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caderno do volume 2 – 2009 PROFESSOR m at Em át ic a ensino médio 2ª- SÉRiE MAT_CP_2a_vol2_AF.indd 1 4/8/09 5:01:54 PM São Paulo (Estado) Secretaria da Educação. Caderno do professor: matemática, ensino médio - 2ª- série, volume 2 / Secretaria da Educação; coordenação geral, Maria Inês Fini; equipe, Carlos Eduardo de Souza Campos Granja, José Luiz Pastore Mello, Nílson José Machado, Roberto Perides Moisés, Walter Spinelli.– São Paulo : SEE, 2009. ISBN 978-85-7849-297-7 1. Matemática 2. Ensino Médio 3. Estudo e ensino I. Fini, Maria Inês. II. Granja, Carlos Eduardo de Souza Campos. III. Mello, José Luiz Pastore. IV. Machado, Nílson José. V. Moisés, Roberto Perides. VI. Spinelli, Walter. VII. Título. CDU: 373.5:51 S239c Governador José Serra Vice-Governador Alberto Goldman Secretário da Educação Paulo Renato Souza Secretário-Adjunto Guilherme Bueno de Camargo Chefe de Gabinete Fernando Padula Coordenadora de Estudos e Normas Pedagógicas Valéria de Souza Coordenador de Ensino da Região Metropolitana da Grande São Paulo José Benedito de Oliveira Coordenador de Ensino do Interior Rubens Antonio Mandetta Presidente da Fundação para o Desenvolvimento da Educação – FDE Fábio Bonini Simões de Lima EXECUÇÃO Coordenação Geral Maria Inês Fini Concepção Guiomar Namo de Mello Lino de Macedo Luis Carlos de Menezes Maria Inês Fini Ruy Berger GESTÃO Fundação Carlos Alberto Vanzolini Presidente do Conselho Curador: Antonio Rafael Namur Muscat Presidente da Diretoria Executiva: Mauro Zilbovicius Diretor de Gestão de Tecnologias aplicadas à Educação: Guilherme Ary Plonski Coordenadoras Executivas de Projetos: Beatriz Scavazza e Angela Sprenger COORDENAÇÃO TéCNiCA CENP – Coordenadoria de Estudos e Normas Pedagógicas A Secretaria da Educação do Estado de São Paulo autoriza a reprodução do conteúdo do material de sua titularidade pelas demais secretarias de educação do país, desde que mantida a integridade da obra e dos créditos, ressaltando que direitos autorais protegidos* deverão ser diretamente negociados com seus próprios titulares, sob pena de infração aos artigos da Lei nº 9.610/98. * Constituem “direitos autorais protegidos” todas e quaisquer obras de terceiros reproduzidas no material da SEE-SP que não estejam em domínio público nos termos do artigo 41 da Lei de Direitos Autorais. Catalogação na Fonte: Centro de Referência em Educação Mario Covas Coordenação do Desenvolvimento dos Conteúdos Programáticos e dos Cadernos dos Professores Ghisleine Trigo Silveira AUTORES Ciências Humanas e suas Tecnologias Filosofia: Paulo Miceli, Luiza Christov, Adilton Luís Martins e Renê José Trentin Silveira Geografia: Angela Corrêa da Silva, Jaime Tadeu Oliva, Raul Borges Guimarães, Regina Araujo, Regina Célia Bega dos Santos e Sérgio Adas História: Paulo Miceli, Diego López Silva, Glaydson José da Silva, Mônica Lungov Bugelli e Raquel dos Santos Funari Sociologia: Heloisa Helena Teixeira de Souza Martins, Marcelo Santos Masset Lacombe, Melissa de Mattos Pimenta e Stella Christina Schrijnemaekers Ciências da Natureza e suas Tecnologias Biologia: Ghisleine Trigo Silveira, Fabíola Bovo Mendonça, Felipe Bandoni de Oliveira, Lucilene Aparecida Esperante Limp, Maria Augusta Querubim Rodrigues Pereira, Olga Aguilar Santana, Paulo Roberto da Cunha, Rodrigo Venturoso Mendes da Silveira e Solange Soares de Camargo Ciências: Ghisleine Trigo Silveira, Cristina Leite, João Carlos Miguel Tomaz Micheletti Neto, Julio Cézar Foschini Lisbôa, Lucilene Aparecida Esperante Limp, Maíra Batistoni e Silva, Maria Augusta Querubim Rodrigues Pereira, Paulo Rogério Miranda Correia, Renata Alves Ribeiro, Ricardo Rechi Aguiar, Rosana dos Santos Jordão, Simone Jaconetti Ydi e Yassuko Hosoume Física: Luis Carlos de Menezes, Sonia Salem, Estevam Rouxinol, Guilherme Brockington, Ivã Gurgel, Luís Paulo de Carvalho Piassi, Marcelo de Carvalho Bonetti, Maurício Pietrocola Pinto de Oliveira, Maxwell Roger da Purificação Siqueira e Yassuko Hosoume Química: Denilse Morais Zambom, Fabio Luiz de Souza, Hebe Ribeiro da Cruz Peixoto, Isis Valença de Sousa Santos, Luciane Hiromi Akahoshi, Maria Eunice Ribeiro Marcondes, Maria Fernanda Penteado Lamas e Yvone Mussa Esperidião Linguagens, Códigos e suas Tecnologias Arte: Geraldo de Oliveira Suzigan, Gisa Picosque, Jéssica Mami Makino, Mirian Celeste Martins e Sayonara Pereira Educação Física: Adalberto dos Santos Souza, Carla de Meira Leite, Jocimar Daolio, Luciana Venâncio, Luiz Sanches Neto, Mauro Betti, Renata Elsa Stark e Sérgio Roberto Silveira LEM – Inglês: Adriana Ranelli Weigel Borges, Alzira da Silva Shimoura, Lívia de Araújo Donnini Rodrigues, Priscila Mayumi Hayama e Sueli Salles Fidalgo Língua Portuguesa: Alice Vieira, Débora Mallet Pezarim de Angelo, Eliane Aparecida de Aguiar, José Luís Marques López Landeira e João Henrique Nogueira Mateos Matemática Matemática: Nílson José Machado, Carlos Eduardo de Souza Campos Granja, José Luiz Pastore Mello, Roberto Perides Moisés, Rogério Ferreira da Fonseca, Ruy César Pietropaolo e Walter Spinelli Caderno do Gestor Lino de Macedo, Maria Eliza Fini e Zuleika de Felice Murrie Equipe de Produção Coordenação Executiva: Beatriz Scavazza Assessores: Alex Barros, Antonio Carlos de Carvalho, Beatriz Blay, Eliane Yambanis, Heloisa Amaral Dias de Oliveira, José Carlos Augusto, Luiza Christov, Maria Eloisa Pires Tavares, Paulo Eduardo Mendes, Paulo Roberto da Cunha, Pepita Prata, Ruy César Pietropaolo, Solange Wagner Locatelli e Vanessa Dias Moretti Equipe Editorial Coordenação Executiva: Angela Sprenger Assessores: Denise Blanes e Luis Márcio Barbosa Projeto Editorial: Zuleika de Felice Murrie Edição e Produção Editorial: Conexão Editorial, Edições Jogo de Amarelinha e Occy Design (projeto gráfico) APOiO FDE – Fundação para o Desenvolvimento da Educação CTP, Impressão e Acabamento Esdeva Indústria Gráfica Prezado(a) professor(a), Vinte e cinco anos depois de haver aceito o convite do nosso saudoso e querido Governador Franco Montoro para gerir a Educação no Estado de São Paulo, nova- mente assumo a nossa Secretaria da Educação, convocado agora pelo Governador José Serra. Apesar da notória mudança na cor dos cabelos, que os vinte e cinco anos não negam, o que permanece imutável é o meu entusiasmo para abraçar novamente a causa da Educação no Estado de São Paulo. Entusiasmo alicerçado na visão de que a Educação é o único caminho para construirmos um país melhor e mais justo, com oportunidades para todos, e na convicção de que é possível realizar grandes mudanças nesta área a partir da ação do poder público. Nos anos 1980, o nosso maior desafio era criar oportunidades de educação para todas as crianças. No período, tivemos de construir uma escola nova por dia, uma sala de aula a cada três horas para dar conta da demanda. Aliás, até recentemente, todas as políticas recomendadas para melhorar a qualidade do ensino concentravam-se nas condições de ensino, com a expectativa de que viessem a produzir os efeitos desejados na aprendiza- gem dos alunos. No Brasil e em São Paulo, em particular, apesar de não termos atingido as condições ideais em relação aos meios para desenvolvermos um bom ensino, o fato é que estamos melhor do que há dez ou doze anos em todos esses quesitos. Entretanto, os indicadores de desempenho dos alunos não têm evoluído na mesma proporção. O grande desafio que hoje enfrentamos é justamente esse: melhorar a qualidade de nossa educação pública medida pelos indicadores de proficiência dos alunos. Não estamos sós neste particular. A maioria dos países, inclusive os mais desenvolvidos, es- tão lidando com o mesmo tipo de situação. O PresidenteBarack Obama, dos Estados Unidos, dedicou um dos seus primeiros discursos após a posse para destacar exata- mente esse mesmo desafio em relação à educação pública em seu país. Melhorar esses indicadores, porém, não é tarefa de presidentes, governadores ou secretários. É dos professores em sala de aula no trabalho diário com os seus alunos. Este material que hoje lhe oferecemos busca ajudá-lo nesta sua missão. Foi elaborado com a ajuda de especialistas e está organizado em bimestres. O Caderno do Professor oferece orientação completa para o desenvolvimento das Situações de Aprendizagem propostas para cada disciplina. Espero que este material lhe seja útil e que você leve em consideração as orientações didático-pedagógicas aqui contidas. Estaremos atentos e prontos para esclarecer suas dúvidas e acatar suas sugestões para melhorar a eficácia deste trabalho. Alcançarmos melhores indicadores de qualidade em nosso ensino é uma questão de honra para todos nós. Juntos, haveremos de conduzir nossas crianças e jovens a um mundo de melhores oportunidades por meio da educação. Paulo Renato Souza Secretário da Educação do Estado de São Paulo MAT_CP_8a_vol2_AF.indd 3 4/17/09 10:18:05 AM SuMário São Paulo faz escola – uma Proposta Curricular para o Estado 5 Ficha do Caderno 7 orientação geral sobre os Cadernos 8 Situações de Aprendizagem 12 Situação de Aprendizagem 1 – Matrizes: diferentes significados 12 Situação de Aprendizagem 2 – Matriz de codificação: desenhando com matrizes 25 Situação de Aprendizagem 3 – Sistemas lineares em situações-problema 28 Situação de Aprendizagem 4 – Resolução de sistemas lineares: escalonamento x Cramer 35 Orientações para Recuperação 52 Recursos para ampliar a perspectiva do professor e do aluno para a compreensão do tema 52 Conteúdos de Matemática por série/bimestre do Ensino Médio 54 MAT_CP_2a_vol2_AF.indd 4 4/8/09 1:49:11 PM 5 São PAulo FAz ESColA – uMA ProPoStA CurriCulAr PArA o EStAdo Prezado(a) professor(a), É com muita satisfação que apresento a todos a versão revista dos Cadernos do Professor, parte integrante da Proposta Curricular de 5a a 8a séries do Ensino Fun- damental – Ciclo II e do Ensino Médio do Estado de São Paulo. Esta nova versão também tem a sua autoria, uma vez que inclui suas sugestões e críticas, apresentadas durante a primeira fase de implantação da proposta. Os Cadernos foram lidos, analisados e aplicados, e a nova versão tem agora a medida das práticas de nossas salas de aula. Sabemos que o material causou excelente impacto na Rede Estadual de Ensino como um todo. Não houve discriminação. Críticas e suges- tões surgiram, mas em nenhum momento se considerou que os Cadernos não deveriam ser produzidos. Ao contrário, as indicações vieram no sentido de aperfeiçoá-los. A Proposta Curricular não foi comunicada como dogma ou aceite sem restrição. Foi vivida nos Cadernos do Professor e compreendida como um texto repleto de sig- nificados, mas em construção. Isso provocou ajustes que incorporaram as práticas e consideraram os problemas da implantação, por meio de um intenso diálogo sobre o que estava sendo proposto. Os Cadernos dialogaram com seu público-alvo e geraram indicações preciosas para o processo de ensino-aprendizagem nas escolas e para a Secretaria, que gerencia esse processo. Esta nova versão considera o “tempo de discussão”, fundamental à implantação da Proposta Curricular. Esse “tempo” foi compreendido como um momento único, gerador de novos significados e de mudanças de ideias e atitudes. Os ajustes nos Cadernos levaram em conta o apoio a movimentos inovadores, no contexto das escolas, apostando na possibilidade de desenvolvimento da autonomia escolar, com indicações permanentes sobre a avaliação dos critérios de qualidade da aprendizagem e de seus resultados. MAT_CP_2a_vol2_AF.indd 5 4/8/09 1:49:11 PM 6 Sempre é oportuno relembrar que os Cadernos espelharam-se, de forma objetiva, na Proposta Curricular, referência comum a todas as escolas da Rede Estadual, reve- lando uma maneira inédita de relacionar teoria e prática e integrando as disciplinas e as séries em um projeto interdisciplinar por meio de um enfoque filosófico de Edu- cação que definiu conteúdos, competências e habilidades, metodologias, avaliação e recursos didáticos. Esta nova versão dá continuidade ao projeto político-educacional do Governo de São Paulo, para cumprir as 10 metas do Plano Estadual de Educação, e faz parte das ações propostas para a construção de uma escola melhor. O uso dos Cadernos em sala de aula foi um sucesso! Estão de parabéns todos os que acreditaram na possibilidade de mudar os rumos da escola pública, transformando-a em um espaço, por excelência, de aprendizagem. O objetivo dos Cadernos sempre será apoiar os professores em suas práticas de sala de aula. Posso dizer que esse objetivo foi alcançado, porque os docentes da Rede Pública do Estado de São Paulo fizeram dos Cadernos um instrumento pedagógico com vida e resultados. Conto mais uma vez com o entusiasmo e a dedicação de todos os professores, para que possamos marcar a História da Educação do Estado de São Paulo como sendo este um período em que buscamos e conseguimos, com sucesso, reverter o estigma que pesou sobre a escola pública nos últimos anos e oferecer educação básica de qualidade a todas as crianças e jovens de nossa Rede. Para nós, da Secretaria, já é possível antever esse sucesso, que também é de vocês. Bom ano letivo de trabalho a todos! Maria inês Fini Coordenadora Geral Projeto São Paulo Faz Escola MAT_CP_2a_vol2_AF.indd 6 4/8/09 1:49:11 PM 7 FiCHA do CAdErno Matrizes e sistemas lineares nome da disciplina: Matemática área: Matemática Etapa da educação básica: Ensino Médio Série: 2ª- Período letivo: 2º- bimestre de 2009 temas e conteúdos: Matrizes: tabelas com significados Matrizes: recurso para codificar Sistemas lineares em situações-problema Resolução e discussão de sistemas lineares MAT_CP_2a_vol2_AF.indd 7 4/8/09 1:49:11 PM 8 oriEntAção GErAl SobrE oS CAdErnoS Os temas escolhidos para compor o con- teúdo disciplinar de cada bimestre não se afas- tam, de maneira geral, do que é usualmente ensinado nas escolas, ou do que é apresentado pelos livros didáticos. As inovações pretendidas referem-se à forma de enfoque destes temas, su- gerida ao longo dos Cadernos de cada um dos bimestres. Em tal abordagem, busca-se eviden- ciar os princípios norteadores do presente cur- rículo, destacando-se a contextualização dos conteúdos, as competências pessoais envolvi- das, especialmente as relacionadas à leitura e à escrita matemática, bem como os elementos culturais internos e externos à Matemática. Em todos os Cadernos, os conteúdos estão organizados em oito unidades de extensões aproximadamente iguais, que podem cor- responder a oito semanas de trabalho letivo. De acordo com o número de aulas disponíveis por semana, o professor vai explorar cada as- sunto com mais ou menos profundidade, ou seja, escolherá uma escala adequada para tra- tar do tema. A critério do professor, em cada situação específica, o tema correspondente a uma das unidades pode ser estendido por mais de uma semana, enquanto o de outra unidade pode ser tratado de modo mais simplificado. É desejável que o professor contemple todas as oito unidades, uma vez que, juntas, com- põem o panorama do conteúdo do bimestre, e, muitas vezes, uma das unidades contribui para a compreensão das outras. Insistimos, entretanto, no fato de que somente o profes- sor, em sua circunstância particular, e levandoem consideração seu interesse e o dos alunos pelos temas apresentados, pode determinar com adequação o prazo ideal a ser dedicado a cada uma das unidades. Ao longo dos Cadernos, são apresentadas, além de uma visão panorâmica do conteúdo do bimestre, quatro Situações de Aprendiza- gem (1, 2, 3 e 4), que pretendem ilustrar a for- ma de abordagem sugerida, instrumen tando o professor para sua ação em sala de aula. As atividades são independentes e podem ser exploradas pelos professores com mais ou menos intensidade, conforme seu interes- se e o de sua classe. Naturalmente, em razão das limitações no espaço dos Cadernos, nem todas as unidades foram contempladas com Situações de Aprendizagem, mas a expectati- va é de que a forma de abordagem dos temas seja explicitada nas atividades oferecidas. São apresentados também, em cada Cader- no, sempre que possível, materiais disponíveis (textos, softwares, sites, vídeos, entre outros) em sintonia com a forma de abordagem pro- posta, que podem ser utilizados pelo professor para o enriquecimento de suas aulas. O Caderno é ainda composto de considera- ções sobre a avaliação a ser realizada, bem como o conteúdo essencial ao desenvolvimento das competências esperadas no presente bimestre. MAT_CP_2a_vol2_AF.indd 8 4/8/09 1:49:11 PM 9 Matemática - 2a série - Volume 2 Conteúdos básicos do bimestre O conteúdo matemático selecionado para o 2º- bimestre – matrizes, determinantes e sis- temas lineares – exige, assim como os demais conteúdos, que sejam identificados seus dife- rentes significados e estimuladas algumas das várias conexões entre esses significados. Toda- via, a observação dos tópicos abordados com maior frequência nos livros didáticos e, por- tanto, nos cursos de Ensino Médio evidencia a prioridade atribuída a aspectos meramente algébricos, que coloca em segundo plano algu- mas das atuais e importantes aplicações desses conteúdos, bem como a sólida base que deveria ser formada tendo em vista a continuidade dos estudos matemáticos. Com esse intuito, valeria enfatizar, por exemplo, a formação de imagens nas telas dos aparelhos digitais (máquinas, te- levisores, etc.), e todo o campo de estudo da Álgebra Linear. Ao contrariar essa tendência, julgamos importante o professor municiar-se de um amplo espectro de Situações de Apren- dizagem nas quais transpareçam claramente os dois aspectos apontados – aplicabilidade e formação conceitual – a fim de que os alunos possam construir alguns dos diferentes signifi- cados de cada um dos tópicos de conteúdo. Em relação às matrizes, o professor deve avaliar a importância desse conteúdo no bi- mestre, destinando o tempo necessário à apre- sentação de algumas de suas inúmeras aplicações. Nesse sentido, sugerimos que o trabalho se inicie com a noção de que uma matriz é, em princípio, uma tabela de dupla entrada em que seus elementos guardam posições dadas pelas coordenadas de suas linhas e colunas. Além disso, sugerimos ainda que os exemplos esco- lhidos para tal apresentação sejam carregados de significados, a fim de que os alunos possam associar as características particulares de um elemento qualquer da matriz às características gerais pertinentes a todos os elementos e, por- tanto, à própria matriz. Na Situação de Aprendizagem 1 – Matrizes: diferentes significados, abordamos quatro as- pectos que fazem ressaltar importantes signi- ficados associados à armazenagem de dados em uma tabela de dupla entrada. O primeiro aspecto apresentado, na Atividade 1, enfoca uma clássica e reconhecida dificuldade dos alunos em calcular e associar significado ao produto de duas matrizes. Sugerimos que as situações-problema propostas sejam apresen- tadas aos alunos sem qualquer comentário anterior sobre como calcular o produto de duas matrizes, e que, ao final, as conclusões sobre os resultados obtidos sejam utilizadas para a introdução do conceito. Ainda sobre esta atividade, chamamos a atenção do profes- sor para os Problemas 1 e 2, em que aborda- mos a translação de polígonos representados no plano cartesiano por meio de adições en- tre matrizes, atribuindo, dessa maneira, um significado pouco usual à representação e às operações matriciais. Continuando a explorar a primeira Situa- ção de Aprendizagem proposta, na Ativi- dade 2, apresentamos a ideia de que cada elemento de uma matriz pode revelar explici- tamente a frequência de um evento, ao mesmo MAT_CP_2a_vol2_AF.indd 9 4/8/09 1:49:11 PM 10 tempo que pode, implicitamente, revelar a frequência de outro evento, complementar ao primeiro. Trata-se das chamadas “matrizes de compensação”, que também podem ser apre- sentadas aos alunos como uma situação-pro- blema, sem necessidade de qualquer discussão conceitual anterior sobre o tema. Na Atividade 3 da Situação de Aprendiza- gem 1 os alunos poderão tomar contato com o conceito de Pixel, associando a ideia de ma- triz à da imagem fotografada em uma máquina digital. Com intuito de valorizar a exploração desse aspecto, sugerimos que os alunos sejam estimulados a pesquisar como se formam as imagens nos aparelhos de televisão digital para ampliar a rede de significados associados às matrizes. A primeira Situação de Aprendizagem en- cerra-se com a Atividade 4, na qual ampliamos o significado dos pixels discutido na atividade anterior, ao propor a representação de figu- ras planas obtidas a partir da composição de regiões identificadas por comandos matriciais. A Situação de Aprendizagem 2 – Matriz de codificação: desenhando com matrizes aborda a possibilidade de as matrizes serem utiliza- das para codificar sequências de ligações en- tre pontos do plano com o objetivo de formar determinada imagem. De fato, tal atividade é uma adaptação da importante Teoria de Grafos, com a qual muitos alunos se defronta- rão na continuidade dos estudos. A experiên- cia de aplicação, a grupos de alunos de Ensino Médio, de questões semelhantes às propostas, mostrou o enorme envolvimento dos alunos na criação de desenhos e de diferentes codificações. Assim, sugerimos que o professor destine espe- cial atenção à Atividade 3, na qual os alunos são convidados a criar seus próprios desenhos. A transformação da linguagem coti- diana para a linguagem matemática é rea- lizada, no mais das vezes, por intermédio de uma equação. Uma situação-problema que pode ser resolvida apenas pelo cálculo mental não necessita que equações sejam escritas, e não se trata, de forma alguma, de priorizar o cálculo algébrico em relação ao cálculo men- tal. No entanto, são inúmeras as situações- problema em que se evidencia a necessidade de escrever e resolver equações, e não pode- mos deixar de apresentar aos alunos exem- plos dessa natureza, associados, sempre que possível, a contextos significativos. Na Situa- ção de Aprendizagem 3 – Sistemas lineares em situações-problema são apresentadas várias propostas de problemas contextualizados em que equações e sistemas lineares convertem-se em importante ferramenta na busca da solução desejada. No entanto, chamamos a atenção do professor para que situações semelhantes não sejam propostas apenas no final do curso, em um único bloco, e sim que possam, todo o tempo, permear a gradativa construção con- ceitual planejada para todo o 2º- bimestre. Devemos avaliar com cuidado a importân- cia do cálculo dos determinantes associados às matrizes quadradas, no contexto da resolução de sistemas lineares. Sabemos que, com fre- quência, os determinantessão utilizados como MAT_CP_2a_vol2_AF.indd 10 4/8/09 1:49:11 PM 11 Matemática - 2a série - Volume 2 ferramenta quase única para a resolução e a discussão de sistemas lineares por intermédio da regra de Cramer. Ressaltamos que a apli- cação de regras de cálculo, que exigem dos alunos apenas a mobilização da habilidade de memorização, não podem ser priorizadas acima de outras condutas e procedimentos que permitem aos alunos o exercício de toda a diversidade de estratégias de raciocínio. Nes- se sentido, chamamos a atenção do professor para que a resolução e a discussão de sistemas lineares por intermédio do escalonamento sejam, se não o único procedimento apre- sentado, aquele que receba prioritariamente o destaque da apresentação conceitual. Tais princípios nortearam a elaboração da Situa- ção de Aprendizagem 4 – resolução de sistemas linea res: escalonamento x Cramer, em que di- versos sistemas lineares são apresentados para que sejam resolvidos e/ou discutidos. A organização do trabalho do bimestre, com base nas considerações anteriores, pode ser feita nas oito unidades seguintes. Quadro geral de conteúdos da 2ª- série do 2º- bimestre do Ensino Médio unidade 1 – Matrizes: apresentação, tipos, igualdade e operações: adição, subtração e multiplicação por uma constante. unidade 2 – Matrizes: diferentes significa- dos; multiplicação entre duas matrizes. unidade 3 – Matrizes: operações e equações matriciais. unidade 4 – Determinantes: um número associado a uma matriz quadrada; método de Sarrus. unidade 5 – Sistemas lineares: resolução por escalonamento. unidade 6 – Sistemas lineares: resolução por escalonamento. unidade 7 – Sistemas lineares: discussão de parâmetros. unidade 8 – Problemas resolvíveis por in- termédio de sistemas lineares. MAT_CP_2a_vol2_AF.indd 11 4/8/09 1:49:11 PM 12 com o cálculo do produto entre duas matrizes, uma vez que o procedimento adequado para a obtenção correta de resultados contraria, ini- cialmente, o senso comum dos alunos quanto à sequência de passos a ser obedecida. Con- sideramos que a apresentação do cálculo de um produto de matrizes com base em exem- plos contextualizados é uma abordagem que favorece a aprendizagem e compreensão dos alunos sobre esse tema. Para auxiliar o profes- sor neste caminho metodológico, propomos, nesta Situação de Aprendizagem, uma série de situações-problema desenvolvidas sobre contextos pertinentes para a introdução de tais operações. Mesmo acreditando que o pro- fessor saberá julgar e decidir sobre o melhor momento de apresentar aos alunos as situa- ções-problema das próximas páginas, consi- deramos que isso possa ser feito antes mesmo de que sejam apresentadas, formalmente, as operações entre matrizes. SituaçõeS de aprendizagem SituAção de APrendizAgeM 1 MAtrizeS: diFerenteS SigniFiCAdoS tempo previsto: 2 semanas. Conteúdos e temas: operação de adição entre matrizes; multiplicação entre duas matrizes. Competências e habilidades: utilizar elementos de matrizes para organizar e justificar a reso- lução de situações-problema baseadas em contextos do cotidiano; relacionar representações geométricas a comandos expressos na linguagem matemática. estratégias: resolução de situações-problema. roteiro para aplicação da Situação de aprendizagem 1 o significado imediatamente associado às matrizes é o de uma tabela de dupla entrada contendo dados numéricos. Se tal fato não pode ser contestado, visto o contato dos alu- nos com as tabelas desde praticamente o início de sua escolarização, torna-se importante, no ensino Médio, interpretar com qualidade os significados associados a cada elemento da matriz. Assim, a correta interpretação de dados numéricos registrados em matrizes é um dos objetivos da proposta desta Situação de Aprendizagem. em relação às operações entre matrizes, sabemos da pouca dificuldade apresenta- da pelos alunos no que se refere às adições e também ao produto de um número real por uma matriz. no entanto, o mesmo não ocorre MAT_CP_2a_vol2_AF.indd 12 4/8/09 4:05:52 PM 13 Matemática - 2a série - Volume 2 Chamamos a atenção do professor para o tratamento dado à adição de matrizes, na Ati- vidade 1, por intermédio de translações de polígonos representados no plano cartesiano. Destacamos neste Caderno apenas dois exem- plos de situações dessa natureza, mas aconse- lhamos o professor a criar outras situações, de caráter semelhante, que envolvam quadriláteros, pentágonos e hexágonos, estimulando os alunos a atribuírem diferentes significados à adição ma- tricial. Ressaltamos ainda que o trabalho com as translações de polígonos no plano cartesiano pode ser auxiliado por planilhas de cálculo, caso haja disponibilidade de recursos de informática. Atividade 1 – operações entre duas matrizes Nesta atividade propomos algumas situa- ções-problema de contexto bem definido para introduzir a adição e a multiplicação entre duas matrizes. Uma vez que os problemas apresentam similaridades quanto às estratégias de raciocínio que devem ser mobilizadas em suas respecti- vas resoluções, caberá ao professor avaliar se a melhor maneira é apresentar um de cada vez a seus alunos, em aulas distintas, ou se é o caso de reuni-los em um único momento. Outro aspecto a salientar diz respeito à difi- culdade das operações necessárias à resolução de cada situação-problema. De fato, para que o contexto se aproxime o máximo possível do real, é importante que os valores relativos às quantidades não sejam expressos apenas por números naturais. Para que o foco do conteúdo em questão não se perca, o professor poderá, a seu critério, permitir que os alunos utilizem calculadoras para agilizar os cálculos. Problema 1 Observe os dois polígonos representados no plano cartesiano: 1 1 2 3 4 5 6 2 D C G H B F A E x 3 4 5 6 7 8 9 y MAT_CP_2a_vol2_AF.indd 13 4/8/09 1:49:12 PM 14 De fato, esses dois polígonos são congruen- tes, e podemos considerar que o polígono EFGH é uma translação do polígono ABCD, isto é, EFGH foi obtido a partir de duas movi- mentações de ABCD, sendo uma na horizon- tal e outra na vertical. a) Quantas unidades na horizontal e quan- tas unidades na vertical ABCD deve ser deslocado para que, ao final, coincida com EFGH? 5 unidades na horizontal e 2 unidades na vertical. b) Represente em uma matriz A(4x2) as coordenadas dos vértices do polígono ABCD, de maneira que cada linha da matriz contenha coordenadas de um ponto, com a abscissa na primeira colu- na e a ordenada na segunda coluna. A = c) Represente em uma matriz b(4x2) as coordenadas dos vértices do polígono EFGH, de maneira que cada linha da matriz contenha coordenadas de um ponto, com a abscissa na primeira coluna e a ordenada na segunda coluna. B = 1 3 1 0 1 1 3 2 3 5 3 2 6 6 8 7 d) Escreva uma matriz C(4x2) de tal forma que A + C = b. C = Problema 2 Na representação seguinte, de um plano cartesiano, podemos observar três triângulos congruentes. O triângulo ABC pode ser trans- ladado até coincidir com o triângulo DEF, que por sua vez, se transladado, poderá coincidir com o triân gulo GHI. a) Quantas unidades horizontais e quantas unidades verticais são necessárias para uma translação do triângulo ABC, a fim de que, ao término, ele coincida com o triângulo DEF? Quatro unidades horizontais para a esquer- da e uma unidade vertical para cima. 2 2 2 2 5 5 5 5 11 2 3 4 5 –1 –1 –2 –3 –2–3 2 3 4 E B H F C I D A G 0 x y MAT_CP_2a_vol2_AF.indd 14 4/8/09 1:49:12 PM 15 Matemática - 2a série - Volume 2 b) Quantas unidades horizontais e quan- tas unidades verticais são necessárias para uma translação do triângulo DEF, a fim de que, ao término, ele coincida com o triâ ngulo GHI? Uma unidade horizontal para a direita e quatro unidades verticais para baixo. c) Quantas unidades horizontais e quantas unidades verticais são necessárias para uma translação do triângulo ABC, a fim de que, ao término, ele coincida com o triâ ngulo GHI? Três unidades horizontais para a esquerda e três unidades verticais para baixo. d) Escreva uma matriz 3x2 para cada triân- gulo, de maneira que cada linha da ma- triz contenha coordenadas de um vértice do triângulo, com a abscissa na primeira coluna e a ordenada na segunda coluna. Denomine a matriz referente ao triân- gulo ABC pela letra M, a matriz referente ao triângulo DEF pela letra n, e a matriz referente ao triângulo GHI pela letra P. M = 2,5 0,5 –0,5 1 4 2 N = 3,5 1,5 0,5 –3 0 –2 P = – 0,5 –2,5 –3,5 –2 1 –1 e) Escreva uma matriz Q, tal que M + Q = N Q = 1 1 1 – 4 – 4 – 4 f) Escreva uma matriz r, tal que N + R = P R = – 4 – 4 – 4 1 1 1 g) Escreva uma matriz t, tal que M + T = P T = –3 –3 –3 –3 –3 –3 Problema 3 No campeonato baiano da terceira divisão, após 5 rodadas, foram obtidos os seguintes re- sultados pelas 5 equipes participantes: Equipes Vitórias Empates derrotas Barro Vermelho 3 2 0 Carranca 2 1 2 Veneza 2 0 3 Colonial 1 1 3 Olaria 1 0 4 resultado Pontos Vitória 3 Empate 1 Derrota 0 Calcule quantos pontos cada time conquis- tou até agora e represente os resultados em uma matriz de ordem 5x1. Os elementos da matriz seguinte correspon- dem aos totais de pontos das equipes, de cima para baixo, nesta ordem: Barro Vermelho, Carranca, Veneza, Colonial e Olaria. 11 7 6 4 3 MAT_CP_2a_vol2_AF.indd 15 4/8/09 1:49:12 PM 16 Problema 4 Um proprietário de duas cantinas em es- colas diferentes deseja contabilizar o consu- mo dos seguintes produtos: suco de laranja, água mineral, queijo e presunto. Na cantina da escola A são consumidos, por semana, 40 dúzias de laranjas, 140 garrafas de água mineral, 15 quilos de queijo e 9 quilos de presunto. Na cantina da escola b são consu- midos semanalmente 50 dúzias de laranjas, 120 garrafas de água mineral, 18 quilos de queijo e 10 quilos de presunto. O proprie- tário das cantinas compra os produtos que revende de dois fornecedores, cujos preços, em R$, são expressos na tabela a seguir: Com base nestas informações, determine: a) uma matriz 2x4 em que esteja registra- do o consumo dos produtos listados na cantina A e também na cantina b. Produtos Fornecedor 1 Fornecedor 2 1 dúzia de laranjas 1,20 1,10 1 garrafa de água mineral 0,80 0,90 1 quilo de queijo 5,00 6,00 1 quilo de presunto 9,00 7,50 140 120 9 10 40 50 15 18 b) uma matriz 4x2 em que estejam regis- trados os preços praticados pelos forne- cedores 1 e 2 para os produtos listados. c) uma matriz 2x2 contendo os preços totais cobrados por cada fornecedor, para cada cantina. Essa matriz corresponde ao produto entre as matrizes do item a e do item b. d) quanto o proprietário vai economizar, ao comprar sempre no fornecedor mais barato, para os dois restaurantes. (327,50 – 316,00) + (346,00 – 336,00) = R$ 21,50 Problema 5 Está chegando a Páscoa e Jair resolveu ganhar um dinheiro extra, fabricando e vendendo ovos de chocolate. Para planejar seus investimentos e lucros no projeto, Jair elaborou as seguintes planilhas com quan- tidades necessárias e custo de material para 4 tipos de ovos. 1,10 0,90 6,00 7,50 1,20 0,80 5,00 9,00 316,00 336,00 327,50 346,00 MAT_CP_2a_vol2_AF.indd 16 4/8/09 1:49:12 PM 17 Matemática - 2a série - Volume 2 a) Escreva uma matriz de ordem 1x4 con- tendo o custo total de fabricação de cada tipo de chocolate. A matriz procurada pode ser obtida a par- tir do produto das matrizes que podem ser formadas com os elementos numéricos das duas tabelas apresentadas no enunciado. De qualquer forma, para obter os resulta- dos procurados, será necessário multiplicar os elementos da linha da tabela 2 pelos ele- mentos de cada coluna da tabela 1, da se- guinte forma: Tipo 1 f : 12 . 0,12 + 1,50 . 0,1 + + 28 . 0,16 + 1,20 . 0,5 = 6,67 tabela 1 – Quantidade de material necessário para a fabricação de uma unidade de cada tipo de ovo tipo de ovo tipo 1 tipo 2 tipo 3 tipo 4 Chocolate (gramas) 120 250 180 160 Açúcar (gramas) 100 120 100 80 Recheio (gramas) 160 180 200 100 Embalagem (folhas) 0,5 1,5 1,0 1,0 tabela 2 – Custo de cada tipo de material (r$) Chocolate (kg) Açúcar (kg) recheio (kg) Embalagem (folhas) 12,00 1,50 28,00 1,20 Tipo 2 f : 12 . 0,25 + 1,50 . 0,12 + + 28 . 0,18 + 1,20 . 1,5 = 10,02 Tipo 3 f : 12 . 0,18 + 1,50 . 0,1 + + 28 . 0,2 + 1,20 = 9,11 Tipo 4 f : 12 . 0,16 + 1,5 . 0,08 + + 28 . 0,1 + 1,20 = 6,04 Assim, a matriz procurada é: [ 6,67 10,02 9,11 6,04] b) Se Jair pretende trabalhar com as mar- gens de lucro sobre o preço de custo ex- pressas na tabela a seguir, calcule qual é o valor total das vendas que ele espe- ra conseguir com 200 unidades de cada tipo de chocolate. MAT_CP_2a_vol2_AF.indd 17 4/8/09 1:49:12 PM 18 Para calcular o montante de um valor sobre o qual se fez incidir um porcentual de, por exemplo, 60%, podemos multiplicar o valor inicial pelo coeficiente 1,6. Esse índice cor- responde, de fato, à soma de 100% + 60%. Para obter o resultado procurado, será ne- cessário, de fato, multiplicar a matriz obtida no item a pela matriz seguinte, formada pe- los coeficientes de correção do valor inicial: [ 6,67 10,02 9,11 6,04] . 1,6 1,8 2,0 2,0 = = 1,6 . 6,67 + 1,8 . 10,02 + 2 . 9,11 + + 2 . 6,04 = 59,008. O resultado apresentado corresponde ao valor da venda de uma unidade de cada tipo. Como são previstas 200 unidades de cada, devemos fazer: 200 . 59,008 = 11 801,60 Assim, o valor total das vendas será igual a R$ 11 801,60. Atividade 2 – Matriz de compensação Podemos utilizar matrizes para registrar a frequência com que acontecem dois eventos que se complementam. Por exemplo, vamos supor o caso de duas pessoas, Jonas e Mário, tabela 3 – Margem de lucro por tipo produzido tipo de chocolate tipo 1 tipo 2 tipo 3 tipo 4 Margem de lucro (%) 60 80 100 100 que disputam, entre si, várias partidas de 3 jogos diferentes, A, b e C. Jonas ganha 37% das partidas do jogo A, 62% das parti- das do jogo b e 45% das partidas do jogo C. A partir desses dados podemos escrever uma tabela e/ou uma matriz 2x3: M = 62 38 37 63 45 55 Vale ressaltar, entretanto, que os valores alocados na segunda linha, referentes às por- centagens de ganho de Mário, poderiam ter sido suprimidos da matriz, visto que a soma dos elementos de cada coluna sempre é 100. Em outras palavras, se sabemos a porcenta- gem de vitórias de um jogador, sabemos tam- bém sua porcentagem de derrotas. Bastaria, portanto, escrever a seguinte matriz 1x3: (37 62 45) A B C Jonas A este tipo de matriz dá-se o nome de “ma- triz de compensação”, porque os resultados Porcentual de vitórias de cada jogador JogadorJogo A Jogo b Jogo C Jonas 37 62 45 Mário 63 38 55 MAT_CP_2a_vol2_AF.indd 18 4/8/09 1:49:13 PM 19 Matemática - 2a série - Volume 2 favoráveis a um elemento “compensam” os re- sultados, não registrados na matriz, favoráveis ao outro. Com base nessas explicações, propomos a seguinte situação-problema: Duas redes de televisão A e b competem, entre si, para obter o maior índice de audiên- cia em cada horário. Neste momento, as duas redes planejam levar ao ar programas de uma hora de duração para o mesmo horário no- turno. A rede A dispõe de 2 opções de pro- gramas (A1 e A2) enquanto a rede b dispõe de 3 opções de programas possíveis (b1, b2 e b3). Na tentativa de fazer a melhor opção, as redes contratam um instituto de pesquisa de opinião para avaliar como se divide a prefe- rência do público quando cada opção da rede A for colocada em confronto com cada opção da rede b. Assim, por exemplo, o instituto avalia que, se os programas A1 e b1 forem ao ar simultaneamente, 60% do público assistirá a A1 enquanto 40% assistirá a b1. Na tabela a seguir estão representados esse e os demais resultados dos confrontos entre as opções de programas de A e b. Porcentagem de audiência para a rede A Programas da rede b b1 b2 b3 Programas da rede A A1 60 20 30 A2 40 75 45 Responda: a) Se forem ao ar simultaneamente A1 e b3, qual será a porcentagem de audiên- cia prevista para cada programa? 30% para A1 e 70% para B3. b) Se forem ao ar simultaneamente A2 e b2, qual rede terá maior audiência? Quantos por cento a mais? A rede A terá mais audiência, pois A2 terá 75% contra 25% de B2. São, portanto, 50% a mais. c) Qual das combinações de dois programas, um de A e outro de b, permite a maior di- ferença entre as audiências das duas redes no horário? E qual combinação permite a menor diferença entre as audiências? A maior diferença está no par (A1, B2), com 20% para A1 e 80% para B2, isto é, com 60% de diferença. A menor diferença está no par (A2, B3), com 45% para A2 e 55% para B3, isto é, com 10% de diferença. Atividade 3 – resolução de imagens: os pixels O registro de uma foto no papel ou em uma tela de computador é obtido a partir da reunião de várias unidades de imagem justa- postas. Cada uma dessas unidades tem ape- nas uma cor e é denominada pixel (picture element). O conjunto dos pixels dá a quem vê a impressão de algo contínuo, muito embora a ampliação da foto mostre claramente a des- continuidade da gradação de cores, como se pode observar na figura a seguir. MAT_CP_2a_vol2_AF.indd 19 4/8/09 1:49:13 PM 20 Não há dimensão fixa para um pixel, mas é possível inferir que, em uma mesma área, quanto menor for um pixel, maior poderá ser a quantidade deles, resultando em uma foto de melhor qualidade ou de maior resolução. Ao adquirir uma máquina fotográfica digital, uma das primeiras características © A bl es to ck /R en an L ee na avaliadas pelo comprador são os megapixels. Uma máquina de 6 megapixels (6 MP) divi- de uma determinada área em 6 milhões de pixels (6 x 106), enquanto outra, de 7.1 MP é capaz de dividir a mesma área em 7 milhões e 100 mil pixels (7,1 x 106). Assim, apenas por esse quesito, é possível avaliar que a qualidade da segunda câmera é superior à da primeira. Uma fotografia, desse modo, pode ser enten- dida como uma matriz formada por n elemen- tos em que cada um deles é um pixel de imagem. Quanto mais elementos a matriz contiver em uma mesma área, melhor será a resolução da fotografia. Observe, por exemplo, os desenhos dos retângulos a seguir, nos quais foi inserida a letra r. Acima de cada retângulo aparece regis- trada a quantidade de pixels. Nesta ilustração fica claro como a qualidade da imagem aumen- ta com o aumento da quantidade de pixels. O tamanho de uma imagem digital é definido pela ordem da matriz, isto é, pela quantidade de linhas e colunas que a forma. A flor abaixo, por exemplo, tem 119 linhas e 116 colunas de tamanho. Em um total de 119 . 116 = 13 804 pixels. A partir dessas informações, propomos a seguinte atividade: Um determinado modelo de máquina digital pode alterar a resolução da foto. À escolha do fotógrafo, as fotos podem ser pro- duzidas com as seguintes especificações: 7.1 MP : 3 072 x 2 304 pixels 6.1 MP: 3 072 x 2 048 pixels 4.0 MP: 2 304 x 1 728 pixels 1.9 MP: 1 600 x 1 200 pixels 0.8 MP: 1 024 x 768 pixels © A bl es to ck 1 x 1 2 x 2 5 x 5 10 x 10 20 x 20 50 x 50 100 x 100 MAT_CP_2a_vol2_AF.indd 20 4/8/09 1:49:18 PM 21 Matemática - 2a série - Volume 2 1. Considere uma foto de 7.1 MP de reso- lução em que a linha 1 000 da matriz seja formada apenas por pixels de cor verde, di- vididos igualmente entre 3 tonalidades em ordem crescente de posição nas colunas: tonalidade 1: tonalidade 2: tonalidade 3: Assim, dos n elementos da 1 000a linha da matriz, os n 3 primeiros são verdes na tonali- dade 1, os n 3 seguintes são verdes na tonalida- de 2 e os n 3 últimos são verdes na tonalidade 3. Nessa condição, qual será a tonalidade, 1, 2 ou 3 do seguinte pixel ai,j, isto é, do elemento da matriz que ocupa a linha i e a coluna j: a) a1 000,1 000? Tonalidade 2. b) a1 000, 500? Tonalidade 1. c) a1 000,2 000? Tonalidade 3. 2. Considere uma foto de 1.9 MP de resolução em que todos os elementos bij da matriz se- jam pixels de cor azul, de modo que cada elemento bij, isto é, o elemento que ocu- pa na matriz a posição dada pela linha i e pela coluna j, seja dado pela sentença bij = 2i – j e as tonalidades são associadas ao pixel de acordo com o seguinte código: f se bij ≤ 200 ⇒ tonalidade 1 f se 200 < bij ≤ 320 ⇒ tonalidade 2 f se 320 < bij ≤ 1 000 ⇒ tonalidade 3 f se bij > 1 000 ⇒ tonalidade 4 Nessas condições, qual é a tonalidade, 1, 2, 3 ou 4, do elemento: a) b40, 100? b40, 100 = 2 . 40 – 100 = –20. Como –20 ≤ 200, tonalidade 1. b) b1 000, 1 000? b1000, 1000 = 2 . 1 000 – 1 000 = 1 000. Como 320 ≤ b1000,1000 ≤ 1 000, tonalidade 3. c) Que estiver na 1 200ª- linha e 1 200ª- coluna? Trata-se de b1200, 1200 = 2 . 1 200 – 1 200 = 1 200. Assim, bij > 1 000, tonalidade 4. 3. No exercício anterior, quantos pixels da 300ª- linha vão ter tonalidade 3? 279. Atividade 4 – Matrizes e o princípio da tomografia A tomografia computadorizada é uma mo- derna técnica da medicina que possibilita vi- sualizar o interior do corpo de uma pessoa, por meio de uma série de imagens que permi- tem aos médicos identificar diversos tipos de problemas, como a existência de regiões can- cerígenas. Nesta atividade aproveitaremos o MAT_CP_2a_vol2_AF.indd 21 4/8/09 1:49:18 PM 22 modo como são tomadas as imagens de uma tomografi a para simular situa ções-problema que envolva matrizes. O funcionamento de um tomógrafo com- putadorizado consiste, basicamente, na emissão de feixes de raios X que não atra- vessam todo o organismo da pessoa, mas, sim, executam varreduras em um único plano. Desse modo, um feixe de raios ao var- rerem um plano, ou uma “fatia”, projeta, ao fi nal, uma imagem que é unidimensional, isto é, uma tira com trechos claros e escu- ros, conforme aquilo que tenham encontrado pelo caminho (órgãos, ossos, etc.). O dese- nho a seguir representa o momento em que uma pessoa é exposta aos feixes de raios de um tomógrafo. Quem já passou por esse tipo de exame sabe que, durante cerca de 1 2 hora, um grande equipamento executa movimentos circulares e ruidosos, que parece estar, de fato, “fatiando” nosso corpo com os feixesunidimensionais de raios X. O feixe de raios X, emitidos em um único plano, projeta uma tira com trechos cla- ros e escuros, como neste desenho: À medida que o tomógrafo se movimenta, ou- tros feixes de raios X são emitidos e novas tiras são geradas. A reunião dessas tiras, em uma única imagem, forma uma “chapa”, ou um corte, seme- lhante ao que é mostrado no desenho a seguir: MAT_CP_2a_vol2_AF.indd 22 4/8/09 1:49:20 PM 23 Matemática - 2a série - Volume 2 Podemos associar os numerais 1 ou 0 aos pontos escuros ou claros, respectivamente. Além disso, simplificando a constituição des- sas microrregiões claras ou escuras, vamos su- por que todas tenham o formato de pequenos quadrados, de maneira que uma região plana possa ser, de fato, uma região quadriculada, em que linhas e colunas sejam numeradas de 1 a n, conforme a representação a seguir, em que a malha quadriculada tem 8 linhas e 8 colunas. Neste caso, vamos poder associar ao dese- nho uma matriz 8x8 formada por elementos que são, ao mesmo tempo, numerais 1 ou 0 e regiões escuras ou claras. Quando nosso tomógrafo simplificado efe- tuar um corte, ou, em outras palavras, gerar uma tira de regiões claras ou escuras, serão lançados valores das quantidades de cada tipo de região, sem que no entanto sejam ainda co- nhecidas quais regiões têm esta ou aquela ca- racterística. Se isso for feito como no exemplo a seguir, vamos saber que 4 quadrículas dessa linha deverão ser escuras. Mas quais delas? 1 2 3 4 5 6 7 8 1 2 3 4 5 6 7 8 Ao se registrar simultaneamente a quanti- dade de quadrículas escuras ou claras de cada coluna, é possível reconstituir a “imagem”, como no caso do desenho a seguir: Observe o exemplo seguinte, da recomposição de uma imagem em um quadriculado de 3x3. 0 3 1 1 2 1 Respeitando as quantidades registradas na vertical e hori- zontal, será esta a imagem. Observe nestes outros exemplos, como po- demos associar a reconstituição da “imagem” a uma matriz. O professor vai poder mostrar alguns des- ses exemplos a seus alunos e pedir, depois, a eles que reconstituam as imagens a seguir. 1 2 1 3 0 1 1 0 1 1 0 0 1 0 0 1 3 2 2 3 1 1 1 1 1 1 0 0 1 0 4 1 0 0 1 0 1 0 1 4 MAT_CP_2a_vol2_AF.indd 23 4/8/09 1:49:20 PM 24 Problema 5 4 3 4 0 5 4 2 4 2 4 Resposta Problema 6 5 3 4 0 5 0 5 2 2 0 1 5 1 10 4 8 5 6 Resposta Problema 1 Resposta 0 1 2 1 2 0 Problema 2 Resposta 0 1 2 2 1 0 Problema 3 Resposta 2 0 2 2 0 2 Problema 4 Resposta 1 3 1 1 3 1 MAT_CP_2a_vol2_AF.indd 24 4/8/09 1:49:20 PM 25 Matemática - 2a série - Volume 2 posição de cada um de seus termos, como nestes exemplos: Exemplo 1 Obter a matriz A assim definida: A = (aij)3x3 tal que aij = i + 2j. A ordem dessa matriz é 3x3, isto é, tem 3 li- nhas e 3 colunas. O índice i indica a linha de cada termo enquanto o índice j indica sua coluna. Sa- bendo disso, vamos atribuir a i e j os valores pos- síveis e calcular cada termo identificado por aij. SituAçãO de AprendizAgem 2 mAtriz de COdiFiCAçãO: deSenHAndO COm mAtrizeS Tempo previsto: 1 semana. Conteúdos e temas: construção de matrizes a partir de condição algébrica; identificação de elementos de matrizes por intermédio de sua posição em linhas e colunas. Competências e habilidades: utilizar a notação matricial para representar figuras planas; res- peitar sequências de comandos estabelecidos por intermédio de matrizes. Estratégias: representação de figuras planas; criação de desenhos e códigos. Roteiro para aplicação da Situação de Aprendizagem 2 durante a realização desta Situação de Aprendizagem os alunos vão vivenciar a produção de desenhos a partir da união de pontos do plano, obedecendo a condi- ções estabelecidas pelos elementos de uma matriz. para tanto, é preciso que, antes da atividade, os alunos sejam apresentados às tabelas de dupla entrada, e há também a possibilidade de obterem matrizes a par- tir de condição matemática relacionando a a11 = 1 + 2 . 1 = 3 a12 = 1 + 2 . 2 = 5 a13 = 1 + 2 . 3 = 7 a21 = 2 + 2 . 1 = 4 a22 = 2 + 2 . 2 = 6 a23 = 2 + 2 . 3 = 8 a31 = 3 + 2 . 1 = 5 a32 = 3 + 2 . 2 = 7 a33 = 3 + 2 . 3 = 9 e temos a matriz A: A = 5 6 7 7 8 9 3 4 5 MAT_CP_2a_vol2_AF.indd 25 4/8/09 4:06:07 PM 26 Exemplo 2 Obter a matriz E assim definida: E = (eij)2x3, tal que eij = 2 se i + j ≤ 3 2i + j se i + j > 3 A matriz E tem ordem 2x3, isto é, tem duas linhas e três colunas. Para obter seus elemen- tos é preciso considerar, de início, se a soma dos índices que definem a posição de cada um é maior, menor ou igual a 3. Soma menor ou igual a 3 e11 = 2 (pois 1 + 1 = 2 ≤ 3) e12 = 2 e21 = 2 Soma maior do que 3 e13 = 2 . 1 + 3 = 5 (pois 1 + 3 = 4 > 3) e22 = 2 . 2 + 2 = 6 e23 = 2 . 2 + 3 = 7 Portanto, esta é a matriz E: E = Dando continuidade ao trabalho, após te- rem sido discutidos os aspectos apontados an- teriormente, o professor pode marcar 5 pontos na lousa, numerá-los de 1 a 5 e, simultanea- mente, escrever uma matriz C, de ordem 5x5, formada apenas por “0” ou “1”. Em seguida, o professor orienta os alunos para que unam os pontos, devem ser dois de cada vez, obede- cendo ao seguinte comando: 2 6 2 2 5 7 f se o elemento cij = 0, não devemos unir i com j; f se o elemento cij = 1, devemos unir i com j. Vamos supor que a matriz C e os 5 pontos desenhados sejam estes, representados a seguir. C = 1 0 1 1 0 0 1 0 1 1 1 0 1 0 1 1 1 0 1 0 0 1 1 0 1 5 4 3 2 1 Destaquemos 3 elementos da matriz C a fim de exemplificar a ligação dos pontos. c13 = 1 (Ligar 1 com 3) c14 = 1 (Ligar 1 com 4) c15 = 0 (Não ligar 1 com 5) 5 4 3 2 1 Continuando a obedecer à regra esta- belecida e completando todas as ligações MAT_CP_2a_vol2_AF.indd 26 4/8/09 1:49:20 PM 27 Matemática - 2a série - Volume 2 permitidas entre os 5 pontos, teremos forma- do um pentagrama. Feita a apresentação, o próximo passo con- siste em propor aos alunos as seguintes situações. Problema 1 – unindo pontos a partir de código registrado em uma matriz Dada a matriz d e os pontos desenhados, uni-los ou não a partir do seguinte código estabelecido para os elementos da matriz d: f se dij = 1, unir i com j; f se dij = 0, não unir i com j. D = 1 0 1 0 1 0 0 1 0 1 0 1 1 0 1 0 1 0 0 1 0 1 0 1 1 0 1 0 1 0 0 1 0 1 0 1 Uma estrela de 6 pontas. Problema 2 – Codificando um desenho por uma matriz Os pontos numerados de 1 a 13 do desenho foram unidos a partir de código definido em uma matriz. Escreva essa matriz. A seguinte matriz 13x13 em que todos os elementos são iguais a 1 ou a 0. 1 9 6 2 10 7 3 11 4 12 5 13 8 1 1 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 1 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 1 0 0 0 1 0 0 0 1 0 0 0 0 0 1 0 0 1 0 0 0 0 1 1 0 0 0 0 1 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 1 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 1 1 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 1 Problema 3 – Criando um desenho e codifi- cando-o com uma matrizImagine um desenho que possa ser obtido a partir da união de pelo menos 8 pontos. Marque apenas os pontos no papel e numere-os, sem, entretanto, uni-los. Escreva a matriz de codifi- cação para a união de pontos em seu desenho. Em seguida, troque sua atividade com a de um colega, de maneira que você unirá os pontos do desenho dele enquanto ele une os pontos de seu desenho. Por fim, peça que seu colega corrija seu trabalho enquanto você corrige o dele. 5 6 4 3 2 1 5 4 3 2 1 MAT_CP_2a_vol2_AF.indd 27 4/8/09 1:49:21 PM 28 Será importante ainda apresentar aos alu- nos uma situação que envolva sistemas “não quadrados”, isto é, sistemas em que o nú- mero de equações e de incógnitas não seja igual, e também situa ções de contexto que conduzam à elaboração e à resolução de sistemas lineares indeterminados. Para a resolução dos sistemas obtidos a partir de situações-problema contextuali- zadas, sugerimos que o professor estimule seus alunos a utilizar, inicialmente, os mé- todos estudados no Ensino Fundamental, isto é, os métodos de adição, substituição ou comparação. Salientamos a importância de o professor priorizar que a resolução dos sistemas seja feita com base nesses métodos, ou por escalonamento, em detrimento do método de Cramer com o uso de determi- nantes. Tal opção será justificada adiante, na Situação de Aprendizagem 4. SiTuAção dE APrEndizAgEm 3 SiSTEmAS LinEArES Em SiTuAçÕES-ProBLEmA Tempo previsto: 2 semanas. Conteúdos e temas: resolução de sistemas lineares quadrados de ordem 2 e de ordem 3; escalo- namento de matrizes. Competências e habilidades: analisar informações contidas em enunciados escritos em língua materna, destacando elementos importantes para a compreensão do texto e para a formula- ção de equações matemáticas; utilizar a linguagem matemática para expressar as condições descritas em situações-problema contextualizadas; resolver sistemas lineares, interpretando os resultados de acordo com o contexto fornecido pela situação-problema. Estratégias: resolução de situações-problema. Roteiro para aplicação da Situação de Aprendizagem 3 nesta Situação de Aprendizagem são pro- postas situações-problema contextualizadas que exigem a determinação de mais de uma incógnita. Exploraremos os sistemas lineares como importante ferramenta para a resolução de tais situações. nesses casos, a descrição de alguns contextos permite que sejam escritas as equações e que, ao final, após a resolução dos sistemas, os valores encontrados para as incógnitas sejam avaliados à luz do contexto inicialmente proposto. As situações contextualizadas que apre- sentarmos aos alunos podem envolver, ini- cialmente, sistemas de apenas duas equações lineares, como feito anteriormente no Ensino Fundamental. Essa postura vai permitir que retome o processo de resolução, bem como a análise da resposta final. MAT_CP_2a_vol2_AF.indd 28 4/8/09 4:06:15 PM 29 Matemática - 2a série - Volume 2 Para a aplicação dos sistemas lineares na resolução de problemas propomos as situa- ções descritas a seguir. Problema 1 Duas locadoras de automóveis A e b es- tipulam a remuneração de seus serviços da seguinte maneira: f Locadora A: valor fixo de R$ 80,00 mais R$ 1,20 por quilômetro rodado. f Locadora b: valor fixo de R$ 120,00 mais R$ 1,00 por quilômetro rodado. Com base nesses dados, determine: a) o valor a ser pago às locadoras A e b pelo aluguel de um veículo que rodou 140 km. R$ 248,00 e R$ 260,00. b) o valor a ser pago às locadoras A e b pelo aluguel de um veículo que rodou 300 km. R$ 440,00 e R$ 420,00. c) A partir de quantos quilômetros roda- dos torna-se mais econômico alugar o automóvel em b do que em A. 200 km. Comentário: apenas neste item, c, pode ser necessário que o aluno escreva um sistema de equações para organizar a resolução. Nesse caso, poderá ser escrito o seguinte sistema: Locadora f A: V = 80 + 1,20x Locadora f B: V = 120 + 1,00x Nessas equações, V é o valor a ser pago pela locação e x é a quantidade de quilômetros rodados. A resolução desse sistema induz claramente a opção pelo método da comparação, pois inte- ressa descobrir o momento em que o valor V é o mesmo para as duas locadoras. Assim, 80 + 1,20x = 120 + 1,00x ⇒ x = 200 Portanto, a partir de 200 km de percurso tor- na-se mais econômico alugar o automóvel na locadora B. Problema 2 Uma loja de eletrodomésticos está fazen- do uma promoção para a compra conjunta de dois tipos de eletrodomésticos, de maneira que o consumidor interessado paga: f R$ 590,00 por um forno micro-ondas e um aspirador de pó. f R$ 1 300,00 por um forno de micro-on- das e uma geladeira. f R$ 1 250,00 por um aspirador de pó e uma geladeira. Quanto a loja está cobrando por cada tipo de aparelho, se o preço unitário de cada um deles é constante em todos os casos? R$ 320,00; R$ 270,00; R$ 980,00 Comentários: denominando x o preço do micro-ondas, y o preço do aspirador de pó, e z o preço da geladeira, podemos escrever o seguinte sistema de três equações lineares: MAT_CP_2a_vol2_AF.indd 29 4/8/09 1:49:21 PM 30 x + y = 590 (I) x + z = 1 300 (II) y + z = 1 250 (III) A fim de reforçar os comentários anteriores, sugerimos que o professor estimule os alunos a resolverem esse sistema por substituição, adição, ou comparação. A opção pelo mé- todo da comparação conduz a: x = 590 – y x = 1 300 – z Comparando vem: 590 – y = 1 300 – z ⇒ ⇒ –y + z = 710 (IV) O sistema original, de três equações lineares, pode, então, ser reduzido ao seguinte sistema de duas equações: y + z = 1 250 (III) –y + z = 710 (IV) Adicionando (III) e (IV), temos: 2z = 1 960 ⇒ z = 980 Portanto, o preço da geladeira é de R$ 980,00, e os demais preços podem ser obtidos por cálculo mental ou por substituição nas equa- ções (I) e (II). Problema 3 Um funcionário recém-contratado por uma empresa recebeu em mãos a seguinte tabela que contém as quantidades de 3 tipos de produtos, A, b e C, recebidos ou devol- vidos em 3 lojas da empresa, acompanhadas dos respectivos valores que cada loja deve- ria remeter à matriz pela transação. Quantidade Valor da transação (em mil r$) tipo A b C total loja 1 3 4 –1 8 loja 2 4 5 2 20 loja 3 1 –2 3 6 Ajude o funcionário a calcular o valor uni- tário de cada tipo de produto. R$ 1 000,00; R$ 2 000,00; R$ 3 000,00 Comentário: O seguinte sistema de equações traduz as condições do problema: 3a + 4b – c = 8 (I) 4a + 5b + 2c = 20 (II) a – 2b + 3c = 6 (III) Vamos resolver esse sistema pelo método da adição. Para tanto, precisamos escolher uma incógnita que será eliminada a partir de combinações lineares entre pares de equa- ções. Escolheremos a incógnita c e faremos: 1º-) 2.(I) + (II), isto é, multiplicaremos a equação (I) por 2 e, em seguida, adiciona- remos a equação resultante à equação (II). A resolução será apresentada passo a passo, e caberá ao professor estimular seus alunos a cumprirem o mesmo percurso, ou a elimi- narem alguns passos, estimulando, dessa for- ma, o cálculo mental. 2(I) : 6a + 8b – 2c = 16 (II): 4a + 5b + 2c = 20 10a + 13b = 36 (IV) MAT_CP_2a_vol2_AF.indd 30 4/8/09 1:49:21 PM 31 Matemática - 2a série - Volume 2 2º-) 3.(I) + (III), isto é, multiplicaremos a equação (I) por 3 e adicionaremos a equa- ção resultante à equação (III). 3(I): 9a + 12b – 3c = 24 (III): a – 2b + 3c = 6 10a + 10b = 30 (V) 3º-) Escreveremos um sistema equivalente aooriginal, formado, agora, por 2 equações li- neares, em duas incógnitas: 10a + 13b = 36 (IV) 10a + 10b = 30 (V) 4º-) Por coincidência, obtivemos equações que apresentam coeficientes iguais para a mesma incógnita (a). Portanto, basta sub- trair as duas equações para determinar o valor da incógnita b. 10a + 13b = 36 (IV) 10a + 10b = 30 (V) 3b = 6 ⇒ b = 2 Portanto, o valor unitário do produto B é de R$ 2 000,00. O preço dos demais tipos de pro- duto pode ser obtido a partir da substituição do valor de B nas equações dos sistemas escritos. Problema 4 Quatro escolas disputaram um torneio es- portivo em que provas de 10 modalidades fo- ram disputadas. Aos vencedores de cada prova foram atribuídas medalhas de ouro, de prata ou de bronze, dependendo da classificação final, respectivamente, 1º-, 2º- ou 3º- lugares. A quan- tidade de medalhas de cada escola, ao final da competição, é apresentada na tabela a seguir, assim como o total de pontos conseguidos pelas escolas, considerando-se que a cada tipo de medalha foi atribuída uma pontuação. Medalhas Escolas ouro Prata bronze Pontuação final A 4 2 2 46 b 5 3 1 57 C 4 3 3 53 d 3 3 7 53 Qual foi a pontuação atribuída a cada tipo de medalha? Ouro: 8 pontos; Prata: 5 pontos; Bronze: 2 pontos. Comentário: O sistema possível para a reso- lução do problema é formado por 4 equações e três incógnitas, isto é, não se trata de um sistema “quadrado”. Sugerimos que o pro- fessor chame a atenção de seu aluno para o fato de que sistemas dessa natureza exigem maior reflexão sobre os passos a serem ado- tados para a resolução. Neste caso, podemos desprezar inicialmente uma das equações, resolver o sistema formado por três delas e, ao final, testar se os resultados obtidos veri- ficam a equação não utilizada na resolução. 4x + 2y + 2z = 46 (I) 5x + 3y + z = 57 (II) 4x + 3y + 3z = 53 (III) 3x + 3y + 7z = 53 (IV) Vamos “desprezar” a equação (IV), e adotar o método da substituição para resolver o siste- ma formado pelas 3 equações restantes. Para – MAT_CP_2a_vol2_AF.indd 31 4/8/09 1:49:21 PM 32 tanto, isolaremos a incógnita z na equação (II), e substituiremos a expressão encontra- da nas equações (I) e (III). (II) z = 57 – 5x – 3y (I) 4x + 2y + 2.(57 – 5x – 3y) = 46 (III) 4x + 3y + 3.(57 – 5x – 3y) = 53 As equações (I) e (III), depois de reduzidos os termos semelhantes, tornam-se equiva- lentes a: 6x + 4y = 68 (V) 11x + 6y = 118 (VI) Para simplificar, dividiremos a equação (V) por 2, obtendo o seguinte sistema: 3x + 2y = 34 (V) 11x + 6y = 118 (VI) Em seguida, pelo método da adição, faremos 3.(V) – (VI), obtendo: 3.(V) – (VI) : – 2x = –16 ⇒ x = 8 Portanto, a medalha de ouro vale 8 pontos. Voltando com esse valor em (V), obtemos que y = 5, ou seja, obtemos que a medalha de prata vale 5 pontos. Voltando com esses valores em (I), obtemos que z = 2, ou seja, que a medalha de bronze vale 2 pontos. Substituindo os valores obtidos para x, y e z, na equação (VI), notamos que ela é verificada, pois 3.8 + 3.5 + 7.2 = 24 + 15 + 14 = 53. O problema a seguir permite introduzir a ideia de que podemos escrever sistemas inde- terminados para situações nas quais não há uma única resposta possível. Como não se trata de um proble ma de difícil solução, suge- rimos que o professor apresente-o aos alunos sem qualquer comentário inicial, e que, após discutir as diversas situações que surgirem, comente sobre o fato de que os resultados es- perados são discretos, isto é, formados apenas por números naturais. Será muito provável que os alunos consigam chegar às respostas corretas sem escrever e resolver sistemas de equações, e, nesse caso, caberá ao professor mostrar–lhes que em outros casos, de respos- tas obtidas a partir de conjuntos contínuos, seria impos sível a eles escreverem todas as infinitas respostas, o que exigiria a escrita de equações. Problema 5 O técnico de uma equipe de futebol estima que ao final de 12 partidas sua equipe consi- ga 24 pontos. Sabendo-se que a quantidade de pontos por vitória é 3, por empate é 1 e por derrota é 0, determine: a) o número de pontos da equipe para o caso em que vença 4 jogos, empate 4 e perca 4. 4 . 3 + 4 . 1 = 16 pontos. b) o número máximo de pontos que a equi- pe pode conseguir. Caso vença as 12 partidas, uma equipe con- seguirá o máximo possível de pontos, igual a 3 . 12 = 36. c) uma combinação possível de números de vitórias–empates–derrotas para que a equipe consiga os almejados 24 pontos. Denominando o número de vitórias por x, o número de empates por y, e o de derrotas por z, podemos escrever MAT_CP_2a_vol2_AF.indd 32 4/8/09 1:49:21 PM 33 Matemática - 2a série - Volume 2 f x + y + z = 12 f 3x + 1.y + 0.z = 24 Temos, portanto, um sistema de duas equa- ções a 3 incógnitas, que é indeterminado, isto é, tem mais de uma solução. Uma possível resposta para o problema pode ser obtida fazendo, por exemplo, x = 7, isto é, supondo que a equipe vença 7 dos 12 jo- gos. Nesse caso, será preciso que y = 3, a fim de que a equipe consiga atingir, exatamente, 24 pontos. Portanto, uma resposta possível é: 7 vitórias, 3 empates e 2 derrotas. d) todas as possibilidades possíveis para que a equipe consiga atingir 24 pontos. Queremos, neste caso, determinar as solu- ções naturais do sistema formado pelas duas equações descritas no item anterior, isto é, x + y + z = 12 3x + 1.y + 0.z = 24 Fazendo y = 24 – 3x na segunda equação, e substituindo em y na primeira equação, temos: x + 24 – 3x + z = 12 ⇒ z = 2x – 12 Assim, podemos escrever a resposta geral do sistema, em função de x, isto é, em função do número de vitórias: S = {(x, 24 – 3x, 2x – 12)} Como nos interessam apenas os casos em que 0 < x < 12, y > 0 e z > 0, podemos atribuir a x apenas os valores 6, 7 e 8. Isso feito, teremos as seguintes possibilidades, expressas na tabela: Vitória Empate Derrota Total de jogos 8 0 4 12 7 3 2 12 6 6 0 12 Problema 6 Na feira livre da 4ª- feira, próxima à sua casa, Helena foi comprar, em uma única bar- raca, um kit para bolo. O kit continha farinha de trigo, fubá e chocolate em pó, em um total de 2 kg, e pelo qual pagou R$ 4,00. Intrigada com o preço do kit, Helena questionou o fei- rante sobre o preço de cada produto, ouvindo dele que o quilo da farinha de trigo custava R$ 1,00, que o quilo do chocolate em pó cus- tava R$ 20,00, e que o quilo do fubá custava R$ 2,00. Quanto de cada produto havia no kit que Helena acabou comprando? Comentário: temos aqui um problema que não apresenta uma única solução e que pode ser resolvido por meio de um siste- ma indeterminado de equações lineares. De fato, os alunos poderão obter algumas das respostas antes que o professor apre- sente a eles a solução geral. Se esta for a opção do professor, propomos que conduza as discussões colocando para seus alunos questões como: É possível que o f kit tenha sido compos- to por 800 g de farinha e 1 kg de fubá? Por quê? Não, isto não seria possível, porque, nes- f se caso, os 200 gramas restantes deve- riam ser de chocolate, o que faria com que o preço do kit se elevasse além dos R$ 4,00. Se no f kit havia 100 g de chocolate, quan- to havia de farinha e de fubá? MAT_CP_2a_vol2_AF.indd 33 4/8/09 1:49:21 PM 34 100 g de chocolate custam R$ 2,00. So- f bram R$ 2,00 para serem divididos entre farinha e fubá, em um total de 1,9 kg, o que nos permite escrever o seguinte siste-ma de duas equações, em que x representa a massa de farinha, em kg, e y representa a massa de fubá, também em kg: x + y = 1,9 x + 2y = 2,0 Resolvendo o sistema obtemos y = 0,1 e x = 1,8, isto é, havia 0,1 kg de fubá e 1,8 kg de farinha, ou 100 gramas de um produto e 1 kg e 800 gramas do outro. Apresentamos a solução geral do problema, considerando: x: massa de farinha de trigo, em kg y: massa de fubá, em kg z: massa de chocolate em pó, em kg x + y + z = 2 x + 2y + 20z = 4 Sistemas lineares dessa natureza, indeter- minados, apresentam solução em função de uma das incógnitas. Faremos a opção de es- crever a solução geral em função da massa de chocolate em pó (z). Para tanto, escreve- mos as equações desta maneira: x + y = 2 – z (I) x + 2y = 4 – 20z (II) Fazendo (II) – (I), temos: y = 2 – 19z (Quantidade de fubá em função da quantidade de chocolate) e fazendo 2.(I) – (II), temos: x = 18z (Quantidade de farinha em função da quantidade de chocolate) Portanto, a solução geral do sistema é: {(18z, 2 – 19z, z)} Vale observar que não podemos ter valores negativos para qualquer das quantidades. Assim, será necessário que sejam obedecidas as seguintes condições: 18z > 0 e 2 – 19z > 0 e z > 0, ou, de outra forma, que z > 2 19 , ou ainda que a quantidade de chocolate em pó seja inferior a, aproximadamente, 105 gramas, pois 2 19 ≈ 0,105. Sugerimos que, após escrever a solução geral, o professor proponha aos seus alunos que es- crevam algumas das soluções para esse pro- blema. Por exemplo, considerando que o kit continha 80 gramas de chocolate temos: 80 g de chocolate, ou 0,080 kg de f chocolate (custando R$ 1,60) 18 . 0,080 kg de farinha de trigo = 1,44 kg f (custando R$ 1,44) 2 – 19 . 0,080 kg de fubá = 0,48 kg f (custando R$ 0,96) MAT_CP_2a_vol2_AF.indd 34 4/8/09 1:49:21 PM 35 Matemática - 2a série - Volume 2 O método de resolução de sistemas linea- res denominado escalonamento consiste, ba- sicamente, em realizar combinações lineares entre as equações do sistema de maneira que algumas delas possam ser escritas com nú- mero menor de incógnitas do que na escrita original, conforme apresentamos na resolu- ção de problemas da Situação de Aprendi- zagem anterior. De fato, alunos do Ensino Fundamental têm normalmente contato com uma simplificação desse método quan- do resolvem sistemas de 2 equações lineares pelo método de adição, conforme mostra o exemplo seguinte: SituAçãO DE AprEnDizAgEm 4 rESOLuçãO DE SiStEmAS LinEArES: ESCALOnAmEntO X CrAmEr Tempo previsto: 3 semanas. Conteúdos e temas: resolução e discussão de sistemas lineares; cálculo de determinantes – mé- todo de Sarrus; resolução de situações-problema por intermédio de sistemas lineares. Competências e habilidades: utilizar a linguagem matemática para a obtenção de equações que auxiliem na resolução de situações-problema; reconhecer a maior eficiência de um método de resolução sobre outro, com base nas estratégias de raciocínio mobilizadas. Estratégias: resolução de situações-problema. Roteiro para aplicação da Situação de Aprendizagem 4 Há mais de um método de resolução de sistemas lineares de qualquer ordem. Dois deles são normalmente apresentados nos li- vros didáticos, em que um recorre à notação matricial (escalonamento) enquanto o outro parte dos determinantes associados ao siste- ma (Cramer). Esta Situação de Aprendizagem pretende avaliar as dificuldades e as operações mentais envolvidas em cada um desses méto- dos a fim de que os alunos, diante de um sis- tema a ser solucionado, optem com critérios pelo método mais apropriado à situação. 2x – 3y = 11 ⇒ 2x – 3y = 11 Se y = –1 ⇒ x + 2.(–1) = 2 x + 2y = 2 ⇒ . (–2) – 2x – 4y = – 4 0x – 7y = 7 ⇒ y = – 1 S = {(4, –1)} x = 4 MAT_CP_2a_vol2_AF.indd 35 4/8/09 4:06:25 PM 36 Para um sistema linear qualquer, po- demos associar uma matriz denomina- da matriz completa, que é formada pelos coeficientes das incógnitas e também pe- los termos independentes. Dizemos que o sistema linear está escalonado quando realizarmos combinações lineares entre as linhas da matriz completa de modo a zerar todos os elementos aij da matriz em que i > j. O exemplo seguinte retoma a resolução do sistema de equações anteriormente resolvi- do, explicitando o escalonamento. L1 L2 L1 L2 L3 Esta é a matriz completa do sistema, formada pelos coe- ficientes das incógnitas e pelos termos independentes das duas equações. Para escaloná-la devemos tornar nulo o elemento a21 = 1, que é o único elemento aij em que i > j. A matriz do sistema foi escalonada. Na nova equação da linha 2 da matriz temos: 0x – 7y = 7 ou y = –1 Substituindo esse valor em uma das equações iniciais, obtém-se x = 4.Aqui está a combinação linear entre as linhas 1 e 2 da matriz, gerando uma nova linha 2. 2 – 3 11 1 2 2 L1 L1 – 2.L2 2 – 3 11 0 – 7 7 Em outro exemplo, vamos resolver por escalonamento o sistema seguinte: x + y + z = 3 2x – y – 2z = 2 x + 2z = 4 Na matriz escalonada, deverão ser nulos, os elementos destacados. Mcompleta 1 1 1 3 2 –1 –2 2 1 0 2 4 –2L1 + L2 –L1 + L3 –L2 + 3L3 1 1 1 3 0 –3 – 4 – 4 0 –1 1 1 1 1 1 3 0 – 3 – 4 – 4 0 0 7 7 1 1 1 3 2 – 1 – 2 2 1 0 2 4 A última linha da matriz nos fornece a equação: 7z = 7 ⇒ z = 1 Substituindo o valor encontrado para z na segunda equação da matriz final, temos: –3y – 4z = – 4 –3y – 4.1 = – 4 ⇒ y = 0 A primeira das linhas da matriz nos ajuda a calcular o valor de x: x + y + z = 3 x + 0 + 1 = 3 ⇒ x = 2 Assim, a solução do sistema é dada por: S = {(2, 0, 1)} O método de Cramer para resolução de sis- temas lineares quadrados, isto é, para sistemas com incógnitas e equações em mesmo número, 2 – 3 11 1 2 2 MAT_CP_2a_vol2_AF.indd 36 4/8/09 1:49:21 PM 37 Matemática - 2a série - Volume 2 passa pela resolução de alguns determinantes formados pelos coeficientes das incógnitas e/ ou pelos termos independentes. No caso do Quando Δ = 0, ou o sistema é impossível, não tem solução, ou o sistema é indetermina- do, tem mais de uma solução. Portanto, temos uma primeira questão importante a conside- rar: o método de Cramer não permite que se- jam resolvidos sistemas indeterminados. Cabe ao professor discutir com os alunos, que o método de Cramer sintetiza a série de passagens algébricas que seriam realizadas caso o sistema fosse resolvido por meio de combinações lineares entre as equações. A opção de resolver o sistema por um ou outro método passa por considerar as habili- dades mentais mobilizadas em cada caso, que são diferentes em Cramer e no escalonamento. Enquanto no método de Cramer o aluno segue uma rotina determinada – montagem e cálculo dos determinantes, e divisão entre eles – no mé- todo do escalonamento o aluno se vê envolvido em avaliar possibilidades e escolher estratégias, adotando, dessa forma, uma postura que o re- mete à mobilização de habilidades mais elabora- das e valorizadas na aprendizagem matemática. Além disso, há outros fatores ainda a considerar, que são, principalmente, o tempo despendido na resolução e a quantidade de operações elemen- tares realizadas. Também com esses critérios é possível avaliar a vantagem do método do esca- lonamento sobre Cramer. Para discutir esta última consideração, ana- lisemos a resolução
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