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Sistematização do Cuidar I 2 Anamnese 3 Objetivo: O objetivo da Anamnese é colher os dados subjetivos, registrar o que a pessoa diz sobre si mesma. A história é combinada aos dados objetivos obtidos no exame físico e aos exames laboratoriais para constituir uma base de dados. Esta é usada para formar um julgamento ou firmar um diagnóstico sobre a situação de saúde do indivíduo. A Anamnese subsequente oferece um quadro completo da história da doença atual e patológica pregressa da pessoa. Descreve o indivíduo como um todo e a forma como ele interage com o ambiente. 4 Os formulários de Anamnese variam, porém a maioria contém informações nas seguintes sequências de categorias: Dados Biográficos - Motivo para buscar atendimento História da doença ( patológica) atual (HDA) História Patológica Pregressa (HPP) História Familiar (HF) Revisão dos Sistemas Avaliação Funcional ou Atividades da Vida Diária (AVD ). Dados Biográficos 5 Nome Endereço Telefone Nascimento Idade Estado Civil Religião Nacionalidade Companheiro Telefone contato Hábito de cuidados Tratamentos Queixa Principal 6 Motivo da procura do Serviço Linguagem do Cliente Quadro inicial Interferência na Vida Provocativo ou Paliativo Qualidade ou Quantidade Região ou Irradiação Severidade ou Gravidade Tempo História Clínica 7 Hospitalização Doenças da Infância Tratamento Atual Cirurgias Medicamentos Alergias Terapias Alternativas História Familiar 8 Avós Pais Irmãos História Psicossocial Profissão Educação Situação Econômica Responsabilidades Atividade da Vida Diária Dieta e ritmo intestinal Exercício e Sono Trabalho e Lazer Uso de tabaco, álcool e outras substâncias Crenças Religiosas 10 11 0 Sistema Corporal 12 Cabeça Olhos Ouvido Nariz Garganta Pescoço Respiratório Digestório Geniturinários Reprodutivo Monitoramento Muscular SNC Endócrino Circulação Psicológico Atividade em sala de aula. Evolução do paciente Cefalopodal ENTREVISTA 13 É um encontro entre você e o paciente. O objetivo do encontro é registrar uma Anamnese completa. É importante para começar a identificar os pontos fortes e os problemas de saúde da pessoa e serve como ponte para a próxima etapa da coleta de dados, o exame físico. É a primeira parte, e a mais importante, na coleta de dados. É onde são colhidos os dados subjetivos - o que a pessoa diz sobre si mesma. A habilidade de entrevistar consiste em colher todas as informações necessárias para uma relação bem sucedida. Em uma entrevista bem sucedida, você consegue: 14 Coletar dados completos e precisos sobre o estado de saúde da pessoa. Estabelecer um vínculo e confiança, de forma que a pessoa se sinta aceita e à vontade. Orientar a pessoa sobre seu estado de saúde, de forma que ela possa participar da identificação dos problemas. Construir um vínculo para uma relação terapêutica persistente, esse vínculo facilita diagnósticos, planejamentos e tratamentos futuros. Começar a ensinar a pessoa sobre promoção da saúde e prevenção de doenças. O Processo de Comunicação: 15 Fatores Internos: Três fatores são importantes na comunicação: 1- Gostar de pessoas 2- Empatia 3- Capacidade de ouvir Fatores externos: 16 Prepare o ambiente, o qual pode ser um quarto de hospital, uma sala de exames em um consultório. As condições ideais são importantes em qualquer local, para uma entrevista fluente. Itens importantes: Garanta a privacidade do paciente. Proíba interrupções Ambiente físico: Temperatura ideal Boa iluminação Reduza o barulho: TV, rádio...etc. Defina uma distância entre você e o paciente: 1,2 a 1,5 m ( duas vezes o comprimento do braço). Se muito próximo a vc, pode sentir sua privacidade invadida. Se muito distante, pode passar sensação de distância e indiferença. 17 Posições de conforto para ambos. Ficar de pé, faz pensar o paciente uma figura de autoridade. Durante uma entrevista com paciente acamado, fique face a face com o paciente. Ele não deve ficar olhando para o teto, faz com que perca mensagens visuais contidas na comunicação. Anotações: Evite anotações durante a entrevista. Limite-se a anotações de datas e algo de extrema importância. Qualquer registro deve ser secundário ao diálogo e não pode interferir com a espontaneidade da pessoa. Gravações em áudio ou Vídeo: Explicar o que vai ser feito dizendo que depois disso o CD será destruída. Deve-se ter o consentimento do paciente. 18 Perguntas abertas: especifica o tópico a ser discutido sob forma de narração. Use-a para começar a entrevista, para dar início a uma nova seção de perguntas. Diga-me como posso ajudar. O que a traz ao hospital? Diga-me porque veio aqui hoje. Como tem passado? O Sr. Mencionou falta de ar. Conte-me mais sobre isso. Como vem se sentindo desde a última consulta? A Pergunta aberta deixa o paciente à vontade para respondê-la. Quando a pessoa estiver falando, pare e ouça. 19 Perguntas fechadas, ou diretas: requerem informações específicas. Geram como respostas frases curtas de uma ou duas palavras, do tipo sim ou não. Se por um lado a pergunta aberta permite que o paciente divague livremente, a pergunta direta limita a sua resposta. 20 Abertas Usadas para colher informação narrativa Exigem respostas em longo paragrafo Dão margem ao surgimento de sentimentos, opiniões, idéias. Constroem e fortalecem o vínculo. Fechada Usadas para informações específicas. Exigem respostas de uma ou duas palavras. Levantam dados frios Restringem o vínculo e mantêm a interação neutra. COMPARAÇÃO ENTRE PERGUNTAS ABERTAS E FECHADAS 21 Evite bombardear a pessoa com listas longas: O Sr. Teve dor, visão dupla, lacrimejamento ou vermelhidão nos olhos? Evite perguntas duplas como: A Sra. Faz exercícios e dieta para perder peso? A pessoa fica sem saber que pergunta responder. Quando a resposta é sim, vc fica sem saber que pergunta a pessoa respondeu. Opte por uma linguagem que a pessoa entenda. Às vezes, é preciso usar um linguajar regional ou expressões coloquiais. Por exemplo: constipação, que para a maioria de nós significa ausência de evacuações, para algumas pessoas significa nariz entupido. OBS: Faça apenas uma pergunta direta de cada vez. 22 Facilitação, Silêncio (após perguntas abertas), Reflexão: Paciente: Estou aqui por causa da minha urina. Está difícil Resposta: Está difícil? Paciente: Sim, ontem levei uns 30 minutos p/ urinar. Empatia: As respostas empáticas são: isso deve ser muito difícil para você, compreendo, ou simplesmente colocar a mão sobre o braço da pessoa. Esclarecimento: Use essa abordagem quando a pessoa escolher expressões ambíguas ou confusas: O que quer dizer com sangue grosso? Resposta: Pelo que entendo, esse peso no peito começa quando o senhor varre o quintal ou sobe escadas e passa quando pára de fazer essas atividades. É isso? Paciente: É, é exatamente isso. Durante a entrevista devemos observar as seguintes situações: EXAME FÍSICO 23 Para colher os dados do exame físico, é preciso utilizar os sentidos: visão, olfato, tato e audição. Métodos utilizados para se realizar exame físico: INSPEÇÃO, PERCUSSÃO, PALPAÇÃO, AUSCUTA. Essa habilidades são aplicadas uma por vez e na ordem discriminada a seguir. INSPEÇÃO: É uma observação concentrada. É um olhar cuidadoso,atento, primeiro do indivíduo como um todo, depois de cada sistema do corpo. A Inspeção sempre se inicia primeiro. Uma Inspeção bem focada toma tempo e gera uma quantidade surpreendente de dados. A Inspeção exige boa luminosidade, uma exposição adequada da região observada e o uso ocasional de determinados instrumentos: EXAME FÍSICO 24 Otoscópio, Oftalmoscópio, lanterna, para aumentar o campo de visão. PALPAÇÃO: A Palpação acompanha e, frequentemente, confirma pontos observados durante a inspeção. Concentra os sentidos do tato na avaliação dos seguintes fatores: textura, temperatura, umidade, localização e tamanho dos órgãos, aumentos de volume, vibração ou pulsação, rigidez, presença de nódulos ou massas e existência de dor ou hipersensibilidade à palpação. Diferentes partes das mãos podem ser indicadas para avaliar esses fatores: EXAME FÍSICO 25 Ponta dos Dedos: Para discriminação tátil, como textura da pele, edema, pulsação e determinação da presença de nódulos. Presão entre os dedos e o polegar _ para detectar posição, formato e consistência de um órgão ou massa. Dorso das mãos e dos dedos: Melhor para determinar a temperatura, pois nessa região a pele é mais fina do que nas palmas das mãos. A base dos dedos ( articulações metacarpofalangianas) ou a superfície ulnar da mão _ ideais para detectar vibração. A sua técnica de palpação deve ser comedida e sistemática. Faça uma abordagem tranquila e gentil. Aqueça as mãos, esfregando-as uma contra a outra. Identifique as regiões dolorosas e deixe-as por último. EXAME FÍSICO 26 Comece uma palpação suave, para o paciente acostumar com o toque. Depois realize uma palpação mais profunda, orientando a pessoa a usar técnica de relaxamento, como respiração profunda. Onde for necessária uma palpação profunda ( como no caso dos conteúdos abdominais), a compressão intermitente é melhor do que uma palpação contínua e duradoura. Evite situações em que a palpaçào profunda possa causar lesões internas ou dor. EXAME FÍSICO 27 PERCUSSÃO: A percussão consiste em golpear a pele da pessoa com toques curtos e firmes, para avaliar as estruturas subjacentes. Os golpes geram uma vibração palpável e um som característico, que representa a localização, o tamanho e a densidade do órgão subjacente. A Percussão tem as seguintes utilidades: EXAME FÍSICO 28 Sinalizar a densidade ( ar, líquido ou sólido) de uma estrutura. Detectar massas anormais que sejam razoavelmente superficiais; as vibrações da percussão penetram cerca de 5cm de profundidade – uma massa mais profunda não altera as notas de percussão. Desencadear dor se a estrutura adjacente estiver inflamada, como nas regiões sinusais ou na área sobre o rim. Desencadear um reflexo tendinoso profundo pelo uso de um martelo de percussão. EXAME FÍSICO 29 AUSCULTA: Consiste em ouvir os sons produzidos pelo corpo, como os do coração, pulmões e abdome. A maior parte dos ruídos corporais é muito suave e deve ser canalizada através de um estetoscópio. O estetoscópio não amplia o som, mas bloqueia os ruídos ambientais estranhos. Escolha um estetoscópio com dois tipos de terminação: diafragma e campânula. O que mais se usará é o diafragma, pois sua margem achatada é melhor para ruídos de intensidade aguda _ respiração, intestino e bulhas cardíacas normais. A campânula tem um formato mais profundo, oco. É ideal para sons suaves e de baixa frequência, como bulhas cardíacas ou sopros. • 1 – Inspeção: através da visão, identificam-se alterações que possam sugerir patologias. • 2 – Palpação: utiliza-se o tato para identificar alterações de forma. • 3 – Percussão: faz-se uso de pequenos e leves "golpes" para, através do som, identificar alterações patológicas ou não, visto que cada estrutura tem um som próprio. • 4– Ausculta: semelhante à percussão, contudo, faz uso de aparelhos para este fim, como por exemplo o estetoscópio.
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