Buscar

A Visão da Psicologia social da causalidade das experiências de vida na saúde

Prévia do material em texto

A Visão da Psicologia social da causalidade das experiências de vida na saúde
 Visando o modelo teórico da Saúde do Trabalhador, o que o distingue é a participação do sujeito como indivíduo ativo no processo saúde-doença (agregando ações efetivas de saúde) e não apenas como elemento da atenção à saúde, diferente do que é adotado pela Medicina do Trabalho e a Saúde Ocupacional. Trata-se de uma constituição de práticas diferenciadas das ações centradas no conhecimento médico e nos saberes divididos em compartimentos, como Engenharia, Psicologia, Medicina, Enfermagem e Serviço Social. As teorias diversificam sobre o papel do trabalhador no processo de adoecimento mental, considerando-o ou como determinante ou como fator desencadeante a partir de uma estrutura pré-existente. 
 Os fatores que refere os quadros depressivos de fadiga nervosa, síndrome do pânico, transtornos relacionados ao alcoolismo, estados de estresse pós-traumático, transtornos de personalidade
 Dentre os fatores que influenciam na interação entre o trabalho e o ambiente laboral estão a satisfação no ambiente de trabalho e as condições da organização. Vinculadas a estes, estão as características individuais do trabalhador, cultura, necessidades, experiências e percepções de mundo. É importante distinguir que as manifestações de sofrimento não se pode dizer que será uma regra , pois cada indivíduo se manifesta de uma forma diferente . Mesmo que o sujeito seja submetido às mesmas condições ambientais , não necessariamente o que é sofrimento para um, será para o outro.
Os Critérios de Normas e Singularidade do Sujeito
 A vida na sociedade humana exige que o indivíduo tome como referência, na organização de suas relações sociais, as atitudes de outros indivíduos no que diz respeito aos processos sociais e aos funcionamentos institucionais. Quando os indivíduos tomam para si as atitudes de outros, pois, no processo de formação do sujeito, os outros significativos oferecem modos de pensar o real e de organizar a cognição e a afetividade sendo assim envolve um sistema de significações partilhadas.
 A capacidade de se socializar, faz dele o depositário das normas sociais da comunidade ,que fixam determinados limites à ação do indivíduo; a capacidade de exteriorização no social, própria ao eu faz dele o impulsionador das ações, a favor ou contra as pautas sociais já instituídas. 
Diferenciação entre o conceito de saúde a constituição da subjetividade e o adoecer
 A psicologia, tem aparecido com frequência em diferentes campos de atuação na área, seja nas organizações ou na clínica, para citar dois exemplos. Dessa forma, tem sido relevante para diferentes reflexões, além de uma visão centrada no hospital ou no adoecimento em si, configurando-se como um processo que nos permite refletir sobre o social e o individual na sua constituição, numa visão sistêmica e processual.
 Dessa forma, é impossível a separação entre os processos sociais, nos quais se produzem a ação individual e os processos psíquicos individuais que são constituintes dessa mesma ação .
 A pessoa constitui o social e é constituída por ele, não há relação de determinação social, tampouco a subjetividade individual se revelará por estar potencialmente presente. 
O conceito positivo de saúde da OMS e as determinações biopsicossociais do sujeito
O conceito de saúde da OMS, “como um completo estado de bem-estar físico, mental e social e não apenas a ausência de doença ou enfermidade”, Dejours e Caponi reafirmam suas crenças, com as quais concordo, de que a saúde das pessoas deve ser encarada como “um assunto ligado às próprias pessoas” Reconhecendo a enfermagem como uma profissão da saúde que assiste ao ser humano no atendimento de suas necessidades humanas básicas, tendo em vista a sua saúde, ou seja, o seu equilíbrio dinâmico no tempo e no espaço.
A diferenciação entre o conceito positivo de saúde e o direito a saúde .
 O pensamento humano desenvolve-se em duas direções: por um lado, a profundidade, a redução e o estreitamento; por outro, a amplitude, a abrangência. O pensamento científico moderno tendeu à redução, colocando para si o desafio de alcançar o máximo da precisão e objetividade por meio da tradução dos acontecimentos em esquemas abstratos, calculáveis e demonstráveis. .A linguagem matemática seria capaz de expressar as leis universais dos fenômenos. O significado da palavra objetiva apresentou-se em substituição à própria coisa, cujo aspecto sensível não era tido como existente.
 A saúde e o adoecer são formas pelas quais a vida se manifesta. Correspondem a experiências singulares e subjetivas, impossíveis de serem reconhecidas e significadas integralmente pela palavra. Contudo, é por intermédio da palavra que o doente expressa seu mal-estar, da mesma forma que o médico dá significação às queixas de seu paciente. É na relação entre a ocorrência do fenômeno concreto do adoecer, a palavra do paciente e a do profissional de saúde, que ocorre a tensão remetida à questão que se destaca aqui. Esta situa-se entre a subjetividade da experiência da doença e a objetividade dos conceitos que lhe dão sentido e propõe intervenções para lidar com semelhante vivência.
 A idéia de promoção envolve a de fortalecimento da capacidade individual e coletiva para lidar com a multiplicidade dos condicionantes da saúde. Promoção, nesse sentido, vai além de uma aplicação técnica e normativa, aceitando-se que não basta conhecer o funcionamento das doenças e encontrar mecanismos para seu controle. Essa concepção diz respeito ao fortalecimento da saúde por meio da construção de capacidade de escolha, bem como à utilização o conhecimento com o discernimento de atentar para as diferenças e singularidades dos acontecimentos.
A relação entre o conceito de qualidade de vida e a responsabilidade do sujeito pela sua própria saúde
 É nos espaços coletivos que se produz a condição de saúde da comunidade e, em grande parte, de cada um de seus componentes. Nas relações sociais se afirma a concepção hegemônica de saúde e portanto é nesse campo que se pode avançar no entendimento da saúde como valor e não apenas como ausência de doença. 
 O reconhecimento da pertinência a grupos sociais com normas de convivência, costumes, valores e interesses compartidos, assim como o respeito e valorização das diferenças com outros grupos, permitem perceber a responsabilidade pessoal pela proteção à saúde coletiva. 
 Na escola, é possível propiciar o desenvolvimento das atitudes de solidariedade e cooperação nas pequenas ações do cotidiano e nas interações do convívio escolar, como, por exemplo, a colaboração na conservação da limpeza do ambiente, incentivando para que essas atitudes se estendam ao âmbito familiar e aos ambientes públicos, para que tal responsabilidade se transforme em prática de vida. É importante gerar oportunidades de reconhecimento do espaço circundante para identificar inter-relações entre saúde e meio ambiente e medidas práticas de proteção ao alcance da criança.
 Muitos dos problemas de saúde são associados à ausência de saneamento básico. A desnutrição e a anemia decorrentes de carências alimentares ou de debilitação física em função de diarreias infecciosas repetidas e verminose crônica têm ainda grande destaque dentre os indicadores de morbidade. A maioria dessas doenças é passível de prevenção, sendo viável, como já se demonstrou em diversas experiências, alterar essa realidade num curto espaço de tempo, apesar da presença de fatores ambientais desfavoráveis, rompendo-se o círculo vicioso por meio da informação, da identificação das relações entre higiene e transmissão de doenças e da mobilização para a intervenção sobre os fatores de risco.

Continue navegando