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Psicologia da saude para estudo

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Aula 1
As origens da Psicologia
Os filósofos clássicos, para conduzir esta análise, pensaram, primeiramente, como a subjetividade se constitui, como se pensa, como podemos entender a dimensão, ou como eles gostavam de intitular, da alma.
Sócrates, por exemplo, buscava traçar o limite entre os instintos e a razão.Assim, aparece neste lugar descontínuo do pensamento grego a razão como a própria essência do homem, a consciência.
Platão, por sua vez, procurou definir um lugar para a razão. Descrevia então o corpo como sede da alma.
Aristóteles A noção de uma continuidade entre corpo e alma toma um lugar importante na Filosofia Clássica com Aristóteles. De forma inovadora, esse filósofo já antecipava o olhar holístico postulando que alma e corpo estão associados.
Definição de teoria
Teorias, por sua vez, são formações discursivas, não são traduções literais dos fatos. São as teorias, entretanto, que nos ajudam a orientar nossa prática.
As construções teóricas
Não basta uma teoria ser atraente: ela deve ser útil. Uma teoria útil organiza eficazmente uma série de observações e relatos e faz pressuposições claras para inferir aplicações práticas.No decorrer de seu aparecimento no mundo, a Psicologia estabeleceu parcerias e mantém um vinculo constante com a prática.
Psicologia Clínica
A Psicologia que queremos enfatizar é a clínica, que concerne à relação interdisciplinar que mantém com o campo da saúde mental em geral, e com o campo do cuidado em particular.Não devemos esquecer que os psicólogos jamais apreendem diretamente a subjetividade, e que o sujeito que tratamos não pode ser reduzido somente ao somatório de suas expressões ou de seus sintomas, muito menos à soma de seus comportamentos.O que está por trás da soma dos comportamentos é o que deve ser trabalhado pelo psicólogo, para que se revele o sentido da palavra do sujeito.
O que, na interdisciplinaridade entre Psicologia e disciplinas da área da saúde, pode auxiliar no entendimento do sofrimento? 
Uma das contribuições relevantes é a afirmação de que os atos do sujeito não são um simples comportamento, mas têm uma significação. 
O sujeito com o qual a Psicologia lida não é um ser estático e acabado, mas está em permanente estado de construção.
O processo de cuidar
Esse conceito é usado para designar todas as atividades da clínica geral ou somente uma divisão particular do trabalho.
Enfim, a clínica é toda uma inteira atividade de serviços organizada para atender aos sujeitos que a procuram, seja com sofrimento físico ou mental.
Nesta perspectiva, o campo da clínica é aquele que se ocupa do sofrimento considerado individualmente. 
Em outras palavras, trata-se de dispensar aos sujeitos atenção terapêutica ao sofrimento, que muitas vezes ultrapassa a dimensão do puramente somático.
Como as psicoterapias entendem, por exemplo, o sintoma?
As psicoterapias tomam o sintoma como o que é da ordem da narrativa, como o sujeito fala de suas doenças, como ele a sente.
É justamente nesta perspectiva que os sintomas podem ser interpretados.
Eles não são somente o indício de que algo não vai bem, mas sim, que têm um sentido que pode ser traduzido e conscientizado.
A diversidade da Clínica
Veremos como cada abordagem terapêutica pensa a condução do tratamento e o papel do psicoterapeuta.
Nas várias abordagens clínicas, haverá sempre uma possibilidade de reorganização do aparente caos e da desestruturação do sofrimento mental – seja na vertente da ressignificação para a Psicanálise e para a Terapia Humanista Existencial, seja na vertente de um reaprendizado para a Terapia Cognitivo-Comportamental.
A clínica autoriza, portanto, o saber sobre o individual. A clínica surge quando o saber tem como objeto o sujeito. 
A clínica das diferentes abordagens é, portanto, o ponto de partida de um trabalho terapêutico.
Em outras palavras, a clínica é a possibilidade de considerar-se que, entre a doença e o sintoma, há um sujeito.
Esta perspectiva clínica abre também a possibilidade da elaboração de teorias sobre as causas do sofrimento mental e o desenvolvimento de uma prática que permita maior autonomia e uma nova possibilidade de encarar a existência e modificar a forma do sujeito interpretá-la.
Os objetivos da clínica
Dizer que o sujeito com o qual lidamos na clínica é um sujeito atravessado pela linguagem e pelo sentido que imprime em sua realidade é tomar o corpo também na dimensão da linguagem.
A incidência da linguagem no corpo transforma o corpo biológico em um corpo idealizado, representado.
A Terapia Humanista Existencial
O que é o ser, qual o seu sentido e qual a sua verdade? 
É dessas questões da Ontologia e da Filosofia existencial que surge uma psicoterapia: a Terapia Humanista Existencial.
Para você entender como funciona esta terapia, devemos conhecer alguns conceitos da Filosofia existencial, fonte teórica da prática clínica da Terapia Existencial.
O existencialismo evidencia que o ser humano não tem uma substância; é sim, pura liberdade de escolha.
 O ponto de partida de toda existência humana é o que o filósofo Heidegger denomina o ser no mundo, um ser sem uma essência prévia, que cria e inventa sua própria existência.
A singularidade
O existencialismo coloca a experiência vivida como fundamental. 
Esta forma de ver o ser humano implica que o ser humano é entendido não como determinado, mas com as inúmeras possibilidades do “vir a ser”, que a pessoa é singular, livre e responsável por sua existência.
Na perspectiva da terapia humanista existencial, há dois conceitos chaves: A liberdade de criar um modo de existir, singular, provindo de uma escolha; A responsabilidade por suas escolhas.
A liberdade
Na perspectiva existencialista, não há, propriamente falando, desajustes, pois todo modo de existir é uma escolha da qual o sujeito é responsável. O desajuste é o resultado de uma escolha própria e singular. Se somos o produto de nossa própria criação, se somos livres para escolher e, apesar de tudo, temos sintomas como ansiedade e depressão, é porque nem todas as nossas escolhas são sábias.
Os objetivos da terapia
O principal objetivo da terapia é propiciar uma maximização da autoconsciência e favorecer um aumento do potencial de escolha do cliente para descobrir-se, autocriar-se e aceitar os riscos de suas próprias escolhas e se tornar responsável por elas, aceitando a liberdade.
Terapia Cognitivo-Comportamental
A forma como interpretamos o nosso mundo influencia nosso comportamento? Todo comportamento é adaptativo? 
Há uma forma de medir a eficácia de uma terapia?
Se a teoria freudiana supõe que há um sujeito do inconsciente, se a Terapia Humanista Existencial supõe que há um sujeito livre e responsável por suas escolhas, a Terapia Cognitivo-Comportamental baseia-se em um sujeito que possui crenças que influenciam seus comportamentos.
Sabendo disso, conceitue a transformação do sujeito e explique por que o desajuste é resultado de uma escolha própria e singular.
Sujeito é a transformação significa que o sujeito poderá sempre fazer novas escolhas, pois há sempre múltiplas possibilidades.
O desajuste é o resultado de uma escolha própria e singular. Se somos o produto de nossa própria criação, se somos livres para escolher e, apesar de tudo, temos sintomas como ansiedade e depressão, é porque nem todas as nossas escolhas são sábias.
Aula 2
A contribuição da Psicologia 
 Já que estamos tratando da interdisciplinaridade entre Psicologia e as disciplinas da Área de Saúde, quais contribuições a Psicologia tem para oferecer, para auxiliar no processo de cuidar?
Primeiramente, discutiremos as implicações do conceito de saúde da Organização Mundial de Saúde (OMS), depois enfocaremos o conceito de normal e o conceito de sujeito.
Esta sequência visa o entendimento das nuances do conceito de qualidade de vida.
Definição da OMS
“um estado total de bem-estar físico, mental e social, e não simplesmente a ausência de doença”.
Tomaremos essa definição da OMS como uma bússola, pois o conceito da perfeitasaúde e bem-estar total soa como uma utopia, como um ideal que pode parecer inatingível. 
Entretanto, pode servir como um norte para o profissional de Saúde orientar suas ações.
Lunardi (1999) mostra que, no exercício da Enfermagem, é necessário pensar o conceito de saúde, para que ele não seja usado de forma linear, nem se torne um dogma.
Doença, saúde e normalidade
A orientação dada por Lunardi na tela anterior, nos serve como ponto de partida para uma reflexão: 
A própria definição do que é saúde ou doença implica o conceito de normalidade? 
Este conceito não é linear e tem desdobramentos segundo as várias perspectivas em que é abordado.
Para entender o processo que se dá entre o indivíduo e seu padecimento, as reflexões sobre o normal e o patológico nos ajudarão a delimitar o lugar do sujeito e sua interpretação, o sentido que ele dá ao seu padecimento.
Entender como a subjetividade influencia a percepção do sofrimento ajuda o profissional de Saúde a criar estratégias para ajudar seu paciente a melhorar sua qualidade de vida.
Como o profissional pode entender o indivíduo e seu sofrimento? Como pode buscar trabalhar operacionalmente estes conceitos no processo de cuidar? Como utilizar o conceito holístico para orientar sua prática?
Nossa aula está cada vez mais interessante, avance para tela seguinte e vamos descobrir esses questionamentos.
O sujeito: limite entre o normal e o patológico
É Canguilhem (1999 p. 90), filósofo e médico francês, quem nos ajudará a encaminhar estas questões. Ele nos dá uma contribuição de uma forma muito fecunda na problematização da relação entre o normal e o patológico.Ele mostra como esta divisão não é externa ao próprio sujeito, que é subjetiva e não objetivável por um critério imperativo de saúde válido igualmente para todos.
Singularidade do sujeito
Essa forma de colocar a relação intrínseca entre a normalidade e seu contrário aponta para a singularidade do sujeito, pois a norma não é geral, mas diz respeito a uma relação do sujeito consigo mesmo.
O que queremos ressaltar com esta contribuição é que a norma é individual. 
Ou seja, só se poderia falar de desvio da norma referindo-se a um estado anterior de um mesmo indivíduo.
Esta é uma indicação muito importante, para que o profissional de Saúde seja advertido de que a norma de saúde é aplicável de modo dogmático e categórico, mas que a avaliação da qualidade de vida decorre da singularidade de cada indivíduo.
Anomalia e “normalidade”
A anomalia só pode ser considerada por referência a um estado prévio de um mesmo indivíduo. Embora o conceito de saúde proposto pela OMS se pareça como uma máxima universal no que nos concerne aqui, trata-se de um “normal” que não é correlativo a um conceito social. Ou seja, uma norma social não é válida para analisar o que é um desvio em termos individuais.
Isso nos leva a tomar  o conceito de saúde da OMS nesta perspectiva: há um sujeito que se define por capacidade psíquica de julgar se não são mais normais como antes e quando voltarão a sê-lo.O homem julga seu futuro pelas vivências passadas, assim voltar a ser normal é retornar a uma atividade interrompida ou a uma atividade equivalente.
Diminuição da atividade	
Atuar numa perspectiva de que o sujeito é sua própria medida dá um saber ao profissional de Saúde para ajudar os indivíduos a encontrar outra qualidade de vida, nova, diferente, mas que o ajude no processo criativo de seu existir. O essencial, para um indivíduo que passou por uma experiência de enfermidade, é poder sair de uma situação onde se defrontava com a impotência.
É poder avaliar positivamente sua vida como uma qualidade, e não como um déficit, pois embora o indivíduo possa não se avaliar da mesma forma que em seu estado anterior, o novo estado pode ainda ser percebido pelo sujeito como um ganho.
Aquilo com que o profissional de Saúde lida, na sua prática, é também com uma subjetividade que vivencia seu próprio “estado de bem-estar”.
Adaptação a novas situações
O que está sendo ressaltado é a capacidade do indivíduo de se adaptar a novas situações, e não uma medida de seu rendimento.
O “normal” e o “anormal” devem ser definidos de modo mais fino de acordo com as normas individuais, e não levando em conta o que pode ser definido em relação a uma norma social.
O que buscamos ressaltar na relação entre o conceito de saúde universal da OMS e o sujeito em sua singularidade é que o universal da saúde precisa ser encarnado na percepção que o sujeito tem de sua própria posição na vida.
Saber que a forma como o indivíduo vivencia sua própria doença de forma singular é um fator de extrema importância, que deve ser levado em conta pelo profissional de Saúde no processo de cuidar, ajudando na recuperação e manutenção da qualidade de vida.
Arte de cuidar do profissional de Saúde pode encontrar subsídios nesses conceitos para promover ações de saúde, uma vez que sua atuação está direta e indiretamente relacionada tanto com o bem-estar físico como mental do indivíduo.
Ela enfatiza que há um limite entre a utopia da saúde perfeita e a vontade dos sujeitos. Em suas palavras:(...) A questão da saúde, na vida, assim como o direito (e o dever?) ou não à vida, à saúde, ao corpo, à felicidade, à satisfação das necessidades dos sujeitos, o direito de ser o que se é, são questões que podem ou não estar perpassando muitas das práticas dos profissionais que atuam na área de saúde e agem em nome da defesa da saúde das pessoas.
O conceito de sujeito e a singularidade
Em que o conceito de sujeito em sua singularidade pode auxiliar o profissional de Saúde a entender o conceito de qualidade de vida? Parece ser interessante e necessário trazer este conceito para que possamos compreender a necessidade de tomar o indivíduo como sua própria referência.
Produtor da realidade
É desta forma, proposta pelo autor, que devemos entender que os atos e os pensamentos de um sujeito não são um comportamento sem significação.
Se não podemos apreender diretamente a subjetividade, o acesso que temos a ela é através de atos e do sentido que o sujeito constrói constantemente em interação com a cultura.
Nos atos de um sujeito, surge desvelada sua forma de pensar e interpretar sua vida, seu sofrimento, e também sua qualidade de vida. 
A subjetividade se desvela, portanto, através dos atos dos sujeitos. Não há nada na origem dos atos de um sujeito que já não traga seu sentido.
É importante destacar que esse sujeito não se restringe ao nível biológico, que não é um ser estático, acabado, mas em constante movimento. 
É neste sentido que o sujeito está perenemente em um processo de reordenação e reestruturação.
Aula 3
Primórdios da Psicossomática
Sintomas físicos podem ser causados pela mente? 
Qual é a inter-relação entre corpo e mente? 
Como se pode cuidar de um paciente cujo sintoma físico é causado por um conflito psíquico?
Essas questões intrigam os profissionais de saúde, e têm atualmente respostas diferentes, mas acompanham aqueles que se dedicam ao cuidar desde a era Clássica.
Medicina separada da religião
Houve um período da História da Medicina que coincidiu, na Grécia clássica, com a de outras áreas de saber, que não mais buscavam explicar os fenômenos humanos naturais por uma concepção mágica ou mística.
Alternância psicossomática
Uma das grandes contribuições que Hipócrates nos deixou é hoje descrito como alternância psicossomática, que intriga os médicos ainda hoje. Segundo esse conceito, o surgimento de uma doença física pode aliviar o quadro de um conflito mental.
Atualmente, o conceito de alternância psicossomática permite entender o suceder abrupto de uma situação psíquica e somática sucedendo a outra (Mello Filho, 2002).
Essa alternância explica os casos de remissão de sintomas físicos quando surge um conflito mental e seu desaparecimento quando surge uma doença somática.
Na próxima aula, veremos como geralmente os pacientes que desenvolvem doenças autoimunes, como colite ulcerativa, parecem não ter um conflito psíquico.Pensadores da Psicologia
Dilthey (Mello Filho-2002), quando propõe a separação das ciências naturais das humanas, diz que esta se baseia na relação de sentido e significação, e com isto, redimensiona a Psicologia.
Agora os fenômenos psicológicos podem ser compreendidos, permitindo com isto que o rigor da ciência possa valer também para a Psicologia
Freud, por sua vez, evidencia que as manifestações dos seres humanos, os sonhos e os atos dos sujeitos têm um sentido.Na sua escuta da histeria de conversão, Freud percebeu que não havia nenhum órgão afetado quando apresentavam analgesias, paralisias e cegueira, mas os sintomas no corpo eram traduções simbólicas de lembranças recalcadas, e que as histéricas “sofriam de reminiscências” (Freud, 1893-1895).
Assim, o termo psicossomático, que foi inicialmente usado para se referir apenas a algumas doenças cuja relação entre corpo e mente se mostrava muito evidente, passou atualmente a ser usado para “... toda e qualquer doença e tendência atual é unitária” (Mello, 2002, p.21).
O que quer dizer que a doença é sempre vivenciada no registro do sentido e da significação. 
Esta atitude pode e deve também ser adotada pelo profissional de Saúde no processo de cuidar.
O profissional de Saúde na Psicossomática
A complexidade e a integralidade dos sujeitos que têm doenças psicossomáticas acabam por impor um trabalho que pode ser exercido não só pelos médicos, mas por todos os profissionais de Saúde.Não devemos esquecer que a concepção psicossomática partiu de uma posição unidirecional psique-soma, inicialmente formulada para outra posição adotada pela Psicossomática atual de tomar os fenômenos relacionados ao adoecer em seu conjunto (Mello, 2002).Então, qual deve ser o papel do profissional de Saúde neste contexto interdisciplinar? Não se espera que ele seja também psicólogo, mas que possa se tornar um observador qualificado, para desenvolver uma nova atitude no processo de cuidar.
 
O que a teoria psicanalista deve nos ensinar sobre o corpo- mente?
É a experiência clínica que pode nos ensinar a ampliar nossos horizontes e apreender as relações dos fenômenos psicossomáticos com as significações do sujeito no contexto atual das relações doença-família e médico-paciente, da qual trataremos na aula 7.Por enquanto, visitaremos algumas contribuições que nos ajudarão a entender como foram formuladas algumas das teorias a respeito da possível relação entre o somático e o psíquico.
Sintomas simbolizariam conflitos
Outra contribuição que Freud nos legou foi no campo da significação, ao afirmar que os sintomas têm um sentido que simbolizam um conflito, um desejo inconsciente que não pôde ser traduzido em palavras e que, uma vez traduzidos em palavras, são passíveis de remissão.
Assim, o estudo do psiquismo abandona o campo da representação da consciência, passando a afirmar, através do conceito de inconsciente, que a maior parte de nossa vida mental é regida pelos desejos e conflitos inconscientes, permanentemente influenciando nossas atitudes e ações.
Sintomas simbolizariam conflitos
É dessa perspectiva que podemos entender uma doença psicossomática: um discurso sem palavras, um sintoma físico que é a simbolização de um processo de pensamento do qual não temos consciência.
As contribuições da Psicofisiologia
Enquanto os psicanalistas tentavam entender os fenômenos psicossomáticos no registro do sentido e da significação, os psicofisiologistas também deram contribuições que permitiram elucidar os mecanismos de interação psicofísica nos níveis fisiológico e bioquímico, usando a experimentação.
Mello (2002) mostra a importância do trabalho de Cannon, que contribuiu para a Psicofísica com seu clássico trabalho sobre as modificações fisiológicas produzidas pela “secreção adrenalínica de emergência”, subjacentes aos estados de fome, medo, dor e raiva.
O trabalho pioneiro de Cannon influenciou as descobertas da Psicofísica, que é o estudo das interações entre estados mentais e processos fisiológicos. 
Os psicofisiologistas começaram a buscar relacionar os estados mentais às modificações no corpo.
Wolf e Wolf (Mello, 2002) constataram a íntima relação que guardava o funcionamento global dos órgãos de determinados pacientes com os mais diversos estados emocionais.
Processo de reação do organismo
Selye (Mello, 2002) confirma experimentalmente que qualquer vivente tem tendência a desenvolver de forma uniforme e inespecífica, anatomofisiologicamente aos vários estresses aos quais se vê submetido.
Esse autor denomina o processo de reação do organismo, buscando respostas adaptativas de síndrome-adaptação, distinguindo três fases:
Alarme, também denominado choque, iniciado por uma descarga adrenérgica: taquicardia, diminuição do tônus muscular e temperatura, hipercalcemia, entre outras;
Segue-se a esta fase o contrachoque, quando as reações humorais e neurovegetativas são modificadas por uma hiperatividade do córtex suprarrenal.
Se o agente estressante continuar com sua atuação, o organismo entra em uma fase de defesa, onde há uma permanente hiperatividade corticossuprarrenal, e uma fase de esgotamento, consequência da falha dos mecanismos adaptativos a estímulos permanentes e excessivos.
A Psicossomática hoje
É importante ressaltar que perceber o que não é falado diretamente, e que aparece no corpo, não é tarefa fácil. 
Dar a palavra ao sujeito, na prática do dia a dia, não é fácil.
Esperamos que este percurso pela Psicossomática dê a você um modelo de assistência integral, com a possibilidade de desenvolver uma ideologia que o ajude na elaboração de um novo modelo no processo de cuidar.
 Aula 4
Caso M
O caso ao lado nos dá a possibilidade de refletir sobre a relação entre mente e corpo e buscar entender como esta interação está mediada pela história de vida do sujeito.
M., casada, com três filhos, apresenta um quadro de lúpus, já com indícios de neuropatia.
Essa paciente é muito tensa e insegura com a doença, com a vida e com o marido, principalmente por ser este um homem branco, e ela, uma pessoa “de cor”... Sua mãe era “preta, feia e pobre”, e viveu amasiada com seu pai, “branco, rico e alemão”...
O somático e o psíquico
Mello (2002) mostra a importância de algumas teorias explicativas para o fenômeno psicossomático. Vamos retomar algumas conceituações da aula passada, para buscar entender como alguns teóricos têm pensado o sujeito e sua relação com o corpo.Começaremos pelo modelo proposto por Freud para entender os fenômenos conversivos na histeria. Na aula passada, mencionamos que o corpo de que se trata para o sujeito não é um corpo biológico.
Estruturação biopsicossocial do sujeito
Abram Eksterman explicita muito apropriadamente esta estruturação biopsicossocial do sujeito humano, e revela como o corpo é representado na nossa mente:
O corpo terá assim de se adaptar àquele mundo particular, criado pelo próprio indivíduo e pela sua cultura, que passa a ser sua única realidade.
Assim, pois, não existe ambiente natural para o homem, porque, para ele, a natureza foi convertida em “mundo humano” por seus próprios processos mentais
As doenças psicossomáticas são a forma radical de se expressar com o corpo.
Em sua prática, os profissionais de saúde são desafiados a tratar desses pacientes, que podem ser denominados “somatizadores” (Mello, 2011).
É justamente para auxiliar no cuidado dessas pessoas que o profissional de saúde precisa entender esse sujeito psicossomático.
Como surge a incidência de um sofrimento mental no corpo? Quem é esse sujeito que simboliza seus conflitos mentais com uma inscrição no corpo? Quem é esse sujeito que somatiza? Por que M. desenvolve lúpus quando fica deprimida?
Os sentimentos de medo, desamparo, vergonha e culpa são significados profundamente simbólicos, que podem levar um sujeito a adoecer.
Hipóteses para as manifestações somáticas
É no sentido de apreender a lógica de funcionamento desta interação corpo e mente que vamos apresentar algumas hipóteses. Essas hipóteses têm ajudado as equipes interdisciplinaresa entender alguns possíveis mecanismos psíquicos que podem influenciar o desencadeamento e a manutenção de algumas manifestações somáticas de causas orgânicas totalmente desconhecidas.
Modelo do método catártico
O modelo do método catártico nos ajudará a entender essa interrelação, mente e corpo. 
O sintoma conversivo surge no momento em que o sujeito não pode colocar em palavras os afetos que, sem expressão na fala, retornam no corpo.
Pulsões
Freud denomina as necessidades básicas de pulsões. São pulsões, e não instintos, pois todo e qualquer ser humano é um ser biopsicossocial desde o seu nascimento: somos multiplamente determinados pela nossa biologia, nossa cultura e nossa família. É neste sentido que devemos tomar a linguagem como o que faz o enlace do corpo com a mente: falamos e vivenciamos nosso sintoma.
Assim, os afetos inconscientes que não encontram um sentido na fala inscrevem-se no corpo. 
Este mecanismo é bem exemplar no caso de M. A nefrite lúpica aponta para um substrato inconsciente de sua relação primordial com sua mãe (Mello, 2004).
Este deslocamento é simbólico: o lúpus simboliza um conflito
Para lidar com as exigências da vida, e ao mesmo tempo satisfazer seus desejos inconscientes, o sujeito precisa dar conta destes afetos. 
Assim, cria mecanismos de defesa, para evitar um sofrimento insuportável e procurar uma adaptação possível.
Estes mecanismos servem para evitar conflitos ou para mantê-los em um grau mínimo, para evitar gerar ansiedade. 
Assim é que todos nós criamos uma estratégia de lidar com as exigências da vida: algumas delas incidem no corpo, como no caso de M.
Estratégias disfuncionais
São, entretanto, defesas inconscientes, dos quais o sujeito não tem conhecimento. Os sintomas psicossomáticos são estratégias disfuncionais, desenvolvidas pelos sujeitos no seu vivenciar. Nesta perspectiva, a cura do sintoma passaria pela fala.
Personalidade superindependente
Franz Alexander (Mello, 2004), que fez importantes estudos e entrevistas com portadores de distúrbios funcionais digestivos, mostrou que o simbolismo é universal no comportamento humano.
Mostrou ainda que há um sentimento universal de dependência em todo ser humano, o que ele definiu como fundamental e que gera um conflito na vida adulta, vivido entre abandonar a dependência e ser independente.
Este conflito, desencadeado por uma situação externa, é típico da personalidade que ele denomina “superindependente”, e que são, segundo Alexander, os sujeitos que desenvolvem processos ulcerosos.
Aula 5
Fatores estressantes
O que a Psicologia da Saúde evidencia é que a importância maior ou menor dos fatores estressantes depende da forma como nós os avaliamos, colocando a avaliação do sujeito como o fator essencial no desencadeamento do estresse.Logo, não há fatores estressantes, independentemente de como os avaliamos. A avaliação que fazemos dos estressores é também função de nossa história. Vamos retomar este ponto mais adiante.
Neste sentido, há muitos fatores estressantes, em nova vida moderna, que podem ser percebidos como um desafio a superar, uma meta a alcançar. Neste caso, os efeitos do estresse são positivos: eles são motivadores e fazem com enfrentemos e superemos nossos problemas.
O processo do estresse
Suas pesquisas levaram à descoberta de que a reação adaptativa do corpo era geral, uma vez que qualquer trauma, físico ou mental, independentemente de sua característica, desencadeia uma reação ao estresse, que incide no corpo de maneira generalizada. A essa reação adaptativa geral do corpo ao estresse, Selye deu o nome de Síndrome de Adaptação Geral (SAG).
Fases do estresse
Vamos acompanhar a descrição que Selye faz das três fases que se seguem a um evento traumático: diante de um trauma físico ou emocional, reagimos através de uma súbita ativação do sistema nervoso simpático.
Reação de alarme
Assim, o coração dispara, o sangue é enviado para os músculos esqueléticos e todos os nossos recursos estão mobilizados. 
Esta é a fase de reação de alarme.
Situações estressantes x situações percebidas como estressantes
Para diferenciar os fatores intrínsecos e extrínsecos que estão em jogo na relação entre estresse e doença, Campos propõe a distinção entre situações estressantes e situações percebidas como estressantes (Mello, 2011, p.322).
Esta diferenciação nos ajudará a entender os fatores psicológicos que podem levar as pessoas a perceber os eventos positiva ou negativamente.
Diante dos desastres naturais, das catástrofes de grande magnitude, nós todos nos sentimos ameaçados. 
Verificou-se que as pessoas que são vítimas destes desastres sofrem influências significativas em sua saúde.
Segunda situação: Os psicólogos que estudaram os efeitos da morte de uma pessoa amada, da perda de um emprego ou da separação chegaram à conclusão que as pessoas que sofrem perdas significativas têm uma maior vulnerabilidade às doenças.
Verificaram também que o nível de vulnerabilidade está intimamente ligado à forma como as pessoas avaliam e vivenciam esses fatores estressantes.
Terceira situação: Os problemas no trabalho que se tornam persistentes podem levar a uma exaustão mental física e emocional denominada burnout.Um evento se torna mais ou menos estressante quando temos a crença de que podemos controlá-lo. Isto porque a percepção de situações como mais ou menos estressantes vem do nosso sentimento de controle percebido.Esse controle é muito importante na avaliação que fazemos das mudanças de vida e das demandas do cotidiano.
Todas as pessoas em geral, e profissionais de saúde em particular, podem sofrer de fadiga ou apatia decorrente de um estresse prolongado. O resultado de uma situação permanente de estresse pode ainda causar uma queda do desempenho.
Na interação da natureza Na avaliação interna do indivíduo que “quantifique e qualifique o agente estressor e de uma decisão interna do indivíduo quanto ao modo de enfrentar o problema”. Reza e intensidade do agente estressante;
Dirigindo o foco para o problema
A outra estratégia de lidar com os fatores estressantes é dirigida não para uma modificação interna nos nossos sentimentos e pensamentos, mas por dirigir o foco para o problema. Diferentemente da estratégia de coping, focada na regulação interna para evitar uma situação desagradável, a estratégia de focalizar no problema leva a pessoa a dirigir-se à fonte externa que está provocando o estresse. 
Comportamento flexível e proposital
O conceito de coping nos ajuda a utilizar tanto estratégias para lidarmos com nossos sentimentos e emoções como para tentarmos modificar nosso meio ambiente, focando no problema; buscando negociar, por exemplo. O processo de coping não é a repetição de respostas estereotipadas, mas um comportamento flexível e proposital, visando a um movimento inventivo, voltado para o futuro.
 Aula 6
As dimensões da ansiedade
A ansiedade normal é parte da nossa vida, e quando não é intensa nem persistente, é adaptativa.
Em sua dimensão normal, a ansiedade é uma “resposta a uma ameaça desconhecida, interna, vaga ou de origem conflitos¨ Ficamos ansiosos antes de uma prova, antes de uma apresentação, mas este tipo de ansiedade não nos impede de fazer a prova ou falar em público: ela nos prepara para um bom desempenho.
A ansiedade tem uma função adaptativa quando surge simplesmente como um sinal de alerta
Esta emoção é um alerta sobre uma ameaça interna ou externa. Sua função é preservar a vida, alertando para a prevenção de lesões corporais, dor e outras ameaças contra nossa integridade física.
A ansiedade tem também a função de preparar-nos para tomar as medidas necessárias para evitar a ameaça ou para diminuir suas consequências. Nesta perspectiva, ela evita danos e leva o indivíduo a tomar precauções necessárias para evitar o perigo.
Fatores da ansiedade
Como veremos mais adiante, a ansiedade pode ser determinada por fatores externos, que são denominados interpessoais, e por fatores internos à nossa personalidade, que chamamosintrapessoais.
Você deve se lembrar da aula anterior, quando abordamos o estresse, que é a forma como a pessoa percebe, pensa e reage aos eventos internos e externos, influenciadas por sua história de vida.
O mesmo acontece quando vivenciamos a ansiedade.
Segundo Kaplan e Sadock, “a experiência da ansiedade tem dois componentes”:
Os sentimentos que a pessoa tem são negativos; ela se sente vulnerável e fora de controle. Ela experimenta sintomas de excitação do sistema nervoso autônomo, o coração dispara, as mãos suam, e no caso extremo do transtorno do pânico, tem a sensação de que vai morrer.
Segundo o relato de pacientes que sofrem de ansiedade generalizada, a causa dos sintomas é o fato de não poderem identificar e evitar o evento ameaçado.
“Além disso, os sintomas são persistentes e desagradáveis. O indivíduo vê-se impossibilitado de criar uma defesa contra a sensação desagradável, e os sintomas surgem no corpo”. Também é importante ressaltar que, além dos efeitos fisiológicos da ansiedade, ela tem efeitos sobre o pensamento, sobre a percepção e o aprendizado.
O que são os transtornos? Que linha separa a normalidade da patologia? 
Os distúrbios podem ser categorias socialmente aceitáveis? 
Como distinguir uma tristeza do luto por uma pessoa amada de uma depressão maior, aparentemente sem motivo?
Como a Psicologia define os transtornos psicológicos?	
Os critérios da normalidade
Já abordamos na aula 2 a contribuição do médico francês Canguillem que, ao longo do tempo, tornou-se uma referência indispensável para a discussão entre o normal e o patológico.
 Segundo Dalgalarrondo (2000), o conceito de normalidade implica a própria distinção entre saúde e doença mental, e discorre sobre os vários critérios de normalidade. Retomaremos alguns destes critérios, para que você analise os desdobramentos do conceito de normalidade.
O primeiro critério é da normalidade como ausência de “sintomas ou doenças.
Perspectiva biopsicossocial
É muito importante que você saiba que tanto os comportamentos normais quanto os transtornos psicológicos são multideterminados. Nossos comportamentos são determinados pela interação de fatores genéticos e fisiológicos e pelas nossas invenções para lidar com experiências passadas e presentes.
Os transtornos mentais não podem ser exclusivamente atribuídos a um problema interno oculto, que possa ser revelado.
A perspectiva freudiana
Poucos conceitos analíticos encontraram um campo tão vasto quanto o conceito de angústia. O problema da angústia foi primeiramente abordado por Freud (1895) a respeito das neuroses atuais.
Nas neuroses atuais ou neuroses de angústia, era possível verificar a interferência de uma descarga de tensão acumulada por um processo puramente fisiológico, sem uma determinação psíquica.Este modelo pode explicar o transtorno do pânico, porém não explica outros transtornos como as fobias e a neurose obsessiva, nas quais parece haver outra determinação. Os sintomas principais nos casos das neuroses obsessivas, em razão do acúmulo de tensão, são da ordem psíquica.
A fisiologia da ansiedade generalizada
Para entendermos a ansiedade generalizada em suas múltiplas facetas, é muito importante descrevermos sua fisiologia. Desta forma, podemos buscar uma explicação biologicamente mensurável do pânico e do transtorno obsessivo compulsivo A explicação fisiológica destes transtornos implica a presença de um excesso de excitação em áreas do cérebro envolvidas no “controle dos impulsos e comportamentos habituais”
Os sinais, os sintomas e as síndromes
Para entender o que é um transtorno mental dos tipos transtorno do pânico e TOC, você precisa aprender o que são os sinais e os sintomas e como eles se reúnem em uma síndrome.
Indice
Em sua dimensão de índice, ele aponta para uma disfunção que está em outro ponto do organismo ou da subjetividade.Um bom exemplo de um sintoma como índice é a febre, que é sinal de uma infecção. Temos aqui o sintoma em sua dimensão de índice. A doença está localizada em outro lugar.
Simbolo
A outra dimensão do sintoma é a nomeação pelo indivíduo através da linguagem de seu sintoma.
Ao receber um nome dado pelo paciente, o sintoma se torna um símbolo da doença, que deve ser entendido dentro do universo simbólico do próprio sujeito em um determinado contexto cultural. 
Você deve lembrar que abordamos esta interrelação cultura-indivíduo anteriormente.
O transtorno do pânico
Você sabia que os pacientes com transtorno do pânico frequentemente procuram as clínicas médicas com sintomas físicos como palpitações e taquipneia, muito semelhantes a um sintoma de condição médica, como por exemplo, um infarto do miocárdio?
Por esta razão, é muito importante que o profissional de saúde esteja apto a fazer um diagnóstico diferencial entre os transtornos do pânico e as outras patologias que decorrem de uma condição médica. Como reconhecer o transtorno do pânico? Ele se caracteriza pela ocorrência súbita e inesperada de ataques de pânico.
O transtorno obsessivo-compulsivo (TOC)
Outro importante transtorno de ansiedade é o transtorno obsessivo-compulsivo.Diferentemente do transtorno do pânico, que tem como um de seus sintomas principais os sintomas somáticos, o TOC se caracteriza por sua dimensão de obsessão, por um pensamento, sentimento, ideia ou sensação que tem um caráter intrusivo na subjetividade do paciente.
As síndromes obsessivas são caracterizadas por ideias, pensamentos, fantasias e imagens persistentes que os pacientes vivenciam com angústia como “algo que invade a consciência”Na sua vertente comportamental, temos a compulsão, que “se caracteriza por ser um comportamento consciente, estereotipado e recorrente de contar, verificar e evitar” (Kaplan; Sadock, p. 567).Tanto os quadros de obsessão como de compulsão são vividos como uma pressão sobre o sujeito: suas ideias e imagens obsessivas e seus atos e rituais são vividos como uma submissão e uma obrigação.