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AULA 07 - DA EXTINÇÃO DOS CONTRATOS

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Profª. Silmara H. Fuzaro Saidel
Direito Civil – Dos Contratos
	AULA 07
DA EXTINÇÃO DO CONTRATO
DA EXTINÇÃO DO CONTRATO.
Modo normal de extinção.
Os contratos têm um ciclo vital: nascem do acordo de vontades, produzem os efeitos e extinguem-se.
Como assinala Humberto Theodoro Junior, “ao contrário dos direitos reais, que tendem à perpetuidade, os direitos obrigacionais gerados pelo contrato caracterizam-se pela temporalidade. Não há contrato eterno. O vínculo contratual é por natureza passageiro e deve desaparecer, naturalmente, tão logo o devedor cumpra a prestação prometida ao credor”.
O meio normal de extinção do contrato, dá-se em regra, pela execução, podendo ser de forma instantânea, diferida ou continuada.
O pagamento é comprovado pela quitação fornecida pelo credor, observados os requisitos dos artigos 320 que dispõe:
“A quitação, que sempre poderá ser dada por instrumento particular, designará o valor e a espécie da dívida quitada, o nome do devedor, ou quem por este pagou, o tempo e o lugar do pagamento, com a assinatura do credor, ou do seu representante”.
Extinção sem cumprimento.
Algumas vezes o contrato se extingue antes de ter alcançado seu objetivo, ou seja, sem que as obrigações tenham sido cumpridas.
A extinção do contrato sem cumprimento é denominada de extinção anormal, e pode ocorrer por causas anteriores ou contemporâneas à formação do contrato, ou ainda por causas supervenientes.
Extinção por causas anteriores ou contemporâneas à formação do contrato.
Defeitos decorrentes do não preenchimento de seus requisitos;
- Requisitos subjetivos = capacidade das partes e livre consentimento;
- Requisitos objetivos = objeto lícito, possível, determinado ou determinável.
- Requisitos formais = forma prescrita em lei
Esses defeitos afetam a validade do contrato, acarretando a nulidade absoluta ou relativa ou a anulabilidade. 
A nulidade absoluta decorre de ausência de elemento essencial para o ato, com transgressão a preceito de ordem pública, impedindo que o contrato produza efeitos desde a sua formação (ex tunc).
A anulabilidade advém de imperfeição da vontade, ou porque foi emanada de um relativamente incapaz não assistido, ou ainda, porque contém algum dos vícios do consentimento, como erro, dolo ou coação. Como essas causas podem ser sanadas a até mesmo não arguida no prazo prescricional, não extinguirá o contrato enquanto não for ajuizada ação que a decrete, sendo ex nunc os efeitos da sentença.
Cláusula Resolutiva.
Na execução do contrato, cada contraente tem a faculdade de pedir a resolução, se o outro não cumpre as obrigações avençadas, essa faculdade pode resultar de estipulação ou de presunção legal, sendo expressa, quando convencionada para a hipótese de inadimplemento ou tácita.
Em todo contrato bilateral ou sinalagmático presume-se a existência de uma cláusula resolutiva tácita, autorizando o lesado pelo inadimplemento a pleitear a resolução do contrato, com perdas e danos.
Art. 475 –“A parte lesada pelo inadimplemento pode pedir a resolução do contrato, se não preferir exigir-lhe o cumprimento, cabendo, em qualquer dos casos, indenização por perdas e danos”.
O art. 474 dispõe que: “A cláusula resolutiva expressa opera de pleno direito; a tácita depende de interpelação judicial”.
Em ambos os casos, tanto no de cláusula resolutiva expressa ou convencional, como no de cláusula resolutiva tácita, a resolução deve ser judicial, ou seja, precisa ser judicialmente pronunciada. No primeiro, a sentença tem efeito meramente declaratório e ex tunc, pois a resolução se dá automaticamente, no momento do inadimplemento; no segundo, tem efeito desconstitutivo, dependendo de interpelação judicial.
Direito de Arrependimento.
Quando expressamente previsto no contrato, o arrependimento autoriza qualquer das partes a rescindir o ajuste, mediante declaração unilateral da vontade, sujeitando-se a perda do sinal, ou à sua devolução em dobro, sem, no entanto, pagar indenização suplementar (art. 420).
O arrependimento deve ser exercido no prazo convencionado, ou antes, da execução do contrato, se nada foi estipulado a esse respeito, pois o adimplemento do contrato importará renuncia tácita ao direito de arrependimento.
O CDC no art. 49, concede ao consumidor o direito de desistir do contrato, no prazo de 7 dias, sempre que a contratação se der fora do estabelecimento comercial, especialmente quando por telefone ou em domicílio, com direito de devolução do que pagou, sem obrigação de indenizar perdas e danos.
Trata-se de caso especial de arrependimento, com desfazimento do contrato por ato unilateral do consumidor.
 
Extinção por causas supervenientes à formação do contrato.
Poderá ocorrer a dissolução do contrato em função de causas posteriores à sua criação por:
Resolução, como consequência do seu inadimplemento voluntário, involuntário ou por onerosidade excessiva;
Resilição, pela vontade de um ou de ambos os contratantes;
Morte de um dos contratantes, se o contrato for intuitu personae.
Rescisão, modo específico de extinção de certos contratos.
a) Resolução
A extinção do contrato mediante resolução tem como causa a inexecução ou descumprimento por um dos contratantes 
Resolução, portanto, na lição de Orlando Gomes, é “um remédio concedido à parte para romper o vínculo contratual mediante ação judicial”.
O inadimplemento pode ser voluntário (culposo), ou involuntário (caso fortuito ou força maior).
A resolução por inexecução voluntária decorre de comportamento culposo de um dos contraentes, causando prejuízo ao outro.
Produz efeito ex tunc, extinguindo o que foi executado e obrigando a restituições recíprocas, sujeitando ainda o inadimplente ao pagamento de perdas e danos e da cláusula penal, convencionada para o caso de total inadimplemento da prestação (compensatória), em garantia de alguma cláusula especial ou para evitar o retardamento da prestação (moratória), conforme preceituam os arts. 475 e 409 a 411.
Entretanto, se o contrato for de trato sucessivo, como o de prestação de serviços de transporte e o de locação, por exemplo, a resolução não produz efeito em relação ao pretérito, não se restituindo as prestações cumpridas, pois o efeito, nesse caso, será ex nunc.
A resolução pode decorrer de inexecução involuntária, ou seja, de fatos inevitáveis, alheios à vontade das partes, denominados caso fortuito ou força maior, que impossibilitam o cumprimento da obrigação.
A impossibilidade superveniente há de ser objetiva (não referente a própria pessoa do devedor), total e definitiva.
O inadimplente não fica responsável pelo pagamento de perdas e danos, salvo se expressamente se obrigou a ressarcir os prejuízos resultantes do caso fortuito ou força maior, ou se estiver em mora (art. 393 e 399).
A onerosidade excessiva, proveniente de acontecimento extraordinário e imprevisível, pode também acarretar a resolução do contrato, por se considerar subentendida, nos contratos comutativos e de execução diferida ou continuada.
Nesse caso, poderá o juiz reajustar as prestações, tão somente reduzindo o valor da obrigação, ou exonerar totalmente o devedor.
b) Resilição.
A resilição não deriva de inadimplemento contratual, mas unicamente da manifestação de vontade, que pode ser bilateral ou unilateral.
Resilir, do latim resilire, significa voltar atrás.
A resilição bilateral denomina-se distrato, que é o acordo de vontades que tem por fim extinguir um contrato anteriormente celebrado.
Qualquer contrato pode cessar pelo distrato. O mecanismo do distrato é o mesmo que está presente na celebração do contrato: a mesma vontade humana, que tem o poder de criar, atua na direção oposta, para dissolver o vínculo e devolver a liberdade àqueles que se encontravam compromissados.
O distrato é um caso de retratação bilateral do contrato, deverá ser feito mediante um novo contrato de conteúdo igual e contrário ao do contrato originárioe celebrado entre as mesmas partes do contrato que irá se dissolver, razão pela qual deve ser feito pela mesma forma (art. 472). 
O distrato deve obedecer à mesma forma do contrato a ser desfeito quando este tiver forma especial, mas não quando este for livre.
Os efeitos do distrato são ex nunc, para o futuro, não se desfazendo os efeitos anteriormente produzidos. 
A resilição unilateral pode ocorrer somente em determinados contratos, pois a regra é a impossibilidade de um contraente romper o vínculo contratual por sua exclusiva vontade.
A resilição unilateral pode ocorrer somente nas obrigações duradouras, contra a sua renovação ou continuação, como ocorre com os contratos de execução continuada, celebrados por prazo indeterminados (pagamento de aluguéis, fornecimento de gás, energia elétrica, alimentação, fornecimento de mercadorias, etc), nesses casos, a resilição denomina-se denúncia.
Podem ser mencionados ainda como exemplos, os contratos de mandato, comodato e depósito. No primeiro, a resilição denomina-se revogação quando a iniciativa for do mandante e renúncia quando partir do mandatário.
A resilição unilateral independe de pronunciamento judicial e produz efeito ex nunc, não retroagindo. Para valer, deve ser notificada à outra parte, produzindo efeitos a partir do momento em que chegar ao seu conhecimento a resilição.
Assim dispõe o art. 473 que “a resilição unilateral, nos casos em que a lei expressa ou implicitamente o permita, opera mediante denúncia notificada à outra parte”.
Morte de um dos cotratantes.
A morte de um dos contratantes só acarreta a dissolução dos contratos personalíssimos (intuite personae), que não poderão ser executados pela morte daquele em consideração do qual foi ajustado.
Subsistem as prestações cumpridas, pois o seu efeito opera-se ex nunc.
Nesses casos, a impossibilidade da execução do contrato sem culpa tem como consequência a sua extinção automática, dado que é insubstituível a parte falecida. 
Rescisão.
O termo rescisão é usado como sinônimo de resolução e de resilição.
O termo rescisão, no entanto, deve ser empregado, nas hipóteses de dissolução de determinados contratos, como aqueles em que ocorreu lesão ou que foram celebrados em estado de perigo.
A lesão é defeito do negócio jurídico que se configura quando alguém obtém um lucro exagerado, desproporcional, aproveitando-se da inexperiência ou da situação de necessidade do outro contratante (art. 157).
O estado de perigo assemelha-se à anulação pelo vício da coação e caracteriza-se quando a avença é celebrada em condições desfavoráveis a um dos contratantes, que assume obrigação excessivamente onerosa, em situação de extrema necessidade, conhecida da outra parte (art. 156).
Em ambos os casos, os efeitos da sentença retroagem à data da celebração do contrato, e assim, a parte que recebeu a prestação fica obrigada a restituir.
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