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Plano de aula 3
1 – R: No caso ocorre “mutatio libelli”, pois há adição/alteração de fatos. De acordo com o artigo 384, CPP, ele deveria ter remetido ao MP para o aditamento da denúncia e posteriormente aberto prazo à defesa, para, assim proferir sentença.
O recurso da defesa deve prosperar devido a violação dos princípios da ampla defesa, devido processo legal e correlação.
 2 - R: D
Doutrina 
Mutatio libelli (art. 384 do CPP)
A princípio, se faz mister, reafirmar a necessidade de uma correlação entre a sentença e os fatos narrados na exordial acusatória, sob pena de nulidade absoluta. Dessa forma, não é possível que a sentença seja extra, ultra ou infra petita.
Conforme já dito, esse assunto vem tratado no art. 384 do CPP, que afirma no caput:
Art. 384. Encerrada a instrução probatória, se entender cabível nova definição jurídica do fato, em consequência de prova existente nos autos de elemento ou circunstância da infração penal não contida na acusação, o Ministério Público deverá aditar a denúncia ou queixa, no prazo de 05 (cinco) dias, se em virtude desta houver sido instaurado o processo em crime de ação pública, reduzindo-se a termo o aditamento, quando feito oralmente.
O primeiro ponto a ser observado é a necessidade de está encerrada a instrução probatória (até porque não seria aceito – até por ausência de lógica – a realização da mutatio libelli, quando do recebimento da denúncia, por exemplo[6]), bem como haver uma novidade (para a inicial acusatória) quanto a alguma elementar (a lei 11.719/2008 excluiu a expressão circunstância elementar) do tipo ou circunstância da infração penal (ex.: qualificadora).
Nesse caso, será necessário o Magistrado abrir vistas para o Ministério Público aditar a denúncia (ou queixa crime). “Havendo o aditamento, cada parte poderá arrolar até 3 (três) testemunhas, no prazo de 5 (cinco) dias, ficando o juiz, na sentença, adstrito aos termos do aditamento.” (Art. 384, § 4º do CPP)
Todavia, caso o aditamento seja rejeitado pelo Juiz, o processo seguirá (Art. 384, § 5º do CPP).
O que ocorreria caso o parquet se recusa-se a realizar o aditamento? Nos termos do parágrafo primeiro do art. 384, seria utilizada a regra do art. 28também do CPP, que afirma: “Se o órgão do Ministério Público, ao invés de apresentar a denúncia, requerer o arquivamento do inquérito policial ou de quaisquer peças de informação, o juiz, no caso de considerar improcedentes as razões invocadas, fará remessa do inquérito ou peças de informação ao procurador-geral, e este oferecerá a denúncia, designará outro órgão do Ministério Público para oferecê-la, ou insistirá no pedido de arquivamento, ao qual só então estará o juiz obrigado a atender.” Perceba nobre leitor, que deve-se interpretar mutatis mutandi, pois literalmente, o dispositivo está se referindo à denúncia.
Antes, todavia, de receber o aditamento, deve o Juiz abrir vistas para a defesa se manifestar sobre o mesmo, concretizando dessa forma, o princípio do contraditório e da ampla defesa. Após, Magistrado decidirá se recebe ou não o aditamento. Rejeitando, tal deliberação será passível de Recurso em Sentido Estrito por parte do Ministério Público. Acolhendo o pleito, poderá ser impetrado a ação de habeas corpus, pois, em tese, poderá ter havido constrangimento ilegal.
Ademais, quando o dispositivo exige que se trate de ação pública, o faz pelo simples fato de que na ação penal privada não vige o princípio da obrigatoriedade (como ocorre nos casos de ação penal pública), mas o da oportunidade. Sendo assim, e desde que não tenha transcorrido o prazo decadencial de 06 (seis) meses, o particular poderia, porém sem qualquer iniciativa do órgão julgador, realizar a mutatio libelli. O professor Fernando Capez faz importante observação a respeito: “É bom lembrar que o procedimento do art. 384 do Código de Processo Penal somente se aplica na hipótese de ação penal pública e ação penal subsidiária da pública, sendo inadmissível o juiz determinar abertura de vista para o Ministério Público aditar a queixa e ampliar a imputação, na ação penal exclusivamente privada [...]”[1]
Por fim, nos termos da súmula 453 do STF: “Não se aplicam à segunda instância o art. 384 e parágrafo único do Código de Processo Penal, que possibilitam das nova definição jurídica ao fato delituoso, em virtude de circunstância elementar não contida explícita ou implicitamente na denúncia ou queixa”. Note que a súmula se refere a parágrafo único, isso porque a mesma foi lançada antes do advento da lei 11.719/2008 que alterou, consideravelmente, o instituto sob comento. Todavia, é imperioso concluir que a mesma, em sua essência, continua tendo plena aplicabilidade, pois em sede recursal não se admite mutatio libelli.
[1] CAPEZ, Fernando. Curso de Processo Penal. 21ª ed. São Paulo: Saraiva, 2014.
Jurisprudência 
HC N. 92.464-RJ
REL. P/ O ACÓRDÃO: MIN. MARCO AURÉLIO
PROCESSO PENAL – BALIZAS – ARTIGO 384 DO CÓDIGO DE PROCESSO PENAL – SEGUNDA INSTÂNCIA – OBSERVAÇÃO – IMPROPRIEDADE. Descabe, em grau de revisão, acionar o disposto no artigo 384 do Código de Processo Penal – Verbete nº 453 da Súmula do Supremo: “Não se aplicam à segunda instância o art. 384 e parágrafo único do Código de Processo Penal, que possibilitam dar nova definição jurídica ao fato delituoso, em virtude de circunstância elementar não contida, explícita ou implicitamente, na denúncia ou queixa”.
RECURSO – REFORMA PREJUDICIAL AO RECORRENTE. Implica reforma prejudicial, considerado recurso da defesa, a anulação da sentença para abrir-se oportunidade ao Estado-acusador de aditar a denúncia, presente o artigo 384 do Código de Processo Penal.
Info/STF nº 498
Jurisprudência em Revista Ano I – nº 007
Pesquisa de Jurisprudência
Súmulas
Súmula 453
Não se aplicam à segunda instância o art. 384 e parágrafo único do Código de Processo Penal, que possibilitam dar nova definição jurídica ao fato delituoso, em virtude de circunstância elementar não contida, explícita ou implicitamente, na denúncia ou queixa.
Data de Aprovação
Sessão Plenária de 01/10/1964
Fonte de Publicação
DJ de 08/10/1964, p. 3646; DJ de 09/10/1964, p. 3666; DJ de 12/10/1964, p. 3698. 
Referência Legislativa
Código de Processo Penal de 1941, art. 383; art. 384, parágrafo único; e art. 617.
Precedentes
RE 55932 Publicação: DJ de 23/07/1964
 HC 40114 Publicação: DJ de 21/05/1964
 HC 40359 Publicação: DJ de 21/05/1964

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