerá tanto de empréstimos ou
pagamento de juros bancários.
Suponhamos que a empresa compra R$ 10.000,00 em matéria-prima
para a produção das camisetas, concedendo um prazo de 30 dias para
pagamento aos fornecedores. Nesse caso, o ciclo financeiro será de 30 dias,
pressupondo que a empresa venda todas as camisetas produzidas no mesmo
período, ou seja, sem considerar um prazo adicional para o recebimento das
vendas. Se a empresa conseguir vender todas as camisetas no prazo de 20 dias,
por exemplo, o ciclo financeiro será de 10 dias.
Dessa forma, é importante que a empresa compreenda o ciclo
operacional, econômico e financeiro para gerenciar efetivamente seus recursos
e antecipar a necessidade de capital de giro, o que oportuniza uma gestão
financeira mais eficiente e sustentável no longo prazo.
TEMA 5 – LIQUIDEZ E RISCO
A compreensão dos conceitos de liquidez e risco são de suma importância
na gestão financeira.
Liquidez é a habilidade de converter ativos, como estoques, contas a
receber, máquinas e equipamentos, em dinheiro (caixa). Liquidez também se
refere à capacidade de pagar as contas. Os proprietários de micro e pequenas
empresas devem ser cuidadosos em relação à falta de liquidez, pois isso pode
levar a empresa a grandes dificuldades financeiras, como recuperação judicial,
recuperação extrajudicial e até mesmo falência (Lemes Júnior; Pisa, 2019).
Existem vários motivos que podem levar à falta de liquidez, como vendas
insuficientes, excesso de investimentos em estoques e em contas a receber,
muitos investimentos em ativos imobilizados, como terrenos, prédios,
equipamentos e veículos. Em alguns casos, é preferível fazer financiamentos no
BNDES, por exemplo, e programar pagamentos em longo prazo, optar por
leasing, ou até mesmo adiar os investimentos (Lemes Júnior; Pisa, 2019).
Risco é a probabilidade de algo desfavorável ocorrer. Uma concessão de
crédito malfeita com alta inadimplência, falta de seguros contra sinistros, dívidas
em dólares, quebra de um grande cliente, entre outros, podem provocar perdas
significativas para a empresa. A previsão de riscos é um assunto muitas vezes
negligenciado, tanto no início de um novo negócio quanto no dia a dia dos que
já estão funcionando. Ninguém gosta de ser pessimista e imaginar que algo
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errado possa acontecer, mas os riscos existem e devem ser avaliados e
previstos (Lemes Júnior; Pisa, 2019).
Lemes Júnior e Pisa (2019) classifica os riscos em financeiro, operacional,
de mercado, ambiental, de acidente e desastres naturais. Os riscos financeiros
podem estar associados ao retorno do investimento (rentabilidade que um
investimento gera em relação ao valor investido), lucro (resultado financeiro
positivo obtido após deduzir todas as despesas), capital de giro (recursos
financeiros necessários para manter a operação de uma empresa em
funcionamento), investimento e aplicações financeiras (formas de investir
recursos financeiros em diferentes ativos), sonegação de tributos e encargos
sociais (prática de não declarar os tributos devidos ao governo).
Os riscos operacionais podem envolver a falta de matéria-prima ou a
quebra de equipamentos. Os riscos de mercado podem estar relacionados a
vendas fracas, fornecedores que não cumprem prazo, inadimplência dos
clientes, perda de cliente importante. Os riscos ambientais podem compreender
a contaminação do meio ambiente e consequente multa. Os riscos de acidente
podem estar associados com o pessoal ou com máquinas e equipamentos. Por
fim, os riscos de desastres ambientais podem estar relacionados com inundação
e vendaval (Lemes Júnior; Pisa, 2019).
De acordo com Lemes Júnior e Pisa (2019), é possível mitigar os riscos
contratando seguros para o imóvel, veículos e pessoal, fazendo aplicações
seguras em bancos de primeira linha, pagando os tributos com regularidade,
participando de programas de saúde, higiene e segurança no trabalho e
adotando políticas de responsabilidade social e ambiental. Seguindo essas
práticas, é possível prevenir acidentes e incidentes que possam prejudicar a
continuidade dos negócios.
Ainda, segundo Lemes Júnior e Pisa (2019), existem alguns riscos críticos
para a sobrevivência das empresas, como o de não vender e o de não receber.
Vejamos os motivos envolvidos.
• Risco de não vender: decorre principalmente da falta de pesquisa de
mercado e de planejamento. Isso pode ser resultado de diversos fatores,
como o preço acima da concorrência, a obsolescência do produto, a falta
de reconhecimento da marca, um mercado mal avaliado em que os
consumidores não desejam o produto, uma localização inadequada com
falta de estacionamento ou próxima de concorrentes poderosos,
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características demográficas mal avaliadas como idade, renda e classe
social, qualidade abaixo do esperado, ausência de políticas de prazos
para pagamento e forte reação dos concorrentes por meio de promoções.
• Risco de não receber: ocorre em razão de políticas inadequadas na
negociação de prazos de pagamento com fornecedores, do
estabelecimento de prazos de recebimento dos clientes mais longos do
que os obtidos para pagamento dos fornecedores (ciclo operacional mal
planejado e mal negociado), à impontualidade ou inadimplência, que
podem ser causadas por crises nacionais ou mundiais, problemas
financeiros dos clientes, falência ou concordata dos clientes, falta de
consulta básica (SPC, Serasa), falta de formalização de contrato ou não
fornecimento de nota fiscal, o que dificulta a adoção de medidas judiciais.
Na Figura 3 a seguir, mostramos como os riscos devem ser gerenciados
quando não é possível ignorá-los ou eliminá-los completamente.
Figura 3 – Avaliação de riscos
Fonte: Lemes Júnior; Pisa, 2019, p. 219.
Uma maneira de avaliar e controlar os efeitos dos riscos é criar cenários,
definindo eventos e suas respectivas probabilidades. Assim, é possível
identificar os possíveis impactos dos riscos e estabelecer medidas preventivas e
corretivas para lidar com eles.
Riscos
Avaliação
A quais riscos a empresa está
exposta?
Qual a probabilidade de ocorrerem?
Quais as perdas ecustos decorrentes?
Controle
Estabelecer cenários: otimista,
provável e pessimista
Aceitar o risco ou tomar medidas para
reduzir seus efeitos
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Trocando ideias
O ciclo operacional é composto pelo ciclo econômico e financeiro. O ciclo
econômico compreende o tempo que a empresa leva para renovar seus
estoques. O ciclo financeiro começa quando a empresa realiza o pagamento dos
fornecedores e termina com o recebimento das vendas. Sendo assim, como
esses ciclos podem afetar a gestão financeira e o desempenho do negócio?
Esses ciclos são importantes para a gestão financeira da empresa, pois
podem impactar diretamente o fluxo de caixa e a necessidade de financiamento.
Se o ciclo financeiro for maior que o ciclo operacional, a empresa pode enfrentar
dificuldades financeiras, pois terá que arcar com as despesas antes de receber
o dinheiro das vendas. Em contrapartida, se o ciclo financeiro for menor que o
ciclo operacional, a empresa terá um fluxo de caixa positivo e poderá utilizar o
dinheiro excedente para investir em novos projetos ou pagar dívidas.
Portanto,é fundamental que a empresa faça uma gestão adequada do
seu ciclo operacional, econômico e financeiro, para garantir a sustentabilidade
financeira e o sucesso do negócio. Isso pode incluir estratégias como a
negociação de prazos de pagamento e recebimento, a otimização do estoque e
a busca por fontes de financiamento mais adequadas às necessidades do
negócio.
Na prática
Agora que conhecemos um pouco sobre algumas questões relacionadas
à administração financeira, que tal exercitarmos os conhecimentos adquiridos?
Questão 1: Sobre a contabilidade
A contabilidade desempenha um papel fundamental na gestão de micro e
pequenas empresas (MPEs), fornecendo informações úteis para a tomada de
decisões. Ela pode ser dividida em duas grandes áreas, contabilidade financeira
e contabilidade gerencial.
Sendo assim, analise as afirmativas a seguir sobre a contabilidade
financeira e gerencial e assinale a alternativa correta.
I. A contabilidade financeira é voltada especialmente para a tomada de
decisão dos funcionários e gerentes das organizações.
II. A contabilidade gerencial é direcionada principalmente para os
stakeholders externos.
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III. A contabilidade financeira deve seguir as normas estabelecidas por
órgãos emissores de padrões.
IV. A contabilidade gerencial fornece informações personalizadas às
empresas.
Assinale a alternativa correta:
a. Apenas as afirmativas I e II estão corretas.
b. Apenas as afirmativas II e III estão corretas.
c. Apenas as afirmativas III e IV estão corretas.
d. Apenas as afirmativas I, II e IV estão corretas.
e. Apenas as afirmativas I, III e IV estão corretas.
Questão 2: Planejamento e controle orçamentário
Os orçamentos são fundamentais para o planejamento, pois estabelecem
a direção da organização durante um período orçamentário específico. Eles
servem de referência para previsões de lucros que os executivos sêniores
compartilham com o mercado acionário.
Sendo assim, analise as afirmativas a seguir sobre o orçamento e assinale
a alternativa correta.
I. O orçamento tem a função de transmitir a estratégia para todos os níveis
gerenciais.
II. O orçamento visa coordenar as diversas atividades da organização, o que
possibilita a duplicação de esforços.
III. O orçamento estabelece responsabilidades, autoriza limites de gastos e
informa o desempenho esperado.
IV. O orçamento é um instrumento de avaliação de desempenho da empresa
como um todo.
Assinale a alternativa correta:
a. Apenas as afirmativas I e II estão corretas.
b. Apenas as afirmativas II e III estão corretas.
c. Apenas as afirmativas III e IV estão corretas.
d. Apenas as afirmativas I, II e IV estão corretas.
e. Apenas as afirmativas I, III e IV estão corretas.
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Questão 3: Lucro (resultado econômico) × fluxo de caixa (resultado
financeiro)
O resultado econômico e o resultado financeiro são indicadores
importantes do desempenho de uma empresa, mas se referem a aspectos
distintos da gestão financeira. Nesse sentido, qual é a diferença entre resultado
econômico e resultado financeiro?
a. O resultado econômico é a diferença entre as entradas e saídas de
dinheiro, enquanto o resultado financeiro é o resultado obtido quando se
subtrai as receitas dos custos e despesas.
b. O resultado econômico é o resultado obtido quando se subtrai as receitas
dos custos e despesas, enquanto o resultado financeiro é a diferença
entre as entradas e saídas de dinheiro.
c. Resultado econômico é o lucro obtido pela empresa, enquanto resultado
financeiro é o valor total dos ativos da empresa.
d. Resultado econômico é o valor total dos ativos da empresa, enquanto
resultado financeiro é o lucro obtido pela empresa.
e. Resultado econômico é a capacidade da empresa de gerar caixa,
enquanto resultado financeiro é a rentabilidade do negócio.
Questão 4: Ciclo operacional x ciclo econômico x ciclo financeiro
A gestão financeira é um aspecto essencial em qualquer empresa,
independentemente do porte ou ramo de atividade. Entre as diversas métricas
utilizadas para medir a saúde financeira de uma organização, destaca-se o ciclo
financeiro.
Sendo assim, qual é a fórmula para calcular o ciclo financeiro de uma
empresa?
a. Ciclo Financeiro = Prazo médio de estocagem + Prazo médio de recebimento
b. Ciclo Financeiro = Prazo médio de estocagem – Prazo médio de recebimento
c. Ciclo Financeiro = Prazo médio de estocagem + Prazo médio de pagamento
d. Ciclo Financeiro = Prazo médio de recebimento – Prazo médio de pagamento
e. Ciclo Financeiro = Prazo médio de pagamento – Prazo médio de estocagem
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Gabarito dos exercícios da seção “Na prática”
• Questão 1: Correta: c) Apenas as afirmativas III e IV estão corretas.
A contabilidade financeira é direcionada principalmente para os
stakeholders externos e deve seguir as normas estabelecidas por órgãos
emissores de padrões.
A contabilidade gerencial é voltada especialmente para a tomada de
decisão dos funcionários e gerentes das organizações e fornece informações
personalizadas às empresas.
• Questão 2: Planejamento e controle orçamentário. Correta: e) Apenas as
afirmativas I, III e IV estão corretas.
De acordo com Sardinha (2008), o orçamento é uma ferramenta que
transmite a estratégia para todos os níveis gerenciais, detalhando os planos de
cada centro de responsabilidade. Além disso, coordena as diversas atividades
da organização, evitando a duplicação de esforços, bem como estabelece
responsabilidades, autoriza limites de gastos e informa o desempenho esperado.
É um instrumento de avaliação, ou seja, um contrato ou acordo estabelecido com
os gestores, com o objetivo de utilizar os planos como base para avaliar o
desempenho deles e da empresa como um todo.
• Questão 3: Lucro (resultado econômico) × fluxo de caixa (resultado
financeiro). Correta: b) O resultado econômico é o resultado obtido
quando se subtrai as receitas dos custos e despesas, enquanto o
resultado financeiro é a diferença entre as entradas e saídas de dinheiro.
O resultado econômico é a medida do desempenho financeiro da empresa
e representa o lucro ou prejuízo obtido após subtrair as despesas e custos das
receitas. Em contrapartida, o resultado financeiro é umamedida do fluxo de caixa
da empresa, representando a diferença entre as entradas e saídas de dinheiro
em um determinado período. É importante distinguir os dois conceitos, pois uma
empresa pode ter um resultado financeiro positivo (mais entradas do que saídas
de dinheiro) e um resultado econômico negativo (mais despesas e custos do que
receitas), o que pode indicar uma situação de insustentabilidade financeira no
longo prazo.
• Questão 4: Ciclo operacional x ciclo econômico x ciclo financeiro. Correta: a)
Ciclo Financeiro = Prazo médio de estocagem + Prazo médio de recebimento.
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A fórmula correta para calcular o ciclo financeiro de uma empresa é
Ciclo Financeiro = Prazo médio de estocagem + Prazo médio de recebimento.
Essa fórmula leva em conta o tempo médio que a empresa leva para vender
seus produtos (prazo médio de estocagem) e o tempo médio que ela leva para
receber os pagamentos das vendas (prazo médio de recebimento).
FINALIZANDO
Nesta aula, estudamos a contabilidade como ferramenta de controle da
gestão em micro e pequenas empresas. Compreendemos como elaborar um
controle orçamentário, a diferença entre lucro econômico e financeiro, ciclo
operacional e econômico, liquidez e risco.
Futuramente, em nossos estudos, estudaremos as principais fontes de
captação de recursos das micro e pequenas empresas, os métodos de avaliação
de investimentos e o desenvolvimento e planejamento estratégico dessas
empresas.
REFERÊNCIAS
ATKINSON, A. et al. Contabilidade gerencial. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2015.
CORREIA NETO, J. F. Planejamento e controle orçamentário: abordagem
prática elaborar orçamentos empresariais. Rio de Janeiro: Alta Books, 2022.
CREPALDI, S. A.; CREPALDI, G. S. Contabilidade gerencial: teoria e prática.
8. ed. São Paulo: Atlas, 2019.
FREZATTI, F.Orçamento empresarial: planejamento e controle gerencial. 6. ed.
São Paulo: Atlas, 2023.
IUDÍCIBUS, S. de. Contabilidade gerencial: da teoria à prática. 7. ed. São Paulo:
Atlas, 2020.
LEMES JÚNIOR, A. B.; PISA, B. J. Administrando micro e pequenas
empresas: empreendedorismo e gestão. 2. ed. São Paulo: Atlas, 2019.
SARDINHA, J. C. Orçamento e controle. 2. ed. Rio de Janeiro: FGV, 2008.
SILVA, A. C. R. da; MARION, J. C. Manual de Contabilidade para pequenas e
médias empresas. São Paulo: Atlas, 2013.

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