Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
EDUCANDO PARA SEMPRE TURMA DE MEDICINA VESPERTINO BIOLOGIA - MÓDULO II APOSTILA PARTE 02 2016 - APOSTILA TURMA DE MEDICINA – MÓDULO II 41 Prof. James Scandian CAPÍTULO 11 - HEREDOGRAMAS 1. INTRODUÇÃO Os heredogramas, genealogias ou “pedigrees” são representações gráficas para uma certa característica genética de uma família. Os símbolos a seguir substituem as palavras que tornariam mais trabalhoso o entendimento da transmissão de alguma característica hereditária ao longo de várias gerações. As gerações são numeradas por algarismos romanos (I, II, III...). Os indivíduos de cada geração são numerados por algarismos arábicos. A numeração pode ser feita por geração ou pode ser consecutivas desde o primeiro até o último indivíduo da genealogia. 2016 - APOSTILA TURMA DE MEDICINA – MÓDOLU II 42 2. INTERPRETAÇÃO DE HREDOGRAMAS 2.1 ONDE ESTÁ O GENE? Quando formos interpretar um heredograma temos que tentar descobrir em que tipo de cromossomo se encontra o gene responsável pela anomalia no heredograma e se é dominante ou recessivo. Então temos: Se o gene estiver em um dos cromossomos autossômicos, a herança será autossômica podendo ser dominante ou recessiva. Se o gene estiver na parte não homóloga do cromossomo X, a herança será ligada ao sexo podendo ser dominante ou recessiva. Se o gene estiver no cromossomo Y em região que não possui alelos com X, a herança será restrita ao sexo – só ocorre no homem. Esta é também chamada de holândrica (holo = todos; ândricos = masculino). Já sabemos que o menino recebe um cromossomo X da mãe e o cromossomo Y do pai, enquanto que a menina recebe um cromossomo X do pai e um cromossomo X da mãe. Assim sendo, teremos que “imaginar” e descobrir se o gene está sendo transmitido através do cromossomo X, do Y ou de algum dos autossomos. Para interpretar os heredogramas, existem alguns critérios que devem ser seguidos e o resumo abaixo foi feito para que tenhamos condições de começar. 2.2 RESUMO DO PROFESSOR Primeiro passo: identificar se é um heredograma recessivo ou dominante. Segundo passo: identificar se é uma herança autossômica ou ligada ao sexo. Heranças Recessivas: O heredograma que apresenta algum casal normal com filho afetado é de herança recessiva, podendo ser autossômico ou ligado ao sexo. Se as quantidades de homens e de mulheres afetados forem praticamente iguais, a herança recessiva é considerada autossômica. Se estiver afetando principalmente homens, a herança recessiva é ligada ao sexo. Porém, neste caso, não pode haver mulher doente (X a X a ) com pai ou filho normal (X A Y), pois isso faz com que a herança recessiva seja recessiva autossômica, mesmo afetando maioria de homens. Heranças Dominantes: O heredograma que apresenta algum casal afetado com filho normal é de herança dominante, podendo ser autossômico ou ligado ao sexo. Se o heredograma não apresentar casal normal com filho afetado, ou seja, sempre que alguém é afetado pelo menos um dos pais é afetado, pensar em heredograma dominante, podendo ser ligado ao sexo ou autossômica. Para que se trate de um heredograma de herança dominante ligado ao sexo, qualquer pai que seja afetado só pode ter filhas afetadas e qualquer mãe que for normal sempre deve ter pai e filhos homens normais. Se o heredograma apresentar pai afetado com filha normal ou mãe normal com pai ou filho homem afetado, a herança será dominante autossômica. Herança do Y: Se o heredograma só apresentar homens afetados e todos os filhos homens de pais afetados forem afetados, trata-se de um caso de herança restrita ao sexo, pois o gene está sendo transmitido através do cromossomo Y. Se algum homem da família não for afetado então é herança ligada ao sexo recessiva. LEITURA COMPLEMENTAR Vejam algumas características das heranças que pode te ajudar a interpretar heredogramas: A- HERANÇA AUTOSSÔMICA DOMINANTE a) Quando um filho é afetado, obrigatoriamente pelo menos um dos pais é afetado. b) Os indivíduos afetados estão presentes em todas as gerações (não salta gerações). c) A quantidade de homens afetados é semelhante à quantidade de mulheres afetadas. d) Pais normais não transmitem a anomalia para seus filhos. e) Pais afetados (heterozigotos) podem ter filhos normais. 2014 - APOSTILA TURMA DE MEDICINA – MÓDULO II 43 Observe o exemplo a seguir: Heredograma padrão de herança autossômica dominante. B- HERANÇA AUTOSSÔMICA RECESSIVA. a) Filhos afetados podem ter ambos os pais não afetados e, em média, 1/4 dos irmãos de um afetado serão afetados. b) Os indivíduos afetados não estão presentes necessariamente em todas as gerações (pode saltar gerações). c) A quantidade de homens afetados é semelhante à quantidade de mulheres afetadas. d) Havendo casamento consanguíneo, geralmente nascem filhos afetados. e) Quando o casal é afetado, eles têm todos os filhos afetados. Observe o exemplo a seguir: Heredograma padrão de herança autossômica recessiva. C- HERANÇA LIGADA AO SEXO-DOMINANTE (LIGADA AO X) a) O homem sempre passa o cromossomo X para sua filha, logo, se ele for afetado, todas as suas filhas serão. Este homem afetado não passa o gene da anomalia para os filhos homens. b) A mulher recebe um cromossomo X de seu pai e passa um cromossomo X para o seu filho, logo, se ela for normal, seu pai e seus filhos homens também serão. c) Mulheres heterozigóticas transmitem o gene da anomalia para metade dos filhos de ambos os sexos. d) Quando um filho é afetado, obrigatoriamente um dos pais é afetado e os indivíduos afetados estão presentes em todas as gerações (não salta gerações). e) Número de homens e mulheres afetadas é semelhante. Observe o exemplo a seguir: Heredograma padrão de herança ligada ao X- dominante. Exemplo: Um tipo de classificação de grupo sanguíneo Xga. D - HERANÇA LIGADA AO SEXO-RECESSIVA (LIGADA AO X) a) Filhos afetados podem ter ambos os pais não afetados. b) O número de homens afetados é maior do que o de mulheres (para o homem ser afetado basta um gene para a anomalia no cromossomo X – é hemizigoto. A mulher necessita de um par de genes alelos para ter a anomalia). c) Mulher afetada tem pai afetado e, se tiver filho homem, será afetado. d) Pode saltar gerações. Neste caso, mulheres portadoras estariam transmitindo o gene entre gerações diferentes. e) O gene para a anomalia não passa diretamente de pai para filho, pois o pai sempre passa o Y para o filho e nunca o X. Observe o exemplo a seguir: Heredograma para herança ligado ao X – recessiva. 2016 - APOSTILA TURMA DE MEDICINA – MÓDOLU II 44 E – HERANÇA RESTRITA AO SEXO (HOLÂNDRICA – GENE NO CROMOSSOMO Y) a) Neste caso, é muito fácil a interpretação, pois somente homens têm o cromossomo Y, logo somente homens serão afetados. b) Homens afetados passam o gene para todos os seus filhos, nunca para as filhas. c) Homens afetados possuem pai e filhos homens afetados. d) Não existem mulheres portadoras nem afetadas. Observe o exemplo a seguir: Heredograma padrão de herança holândrica. EXERCÍCIOS OBJETIVOS 1. Assinale, no quadro a seguir, a alternativa que apresenta a correta correspondência entre o padrão de herança monogênica e seu critério de determinação. HERANÇA CRITÉRIO DE DETERMINAÇÃO a) Autossômica dominante Pai e mãe normaispodem ter filhos afetados. b) Autossômica recessiva Pai e mãe afetados podem ter filhos normais. c) Ligada ao sexo dominante Pai afetado tem todas as filhas afetadas e mãe normal tem filhos homens normais. d) Ligada ao sexo recessiva Pai afetado tem todos os filhos afetados. e) Extra cromossômica (Mitocondrial) Pai afetado transmite a doença para todos os filhos. 2. Analise o heredograma a seguir que representa uma família que tem pessoas portadoras de uma anomalia hereditária. O tipo de herança que determina essa anomalia é: a) autossômica recessiva. b) autossômica dominante. c) dominante ligada ao cromossomo X. d) recessiva ligada ao cromossomo Y. e) recessiva ligada ao cromossomo X. 3. Analise o heredograma seguinte e marque o tipo de herança mais provável. a) Herança autossômica dominante. b) Herança autossômica recessiva. c) Herança ligada ao sexo dominante. d) Herança ligada ao sexo recessiva. e) Herança restrita ao sexo. 4. Analise o heredograma seguinte e marque o tipo de herança mais provável. a) Herança autossômica dominante. b) Herança autossômica recessiva. c) Herança ligada ao sexo dominante. d) Herança ligada ao sexo recessiva. e) Herança restrita ao sexo. 5. Analise o heredograma seguinte e marque o tipo de herança mais provável. 0 a) Herança autossômica dominante. b) Herança autossômica recessiva. c) Herança ligada ao sexo dominante. d) Herança ligada ao sexo recessiva. e) Herança restrita ao sexo. 6. Analise o heredograma seguinte e marque o tipo de herança mais provável. a) Herança autossômica dominante. b) Herança autossômica recessiva. c) Herança ligada ao sexo dominante. d) Herança ligada ao sexo recessiva. e) Herança restrita ao sexo. 2014 - APOSTILA TURMA DE MEDICINA – MÓDULO II 45 7. Analise o heredograma seguinte e marque o tipo de herança mais provável. a) Herança autossômica dominante. b) Herança autossômica recessiva. c) Herança ligada ao sexo dominante. d) Herança ligada ao sexo recessiva. e) Herança restrita ao sexo. 8. Analise o heredograma seguinte e marque o tipo de herança mais provável. a) Herança autossômica dominante. b) Herança autossômica recessiva. c) Herança ligada ao sexo dominante. d) Herança ligada ao sexo recessiva. e) Herança restrita ao sexo. 9. Analise o heredograma seguinte e marque o tipo de herança mais provável. a) Herança autossômica dominante. b) Herança autossômica recessiva. c) Herança ligada ao sexo dominante. d) Herança ligada ao sexo recessiva. e) Herança restrita ao sexo. 10. Analise o heredograma seguinte e marque o tipo de herança mais provável. a) Herança autossômica dominante. b) Herança autossômica recessiva. c) Herança ligada ao sexo dominante. d) Herança ligada ao sexo recessiva. e) Herança restrita ao sexo. EXERCÍCIOS DISCURSIVOS Analise os heredogramas seguintes e defina o tipo de herança mais provável para cada um deles, justificando. 1. Primeiro. . 2. Segundo 3. Terceiro 2016 - APOSTILA TURMA DE MEDICINA – MÓDOLU II 46 4. Quarto. 5. Quinto 6. Sexto. 7. Sétimo. 8. Oitavo. 9. Nono. 10. Décimo. CAPÍTULO 12 – INTERAÇÃO GÊNICA EPISTÁTICA E QUALITATIVA 1. INTRODUÇÃO O conceito de interação gênica é simples, ou seja, ocorre interação gênica quando dois ou mais pares de genes, localizados em pares de cromossomos homólogos diferentes, condicionam a mesma característica. Observe o esquema: 2014 - APOSTILA TURMA DE MEDICINA – MÓDULO II 47 A seguir, detalharemos os tipos de interações gênicas, mas antes veremos o conceito de pleiotropia, que significa o inverso da interação gênica. Pleiotropia (PLEIO = vários, diferentes; TROPIA = volta) – ocorre pleiotropia quando um par de genes condiciona mais que uma característica. Observe o esquema: Um exemplo de efeito pleiotrópico que podemos analisar em todas as consequências é o da doença chamada fenilcetonúria. No nível molecular, o gene fabrica apenas uma enzima. Entretanto, a presença ou ausência dessa enzima chega a ter várias repercussões no organismo. A causa dessa doença é um gene recessivo que fabrica uma enzima defeituosa, incapaz de transformar a fenilalanina em tirosina. A reação faz parte do metabolismo responsável também pela produção de melanina. A fenilalanina se acumula no organismo, transformando-se em ácido fenilpirúvico que começa a aparecer na urina e no líquido encéfalo- raquiano, onde, na fase de amadurecimento do sistema nervoso, (até os seis anos de idade), a presença desta substância pode causar deficiência mental. A falta de tirosina, por sua vez, acarreta menor produção de melanina; em consequência, os doentes tem pele clara. Outros exemplos de Pleiotropia: Síndrome de Marfan: defeitos cardíacos, oculares e dedos longos, efeitos causados por um único par de genes. Síndrome de Lawrence-Moon: obesidade, demência, hipodesenvolvimento de gônadas e polidactilia, efeitos causados por um único par de genes. Anemia Falciforme: um gene mutante produz hemoglobina defeituosa e, em função disso, a hemácia fica em forma de foice, surge anemia, diminui o transporte de O 2 e causa cansaço fácil. Genes letais: em camundongos, eles controlam a cor e também podem levar à morte em homozigose. Genes letais: no homem, eles determinam demência e cegueira (idiotia amaurótica) e também morte na adolescência. 2. TIPOS DE INTERAÇÕES GÊNICAS Existem três tipos de interações gênicas: 1) Epistasia ou Criptomeria; 2) Herança Qualitativa ou Herança de genes complementares; 3) Herança Quantitativa ou Polimeria. 2.1 EPISTASIA OU CRIPTOMERIA É um tipo de interação gênica em que um gene de um certo locus inibe o efeito dos genes de outro locus. Trata-se de um fenômeno de dominância entre genes não alelos. O gene que inibe o efeito de um ou de dois genes localizados em um outro cromossomo é denominado epistático e o gene ou par de genes cujos efeitos são inibidos são denominados hipostáticos. No esquema anterior, o gene A é dominante sobre seu alelo a e, ao mesmo tempo, é epistático sobre o par Bb, inibindo seu efeito. Dizemos que os genes B e b são hipostáticos. A Epistasia pode ser dominante ou recessiva. Veremos a seguir um exemplo de cada tipo. A) Epistasia Dominante Ocorre quando um gene, estando presente mesmo em dose única, e portanto dominante, atua de modo a inibir o efeito de outros genes não alelos. Veja um exemplo ilustrativo. Os genes aa produzem uma substância precursora que será transformada em pigmentos por ação do gene B, fazendo com que a galinha fique colorida. Na ausência dos genes aa, ou seja, na presença de um gene A, o efeito do gene B não ocorre e a ave fica branca, pois não se formam pigmentos. Veja como é simples a resolução de um exercício de Epistasia Dominante. 2016 - APOSTILA TURMA DE MEDICINA – MÓDOLU II 48 EXERCÍCIO RESOLVIDO Utilizando as informações do texto acima, responda: qual a descendência obtida em F 2 no cruzamento entre indivíduos duplo homozigotos (AABB x aabb)? Fazendo o quadro de Punnet, teremos: B) Epistasia Recessiva Ocorre quando um gene, somente estando presente em dose dupla, e portanto recessivo, atua de modo a inibir o efeitode outros genes não alelos. Veja um exemplo ilustrativo. O gene A produz uma substância precursora que será transformada em pigmentos por ação do gene B, fazendo com que a galinha fique colorida. Na ausência do gene A, ou seja, na presença de aa, o efeito do gene B não ocorre e a ave fica branca, pois não se formam pigmentos. Veja como é simples a resolução de um exercício de Epistasia Recessiva. EXERCÍCIO RESOLVIDO Utilizando as informações do texto acima, responda: qual a descendência obtida em F 2 no cruzamento entre indivíduos duplo homozigotos (AABB x aabb)? Fazendo o quadro de Punnet, teremos: • Proporção Fenotípica: 9 Coloridas: 7 Brancas Perceba que tanto a epistasia dominante quanto a epistasia recessiva modificam a proporção clássica 9 : 3 : 3 : 1 da segunda Lei de Mendel para fenótipos. Um outro exemplo de Epistasia recessiva é o caso do albinismo na espécie humana. O gene a é recessivo e quando em homozigose impede o efeito de outros genes que determinam a produção de pigmento (melanina), determinando o albinismo. Vejamos porque o grupo sanguíneo falso O é um caso de Epistasia recessiva: Relembrando o que já aprendemos sobre o sistema ABO: o gene I A codifica uma enzima A, que participa da reação de formação do antígeno A; o gene I B codifica uma enzima B, que participa da reação de formação do antígeno B. Os indivíduos AB produzem os antígenos A e B; já os indivíduos do grupo sanguíneo O, que não têm nem o gene I A nem o I B , não produzem essas enzimas e, consequentemente, não apresentam antígenos A nem B. Existe um outro gene (gene H), localizado em outro cromossomo, que é responsável por produzir uma substância precursora dos antígenos A e B. Porém, a ausência do gene H, ou seja, se o indivíduo for hh, ele não terá a substância precursora, não formando antígenos A nem B, mesmo que tenha gene I A ou I B . Então envolve a ação conjunta de dois pares de genes para uma característica. Dependendo de as 2014 - APOSTILA TURMA DE MEDICINA – MÓDULO II 49 enzimas produzidas pelos genes serem ativas ou inativas, verificam-se as diferentes relações epistáticas. Falso O ou Fenótipo Bombaim. (Epistasia Recessiva) EXERCÍCIO RESOLVIDO Utilizando as informações do texto acima, responda: como um casal, em que ambos pensam que são do grupo O, poderia ter um filho do grupo A? Resposta: um deles é falso O e apresenta genes para ser do grupo A. Veja o cruzamento a seguir. Casal: I A I A hh x iiHH Falso O x Grupo O Filho: I A iHh – (Grupo A) 2.2 HERANÇA QUALITATIVA OU HERANÇA DE GENES COMPLEMENTARES É um tipo de interação gênica em que uma característica depende da qualidade e ação conjunta de dois ou mais pares de genes alelos que complementam seus efeitos. Os pares de alelos estão localizados em pares de cromossomos homólogos diferentes. Nesse tipo de interação gênica, o fenótipo depende da qualidade dos genes que o indivíduo possui. Um exemplo típico desse tipo de herança é a forma da crista em galinhas. Quatro formas são possíveis nas quatro raças, determinando os quatro fenótipos: noz, rosa, ervilha e simples. Observe os fenótipos e genótipos possíveis. Veja como é simples a resolução de um exercício de Herança Qualitativa: Utilizando as informações do texto acima, responda: qual a descendência obtida em F2 no cruzamento entre uma ave de crista Noz homozigota e uma ave de crista simples? Existem outros exemplos de genes complementares como: surdo-mudez na espécie humana; forma de abóboras (esférica, alongada e discoide), etc. EXERCÍCIOS OBJETIVOS 1. Em galinhas, a cor da plumagem é determinada por dois pares de genes. O gene C condiciona plumagem colorida enquanto seu alelo c determina plumagem branca. O gene I impede a expressão do gene C, enquanto seu alelo i não interfere nessa expressão. Com esses dados, conclui-se que se trata de um caso de: a) epistasia recessiva. b) herança quantitativa. c) pleiotropia. d) co-dominância. e) epistasia dominante. 2016 - APOSTILA TURMA DE MEDICINA – MÓDOLU II 50 2. Os indivíduos albinos não possuem melanina – pigmento responsável pela cor e proteção da pele – e, por isso, são muito sensíveis à luz solar. Neste esquema, está representada parte da via biossintética para a produção desse pigmento: Com base nesse esquema e em outros conhecimentos sobre o assunto, é INCORRETO afirmar que: a) a ausência da Enzima 1resulta em um aumento da concentração de tirosina. b) casamentos entre indivíduos albinos podem gerar descendentes com melanina. c) diferentes genótipos podem dar origem ao albinismo. d) indivíduos AABB formam gametas do tipo AA e BB. 3. Epistasia é o fenômeno em que um gene (chamado epistático) inibe a ação de outro que não é seu alelo (chamado hipostático). Em ratos, o alelo dominante B determina cor de pelo acinzentada, enquanto o genótipo homozigoto bb define cor preta. Em outro cromossomo, um segundo locus afeta uma etapa inicial na formação dos pigmentos dos pelos. O alelo dominante A nesse locus possibilita o desenvolvimento normal da cor (como definido pelos genótipos B_ ou bb), mas o genótipo aa bloqueia toda a produção de pigmentos e o rato torna-se albino. Considerando os descendentes do cruzamento de dois ratos, ambos com genótipo AaBb, os filhotes de cor preta poderão apresentar genótipos: a) Aabb e AAbb. b) Aabb e aabb. c) AAbb e aabb. d) AABB e Aabb. e) aaBB, AaBB e aabb. 4. Na cebola, a presença de um alelo dominante C determina a produção de bulbo pigmentado; em cebolas cc, a enzima que catalisa a formação de pigmento não é produzida (cebolas brancas). Outro gene, herdado de forma independente, apresenta o alelo B, que impede a manifestação de gene C. Homozigotos bb não têm a manifestação da cor do bulbo impedida. Quais as proporções fenotípicas esperadas do cruzamento de cebolas homozigotas coloridas com BBcc? a) 9/16 de cebolas brancas e 7/16 de cebolas coloridas. b) 12/16 de cebolas brancas e 4/16 de cebolas coloridas. c) 13/16 de cebolas brancas e 3/16 de cebolas coloridas. d) 15/16 de cebolas brancas e 1/16 de cebolas coloridas. e) 16/16 de cebolas brancas. 5. Em galináceos, foram observados quatro tipos de cristas: rosa, ervilha, simples e noz. Quando aves homozigóticas de crista rosa foram cruzadas com aves de crista simples, foram obtidas 75% de aves com crista rosa e apenas 25% com crista simples em F2. Do cruzamento de aves homozigóticas de crista ervilha com aves de crista simples foram obtidas 75% de aves com crista ervilha e apenas 25% com crista simples, também em F2. Quando aves homozigóticas de crista rosa foram cruzadas com aves homozigóticas de crista ervilha, todos os descendentes F1 apresentaram um novo tipo de crista, o tipo noz. Na F2, produzida a partir do cruzamento de indivíduos F1, foi observado que, para cada 16 descendentes, nove apresentavam crista noz, três, crista rosa, três, crista ervilha e apenas um apresentava crista simples. Esses dados indicam que, na herança da forma da crista nessas aves, tem-se um caso de: a) pleiotropia, em que um par de alelos controlam uma mesma característica. b) interação gênica entre alelos de dois locos distintos. c) epistasia dominante e recessiva. d) herança quantitativa. e) alelos múltiplos. 6. Cães labradores podem apresentar pelagem chocolate, dourada e preta. Essas cores de pelagemsão condicionadas por dois pares de alelos. O alelo dominante B determina a produção de pigmento preto e o alelo recessivo b determina a produção de pigmento chocolate. Outro gene, I, determina a deposição de pigmento, enquanto o seu alelo recessivo i atua como epistático sobre os genes B e b, determinando a pelagem dourada. Disponível em: <http://www.estimacao.com.br> Uma fêmea chocolate foi cruzada com um macho dourado e tiveram três filhotes, um de cada cor, como os da foto. Os genótipos do macho dourado e o do filhote preto são, respectivamente: a) Bbii e BbIi. b) bbii e BBIi. c) Bbii e BbII. d) bbii e bbIi. e) bbii e BbIi. 2014 - APOSTILA TURMA DE MEDICINA – MÓDULO II 51 7. Observe a figura: Todas as alternativas contêm genótipos possíveis para os porquinhos vermelhos de F2, EXCETO: a) AABB b) AaBB c) Aabb d) AaBb e) AABb 8. Nos camundongos, a pelagem pode ser aguti, preta ou albina. A figura a seguir mostra as reações bioquímicas envolvidas na síntese de pigmentos. Com base na figura foram feitas as seguintes afirmações I. A formação de qualquer pigmento no pelo depende da presença do alelo P. II. Quando animais pretos homozigóticos são cruzados com certos albinos também homozigóticos, os descendentes são todos aguti. III. Trata-se de um caso de interação gênica do tipo Epistasia recessiva. Pode-se considerar correto o que é afirmado em: a) I, somente. b) III, somente. c) I e II, somente. d) II e III, somente. e) I, II e III. 9. O quadro abaixo fornece três associações que relacionam: quantidade, ação e o tipo de herança relacionados com certos genes: Considerando as associações apresentadas: genes, ação e tipo de herança, assinale a opção que está correta. a) Estão corretas as associações 1e 2. b) Estão corretas as associações 1e 3. c) Estão corretas as associações 2 e 3. d) Está correta apenas a associação 3. e) Todas as associações estão erradas. 10. Em uma exaustiva análise de genealogias humanas, com relação à surdez congênita na descendência de pais normais para a audição, cujos progenitores eram surdos, foi observado que a distribuição fenotípica para normais e surdos obedecia a uma proporção de 9: 7, respectivamente, como ilustrado no quadro a seguir. Considerando esses dados, analise as proposições como verdadeiro ou falso. Depois assinale a opção correta: ( ) A surdez congênita é determinada por alelos múltiplos em um locus autossômico. ( ) Interação gênica entre dois locus justificam esses dados. ( ) A probabilidade no nascimento de uma criança normal para a audição, a partir de um casal genotipicamente igual ao mostrado na F1, é de aproximadamente de 0,56; ( ) Cinco distintas classes genotípicas são observadas entre os descendentes surdos citados. a) V – F – F – F b) F – V – V – V c) F – V – F – V d) F – V – V – F e) F – F – V – V 2016 - APOSTILA TURMA DE MEDICINA – MÓDOLU II 52 EXECÍCIOS DISCURSÍVOS 1. Examinando a progênie do cruzamento entre dois galináceos foram obtidos os dados da tabela abaixo. O que podemos concluir em relação ao genótipo dos pais? 2. Em cães labradores, dois genes, cada um com dois alelos (B/b e E/e), condicionam as três pelagens típicas da raça: preta, marrom e dourada. A pelagem dourada é condicionada pela presença do alelo recessivo e em homozigose no genótipo. Os cães portadores de pelo menos um alelo dominante E serão pretos, se tiverem pelo menos um alelo dominante B; ou marrons, se forem homozigóticos bb. O cruzamento de um macho dourado com uma fêmea marrom produziu descendentes pretos, marrons e dourados. Determine o genótipo do macho. 3. Em cães da raça Labrador Retriever, a cor da pelagem é determinada por um tipo de interação gênica epistática de acordo com o esquema a seguir. Sabendo que o cruzamento (geração Parental) entre um macho com fenótipo chocolate e uma fêmea de fenótipo amarela gera apenas filhotes com pelagem preta (geração F1), um criador fez as seguintes afirmações: I. Todos os filhotes produzidos nesse cruzamento são heterozigotos, enquanto os pais são homozigotos para os dois pares de genes. II. No cruzamento da fêmea parental com qualquer cão de pelagem preta, não se espera a produção de descendentes com fenótipo chocolate. III. No cruzamento da fêmea amarela com um de seus filhotes de F1, espera-se que 50% dos descendentes apresentem pelagem amarela. IV. No cruzamento entre os filhotes de F1, espera-se que 25% dos descendentes apresentem pelagem chocolate. Lendo as afirmações acima, faça as correções que julgar necessárias. 4. Na ervilha-de-cheiro existem dois pares de genes que condicionam a cor da flor (Cc e Pp). A presença do gene C ou P ou ausência de ambos produz flor branca. A presença de ambos simultaneamente produz flor púrpura. Cruzando-se duas plantas de flores brancas, obtém-se em F 1 plantas produtoras de flores coloridas, na proporção de 3 brancas: 1 colorida. Diante das informações dadas, obtenha os possíveis genótipos das plantas cruzadas. 5. Conceitue Pleiotropia e dê dois exemplos. CAPÍTULO 13 – INTERAÇÃO GÊNICA QUANTITATIVA 1. INTRODUÇÃO A herança quantitativa (também chamada de herança Multifatorial ou herança Poligênica ou POLIMERIA) ocorre quando dois ou mais pares de genes atuam sobre o mesmo caráter, somando seus efeitos e originando diversas classes fenotípicas. O fenótipo depende da quantidade de genes ativos atuando na característica. Os genes representados por letras maiúsculas são denominados de contribuintes, aditivos, poligenes, ativos ou cumulativos e todos eles possuem efeitos iguais. Não devemos usar os termos dominante e recessivo para herança quantitativa. Os caracteres quantitativos são, geralmente, controlados por vários genes independentes e de ação cumulativa, o que, combinado com a ação do meio, faz com que na segregação se obtenha grande número de classes, das quais poucas são dos tipos extremos e muitas de graduação intermediária. A polimeria é o tipo de herança que ocorre em caracteres que variam quantitativamente, como peso, altura, intensidade de coloração em vegetais e animais (a cor da pele, por exemplo), inteligência, produção de leite nos animais, produção de frutos nos vegetais, tamanho do pelo em carneiros, quantidade de ovos produzida por animal, pendores artísticos etc. 2. A COR DA PELE HUMANA E A COR DOS OLHOS Os genes A e B aumentam igualmente a intensidade da pigmentação na pele e nos olhos. Quanto maior o número de genes contribuintes, mais acentuada será a pigmentação. 2014 - APOSTILA TURMA DE MEDICINA – MÓDULO II 53 EXERCÍCIOS RESOLVIDOS 3. Faça o cruzamento entre um homem Negro e uma mulher Branca até a obtenção de F: Fazendo o quadro de Punnet, teremos para obtermos F2: Proporção Fenotípica em F 2 : 1/16 negro 4/16 mulato escuro 6/16 mulato médio 4/16 mulato claro 1/16 branco OBSERVAÇÃO Distribuição dos fenótipos em curva normal ou de GAUSS Normalmente, os fenótipos extremos são aqueles que se encontram em quantidades menores, enquanto os fenótipos intermediários são observados em frequências maiores. A distribuição quantitativa desses fenótipos estabelece uma curva chamada normal (curva de Gauss). O número de fenótipos que podem ser encontrados, em um caso de herança poligênica, depende do número de pares de alelos envolvidos, que chamamos n.LEITURA COMPLEMENTAR A cor dos olhos A cor da íris na espécie humana também é resultado de uma interação gênica semelhante à da cor da pele (poligenia). O mesmo pigmento marrom (melanina) que dá cor à pele é encontrado em duas camadas da íris: uma mais superficial, outra mais profunda. A cor é determinada pela quantidade de melanina na camada mais superficial. Com pouca ou nenhuma melanina, os olhos ficam azuis (resultado da dispersão da luz na íris). Se houver um pouco mais de melanina, o olho aparece esverdeado (mistura da cor azul com a marrom da melanina na camada mais profunda). Com mais melanina, o tom pode variar de marrom até quase preto. A figura a seguir mostra as tonalidades de olhos, supondo dois pares de genes. Na realidade, o número deve ser maior, com maior variedade de fenótipos, como no caso da cor da pele. 3. CONTRIBUIÇÃO DE CADA GENE ATIVO Para determinar o quanto cada gene aditivo acrescenta ao fenótipo, é só dividir a diferença entre os fenótipos extremos pelo número de genes envolvidos. Veja os exemplos a seguir: EXERCÍCIOS RESOLVIDOS 1. Sabendo-se que um indivíduo de genótipo aabbccdd apresenta orelhas de 5 cm e outro de genótipo AABBCCDD possui orelhas de 10 cm, determine: a) Quanto cada alelo ativo acrescenta quanto ao tamanho da orelha? b) Qual é o tamanho médio das orelhas? c) Qual é o número de fenótipos existentes nesta característica? Resolução: a) Contribuição de cada gene aditivo = (10 – 5) / 8 =0,625 cm b) O tamanho médio corresponde ao indivíduo com 4 alelos maiúsculos (AaBbCcDd, por exemplo). 4 x 0,625 = 2,5; portanto, 5 +2,5 = 7,5 cm. c) O total de fenótipos corresponde ao número de genes + 1= 9, pois cada gene em maiúsculo gera um aumento de 0,625 cm no crescimento da orelha e, assim, surge um novo fenótipo. 2. Um indivíduo possui uma planta de genótipo aabbcc medindo 12 cm e outra de genótipo AABBCC medindo 18 cm, determine: a) Quanto que cada alelo ativo acrescenta quanto ao tamanho da planta? b) Qual é o tamanho médio dessa espécie de plantas? c) Qual é o número de fenótipos existentes nesta característica? Resolução: a) Contribuição de cada gene aditivo = (18 – 12) / 6 =1cm b) O tamanho médio corresponde à planta com 3 alelos maiúsculos (AaBbCc, por exemplo). 3 x 1 = 3; portanto, 12 + 3 = 15 cm. c) O total de fenótipos corresponde ao número de genes + 1 = 7, pois cada gene em maiúsculo gera um aumento de 1cm no crescimento da planta e, assim, surge um novo fenótipo. 2016 - APOSTILA TURMA DE MEDICINA – MÓDOLU II 54 3. No cruzamento entre triíbridos, responda: a) Qual a probabilidade de nascer alguém com o maior tamanho? E com o menor? b) Quantos fenótipos existem para esta característica? c) Quantos genótipos existem para esta característica? Resolução: a) A chance de nascer alguém com classes fenotípicas extremas é: Classes extremas = 1/4 n , onde n é o número de pares de genes envolvidos. No triíbrido n vale 3 AABBCC = ¼ x ¼ x ¼ = 1/4 3 aabbcc = ¼ x ¼ x ¼ = 1/4 3 b) Número de fenótipos = número de genes + 1= 6 +1 = 7 fenótipos c) Número de genótipos = 3 n = 3 x3 x 3 = 3 3 = 27 4. FÓRMULAS USADAS EM HERANÇA QUANTITATIVA PARA CRUZAMENTOS ENTRE HÍBRIDOS NOTA: Para que serve o Triângulo de Pascoal em herança quantitativa? A pergunta que pode ser respondida usando o triângulo de Pascoal é: Qual a proporção fenotípica obtida no cruzamento entre híbridos para uma característica que apresenta cinco fenótipos? E com sete fenótipos? Resposta: Os números da quinta linha serão as quantidades de cada fenótipo. Os números da sétima linha serão as quantidades de cada fenótipo. OBSERVAÇÃO As regras para construir o Triângulo de Pascoal são: I. Lados formados só por números 1. II. Os números interiores do triângulo são obtidos somando os dois elementos imediatamente acima deles. (Exemplo: na quinta linha: 4 = 1+3, 6 = 3+3, 4 = 3+1). III. O número de termos em cada linha corresponde ao número da linha. EXERCÍCIOS OBJETIVOS 1. Determinada característica quantitativa depende da ação de cinco pares de genes. Do cruzamento entre dois indivíduos com genótipo AaBbCcDdEe resultam: a) 5 classes fenotípicas. b) 9 classes fenotípicas. c) 10 classes fenotípicas. d) classes fenotípicas. e) 15 classes fenotípicas. 2. A pigmentação da pele humana é condicionada por pares de genes com ausência da dominância. Suponhamos que apenas dois pares de genes estivessem envolvidos na cor de pele: o negro seria SSTT e o branco, sstt. Um homem mulato, heterozigoto nos dois pares, tem seis filhos com uma mulher mulata de genótipo igual ao seu. Sobre os filhos do casal, pode-se afirmar que: a) todos são mulatos como os pais. b) cada um deles tem uma tonalidade de pele diferente da outra. c) um ou mais deles podem ser brancos. d) a probabilidade de serem negros é maior do que a de serem brancos. e) 50% apresentam pele branca e 50%, pele negra. 3. Suponha que, na espécie humana, a pigmentação da pele seja devida a dois pares de genes autossômicos com efeito aditivo. A tabela abaixo indica os fenótipos existentes. A expressão desses genes pode ser impedida pela presença de um par de genes autossômicos recessivos. Nesse caso, o indivíduo é albino. Um casal de mulatos médios diíbridos tem uma criança albina. A probabilidade de nascer uma criança branca não albina é de: a) 1/16. b) 1/2. c) 1/5. d) 3/16. e) 3/64. 2014 - APOSTILA TURMA DE MEDICINA – MÓDULO II 55 4. Um estudante de 23 anos, doador de sangue tipo universal, é moreno, tem estatura mediana e pesa 85 kg. Todas as alternativas apresentam características hereditárias desse estudante que são influenciadas pelo ambiente, EXCETO: a) altura. b) grupo sanguíneo. c) cor da pele. d) peso. 5. O gráfico a seguir representa um tipo de herança onde os caracteres variam de forma gradativa. As opções a seguir são exemplos deste tipo de herança no homem, EXCETO uma. Assinale-a. a) Estatura. b) Inteligência. c) Obesidade. d) Fator Rh. e) Cor da pele. 6. Políticas de inclusão que consideram cotas para negros ou afrodescendentes nas universidades públicas foram colocadas em prática pela primeira vez na Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ), em 2001. Propostas como essas geram polêmicas e dividem opiniões. Há vários argumentos contra e a favor. Os biólogos têm participado desse debate, contribuindo com os conhecimentos biológicos referentes à raça e à herança da cor da pele humana, entre outros. Assinale a afirmação considerada correta do ponto de vista da biologia. IV. Os critérios para se definirem duas populações como raças diferentes são científica e consensualmente determinados. V. Não encontramos, na história da biologia, dúvidas sobre a existência de raças na espécie humana. VI. A cor da pele humana é um exemplo de herança quantitativa ou poligênica, o que significa que vários genes atuam na sua definição. VII. O fato de a cor da pele não ser influenciada por fatores ambientais reforça a hipótese da existência de raças na espécie humana. VIII. A determinação da cor da pele humana segue os padrões do tipo de herança qualitativa e é um exemplo de codominância. 7. Os gráficos I e II representam a frequência de plantas com flores de diferentes cores em uma plantação de cravos (I) e rosas (II). Os padrões de distribuição fenotípica são devidos a: a) I: 1 par de gene com dominância;II: 1 gene com dominância incompleta. b) I: 1 par de genes com dominância incompleta; II: vários genes com interação. c) I: 1 gene com dominância incompleta; II: 1 gene com alelos múltiplos. d) I: 3 genes com dominância incompleta; II: vários genes com interação. e) I: 2 genes com interação; II: 2 genes com dominância incompleta. 8. Uma empresa agropecuária desenvolveu duas variedades de milho, A e B, que, quando entrecruzadas, produzem sementes que são vendidas aos agricultores. Essas sementes, quando plantadas, resultam nas plantas C, que são fenotipicamente homogêneas: apresentam as mesmas características quanto à altura da planta e ao tamanho da espiga, ao tamanho e número de grãos por espiga, e a outras características de interesse do agricultor. Porém, quando o agricultor realiza um novo plantio com sementes produzidas pelas plantas C, não obtém os resultados desejados: as novas plantas são fenotipicamente heterogêneas e não apresentam as características da planta C; têm tamanhos variados e as espigas diferem quanto a tamanho, número e qualidade dos grãos. Para as características consideradas, os genótipos das plantas A, B e C são, respectivamente, a) heterozigoto, heterozigoto e homozigoto. b) heterozigoto, homozigoto e heterozigoto. c) homozigoto, heterozigoto e heterozigoto. d) homozigoto, homozigoto e heterozigoto. e) homozigoto, homozigoto e homozigoto. 2016 - APOSTILA TURMA DE MEDICINA – MÓDOLU II 56 9. A cor da pele humana é consequência do efeito cumulativo de mais de um gene, de modo que cada gene contribui igualmente para o fenótipo. O gráfico que representa a proporção fenotípica nesse tipo de herança é: 10. Imagine que, em um determinado animal, a retenção de água no corpo seja controlada pela interação quantitativa de dois pares de genes, existindo cinco fenótipos (da retenção baixa até a retenção máxima de água). Animais com genótipo aabb retêm baixa quantidade de água, enquanto animais com genótipo AABB apresentam retenção máxima de água. Os animais que apresentam dois genes “maiúsculos” e dois genes “minúsculos” no genótipo retêm uma quantidade intermediária de água. Na genealogia abaixo, são dados os genótipos dos animais indicados pelos números 1, 2, 3 e 6. Considerando que os genes em questão se segregam independentemente, qual a probabilidade de os indivíduos 7 e 8 apresentarem simultaneamente retenção intermediária de água? EXERCÍCIOS DISCURSIVOS 1. A cor dos grãos de trigo é condicionada por dois pares de genes de efeito aditivo. A tabela abaixo mostra o número de genes dominantes e as cores determinadas por eles. Do cruzamento entre um indivíduo AaBb e um Aabb, qual a proporção esperada de indivíduos com grãos vermelhos? 2. Um pesquisador obteve várias sementes de uma mesma planta, sementes essas com diferentes pesos. Na figura, a curva 1representa a distribuição de peso dessas sementes. Dentre essas sementes, as mais leves foram plantadas e originaram novas plantas cujas sementes eram, em média, mais leves que as da geração anterior. A curva 2 representa a distribuição de peso dessas novas sementes. O mesmo ocorreu com as sementes mais pesadas que, plantadas, originaram novas plantas cujas sementes eram, em média, mais pesadas que as da geração anterior, como representado na curva 3. O valor X, peso em g, é o mesmo nas três curvas. Sabendo-se que o plantio das sementes e o desenvolvimento das novas plantas deram-se sob as mesmas condições ambientais (composição do solo, luz, temperatura e umidade), o que podemos concluir em relação à variação no peso das sementes? 3. A altura de uma certa espécie de planta é determinada por dois pares de genes A e B e seus respectivos alelos a e b. Os alelos A e B apresentam efeito aditivo e, quando presentes, cada alelo acrescenta à planta 0,15 m. Verificou-se que plantas desta espécie variam de 1,00 m a 1,60 m de altura. Cruzando-se plantas AaBB com aabb pode-se prever que, entre os descendentes, os percentuais de cada altura obtidos serão: 4. Para uma determinada planta, suponha que a diferença entre um fruto de 10 cm de comprimento e um de 20 cm de comprimento seja devida a dois genes, cada um com dois alelos, que têm efeito aditivo e que se segregam independentemente. Na descendência do cruzamento entre dois indivíduos que produzem frutos com 15 cm, qual a proporção de plantas com frutos de 17,5 cm? 5. Supondo que na aboboreira existam 3 pares de genes que influem no peso do fruto, uma planta aabbcc origina frutos com aproximadamente 1.500 gramas e uma planta AABBCC, frutos ao redor de 3.000 gramas. Se essas duas plantas forem cruzadas, qual será o peso aproximado dos frutos produzidos pelas plantas F 1 ? 2014 - APOSTILA TURMA DE MEDICINA – MÓDULO II 57 CAPÍTULO 14 – GENES LIGADOS (LINKAGE) E PERMUTAÇÃO (CROSSING-OVER) 1. INTRODUÇÃO Antes de começarmos o estudo de linkagee crossing-over, vamos fazer uma breve revisão sobre a lei da segregação independente: os pares de genes, localizados em pares de cromossomos homólogos diferentes, segregam-se independentemente e recombinam-se ao acaso, durante a meiose. Assim o indivíduo diíbrido (AaBb) pode formar quatro tipos de gametas, em iguais proporções. Fig. 1 - Segregação independente. Formam-se quatro gametas em iguais proporções: 25% AB, 25% Ab, 25% aB e 25% ab. 2. GENES LIGADOS OU LINKAGE Fala-se em genes ligados ou ligação fatorial (linkage), quando dois ou mais genes estão em um mesmo Cromossomo. Quando estudamos genes ligados, temos que entender que não vai ocorrer segregação independente entre esses genes, ou seja, os genes de mesmo cromossomo irão juntos para um mesmo gameta. Capítulo Observe o esquema: Fig. 2 - Ligação fatorial ou ligação gênica. Formam-se dois tipos de gametas em iguais proporções: 50% AB e 50% ab. Quando os genes em estudo estão ligados, pode aparecer no genótipo uma barra que separa os genes que estão no mesmo cromossomo. Um diíbrido para genes ligados (AB/ab) forma apenas dois tipos de gametas, em iguais proporções. OBSERVAÇÂO Quando dois genes dominantes, ou dois genes recessivos, estão ligados em um mesmo cromossomo, dizemos que os genes estão ligados na posição CIS, porém quando um gene dominante e um gene recessivo estão presentes em um mesmo cromossomo, dizemos que os genes estão ligados na posição TRANS. 2016 - APOSTILA TURMA DE MEDICINA – MÓDOLU II 58 3. PERMUTAÇÃO OU CROSSING-OVER Fala-se em permutação ou Crossing-over (recombinação gênica) quando ocorre troca de segmentos entre as cromátides não-irmãs dos cromossomos homólogos duplicados. O processo envolve somente dois dos quatro fios (cromátides não irmãs, as que aparecem internas no desenho) e pode ocorrer em qualquer ponto dos cromossomos. As células germinativas que apresentaram o crossing-over formam quatro tipos de gametas, assim como ocorre com os genes que apresentam segregação independente. Observe que dois dos gametas (AB e ab) têm os genes ligados da mesma forma em que se encontravam ligados nos cromossomos parentais. Tais gametas são provenientes das cromátides que não se envolveram na permuta e denominados de gametas parentais. Os outros dois gametas (Ab e aB), produzidos através das cromátides em que ocorreu recombinação (crossing-over), apresentam genes ligados em combinações diferentes da dos pais, sendo denominados de gametas recombinantes. Fig. 3 - Permutação OBSERVAÇÂO Genes com ligação completa sãogenes que não sofrem crossing-over e genes com ligação incompleta são genes que sofrem crossing-over. Analise o esquema (Figura 3), que considera um exemplo em que 20% das células germinativas estão sofrendo permutação e veja quais são os gametas parentais e recombinantes e em que proporções aparecem. Na prática, o percentual de gametas recombinantes é sempre menor que o percentual de gametas parentais. Veja alguns exemplos: A. se ocorrer crossing-over em 70% das células germinativas, teremos 35% de gametas recombinantes, logo os 65% restantes são gametas parentais. B. se ocorrer crossing-over em 50% das células germinativas, teremos 25% de gametas recombinantes, logo os 75% restantes são gametas parentais. C. se ocorrer crossing-over em 20% das células germinativas, teremos 10% de gametas recombinantes, logo os 90% restantes são gametas parentais. D. se ocorrer crossing-over em todas as células germinativas, ou seja, 100%, o percentual de gametas recombinantes será 50. É lógico que essa situação é teórica, pois é praticamente impossível que ocorra crossing-over entre dois determinados genes para todas as células germinativas. 2014 - APOSTILA TURMA DE MEDICINA – MÓDULO II 59 Analisando o esquema acima podemos observar que quando a taxa de crossing-over entre as células germinativas for de 20%, teremos: - 10% de Gametas Recombinantes (5% aB e 5% Ab) - 90% de Gametas Parentais (20% + 20% + 5% = 45% AB e 20% + 20% + 5% = 45% ab) Como descobrir se o genitor é cis ou trans? Resposta: A partir dos gametas parentais, que são aqueles produzidos em maiores quantidades. Já que, na prática, o percentual de gametas recombinantes é sempre menor que o percentual de gametas parentais, podemos descobrir se o genótipo das células germinativas de origem é de um genitor CIS ou TRANS a partir dos gametas que foram produzidos. É lógico que o genótipo da célula germinativa de origem será obtido a partir dos gametas parentais. Se eles apresentam genes dominantes ligados (AB) e genes recessivos ligados (ab), a célula de origem era CIS. Caso os gametas parentais apresentem gene dominante ligado a gene recessivo (Ab e aB), a célula de origem era TRANS. 2016 - APOSTILA TURMA DE MEDICINA – MÓDOLU II 60 4. FREQUÊNCIA DE PERMUTAÇÃO ENTRE GENES LIGADOS A frequência de permutação (crossing-over) entre dois genes ligados é igual ao número percentual de gametas recombinantes, pois os gametas recombinantes são os que apresentam a permuta gênica que ocorreu. No exemplo da página 03 em que o percentual de gametas recombinantes é igual a 10% (5% Ab e 5% aB), a frequência de permuta entre os genes A e B é 10%. Mas perceba que a frequência de células germinativas sofrendo permuta foi 20%. Portanto, se 20% das células germinativas sofrerem a permuta, a frequência de permuta entre genes será de 10%. Devemos então aprender a calcular o percentual de gametas recombinantes, para então sabermos a frequência de permuta gênica, pois terão o mesmo valor. É importante salientar que nem todas as células germinativas apresentam permuta para os genes considerados na questão. O percentual de gametas recombinantes (originados de permuta) é sempre igual à metade do percentual de células germinativas que sofrem crossing-over, pois apenas duas das quatro cromátides realizam o crossing-over. FP genes = % GR = ½ FP células Veja alguns exemplos: A. se ocorrer crossing-over em 70% das células germinativas, teremos 35% de gametas recombinantes, logo os 65% restantes são gametas parentais. Diremos que a frequência de permuta gênica é de 35%. B. se ocorrer crossing-over em 50% das células germinativas, teremos 25% de gametas recombinantes, logo os 75% restantes são gametas parentais. Diremos que a frequência de permuta gênica é de 25%. C. se ocorrer crossing-over em 20% das células germinativas, teremos 10% de gametas recombinantes, logo os 90% restantes são gametas parentais. Diremos que a frequência de permuta gênica é de 10%. D. se ocorrer crossing-over em todas as células germinativas, ou seja, 100%, o percentual de gametas recombinantes e a frequência de permutação gênica serão de 50%, percentual que não ocorre na prática. ATENÇÃO: A frequência de permutação entre as células germinativas corresponde ao dobro da frequência de permutação entre os genes. Quando encontrarmos o termo frequência de permutação sem especificar se é permutação entre as células germinativas ou entre os genes, devemos considerar que é a frequência de permutação entre os genes, pois, na prática, é o que conseguimos descobrir primeiro, a partir dos tipos de gametas que foram produzidos (lembrando que os gametas recombinantes são os que apresentam a permuta gênica que ocorreu). EXERCÍCIOS RESOLVIDOS: 1. Se um genitor originou os gametas abaixo na quantidade fornecida, determine o genótipo do genitor e a frequência de permutação. Resolução: Os gametas em maiores quantidades (Ab e aB) são os parentais. Logo, o genitor é Ab/aB (trans). Para achar a frequência de permutação devemos somaras quantidades de gametas produzidos, para depois verifica quanto que os dois em menores quantidades (recombinantes) representam do total. Assim, saberemos a frequência de gametas recombinantes e também a frequência de permutação gênica, pois têm o mesmo valor. Total de gametas = 401 + 398 + 99 + 103 = 1001 Frequência de permutação = 99 + 103 / 1001 = 20% 2. Dada a tabela a seguir, determine a frequência de permutação entre os genes A e B. Resolução: Podemos determinar a frequência de permutação entre os genes através dos resultados obtidos num cruzamento-teste (AB/ab x ab/ab), como mostrado a seguir. Os indivíduos obtidos em menores quantidades são os que vieram de gametas recombinantes e, neste caso, correspondem a 10% do total. Veja como obter a frequência de permutação: Frequência de permutação = Nº de recombinantes / Nº total × 100, ou seja: Frequência de permutação = 98 + 102 / 2.000 x 100 = 10% Logo, a frequência de permuta entre os genes A e B ou entre a e b é igual a 10%, pois corresponde ao percentual de gametas recombinantes. 5. DISTÂNCIA ENTRE GENES LIGADOS Para sabermos a distância entre dois ou mais genes em um cromossomo, temos que considerar que os genes se dispõem linearmente nos cromossomos. Por convenção, ficou estabelecido que a distância entre dois genes ligados corresponde à frequência de permuta entre eles, que equivale ao percentual de gametas recombinantes. A frequência de permuta entre dois genes ligados será tanto maior quanto maior for a distância que os separa, pois com espaço (distância) pequeno fica difícil ocorrer crossing-over. 2014 - APOSTILA TURMA DE MEDICINA – MÓDULO II 61 As unidades utilizadas para distância são várias, porém todas se equivalem. Unidades convencionadas: Morganídeos, unidades Morgan ou unidades de mapa, unidades de distância, unidades de recombinação ou, simplesmente, unidades. Se a frequência de permuta ou recombinação entre dois genes for 1%, eles estão a 1morganídio de distância. Se a frequência de permuta entre dois genes for 20%, eles estão a 20 morganídeos de distância. EXERCÍCIO RESOLVIDO: 1. Os genes X e Y encontram-se a 12μm de distância em um cromossomo e, entre eles, a frequência de permuta é 3,6%. Um gene Z, localizado entre X e Y, recombina-se com X numa frequência de 2,7%. Quantos morganídeos de distância existem entre Y e Z? E quantos micrômetros existem entre eles? Resolução: A distância em micrômetros (μm) entre genes pode ser calculada a partir da frequência de permuta dada, utilizando regrade três. Resposta: A distância entre Y e Z é 3μm que corresponde a 0,9 morganídeo. 6. MAPEAMENTO DE CROMOSSOMOS Como os genes assumem posições lineares nos cromossomos e a distância entre eles é igual à frequência de permuta que sofrem, fica fácil mapeá-los sequencialmente nos cromossomos. Se tivermos as frequências de permutas. Uma boa dica é iniciar pela maior distância e depois analisar se os números conferem. Exemplo prático: Os genes A, B, C e D estão situados no mesmo cromossomo e permutam, entre si, com as seguintes frequências: A partir da tabela anterior, podemos construir o seguinte mapa cromossômico: NOTA: UM BREVE RESUMO A segunda Lei de Mendel não se aplica a genes ligados, somente a genes com segregação independente. Genes com ligação completa são os que não sofrem crossing-over, logo, um diíbrido só forma dois tipos de gametas. Genes com ligação incompleta sofrem crossing- over, logo, um diíbrido forma quatro tipos de gametas. A frequência de permuta entre dois genes é igual à distância entre eles, que é igual ao percentual de gametas recombinantes, que corresponde à metade do percentual de células germinativas que sofrem crossing-over. Quanto maior a distância entre dois genes, maior é a frequência de crossing-over entre eles. Quando dois genes estão bem distantes, pode ocorrer um duplo crossing-over (superior e inferior), formando somente gametas parentais, como se não tivesse ocorrido crossing-over. EXERCÍCIOS OBJETIVOS 1. (CESGRANRIO) No órgão reprodutor de um animal há 1000 (mil) células, em cujos núcleos estão os cromossomos, como mostra o desenho a seguir: Se em todas as células ocorrer crossing-over entre os genes A e B e se cada uma originar quatro gametas, podemos afirmar que: a) todos os gametas formados conterão as combinações resultantes do crossing-over. b) a proporção de gametas com as formas não crossing--over seria maior do que a de gametas com as formas crossing-over. c) a ocorrência do crossing-over não altera a sequência dos genes nos cromossomos, porque só as cromátides irmãs são envolvidas. d) as proporções entre os tipos de gametas seriam iguais às que ocorrem quando os genes estão em cromossomos diferentes. e) não é possível calcular essas proporções, porque os gametas recebem cromossomos ao acaso. 2016 - APOSTILA TURMA DE MEDICINA – MÓDOLU II 62 2. (UNICAMP 2013) Considere um indivíduo heterozigoto para dois locus gênicos que estão em linkage, ou seja, não apresentam segregação independente. A representação esquemática dos cromossomos presentes em uma de suas células somáticas em divisão mitótica é: 3. (Upe 2012) Um dado indivíduo heterozigoto para os genes A e B (configuração cis) é submetido a um cruzamento--teste. Se os dois genes forem (I) não ligados (segregação independente) (II) separados por 40 centimorgam (cM) que porcentagem da prole desse cruzamento será aabb? a) I- 50%; II- 40%. d) I- 40%; II- 20%. b) I- 20%; II- 50%. e) I- 30%; II- 25%. c) I- 25%; II- 30%. 4. (Unicamp 2011) As mutações gênicas e recombinações gênicas são os principais acontecimentos biológicos responsáveis pela variabilidade genética nas populações da maioria das espécies de seres vivos. As recombinações gênicas ocorrem a) a partir da segregação independente dos cromossomos e da permutação (ou crossing-over). b) em divisões celulares, apenas em tecidos que tenham uma neoplasia ou um tumor se desenvolvendo. c) em animais que tenham reprodução sexuada, em gametófitos, mas não em esporófitos. d) na divisão II da meiose e são responsáveis pela diversidade de tipos de óvulos e espermatozoides. 5. Qual das opções a seguir contém os tipos de gametas produzidos pelas células germinativas A e B (respectivamente), abaixo esquematizadas, considerando ausência de crossing-over? a) RS, Rs, rS e rs RS e rs b) Rs e rS RS e rs c) RS e rs RS, Rs, rS e rs d) RS e rs Rs e rS e) RS, Rs, rS e rs RS, Rs, rS e rs 6. (UFPE) A frequência de recombinação entre os locus A e B é de 10%. Em que percentual serão esperados descendentes de genótipo AB // ab, a partir de progenitores com os genótipos mostrados na figura? a) 5% b) 90% c) 45% d) 10% e) 20% 7. (UNIOESTE) Crossing-over ou permuta é um importante fenômeno que ocorre na prófase I meiótica, responsável pela recombinação entre os diferentes pares de genes de cromossomos homólogos. O desenho abaixo representa um par de cromossomos homólogos com três genes: gene A, gene B e gene C, cada um destes possuindo dois alelos (alelo dominante e alelo recessivo). A partir deste desenho, assinale a alternativa correta. a) Se houver crossing-over apenas na região 1 serão produzidos gametas com as combinações ABC, abc, ABc e abC. b) Se houver crossing-over apenas na região 2 serão produzidos gametas com as combinações ABC, abc, Abc e aBC. c) Se houver crossing-over nas regiões 1 e 2 serão produzidos gametas com as combinações ABC, abc, AbC e aBc. d) Se houver crossing-over apenas na região 1 serão produzidos somente gametas com as combinações Abc e aBC. e) Se houver crossing-over apenas na região 2 serão produzidos somente gametas com as combinações ABc e abC. 2014 - APOSTILA TURMA DE MEDICINA – MÓDULO II 63 8. (UNICAMP 2011) Considere um indivíduo heterozigoto para três genes. Os alelos dominantes A e B estão no mesmo cromossomo. O gene C tem segregação independente dos outros dois genes. Se não houver crossing-over durante a meiose, a frequência esperada de gametas com genótipo abc produzidos por esse indivíduo é de a) 1/2. b) 1/4. c) 1/6. d) 1/8. 9. (MACKENZIE) Analisando-se dois pares de genes em ligamento fatorial (linkage) representados pelo híbrido BR/br, uma certa espécie apresentou a seguinte proporção de gametas: BR - 48,5% Br - 48,5% Br - 1,5% BR - 1,5% Pela análise dos resultados, pode-se concluir que a distância entre os genes B e R é de: a) 48,5 morganídeos. b) 97 morganídeos. c) 1,5 morganídeo. d) 3 morganídeos. e) 50 morganídeos. 10. (UFPR 2011) Admita que dois genes, A e B, estão localizados num mesmo cromossomo. Um macho AB/ab foi cruzado com uma fêmea ab/ab. Sabendo que entre esses dois genes há uma frequência de recombinação igual a 10%, qual será a frequência de indivíduos com genótipo Ab/ab encontrada na descendência desse cruzamento? a) 50%. b) 25%. c) 30%. d) 100%. e) 5%. EXERCÍCIOS DISCURSIVOS 1. (PUC MG) Na espécie humana os genes que determinam a distrofia muscular Duchnne e a hemofilia, heranças recessivas ligadas ao sexo, distam entre só 20 U.R. (unidades de recombinação). Considere o seguinte cruzamento: Nesse cruzamento, determine a frequência esperada de machos afetados pelos dois caracteres. 2. (UFRRJ) Numa certa espécie de milho, o grão colorido é condicionado por um gene dominante B e o grão liso por um gene dominante R. Os alelos recessivos b e r condicionam, respectivamente, grãos brancos e rugosos. No cruzamento entre um indivíduo colorido liso com um branco rugoso, surgiu uma F1, com os seguintes descendentes: 150 indivíduos que produziam sementes coloridas e lisas, 150 indivíduos que produziam sementes brancas e rugosas, 250 indivíduos que produziam sementes coloridas e rugosas e 250 indivíduos que produziam sementes brancas e lisas. A partir desses resultados, determine o genótipo do indivíduo parental colorido liso e a distância entre os genes B e R. 3. (UNIRIO) Suponha que 100 células germinativas entram emmeiose e que essas células tenham o seguinte genótipo: Quantos gametas recombinantes serão formados se 20 das 100 células apresentarem permutação na meiose? 4. (UESC) A taxa ou frequência de permutação entre pares de genes que estão ligados é constante e depende da distância que esses genes se encontram uns dos outros. O geneticista Alfred Sturtevant imaginou que seria possível construir mapas gênicos, que mostrariam a distribuição dos genes ao longo do cromossomo e as distâncias relativas entre eles. O quadro a seguir mostra um exemplo desse tipo de mapa gênico. Com base nas informações contidas no quadro, determine as taxas de permutação em X e Y, respectivamente. 5. (UP) Os genes, A, B, C e D estão localizados no mesmo cromossomo e ocorre permutação entre eles com as seguintes frequências: A-B = 32% ; A-C = 45% ; A-D = 12% ; B-C = 13% ; B-D = 20% ; C-D = 33% ; Determine, partindo do gene A, a sequência mais provável desses genes no cromossomo. 2016 - APOSTILA TURMA DE MEDICINA – MÓDOLU II 64 CAPÍTULO 15 – MUTAÇÕES CROMOSSÔMICAS 1. INTRODUÇÃO As mutações são modificações repentinas e ao acaso de genes ou cromossomos que determinam o aparecimento de novas características hereditárias. As mutações desempenham importante papel na evolução, pois determinam o aparecimento de novas manifestações que podem ser favoráveis ou não ao indivíduo, facilitando ou não a adaptação ao meio ambiente. As mutações são divididas em dois tipos: a) Gênicas - são alterações nos nucleotídeos. Na estrutura interna, na sequência ou número de nucleotídeos que constituem o gene. A mutação gênica é considerada a única fonte nova de gene; é rara e surge quando os processos de replicação e reparo do DNA falham. Um exemplo pode ser a alteração no DNA que leva a substituição do aminoácido da posição 6 (GLU) da hemoglobina normal pela VAL da hemoglobina anormal que causa a anemia falciforme. b) Cromossômicas – são as que vamos abordar neste capítulo. As mutações cromossômicas são as que promovem maiores alterações nas características dos indivíduos. Elas são divididas em mutações cromossômicas numéricas e estruturais, conforme causem alterações no número ou na estrutura dos cromossomos. Resumindo, podemos classificar as mutações de acordo com o diagrama abaixo. As Mutações Cromossômicas são aberrações dizem respeito a alterações no número ou na estrutura dos cromossomos das células. Elas podem ser classificadas em numéricas e estruturais, como mostra o esquema abaixo. 2. MUTAÇÕES CROMOSSÔMICAS 2.1 Mutações cromossômicas numéricas Sabemos que cada espécie possui um número característico de cromossomos. Exemplos: Homem (2n = 46), Cão (2n = 78), Drosófila (2n = 8) e Caranguejo (2n = 200). Geralmente os organismos são formados por células diploides (2n). Quando o número de cromossomos de uma espécie encontra-se alterado, para mais ou para menos, teremos, então, uma mutação numérica. Existem dois tipos de mutações numéricas, que são: euploidia e aneuploidia. A) Euploidias Dizemos que ocorreu euploidia quando células diploides (2n) aparecem com número de cromossomos, sendo sempre múltiplo de n. Acrescenta-se um genoma, ocasionando uma triploidia, dois genomas geram uma tetraploidia, três genomas, uma pentaploidia etc. Havendo perda de um genoma em células diploides (2n), diz-se que ocorreu uma haploidia. Essas aberrações são ocasionadas por meioses anômalas durante a gametogênese ou quando, na primeira mitose do zigoto, ocorre a duplicação do DNA e a divisão não se completa, originando indivíduos tetraploides. 2014 - APOSTILA TURMA DE MEDICINA – MÓDULO II 65 Observe as demonstrações esquemáticas a seguir: Nos dois casos representados acima, nota-se que o acréscimo de genomas ocorreu entre organismos da mesma espécie. Dizemos, portanto, que ocorreu uma euploidia do tipo autopoliploidia. Entretando, havendo fecundação entre indivíduos de espécies diferentes, forma-se um híbrido geralmente estéril. Nesse caso, a euploidia é denominada alopoliploidia. Os organismos autopoliploides com número par de genomas (4n, 6n etc) são normalmente férteis, o que não acontece com os indivíduos que apresentam genomas ímpares (3n, 5n, 7n etc). Esses, como apresentam problemas de pareamento dos cromossomos durante a meiose, são estéreis ou inviáveis. B) Aneuploidias São mutações cromossômicas numéricas em que a célula ganha ou perde um ou alguns poucos cromossomos. Essas aberrações têm como causa principal a não disjunção dos cromossomos durante a meiose. São exemplos de aneuploidias: • Nulissomia (2n – 2) • Monossomia (2n – 1) • Trissomia (2n + 1) • Tetrassomia (2n + 2) Vamos observar a tabela a seguir que resume as mutações numéricas. 2016 - APOSTILA TURMA DE MEDICINA – MÓDOLU II 66 2.2 Principais Síndromes Alossômicas e Autossômicas (aneuploidias) da espécie humana Na espécie humana, são conhecidas muitas aneuploidias relativas a variação no número de cromossomos sexuais (aneuploidias sexuais) ou do número de autossomos (aneuploidias autossômicas). Como decorrência dessas alterações, o indivíduo aneuploide apresenta um conjunto de sinais e sintomas, caracterizando uma Síndrome. A) Síndrome do Triplo X “Superfêmeas” Cariótipo = 44 XXX ou 47, XXX Número de cromatinas sexuais = 2 Características: São fêmeas férteis, embora com alguns distúrbios sexuais e às vezes retardamento mental. B) Síndrome de Klinefelter Cariótipo = 44 XXY ou 47, XXY Número de cromatinas sexuais = 1 Características: São homens em geral de estatura maior que a média da população. Têm pequeno desenvolvimento dos órgãos genitais, ausência de espermatozoides (azoospermia), desenvolvimento dos seios (ginecomastia) e outras alterações das características sexuais secundárias. Há distúrbios de comportamento e QI menor do que a média. Idiograma de um indivíduo com síndrome de Klinefelter. Fonte: Genética Médica (Thompson) 2014 - APOSTILA TURMA DE MEDICINA – MÓDULO II 67 C) Síndrome do duplo Y ou Supermachos Cariótipo = 44 XYY ou 47, XYY Número de cromatinas sexuais = 0 Características: São homens aparentemente normais e férteis, não detectáveis apenas pela observação do fenótipo. São frequentemente um pouco mais altos do que a média. Muitos deles apresentam retardamento mental e agressividade acentuada. Há trabalhos mostrando que a incidência desses indivíduos em grupos de presidiários é maior do que na população comum, embora existam dúvidas sobre a metodologia que foi empregada nessas pesquisas. D) Síndrome de Turner Cariótipo = 44 XO ou 45, XO Número de cromatinas sexuais = 0 Características: São mulheres estéreis, de baixa estatura, pescoço alargado, sem desenvolvimento mamário, ovários rudimentares, fibrosos, e defeitos vasculares. A síndrome parece não causar retardamento mental. Estatísticas mostram que, em 75% dos casos, as mulheres com esta síndrome carregam o cromossomo X da mãe. Isso demonstra que o gameta defeituoso (sem cromossomo sexual) é frequentemente o espermatozoide. Idiograma de um indivíduo com síndrome de Turner Fonte: Genética Médica (Thompson) 2016 - APOSTILA TURMA DE MEDICINA – MÓDOLU II 68 E) Síndrome de Down (trissomia do 21) Cariótipo = 47, XY + 21 = 45 XY + 21 ou 47, XX + 21 ou 45 XX + 21 Número de cromatinas sexuais = 1 para mulher e 0 para homem. Características: Quociente intelectual (QI) muito baixo; prega palpebral; língua fissurada; implantação baixa de couro cabeludo; uma única prega no dedo mínimo euma prega transversal contínua na palma da mão, prega plantar ou simiesca, baixa estatura, baixo metabolismo, infecções, problemas cardíacos etc. O cromossomo 21 está presente em dose tripla. Portanto é uma trissomia do 21. Trata-se de uma síndrome relativamente comum, que se manifesta por um grande número de sinais e sintomas. Os indivíduos com esta síndrome têm 47 cromossomos. O cromossomo suplementar é um autossomo, o de número 21. Fala-se em trissomia do 21. Os portadores podem ser de sexo masculino (XY) ou feminino (XX). Aproximadamente uma criança entre 700 a 800 nascidas apresenta o problema. A síndrome de Down resulta de um erro ocorrido na meiose de um dos pais, que produziu um gameta anormal portador de dois cromossomos 21 em vez de um. Esse gameta, ao se fundir com um gameta normal, portador de um cromossomo 21, dá origem a um zigoto com três cromossomos 21. O erro na distribuição dos cromossomos resulta da não separação, ou não disjunção, de cromossomos durante a anáfase, e pode ocorrer tanto na primeira como na segunda divisão meióticas. Existem ainda casos de mongolismo causados por translocação cromossômica, em que cromossomos não homólogos trocam pedaços. Fonte: Google F) Síndrome de Patau (trissomia do 13) Cariótipo = 47, XY + 13 = 45 XY + 13 ou 47, XX + 13 ou 45 XX + 13 O cromossomo 13 está presente em dose tripla. Portanto é uma trissomia do 13. Número de cromatinas sexuais = 1 para mulher e 0 para homem. Características: Microcefalia (cabeça ou o encéfalo muito pequenos), Micrognatia (desenvolvimento pequeno da mandíbula), lábio leporino (lábio com fenda), palato fendido, defeitos cardíacos, renais e do tubo digestivo. As crianças morrem em alguns meses. Fonte: Genética Médica (Thompson) G) Síndrome de Edwards (trissomia de 18) Cariótipo = 47, XY + 18 = 45 XY + 18 ou 47, XX + 18 ou 45 XX + 18 Número de cromatinas sexuais = 1 para mulher e 0 para homem. Características: Microftalmia (globo ocular pequeno), defeitos de flexão dos dedos, defeitos cardíacos, renais e hérnia umbilical. O cromossomo 18 está presente em dose tripla. Portanto é uma trissomia do 18. Fonte: Genética Médica (Thompson) Diversas aberrações cromossômicas já foram constatadas em crianças que nascem mortas (natimortos) e uma grande porcentagem dos casos de abortos espontâneos deve-se a aneuploidias diversas. Por exemplo, embriões triploides, isto é, com 3n = 69, inviáveis. 2.3 Origem das principais Síndromes Alossômicas e Síndromes Autossômicas Podem ser devido a não separação de cromossomos homólogos durante a meiose I ou não disjunção de cromátides durante a meiose II. Seja na ovogênese ou espermatogênese, resultarão em gametas com número de cromossomos a mais ou a menos que, se fecundarem, formam indivíduos que vão apresentar aneuploidias em todas as células do corpo. 2014 - APOSTILA TURMA DE MEDICINA – MÓDULO II 69 No entanto, podem ocorrer erros nas mitoses após a fecundação originando embriões mosaicos, cujas células apresentam duas constituições cromossômicas diferentes. Observe o esquema a seguir: Na ovogênese, devido à meiose anormal, podem surgir óvulos com 2X e óvulos sem nenhum cromossomo X, que, quando fecundados por espermatozoides normais (X ou Y) produzem zigotos aneuploides. Ga Os erros de gametogênese são mais frequentes na ovulogênese do que na espermatogênese, pois na mulher a formação de gametas sofre duas paralizações. A primeira ocorre ao nascimento, onde cerca de 200 mil ovócitos I interrompem a sua divisão na prófase I, fenômeno denominado de Dicteóteno. A partir de puberdade, em cada mês um ovócito I recomeça a divisão e origina o ovócito II que é ovulado, ocorrendo aí a segunda paralização, na metáfase II. Somente se houver fecundação que o ovócito II irá se transformar em óvulo e logo após em zigoto. Quanto maior a idade em que a mulher tiver filho, maior será a chance de surgir uma criança com síndrome, pois o ovócito II liberado em idade mais avançada é proveniente de um ovócito I que estava em Dicteóteno há mais tempo, sendo maior a chance de recomeçar a divisão não separando corretamente os cromossomos. A seguir, representação esquemática de não disjunções cromossômicas envolvendo o cromossomo 21(A) na primeira divisão e (B) na segunda divisão da meiose. 2016 - APOSTILA TURMA DE MEDICINA – MÓDOLU II 70 2.4 MUTAÇÕES CROMOSSÔMICAS ESTRUTURAIS São aquelas onde ocorrem alterações na estrutura dos cromossomos. Existem quatro tipos importantes: Deficiência ou Deleção, Duplicação, Inversão e Translocação. A) Deficiência ou Deleção Trata-se da perda de um segmento do cromossomo por quebra. Deficiências muito acentuadas podem ser letais, pois implicam na perda de muitos genes. Durante a prófase I da meiose, uma deficiência pode ser percebida através do pareamento anômalo dos cromossomos. Na figura a seguir, um cromossomo com os genes ABCDEFG perdeu um segmento com os genes CDE; o segmento FG se solda novamente. O exemplo clássico da deleção na espécie humana é a síndrome do miado de gato (cri du chat) na qual se perde uma parte do cromossomo número 5. A síndrome é assim chamada em virtude do choro dos afetados lembrar um gato miando. O afetado apresenta retardo mental e neuromotor grave, bem como hipotrofia muscular. Ainda na espécie humana, existe a leucemia mieloide crônica, provocada por uma deficiência no cromossomo 22, também chamado de cromossomo Philadelphia. Existem dois tipos de deficiência de acordo com o segmento do cromossomo que foi perdido: terminal e intercalar. B) Duplicação É a presença de um segmento extra no cromossomo, de maneira que uma sequência gênica aparece duplicada. Resulta de um crossing-over, com uma troca de pedaços desiguais entre cromossomos homólogos. Um exemplo clássico de duplicação acontece no cromossomo X de Drosófila, onde um segmento é responsável pela forma normal do olho. Quando tal segmento é duplicado forma-se um olho reduzido, conhecido por “bar”. C) Inversões Nas inversões, um segmento de cromossomo quebra-se, sofre uma rotação de 180º e se solda novamente. É claro que a ordem dos genes agora se altera e, na prófase I da meiose, o pareamento ocorre formando uma figura característica, como vemos a seguir. Inversões pericêntricas envolvem o centrômero; nas inversões paracêntricas, o centrômero não está no segmento invertido. Geralmente a inversão não leva a um fenótipo anormal. Interferindo com o pareamento de homólogos a inversão pode suprimir o crossing-over, devido ao que as inversões têm um significado evolutivo. 2014 - APOSTILA TURMA DE MEDICINA – MÓDULO II 71 D) Translocações Ocasionalmente, os cromossomos podem sofrer quebras, soldando-se os pedaços quebrados em cromossomos não homólogos. Na translocação recíproca, há uma troca de pedaços entre cromossomos não homólogos, fenômeno distinto do crossing--over, em que a permuta ocorre entre cromátides homólogas. Um indivíduo com uma translocação recíproca, ou seja, no qual a translocação envolveu apenas um de cada cromossomo homólogo, formará na meiose (prófase I) uma figura semelhante a uma cruz, na qual estão pareados os cromossomos com a translocação e os homólogos normais. RESUMO GERAL LEITURA COMPLEMENTAR O Diagnóstico Pré-natal O diagnóstico pré-natal permite que se saiba com antecedência se a criança que vai nascer é do sexo feminino ou masculino e se ela vai apresentar
Compartilhar