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Livro - Serviços de Informação na Área de Saúde

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Autora: Profa. Ecila Alves de Oliveira Migliori 
Colaboradores: Profa. Valdice Neves Polvora
 Prof. Fernando Luz
 Prof. Olavo Ito
Sistemas de Informação
na Área de Saúde
Professora conteudista: Ecila Alves de Oliveira Migliori
Graduada em Tecnologia em Processamento de Dados pela Universidade Presbiteriana Mackenzie (1991). 
Especialista em Análise de Sistemas pela Universidade Presbiteriana Mackenzie (1999), graduada em Administração de 
Empresas pela Universidade Paulista – UNIP – (2006) e mestra em Engenharia de Produção pela UNIP (2011).
Atua como analista de informática na Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (UNESP). Tem 
experiência na área de análise de sistemas, principalmente nos seguintes temas: engenharia de software, banco de 
dados, linguagens de programação. Docente na UNIP desde 2007.
© Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta obra pode ser reproduzida ou transmitida por qualquer forma e/ou 
quaisquer meios (eletrônico, incluindo fotocópia e gravação) ou arquivada em qualquer sistema ou banco de dados sem 
permissão escrita da Universidade Paulista.
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
M634s Migliori, Ecila Alves de Oliveira.
Sistemas de Informação na Área da Saúde. / Ecila Alves de 
Oliveira Migliori. – São Paulo: Editora Sol, 2020
156 p., il.
Nota: este volume está publicado nos Cadernos de Estudos e 
Pesquisas da UNIP, Série Didática, ISSN 1517-9230.
1. Sistemas de informação em saúde. 2. Padronização da 
linguagem. 3. Prontuário eletrônico do paciente. I. Título.
CDU 641.6
U509.05 – 20
Prof. Dr. João Carlos Di Genio
Reitor
Prof. Fábio Romeu de Carvalho
Vice-Reitor de Planejamento, Administração e Finanças
Profa. Melânia Dalla Torre
Vice-Reitora de Unidades Universitárias
Profa. Dra. Marília Ancona-Lopez
Vice-Reitora de Pós-Graduação e Pesquisa
Profa. Dra. Marília Ancona-Lopez
Vice-Reitora de Graduação
Unip Interativa – EaD
Profa. Elisabete Brihy 
Prof. Marcello Vannini
Prof. Dr. Luiz Felipe Scabar
Prof. Ivan Daliberto Frugoli
 Material Didático – EaD
 Comissão editorial: 
 Dra. Angélica L. Carlini (UNIP)
 Dr. Ivan Dias da Motta (CESUMAR)
 Dra. Kátia Mosorov Alonso (UFMT)
 Apoio:
 Profa. Cláudia Regina Baptista – EaD
 Profa. Deise Alcantara Carreiro – Comissão de Qualificação e Avaliação de Cursos
 Projeto gráfico:
 Prof. Alexandre Ponzetto
 Revisão:
 Aline Ricciardi
 Vitor Andrade
 Bruno Barros
Sumário
Sistemas de Informação na Área de Saúde
APRESENTAÇÃO ......................................................................................................................................................7
INTRODUÇÃO ...........................................................................................................................................................7
Unidade I
1 EVOLUÇÃO HISTÓRICA DOS SISTEMAS DE INFORMAÇÃO EM SAÚDE (SIS) ...............................9
1.1 Introdução ..................................................................................................................................................9
1.2 Contexto legal e histórico ................................................................................................................. 10
1.3 Dados, informação e conhecimento em saúde ........................................................................ 15
1.4 Legislação vigente ................................................................................................................................ 30
1.4.1 Leis Orgânicas da Saúde (LOS) ........................................................................................................... 30
1.4.2 Legislações que tratam dos SIS ......................................................................................................... 34
2 SISTEMA DE INFORMAÇÕES HOSPITALARES DO SUS (SIH/SUS) .................................................. 36
2.1 Histórico ................................................................................................................................................... 36
2.2 Central Nacional de Regulação de Alta Complexidade (CNRAC) ..................................... 39
Unidade II
3 SISTEMA DE INFORMAÇÃO CLÍNICA: EVOLUÇÃO DO CONCEITO DE PRONTUÁRIO – 
PRONTUÁRIO ELETRÔNICO DO PACIENTE (PEP) ..................................................................................... 49
3.1 Histórico do conceito de prontuário ............................................................................................ 49
3.2 Prontuário Eletrônico do Paciente (PEP) .................................................................................... 52
3.3 O registro eletrônico do paciente associado aos sistemas de apoio à decisão 
e aos guidelines ............................................................................................................................................ 57
3.3.1 Riscos e obstáculos no desenvolvimento e implantação de um Prontuário 
Eletrônico do Paciente (PEP) ......................................................................................................................... 57
3.3.2 Sistemas de apoio à decisão e guidelines ..................................................................................... 59
3.3.3 Classificação dos sistemas de decisão ............................................................................................ 61
3.3.4 Técnicas de implementação de sistemas especialistas ............................................................ 64
4 PADRONIZAÇÃO DA LINGUAGEM: TAXONOMIAS (NOMENCLATURAS): HL7, 
SNOMED, CIPE ...................................................................................................................................................... 67
4.1 Padronização e interoperabilidade ................................................................................................ 67
4.2 Registro e intercâmbio de dados ................................................................................................... 70
Unidade III
5 VANTAGENS DA UTILIZAÇÃO DO PRONTUÁRIO ELETRÔNICO DO PACIENTE (PEP) 
PARA O TRATAMENTO E SEGURANÇA DO PACIENTE, ENSINO, PESQUISA, CONTROLE 
DE CUSTOS ............................................................................................................................................................. 79
5.1 Visão geral da utilização do Prontuário Eletrônico do Paciente (PEP) ........................... 79
5.2 Benefícios do prontuário eletrônico do paciente/registro eletrônico de saúde ..............81
5.3 Legislação acerca do Prontuário Eletrônico do Paciente (PEP) ......................................... 83
5.3.1 Uso de sistemas informatizados ....................................................................................................... 83
5.3.2 Certificação digital ................................................................................................................................. 86
5.3.3 Legislações de Segurança da Informação (SI) na saúde ......................................................... 91
6 TECNOLOGIA DISPONÍVEL NO MERCADO PARA COLETAR, ARMAZENAR E 
DISPONIBILIZAR INFORMAÇÕES JUST-IN-TIME, À BEIRA DO LEITO ............................................... 93
6.1 Processo de tomada de decisão clínica ....................................................................................... 93
6.2 Tecnologia em saúde .......................................................................................................................... 96
Unidade IV
7 SISTEMAS DE INFORMAÇÕES: PLANEJAMENTO E GESTÃO EM SAÚDE ...................................105
7.1 Planejamento e gestão em saúde ................................................................................................105
7.2 Indicadores ............................................................................................................................................107
7.3 Tasy ...........................................................................................................................................................1117.4 MV Sistemas .........................................................................................................................................119
8 O FUTURO: PERSONAL HEALTH RECORD (PHR) ................................................................................123
8.1 Histórico pessoal de saúde .............................................................................................................123
8.2 Funcionamento de um histórico pessoal de saúde ..............................................................125
7
APRESENTAÇÃO
O uso de sistemas de informação na área da saúde atualmente é evidenciado o Brasil e no mundo. 
Esses sistemas são desenvolvidos com o intuito de auxiliar os profissionais da saúde a tomar decisões 
que influenciem diretamente no diagnóstico de pacientes ou no gerenciamento de processos que levem 
ao diagnóstico.
O objetivo de toda empresa, seja pública, seja privada, é reduzir custos e aumentar a eficiência. Na 
área da saúde não poderia ser diferente. Mais do que isso, representa uma questão de sobrevivência. A 
adoção de tecnologia de ponta em diagnósticos e um alto índice de desperdício são motivos principais 
na dificuldade do fechamento das contas entre despesas e receitas. A área pública é carente, e a 
privada sofre com a ineficiência em relação às operadoras de planos de saúde que reclamam das perdas 
contabilizadas. É necessário reavaliar processos e investir em inovação que permitam melhorias na 
qualidade da assistência.
Conhecer a situação atual da saúde brasileira, ter noção do funcionamento e entrosamento das 
entidades de saúde e da legislação prepara e capacita o profissional no uso dos sistemas de informação 
em benefício do paciente. Mesmo porque esses sistemas estão sendo utilizados no apoio à saúde da 
população, nas atividades de saúde pública relacionadas ao controle de doenças, à prevenção e à 
promoção da saúde, ao monitoramento e vigilância.
O desafio brasileiro apresenta-se de forma complexa pelas desigualdades regionais e pela busca do 
atendimento igualitarista em todas áreas sociais e faixas etárias, desafio esse que será vencido com o 
uso dos sistemas de informação na área da saúde, para administrar as operações de rotina na gestão 
de saúde, subsidiar a tomada de decisão e se posicionar tática e estrategicamente nas organizações da 
área da saúde.
INTRODUÇÃO
Este livro-texto tem o objetivo de instruir os discentes sobre os tipos de sistemas de informações 
existentes na área da saúde, bem como preparar e capacitar os profissionais a fim de utilizar os sistemas 
de informações de forma eficiente, em benefício do paciente, além desses sistemas serem utilizados 
como ferramenta de planejamento, gestão e tomada decisão.
Navegaremos inicialmente sobre a evolução histórica dos sistemas de informações em saúde, 
legislação vigente e sistemas hospitalares do SUS a fim de obter um panorama geral da situação 
regente. O próximo porto será o prontuário eletrônico do paciente e a padronização da linguagem, 
pois uma linguagem tecnológica comum para o fornecimento e consumo de produtos e serviços, 
facilita a transferência de tecnologia e o acesso à informação. Na próxima parada, ancoraremos na 
tecnologia disponível no mercado para coletar, armazenar e disponibilizar informações just-in-time, 
à beira do leito e, seguindo mar adentro, conheceremos o planejamento e gestão em saúde. Para 
encerrar nossa viagem, vislumbraremos o estado da arte em relação ao registro pessoal de saúde, o 
PHR (Personal Health Record).
8
Esperamos que este livro-texto o auxilie a compreender o papel dos sistemas de informações na área 
da saúde de maneira agradável e que, ao final, você esteja preparado para aplicar o seu conhecimento 
na prática em seu dia a dia de trabalho.
9
SISTEMAS DE INFORMAÇÃO NA ÁREA DE SAÚDE
Unidade I
1 EVOLUÇÃO HISTÓRICA DOS SISTEMAS DE INFORMAÇÃO EM SAÚDE (SIS)
Iremos, agora, nos familiarizar com alguns conceitos interessantes que envolvem dados, informação e 
conhecimento, mas antes vejamos um breve resumo da evolução histórica dos Sistemas de Informação em 
Saúde, os famosos SIS.
1.1 Introdução
A saúde é uma das áreas em que há maior necessidade de informação para a tomada de decisões. 
A informática em saúde lida com recursos, dispositivos e métodos para aperfeiçoar o armazenamento, 
recuperação e gerenciamento de informações. O crescimento dessa área deve-se, em grande parte, aos 
avanços nas tecnologias de computação e comunicação, à crescente convicção de que o conhecimento 
médico e as informações sobre os pacientes não são gerenciáveis por métodos tradicionais baseados 
em papel e devido à certeza de que os processos de acesso ao conhecimento e a tomada de decisão 
desempenham papel central na eficiência da saúde.
Os Sistemas de Informação em Saúde (SIS) são instrumentos padronizados que monitoram e coletam 
dados a partir de várias fontes, tendo como objetivo suprir informações para a tomada de decisões nos 
níveis federal, estadual e municipal (BRASIL, 2008). São também importantes recursos computacionais de 
apoio às ações administrativo-burocráticas, bem como em recursos técnico-científicos. Estes permitem 
a um departamento, serviço ou unidade a estruturação, operacionalização, supervisão, obtenção de 
controle e avaliação em relação ao seu desempenho (BENITO; LICHESKI, 2009). 
Assim, como finalidades principais, pode-se afirmar que um SIS deve 
servir para gerenciar a informação que os profissionais de saúde precisam 
para desempenhar as atividades com efetividade e eficiência, facilitar a 
comunicação, integrar a informação e coordenar as ações entre os múltiplos 
membros da equipe profissional de atendimento, fornecendo recursos para 
apoio financeiro e administrativo (MARIN, 2010, p. 21). 
Resumindo, SIS são softwares (programas) utilizados para cadastrar, acompanhar e registrar 
procedimentos e dados pessoais dos usuários do SUS, assim como acompanhar e notificar às autoridades 
competentes as condições de saúde de modo geral (FERREIRA, 1999).
Para que possamos entender os SIS no Brasil, juntamente com seus componentes, funções e uso, 
torna-se imprescindível conhecer sua origem, como evoluiu e como está a estrutura atual no tocante 
à organização das ações de intensificar os esforços, resguardar e reconquistar a saúde brasileira. Essas 
inter-relações situacionais nos auxiliam a compreender a abrangência e qualidade dos dados que são 
10
Unidade I
gerados, transformados e disponibilizados para, entre outras atividades, planejar, gerir, avaliar, controlar 
para fins sociais e para ensino e pesquisa.
1.2 Contexto legal e histórico
O sistema de saúde brasileiro é composto de um grande sistema público, gerido pelo governo, 
chamado Sistema Único de Saúde (SUS), que serve à maioria da população, e pelo setor privado; gerido 
por fundos de seguros de saúde privados e empresários. Considerado um dos maiores sistemas públicos 
de saúde do mundo, segundo informações do Conselho Nacional de Saúde. 
O grande desafio, principalmente do gestor do SUS, é a tomada de decisão na luta pela eficiência 
dos serviços diante de uma necessidade populacional. Deve-se buscar estruturar o sistema de tal forma 
que alcance o avanço tecnológico, mas, acima de tudo, atue tecnicamente na solução de problemas que 
podem determinar situações de riscos e de danos à saúde da população.
Para que esse e outros grandes desafios de gestão sejam de fato consolidados e alcançados, deve existir 
um acumulado de experiência e uma alta capacidade de assimilar com rapidez as transformações pelas 
quais o sistema vem passando, bem como os modelos a serem seguidos. Isso é válido, principalmente, 
para profissionais dedicados a compreender toda a estrutura organizacional e hierárquica em prol de 
resultados efetivos, como consequente melhoria da qualidade de vida da população que, muitas vezes, 
não tem acesso a esse sistema.
Você sabia que um dos princípios organizativos do SUS é a descentralização da gestão?Desde a sua 
criação até hoje, a organização do modelo assistencial ocorre de forma piramidal, conforme a figura a seguir.
Atenção alta 
compexidade
Atenção média 
complexidade
Atenção básica
Figura 1 – Modelo assistencial piramidal
O SUS está organizado em níveis de atenção, sejam eles: básica, média complexidade e alta complexidade. 
A divisão em níveis permite uma melhor programação e planejamento das ações e serviços do sistema. 
11
SISTEMAS DE INFORMAÇÃO NA ÁREA DE SAÚDE
E você sabe o porquê dessa divisão? Primeiro pelo tempo em que esse modelo vem sendo construído. 
Há 30 anos, com foco no papel da atenção básica, a qual é responsabilidade de gestão municipal, e atua 
próxima às famílias e com mais força na promoção da saúde. A atenção de média complexidade volta-se 
mais à assistência médica especializada e tem como objetivo sanar os problemas de saúde da população que 
necessitem de maior especificidade, tanto do profissional médico quanto de equipamentos tecnológicos. 
Quanto à alta complexidade, ela está relacionada à qualificação de serviços, compreendendo assim a 
alta tecnologia e o alto custo, tais como procedimentos de diálise, neurocirurgias, enfim, procedimentos 
que não podem ser realizados com pouco investimento.
Portanto, chegamos à conclusão que a diferença da média e da alta complexidade para a atenção 
básica pode ser constatada até mesmo pelo repasse de valores, pois, para a primeira, o valor gira em torno 
do dobro em relação à última. E isso ocorre pelo aumento da demanda e pela evolução tecnológica, que 
desenvolve cada vez mais produtos inovadores, viabilizando diagnósticos e tratamentos mais precisos, 
mas que requerem maior investimentos em profissionais e aparelhos.
O SUS foi instituído pela Constituição Federal (BRASIL, 1988) em seu artigo 196 como forma de 
efetivar o mandamento constitucional do direito à saúde como um “direito de todos” e “dever do Estado”. 
Posteriormente foi regulamentado por duas leis federais: a Lei Orgânica da Saúde (LOS), Lei nº 8.080 
(BRASIL, 1990a), a qual operacionaliza o atendimento público da saúde; e pela Lei nº 8.142 (BRASIL, 
1990b), que trata do controle social e do financiamento do setor de saúde. 
Segundo a Constituição Brasileira (1988), as diretrizes básicas para a organização do SUS 
consistem na descentralização, com direção única em cada esfera de governo; atendimento integral, 
com prioridade para as atividades preventivas, sem prejuízo dos serviços assistenciais; e a participação 
da comunidade. Nessas circunstâncias, municípios e estados assumiram papéis importantes, pois a 
gestão participativa passou a ser mais valorizada. Dessa forma, passaram a ter papel fundamental, 
inclusive na geração e no uso de dados necessários aos diferentes subsistemas de informação em 
saúde existentes no País.
Para que você possa compreender a complexidade do sistema atuante no país hoje e como o SUS 
teve início, é preciso analisar os contextos social, econômico, político e demográfico do país antes de 
sua criação.
Historicamente, as informações sobre saúde no Brasil são pulverizadas entre as diversas instituições 
que atuam no setor (CONFERÊNCIA NACIONAL DE SAÚDE, 1992), bem como os recursos financeiros 
e o pessoal técnico, e alguns são vinculados a órgãos da administração direta, outros a autarquias e 
fundações (BRASIL, 2016b). 
As estatísticas de morbidade provinham principalmente de áreas com atendimentos com 
necessidades especializadas, como materno-infantil, saúde escolar, malária, tuberculose, hanseníase 
e controle de poliomielite. A existência de vários bancos de dados causava problemas em inúmeros 
níveis, principalmente na qualidade e coordenação das informações produzidas, sobretudo por não 
haver padronização entre bases. Ao serem comparados entre si, esses dados apresentavam resultados 
12
Unidade I
decepcionantes. Diante dessas inconsistências, a possibilidade de análise da situação era baixa ou quase 
nula. Por haver enorme quantidade de dados dispersos, não geravam conhecimento racional e proveitoso 
para a tomada de decisão, ou seja, inútil para conhecer, refletir, recomendar e, muito menos, agir (LEVIN; 
RISI JÚNIOR; PEREIRA, 2010).
De acordo com publicação do Ministério da Saúde em relação à responsabilidade dos dados estatísticos:
[...] No Brasil, antes da década de 1970, esforços isolados mostravam a 
situação das estatísticas brasileiras acerca do quesito mortalidade. [...] O 
Serviço Federal de Bioestatística do Departamento Nacional de Saúde, 
do Ministério de Educação e Saúde, publicou o Anuário Bioestatístico 
(BRASIL, 1994), com dados de mortalidade por causa, nos anos de 1929 
e 1932. Posteriormente, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística 
(IBGE) passou a publicar os dados de mortalidade por causa, nas capitais 
(BRASIL, 2009b, p. 9).
O marco histórico das estatísticas de saúde na Brasil foi a década de 1970. Nesse período, ocorreram 
dois grandes momentos: a Lei Federal nº 6.015 (BRASIL, 1973) regulamentou o registro civil no país 
e atribuiu ao IBGE a responsabilidade pelas estatísticas em 1973 e a realização da primeira Reunião 
Nacional sobre Sistemas de Informação de Saúde, em 1975. Em meados da década de 1970 e princípios 
dos anos 1980, foram criados alguns dos principais SIS de alcance nacional.
O passado nos mostra que o SIS foi implantado por vários outros sistemas de informação, 
cada um deles com seu escopo: epidemiológico, geográfico, produção de serviços, entre outros 
(BRASIL, 2009b).
No Brasil, a criação de um sistema de informação em saúde ocorreu oficialmente em 1975, com a 
publicação da Lei nº 6.229 (BRASIL, 1975), que dispunha sobre a organização do Sistema Nacional de 
Saúde. Sob essa égide, o Ministério da Saúde criou o Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM), 
que unificou mais de quarenta modelos de instrumentos utilizados ao longo dos anos para coletar 
dados sobre mortalidade no país, tem variáveis que permitem, a partir da causa mortis atestada pelo 
médico, construir indicadores e processar análises epidemiológicas que contribuam para a eficiência da 
gestão em saúde. O SIM foi informatizado em 1979. Doze anos depois, com a implantação do SUS e sob 
a premissa da descentralização, teve a coleta de dados repassada à atribuição dos estados e municípios, 
através das suas respectivas secretarias de saúde. Tem por finalidade reunir dados quantitativos e 
qualitativos sobre óbitos ocorridos no Brasil e é considerado uma importante ferramenta de gestão na 
área da saúde.
Essa Lei foi revogada pela Lei nº 8.080 (BRASIL, 1990a), que: 
[...] dispõe sobre as condições para a promoção, proteção e recuperação da 
saúde, a organização e o funcionamento dos serviços correspondentes e dá 
outras providências. Em seu artigo 15, item IV, define que caberá à União, 
[a]os Estados, [a]o Distrito Federal e [a]os Municípios exercer, em seu âmbito 
13
SISTEMAS DE INFORMAÇÃO NA ÁREA DE SAÚDE
administrativo, entre outras atribuições, a “organização e coordenação do 
sistema de informação de saúde”.
O SIM foi o primeiro componente dos SIS, e hoje existem no Ministério da Saúde vários sistemas de 
informação, entre os quais se destacam o próprio SIM, o Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos 
(Sinasc), o Sistema de Informações sobre Agravos de Notificação (Sinan) e o Sistema de Informações 
Hospitalares (SIH), que produzem informações e o conhecimento que deve fundamentar, sempre, as 
atividades dos serviços.
Entretanto, o desenvolvimento tecnológico da área de informática foi o que possibilitou um 
considerável salto de qualidade, não só no registro, coleta e processamento desses dados, mas, 
principalmente, na sua divulgação oportuna, entendida como o menor tempo decorrido entre a produção 
e a disponibilização da informação.
As informações obtidas a partir dos dados produzidos pelos diferentes sistemas não constituem 
um fim em si mesmas, mas representam uma maneira de subsidiar melhores decisões para políticas, 
planejamento, administração,monitoramento e avaliação de programas de saúde, além de, obviamente, 
servirem para a análise e avaliação epidemiológicas.
Apesar de todo o desenvolvimento do processo de produção de dados no país, ainda persistem 
alguns problemas relevantes, para os quais, nem sempre, tem havido sucesso na superação (JORGE; 
LAURENTI; GOTLIEG, 2010).
Diante deste cenário, três prioridades estratégicas sobre a experiência em saúde no Brasil foram 
definidas (BRASIL, 2009b):
• a criação de sistemas que registram a experiência demográfica e de saúde, denominado 
“linha da vida”; 
• atribuição ao Departamento de Informática do SUS (Datasus): do registro, da compilação e da 
difusão dos dados em saúde do SUS; 
• criação da Rede Interagencial de Informações para a Saúde (Ripsa): com o objetivo de articular 
bases de dados e informações promovendo consenso sobre conceitos, métodos e critérios de 
utilização das bases de dados na construção de conhecimento para políticas de saúde.
Posto que a informação é fundamental para a democratização da saúde e o aprimoramento de 
sua gestão, a informatização das atividades do SUS, dentro de diretrizes tecnológicas adequadas, 
é essencial para a descentralização das atividades de saúde e viabilização do controle social sobre 
a utilização dos recursos disponíveis. Para alcançar tais objetivos, foi criado o Departamento de 
Informática do SUS (Datasus). 
A partir de 2011, o Datasus passa a integrar a Secretaria de Gestão Estratégica e Participativa, conforme 
Decreto nº 7.530 (BRASIL, 2011a), que “dispõe sobre Estrutura Regimental do Ministério da Saúde”.
14
Unidade I
Ao Departamento de Informática do SUS (Datasus) compete:
I – fomentar, regulamentar e avaliar as ações de informatização do SUS, 
direcionadas à manutenção e ao desenvolvimento do sistema de informações 
em saúde e dos sistemas internos de gestão do Ministério da Saúde;
II – desenvolver, pesquisar e incorporar produtos e serviços de tecnologia da 
informação que possibilitem a implementação de sistemas e a disseminação 
de informações necessárias às ações de saúde, em consonância com as 
diretrizes da Política Nacional de Saúde;
III – manter o acervo das bases de dados necessários ao sistema de 
informações em saúde e aos sistemas internos de gestão institucional;
IV – assegurar aos gestores do SUS e aos órgãos congêneres o acesso aos 
serviços de tecnologia da informação e bases de dados mantidos pelo 
Ministério da Saúde;
V – definir programas de cooperação tecnológica com entidades de pesquisa 
e ensino para prospecção e transferência de tecnologia e metodologia no 
segmento de tecnologia da informação em saúde;
VI – apoiar os Estados, os Municípios e o Distrito Federal na informatização 
das atividades do SUS.
A mensuração do estado de saúde da população teve seu início com o registro sistemático de dados 
de mortalidade e de sobrevivência, e são estatísticas vitais que se referem à mortalidade e aos nascidos 
vivos. Com os avanços no controle das doenças infecciosas e com a melhor compreensão do conceito 
de saúde e de seus determinantes populacionais, a análise da situação sanitária passou a incorporar 
outras dimensões do estado de saúde. Dados de morbidade, incapacidade, acesso a serviços, qualidade 
da atenção, condições de vida e fatores ambientais passaram a ser métricas utilizadas na construção 
de Indicadores de Saúde, que se traduzem em registro relevante para a quantificação e a avaliação das 
informações em saúde.
O Datasus também disponibiliza referências sobre Assistência à Saúde da população, os cadastros 
das redes hospitalares e ambulatoriais, o cadastro dos estabelecimentos de saúde, além de notas sobre 
recursos financeiros e pareceres demográficos e socioeconômicos.
Ao disponibilizar esses dados, o Datasus objetiva prover as necessidades de gestores, estudiosos 
e público interessado da área da saúde em obter e analisar, com rapidez e objetividade, os dados dos 
sistemas de informações do SUS (BRASIL, 2008).
15
SISTEMAS DE INFORMAÇÃO NA ÁREA DE SAÚDE
 Saiba mais
Acesse o site do Ministério da Saúde:
BRASIL. Ministério da Saúde. Do sanitarismo à municipalização. 
Portal da Saúde, Brasília, 2016b. Disponível em: https://www.saude.gov.
br/component/content/article/681-institucional/40886-historia-do-
ministerio. Acesso em: 12 ago. 2016. 
A Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) é um organismo 
internacional de saúde pública regido pela Organização Mundial de Saúde 
(OMS). A Opas/OMS no Brasil exerce um papel fundamental na melhoria de 
políticas e serviços públicos de saúde:
ORGANIZAÇÃO PAN-AMERICANA DA SAÚDE (OPAS). Opas/OMS no 
Brasil. Brasília, [s.d.]. Disponível em: http://www.paho.org/bra/index.
php?option=com_content%20&view=%20article&id=885&Itemid=672. 
Acesso em: 12 ago. 2016. 
Para saber sobre a Ripsa, acesse: 
http://www.ripsa.org.br
1.3 Dados, informação e conhecimento em saúde
Diversos autores definem Sistema de Informação (SI):
• Um sistema que provê procedimentos para registrar e tornar disponível informação, sobre parte 
de uma organização, para apoiar atividades relacionadas com a própria organização (FLYNN apud 
VALLE, 2010, p. 48).
• Um sistema que coleta, processa, armazena, analisa e dissemina dados e informações para um 
propósito específico (TURBAN et al., apud VALLE, 2010, p. 48).
• Um conjunto de elementos inter-relacionados que coletam (ou recuperam), processam, armazenam 
e distribuem informações destinadas a apoiar a tomada de decisões, à coordenação e ao controle, 
e esses sistemas também auxiliam os gerentes e trabalhadores a analisar problemas, visualizar 
assuntos complexos e criar novos produtos (LAUDON; LAUDON apud VALLE, 2010, p. 48).
• Um conjunto de procedimentos organizados que, quando executados, proveem informações para apoiar 
processos de tomada de decisões e controlar a organização (LUCAS,apud VALLE, 2010, p. 48).
A definição de um SI, segundo Côrtes (2008), é um sistema de elementos ou componentes 
inter-relacionados, numa ordem específica, que coletam (entrada), manipulam (processamento), 
16
Unidade I
disseminam (saída) os dados e informações e fornecem um mecanismo de feedback (retroalimentação). 
Essas indicações são utilizadas pelos usuários para a tomada de decisões. 
A figura a seguir representa os elementos de um SI.
Entrada
Dados
Saída
Informação
Processo de 
transformação
Classificar, filtrar, 
organizar
Figura 2 – Sistema de Informação 
Partindo-se dessas definições, será necessário definir dados e informações. Segundo Côrtes (2008, p. 26), 
os dados “[...] são uma sucessão de fatos brutos, que não foram organizados, processados, relacionados, 
avaliados ou interpretados, representando apenas partes isoladas de eventos”. E a informação é “quando 
os dados passam por algum relacionamento, avaliação, interpretação ou organização” (UHLMANN, 
2010), como representados na figura a seguir. 
Entrada
Dados:
23º C
2 de fevereiro
Campo Grande/MS
5h30min
Saída
Informação:
na cidade de Campo 
Grande/MS, às 5h30min, 
a temperatura medida foi 
de 23º C
Processo de 
transformação
Classificar, filtrar, 
organizar
Figura 3 – Dados processados e transformados em informação
De acordo com O’BRIEN (2003), um SI depende:
• dos recursos humanos, que se referem aos usuários finais e aos especialistas em sistemas 
de informação; 
• de hardwares, que são máquinas e dispositivos de armazenamento;
• de softwares, que são programas de computador que servem para seu funcionamento básico e 
aplicativos de uso específico; 
• de dados, que são bancos de dados e bases de conhecimento; 
• de redes, que são as mídias de comunicação e apoio de rede com infraestrutura para as telecomunicações.
A figura a seguir ilustra os principais componentes de um SI e suas atividades para tratar a 
entrada, o processamento, a saída, o armazenamento e o controle de dados na transformação em 
produtos de informação. 
17
SISTEMAS DE INFORMAÇÃO NA ÁREA DE SAÚDE
Rec
urs
os 
hu
ma
nos
Usu
ário
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s e 
esp
ecialis
tas
 em
 SI Recursos de software
Programas e procedimentos
Recursos de dados
Bancos de dados e bases de conhecim
ento
Re
cu
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 d
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ha
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M
áq
ui
na
s e
 m
íd
ia
s
Recursos de rede
Meios de comunicação e suporte de rede
Controle do desempenho 
do sistema
Armazenamento de 
recursos de dados
Entrada de 
recursos de 
dados
Processamento 
de dados em 
informaçoes
Saída de 
produtos de 
informaçoes
Figura 4 – Modelo de um SI e seus componentes 
Um SI moderno coleta dados por meio de recursos de sensoriamento e telecomunicações (entrada), 
utiliza hardware e software para o processamento e fornece a saída apresentando indicações úteis aos 
objetivos propostos.
Possuir conhecimento significa que alguém pode interpretar a informação, utilizá-la nos seus 
processos de decisão e identificar a que será útil para essa decisão. Relacionar as diferentes informações 
e ampliar o nível de entendimento sobre determinado tema, situação ou problema, permite inferir 
probabilidades e avaliar a perspectiva de sucesso de ações. Nesse estágio, a tomada de decisões é 
efetuada com maior propriedade e certeza.
Utilizando como exemplo os dados sobre local, horário e temperatura citados anteriormente, 
podemos inferir que não está chovendo em Campo Grande ou, que nessa época do ano, é pouco 
comum chover nesta cidade, ou ainda, que nesse período, é reduzida a incidência de frentes frias 
em Campo Grande.
Sobre o uso da palavra “informação”, Oleto (2006) apud Bukland (1991, p. 351-60) identifica:
[...] informação como processo, informação como conhecimento; informação 
como coisa. Como processo, a informação muda o conhecimento de alguém 
18
Unidade I
e é situacional. A ação de relatar ou o fato de começar a relatar sobre algo 
caracteriza a informação como processo, é o ato de informar um objeto, 
um documento, um dado, um fato, um evento. A relevância do dado ou 
fato é situacional e depende do nível de conhecimento de quem recebe a 
informação no momento da recepção. A informação como conhecimento 
tem uma de suas formas quando reduz as incertezas. O conhecimento 
comunicado refere-se a algum fato, assunto ou evento dado como notícia, 
informado, dito, que reflete no conhecimento... A informação como coisa 
se refere aos objetos que são considerados como sendo informativos em 
suas características físicas, tais como o dado e os documentos expressos, 
descritos ou representados por alguma forma física como o sinal, o texto ou 
a comunicação desses. 
De modo geral, o dado proporciona a informação, que, por sua vez, proporciona o conhecimento.
Como em qualquer outra atividade, no setor de saúde, a informação deve ser entendida como um 
redutor de incertezas, um instrumento para detectar focos prioritários, levando a um planejamento 
responsável e à execução de ações que condicionem a realidade às transformações necessárias, logo 
trata a informação como conhecimento (OLETO, 2006).
A figura a seguir representa o alicerce dos SIS para atingir a melhoria da qualidade dos dados gerados.
Planejar
Avaliar Executar
Figura 5 – Alicerce dos SIS
Perceber que o domínio da tecnologia como aliado para o controle da informação é vital. O controle 
dela é um fator crítico de sucesso para os gestores do ponto de vista estratégico e empresarial. 
Dessa forma, segundo Oliveira e Amaral (1999), será necessária a existência de uma estrutura capaz 
de assegurar que a informação esteja disponível no momento, na forma e na quantidade desejável para 
os seus consumidores, ou seja, que tenha qualidade.
O conjunto de indicadores que fazem parte do processo de decisão depende das características dos 
dados de entrada. Dados sem qualidade poderão induzir a decisões inadequadas, gerando resultados em 
desacordo com o esperado. 
19
SISTEMAS DE INFORMAÇÃO NA ÁREA DE SAÚDE
Ainda segundo Oliveira e Amaral (1999), a qualidade da informação só pode ser avaliada por 
quem a consome, e só terá qualidade se quem a consome a considerar como apropriada para as 
necessidades em questão.
É necessário definir alguns atributos importantes da informação para se obter qualidade. São eles:
• confidencialidade: limita o acesso a somente entidades autorizadas pelo proprietário da informação;
• integridade: não permite que ocorram alterações no registro, ou seja, o dado manipulado deve 
manter todas as características originais estabelecidas por seu proprietário; 
• disponibilidade: garante que a informação esteja sempre disponível às entidades autorizadas pelo 
proprietário da informação;
• autenticidade: garante a identidade do usuário por meio de registros dos eventos e/
ou operações realizadas sobre ela com o intuito de efetuar auditorias e diagnósticos de 
problemas no sistema.
Unido a estes atributos, deve-se levar em consideração a não interrupção ou procedimentos de 
restauração do sistema de informação no sentido de prevenir incidentes.
A má qualidade dos dados, em sua maioria, é proveniente de fichas com campos não preenchidos, 
indicadores inconsistentes e múltiplos registros iguais, entre outros problemas.
As consequências da falta de qualidade na informação são: custos acrescidos devido ao impacto que 
causam e os custos da sua reparação, a perda da confiança por parte dos usuários do sistema, processos 
de tomada de decisão afetados, motivação das equipes diminuída ou processos de reestruturação 
organizacional, limitados pelo acesso à informação “utilizável”.
Assim, há uma necessidade premente de avaliação sistemática na qualidade da informação em seu 
primeiro estágio: a entrada de dados no sistema, em que é coletada e digitada. 
Para que seja possível produzir informação que seja útil e relevante para a gestão da área da saúde, 
é necessário priorizar sua qualidade.
Gerir a qualidade da informação implica mudança de atitude, no sentido de que não é mais um 
problema de tecnologia, e sim de gestão, pois muitos consideram que a informação está nas bases de 
dados e, por consequência, é do departamento de informática a de sua responsabilidade. Reconhecer 
a informação como recurso e geri-la de forma adequada, com planejamento responsável, avaliação e 
execução de ações adequadas à realidade, levará o gestor da saúde a identificar focos prioritários e 
reduzirá incertezas.
A função principal de um SI é fornecer informação com qualidade a quem dela necessita. 
Além da qualidade dela, deve-se avaliar a qualidade do software, com seus controles em 
20
Unidade I
consistências e integridade dos dados e do serviço de suporte, com equipes treinadas e aptas a 
resolver problemas adequadamente.
A atuação em qualidade da informação requer a compreensão do ciclo de sua vida. Esse ciclo 
é composto da geração e atualização dos dados, permanecendo disponível por tempo necessário, 
e pela conservação em bancos de dados (data warehouse – armazém de dados é um repositório 
centralizado de dados que reúnem informações pertinentes ao negócio, são integradas e não 
voláteis). Dito de outra forma, a informação é recolhida, armazenada e mais tarde extraída para 
ser consumida (OLIVEIRA; AMARAL, 1999). Esse consumo é feito por meio de análise, utilizando-se 
técnicas conhecidas como data mining.
 Observação
Data warehouse significa “armazém de dados” e é um repositório 
centralizado de dados que armazenam informações pertinentes ao negócio, 
integradas e não voláteis.
Data mining significa “mineração de dados” e é uma técnica que permite 
a extração de conhecimento de grandes bases de dados utilizando-se 
de ferramentas de inteligência artificial que buscam padrões, anomalias 
e regras que transformem dados ocultos em úteis com o objetivo de dar 
suporte aos processos de tomada de decisão.
Condensando os ciclos em dois grupos, podemos classificá-los em: aquisição e utilização (LEVITIN; 
REDMAN, 1993). O primeiro inicia-se com a definição do modelo conceitual dos dados, ou seja, o 
entendimento do mundo real que deve ser absorvido, definido também como planejamento estratégico 
das informações, avaliaçãoda informação, modelagem de dados, formação dos procedimentos, análise 
do uso dos dados, análise da distribuição dos dados e, por fim, armazenamento.
O segundo ciclo é marcado pela definição de um subconjunto de dados, em que são extraídos, 
manipulados de forma a serem apresentados por meio de tabelas, relatórios e gráficos analíticos e 
concisos, que servirão como ferramentas para o processo de tomada de decisão.
A nomenclatura de ciclo caracteriza essas atividades como sendo recursivas, ou seja, que se repete 
um número indefinido de vezes sempre que se fizer necessário.
A busca pela qualidade da informação também se aplica ao setor de saúde. Falhas na condução 
desses ciclos podem causar inquietação para os gestores da área da saúde. Por exemplo, o histórico 
de saúde de um paciente pode ser acessado e comprometer a reputação do responsável pela 
proteção da informação.
21
SISTEMAS DE INFORMAÇÃO NA ÁREA DE SAÚDE
Os avanços da Tecnologia da Informação (TI), o aumento considerável do volume crescente de 
informações, somados à ousadia de crackers (são pessoas que utilizam seu grande conhecimento na área 
de informática para quebrar códigos de segurança, senhas de acesso a redes e códigos de programas 
com fins criminosos), tornam mais difícil a gestão da informação, principalmente pela indefinição de um 
padrão global quanto ao registro, atualização, armazenamento e acesso à informação na área da saúde.
Podemos definir Segurança da Informação (SI) como uma área do conhecimento dedicada 
à proteção de ativos da informação contra acessos não autorizados, alterações indevidas ou 
indisponibilidade. A SI deve proteger não somente as informações de uma determinada empresa, 
como também as pessoais (SÊMOLA, 2003).
A SI é a proteção dos ativos de informação de uma organização contra a perda, vazamento indevido 
ou alterações (LUCIANO; KLEIN, 2014). Pode ser definida também como uma garantia de que os riscos 
da informação e o controle estejam equilibrados.
Os gestores da área da saúde, juntamente com os profissionais de TI, têm envidado esforços no 
sentido de proteger a privacidade de pacientes, disponibilizar informações e melhorar a qualidade no 
atendimento à saúde.
A questão que deve ser priorizada é a dos direitos de acesso aos SI, como exemplo, o departamento de 
enfermagem acessa informações com fins de consulta, mas a questão é: quais dados, de que forma e com 
qual finalidade podem acessar os dados? Como são armazenados os dados de entrada? O responsável pelo 
faturamento da área da farmácia pode conhecer as informações do almoxarifado? 
Uma política de segurança é um conjunto formal de normas e regras estabelecidas pela empresa 
que devem ser seguidas pelos usuários dos recursos de uma organização, de forma a evitar possíveis 
ameaças e combatê-las de maneira eficaz. Por sua vez, deve receber atenção redobrada para que o ciclo 
de vida da informação seja seguro e confiável.
A qualidade da informação, no sentido de garantir a integridade, confidencialidade e disponibilidade da 
informação, exige o uso de metodologias adequadas e conjuntos de softwares de segurança.
Quando a informação torna-se estática e desnecessária, a forma de armazená-la ainda requer atenção 
dos gestores, pois ela deve ser protegida e com acesso restrito, legitimam-se esses procedimentos no 
caso, por exemplo, de um prontuário de um paciente falecido ser utilizado de forma inadequada ou uma 
informação de caráter confidencial ser de grande valia para um concorrente. 
Diante desse cenário, o ciclo de vida da informação deve ser estudado e entendido como prioridade 
dos gestores para a qualidade da informação. 
A peculiaridade de um SI na área da saúde está, além da coleta, processamento, armazenagem e 
análise, em disseminar informações necessárias para o planejamento, organização, operação e avaliação 
dos serviços de saúde, por meio de formulação, implementação e concretização de políticas de promoção, 
proteção e recuperação da saúde.
22
Unidade I
Mais especificamente, um SI pode auxiliar a Política Nacional de Promoção na Saúde (BRASIL, 2010b) 
nas esferas:
• Federal: articular com os SI existentes a inserção de ações voltadas à 
promoção da saúde no âmbito do SUS e divulgar sistematicamente os 
resultados do processo avaliativo das ações de promoção da saúde. 
• Estadual: adotar o processo de avaliação como parte do planejamento 
e implementação das iniciativas de promoção da saúde, garantindo 
tecnologias adequadas; estabelecer instrumentos e indicadores 
para o acompanhamento e a avaliação do impacto da implantação/
implementação dessa política; elaboração de materiais de divulgação 
visando à socialização da informação e à divulgação das ações de 
promoção da saúde; divulgação sistemática dos resultados do 
processo avaliativo das ações de promoção da saúde. 
• Municipal: criar uma referência e/ou grupos matriciais responsáveis 
pelo planejamento, implementação, articulação e monitoramento, e 
avaliação das ações de promoção da saúde nas secretarias municipais 
de saúde; adotar o processo de avaliação como parte do planejamento 
e da implementação das iniciativas de promoção da saúde, garantindo 
tecnologias adequadas; participação efetiva nas iniciativas do gestor 
federal e estadual no que diz respeito à execução das ações locais de 
promoção da saúde e à produção de dados e informações fidedignas 
que qualifiquem a pesquisas nessa área; estabelecer instrumentos 
de gestão e indicadores para o acompanhamento e avaliação do 
impacto da implantação/implementação da política; implantar 
estruturas adequadas para monitoramento e avaliação das iniciativas 
de promoção da saúde; divulgação sistemática dos resultados do 
processo avaliativo das ações de promoção da saúde.
Dessa forma, os SIS se apresentam como uma ferramenta valiosa na promoção da saúde.
Todos os SIS dos estados e municípios se integram aos sistemas nacionais correspondentes, 
alimentando seus bancos de dados e utilizando formulários padronizados de registro que cubram todos 
os serviços públicos de saúde.
Essa integração necessita de padronização de procedimentos e linguagens, além de arquivos e 
estruturas de dados, visando a um custo baixo para a disseminação das informações. Por consumir 
tempo, a administração da informação torna-se custosa. Segundo a Opas, os médicos usam cerca de 
um terço do tempo escrevendo e enfermeiros usam quase a metade, e esses custos são atribuídos ao 
manuseio da informação (VALLE et al., 2010).
23
SISTEMAS DE INFORMAÇÃO NA ÁREA DE SAÚDE
 Lembrete
A Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) é um organismo 
internacional de saúde pública. A Opas/OMS no Brasil exerce um 
papel fundamental na melhoria de políticas e serviços públicos de 
saúde, por meio da transferência de tecnologia e da difusão do 
conhecimento acumulado.
O conceito genérico de interoperabilidade define-se como a capacidade de um sistema de 
comunicar-se de forma transparente com outro sistema. A padronização na área da saúde é 
tratada pelo Comitê Europeu de Padronização (CEN) através do grupo de trabalho TC 251 (CEN/TC251) 
e define: “interoperabilidade é o estado que existe entre duas entidades quando, em relação a 
uma tarefa específica, uma das entidades aceita dados da outra e realiza a tarefa de maneira 
satisfatória e apropriada sem necessidade de intervenção extra” (VALLE, 2010, grifo nosso).
Nem todos os dados e informações disponíveis em um sistema são utilizáveis em sua forma e 
estrutura original, ou seja, no formato padrão, por outro sistema receptor. Segundo Valle (2010, p. 74):
[...] para que algo seja padronizado na área da saúde, levam-se em média seis 
anos para que sejam vencidas todas as etapas de identificação, conceituação, 
discussão, decisão, implementação, consolidação, conformação e certificação 
final por entidade certificadora internacional oficial.
 Observação
No Brasil, a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) é a 
representante oficial da International Organization for Standardization(ISO). Em outubro de 2006, a ABNT criou a Comissão Especial de Estudos 
em Informática em Saúde, inspirada no Comitê de Informática em Saúde 
da ISO, também conhecido como TC-215 (UFSC, [s.d.]). 
A CEN/TC251 tem como prioridade efetuar registros de dados de saúde; 
interoperabilidade de prescrições de medicamentos; privacidade e controle 
de acessos; qualidade e segurança; e terminologias para registos em saúde 
(UFSC, [s.d.]).
A adoção de padrões trata da questão sobre a variedade de vocabulários utilizados na área da saúde 
e nas diferentes procedências das informações. Sobre padronização de vocabulários, estudaremos 
mais adiante.
24
Unidade I
Para garantir o processo que trata das informações com qualidade e manter seus atributos 
(confidencialidade, integridade, disponibilidade e autenticidade), é necessário conhecer as etapas de um SIS.
A figura a seguir representa esse processo.
Origem e registros 
dos dados
Recebimento e controle 
(avaliação)
Análise preliminar 
dos dados
DecisãoTransmissão
Apresentação
Ordenamento dos 
documentos da 
coleta
Pedido de informação 
adcional
Comparação com 
parâmetros
Identificação 
e análise das 
discrepâncias
Controle da 
quantidade e do 
conteúdo
Codificação
Cálculos básicos
Digitação e crítica
Classificação e 
tabulação
Controle de erros e 
inconsistências
Coleta Processamento Decisão e controle
Figura 6 – Etapas de um SIS
A “situação de saúde” é conceituada como sendo o conhecimento sobre as condições de vida da 
população através do uso de indicadores (LESSA, 2000). Para a Opas (2010), este conhecimento “[...] 
disponibiliza indicadores epidemiológicos e operacionais relacionados a doenças e agravos caracterizados 
como problema de saúde pública”, além de auxiliar “[...] na elaboração de análises contextuais 
utilizadas na formulação de políticas e na avaliação de intervenções específicas no campo da saúde”. 
Complementando em definições, Ferreira (1999, p. 5) similarmente destaca: “[...] é o conhecimento, a 
interpretação que um ator social produz para agir e transformar a qualidade da vida da população de 
um determinado território”.
Assim, a situação de saúde é a principal fonte para a construção de indicadores. A gestão de 
processos na área da saúde permite obter um modelo da realidade, e este modelo é obtido com o uso 
de indicadores.
Segundo Lessa et al. (2000, p. 9): 
Indicador é uma representação, numérica ou não, que, considerando as 
referências e critérios, permite produzir informações, visando elaborar 
25
SISTEMAS DE INFORMAÇÃO NA ÁREA DE SAÚDE
um conhecimento sobre uma determinada situação e assim transformar 
a realidade de um determinado território, historicamente produzido e em 
permanente transformação.
Ferreira (1999, p. 6) define indicador como sendo:
[...] uma representação numérica ou não que, considerando nossas referências 
e critérios, nos permite, a partir da “preferência” que damos a determinados 
eventos (atividades realizadas, ocorrência de doenças), produzir informações 
visando elaborar um conhecimento (quantitativo e/ou qualitativo) sobre 
uma determinada situação, com o propósito de tomar decisões e agir para 
transformar a realidade compreendida no espaço indicado. 
Os indicadores podem ser categorizados como, segundo Lessa (2000): 
Quadro 1 
Categoria Significado Uso
Eficiência Utilização de recursos da melhor maneira possível
Avaliação da estrutura do sistema (produtividade, 
capacidade instalada, capacidade operacional e 
distribuição dos gastos)
Eficácia Alcance de melhores resultados possíveis
Avaliação de processo de trabalho em saúde 
(cobertura, concentração de procedimentos e 
resolutividade)
Efetividade
Obtenção de 
transformações concretas 
na situação de saúde
Indicadores de mortalidade, morbidade, de dados 
demográficos, socioeconômicos e ambientais, 
refletindo avaliação de resultados
Todo processo de gestão demanda produção de informações, de forma sucessiva e perceptível com 
a realidade no sentido de apoiar a tomada de decisão. Dessa forma, a implantação de sistemas de 
informações é imprescindível.
 Saiba mais
CARVALHO, A. O.; EDUARDO, M. B. P. Sistemas de Informação em Saúde 
para municípios. São Paulo: Faculdade de Saúde Pública da Universidade 
de São Paulo, 1998. v. 6. (Série Saúde & Cidadania). Disponível em: http://
bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/saude_cidadania_volume06.pdf. 
Acesso em: 19 ago. 2016. 
A seguir, algumas reflexões sobre os SIS a fim de ampliar o entendimento:
• As atividades identificadas no processo de gestão do sistema de saúde geram dados e, 
consequentemente, informações.
26
Unidade I
• As unidades de produção e/ou operacionais que compõem o sistema de saúde são as que realizam 
estas atividades e obrigatoriamente geram informações que auxiliam o planejamento, a direção, 
o controle e a avaliação (PDCA) do que for produzido.
• As informações produzidas nessas unidades interessam não somente para a própria unidade 
como também para o sistema de saúde como um todo, são informações estratégicas que têm 
como objetivo efetuar avaliação sobre a situação de saúde.
Exemplificando, podemos citar o processo de atendimento ambulatorial, que se inicia com a entrada do 
paciente, seu atendimento e pós-atendimento. São vários os fluxos de informações que devem ser gerenciados, 
e deve haver um sistema de controle do agendamento com os seguintes itens: frequência, duração, distribuição, 
realização das consultas e gestão da demanda, além da recepção, triagem e encaminhamento do paciente 
para a espera. Assim, é possível gerenciar atendimento analisando-se as informações quanto à quantidade de 
internações, média de permanência, diagnósticos de internação, entre outras.
Agregando os bancos de dados do SIS, podemos citar outras instituições que contribuem por meio 
de suas atividades: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Instituto de Pesquisa Econômica 
Aplicada (Ipea), Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco), Rede Interagencial de Informações 
para a Saúde (Ripsa), entre outras. 
O fluxo de dados em um SIS envolve um série de entidades por característica da descentralização do 
SUS. A figura a seguir apresenta o fluxo de dados que desemboca nas esferas municipal, estadual e federal.
Hospitais
Secretaria Municipal de Saúde
Regional de Saúde
Ministério da Saúde
Secretaria Estadual de Saúde
Unidade Básica 
de Saúde Outras fontes
Figura 7 – Fluxo de dados em SIS
Os SIS é composto de vários subsistemas de informação em saúde que geram uma enorme 
quantidade de dados nacionais para subsidiar as diversas esferas de gestão na saúde pública. Com 
base nesses indicadores, é possível realizar análises de situação, planejamento e avaliação das 
ações e programas na área.
27
SISTEMAS DE INFORMAÇÃO NA ÁREA DE SAÚDE
Quadro 2 
Sistema Finalidade
Apac magnético Sistema de Captação de Dados
BLHWeb Sistema de Gerenciamento e Produção de Bancos de Leite Humano
BPA magnético Boletim de Produção Ambulatorial
Cadsus Sistema de Cadastramento de Usuários do SUS
CIHA Sistema de Comunicação de Informação Hospitalar e Ambulatorial
CNRAC Central Nacional de Regulação de Alta Complexidade
DE-PARA SIA Utilização do Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde
e-SUS Hospitalar Sistema de gestão hospitalar do Datasus com foco no SIH (Sistema de Informação Hospitalar) e PEP (Prontuário Eletrônico do Paciente)
e-SUS Samu Serviço de Atendimento Móvel de Urgência
GIL Gerenciamento de Informações Locais
Hemovida Sistema de Gerenciamento em Serviços de Hemoterapia
PVC Programa de Volta para Casa
Raas Registro das Ações Ambulatoriais de Saúde
REDOMENet Relação de Doadores Não Aparentados de Medula Óssea
Sargsus Sistema de Apoio à Construção do Relatório de Gestão
SCNES/FCES Sistema de Informação do Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde
Siab Sistema de Informação de Atenção Básica
Siass Sistema Integrado de Atenção à Saúde do Servidor
Siasus Sistema de Informação Ambulatorial do SUS
SIHDSistema de Informações Hospitalares Descentralizado
SIH/SUS Sistema de Informações Hospitalares do SUS
SIM Sistema de Informação sobre Mortalidade
Sinan Sistema de Informação de Agravos de Notificação
Sinasc Sistema de Informação sobre Nascidos Vivos
Sipnass Sistema do Programa Nacional de Avaliação de Serviços de Saúde
SI-PNI Sistema de Informações do Programa Nacional de Imunizações
SIS AIU Sistema de Apuração de Imunobiológicos Utilizados
SIS API Sistema de Avaliação de Doses Aplicadas de Vacinas
SIS EAPV Sistema de Informação sobre Eventos Adversos Pós-Vacinais
Siságua Sistema de Informação de Vigilância da Qualidade da Água para Consumo Humano
SISAIH Sistema Gerador do Movimento das Unidades Hospitalares
Siscolo/Sismama Sistema de Informação do Câncer do colo do útero e Sistema de Informação do Câncer de mama
SisHiperDia Sistema de Informação do plano de Reorganização da Atenção à Hipertensão e ao Diabetes (substituído pelo sistema e-SUS AB)
Sisprenatal Sistema de Informação do Programa de Humanização no Pré-Natal Nascimento (PHPN)
Sisreg II Sistema de Centrais de Regulação
Sisvan Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional
SNT Sistema Nacional de Transplantes
Versia Sistema de Verificação do Siasus
28
Unidade I
A classificação da Biblioteca Virtual em Saúde do Ministério da Saúde é relacionada por áreas na 
saúde e, dessa forma, estabelece um critério para facilitar a busca por informações nos SIS. A divisão 
dá-se da seguinte forma:
• Administração e planejamento:
– Cartão SUS.
• Administração hospitalar:
– Base de Dados de Informações Hospitalares (BDAIH).
– Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde (CNES).
– Gerenciador de Informações Locais (GIL).
– Sistema de Regulação do Ministério da Saúde (Sisreg).
– Monitoramento de indicadores de serviços de saúde por AIHs (MonitorAIH). 
– MS-BBS (acesso restrito).
– Sistema Nacional de Transplantes (SNT).
• Água (qualidade e saneamento):
– Sistema de Avaliação da Qualidade da Água, Saúde e Saneamento (Águabrasil).
• Assistência farmacêutica:
– Sistema Nacional de Gestão da Assistência Farmacêutica (Horus).
• Atenção Básica:
– Sistema de Informação de Atenção Básica (Siab).
• Câncer:
– Sistema de Informação do Câncer do Colo do Útero e Sistema de Informação do Câncer de 
Mama (Siscolo/Sismama).
• Datasus:
– Sistemas e aplicativos do Datasus.
29
SISTEMAS DE INFORMAÇÃO NA ÁREA DE SAÚDE
• Doenças crônicas:
– Sistema de Cadastramento e Acompanhamento de Hipertensos e Diabéticos (SISHIPERDIA).
• DST/Aids:
– Sistema de monitoramento de indicadores do Programa Nacional de DST e Aids (monitor Aids).
• Informações hospitalares:
– Sistema de Informação Hospitalar Descentralizado (SIHD).
• Medicamentos, vacinas e insumos:
– Sistema de informações do Programa Nacional de Imunizações (PNI).
• Pré-natal:
– Sistema de Pré-Natal (SIS Pré Natal).
• Protocolo e arquivo do Ministério da Saúde:
– Sistema Integrado de Protocolo e Arquivo (Sipar).
• Sistema Único de Saúde (SUS):
– Programa Nacional de Avaliação dos Serviços de Saúde (Sinpass).
• Toxicologia:
– Sistema Nacional de Informações Tóxico-Farmacológicas (Sintox).
• Vigilância em saúde:
– Sistema Nacional de Agravos de Notificação (Sinan). 
É primordial obter informações sobre cadastro de pacientes, da população de um modo geral, bem 
como de estabelecimentos de saúde. Assim como a produção das atividades de saúde, conhecimento do 
perfil de doenças atendidas, da mortalidade, número de profissionais de saúde, número de consultórios, 
leitos, equipamentos, medicamentos, gastos efetuados etc.
A partir da publicação da Portaria nº 648 (BRASIL, 2006b), que aprovou a Política Nacional de Atenção 
Básica, foi necessário concretizar o processo de integração do Sistema de Informação da Atenção Básica 
(Siab) e o Sistema de Cadastro Nacional dos Estabelecimentos de Saúde (SCNES).
30
Unidade I
Assim, o cadastro das equipes de saúde da família, saúde bucal e agentes comunitários passou a ser 
realizado no SCNES e exportado para o Siab.
A utilização dos sistemas de informações de saúde e de outras fontes de dados, pelos serviços de 
saúde e instituições de ensino e pesquisa, dentre outras, pode ser viabilizada via internet, propiciando o 
acesso a dados nas seguintes áreas:
• Demografia – informações sobre população, mortalidade e natalidade.
• Morbidade – morbidade hospitalar e ambulatorial, registros especiais, seguro social, acidentes de 
trânsito, de trabalho etc. 
• Meio ambiente: saneamento básico, abastecimento de água, destino dos dejetos e lixo, poluição 
ambiental, condições de habitação, estudo de vetores. 
• Recursos de saúde e produção de serviços – recursos físicos, humanos, financeiros, produção 
na rede de serviços básicos de saúde e em outras instituições de saúde, vigilância sanitária; no 
âmbito documental e administrativo: legislação médico-sanitária, referências bibliográficas e 
sistemas administrativos.
A necessidade de integração dos bancos de dados, para maior dinamização das ações de 
vigilância epidemiológica por meio da utilização dos sistemas nacionais de informações descritos, 
apresenta-se como pré-requisito para o melhor desenvolvimento de uma política de informação e 
informática para o SUS.
1.4 Legislação vigente
1.4.1 Leis Orgânicas da Saúde (LOS)
As Leis nº 8.080 (BRASIL, 1990a) e nº 8.142 (BRASIL, 1990b) são chamadas de Leis Orgânicas da 
Saúde (LOS). Tratam-se de leis complementares que detalham a organização e o funcionamento do 
sistema de saúde estabelecido pela Constituição Federal:
• Lei nº 8.080 (BRASIL, 1990a) – “Dispõe sobre as condições para a promoção, proteção e recuperação 
da saúde, a organização e o funcionamento dos serviços correspondentes e dá outras providências.” 
Além de estabelecer o papel das informações em saúde e a formação dos sistemas de informação.
• Lei nº 8.142 (BRASIL, 1990b) – “Dispõe sobre a participação da comunidade na gestão do Sistema 
Único de Saúde (SUS) e sobre as transferências intergovernamentais de recursos financeiros na 
área da saúde e dá outras providências.”
Além das LOS, uma série de instrumentos legais é estabelecida para a área da saúde. São publicadas 
leis, decretos, portarias, cartas e estatutos que regulamentam a saúde brasileira. Dentre elas, a Portaria 
nº 104 (BRASIL, 2011c):
31
SISTEMAS DE INFORMAÇÃO NA ÁREA DE SAÚDE
Define as terminologias adotadas em legislação nacional, conforme o 
disposto no Regulamento Sanitário Internacional 2005 (RSI 2005), a relação 
de doenças, agravos e eventos em saúde pública de notificação compulsória 
em todo o território nacional e estabelece fluxo, critérios, responsabilidades 
e atribuições aos profissionais e serviços de saúde. 
O Ministério da Saúde publicou uma coletânea de leis, entre outras publicações, sobre os direitos dos 
usuários dos serviços e das ações de saúde no Brasil, que reúne a legislação superior de âmbito federal 
relacionada à saúde, ou seja, leis ordinárias, complementares e delegadas, medidas provisórias, decretos 
e resoluções. Tendo em vista a complexidade do tema, não há a intenção de ser exaustivo, mas sim de 
destacar os assuntos de maior interesse dos usuários.
A legislação vigente trata de assuntos como:
• Assistência religiosa: prestação de assistência religiosa nas entidades hospitalares públicas e 
privadas, bem como nos estabelecimentos prisionais civis e militares: 
– Lei nº 9.982, de 14 de julho de 2000.
• Criança e adolescente: Estatuto da Criança e do Adolescente:
– Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990.
– Lei nº 11.104, de 21 de março de 2005.
• Defesa do consumidor: 
– Lei nº 8.078, de 11 de setembro de 1990.
– Decreto nº 5.903, de 20 de setembro de 2006.
• Estrangeiros: exigências sanitárias para ingresso e permanência de estrangeiros no País:
– Decreto nº 87, de 15 de abril de 1991.
– Lei nº 6.815, de 19 de agosto de 1980.
– Decreto nº 86.715, de 10 de dezembro de 1981.
• Idoso: Política Nacional do Idoso:
– Lei nº 8.842, de 4 de janeiro de1994.
– Decreto nº 1.948, de 3 de julho de 1996.
32
Unidade I
– Lei nº 10.048, de 8 de novembro de 2000.
– Decreto nº 5.296, de 2 de dezembro de 2004. 
– Lei nº 10.741, de 1º de outubro de 2003.
• Decreto nº 5.934, de 18 de outubro de 2006.
• Mulher, gestante, parturiente e lactante: exigência de atestados de gravidez e esterilização e outras 
práticas discriminatórias, para efeitos admissionais ou de permanência da relação jurídica de trabalho:
– Lei nº 9.029, de 13 de abril de 1995.
– Lei nº 10.048, de 8 de novembro de 2000.
– Decreto nº 5.296, de 2 de dezembro de 2004.
– Lei nº 10.516, de 11 de julho de 2002. 
– Lei nº 10.778, de 24 de novembro de 2003. 
– Decreto nº 5.099, de 3 de junho de 2004.
• Medicamentos genéricos: vigilância sanitária a que ficam sujeitos os medicamentos, as drogas, os 
insumos farmacêuticos e correlatos, cosméticos, saneantes e outros produtos:
– Lei nº 6.360, de 23 de setembro de 1976.
– Decreto nº 79.094, de 5 de janeiro de 1977.
– Lei nº 9.787, de 10 de fevereiro de 1999. 
– Decreto nº 3.181, de 23 de setembro de 1999.
– Lei nº 10.858, de 13 de abril de 2004.
– Decreto nº 5.090, de 20 de maio de 2004.
• Pacientes de câncer: obrigatoriedade da cirurgia plástica reparadora da mama pela rede de 
unidades integrantes do SUS nos casos de mutilação decorrentes de tratamento de câncer:
– Lei nº 9.797, de 6 de maio de 1999.
– Lei nº 10.289, de 20 de setembro de 2001.
33
SISTEMAS DE INFORMAÇÃO NA ÁREA DE SAÚDE
• Planejamento familiar: conjunto de ações de regulação da fecundidade que garanta direitos 
iguais de constituição, limitação ou aumento da prole pela mulher, pelo homem ou pelo casal e 
penalidades cabíveis: 
– Lei nº 9.263, de 12 de janeiro de 1996.
• Portadores de Aids/HIV: distribuição gratuita de medicamentos aos portadores do HIV e doentes de Aids:
– Lei nº 9.313, de 13 de novembro de 1996.
• Programa de Interiorização do Trabalho em Saúde: programa para incentivar a alocação de profissionais 
de saúde, de nível superior, em municípios de comprovada carência de recursos médico-sanitários:
– Decreto nº 3.745, de 5 de fevereiro de 2001.
• Saúde indígena: fica a cargo da União a assistência à saúde do indígena:
– Lei nº 6.001, de 19 de dezembro de 1973.
– Decreto nº 1.141, de 19 de maio de 1994.
– Decreto nº 3.156, de 27 de agosto de 1999.
• Serviço de atendimento móvel de urgência médica: visa à implementação de ações com maior 
grau de eficácia e efetividade na prestação de serviço de atendimento à saúde de caráter 
emergencial e urgente:
– Decreto nº 5.055, de 27 de abril de 2004.
• Sistema Único de Saúde (SUS): condições para a promoção, proteção e recuperação da saúde, a 
organização e o funcionamento dos serviços correspondentes, participação da comunidade na gestão 
do SUS e sobre as transferências intergovernamentais de recursos financeiros na área da saúde:
– Lei nº 8.080, de 19 de setembro de 1990.
– Lei nº 8.142, de 28 de dezembro de 1990.
• Transplantes: estabelece a obrigatoriedade do cadastramento dos doadores de sangue bem como a 
realização de exames laboratoriais no sangue coletado, visando prevenir a propagação de doenças:
– Lei nº 7.649, de 25 de janeiro de 1988.
– Decreto nº 95.721, de 11 de fevereiro de 1988.
– Lei nº 9.434, de 4 de fevereiro de 1997.
34
Unidade I
– Decreto nº 2.268, de 30 de junho de 1997.
– Lei nº 10.205, de 21 de março de 2001.
– Decreto nº 3.990, de 30 de outubro de 2001.
– Lei nº 10.211, de 23 de março de 2001.
• Usuários de drogas: prevenção, tratamento, fiscalização, controle e repressão à produção, ao uso e ao 
tráfico ilícitos de produtos, substâncias ou drogas ilícitas que causem dependência física ou psíquica:
– Lei nº 10.409, de 11 de janeiro de 2002.
• Usuários de planos de saúde: planos e seguros privados de assistência à saúde:
– Lei nº 9.656, de 3 de junho de 1998.
– Medida Provisória nº 2.177-44, de 24 de agosto de 2001.
• Vigilância sanitária: fiscalização sanitária das condições de exercício de profissões e ocupações 
técnicas e auxiliares, relacionadas diretamente com a saúde:
– Decreto nº 77.052, de 19 de janeiro de 1976 
– Lei nº 6.815, de 19 de agosto de 1980. 
– Decreto nº 86.715, de 10 de dezembro de 1981. 
– Decreto nº 87, de 15 de abril de 1991.
Assim, foi apresentada uma compilação da legislação relativa à saúde no País.
1.4.2 Legislações que tratam dos SIS
Entre as principais legislações que tratam dos SIS, podemos citar:
• Portaria nº 3.462 (BRASIL, 2010b) – “Estabelece critérios para alimentação dos Bancos de Dados 
Nacionais dos Sistemas de Informação da Atenção à Saúde.”
• Portaria nº 1.412 (BRASIL, 2013) – “Institui o Sistema de Informação em Saúde para a atenção Básica (Sisab)”.
• Portaria nº 1.653 (BRASIL, 2015b): 
Acrescenta o art. 2º à Portaria nº 1.412/GM/MS, de 10 de julho de 2013, que Institui o Sistema de 
Informação em Saúde para a atenção Básica (Sisab), com o objetivo de garantir a transição entre o 
Sistema de Registros das Ações Ambulatoriais de Saúde (Raas) e o Sisab. 
35
SISTEMAS DE INFORMAÇÃO NA ÁREA DE SAÚDE
• Portaria nº 1.113 (BRASIL, 2015a) – “Altera o § 3º do art. 3º da Portaria nº 1.412/GM/MS, de 10 de 
julho de 2013, que institui o Sistema de Informação em Saúde para a atenção Básica (Sisab)”.
 Saiba mais
Além das Leis Orgânicas da Saúde (8.080/90 e 8.142/90), uma série de 
instrumentos legais foi estabelecida para a área no decorrer desses vinte 
anos. A página sobre legislação federal em saúde disponibiliza os atos 
normativos por meio de pesquisa e recuperação desses atos. Acesse: 
http://bvsms.saude.gov.br/
Segundo documento do Ministério da Saúde, aprovado pela Portaria Ministerial nº 3, de 4 de janeiro 
de 1996 (apud FERREIRA, 1999, p. 7): 
É essencial conceber o SIS como um instrumento para o processo de tomada 
de decisões, seja na dimensão técnica, seja na dimensão de políticas a serem 
formuladas e implementadas; o sistema deve ser concebido[,] pois, na qualificação 
de suas ações, como produtor de conhecimentos e como descritor de uma 
realidade [...] Um SIS deve assegurar a avaliação permanente da situação de 
saúde da população e dos resultados das ações de saúde executadas, fornecendo 
elementos para, continuamente, adequar essas ações aos objetivos do SUS. 
 Saiba mais
Para consultar a legislação federal em saúde, acesse a Biblioteca Virtual 
em Saúde do governo federal: 
BRASIL. Ministério da Saúde. Biblioteca virtual em saúde. Leis. Brasília, 
[s.d.]b. Disponível em: http://bvsms2.saude.gov.br/php/level.php?lang=pt&
component=44&item=30. Acesso em: 24 ago. 2016. 
Para consulta à legislação de âmbito inferior, que não a federal, tais 
como portarias, resoluções e instruções normativas, leia: 
BRASIL. Ministério da Saúde. Saúde legis. Brasília, 2005. Disponível em: 
www.saude.gov.br/saudelegis. Acesso em: 15 ago. 2016. 
BRASIL. Ministério da Saúde. Biblioteca Virtual em Saúde. Políticas e 
diretrizes do SUS. Brasília, [s.d.]c. Disponível em: http://bvsms2.saude.gov.br/
php/level.php?lang=pt&component=44&item=23. Acesso em: 24 ago. 2016.
36
Unidade I
2 SISTEMA DE INFORMAÇÕES HOSPITALARES DO SUS (SIH/SUS)
2.1 Histórico
O Sistema de Informações Hospitalares (SIH) foi regulamentado pela Resolução Inamps nº 227, 
de 27 de julho de 1990, tendo como fundamentação legal a Portaria do Ministério da Saúde 
nº 896, de 29 de junho de 1990.
As instituições responsáveis são o Ministério da Saúde, a Secretaria de Atenção à Saúde (SAS), o 
Departamento de Regulação e Avaliação e Controle (Drac).
O processo ocorre no âmbito administrativo, com periodicidade de captação dos dados de forma 
contínua com consolidação mensal por município, estado e também no âmbito federal desde 1982.
A finalidade do SIH/SUS é registrar todos os atendimentos provenientes de internações hospitalares 
que foram financiadas pelo SUS. Esse registro é efetuado pela Autorização de Internação Hospitalar (AIH) 
e, a partir desse processamento, deve gerar relatórios para que os gestores possam fazer ospagamentos 
dos estabelecimentos de saúde. 
Além disso, o nível federal recebe mensalmente uma base de dados de todas as internações 
autorizadas (aprovadas ou não para pagamento), para que possam ser repassados às Secretarias de 
Saúde os valores de produção de média e alta complexidade, além dos valores da Central Nacional 
de Regulação de Alta Complexidade (CNRAC), Fundo de Ações Estratégicas e Compensações (Faec) e de 
hospitais universitários – em suas variadas formas de contrato de gestão.
O SIH amplia a possibilidade de produção de conhecimento no campo da saúde coletiva ao fornecer 
informações de diagnóstico, demografia e geografia de cada internação hospitalar.
 Observação
Os secretários de saúde deverão solicitar a implantação do SIH-SUS 
comprovando o atendimento sobre as informações de diagnóstico, 
demografia e geografia de cada internação hospitalar mediante o 
preenchimento do formulário “Informações Sobre o Sistema de Saúde” 
e encaminhá-lo diretamente à Coordenadoria de Cooperação Técnica e 
Controle Estadual, para avaliação e autorização, e da Ficha Cadastral de 
Hospital, que, após ser devidamente preenchida, será encaminhada para a 
Direção Geral do Inamps, para fins de cadastramento no SAMHPS.
A evolução do SIH inicia-se por meio da ideia de gerenciar o pagamento de serviços prestados pelos 
hospitais contratados pelo Instituto Nacional de Assistência Médica da Previdência Social (Inamps), 
identificado como Sistema de Assistência Médico-Hospitalar da Previdência Social (SAMHPS), sendo 
expandido aos hospitais filantrópicos e, posteriormente, aos hospitais universitários e de ensino. 
37
SISTEMAS DE INFORMAÇÃO NA ÁREA DE SAÚDE
Com a implantação do SUS e da transferência do Inamps para o Ministério da Saúde, o sistema 
recebeu novo nome, sendo identificado por Sistema de Internações Hospitalares do SUS (SIH/SUS) e 
depois sofreu nova expansão: desta vez, nos hospitais públicos municipais, estaduais e federais, sendo, 
nestes últimos, somente os da administração indireta e de outros ministérios. Nessa transição, a equipe 
de informática responsável continuou sendo a empresa de tecnologia e informações da Previdência 
Social (Dataprev), vinculada ao Ministério da Saúde, que posteriormente também foi transferida para o 
Ministério da Saúde e renomeada para Departamento de Informática do SUS (Datasus).
De 1991 em diante, diversas alterações foram incorporadas, destacando-se 
aquelas voltadas à descentralização do sistema de informações a exemplo do 
que ocorria com o próprio sistema de saúde. São exemplos desse movimento, a 
implementação da AIH em disquete, a criação de aplicativos (Programa de Gestão 
Financeira – PGF e Sistema de Gerenciamento da AIH – SGAIH) que possibilitaram 
o controle dos gestores das esferas municipal e estadual do SUS sobre as “faturas” 
apresentadas por seus prestadores de serviços, e a criação de novos instrumentos 
de tabulação para a análise dos dados, como o TabWin e o TabNet. Apesar disso, 
o processamento das AIH continua sendo feito de forma centralizada no Datasus, 
com a utilização de aplicativos que pouco evoluíram tecnologicamente desde o 
seu desenvolvimento na década de [19]80 (GONÇALVES, 2015, p. 36).
O SIH-SUS foi um dos primeiros registros administrativos brasileiro criados na área da saúde com a 
finalidade de viabilizar a administração, fiscalizar e controlar as ações dos serviços de saúde. Esse tipo de 
registro tem um “grande volume de informações” que, no instante da sua criação, não era destinado à avaliação 
dos fatores clínicos ou análise epidemiológica, contudo, hoje em dia, com as ferramentas disponibilizadas pelo 
Departamento de Informática do SUS (Datasus), por exemplo o TabNet, os seus dados passaram a ser utilizados 
nessa área. Apesar de ter mais de 25 anos de uso, o SIH-SUS pode ser considerado um sistema moderno 
porque apresenta funcionalidades consideradas simples e criativas para o processamento e armazenamento 
da produção hospitalar. Pois, desde a sua concepção, quando era conhecido como Sistema de Assistência 
Médico-Hospitalar da Previdência Social (SAMHPS), até a unificação da tabela de procedimentos, sua estrutura 
(crítica e cálculo de valores) foi pouco modificada, apesar da grande demanda de alterações (SANTOS, 2009).
A Autorização de Internação Hospitalar é preenchida pelo hospital após a alta hospitalar e enviada 
eletronicamente para a Secretaria de Saúde municipal ou estadual, dependendo do nível de gestão 
municipal. Os dados são consolidados no nível nacional.
Os principais dados inseridos nos sistemas são relativos a:
• Hospital: código, município, regime jurídico.
• Paciente: sexo, data de nascimento, idade, município de residência, código postal, ocupação, 
atividade econômica, nacionalidade.
• Hospitalização: especialidade, tipo de admissão (emergência, eletiva etc.), data da admissão, data 
da alta, dias de permanência, tipo e número de dias na UTI, número de dias do acompanhante, 
motivo da alta, procedimentos realizados, diagnóstico primário e secundário.
38
Unidade I
• Custo hospitalar: valor total, serviços hospitalares, atividades profissionais, serviços de diagnóstico 
e terapia, cuidados neonatais, acompanhante, ortopedia e prótese, sangue, transplante, analgesia 
obstétrica e UTI.
• Em caso de esterilização: número de filhos, escolaridade, métodos de controle de natalidade.
• Outras informações: gravidez de alto risco, cuidados pré-natais, infecção hospitalar.
• Procedimentos: código do procedimento, código do estabelecimento ou profissional, tipo do 
estabelecimento ou profissional (laboratório do hospital, laboratório externo, profissional do 
hospital, profissional externo), atividade do estabelecimento ou profissional (anestesia, ortopedia 
etc.), número de procedimentos, custo.
A coleta desses dados é permanente, e a divulgação dos resultados é mensal e distribuída em nível 
nacional, com detalhamento no nível estadual, municipal e de estabelecimentos.
O fluxo básico da coleta de dados referente a uma AIH tem seu início quando o paciente é examinado. 
Na sequência, o laudo é encaminhado para o órgão emissor e, conforme a figura a seguir, esses dados 
chegam até o Ministério da Saúde.
Paciente é examinado Órgão emissorLaudo é encaminhado
Emite
Encaminha
Hospital
Digita
Encaminha
Encaminha
Secretaria Municipal de Saúde
Ministério da Saúde
Crítica, análise e glosa
Encaminha
Secretaria Estadual de Saúde
Figura 8 – Fluxo básico de autorização de internação hospitalar (AIH)
O controle de assistência hospitalar é realizado com a utilização do SIHSUS, sendo que o prestador 
do serviço efetua a entrada das autorizações de internação hospitalar, referente a seu movimento 
hospitalar, no sistema de captação de dados. As informações são enviadas ao gestor, que processa, 
39
SISTEMAS DE INFORMAÇÃO NA ÁREA DE SAÚDE
critica, valida consolida e valora. Depois, no final do mês, em data estabelecida pelos gestores, ocorrerá 
o encaminhamento das AIH emitidas para proceder ao processamento e gerar os vários relatórios 
de duplicidades bloqueadas, de solicitação de exclusão de críticas de idade, de quantidade acima da 
máxima, CNS duplicado ou sem CNS e o AIH com CID de doenças de notificação compulsória que 
deverão, obrigatoriamente, ser analisadas pelo gestor para permitir ou não o processamento das AIH 
bloqueadas pelo sistema.
2.2 Central Nacional de Regulação de Alta Complexidade (CNRAC)
O CNRAC é o sistema que controla a regulação de procedimentos da alta complexidade no 
âmbito interestadual, a fim de garantir o acesso à população de estados com oferta de serviços 
ausentes ou insuficientes. Permite o dimensionamento do fluxo migratório de pacientes entre 
unidades federativas.
O SisCNRAC foi desenvolvido pelo Departamento de Regulação, Avaliação e Controle (Derac), em 
parceria com o Departamento de Informática do SUS (Datasus), a fim de contribuir para a melhoria 
contínua dos procedimentos relacionados ao financiamento das ações de saúde, e com

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