Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
caderno do volume 3 – 2009 PROFESSOR 2ª- SÉRIE m at Em át Ic a ensino médio Governador José Serra Vice-Governador Alberto Goldman Secretário da Educação Paulo Renato Souza Secretário-Adjunto Guilherme Bueno de Camargo Chefe de Gabinete Fernando Padula Coordenadora de Estudos e Normas Pedagógicas Valéria de Souza Coordenador de Ensino da Região Metropolitana da Grande São Paulo José Benedito de Oliveira Coordenador de Ensino do Interior Rubens Antonio Mandetta Presidente da Fundação para o Desenvolvimento da Educação – FDE Fábio Bonini Simões de Lima EXECUÇÃO Coordenação Geral Maria Inês Fini Concepção Guiomar Namo de Mello Lino de Macedo Luis Carlos de Menezes Maria Inês Fini Ruy Berger GESTÃO Fundação Carlos Alberto Vanzolini Presidente do Conselho Curador: Antonio Rafael Namur Muscat Presidente da Diretoria Executiva: Mauro Zilbovicius Diretor de Gestão de Tecnologias aplicadas à Educação: Guilherme Ary Plonski Coordenadoras Executivas de Projetos: Beatriz Scavazza e Angela Sprenger COORDENAÇÃO TÉCNICA CENP – Coordenadoria de Estudos e Normas Pedagógicas São Paulo (Estado) Secretaria da Educação. Caderno do professor: matemática, ensino médio - 2ª- série, volume 3 / Secretaria da Educação; coordenação geral, Maria Inês Fini; equipe, Carlos Eduardo de Souza Campos Granja, José Luiz Pastore Mello, Nílson José Machado, Roberto Perides Moisés, Walter Spinelli.– São Paulo : SEE, 2009. ISBN 978-85-7849-361-5 1. Matemática 2. Ensino Médio 3. Estudo e ensino I. Fini, Maria Inês. II. Granja, Carlos Eduardo de Souza Campos. III. Mello, José Luiz Pastore. IV. Machado, Nílson José. V. Moisés, Roberto Perides. VI. Spinelli, Walter. VII. Título. CDU: 373.5:51 S239c A Secretaria da Educação do Estado de São Paulo autoriza a reprodução do conteúdo do material de sua titularidade pelas demais secretarias de educação do país, desde que mantida a integridade da obra e dos créditos, ressaltando que direitos autorais protegi- dos* deverão ser diretamente negociados com seus próprios titulares, sob pena de infração aos artigos da Lei nº 9.610/98. * Constituem “direitos autorais protegidos” todas e quaisquer obras de terceiros reproduzidas no material da SEE-SP que não estejam em domínio público nos termos do artigo 41 da Lei de Direitos Autorais. Catalogação na Fonte: Centro de Referência em Educação Mario Covas Coordenação do Desenvolvimento dos Conteúdos Programáticos e dos Cadernos dos Professores Ghisleine Trigo Silveira AUTORES Ciências Humanas e suas Tecnologias Filosofia: Paulo Miceli, Luiza Christov, Adilton Luís Martins e Renê José Trentin Silveira Geografia: Angela Corrêa da Silva, Jaime Tadeu Oliva, Raul Borges Guimarães, Regina Araujo, Regina Célia Bega dos Santos e Sérgio Adas História: Paulo Miceli, Diego López Silva, Glaydson José da Silva, Mônica Lungov Bugelli e Raquel dos Santos Funari Sociologia: Heloisa Helena Teixeira de Souza Martins, Marcelo Santos Masset Lacombe, Melissa de Mattos Pimenta e Stella Christina Schrijnemaekers Ciências da Natureza e suas Tecnologias Biologia: Ghisleine Trigo Silveira, Fabíola Bovo Mendonça, Felipe Bandoni de Oliveira, Lucilene Aparecida Esperante Limp, Maria Augusta Querubim Rodrigues Pereira, Olga Aguilar Santana, Paulo Roberto da Cunha, Rodrigo Venturoso Mendes da Silveira e Solange Soares de Camargo Ciências: Ghisleine Trigo Silveira, Cristina Leite, João Carlos Miguel Tomaz Micheletti Neto, Julio Cézar Foschini Lisbôa, Lucilene Aparecida Esperante Limp, Maíra Batistoni e Silva, Maria Augusta Querubim Rodrigues Pereira, Paulo Rogério Miranda Correia, Renata Alves Ribeiro, Ricardo Rechi Aguiar, Rosana dos Santos Jordão, Simone Jaconetti Ydi e Yassuko Hosoume Física: Luis Carlos de Menezes, Estevam Rouxinol, Guilherme Brockington, Ivã Gurgel, Luís Paulo de Carvalho Piassi, Marcelo de Carvalho Bonetti, Maurício Pietrocola Pinto de Oliveira, Maxwell Roger da Purificação Siqueira, Sonia Salem e Yassuko Hosoume Química: Maria Eunice Ribeiro Marcondes, Denilse Morais Zambom, Fabio Luiz de Souza, Hebe Ribeiro da Cruz Peixoto, Isis Valença de Sousa Santos, Luciane Hiromi Akahoshi, Maria Fernanda Penteado Lamas e Yvone Mussa Esperidião Linguagens, Códigos e suas Tecnologias Arte: Gisa Picosque, Mirian Celeste Martins, Geraldo de Oliveira Suzigan, Jéssica Mami Makino e Sayonara Pereira Educação Física: Adalberto dos Santos Souza, Jocimar Daolio, Luciana Venâncio, Luiz Sanches Neto, Mauro Betti e Sérgio Roberto Silveira LEM – Inglês: Adriana Ranelli Weigel Borges, Alzira da Silva Shimoura, Lívia de Araújo Donnini Rodrigues, Priscila Mayumi Hayama e Sueli Salles Fidalgo Língua Portuguesa: Alice Vieira, Débora Mallet Pezarim de Angelo, Eliane Aparecida de Aguiar, José Luís Marques López Landeira e João Henrique Nogueira Mateos Matemática Matemática: Nílson José Machado, Carlos Eduardo de Souza Campos Granja, José Luiz Pastore Mello, Roberto Perides Moisés, Rogério Ferreira da Fonseca, Ruy César Pietropaolo e Walter Spinelli Caderno do Gestor Lino de Macedo, Maria Eliza Fini e Zuleika de Felice Murrie Equipe de Produção Coordenação Executiva: Beatriz Scavazza Assessores: Alex Barros, Beatriz Blay, Carla de Meira Leite, Eliane Yambanis, Heloisa Amaral Dias de Oliveira, José Carlos Augusto, Luiza Christov, Maria Eloisa Pires Tavares, Paulo Eduardo Mendes, Paulo Roberto da Cunha, Pepita Prata, Renata Elsa Stark, Solange Wagner Locatelli e Vanessa Dias Moretti Equipe Editorial Coordenação Executiva: Angela Sprenger Assessores: Denise Blanes e Luis Márcio Barbosa Projeto Editorial: Zuleika de Felice Murrie Edição e Produção Editorial: Edições Jogo de Amarelinha, Conexão Editorial e Occy Design (projeto gráfico) APOIO FDE – Fundação para o Desenvolvimento da Educação CTP, Impressão e Acabamento Esdeva Indústria Gráfica Caras professoras e caros professores, Tenho a grata satisfação de entregar-lhes o volume 3 dos Cadernos do Professor. Vocês constatarão que as excelentes críticas e sugestões recebidas dos profis- sionais da rede estão incorporadas ao novo texto do currículo. A partir dessas mesmas sugestões, também organizamos e produzimos os Cadernos do Aluno. Recebemos informações constantes acerca do grande esforço que tem caracte- rizado as ações de professoras, professores e especialistas de nossa rede para promover mais aprendizagem aos alunos. A equipe da Secretaria segue muito motivada para apoiá-los, mobilizando todos os recursos possíveis para garantir-lhes melhores condições de trabalho. Contamos mais uma vez com a colaboração de vocês. Paulo Renato Souza Secretário da Educação do Estado de São Paulo São Paulo faz escola – Uma Proposta Curricular para o Estado 5 Ficha do Caderno 7 Orientação geral sobre os Cadernos 8 Situações de Aprendizagem 12 Situação de Aprendizagem 1 – Probabilidade e proporcionalidade: no início era o jogo... 12 Situação de Aprendizagem 2 – Análise combinatória: raciocínios aditivo e multiplicativo 23 Situação de Aprendizagem 3 – Probabilidades e raciocínio combinatório 36 Situação de Aprendizagem 4 – Probabilidades e raciocínio combinatório: o Binômio de Newton e o Triângulo de Pascal 43 Orientações para Recuperação 50 Recursos para ampliar a perspectiva do professor e do aluno para a compreensão do tema 52 Considerações finais 53 Conteúdos de Matemática por série/bimestre do Ensino Médio 54 SUMáRiO 5 SãO PAUlO FAz ESCOlA – UMA PROPOStA CURRiCUlAR PARA O EStAdO Prezado(a) professor(a), É com muita satisfação que lhe entregamos mais um volume dos Cadernos do Professor, parte integrante da Proposta Curricular de 5ª- a 8ª- sériesdo Ensino Fundamental – Ciclo II e do Ensino Médio do Estado de São Paulo. É sempre oportuno relembrar que esta é a nova versão, que traz também a sua autoria, uma vez que inclui as sugestões e críticas recebidas após a implantação da Proposta. É também necessário relembrar que os Cadernos do Professor espelharam-se, de forma objetiva, na Base Curricular, referência comum a todas as escolas da rede estadual, e deram origem à produção dos Cadernos dos Alunos, justa reivindicação de professores, pais e famí- lias para que nossas crianças e jovens possuíssem registros acadêmicos pessoais mais organi- zados e para que o tempo de trabalho em sala de aula pudesse ser melhor aproveitado. Já temos as primeiras notícias sobre o sucesso do uso dos dois Cadernos em sala de aula. Este mérito é, sem dúvida, de todos os profissionais da nossa rede, especialmente seu, professor! O objetivo dos Cadernos sempre será o de apoiar os professores em suas práticas de sala de aula. Podemos dizer que este objetivo está sendo alcançado, porque os professores da rede pública do Estado de São Paulo fizeram dos Cadernos um instrumento pedagógico com bons resultados. Ao entregar a você estes novos volumes, reiteramos nossa confiança no seu trabalho e contamos mais uma vez com seu entusiasmo e dedicação para que todas as crianças e jo- vens da nossa rede possam ter acesso a uma educação básica de qualidade cada vez maior. Maria Inês Fini Coordenadora Geral Projeto São Paulo Faz Escola 6 7 FiChA dO CAdERnO Análise combinatória e probabilidades nome da disciplina: Matemática área: Matemática Etapa da educação básica: Ensino Médio Série: 2a Volume: 3 temas e conteúdos: Probabilidades – aplicações do cálculo proporcional Raciocínio combinatório: princípios aditivo e multiplicativo Binômio de Newton e o Triângulo de Pascal 8 ORiEntAÇãO gERAl SObRE OS CAdERnOS Os temas escolhidos para compor o conteúdo disciplinar de cada bimestre não se afastam, de maneira geral, do que é usualmente ensinado nas escolas ou do que é apresentado pelos livros didáticos. As inovações pretendidas referem-se à forma de abordá-los, sugerida ao longo dos Cadernos de cada um dos bimestres. Em tal abor- dagem, busca-se evidenciar os princípios nortea- dores do presente currículo, destacando-se a contextualização dos conteúdos, as competên- cias pessoais envolvidas, especialmente as rela- cionadas com a leitura e a escrita matemáticas, bem como os elementos culturais internos e ex- ternos à Matemática. Em todos os Cadernos, os conteúdos estão organizados em oito unidades de extensões aproximadamente iguais, que podem cor- responder a oito semanas de trabalho letivo. De acordo com o número de aulas disponíveis por semana, o professor explorará cada assun- to com mais ou menos aprofundamento. A cri- tério do professor, em cada situação específica, o tema correspondente a uma das unidades pode ser estendido para mais de uma semana, enquanto o de outra unidade pode ser tratado de modo mais simplificado. É desejável que o professor tente contem- plar todas as oito unidades, uma vez que, jun- tas, compõem um panorama do conteúdo do bimestre e, muitas vezes, uma delas contribui para a compreensão das outras. Insistimos, no entanto, no fato de que somente o professor, em sua circunstância particular, levando em consideração seu interesse e o dos alunos pelos temas apresentados, pode determinar adequadamente quanto tempo dedicar a cada uma das unidades. Ao longo dos Cadernos, são apresentadas, além de uma visão panorâmica do conteúdo do bimestre, quatro Situações de Aprendiza- gem (1, 2, 3 e 4), que pretendem ilustrar a forma de abordagem sugerida, instrumentalizando o professor para sua ação na sala de aula. As Si- tuações de Aprendizagem são independentes e podem ser exploradas pelo professor com mais ou menos intensidade, segundo seu interesse e de sua classe. Naturalmente, em razão das limi- tações no espaço dos Cadernos, nem todas as unidades foram contempladas com Situações de Aprendizagem, mas a expectativa é a de que a forma de abordagem dos temas seja explicita- da nas que foram oferecidas. São apresentados também, em cada Cader- no, sempre que possível, materiais de apoio (textos, softwares, sites, vídeos, entre outros) em sintonia com a forma de abordagem pro- posta, que podem ser utilizados pelo professor para o enriquecimento de suas aulas. Compõem ainda o Caderno algumas con- siderações sobre a avaliação a ser realizada, bem como o conteúdo considerado indispen- sável ao desenvolvimento das competências esperadas no presente bimestre. 9 Matemática – 2ª- série – Volume 3 Conteúdos básicos do bimestre Os conteúdos pertinentes à análise com- binatória e ao cálculo de probabilidades, selecionados para serem desenvolvidos no 3o bimestre da 2a série do Ensino Médio, cos- tumam trazer desconforto não apenas aos estudantes, mas também aos professores. Pare- ce difícil justificar esse fenômeno se pensarmos que o conjunto de ferramentas matemáticas necessárias para a resolução de praticamente 100% dos problemas é composto apenas das quatro operações com números naturais e de uma das principais ideias da fração: a da com- paração entre a parte e o todo. O tratamento tradicional do tema parte da classificação dos problemas em grupos – permutação, arranjos, combinações – de acordo com determinado critério, na ten- tativa de facilitar a resolução a partir da aplicação de algumas fórmulas de cálculo. Se, por um lado, tal formalização permite agilizar a resolução de situações-padrão, por outro, dificulta o enfrentamento de situa- ções-problema reais, com contextos e difi- culdades inéditas. Dessa forma, um curso de Matemática que priorize a resolução de pro- blemas como principal metodologia de apren- dizado não pode se basear unicamente na classificação das situações em grupos de- terminados, sob pena de limitar por demais as estratégias de raciocínio que o estudan- te pode e deve mobilizar ao se confrontar com uma dificuldade real. Assim, como será explicitado nas Situações de Aprendizagem apresentadas para o tratamento do tema, propomos que a classificação e o formalismo tradicional sejam, inicialmente, relegados a um segundo plano e, apenas ao final, sejam, conforme a vontade do professor, realizados nos moldes conhecidos. O raciocínio combinatório e o cálculo de probabilidades são conceitos apresentados aos alunos desde as séries iniciais do segun- do ciclo do Ensino Fundamental, etapa em que tais conceitos não costumam gerar qual- quer dificuldade além das habituais para esse segmento de ensino. Dessa maneira, trata-se agora, no Ensino Médio, de partir dos conhe- cimentos e das habilidades anteriormente construídos e promover os aprofundamentos necessários. Com base nessa hipótese, pro- pomos que a apresentação dos conteúdos do bimestre inicie-se com as probabilidades des- providas de cálculo combinatório. Apresentar o cálculo de probabilidades sem a exigência de raciocínio combinatório significa priorizar o fato de que podemos expressar a chance de ocorrência de um evento por inter- médio de uma razão entre dois valores, a parte e o todo. O numerador dessa razão coincide com o número de resultados esperados para o experimento, enquanto o denominador coin- cide com o número de resultados possíveis, todos eles considerados igualmente prováveis. Em uma classe de 40 alunos, se qualquer um tem uma chance em quarenta de ser sortea- do, e todos sabem disso, precisamos apenas formalizar essa condição, que expressamos na língua materna por intermédiode uma fração, 1 40 , por uma porcentagem (2,5%), e também por um número real maior que 0 e menor 10 que 1, nesse caso, 0,025. Nada disso, de fato, acarreta maiores dificuldades, visto se tratar de conhecimento que se incorporou ao senso co- mum. Cremos, portanto, que os alunos trazem na 2a série do Ensino Médio o terreno preparado para o estudo formalizado das probabilidades, desde que os casos a eles apresentados não en- volvam, inicialmente, raciocínio combinatório. Diante dessas premissas, propomos a Situação de Aprendizagem 1 – Probabilidade e pro- porcionalidade: no início era o jogo..., na qual exploramos a noção teórica de probabilidade por intermédio de jogos pedagógicos, conforme a descrição apresentada mais adiante. Uma adição de n parcelas iguais a p pode ser representada pelo produto n . p. Muitas são as situações-problema que são resolvidas por intermédio de uma adição desse tipo. Outras adições, não formadas por parcelas iguais, tam- bém podem ser expressas por intermédio de um produto, como é o caso, por exemplo, de 5 + 4 + 3 + 2 + 1 que é igual a (6 . 5) ÷ 2 ou 15. Expressões desse tipo também podem explici- tar a solução de uma situação-problema, nes- se caso, por exemplo, o cálculo de número de grupos diferentes de duas pessoas formados a partir de 6 indivíduos. Problemas envolvendo raciocínio combinatório são, na maioria das vezes, resolvidos por intermédio de uma adi- ção ou de uma multiplicação, embora quase sempre a escolha pela multiplicação seja a mais aconselhável, já que envolve raciocínio mais elaborado e eficiente. Perceber a existên- cia das duas possibilidades apontadas para resolver um problema de análise combinató- ria e as vantagens de uma sobre a outra é, em suma, o objetivo principal da Situação de Aprendizagem 2 – Análise combinatória: raciocínios aditivo e multiplicativo, na qual apresentamos e discutimos alguns encaminha- mentos possíveis para um trabalho pedagógi- co nessa perspectiva. A solução de situações-problema envol- vendo simultaneamente raciocínio combi- natório e cálculo de probabilidades costuma acarretar dificuldades maiores do que aquelas em que se aplicam esses conteúdos de manei- ra inde pendente. Dentre as diversas justificati- vas possíveis, podemos enunciar o fato de que as características conjuntas desses conteúdos impedem que os problemas sejam facilmente agrupados em tipos-padrão, de maneira que resolver um deles sempre passe pela mobiliza- ção da estratégia de raciocínio que o associa a algum anteriormente resolvido e compree n - dido, como ocorre, mais facilmente, com problemas de outros grupos de conteúdos ma- temáticos. Essa impossibilidade de padroni- zação exige, mais do que em outros casos, que os alunos mobilizem diversas estratégias de raciocínio. Cabe, portanto, ao professor esti- mular a resolução de diversos problemas de análise combinatória e probabilidades com o foco voltado para o tipo de raciocínio exigido, em vez da clássica separação em problemas tí- picos, baseada no tipo de operação matemática envolvida. Na Situação de Aprendizagem 3 – Probabilidades e raciocínio combinatório, apresentamos uma possibilidade de abor- dagem desse tipo de problema com base no raciocínio que considera unicamente dois aspectos: a independência de dois ou mais eventos para os quais se quer calcular a pro- babilidade e as diferentes possibilidades de ordenação para sua ocorrência simultânea. 11 Matemática – 2ª- série – Volume 3 Quadro geral de conteúdos do 3o bimestre da 2a série do Ensino Médio Unidade 1 – Probabilidades em situações que não exigem raciocínio combinatório – reunião e inter- seção de eventos; probabilidade condicional. Unidade 2 – Combinatória: raciocínios aditivo e multiplicativo. Unidade 3 – Combinatória: agrupamentos ordenados – Arranjos simples. Unidade 4 – Combinatória: agrupamentos não ordenados – Combinações. Unidades 5 e 6 – Probabilidades em situações que exigem aplicação do raciocínio combinatório. Unidades 7 e 8 – Distribuição binomial de probabilidades: o Binômio de Newton e o Triângulo de Pascal. Um cálculo de probabilidades sempre está associado a um “sim” e a um “não”, ou a um “sucesso” e a um “fracasso”, sem, todavia, que esses aspectos sejam expressos por pro- babilidades iguais. Em outras palavras, nem sempre há 50% de chance para o “sim” e 50% para o “não”, como no caso da face obser- vada no lançamento de uma moeda em que o “sim” pode ser coroa e o “não” pode ser cara. Para o comprador de um número de uma rifa, em um total de 200, o “sim” é 0,5% e o “não” é 99,5%. O que ocorre com o cálculo de probabilidades de eventos que se repetem n vezes sob as mesmas condições, isto é, situa- ções em que “sim” ou “não” são esperados cada um, mais de uma vez, como no caso do lançamento de quatro dados com o objeti- vo de se conseguir duas vezes o número seis na face superior? A resolução desse tipo de problema pode ser associada ao desenvolvi- mento de um binômio do tipo [(sim) + (não)]n, de modo que, assim procedendo, estamos atribuindo significado real à busca do termo geral do Binômio de Newton, bem como aos elementos das linhas do Triângulo de Pascal. Na Situação de Aprendizagem 4 – Probabili- dades e raciocínio combinatório: o binômio de newton e o triângulo de Pascal, apresentamos uma proposta em que reforçamos a importân- cia dos problemas de probabilidades que en- volvem distribuição binomial como elemento fundamental para a compreensão dos demais casos. O bimestre, com base nas considerações anteriores, pode ser organizado nas seguintes oito unidades, correspondendo, aproximada- mente, a oito semanas: 12 SITUAçãO DE APRENDIzAgEM 1 PROBABIlIDADE E PROPORCIONAlIDADE: NO INíCIO ERA O jOgO... A origem organizada do estudo das proba- bilidades remonta à correspondência trocada entre os matemáticos Blaise Pascal e Pierre de Fermat, que viveram no século XVII, na qual discutiam as chances associadas aos jogos de azar, notadamente aos jogos envolvendo ba- ralhos. Pode-se afirmar que, por muitos anos anteriores ao século XIX, o cálculo das pro- babilidades foi utilizado apenas para prever as chances de determinada aposta sair vencedo- ra em algum jogo. As descobertas da Física, notadamente da Mecânica Quântica, condu- ziram o estudo das probabilidades a um novo patamar, no qual algumas ocorrências, no mundo do muito pequeno, podem apenas ser previstas com determinada margem de segu- rança. Todavia, apesar das inúmeras aplicações atuais do cálculo de probabilidades nos mais di- versos ramos do conhecimento, como na Econo- mia e na Medicina, não há exagero em associá-lo diretamente aos eventos de um jogo de azar, se queremos, de fato, respeitar suas origens. tempo previsto: 1 semana. Conteúdos e temas: probabilidade simples, sem necessidade de raciocínio combinatório. Competências e habilidades: interpretar informações fornecidas por intermédio de diferentes linguagens, com o objetivo de calcular e associar um valor de probabilidade a uma situa- ção-problema. Estratégias: proposição de jogos pedagógicos. SitUAÇõES dE APREndizAgEM Roteiro para aplicação da Situação de Aprendizagem 1 A proposta da Situação de Aprendizagem 1 parte das seguintes premissas: o desenvolvimento da teoria sobre o cál- f culo de probabilidades esteve diretamente associado aos jogos de azar; quando os eventos para os quais se deseja f calcular a probabilidade de ocorrência não envolvem raciocínio combinatório, a fração que expressa a probabilidade pode ser enten- dida como uma razão entre a parte e o todo, ideia essa com a qual os alunos convivem desde os primeiros anos do segundo ciclodo Ensino Fundamental; 13 Matemática – 2ª- série – Volume 3 a probabilidade de ocorrência de dois ou f mais eventos pode ser calculada, em vá- rios casos, pela multiplicação das proba- bilidades de ocorrência de cada um dos eventos; convém desvincular, inicialmente, os con- f ceitos associados ao cálculo das probabili- dades daqueles associados aos problemas de contagem envolvendo raciocínio com- binatório; o cálculo das probabilidades associadas à f ocorrência de eventos em jogos pedagógi- cos é quase intuitivamente realizado por crianças e adolescentes, tratando-se, dessa maneira, de processo de formalização de conhecimentos pré-adquiridos, com vistas à posterior extrapolação. Para contemplar essas premissas, propo- mos, nesta Situação de Aprendizagem, duas atividades com características bem diferentes. A primeira delas consiste em uma reconstitui- ção “infiel” de um momento da história, em que um determinado problema tomou a aten- ção dos matemáticos, e a segunda atividade é de fato um jogo pedagógico, descrito adiante, que não exige fundamentação teórica anterior por parte dos alunos e que, de certa forma, prepara o terreno para a formalização concei- tual necessária, nesse caso, posterior à realiza- ção do jogo. Sugerimos ao professor que utilize uma semana de seu curso para a discussão do cálculo de probabilidades que não exigem raciocínio combinatório. Não é aconselhável, nesse momento, que os alunos se dediquem à resolução de problemas com maior grau de dificuldade do que os tipos que compõem esta Situação de Aprendizagem. Atividade 1 – Uma narrativa e um problema de probabilidades Um dos problemas apresentados e dis- cutidos na correspondência entre os mate- máticos do século XVII foi o “problema do jogo interrompido”, no qual se questionava sobre a divisão justa de um prêmio, no caso de um determinado jogo não chegar ao fim. Como dividir com justiça, por exemplo, um prêmio X entre dois competidores A e b que disputam uma partida interrompida quando o placar apontava 2 × 0 para o competidor A, se de acordo com a regra inicial, levaria o prêmio total o competidor que vencesse pri- meiro 3 partidas? Quanto de X deve, nesse caso, caber a cada jogador? A fica com tudo? b fica com 1 3 de X e A com 2 3 de X? Para introduzir o cálculo das proba- bilidades, o professor pode propor a seus alunos, durante uma aula de 50 minutos, situação semelhante à histórica, aproveitan- do o momento para compor uma narrativa interessante sobre o tema. Nesse sentido, o professor poderá contar aos alunos sobre um amigo que presenciou uma partida de tênis programada para cinco sets, em que o vencedor ganharia 40 pontos no ranking da confederação. Um dos jogadores precisaria vencer primeiro três sets para ganhar o jogo. Entretanto, relatou o amigo, a partida foi interrompida pela chuva no momento em que terminava o terceiro set, com o placar apontando dois sets para o jogador A e um 14 set para o jogador b. Para piorar a situa- ção, o tal jogo estava sendo disputado no último dia possível daquele ano, por volta de 30 de dezembro. O que fazer se um ou outro jogador pudesse vir a se consagrar o número 1 do mundo dependendo do núme- ro de pontos que conseguisse naquele último jogo do ano? Os organizadores do torneio se reuniram às pressas e decidiram que os 40 pontos seriam divididos entre os dois jo- gadores proporcionalmente à probabilidade que cada um teria de sair vencedor, caso a partida chegasse ao final. Feito o relato, o professor propõe que os alunos opinem sobre o destino dos 40 pontos e, depois de algum tempo, apresenta a seguin- te solução: 1o set 2o set 3o set 4o set (não ocorreu) 5o set (não ocorreu) A vence: (1 × 0) b vence: (1 × 1) A vence: (2 × 1) 50% de chance de A vencer; o jogo acaba em 3 × 1 50% de b vencer; o jogo empata em 2 × 2 e continua Se A vencer, 3 × 2. Chance de 50% de 50%, ou 25% para A Se b vencer, 2 × 3. Chance de 50% de 50%, ou 25% para b A análise da tabela mostra que as chances de A vencer são iguais a 75%, sendo 50% de chance no quarto set e 25% no quinto set. já o jogador b tem apenas 25% de chance de ga- nhar a partida no quinto set. Assim, os 40 pon- tos devem ser divididos: 30 pontos para A e 10 pontos para b, respeitando-se, dessa forma, a probabilidade de vitória de cada jogador. Ao final da discussão sobre esse “acon- tecimento”, o professor pode propor que os alunos reflitam sobre uma situação seme- lhante de um jogo programado para “melhor de 7”, isto é, um jogo que termina quando um dos participantes ganha primeiro quatro rodadas. Nesse caso, supondo dois partici- pantes, A e b, qual será a probabilidade de vitória para cada um deles se o jogo for in- terrompido quando o placar apontar: a) 3 × 1 a favor de A? Observe a tabela a seguir: No Caderno do Aluno, há uma proposta de leitura e análise de texto em que se discu- tem alguns aspectos com o objetivo de facili- tar o desenvolvimento dessa atividade. 15 Matemática – 2ª- série – Volume 3 1o set 2o set 3o set 4o set 5o set (não ocorreu) 6o set (não ocorreu) 7o set (não ocorreu) A vence (1× 0) A vence (2× 0) B vence (2× 1) A vence (3× 1) 50% de chance de A vencer (4× 1) Acaba o jogo 50% de chance de B vencer (3× 2) 25% de chance de A vencer (4× 2) Acaba o jogo 25% de chance de B vencer (3× 3) 12,5% de chance de A vencer 12,5% de chance de B vencer Pela análise da tabela, A tem: 50% + 25% + 12,5% de chance de vencer, isto é, 87,5% de chance. b) 2 × 1 a favor de A? Representando a resolução de outra maneira, partindo do resultado até o momento, 2× 1 para A em três sets disputados: A observação do esquema indica que as chances de A vencer são: 25% + 2 . (12,5%) + 3 . (6,25%) = 68,75% As chances de B são: 100% – 68,75% = 31,25% ou, pela adição das chances representadas no esquema, 12,5% + 3 . (6,25%) = 31,25% Atividade 2 – lançando dois dados: um jogo e alguns cálculos de probabilidade Nesta Situação de Aprendizagem, que deve abranger duas aulas consecutivas, propomos aproveitar a casualidade envolvida no lança- mento de dois dados para motivar o estudo de alguns casos de probabilidade, por intermédio de um jogo pedagógico. Cada face de um dado comum tem 1 6 de chance de ocorrência em um lançamento. lançando-se dois dados, são 36 as possibili- dades de ocorrência de resultados nas duas 3×1 4×1 3×2 3×2 2×2 2×3 2×4 4×2 4×2 3×3 3×3 3×3 4×3 4×3 4×3 3×4 3×4 3×4 16 faces (dois lançamentos sucessivos ou dois dados diferentes); assim, cada par de faces tem probabilidade de ocorrência de 1 36 . Há uma grande variedade de problemas associados ao lançamento de dados que podem ser explora- dos pelo professor para introduzir a definição teórica de que a probabilidade, em situações em que todas as ocorrências são igualmente prováveis, é a razão entre a parte e o todo, ou entre o número de elementos do evento e o nú- mero de elementos do espaço amostral: P E n E n S ( ) = ( )( ) No caso de dois dados diferentes, como no jogo sugerido a seguir, o número de elementos do espaço amostral é sempre igual a 36. Esse fato deve estimular o professor a postergar para o final do jogo qualquer teorização, visto que os alunos conseguem calcular a probabilidade apenas a partir do raciocínio proporcional que trazem dos anos anteriores. No entanto, tal formalização precisa serrealizada a fim de que outros casos, além do lançamento de dados, pos- sam ser analisados na sequência dos estudos. Descrição do jogo e instruções para a aplicação 1) Material do jogo (para cada grupo de 4 alunos). Dois dados; um deles com as faces conten- f do os números ímpares pintados de azul, e os pares de vermelho; e o outro com as faces contendo os números pares pintados de azul, e os ímpares de vermelho. Duas fichas de acompanhamento, uma para f cada dupla de alunos, semelhante ao modelo seguinte, que poderá ser reproduzido pelos alunos em seu caderno. Ficha de acompanhamento Rodada Apostas Probabilidade Resultado débito/Crédito 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 total ................................... 17 Matemática – 2ª- série – Volume 3 Um tabuleiro, semelhante ao modelo seguinte, que pode ser produzido pelos alunos ou disponi- f bilizado pelo professor. 2) instruções para o jogo – nível 1 A classe deve estar dividida em grupos de quatro alunos cada. A competição, em cada grupo, ocorrerá na forma de dupla contra dupla. Cada dupla recebe uma ficha de acompa- nhamento para o registro das apostas. Neste nível, as duplas podem apostar apenas nos eventos relacionados no tabuleiro na parte “jogo Básico”. Antes que algum participante lance os da- dos, cada dupla escolhe um evento, apenas um, registra sua aposta na ficha de acompa- nhamento e, o mais importante, registra a pro- babilidade de ocorrência do evento escolhido. Veja o exemplo a seguir: AnEXO – nível 2 JOgO báSiCO – nível 1 Número par e outro ímpar Números iguais nos dois dados 1 2 3 4 5 6 Q1 Números pares nos 2 dados Número primo nos dois dados 1 Q2 Números cujo produto é par Números cuja soma é 6 2 Q3 Números cuja soma é 5 Números que estão em Q1 3 Q4 Número par em um dado Números cuja soma é maior que 8 4 VERMElhO Número 6 em um dos dados Números cujo produto é ímpar 5 VERdE Um número é o dobro do outro Números pri- mos entre si 6 AzUl Q2 Q3 Q1 Q4 18 Exemplo de derrota Rodada Aposta Probabilidade Resultado débito/Crédito 1 2 . Q2 9 36 1 4 = (2; 5) – 2 Exemplo de vitória Rodada Aposta Probabilidade Resultado débito/Crédito 1 2 . Q2 9 36 1 4 = (1; 3) + 8 A dupla perde as 2 fichas que apostou. A dupla ganha 8 fichas no total, pois apostou 2 e a probabilidade foi de 1 para 4. Isto é, para cada ficha apostada obtêm-se 4 fichas. O par (2; 5) pertence a Q1. Portanto, o evento selecionado não ocorreu. O par (1; 3) pertence a Q2. Portanto, ocorreu o evento selecionado. Rodada Aposta Probabilidade Resultado débito/Crédito 1 2 . Q2 9 36 1 4 = Aposta de 2 fichas em Q2. Há 9 resultados possíveis em Q2 entre o total de 36 resultados possíveis. Feitos os registros, são lançados os dados e observados os resultados das faces superio- res. O passo seguinte é o cálculo do crédito ou do débito, dependendo, res pectivamente, de ter ocorrido ou não o even to escolhido. Não tendo sido sorteado o evento escolhi- do, a dupla perde as fichas apostadas. Em caso de acerto, a probabilidade determina o número de fichas a serem recebidas. Veja os exemplos: 19 Matemática – 2ª- série – Volume 3 As fichas obtidas por uma dupla, em cada rodada, precisam ser validadas pela dupla opo- nente, que somente o fará no caso de julgar cor- reto o cálculo da probabilidade. Não é permitido à dupla escolher mais de uma vez cada evento. Após um determinado número de rodadas, combinado previamente pelas duplas, ou um prazo estabelecido pelo professor, contam-se as fichas. A dupla com maior número de fichas é a vencedora. 3) instruções para o jogo – nível 2 Repetem-se as instruções do nível 1, levan- do-se em conta, nessa fase, os eventos do Anexo – nível 2, que ampliam a diversidade dos cálcu- los das probabilidades. Nesse nível é permitido que as duplas criem eventos além daqueles do tabuleiro, como “pares da linha superior do ta- buleiro” ou “apenas números azuis”. Vale repetir que após a realização dos dois jogos, será importante que o profes- sor formalize a definição teórica de pro- babilidade em situações simples em que os eventos constituintes básicos ocorrem com chances iguais, como a razão entre o núme- ro de elementos do evento e o número de elementos do espaço amostral. Além disso, o professor poderá propor aos alunos al- guns exercícios sobre o tema, envolvendo outros contextos que não o dos jogos, com duplo objetivo. Por um lado, fixar o concei- to que acabam de vivenciar no jogo e, por outro, preparar o terreno para a apresen- tação de problemas que exijam raciocínio combinatório. Problema 1 – Observe a tabela com as quan- tidades de peças de formatos e cores diferentes que foram colocadas em uma caixa. Outro exemplo de vitória Rodada Aposta Probabilidade Resultado débito/Crédito 1 2 . Q2 9 36 1 4 = (1; 3) + 8 2 3 . (verde) 8 36 2 9 = (6; 3) + 13,5 A dupla ganha 13,5 fichas no total, pois apostou 3, e a probabilidade foi de 2 para 9. Isto é, para cada 2 fichas apostadas obtêm-se 9 fichas. O par (6; 3) está associado a uma quadrícula de cor verde do tabuleiro. Portanto, ocorreu o evento selecionado. 20 2ª- A 2ª- b 2ª- C 2ª- d 2ª- E 2ª- F nível 1 12 14 12 11 13 12 nível 2 9 8 11 10 10 9 nível 3 10 8 7 7 6 9 nível 4 3 2 3 4 5 5 total de alunos 34 32 33 32 34 35 triangulares Circulares Retangulares total brancas 12 10 6 28 Pretas 15 11 7 33 Amarelas 8 9 2 19 total 35 30 15 80 Sorteando uma das peças dessa caixa, qual é a probabilidade de que ocorra uma peça: a) triangular? 35 80 = 43,75% b) amarela retangular? 2 80 = 2,5% c) não circular? 50 80 = 62,5% d) não preta? 47 80 = 58,75% e) circular não preta? 19 80 = 23,75% f) não circular e não preta? 28 80 = 35% Problema 2 – Os 200 alunos das seis clas- ses da 2a série do Ensino Médio de uma escola fi zeram um teste na aula de Educação Física e foram classifi cados em quatro níveis, de acordo com a resistência física maior ou menor. Alunos de nível 4 são mais resistentes do que alunos de nível 3, que, por sua vez, são mais resistentes que alunos de nível 2 e assim por diante. Os resultados desse teste estão representados na tabela seguinte: 21 Matemática – 2ª- série – Volume 3 Um dos alunos da 2a série dessa escola será sorteado. Qual é a probabilidade de o aluno sorteado: a) estudar na 2a D? 32 200 = 16% b) não estudar na 2a A nem na 2a B? 134 200 = 67 % c) ter conseguido nível 3 no teste? 47 200 = 23,5% d) ter conseguido nível abaixo de 3 no teste? 131 200 = 65,5% Problema 3 – Em relação à tabela apresen- tada no problema anterior, se for sorteado um aluno da 2a série C e outro da 2a série E, de qual dessas classes é mais provável ocorrer um aluno com nível superior a 2 no teste? A probabilidade de que um aluno da 2a C tenha nível superior a 2 é 10 33 , enquanto a probabili- dade correspondente para um aluno da 2a E é igual a 11 34 . Assim, é maior a chance de sortear na 2a E um aluno com nível superior a 2. Problema 4 – Dos 300 alunos de uma escola, 45% são meninas, sendo que apenas 20% delas têm idade acima de 16 anos. Dentre os meninos, 40% têm idade acima de 16 anos. Sorteando um dos alunos dessa escola, qual é a probabilidade de que seja sorteado um menino com idade igual ou menor que 16 anos? Podemos organizar os dados em uma tabela: Idade Meninos Meninas Total Acima de 16 anos (40%) 66 (20%)27 93 16 anos ou menos (60%) 99 (80%) 108 207 Total (55%) 165 (45%) 135 300 Há nessa escola 99 meninos com idade me- nor ou igual a 16 anos. Assim, a probabilida- de procurada é 99 300 = 33%. Problema 5 – Em relação aos dados do pro- blema anterior, considere agora o caso do sor- teio de uma pessoa que, se sabe de antemão, terá idade acima de 16 anos. Nessa condi- ção, qual é a probabilidade de que seja sorteada uma menina? Trata-se de um problema envolvendo o cálculo de uma probabilidade condicional. Cabe ao professor chamar a atenção dos alunos para o fato de que o conhecimento prévio de uma condição – ter idade acima de 16 anos – determina um novo espaço amostral. Para o cálculo da probabilidade desejada, devemos considerar o sorteio de uma menina dentre as pessoas com idade superior a 16 anos. Quantidade de pessoas com idade superior a 16 anos: 93. Meninas com idade superior a 16 anos: 27. P(menina com idade superior a 16 anos) = = 27 93 29≅ %. 22 Sugerimos que o professor aborde outros problemas envolvendo probabilidade condi- cional, mantendo inicialmente o contexto dos dois últimos problemas, como: Qual é a probabilidade de sortear um f menino e ele ter 16 anos ou menos de idade? 99 165 Sorteada uma pessoa, verifi ca-se que tem f idade superior a 16 anos. Qual é a probabi- lidade de ser um menino? 66 93 Em seguida, o professor poderá recuperar o contexto dos Problemas 1 e 2, elaborando outros problemas envolvendo probabilidade condicional, como estes: (No Problema 1) – Sorteando uma das pe- f ças retangulares, qual é a probabilidade de ela ser amarela? 2 15 (No Problema 2) – Um aluno foi sorteado f e sabe-se que ele está no nível 2. Qual é a probabilidade de que ele estude na 2a C? 11 57 Por fi m, o professor poderá solicitar que seus alunos criem problemas, enunciando-os corretamente, para serem trocados, resolvidos e corrigidos por eles mesmos. Considerações sobre a avaliação Os objetivos traçados inicialmente para esta Situação de Aprendizagem consis- tem no reconhecimento da probabilidade enquanto o resultado de uma relação en- tre quantidade de resultados esperados e quantidade de resultados possíveis, isto é, em uma relação do tipo parte-todo, repre- sentada por um número racional escrito na forma de uma razão, de um decimal ou de uma porcentagem. A aprendizagem dos alunos nessa etapa pode ser avaliada a partir de situações-pro- blema semelhantes àquelas propostas na Si- tuação de Aprendizagem (Problemas 1 a 5), que envolvem não apenas a escrita de uma razão, mas também a leitura e a compreen- são de condições expressas por intermédio de enunciados mais elaborados ou por in- termédio de dados registrados em tabelas de dupla entrada. Busca-se, dessa maneira, avaliar competências relacionadas à leitura e à escrita, utilizando-se, para tanto, con- textos relativos à realização de experimentos aleatórios. 23 Matemática – 2ª- série – Volume 3 SITUAçãO DE APRENDIzAgEM 2 ANálISE COMBINATóRIA: RACIOCíNIOS ADITIVO E MUlTIPlICATIVO Roteiro para aplicação da Situação de Aprendizagem 2 A análise combinatória trata dos pro- blemas que envolvem a contagem de casos em situações de agrupamentos de determi- nado número de elementos, como calcular, por exemplo, quantos grupos diferentes de 3 pessoas podem ser formados a partir de 6 in- divíduos disponíveis; quantos gabaritos dife- rentes podem ser feitos em uma prova do tipo teste com 10 questões e 5 alternativas cada, ou quantas filas diferentes podem ser forma- das permutando a ordem entre 7 pessoas. Há infinitas possibilidades de agrupamentos, de- pendendo das condições a serem respeitadas pelos elementos do grupo formado. A infinidade de problemas envolvendo agrupamentos se contrapõe aos pouquíssimos recursos algébricos e aritméticos necessários tempo previsto: 3 semanas. Conteúdos e temas: casos de agrupamento. Competências e habilidades: identificar em diferentes agrupamentos a necessidade ou não da ordenação entre seus elementos; interpretar informações fornecidas por intermédio de diferentes linguagens, com o objetivo de calcular e associar um valor de probabilidade a uma situação-problema. Estratégias: resolução de situações-problema exemplares. para sua resolução. De fato, 100% desses ca- sos são resolvidos por intermédio de uma ou mais operações elementares entre números naturais: adição, subtração, multiplicação e divisão. Elas exigem a mobilização de estra- tégias de raciocínio semelhantes, quase sem- pre envolvendo uma das principais ideias da operação de multiplicação, a saber, o raciocí- nio combinatório. Para calcular, por exemplo, quantos conjuntos de saia e blusa uma meni- na pode formar se ela dispõe de 4 saias e de 5 blusas, imaginamos que cada saia pode com- binar-se com 5 blusas diferentes. Como são 4 saias, fazemos 4 . 5 = 20. Quando, no Ensi- no Fundamental, as crianças deparam com problemas dessa natureza, são convidadas a representar a solução por meio de uma ár- vore de possibilidades, que, de certa forma, faz transparecer a estratégia de raciocínio que mobilizam. 24 No Ensino Médio, no entanto, muitos cursos abandonam a ideia da representação da solução por meio das árvores e passam a priorizar a clas- sificação dos problemas em alguns tipos – per- mutações, arranjos e combinações – que, segun- do essa opção didática, podem ser resolvidos a partir da aplicação de fórmulas matemáticas. Consideramos que o ensino de análise combinatória e probabilidades a partir desse enfoque deixa de favorecer a diversidade de estratégias de resolução e, consequentemente, de percursos de aprendizagem uma vez que a representação da solução do problema por intermédio de desenhos e/ou diagra- mas e/ou tabelas é um dos comportamentos heurísticos reconhecidos como um dos mais importantes a serem mobilizados pelos estu- dantes quando enfrentam situações que são de fato problemas. Representar por desenhos a solução de um problema de Física ou de Química é algo tão corriqueiro que alunos e professores quase não se dão conta de que o estão fazendo todo o tempo. Em Matemática, excetuando-se em alguns casos a geometria, poucos são os momentos em que os alunos são exigidos a mobilizar tais estratégias de raciocínio, sendo mais comum aplicar em novas situações os mo- delos anteriormente utilizados e que trazem à lembrança naquele momento. Se o resul- tado dessa busca por “problemas análogos anteriormente resolvidos” costuma dar bons resultados em vários tópicos de conteúdos matemáticos, é bastante inócuo para a reso- lução de problemas de análise combinatória, uma vez que, como citado anteriormente, a diversidade de critérios de agrupamento é tão grande que muitas vezes é impossível asso- ciar uma situação-problema atual a alguma categoria anteriormente construída. Com base nessas premissas, consideramos fundamental que os alunos encarem cada situa- ção-problema desse conteúdo como se a estives- sem fazendo pela primeira vez, de maneira que explicitem o raciocínio que adotam por intermé- dio de desenhos, diagramas, etc. Nesse contexto, a representação das árvores de possibilidades é prioridade, se não em 100% dos problemas, mas sempre que sentirem uma nova dificuldade. Blusa 1 Blusa 3 Blusa 2 Blusa 4 Blusa 5 Saia 1 ou 2 ou 3 ou 4 No Caderno do Aluno são propostos al- guns problemas e exercícios para que os alu- nos possam utilizar diversos procedimentos e registros, sobretudo os diagramas de árvorespara favorecer a consolidação de noções en- volvidas na contagem e/ou cálculo de núme- ros de agrupamentos solicitados. A adoção da representação das resoluções por intermédio das árvores ilustra os dois principais tipos de raciocínio envolvidos na totalidade dos 25 Matemática – 2ª- série – Volume 3 problemas de análise combinatória: o raciocínio aditivo e o raciocínio multiplicativo. Considere- mos o exemplo clássico da contagem do número de anagramas (agrupamentos formados pelas mesmas letras em diferentes ordens), de uma palavra sem letras repetidas. CAbO A contagem individual dos casos é, de fato, o embrião do raciocínio aditivo, semelhante ao que um estudante realiza no processo de contagem que denominamos vulgarmente de “mais um”, em que ele adiciona uma unidade a um numeral com o objetivo de obter o próximo. Nessa situa- ção, o aluno escreve todos os anagramas come- çando por uma das letras, C, por exemplo. CAbO, CAOb, CbAO CbOA, CObA e COAb Em seguida, imagina que o mesmo número de anagramas, 6 nesse caso, seria obtido para qualquer uma das demais 3 letras no início. Daí, pode-se fazer 6 + 6 + 6 + 6 ou, já em uma primeira aproximação ao raciocínio multipli- cativo, fazer 4 . 6 = 24 anagramas. É importante respeitar resoluções que utili- zam prioritariamente o raciocínio aditivo, va- lorizando-as e, ao mesmo tempo, apresentar outra possibilidade que considera o raciocínio multiplicativo com a representação da árvore de possibilidades. 2. . 13 letra 1 letra 3letra 2 letra 4 O B B O A BA AB O O A A O BC 26 Com base nesse critério, os dois primeiros tipos de problemas a serem apresentados aos alunos envolvem os modelos dos anagramas sem e com letras repetidas. Atividade 1 – Formação de filas sem e com elementos repetidos A apresentação de problemas da categoria que denominamos “formação de filas”, ou seja, problemas que envolvem agrupamentos ordenados de elementos, tem duplo objetivo. Por um lado, reforçar a mobilização do racio- cínio multiplicativo e, por outro, apresentar o número fatorial (n!) como o fator que nos dá a quantidade das diferentes ordenações em um agrupamento de n elementos. Para atingir es- ses objetivos, propomos que o professor apre- sente e discuta com seus alunos os seguintes problemas, utilizando a árvore de possibilida- des quando julgar necessário. Problema 1 – Quantos anagramas diferentes podemos formar com as letras das palavras: a) BIA b) NICO c) lUCIA d) CAMIlO a) 3 . 2 . 1 = 6 b) 4 . 3 . 2 . 1 = 24 c) 5 . 4 . 3 . 2 . 1 = 120 d) 6 . 5 . 4 . 3 . 2 . 1 = 720 Em resumo, julgamos importante valori- zar resoluções que mobilizam apenas raciocí- nio aditivo e, partindo delas, extrapolar para resoluções que mobilizem o raciocínio multi- plicativo. Nessa condição, a árvore de possi- bilidades é importante recurso a ser adotado durante o tempo que o professor e cada aluno julgarem necessário. A Situação de Aprendizagem 2, que ora propomos, parte dos princípios apontados anteriormente a respeito da importância da representação das resoluções com a utilização da árvore de possibilidades e, ainda, sobre a ineficácia da aplicação de fórmulas de cálcu- lo para um grande número de problemas de agrupamentos. Assim, o que apresentamos nesta Situação de Aprendizagem é uma pos- sibilidade de abordagem da análise combi- natória que considera essas premissas, e que pode priorizar a principal metodologia para o tratamento de conteúdos matemáticos: a da resolução de problemas. O principal critério adotado para a apre- sentação dos conceitos será, nesta proposta, o fato de que há agrupamentos em que a ordem entre os elementos deve ser respeitada, e há agrupamentos em que a ordem dos elementos pode ser alterada, sem que isso conduza a um novo agrupamento. Classicamente, esses dois tipos correspondem, respectivamente, aos ca- sos de arranjos e de combinações simples. Não julgamos importante que os alunos conheçam, de início, essa nomenclatura, mas que, em al- gum momento, a critério do professor, isso lhes seja apresentado. A apresentação de palavras com número crescente de letras estimula a indução de que o número de ordens de um agrupamento de n elementos é n!. 27 Matemática – 2ª- série – Volume 3 Problema 3 – Quantos anagramas podem ser formados com as letras das palavras: a) ANA b) CASA c) CABANA d) BANANA a) (3 . 2 . 1) ÷ 2 = 3 b) (4 . 3 . 2 . 1) ÷ 2 = 12 c) (6 . 5 . 4 . 3 . 2 . 1) ÷ 6 = 120 d) [(6 . 5 . 4 . 3 . 2 . 1) ÷ 2] ÷ 6 = = (6 . 5 . 4 . 3 . 2 . 1) ÷ 12 = 60 O professor deverá discutir com seus alu- nos que o fatorial pode ser usado para gene- ralizar a contagem das ordens e também para descontar a troca de ordem entre elementos Problema 4 – Sete pessoas, sendo três meni- nas e quatro meninos, formarão uma fila. Des- considerando a individualidade e considerando apenas o sexo dessas pessoas, quantas ordena- ções diferentes poderá ter a fila formada? Considerando a individualidade teremos 7! ordenações diferentes para filas formadas. No entanto, considerando a fila formada apenas por homens (H) e mulheres (M), teremos um caso semelhante ao do cálculo do total de anagramas de uma palavra de 7 letras com algumas repetidas, do tipo HHHHMMM, cujo total é o resultado da divisão de 7! pelo produto entre 4! e 3!. Assim o total de ordenações possíveis é 7 4 3 35 ! ! ! = . A compreensão desse tipo de exercício é fundamental para que, no futuro, o cálculo das Problema 2 – Sete pessoas formarão ao acaso uma fila indiana. Em quantas ordena- ções diferentes poderá ser formada a fila? 7 . 6 . 5 . 4 . 3 . 2 . 1 = 7! = 5 040 ordenações. Nesse momento, será possível generalizar que o número de ordenações em uma fila de n elementos é n!. Sugerimos que o professor, nesse mesmo exercício, proponha problemas com algumas características especiais de alguns elementos, como, que Fulano ocupe sempre o primeiro lugar, que Fulano e Beltrano sempre estejam juntos, etc. Em seguida, feitas as gene- ralizações pertinentes, o caminho estará aberto para que sejam discutidos os casos de ordena- ções contendo elementos repetidos, conforme propostas nos exercícios seguintes. repetidos. Assim, por exemplo, no caso da palavra BANANA, o número de anagramas pode ser generalizado para a divisão entre 6!, correspondendo ao total de anagramas no caso de 6 letras não repetidas, dividido por 2! devido à troca, que não deve ser contada, entre os “2Ns”, e ainda por 3! devido à tro- ca, que não deve ser contada, entre os “3As”. Discutidos esse e outros exemplos envolven- do anagramas que o professor julgar neces- sário, propomos que o contexto seja alterado para a contagem de ordenações possíveis en- volvendo pessoas em filas, como sugerido no próximo exercício. 28 qualquer dos 5 binômios por 2 “Bs”, também de qualquer dos 5 binômios. Quantos termos iguais com parte literal igual a A3B2 aparecerão? Temos de considerar todas as trocas de ordem entre os elementos de um agrupamento do tipo AAABB, o que pode ser obtido por: 5 3 2 10 ! ! ! = . Atividade 2 – Formação de grupos com elementos de uma ou mais categorias Estamos considerando “grupo de elemen- tos” o tipo de agrupamento em que a troca de ordem entre seus elementos não conduz à formação de um agrupamento diferente. Em outras palavras, um grupo, nessa definição, é uma combinação de n elementos, tomados p a cada vez. Assim, distinguimos os dois grupos básicosde agrupamentos a partir do critério de serem ou não ordenáveis. Uma fila é um conjunto ordenado, enquanto um grupo nor- malmente não é. Estudado o caso do cálculo da quantidade de ordenações diferentes em uma fila com a introdução do fatorial, trata- remos agora de analisar o caso da formação dos grupos não ordenáveis, partindo do cál- culo da quantidade de grupos ordenáveis. Um problema clássico pode nos ajudar a pensar sobre o assunto: Quantos grupos diferentes de 3 pessoas podem ser formados a partir de um grupo de 7 pessoas? Problema 5 – Um jogo de futebol entre duas equipes, A e B, terminou empatado em 3 × 3. Alguém que não assistiu ao jogo pre- tende descobrir a ordem em que ocorreram os gols. Será que A começou ganhando e B empatou? Será que B fez 3 × 0 e depois A ten- tou reverter a situa ção? Enfim, como foram saindo os gols nessa partida? Quantas or- denações possíveis existem para os gols que ocorreram nessa partida? Trata-se de um problema semelhante aos anteriores, em que devem ser contadas todas as ordenações diferentes de uma sequência do tipo AAABBB. O resultado pode assim ser obtido: 6 3 3 20 ! ! ! = . Problema 6 – Aplicando a propriedade dis- tributiva e desenvolvendo o binômio (A + B)5, isto é, fazendo (A + B).(A + B).(A + B).(A + B). (A + B), aparecerá um termo igual a A5 e um termo igual a B5. No entanto, aparecerão vários termos com parte literal igual a A3B2, decorrentes da multiplicação entre 3 “As” de combinações de n elementos tomados p a cada vez possa ser apresentado sem sobressaltos. Assim, antes de evoluir nos conceitos, sugeri- mos que o professor apresente a seus alunos mais alguns problemas desse tipo, como os que se seguem. 29 Matemática – 2ª- série – Volume 3 7 6 5 4 2 7 6 5 3 2 7 6 4 3 2 7 5 4 3 2 6 5 4 3 2 7 6 5 4 3 7 6 5 3 2 1 4 3º- lugar1º- lugar 2º- lugar 30 Para resolver esse problema, partimos do cálculo já conhecido dos alunos do número de filas de 3 elementos (conjuntos ordená- veis) que poderiam ser construídas a partir de 7 elementos disponíveis. Para tanto, represen- tamos a resolução pela árvore seguinte, em que os elementos são identificáveis pelos alga- rismos de 1 a 7. Espera-se que, nesse estágio, os alunos com- preendam que o trecho da árvore apresenta 6 . 5 = 30 ordenações possíveis, todas iniciadas pelo elemento (1), e que outras tantas seriam obtidas se a ordenação começasse por qual- quer dos demais 6 elementos. Assim, o total de ordenações, nesse caso, é igual a 7 . 6 . 5 = 210. Calculada a quantidade de ordenações, as questões que se propõem são: Quantas dessas ordenações são formadas pelos mes- mos 3 elementos? Considerando uma dessas ordenações, como (1), (2) e (3), quantas outras contêm esses mesmos elementos? Para responder, retomamos os problemas ante- riormente resolvidos, mostrando que haverá 3! = 6 ordenações possíveis. Portanto, quais- quer 3 elementos que considerarmos dentre 7, permitirão 3! = 6 ordenações possíveis. Assim, se temos 7 . 6 . 5 conjuntos ordenáveis, temos (7 . 6 . 5) ÷ 3! conjuntos não ordenáveis, e a res- posta do problema é 210 ÷ 6 = 35 grupos dife- rentes de 3 pessoas. De acordo com a linha de raciocínio expos- ta, trata-se de abordar os problemas envolvendo as combinações segundo a lógica de primeiro calcular o número de arranjos – conjuntos or- denados – para em seguida descontar do valor obtido a troca de ordem entre os elementos de cada agrupamento. Assim procedendo, estare- mos, ainda sem maiores formalizações algébri- cas, induzindo o raciocínio dos alunos para a relação entre os arranjos simples e as combina- ções, isto é, C A pn,p n p, ! = . Esta questão será es- pecialmente contemplada nos Problemas 7 e 8 desta Situação de Aprendizagem. Com base nesses argumentos, apresenta- mos sugestões de algumas situações-problema para o professor trabalhar com seus alunos. Problema 1 – Cinco pessoas, Arnaldo, Benedito, Carla, Débora e Eliane, estão juntas em uma sala. a) Quantos agrupamentos ordenáveis diferen- tes (filas) de 5 pessoas podem ser formados com essas 5 pessoas? 5! = 120 agrupamentos. b) Quantos agrupamentos não ordenáveis di- ferentes (grupos) de 5 pessoas podem ser formados com essas 5 pessoas? Apenas 1 grupo, que pode ser entendido como o resultado obtido da divisão de 5!, da contagem da ordenação, por 5!, do desconto da não ordenação. c) Quantos grupos diferentes de 2 pessoas podem ser formados com as pessoas pre- sentes na sala? Considerando um conjunto ordenável de elementos, teríamos 5 . 4 = 20 agrupamentos. Descontando a não ordenação implícita na formação de um grupo de pessoas, fazemos 5 4 2 ⋅ = 10 grupos. 31 Matemática – 2ª- série – Volume 3 Convém discutir com os alunos o fato de que questões como essa, do item c, podem ser resolvidas também pela mobilização do ra- ciocínio aditivo, muito embora essa não seja a forma mais recomendável. Nesse caso, o proces- so seria este: A B C D E 4 + 3 + 2 + 1 = 10 4 2 1 3 Conjuntos ordenáveis de 2 bolas brancas: f 4 . 3 = 12 Conjuntos não ordenáveis de 2 bolas bran- f cas: 4 . 3 ÷ 2 = 6 Conjuntos ordenáveis de 2 bolas pretas: f 6 . 5 = 30 Conjuntos não ordenáveis de 2 bolas pretas: f 6 . 5 ÷ 2 = 15 Conjuntos não ordenáveis de 2 bolas brancas f e 2 bolas pretas: 6 . 15 = 90 conjuntos. lembrando que a soma dos termos de uma progressão aritmética, semelhante à ob- tida pela aplicação do raciocínio aditivo nes- te caso, pode ser calculada por ( )a a n 2 + ⋅ 1 n , podemos mostrar aos alunos que a adição 4 + 3 + 2 + 1 = 5 4 2 . é igual à expressão obtida pela aplicação do raciocínio multiplicativo. Problema 2 – Há 10 bolas em uma caixa, todas iguais com exceção da cor, sendo 4 bolas brancas e 6 bolas pretas. Quantos conjuntos de 4 bolas podem ser formados sendo: a) todas brancas? Apenas 1, que pode ser entendido como o resultado da divisão de 4! por 4!. b) 2 brancas e 2 pretas? Podemos calcular, de forma independente, o número de grupos contendo 2 bolas brancas e o número de grupos contendo 2 bolas pretas, para, ao final, multiplicá-los. Nesse tipo de problema, em que mais de uma categoria está presente no grupo (ho- mem/mulher, bola branca/bola preta, etc.) é importante calcular a quantidade de agru- pamentos de cada categoria para, depois, mostrar aos alunos que a quantidade total, envolvendo todas as categorias, pode ser ob- tida pelo produto das quantidades parciais. Nesses casos, para eliminar dúvidas, sugeri- mos que o professor recorra novamente à ár- vore. No caso anterior, dos grupos de 4 bolas, sendo 2 brancas e 2 pretas, depois de calculada a quantidade de grupos de cada cor, poderia ser feita a seguinte árvore: P1 P2 P3 P4 . . . P15 B1 grupos de bolas pretas grupos de bolas brancas 32 Notamos pela árvore simplificada que o grupo B1 de bolas brancas pode ser associado a qualquer 1 dos 15 grupos diferentes de bo- las pretas. Assim, como são 6 grupos de bolas brancas, teremos 6 . 15 = 90 grupos no total. Dentre a extensa série de situações-proble- ma que o professor pode utilizar para com- pletar a aprendizagem, sugerimos os seguintes problemas, que podem ser preferencialmente resolvidos apenas com a mobilização dos ra- ciocínios aditivo ou multiplicativo em detri- mento do uso de fórmulas ou algoritmos: Problema 3 – Sobrea prateleira de um la- boratório repousam 8 substâncias diferentes. Quantas misturas diferentes com iguais quan- tidades de 2 dessas substâncias podem ser feitas se: a) não houver qualquer restrição? Trata-se de formar um conjunto não ordenado de dois elementos a partir de 8 disponíveis, o que pode ser calculado da seguinte maneira: 8 . 7 ÷ 2 = 28 misturas diferentes. b) entre elas há 3 substâncias que não podem ser misturadas duas a duas por formarem composto que exala gás tóxico? Podemos calcular o total de grupos de 2 elementos, como no item anterior, e dele retirar o número de agrupamentos não ordenados de 2 elementos que podem ser formados a partir das 3 substâncias “perigosas”: 3 . 2 ÷ 2 = 3 grupos. Assim, a resposta procurada é 28 – 3 = 25 misturas diferentes. Problema 4 – Uma seleção de basquete com 5 jogadores será formada considerando-se atletas de apenas duas equipes: A e b. Da equi- pe A, que possui 12 atletas, serão selecionados 2, enquanto a equipe b, que possui 10 atle- tas, cederá 3 para a seleção. Se todos os atletas têm igual potencial de jogo, quantas seleções diferentes poderão ser formadas? Um time de basquete é, claramente, um agrupamento não ordenável. Como temos duas categorias envolvidas, atletas da equipe A e atletas da equipe B, trata-se de calcular individualmente a quantidade de grupos formados a partir de cada equipe para, no final, multiplicá-los e obter a quantidade total. Grupos de 2 atletas obtidos a partir dos 12 da equipe A: 12 . 11 ÷ 2 = 66 grupos. Grupos de 3 atletas obtidos a partir dos 10 da equipe B: 10 . 9 . 8 ÷ 3! = 120 grupos. Grupos de 5 atletas, sendo 2 de A e 3 de B: 66 . 120 = 7 920 grupos. Problema 5 – A partir de um conjunto de 15 bolas iguais, a não ser pela cor, sendo 8 brancas, 4 pretas e 3 amarelas, serão formados grupos de 3 bolas. De quantas maneiras diferentes poderão ser formados esses grupos se não são desejáveis grupos contendo bolas de uma única cor? Podemos calcular, inicialmente, a quantidade de grupos indesejáveis, isto é, formados apenas por bolas pretas, apenas por bolas brancas ou apenas por bolas amarelas. 33 Matemática – 2ª- série – Volume 3 Em seguida, calculamos o total de grupos de 3 bolas obtidos a partir das 15 bolas disponíveis. Por fim, subtraímos do total de grupos a quantidade de grupos indesejáveis. Grupos não ordenáveis de 3 bolas brancas: 8 . 7 . 6 ÷ 3! = 56 grupos. Grupos não ordenáveis de 3 bolas pretas: 4 . 3 . 2 ÷ 3! = 4 grupos. Grupos não ordenáveis de 3 bolas amarelas: 3 . 2 . 1 ÷ 3! = 1 grupo. Total de grupos indesejáveis: 56 + 4 + 1 = = 61 grupos. Total de grupos de 3 bolas obtidos a partir do total de 15 bolas: 15 . 14 . 13 ÷ 3! = 455 grupos. Total de grupos de 3 bolas de 2 ou 3 cores: 455 – 61 = 394 grupos. Problema 6 – Na classe de luiza e Roberta estudam, contando com elas, 34 alunos. De quantas maneiras diferentes podem ser for- mados grupos de trabalho de 4 alunos se Roberta e luiza não podem participar juntas de um mesmo grupo? Podemos calcular a quantidade total de grupos de 4 alunos formados a partir dos 34 disponíveis, para em seguida calcular a quantidade de grupos de 4 alunos em que Luiza e Roberta participam juntas. Por fim, subtraímos um resultado do outro para obter o resultado desejado. Grupos não ordenáveis de 4 alunos: 34 . 33 . 32 . 31 ÷ 4! = 46 376 grupos. Grupos não ordenáveis de 4 alunos, dividi- dos em dois subgrupos de 2 alunos: um com Luiza e Roberta e outro com 2 dos demais 32 alunos: (1 . 1) . (32 . 31 ÷ 2!) = 496 grupos. Resultado procurado: 46 376 – 496 = 45 880 maneiras diferentes. Problema 7 – Dispomos de 8 pessoas para formar grupos de trabalho. De quantas ma- neiras diferentes o grupo poderá ser formado se dele participar(em): a) apenas uma das 8 pessoas? Com apenas 1 elemento no grupo poderemos formar 8 grupos diferentes. b) duas das 8 pessoas? Com duas pessoas por grupo, teremos a seguinte quantidade de maneiras diferentes: 8 7 2 28 . ! = . c) três das 8 pessoas? Com três pessoas por grupo, teremos a seguinte quantidade de maneiras diferentes: 8 7 6 3 56 . . ! = . d) quatro das 8 pessoas? Com quatro pessoas por grupo, teremos a seguinte quantidade de maneiras diferentes: 8 7 6 5 4 70 . . . ! = . 34 Durante a resolução, o professor poderá mostrar aos alunos, em cada momento, a rela- ção entre o número de grupos ordenáveis e o de não ordenáveis. Por exemplo, no caso de serem formados grupos de 5 pessoas a partir das 8 dis- poníveis, teremos: grupos ordenáveis de 5 pessoas: 8 . 7 . 6 . 5 . 4 grupos não ordenáveis de 5 pessoas: 8 7 6 5 4 5 . . . . ! Além disso, poderá mostrar como exprimir cada resultado utilizando apenas números em fatorial, acrescentando fatores ao numerador e ao denominador de cada fração. grupos ordenáveis de 5 pessoas: 8 . 7 . 6 . 5 . 4 . (3 . 2 . 1) ÷ (3 . 2 . 1) = 8 3 ! ! grupos não ordenáveis de 5 pessoas: 8 7 6 5 4 3 2 1 5 3 2 1 . . . . . . . ! . . . ( ) ( ) == 8 5 3 ! ! . ! Poderá, então, pedir que escrevam cada uma das frações obtidas nos itens de b a d, uti- lizando apenas números em fatorial. b) 8 7 2 8 7 6 5 4 3 2 1 2 6 5 4 3 2 1 8 6 . ! . . . . . . . !. . . . . . ! = ( ) ( ) = !!.2! c) 8 7 6 3 8 7 6 5 4 3 2 1 3 5 4 3 2 1 8 3 . . ! . . . . . . . !. . . . . != ( )( ) = !!. !5 d) 8 7 6 5 4 8 7 6 5 4 3 2 1 4 4 3 2 1 8 4 . . . ! . . . . . . . !. . . . != ( )( ) = !!. !4 Com base nessa estratégia será possível induzir que o número de agrupamentos dife- rentes de p elementos formados a partir de n disponíveis é igual a: n n p ! !−( ) f quando os agrupamentos forem ordenáveis. f n n p p ! ! !−( ) ⋅ quando os agrupamentos fo- rem não ordenáveis. Outro aspecto importante a ser explorado nesse problema é o fato de que 0! = 1, o que poderá ser feito analisando-se o caso da for- mação de grupos com n elementos, isto é, o caso em que n = p. O enunciado do problema a seguir não for- nece o valor n, que corresponde ao número total de pessoas, tal como acontece nos exem- plos anteriores que estão em destaque nesta página, trata-se de um recurso para a utiliza- ção do fatorial neste processo, caso o profes- sor julgue necessário. Problema 8 – Em uma sala há n pessoas, com as quais formaremos grupos, ordenáveis ou não. De quantas maneiras diferentes pode- remos formar o grupo se ele tiver: a) apenas 1 elemento? Serão n maneiras diferentes de formar grupo com 1 único elemento. b) 2 elementos? Grupos ordenáveis de 2 elementos, dispondo de n: n . (n _ 1) 35 Matemática – 2ª- série – Volume 3 Quantidade de grupos não ordenáveis nessa condição: n nn n.n n ! ( )n n( )n n −( )−( )1( ) 2 c) 3 elementos? Grupos ordenáveis de 3 elementos, dispondo de n: n . (n – 1) . (n – 2) Quantidade de grupos não ordenáveis nessa condição: n n n. . ! −( ) −( )1 2 3 d) 4 elementos? Grupos ordenáveis de 4 elementos, dispondo de n:n . (n _ 1) . (n _ 2) . (n _ 3) Quantidade de grupos não ordenáveis nessa condição: . .n n n n. ! −( ) −( ) −( )1 2 3 4 e) p elementos, p < n? Grupos ordenáveis de p elementos, dispondo de n: n . (n _ 1) . (n _ 2) . (n _ 3) ...[n _ (p _ 1)] Quantidade de grupos não ordenáveis nessa condição: n n n n n p p . . . ! −( ) −( ) −( ) − −( )⎡⎣ ⎤⎦1 2 3 1… Considerações sobre a avaliação A partir da metodologia adotada para abor- dar os conteúdosbásicos da análise combina- tória e da probabilidade, espera-se que ao fi nal desta etapa do trabalho previsto para a 2a série do Ensino Médio, os alunos sejam capazes de aplicar o raciocínio multiplicativo à resolução de situações-problema envolvendo agrupamentos. Nesse sentido, enfatizamos que o estímulo à clássica categorização dos problemas em tipos – permutações, arranjos e combinações – e, con- sequentemente, o uso de fórmulas matemáticas, não deve ser tomado como preocupação cen- tral nesse momento da resolução de problemas. O principal é que, ao enfrentar situações-problema envolvendo análise combinatória, os alunos sejam inicialmente estimulados a mobilizar as mais di- ferentes estratégias de raciocínio para que, a seu tempo, escolham aquelas que consideram efi cien- tes e apropriadas a cada nova situação. As estratégias didáticas propostas para esta Situação de Aprendizagem, ao priori- zar o raciocínio combinatório em detrimen- to da formalização precoce, propiciam a diversidade de etapas de avaliação. Uma dessas etapas pode ser realizada em duplas ou trios de alunos, uma vez que a comparação entre diferentes estratégias de raciocínio permitindo compreender a situação-problema sob o ponto Caberá ao professor durante a resolução de cada item, de forma semelhante ao pro- posto no problema anterior, acompanhar as resoluções dos alunos e, simultaneamente, solicitar que escrevam cada resposta utilizan- do apenas números em fatorial. Esperam-se, nesse caso, as seguintes expressões para o caso dos grupos não ordenáveis, isto é, para as combinações: a) n n ! ! !−( )1 1 b) n n ! ! !−( )2 2 c) n n ! ! !−( )3 3 d) n n ! ! !−( )4 4 e) n n p p ! ! !−( ) 36 Uma vez discutidos o cálculo de probabi- lidades de ocorrência de eventos que dispen- sam o raciocínio combinatório, e também os casos de formação de grupos ordenáveis e não ordenáveis, esta Situação de Aprendiza- gem trata de apresentar aos alunos o cálculo de probabilidades de eventos que exigem a mobilização do raciocínio combinatório. SITUAçãO DE APRENDIzAgEM 3 PROBABIlIDADES E RACIOCíNIO COMBINATóRIO tempo previsto: 2 semanas. Conteúdos e temas: probabilidades condicionais; reunião e/ou inserção de probabilidade; probabilidade de eventos mutuamente exclusivos; probabilidades de eventos independentes. Competências e habilidades: interpretar informações contidas em enunciados de situa- ções-problema, com o objetivo de caracterizar a necessidade de mobilizar raciocínio combi- natório; identificar as semelhanças e as diferenças entre os diversos casos de probabilidade, no que diz respeito à ordenação ou não dos elementos que compõem os eventos. Estratégias: resolução de problemas exemplares contextualizados. Roteiro para aplicação da Situação de Aprendizagem 3 Os casos mais comuns de probabilidade en- volvendo raciocínio combinatório estão asso- ciados à formação de grupos não ordenáveis, sendo esse o principal aspecto que merece aten- ção no desenvolvimento metodológico que ora será proposto. Para exemplificar, consideremos a situação-problema em que 2 pessoas serão sorteadas de um grupo formado por 8 pessoas, sendo 3 homens e 5 mulheres. Nessa situação, não são poucos os alunos que efetuam os se- guintes cálculos: Probabilidade de ocorrência de 2 homens: f 3 8 2 7 6 56 ⋅ = Probabilidade de ocorrência de 2 mulheres: f 5 8 4 7 20 56 ⋅ = Probabilidade de ocorrência de 1 pessoa de f cada sexo: 3 8 5 7 15 56 ⋅ = A simples soma dos três resultados obti- dos, 41 56 , revela que algum elemento não foi considerado nos cálculos realizados, visto a soma das três probabilidades não igua- lar 100%. O que está faltando? O que é mais provável ocorrer numa situação como essa: duas pessoas de mesmo sexo ou pessoas de sexos diferentes? de vista mais amplo, estimulando-se tanto a escolha de estratégias mais eficientes, quanto a recuperação de estratégias anteriormente mobilizadas em situações semelhantes. 37 Matemática – 2ª- série – Volume 3 A intuição dos alunos, em concordância com a nossa, confirma que é mais provável ocorrer pessoas de sexos diferentes, embora os resultados não estejam corroborando essa intuição. Tal constatação pode ser o pontapé inicial para a discussão sobre o fato de estar- mos diante de um problema que exige não or- denação. Nesse caso, avaliamos que o valor da probabilidade calculada de ocorrência de uma pessoa de cada sexo, 15 56 , deve ser multiplica- da por 2, pois, afinal, podemos ter como resul- tado do sorteio “um homem e uma mulher” ou “uma mulher e um homem”. Assim, a pro- babilidade, nesse caso, é igual a 30 56 , e a soma de todos os casos é igual a 56 56 = 100%. Ainda no contexto desse problema, como poderíamos calcular a probabilidade de sortear 3 pessoas e ocorrerem 2 homens e 1 mulher? A estratégia de cálculo que pretendemos valo- rizar nesta Situação de Aprendizagem consiste em estabelecer uma ordem para os resulta- dos sorteados e, em seguida, contar todas as sequências possíveis de resultados iguais a este. Para tanto, precisaremos do raciocínio combi- natório abordado anteriormente. Probabilidade de ocorrer “Homem-Ho- f mem-Mulher”, nessa ordem: 3 8 2 7 5 6 5 56 ⋅ ⋅ = Cada agrupamento com dois homens e uma f mulher pode ser associado a 3 2 ! ! sequências, que diferem pela ordem de seus elementos. Probabilidade de 2 homens e 1 mulher, em f qualquer ordem: 3 8 2 7 5 6 3 2 5 56 3 15 56 ⋅ ⋅ ⋅ = ! ! Tradicionalmente esse tipo de proble- ma é resolvido utilizando-se a fórmula das combinações: Número de elementos do espaço amostral = f = n(S) = C8,3 = 8 5 3 56 ! ! ! = Número de elementos do evento desejado = f = n(E) = C3,2 . C5,1 = 3 1 2 5 4 1 3 5 15 ! ! ! ! ! ! ⋅ = Probabilidade procurada = f n E n S ( ) ( ) = 15 56 No entanto, o primeiro procedimento, que exige refletir sobre a ordenação ou não dos re- sultados do sorteio, atribui significados con- ceituais ao cálculo das probabilidades que o segundo procedimento, usando equações, não consegue atribuir. Além disso, a procura de soluções com base no primeiro procedimento acarretará aos alunos maior desenvoltura ao enfrentarem novas situações, em contextos di- ferentes daqueles que normalmente permeiam as listas de exercícios de probabilidades. Não se trata, entretanto, de vetar completamente a apresentação das fórmulas de cálculo das combinações, mas sim de retardá-las até o momento em que o professor avalie que os alunos construíram o conhecimento acerca da aplicação do raciocínio combinatório ao cál- culo de probabilidades. Com base nessas premissas, propomos que o professor apresente à turma alguns problemas típicos, e que na discussão sobre o “como resolver”, chame a atenção dos alu- nos para a questão da ordenação dos sorteios e para a importância dos fatoriais nessas si- tuações. Apresentamos, em seguida, algumas 38 dessas situações-problema, acompanhadas de resolução e eventuais comentários que julga- mos importante salientar. São propostas, a seguir, seis situações-pro- blema com a fi nalidade de articular probabili- dades e análise combinatória. No Caderno do Aluno são apresentados dez problemas, com a fi nalidade de oferecer mais situações para que o aluno consolide as noções aqui desenvolvidas. Problema 1 – Sorteando 4 alunos de uma classe com 15 meninos e 13 meninas, qual é a probabilidade de que sejam sorteados 2 meni- nos e 2 meninas?
Compartilhar