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REFLEXAO O HOMEM QUE CONFUNDIU SUA MULHER COM UM CHAPEU

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Nome: André Costa Carvalho	RA: B5229I-1
Disciplina: Processos Psicológicos Básicos	Profª Francine Dela Torre
Reflexão sobre "O Homem que Confundiu Sua Mulher com um Chapéu", de Oliver Sacks
	Logo de início somos apresentados a "Dr.P", um músico muito talentoso e inteligente, que dava aulas em uma faculdade da região. Antigamente fora um cantor e pintor, também de excelente notoriedade, com um dom aguçado para detalhes minuciosos e criatividade.
	Logo nessa época em que dava aulas, alguns problemas bastante inusitados começaram à surgir em sua vida: ele não reconhecia mais seus alunos se os visse, mas lembrava-se quando falavam. Dr. P reconhecia a voz ou detalhes marcantes das pessoas, mas não captava a pessoa como "um todo". Outra curiosidade era o fato de constantemente ele confundir objetos com pessoas, pensando que um hidrante era uma criança ou que um parquímetro era uma pessoa.
	Mesmo com esse crescente problema - que era visto como um gracejo ou brincadeira pelos outros e até mesmo por si próprio -, Dr. P só pensou em procurar a ajuda de um profissional quando a diabetes se manifestou, pois ela poderia afetar a sua visão. Logo, consultou um oftalmologista.
	O otalmologista logo o encaminhou à um neurologista, pois seu problema não eram nos olhos, mas nas partes visuais de seu cérebro. E foi assim que seu caso chegou ao Dr. Oliver Sacks.
	Há uma peculiariedade bastante intrigante nesse caso, pois Dr. P não possuía um mundo visual, e nem mesmo um "eu" visual. Podia falar livremente sobre coisas, mas não as via. Ele tinha uma mente formidável para reconhecer pessoas pelas suas características - seja o bigode, o tipo de cabelo, cicatrizes ou quaisquer aspectos marcantes - mas não conseguia enxergar a pessoa como um todo. Havia algo extremamente errado em como ele procedia as informações que lhe eram dadas, como se fossem imagens abstratas ou quebra-cabeças. Tais sinais ficam evidentes quando Dr. Sacks lhe entregou uma flor e uma luva: Dr. P reconhecia seu formato, suas cores, sua simetria, mas não reconhecia a flor como objeto em si. Pensou em vários utilitários para a luva, como um porta moedas, e ficou pasmo quando finalmente a calçou "Meu Deus! É uma luva!"
	Existe todo um caso de percepção extraordinário nesse caso. É de todo uma alusão à como percebemos o mundo à nossa volta, e como isso nos atinge. O ser humano "normal" percebe as coisas pelo seu olhar, é fácil dizer que um isqueiro é um isqueiro simplesmente pelo seu formato e pelos seus cilindros, sem se fazer necessário acendê-lo. Mas para Dr. P é algo totalmente diferente, como se fosse preciso o toque, o cheiro da pólvora e o barulho do rolamento para se chegar à conclusão que era um isqueiro. Isso devido à sua indiferença ou cegueira às partes visuais.
	Mas, por mais que isso fosse um problema, para Dr. P não havia nada de errado, muito pelo contrário, considerava-se na melhor época de sua vida. Oque me leva à pensar que de fato, a percepção é algo totalmente individual e subjetiva. Dr. P era uma pessoa de inteligência formidável e sentidos aguçados, mas seu problema não alterava o modo como encarava o mundo. Ainda podia dar aulas, se relacionava bem e produzia muitas de suas artes com excelência. Sua percepção se baseava em pequenos detalhes, minuciosos, em características marcantes e aspectos diferentes, mas visualmente se encontrava perdido em meio à abstrações. 
	Dr. P teve uma parte de si totalmente prejudicada, mas o próprio não reconhecia que algo fora perdido dentro de si. Suas experiências, lembranças, conhecimentos, valores e princípios se mantinham intactos, por mais que a sua percepção das coisas se encontrasse alterada e limitada ao seu mundo de idéias, ele conseguiu manter sua essência para com o mundo à sua volta.

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