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Anais GSP Volume 5 Artigo 1 implantação digital

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Avaliação de Implantação do 
Prontuário Eletrônico do Paciente na 
Rede Pública Municipal de Saúde
Aluna: Cristina Bona1
Orientadora: Alessandra de Linhares Jacobsen2
Tutora: Maria Luciana Biondo Silva3
Resumo
Este estudo avalia a implantação do prontuário 
eletrônico do paciente na Secretaria Municipal 
de Saúde de Florianópolis, baseado no volu-
me de produção. Foram analisadas quatro ca-
tegorias, “Pessoas Atendidas” com acréscimo 
de 91,46% após a informatização, “Consulta 
Médica” com aumento de 68,16%, “Consulta 
de Odontologia”, com acréscimo de 22,96%, e 
“Atendimentos de enfermagem” que apresen-
taram um tímido acréscimo de 8,90%. Confor-
me os resultados, a produção total aumentou 
significativamente após a informatização, com 
acréscimo de 68,25%. Ressalta-se que não 
houve um aumento efetivo de atendimentos e 
sim a captura correta dos dados. Essa diferen-
ça reflete diretamente no valor, dinheiro, repas-
sado pelo Ministério da Saúde.
Palavras-chave: Prontuário Eletrônico. Pro-
cedimentos. Gestão e Saúde.
Abstract
This study evaluates the implementation of 
the electronic patient record in the City De-
partment of Health Florianopolis, based on 
production volume. We analyzed four pro-
cedures, “People Attended” with an increase 
of 91.46% after computerization, “Medical 
Consultation” with an increase of 68.16%, 
which are very significant percentage, “Den-
tistry Consultation”, an increase of 22.96 % 
and “Attendances nursing” that presented a 
timid increase of 8.90%. According to the 
results, total production increased signifi-
cantly after computerization, an increase of 
68.25%. It is noteworthy that there was an 
actual increase of attendances but the cor-
rect capture of data. This difference directly 
reflects the amount in cash transferred by the 
Ministry of Health.
Key words: Electronic medical records. Pro-
cedures. Management and Health.
1 Mestre em Engenharia de Produção pela Universidade Federal de Santa Catarina (2003). 
E-mail: crisbona@globomail.com.
2 Doutor em Engenharia de Produção pela Universidade Federal de Santa Catarina (2004). 
E-mail: oajac@newsite.com.br.
3 Graduada em Administração pela Universidade do Vale do Itajaí (2000). Especialista (Lato 
Sensu) em Gestão de Pessoas nas Organizações pela Universidade Federal de Santa Catarina 
(2011). E-mail: tutor83@cursoscad.ufsc.br.
14 Coleção Gestão da Saúde Pública – Volume 5
Avaliação de Implantação do Prontuário Eletrônico do Paciente na Rede Pública Municipal de Saúde
1 Introdução
Na era digital, é raro encontrar organizações que não queiram extrair e 
analisar informações sobre seus negócios. Neste trabalho, a organização con-
siderada é a saúde pública e as informações são sobre usuários desse serviço, 
diagnósticos em saúde, distribuição de medicamentos e, até, sobre eventos 
sazonais que podem desestabilizar atendimentos nos diversos estabelecimentos 
de saúde. De acordo com Dias, Freitas e Briz (2007), na tentativa de capturar 
uma dimensão maior das diferentes realidades de saúde do paciente, tanto na 
individualidade quanto na coletividade, podem-se coletar diferentes indicadores 
de saúde. Estes indicadores foram criados para facilitar a quantificação e a 
avaliação das informações (OPAS/OMS, 2002). De forma geral, eles apon-
tam as características e as dimensões do estado de saúde do paciente, bem 
como, mostram o funcionamento do sistema de saúde. Quanto a esses dois 
critérios, vistos em conjunto, nota-se que revelam a real situação sanitária da 
população; e, além disso, devem servir para a prevenção das condições de 
saúde dos usuários do sistema. (OPAS/OMS, 2002)
Em 2002, aconteceu, em Florianópolis, uma mudança significativa na 
estratégia de atendimento das Unidades de Saúde. O município desenvolveu 
e implantou um sistema próprio de Prontuário Eletrônico do Paciente (PEP), 
na expectativa de facilitar o acesso à informação e qualificar o registro de 
produção (SMS/SC, 2009). São desafios constantes dos gestores da área 
pública municipal estruturar e obter informações confiáveis, oportunas e 
personalizadas para apoiar as decisões administrativas (LEITE; REZENDE, 
2010) e, assim, avaliar os serviços e programas de saúde. Além disso, o gestor 
precisa elaborar e controlar o planejamento estratégico de acordo com os 
anseios da população. Um trabalho de avalição da implantação de prontuário 
eletrônico bem construído, alinhado com as diretrizes da saúde pública pode 
ser relevante, pois o resultado pode direcionar o Ministério da Saúde para a 
criação de estratégias de aceitação e melhoria no processo de implantação 
de um sistema informatizado, ou seja, para atuar de forma preventiva na 
identificação dos problemas encontrados, minimizando a rejeição que outros 
projetos enfrentaram.
Face ao exposto, verifica-se a relevância que a avaliação da implantação 
do prontuário eletrônico do paciente pode trazer ao SUS, identificando o que 
define valor de sucesso na implantação. Deste modo, é definida a seguinte 
pergunta de pesquisa: De que forma a implantação do prontuário eletrônico 
Coleção Gestão da Saúde Pública – Volume 5 15
Cristina Bona # Alessandra de Linhares Jacobsen # Maria Luciana Biondo Silva 
do paciente na rede pública de saúde subsidia a plataforma municipal de 
informações no âmbito da atenção primária?
Essa pergunta de pesquisa serve de orientação para a condução deste 
trabalho e será avaliada até a sua conclusão. Para que a resposta seja alcan-
çada, os seguintes objetivos específicos se fazem necessários:
a) Identificar um conjunto básico de informações referentes ao prontu-
ário do paciente, a partir das necessidades dos programas e serviços 
da atenção básica;
b) Identificar quais procedimentos concernentes à atenção básica po-
dem ser avaliados quantitativamente antes e após a implantação do 
prontuário eletrônico;
c) Descrever quais informações dos procedimentos médicos, odonto-
lógicos e da equipe de enfermagem serão avaliadas; e
d) Avaliar, comparativamente, os usos do prontuário em papel e do 
prontuário eletrônico no que se refere à produção da unidade.
Com o avanço tecnológico, a administração pública municipal precisa 
aproveitar o valor que a informação, em forma de dado, armazenada em 
repositório proporciona (MARIN; MASSAD; AZEVEDO NETO, 2003). Neste 
sentido, é fundamental que o gestor público municipal disponha de informa-
ções gerenciais e estratégicas adequadas, precisas e em tempo ágil. (LEITE; 
REZENDE, 2010)
2 Exposição do Tema
A saúde constitui um direito social básico para as condições de cidadania 
da população brasileira. Um país pode ser denominado desenvolvido se a sua 
população for saudável (BRASIL, 2010). A atenção à saúde envolve todo o 
conjunto de ações a serem realizadas pelo Sistema Único de Saúde (SUS), nos 
três níveis de governo (Municipal, Estadual e Federal), para o atendimento das 
demandas pessoais e das exigências ambientais (NOB-SUS, 1997). Estas ações 
compreendem três grandes campos, quais sejam: a) assistência, em que as 
atividades são dirigidas às pessoas, e que é prestada nos âmbitos ambulatorial, 
hospitalar e especialmente domiciliar; b) intervenções ambientais, incluindo 
as relações e as condições sanitárias nos ambientes de vida e de trabalho; e c) 
políticas externas ao setor saúde, que interferem nos determinantes sociais do 
processo saúde-doença das coletividades, de que são partes importantes as 
16 Coleção Gestão da Saúde Pública – Volume 5
Avaliação de Implantação do Prontuário Eletrônico do Paciente na Rede Pública Municipal de Saúde
questões relativas às políticas macroeconômicas, ao emprego, à habitação, à 
educação, ao lazer e à disponibilidade e qualidade dos alimentos (NOB-SUS, 
1997). De acordo com Mascarenhas et al. (2005), na realidade apresentada, 
as organizações públicas municipais, detentoras dos recursos,são forçadas a 
reorientar suas atividades, de forma que o foco seja o cidadão. Objetivando 
eficiência, qualidade na prestação de serviços públicos e o desenvolvimento 
de uma cultura gerencial, as organizações públicas migram do modelo de 
gestão burocrática para um modelo de gestão pública gerencial.
Na tentativa de disponibilizar dados aos gestores para dar suporte a 
estas ações, o Ministério da Saúde realizou, em 1999, a implantação do 
Cartão Nacional de Saúde (CNS) (CUNHA, 2002). O projeto do CNS reuniu 
características típicas das iniciativas de abrangência nacional e/ou interna-
cional, tendo como foco a identificação do cidadão do SUS em um sistema 
de informação; e utilizou a informática e as telecomunicações para integrar 
informações e construir a base de dados de atendimento em saúde (CUNHA, 
2002). Destacam-se os seguintes aspectos do projeto: a) ser um projeto de 
longo prazo com vários anos para sua completa implantação; b) ter requisitos 
e objetivos em constante mudança; c) abranger componentes de O&M, para 
articular funções automatizadas e tarefas complementares não automatizadas; e 
d) contemplar tecnologias com diversos níveis, de ponta ou obsoletas, durante 
seu longo prazo de implantação e evolução. (SGI/MS, 2000)
Com os dados captados pelo sistema CNS, seria possível gerar uma 
série de informações e indicadores com o objetivo de qualificar os serviços de 
saúde, o que permitiria responder a algumas perguntas (BRASIL, 2012), tais 
como: quem foi atendido, quem atendeu o usuário, onde o usuário foi aten-
dido, quando o usuário foi atendido, qual o problema de saúde identificado, 
qual procedimento realizado, qual medicamento foi prescrito e qual foi entre-
gue, quais usuários foram encaminhados e quais exames foram solicitados? 
Entretanto, essas perguntas ou não foram respondidas ou a informação não 
chegava ao gestor para a tomada de decisão. (CONASS, 2009)
Posteriormente, o Ministério continuou registrando somente dados de 
cadastro do usuário, ou seja, o registro e distribuição do número do CNS. 
Nessa nova tentativa, o Ministério da Saúde já investiu no projeto do Cartão 
R$ 419 milhões e reúne 93,1 milhões de registros de usuários (SALOMON; 
GUIMARÃES, 2009). Contudo, novamente os profissionais e usuários da saú-
de ficaram sem um registro eletrônico das informações e o gestor continuou 
Coleção Gestão da Saúde Pública – Volume 5 17
Cristina Bona # Alessandra de Linhares Jacobsen # Maria Luciana Biondo Silva 
sem suporte adequado para formar opiniões embasadas e tomar decisões 
fundamentadas.
A avaliação em saúde, como componente de gestão, tem atualmente 
um reconhecimento que pode ser identificado nas diversas iniciativas volta-
das para sua implementação nas diferentes dimensões do SUS. O objetivo 
principal da avalição é dar suporte aos processos decisórios no âmbito do 
sistema de saúde. Além disso, deve auxiliar na identificação de problemas e 
na reestruturação de ações e serviços oferecidos; e deve avaliar a inclusão de 
novas práticas sanitárias e o impacto das ações implementadas pelos serviços 
e programas. (BRASIL, 2005)
Para a compreensão do processo de avaliação, alguns pressupostos foram 
construídos em oficinas de trabalho realizadas pela Comissão de Avaliação da 
Atenção Básica, que expressam a posição institucional sobre a avaliação da 
atenção básica (BRASIL, 2003). Algumas formulações sistematizam o consenso 
desta comissão, como: a) a avaliação em saúde é um processo crítico-reflexivo 
referente a práticas e processos dos serviços de saúde, sendo contínua e sis-
temática e não exclusivamente de natureza técnica, constituindo-se como um 
processo de negociação e pactuação entre os envolvidos; b) o processo de 
avaliação é mediado por relações de poder e não deve ser ignorado por quem 
tem a responsabilidade de conduzi-lo, sendo importante definir mecanismos 
que assegurem a participação democrática dos envolvidos; c) a avaliação é 
uma atividade importante da gestão, e não deve simplesmente ser atribuição 
de avaliadores externos, mas fazer parte das atividades dos gestores e das 
equipes de saúde; d) o objeto da avaliação é um objeto em movimento, prin-
cipalmente a avalição da atenção básica, onde as três esferas do governo são 
corresponsáveis e o seu caráter deve ser formativo, pedagógico e reorientador; 
e e) ao definir o objeto de avalição, deve-se ter o cuidado para que o processo 
avaliativo expresse toda a riqueza das diversidades regionais e os valores que 
vêm sendo incorporados ao SUS.
A avaliação deve responder se a atenção básica cumpre, durante a exe-
cução, a sua função, analisando os obstáculos e que medidas são necessárias 
para sanar os problemas identificados. De acordo com Brasil (2010), diretrizes, 
medidas e ações prioritárias estão estruturadas em oito eixos que permitem 
articular a dimensão econômica e a dimensão social da saúde. Destaca-se, 
neste trabalho, o eixo da qualificação da gestão, em que são identificadas 
dificuldades para a consolidação e qualificação da descentralização no campo 
da gestão pública em saúde. Dentre os diversos fatores, está a fragmentação 
18 Coleção Gestão da Saúde Pública – Volume 5
Avaliação de Implantação do Prontuário Eletrônico do Paciente na Rede Pública Municipal de Saúde
dos sistemas de informação em saúde (BRASIL, 2010). Uma das medidas 
deste eixo é
[...] desenvolver sistema integrado de planejamento, informação, 
monitoramento, controle e avaliação das ações de saúde com foco 
no repasse dos recursos federais, viabilizando o estabelecimento 
de mecanismos de valorização por desempenho a partir de metas 
pactuadas. (BRASIL, 2010, p. 96)
Outra medida é “adotar, em âmbito nacional, o CNS com o Registro 
Eletrônico de Saúde (RES) para a atenção integral, visando maior efetividade 
no atendimento do SUS” (BRASIL, 2010, p. 96). Ressalta-se que a qualidade 
de um indicador depende da qualidade dos sistemas de informação (registro, 
coleta, armazenamento e regras de negócio) e das características que serão 
utilizadas na construção deste indicador (quantidade de casos e tamanho da 
população em risco) (OPAS/OMS, 2002). Além disso, o grau de excelência de 
um indicador deve ser determinado por sua validade, ou seja, capacidade de 
medir o que se deseja; e confiabilidade, capacidade de reproduzir os mesmos 
resultados quando aplicado em condições semelhantes. (OPAS/OMS, 2002)
Sugai (2010) afirma que a relação dos sistemas de informação com o 
desenvolvimento de tecnologias a serviço da saúde está no aprimoramento 
de processos que fortalecem o uso da informação na base da prestação de 
serviços; e destaca a importância dos sistemas estarem alinhados com o 
plano estratégico institucional do Ministério da Saúde, Mais Saúde: direito 
de todos (BRASIL, 2010) e serem aderentes às suas áreas de atuação, quais 
sejam: atenção à saúde, vigilância, gestão e financiamento da saúde, controle 
social, profissionais de saúde, disseminação de informação, ensino, pesquisa 
e desenvolvimento. Além disso, devem contemplar os envolvidos, que são: 
cidadãos, profissionais, município, estado, governo federal e saúde suplementar.
E ainda, Sugai (2010) destaca que somente é possível gerenciar a produ-
tividade e a efetividade dos serviços de saúde com a utilização do prontuário 
eletrônico. O novo modelo proposto pelo CNS, com o registro eletrônico em 
saúde, deve integrar os estabelecimentos de saúde em teias e possuir elemen-
tos de integração entre os demais sistemas de informação. Porém, a lógica 
do Cadastro Nacional de Estabelecimentos em Saúde (CNES) está voltada 
para o faturamento e não para a qualificação do profissional e dos dados de 
saúde (SUGAI, 2010). De acordo com Silva (2010), o Ministério da Saúde 
disponibiliza níveis de agregação das informações que podem estar na forma 
Coleção Gestão da Saúde Pública – Volume 5 19
Cristina Bona# Alessandra de Linhares Jacobsen # Maria Luciana Biondo Silva 
de microdados, dados agregados, indicadores e sumários. O sumário é utilizado 
para visualizar o resumo da situação de saúde em um determinado espaço ge-
ográfico; os microdados são arquivos dissemináveis que permitem a realização 
de downloads, consultas on-line e também fornecem dados anônimos (sem 
identificação do indivíduo); os dados agregados permitem consultas em base 
de dados on-line; e dados anônimos, podem ser utilizados com os aplicativos 
TabNet e TabWin (aplicativos disponíveis em: <http://www2.datasus.gov.br/
DATASUS/index.php?area=040804> e em: <http://www2.datasus.gov.br/
DATASUS/index.php?area=040805>, respectivamente) ou qualquer software 
que leia arquivos nos formatos DBF (Data Base Files) e CSV (arquivos-textos 
separados por vírgulas – Comma Separated Values).
Com a divulgação dos dados de sistemas nacionais na Internet (TabNet) 
é possível obter informações sobre estabelecimentos de saúde, profissionais, 
saúde suplementar e diversos indicadores, como agravos de notificação, mor-
talidade hospitalar, atenção básica (PACS, PSF), atendimentos ambulatoriais, 
imunizações, internações hospitalares, nascimentos e óbitos (SILVA, 2010). 
Destaca-se que a construção destes indicadores pode variar desde a simples 
quantificação de incidência de uma determinada doença até o cálculo de 
proporções, razões, taxas ou índices mais sofisticados, como a esperança de 
vida ao nascer. (OPAS/OMS, 2002)
Outra frente de trabalho na tentativa de disponibilizar informações aos 
gestores é da Prefeitura Municipal de São Paulo, através do SIGA Saúde, que 
é um sistema integrado de gestão e assistência à saúde pública (VALENTE; 
AHAGON, 2003). As áreas de interesse em que o sistema SIGA Saúde é 
utilizado são estabelecimentos de saúde, profissionais, usuários do SUS, 
procedimentos, equipes de saúde, vacinação, vagas, agendamentos, fila de 
espera, atendimentos e regulação. Porém, vários recursos ainda estão em 
desenvolvimento, como aqueles relacionados à atualização automática das 
tabelas do ministério, à notificação compulsória, à saúde bucal, ao prontuário 
da criança e à saúde mental. (SMS/SP, 2011)
Conceitualmente, de acordo com Pinto (2006), o prontuário do paciente 
é um documento que contém registradas todas as informações referentes a 
um paciente, sejam elas de caráter identificatório, socioeconômicas, de saúde 
(evolução histórica, resultados de exames, radiografias, medicamentos receitados 
e diagnóstico de especialistas.) ou administrativas. Em suma, trata-se de um 
resumo do histórico clínico do paciente, sendo indispensável na comunicação 
entre as equipes de saúde e este paciente.
20 Coleção Gestão da Saúde Pública – Volume 5
Avaliação de Implantação do Prontuário Eletrônico do Paciente na Rede Pública Municipal de Saúde
A diferença do prontuário em papel para o prontuário eletrônico é que 
as informações de saúde ao longo da vida do paciente estão armazenadas em 
um repositório de dados, e vários benefícios podem ser obtidos a partir desta 
forma de armazenamento, como: o rápido acesso às informações de saúde do 
paciente; acesso ao conhecimento com melhoria no processo de tomada de 
decisão; melhoria de efetividade do cuidado, o que contribuiria para a obtenção 
de melhores resultados dos tratamentos; e possível redução de custos, com 
a regulamentação de alguns procedimentos (MARIN; MASSAD; AZEVEDO 
NETO, 2003). Das vantagens do prontuário em formato eletrônico pode-se 
destacar o acesso remoto e simultâneo, ou seja, este pode ser visualizado por 
vários profissionais em qualquer lugar do mundo; possui legibilidade, clareza 
de leitura na tela e na impressão; segurança dos dados, sistema projetado com 
recurso de backup (cópia de segurança) e planos de desastres; confidencialida-
de dos dados do paciente, níveis de permissão diferenciados por profissional 
e monitoramento de acesso; flexibilidade de visualização, apresentação dos 
dados em ordem cronológica crescente ou não; integração com outros siste-
mas e bases de conhecimento; captura automática de dados como imagens 
e resultado de exames, evitando erro de transcrição; checagem contínua de 
erro de dados, emitindo alertas ao profissional; assistência à pesquisa, as 
informações estruturadas facilitam o estudo epidemiológico e as em texto 
livre podem ser estudadas através de palavras-chave; saída dos dados em 
formatos diferentes: voz, imagem, gráfico, impresso e e-mail. (SITTIG, 1999 
apud MARIN; MASSAD; AZEVEDO NETO, 2003)
3 Metodologia
Para a execução desta pesquisa foi utilizada, do ponto de vista dos seus 
objetivos, a metodologia descritiva. Esta envolveu o levantamento bibliográfico, 
entrevistas com pessoas e levantamento de dados para quantificar a realidade 
antes e após a implantação. Descritiva porque visou descrever as características 
de determinados processos e registros de informações estabelecendo a relação 
entre elas; os fatos foram observados, registrados, analisados, classificados e 
interpretados sem que o pesquisador interferisse neles. E envolveu também o 
uso de técnicas padronizadas de coleta de dados: questionário e observação 
sistemática (GIL, 1991). Foram entrevistados dezessete profissionais no total, 
sendo quatro diretores dos distritos, doze coordenadores das unidades de 
saúde e um profissional da sede da SMS. As entrevistas aconteceram após 
a informatização, no período de 2011 a 2012, e durante sua realização não 
Coleção Gestão da Saúde Pública – Volume 5 21
Cristina Bona # Alessandra de Linhares Jacobsen # Maria Luciana Biondo Silva 
foi utilizado um questionário estruturado, mas somente um questionamento 
genérico sobre quais informações eram relevantes para identificar a produção 
da unidade de saúde, baseado nas diversas informações codificadas da Tabela 
de Procedimentos, Medicamentos, Órteses, Próteses e Materiais Especiais do 
SUS.
Do ponto de vista técnico, trata-se de um estudo de caso, pois envolveu 
um estudo exaustivo de poucos objetos, de maneira que permitiu o seu amplo 
e detalhado conhecimento. O estudo de caso ocorreu em 4 (quatro) unidades 
de saúde que tinham em sua estrutura, no mínimo, um médico, um odontólogo 
e dois profissionais de enfermagem (um enfermeiro e um técnico de enfer-
magem). Além disso, outro critério para a avaliação foi que a implantação do 
PEP tivesse ocorrido até o início do segundo semestre de 2011, pois o período 
para análise dos dados considerou seis meses antes da implantação, em 2010, 
e seis meses após a implantação, em 2011, no período de julho a dezembro.
Para a coleta de dados antes da implantação, foram utilizados os dados 
preenchidos pelos profissionais nas unidades de saúde através dos formulários 
pré-impressos denominados Relatório de Atendimento Ambulatorial Individual 
(RAAI) e Relatório de Atendimento Ambulatorial Coletivo (RAAC). Esses for-
mulários, posteriormente, são digitados em um sistema centralizador na sede 
da Secretaria Municipal de Florianópolis (SMS), denominado RAAI/RAAC. 
Após a implantação do PEP, a coleta de dados começou a ser feita a partir do 
sistema informatizado, que utiliza a mesma estrutura de codificação do RAAI/
RAAC manual. Esses dados coletados no prontuário eletrônico, posteriormente, 
são transferidos via arquivo para o referido sistema centralizador manual.
4 Apresentação e Análise dos Resultados
O sistema de prontuário eletrônico do paciente da Secretaria Municipal 
de Saúde (SMS) de Florianópolis agrega o registro de várias informações de 
saúde do usuário, como a evolução, medicamentos prescritos, encaminha-
mentos, solicitação e resultado de exames, notificações, ficha odontológica, 
acompanhamento pré-natal, ficha do idoso, ficha fonoaudiológica e vacinas. 
Além disso, finaliza o atendimento do usuário com o registro do tipo de pro-
cedimento realizado pelo profissional, utilizandoa Tabela de Procedimentos, 
Medicamentos, Órteses, Próteses e Materiais Especiais do SUS (BRASIL, 2007). 
Essas informações auxiliam o gestor no conhecimento da saúde da população 
e na transferência de dados da produção do município para o Ministério da 
22 Coleção Gestão da Saúde Pública – Volume 5
Avaliação de Implantação do Prontuário Eletrônico do Paciente na Rede Pública Municipal de Saúde
Saúde. A base deste trabalho utiliza essas informações codificadas para a 
avaliação antes e após a implantação do PEP.
O sistema de Florianópolis foi apresentado para diversas Secretarias 
Municipais de Saúde do Brasil e, também, para o Departamento de Atenção 
Básica (DAB); e passou a ser utilizado como um sistema de referência nacional 
para implantação de um prontuário eletrônico. Um importante questionamento 
feito pelas secretarias e Ministério é sobre como acontece o processo de implan-
tação integrado na rede municipal. Para um melhor entendimento de como 
essa rede funciona, integrada com o prontuário eletrônico, apresenta-se, na 
Figura 1, o fluxo de informações entre as 51 unidades básicas, 4 policlínicas, 2 
unidades de pronto atendimento (UPA) e os 4 centros de atenção psicossocial 
(CAPS). Em cada unidade, representada na figura, existe um banco de dados 
(servidor local) com informações específicas daquela unidade e informações 
dos prontuários eletrônicos de todos os pacientes da rede municipal. Essas 
informações são sincronizadas com um banco de dados central (servidor de 
integração) que concentra e redistribui os dados entre as unidades.
Figura 1: Estrutura de comunicação das unidades com PEP 
Fonte: Elaborada pela autora deste artigo
Coleção Gestão da Saúde Pública – Volume 5 23
Cristina Bona # Alessandra de Linhares Jacobsen # Maria Luciana Biondo Silva 
Juntamente com os quatro diretores dos distritos, doze coordenadores 
das unidades de saúde e um profissional da sede da SMS, foram identificados 
os procedimentos relevantes, concernentes à atenção básica, para análise 
antes e após a implantação, como seguem:
a) Pessoas atendidas;
b) Consulta médica em atenção básica (somente médicos);
c) Consulta de odontologia e procedimentos de restauração (somente 
odontólogos);
d) Atendimento de enfermagem (enfermeiros e técnicos de enfermagem).
Para o registro de qualquer tipo de procedimento em uma unidade de 
saúde, é considerada a complexidade da unidade (atenção básica, média 
complexidade e alta complexidade) e a modalidade do procedimento (am-
bulatorial, assistência domiciliar e atenção domiciliar). Essas considerações 
são necessárias para que os dados enviados ao Ministério da Saúde sejam 
válidos e não glosem na transmissão das informações. A padronização destas 
regras auxilia na qualificação dos dados e auxilia o gestor na análise quanti-
tativa de produção e atendimento da população de uma determinada área 
de abrangência.
Para a inclusão de um procedimento de “consulta médica na aten-
ção básica”, é necessário que o profissional tenha um Código Brasileiro de 
Ocupação (CBO) cadastrado no Cadastro Nacional de Estabelecimentos de 
Saúde (CNES) e que permita a utilização deste procedimento. Além disso, 
são considerados a idade e o sexo do paciente. A regra é a mesma para os 
demais procedimentos, tanto para consulta de odontologia e procedimentos 
de restauração quanto para atendimento de enfermagem. São considerados 
“atendimento” (médico, odontológico e de enfermagem) todos aqueles, agen-
dados ou não, que o profissional realizou no paciente, independentemente 
da avaliação diagnóstica ou da conduta.
O estudo de caso foi realizado em 4 (quatro) unidades de saúde, per-
tencentes a distritos sanitários distintos. O distrito sanitário corresponde a uma 
região de Florianópolis que comporta um grupo de unidades de saúde distri-
buídas geograficamente naquela região. As unidades de saúde selecionadas 
foram denominadas com codinomes para preservar a sua identidade, uma 
vez que esta pesquisa vai trabalhar com dados comparativos. As unidades 
foram denominadas, como seguem:
a) UNIDADE A, informatizada em janeiro de 2011;
24 Coleção Gestão da Saúde Pública – Volume 5
Avaliação de Implantação do Prontuário Eletrônico do Paciente na Rede Pública Municipal de Saúde
b) UNIDADE B, informatizada em abril de 2011;
c) UNIDADE C, informatizada em julho de 2011;
d) UNIDADE D, informatizada em abril de 2011.
Além do critério de estrutura mínima de profissionais (um médico, um 
odontólogo e dois de enfermagem), também foi considerado que o quantitativo 
de profissionais da mesma especialidade fosse o mesmo para o período em 
análise, no caso, julho a dezembro. Para a análise dos dados antes da implan-
tação foi considerada a média de produção do período de julho a dezembro 
de 2010; e para a análise dos dados após a implantação foi considerada a 
média de produção do período de julho a dezembro de 2011. Pode-se ob-
servar que todas as unidades foram informatizadas com o PEP no primeiro 
semestre de 2011. Desta forma, foi respeitado o critério de sazonalidade. Na 
Tabela 1, são apresentados os dados detalhados da Unidade A, mês a mês, 
referentes aos períodos antes e após a informatização. Desta forma, pode-se 
visualizar a diferença entre os registros das informações, tal como a “Consulta 
Médica”, que teve um aumento médio de 288 consultas mensais, e o registro 
de “Pessoas Atendidas”, que teve um acréscimo médio de 1.871 pessoas 
atendidas na unidade. Esses acréscimos estão representados, também, em 
gráfico, na Figura 2.
Entretanto, no item “Consulta de Odontologia”, não houve uma dife-
rença significativa, tanto que no mês de julho/2010, antes da informatização, 
a produção foi maior que no mesmo período após a informatização. Pode-se 
considerar que o volume de pacientes é menor, o que facilita a captura da 
informação. Uma das justificativas para o acréscimo significativo de aten-
dimentos com a informatização é que todos os pacientes, para receberem 
qualquer atendimento na unidade de saúde, devem ser cadastrados no 
sistema, mesmo sendo um paciente que não pertença àquela unidade e que 
tenha ido somente retirar um medicamento. Ressalta-se que não houve um 
aumento efetivo de atendimentos, mas sim a captura correta do registro dos 
procedimentos realizados na unidade.
Tabela 1: Produção antes da informatização - jul/2010 e após informatização - jul/2011
UNIDADE A jul/10 jul/11 ago/10 ago/11 set/10 set/11 out/10 out/11 nov/10 nov/11 dez/10 dez/11
Pessoas 
Atendidas 1.639 2.925 1.897 3.612 1.529 3.630 1.512 3.627 1.429 3.604 903 2.739
Consulta 
Médica 215 615 283 310 287 594 178 497 250 582 96 437
Consulta 
Odontológica 36 25 6 19 11 25 25 24 29 27 10 29
Atendimento de 
enfermagem 314 521 434 624 362 505 189 542 299 480 184 375
Fonte: Dados primários (2012)
Coleção Gestão da Saúde Pública – Volume 5 25
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Figura 2: Variação mensal da produção da unidade antes e depois da informatização 
Fonte: Dados primários (2012)
Pode-se observar que, na Tabela 2, a média de atendimento do ano 
de 2011, após a informatização, nos itens “Pessoas Atendidas” e “Consulta 
Médica”, foi superior nas quatro unidades analisadas, com acréscimo de 
91,46% e 68,16% respectivamente. No entanto, “Consulta de Odontologia” 
na Unidade C, após a informatização, foi inferior ao registro realizado manu-
almente, e mesmo assim teve um acréscimo médio, nas unidades, de 22,96%. 
Na tentativa de identificar se alguma anormalidade tinha ocorrido no período 
de julho a dezembro de 2011, foi feito um levantamento in loco e identificado 
um registro indevido ou registro não efetuado pelo profissional. Todavia, os 
“Atendimentos de enfermagem” apresentam em duas unidades aumento na 
produção após a informatização e diminuição na produção nas outras duas, 
não sendoidentificado nenhum motivo específico para essa oscilação, man-
tendo um acréscimo apenas de 8,90%.
Tabela 2: Diferença na produção das unidades informatizadas
Unidade Média 2010 Média 2011 diferença na 
prodUção
Unidade A Média 2010 Média 2011 Diferença na produção
Pessoas Atendidas 1.485 3.356 1.871
Consulta Médica 218 506 288
Consulta 
Odontológica
20 25 5
Atendimento de 
enfermagem
297 508 211
Fonte: Dados primários (2012)
26 Coleção Gestão da Saúde Pública – Volume 5
Avaliação de Implantação do Prontuário Eletrônico do Paciente na Rede Pública Municipal de Saúde
Unidade Média 2010 Média 2011 diferença na 
prodUção
Unidade B Média 2010 Média 2011 Diferença na produção
Pessoas Atendidas 477 853 377
Consulta Médica 96 189 93
Consulta 
Odontológica
11 14 3
Atendimento de 
enfermagem
126 120 -6
Unidade C Média 2010 Média 2011 Diferença na produção
Pessoas Atendidas 1.027 1935 908
Consulta Médica 231 306 75
Consulta 
Odontológica
40 1 -34
Atendimento de 
enfermagem
285 165 -120
Unidade D Média 2010 Média 2011 Diferença na produção
Pessoas Atendidas 851 1466 615
Consulta Médica 259 289 30
Consulta 
Odontológica
16 38 21
Atendimento de 
enfermagem
101 113 12
Fonte: Dados primários (2012)
A qualidade no registro correto das informações auxilia os gestores na 
tomada de decisão e os coordenadores na organização da unidade. A Figura 
3 mostra a diferença de captação total nas unidades avaliadas após a infor-
matização no ano de 2011. Percebe-se que a Unidade A teve um aumento 
significativo de 111% na produção, a Unidade B teve uma aumento de 62%, 
a Unidade C foi a que teve o menor percentual de acréscimo na produção, 
49%, mas ainda assim um aumento expressivo, e por fim a Unidade D, que 
teve um aumento de 51% na produção.
Essa diferença reflete diretamente no valor, em dinheiro, repassado pelo 
Ministério da Saúde para a Secretaria Municipal de Saúde de Florianópolis.
Coleção Gestão da Saúde Pública – Volume 5 27
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Figura 3: Produção das unidades antes e depois da informatização 
Fonte: Dados primários (2012)
Com a implantação do prontuário eletrônico, foi possível diagnosticar 
de forma mais precisa as informações referentes ao quantitativo no fluxo 
de atendimento, necessidade real de profissionais para os atendimentos e a 
quantidade necessária de medicamentos para suprir o abastecimento.
Ainda, esses dados devem ser visualizados de forma prática e integrada, 
estruturados em listas e/ ou em gráficos, ou mesmo gerar alertas para registros 
fora do padrão.
5 Considerações Finais
Na informatização das unidades de saúde, a complexidade foi identificar 
o que realmente agrega valor para a saúde pública. A implantação do pron-
tuário eletrônico veio ao encontro do desejo e anseio da Secretaria Municipal 
de Saúde de conseguir, em um único ambiente, as informações da saúde do 
paciente e a produção das unidades de saúde. Desta forma, pode trabalhar 
com hipóteses e simulações, procurar relações de causa e efeito e transformar 
os registros obtidos em informação útil para o conhecimento do gestor e dos 
colaboradores. Além disso, a implantação do prontuário eletrônico, focado na 
agilidade, na qualidade e nos critérios de melhoria de operação, minimiza o 
impacto que a falta de informação ou informação equivocada podem causar 
na organização estrutural e financeira da Secretaria Municipal de Saúde.
28 Coleção Gestão da Saúde Pública – Volume 5
Avaliação de Implantação do Prontuário Eletrônico do Paciente na Rede Pública Municipal de Saúde
A análise realizada permitiu conhecer, de modo independente e em con-
junto, como se comportaram as unidades de saúde que foram informatizadas 
com o prontuário eletrônico do paciente em relação aos procedimentos e à 
produção total. Avaliando esta produção, percebeu-se que as mudanças de 
2010, antes da informatização, para 2011, após a informatização, são estatis-
ticamente significativas e representam uma ampliação média de 68,25 % no 
número de procedimentos registrados, sem, entretanto, ocorrer um aumento 
real de atendimentos. Esse aumento, consequentemente, amplia o valor em 
dinheiro repassado à Secretaria Municipal de Saúde. Os dados fazem supor que 
a informatização nas unidades de saúde apresentou significativa ampliação na 
captura correta dos registros de atendimento, pois a forma manual de registro 
dos procedimentos carecia de qualificação, ou seja, houve uma mudança 
de um modelo manual para um modelo informatizado. Essa constatação é 
coerente quando se considera que o número de profissionais que estavam 
presentes antes e após a informatização era igual e, em muitos casos, eram 
os mesmos profissionais que já trabalhavam na unidade.
Com o resultado dessa pesquisa de avaliação da implantação do pron-
tuário eletrônico na rede pública de saúde, a contribuição esperada é que seja 
compreendida a relevância que um ambiente integrado, com informações 
estruturadas possa ter no atendimento aos usuários, agilizando e qualifican-
do os serviços, além de agregar valor no dado para a tomada de decisão do 
gestor da saúde e de seus colaboradores.
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