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Aulas 01 a 10 - Língua Portuguesa

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AULA 01
Língua, linguagem e variação linguística.
As situações comunicativas são enquadradas na formalidade ou na informalidade.
Língua: É um conjunto de palavras e expressões usado por um povo, por uma nação, munido de regras próprias (sua gramática). É um produto social e cultural constituído por signos linguísticos, caracterizado por um código. São diferentes formas de expressão ou linguagens. É um contrato entre pessoas.
Linguagem: É uma faculdade (capacidade) que permite exercitar a comunicação, latente ou em ação. É o veículo de expressão. Está relacionada à interpretação do mundo, à nossa capacidade de atribuir significado às coisas, à natureza, aos anseios. Desenvolve-se com base no uso de um sistema um código de comunicação: a fala. Exprime ideias, desejos e sentimentos. Tem caráter universal.
	• Linguagem Verbal: É aquela que se vale de palavras – sejam estas faladas, sejam estas escritas. Nesse caso, o código utilizado para manter a comunicação é a própria língua (portuguesa, inglesa, francesa etc.). É constituída por um sistema de sinais convencionados. Utiliza-se da fala.
• Linguagem Não Verbal: É aquela que utiliza outros códigos diferentes da língua. Essa linguagem pode se manifestar por meio das cores, dos gestos, de um olhar, da música etc. Qualquer forma de comunicação, que não seja verbal, portanto que não utiliza a fala ou escrita. 
EXEMPLO: Linguagem dos sinais como as das placas de trânsito, indicação de gênero nas portas dos banheiros, a linguagem das cores, a linguagem do corpo, dentre outras.
Ambiente Formal: É aquele em que usamos a norma culta da língua, cujo registro segue o que está prescrito na gramática normativa. Trata-se de um padrão de linguagem adequado a situações. 
EXEMPLO: Uma entrevista de emprego, uma reunião de trabalho ou mesmo uma palestra em um congresso. 
ambiente informal: É aquele em que usamos a linguagem coloquial, que dispensa formalidade. Trata-se da linguagem do cotidiano, adequada a situações. 
EXEMPLO: Uma conversa entre amigos, uma festa, um bilhete que deixamos para nossa família na porta da geladeira ou mesmo uma troca de mensagens nas redes sociais.
IMPORTANTE: O emprego dos diferentes registros da língua depende de seus contextos de uso. Para cada situação devemos usar um vocabulário distinto.
Variação linguística:
	A língua varia de acordo com o lugar, com a situação comunicativa ou, até mesmo, com nosso interlocutor – a pessoa com quem falamos ou a quem escrevemos.
A expressão linguística pode se realizar em diferentes modalidades: a escrita e a fala. Mas existem algumas diferenças entre elas.
Na língua falada: Há entre falante e ouvinte trocas sucessivas e simultâneas. 
Na língua escrita: A comunicação acontece, geralmente, na ausência de um dos participantes.
Além disso, na fala, as marcas de planejamento do texto costumam não aparecer, porque sua produção e execução se dão ao mesmo tempo. Justamente por isso, a linguagem oral é marcada por pausas, interrupções, retomadas, correções etc., o que não observamos na escrita, porque o texto se apresenta acabado, e há um tempo para sua elaboração.
Com base em Koch e Elias (2009, p. 16), podemos estabelecer algumas diferenças entre as modalidades FALA e ESCRITA. Vejamos:
Quando falamos, planejamos menos do que quando escrevemos. Além disso, a fala nos permite deixar informações mais implícitas, em função do contexto que está ali, diante dos falantes, o que não ocorre na escrita. Por isso, a escrita deve ser mais elaborada, planejada e explícita.
Dialetos regionais ou geográficos:
	São variações de acordo com a região em que é falado. 
EXEMPLO: O Português é a língua oficial de Brasil, Portugal, Moçambique, Angola e outros países.
IMPORTANTE: NÃO podemos dizer que determinada região do país fale “o português mais correto”. O que há são variações da Língua Portuguesa. A EXEMPLO: A pronúncia do cearense ou do carioca, não é errada ou certa, mas, simplesmente, o modo de articular os sons daquela comunidade linguística.
texto: É um produto social, onde existe uma relação intrínseca entre ele, a cultura, o momento histórico e a ideologia em que é formado.
interpretação dos fatos: É o significado que precisamos atribuir às coisas e estão relacionados à capacidade humana, que nos permite comunicar o que estamos pensando, os nossos anseios, desejos etc.
IMPORTANTE:
Para haver comunicação, basta o indivíduo “acionar” a capacidade mental (linguagem) e articular o código social (língua).
Norma Culta: 
É aquela formada por um conjunto de estruturas concebidas como corretas, que podem ser usadas tanto para falar quanto para escrever. Trata-se da chamada variante padrão. 
Pode ser dividida em duas modalidades, a formal e a coloquial. A modalidade formal é usada na escrita, e é fundamentada nas regras da gramática, com um elevado grau de rigor. A vertente coloquial é relativa à parte oral de uma língua, onde a rigidez é menor, há uma maior liberdade em relação às regras da gramática, no entanto, essas normas não podem ser transgredidas. Algumas alterações são permitidas somente no contexto falado de uma língua.
forma marcada: Permite que aqueles que nos ouvem nos definam (rotulam) como parte de um grupo com baixo nível de escolaridade.
EXEMPLO: Quando uma emissora de televisão quer delimitar, linguisticamente, uma personagem desse tipo, introduz, em sua fala, algumas marcas.
“Falano” em lugar de “falando” – suprimindo o “d” do gerúndio;
“Eu vou TE falar pra você” em lugar de “Eu vou falar para você”;
“Ni mim” em lugar de “em mim”; 
“Eu tavo” em lugar de “eu estava”;
“Pá nóis” em lugar de “para nós”.
IMPORTANTE: A fala e a escrita são modalidades diferentes de uma mesma língua.
Norma-padrão X Coloquialismo:
ONDE x AONDE:
Quando há, na oração, um verbo que indica movimento – como o verbo IR, por exemplo –, o correto é usar AONDE.
O verbo que se relacionar com onde exigir a preposição a deve-se usar esta preposição, formando assim, o vocábulo "aonde". 
EXEMPLO: Aonde vamos? 
Quando há, na oração, um verbo que não indica movimento como o verbo ESTAR, o correto é usar ONDE.
Indica o lugar em que se está ou em que se passa algum fato.
A palavra ONDE indica lugar em que alguém ou algo está e deve ser usado para substituir a palavra que expressa o lugar. 
EXEMPLO: Onde você está? 
HÁ X A:
HÁ = flexão do verbo HAVER, que pode ser usada no sentido de:
IMPORTANTE: Se o verbo “HAVER” já indica tempo passado, não há necessidade de dizer, por exemplo, “HÁ dez minutos atrás” ou “HÁ anos atrás”, pois isso é classificado como PLEONASMO, ou seja, repetição desnecessária de ideias. Basta afirmar “HÁ dez minutos” ou “HÁ dez anos”.
Usamos A nas seguintes situações:
 
MAU X MAL:
Para não se equivocar quanto ao uso de MAU e MAL, lembre-se:
MAL é o oposto de BEM.
MAU é o oposto de BOM.
IMPORTANTE: 
A palavra MAL também pode ser um substantivo:
EXEMPLO: Este é um mal necessário. Mas, nesse caso, haverá sempre um determinante qualquer – como o artigo indefinido UM.
Além disso, considerando tal substantivação – acompanhada de um artigo definido ou indefinido –, o mesmo vocábulo pode variar em número.
EXEMPLO: Os males da vida são muitos.
MENOS X menos:
	Menos não existe na Língua Portuguesa.
MENOS é um advérbio, ou seja, uma palavra que exprime uma circunstância – nesse caso, de quantidade ou intensidade. E, como já vimos, advérbios são invariáveis!
IMPORTANTE: Somente um advérbio de intensidade modifica um adjetivo ou outro advérbio.
EXEMPLOS: 
Ela anda muito (bem, extremamente, bastante, meio e deveras) alegre. 
Ele está muito cansado.
Ele escreve muito bem.
Já quando estiverem acompanhados de um substantivo serão pronomes indefinidos. 
EXEMPLOS: 
Ele tem muito dinheiro.
Com mais (artigo) tempo ele iria mais (advérbio) longe.
AULA 02
Verbo
Gramática internalizada: 
É o conjunto de regras que a criança internaliza durante o processo de aquisição da linguagem. A criança acaba criando algumas regras próprias.
EXEMPLO: “Eu já fazi” no lugar de“Eu já fiz”.
Gramática normativa:
É um conjunto de regras gramaticais que estabelece um padrão de linguagem, cujo emprego deve se adequar aos contextos formais de uso da língua. Indica a formalidade do uso da língua. 
EXEMPLO: 
“O livro que eu gosto já esgotou” (sem formalidade).
“O livro DE que eu gosto TAMBÉM já esgotou” (com formalidade).
O verbo gostar exige a preposição DE.
O estudo da gramática divide-se em quatro partes:
Fonologia: Trata dos fonemas.
Morfologia: Trata das classes das palavras.
Sintaxe: Trata das funções e das relações das palavras nas sentenças.
Semântica: Trata dos significados das palavras.
Sintaxe:
	Para que possamos comunicar nossas ideias, os enunciados da língua devem aparecer em determinada ordem e estabelecer uma relação coerente entre si. Em outras palavras, nosso discurso precisa ser organizado com base em uma estrutura sintática que nos permita formar frases claras e objetivas.
SUJEITO + VERBO + OBJETO.
Frase:
	É um enunciado que possui sentido completo. Há dois tipos de frases:
Frase Nominal: Que não possui verbo.
EXEMPLO: Socorro! Uma barata.
Frase Verbal ou Oração: Que possui verbo.
EXEMPLO: Vou socorrer você.
Verbo:
É a unidade que significa ação ou processo organizado para expressar o modo, o tempo, a pessoa e o número.
	
Modo:
Indicativo: É o caso em que se toma a coisa como certa. 
EXEMPLO: Acertei todas as questões da prova.
Subjuntivo: É o caso em que se toma a coisa de forma duvidosa.
EXEMPLO: Se eu soubesse que você tinha estudado.
Imperativo: É o caso em que se expressa uma ordem, súplica ou um conselho.
Pode ser:
Afirmativo: Vai se esquecer dos amigos.
Negativo: Não vai se esquecer dos amigos.
Tempo:
Número:
As formas verbais podem se apresentar no singular ou no plural. No caso do diálogo, elas aparecem somente no singular. Vejamos: “Acertei”, 
Pessoas do Discurso:
Os pronomes de tratamento “você(s)”, “senhor(a)” e “senhores(as)”, que fazem referência à 2ª pessoa, mas que se manifestam, formalmente, na 3ª, conjugam-se nesta última. A tabela a seguir apresenta essa conjugação:
Transitividade verbal:
É o verbo que precisa de um complemento para completar a estrutura e o significado da frase. 
Pode ser:
Transitivo Direto: É o verbo que precisa de um complemento sem preposição.
EXEMPLO: Eu comprei um carro. (não existe preposição). “quem compra, compra alguma coisa”. 
Transitivo Indireto: É o verbo que precisa de um complemento com preposição.
EXEMPLO: Eu preciso do endereço. (existe preposição). “quem precisa, precisa de alguma coisa”.
Bitransitivo ou Transitivo direto e indireto: É o verbo que exige os 02 tipos de complementos. 
EXEMPLO: Ele devolveu o livro à professora.
Intransitivo: É o verbo que não precisa de nenhum complemento.
EXEMPLO: A dor sumiu.
IMPORTANTE: A preposição é a palavra que tem a função de relacionar termos ou orações.
IMPORTANTE: 
A princípio: significa começo e inicialmente.
Em princípio: Em tese e teoricamente.
Implicar é aceito como transitivo direto ou transitivo indireto. 
Verbos de movimento exige preposição:
Ir usa a preposição a ou ao.
Chegar usa a preposição a ou ao. 
Regência verbal:
É o estudo da relação de dependência entre os verbos e seus complementos. Por exemplo, uma preposição pode alterar o significado de um verbo. 
ASSISTIR:
EXEMPLO: Eu assisto o jogo.
Nesta frase, temos o sentido de “prestar assistência, ajudar, socorrer”: usa-se sem preposição.
EXEMPLO: Eu assisto ao jogo.
Nesta, temos o sentido de “ver, presenciar” e, nesse caso, a preposição é obrigatória. ''
NA = preposição EM + artigo A
EXEMPLOS:
Não pise na grama. (errado)
Não pise a grama. (certo)
Lugar qualquer que não exista o pensamento em você. (Errado)
Lugar qualquer em que não exista o pensamento em você. (certo)
Mercedes-Benz: A marca que todo mundo confia. (Errado)
O verbo “confiar” é regido pela preposição EM. Logo, a frase deveria ser escrita desta forma:
Mercedes-Benz: A marca EM que todo mundo confia. (Certo)
Lembrar:
O verbo “lembrar” possui duas regências:
• Transitivo direto – lembrar algo;
• Transitivo indireto – lembrar-se de algo.
EXEMPLOS:
“Se lembra de” → linguagem coloquial;
“Lembra-se de” → norma-padrão prescrita pela gramática.
Embora isso aconteça, a regência do verbo está correta, pois, em sua fala, a esposa usa a preposição “de” associada à partícula “se”.
ESQUECER:
O verbo “esquecer” possui duas regências:
• Transitivo direto – esquecer algo;
• Transitivo indireto – esquecer -se de algo.
EXEMPLOS:
Minha mãe esqueceu de comprar seu presente... (Errado)
Minha mãe se esqueceu de comprar seu presente... (Certo)
ESQUECER:
O verbo “preferir” tem o sentido de “escolher” e possui dois objetos. São eles:
Objeto direto, sem preposição – aquilo que escolhemos;
EXEMPLO: Eu prefiro pizza.
Objeto indireto, com preposição “a” – aquilo que deixamos em segundo plano.
EXEMPLO: Eu prefiro pizza a cachorro quente.
implicar:
O verbo implicar quando tem sentido de “acarretar”, “produzir” como consequência, constrói-se a oração com objeto direto:
Sentido normal:
EXEMPLOS: 
Quando era pequeno, todos sempre implicaram comigo.
Muitas patroas costumam implicar com as empregadas domésticas.
Pelo que diz o assessor, isso implica em gastar mais dinheiro.
Sentido “acarretar” e “produzir”:
EXEMPLO: Um novo congelamento de salários implicará uma reação dos trabalhadores.
IMPORTANTE:
a) A peça a que assistimos foi muito boa.(O verbo “assistir” é regido pela preposição “a”.)
b) Estes são os livros de que precisamos. (O verbo “precisar” é regido pela preposição “de”.)
c) Esse foi um ponto de que todos se esqueceram. (O verbo “esquecer”, quando pronominal, é regido por preposição.)
d) Guimarães Rosa é o escritor que mais aprecio. (O verbo “apreciar” é transitivo direto. Logo, não é regido por preposição).
e) O ideal a que aspiramos é conhecido por todos. O verbo “aspirar” é regido pela preposição “a”.
Regência Nominal:
	Como os verbos os nomes também precisam de complemento.
EXEMPLOS: 
Esse filme é impróprio para menores. (é impróprio para quem?).
Nossos pais estão contentes por você. (contentes por quê/ou quem?).
Os membros da diretoria votaram favorável ao projeto. (favorável a quem?).
Uso de preposições: casos especiais:
EM NÍVEL: 
Exemplo: Essa questão será resolvida em nível federal. Lembramos que a expressão “a nível de” é um modismo a ser evitado.
DELE ou DE ELE:
DELE quando corresponde a um pronome possessivo. Exemplo: A paciência dele acabou, e ele saiu da sala.
DELE quando corresponde à combinação da preposição de com o pronome pessoal oblíquo tônico ele, na função de objeto indireto.
Exemplo: Ana gosta muito dele, mas prefere ficar em silêncio.
DE ELE quando corresponde a preposição de mais o pronome pessoal reto ele. Essa combinação só pode ser usada quando ele for sujeito de uma oração reduzida de infinitivo. 
Exemplos: 
Conversamos sobre isso de ele sair. (= de que ele saísse) Apesar de ele ter comprado o carro, foi de táxi à festa.
Observe que o uso DE ELE só acontece quando existir o VERBO NO INFINITIVO.
OBSERVAÇÃO: Essa regra também se aplica em outros casos, tais como: 
PREPOSIÇÃO + ARTIGO: 
EXEMPLO: As contratações cessaram depois de a polícia ter descoberto todo o golpe. 
PREPOSIÇÃO + PRONOME DEMONSTRATIVO: 
EXEMPLO: O médico comprou o equipamento, apesar de essa empresa não garantir a troca.
TEM DE: 
Embora o uso da forma “tem que” esteja consagrado e muitos autores considerem as duas formas aceitáveis, devemos utilizar, preferencialmente, a forma “tem de”. 
EXEMPLO: A família tem de pagar todas as dívidas. 
PARA MIM ou PARA EU: 
Devemos observar que:
“Eu” é um pronome pessoal do caso reto e exerce a função de sujeito; 
“Mim” é um pronome pessoal oblíquo tônico, NUNCA exerce a função de sujeito e, obrigatoriamente, deve ser usado com preposição: “a mim”, “de mim”, “entre mim”, “para mim”, “por mim” etc.
EXEMPLOS: 
Ana trouxe o livro PARA EU ler. (= sujeito)Ana trouxe o livro para MIM. (= não é sujeito)
No primeiro caso, há duas orações: “Ana trouxe o livro” = oração principal “para EU ler” = oração reduzida de infinitivo (= para que eu lesse). Nesse caso, devemos usar o pronome pessoal do caso reto (EU), porque este exerce a função de sujeito do verbo infinitivo (LER). Em síntese, a diferença entre PARA MIM e PARA EU está na presença ou não de um verbo (sempre no infinitivo) após o pronome. Portanto, sempre que houver um verbo no infinitivo, devemos usar os pronomes pessoais retos. Isso ocorrerá com qualquer preposição. 
Observe, no entanto, a mudança no significado trazida pelo uso da vírgula:
EXEMPLOS:
PARA EU sair de casa, foi preciso organizar minhas finanças. PARA MIM, vender meu primeiro imóvel foi uma grande conquista. 
Na primeira frase, o pronome pessoal reto (EU) é o sujeito do infinitivo (SAIR). Já na segunda frase, a vírgula indica que PARA MIM está deslocado. 
ENTRE EU E VOCÊ ou ENTRE MIM E VOCÊ: 
Como explicamos, anteriormente, “Eu” é pronome pessoal do caso reto e só pode ser usado na função de sujeito:
 
Com verbo no infinitivo: 
EXEMPLO: Não há nada ENTRE EU sair e você ficar em casa; 
Sem verbo no infinitivo: 
EXEMPLO: Não há nada ENTRE MIM E VOCÊ. 
A QUEM: 
Quando o substantivo que antecede o pronome relativo é pessoa, podemos usar o pronome “quem”.
EXEMPLO: Aquele é o professor A QUEM enviei o trabalho.
DE QUE, DE QUEM ou DO QUAL:
EXEMPLOS:
Estes são os processos DE QUE (ou DOS QUAIS) o escritório dispõe. (= o escritório dispõe DOS PROCESSOS);
Estes são os advogados DE QUEM ou DOS QUAIS o escritório dispõe. (= a empresa dispõe DOS ADVOGADOS) 
ATENÇÃO: O pronome relativo QUAL deve ser usado sempre que vier antecedido de preposição que não seja monossílaba (“após”, “contra”, “desde”, “entre”, “para”, “perante”, “sobre” etc.). 
EXEMPLOS: 
Este é o livro SOBRE O QUAL falei ontem. 
Esta é a ocasião PARA A QUAL eles se prepararam tanto. 
CUJO:
O pronome relativo “cujo” deve ser usado sempre que houver ideia de posse. 
EXEMPLOS: 
Ali está o cozinheiro DE CUJO bolo ninguém gostou. (a preposição “de” é exigência do verbo “gostar”). 
Este é o autor A CUJA obra eu me referi. (a preposição “a” é regida pelo verbo “referir”). 
Aquele é o filósofo COM CUJAS ideias eu não concordo. (a preposição “com” é regida pelo verbo “concordar”). 
Veja a revista EM CUJAS páginas li sobre aquela nova dieta. (= eu li sobre aquela nova dieta NAS PÁGINAS).
Encontrei na livraria o romancista CUJA obra foi premiada. (= A OBRA foi premiada -> sem preposição) 
ATENÇÃO: Não usamos artigo definido entre o pronome “cujo” e o substantivo. 
EXEMPLO: Na próxima rua, temos a universidade CUJO aluno inventou o novo chip. 
PRONOMES RELATIVOS:
Os pronomes relativos aparecem precedidos de preposição quando os verbos que acompanham são regidos por preposições. 
EXEMPLOS: 
Compro sempre naquela loja os doces DE QUE eu gosto tanto. 
O mecânico A QUEM eu chamei mais cedo já chegou. 
Dr. Jorge é o médico EM QUEM meus avós tanto confiam. 
Pronome QUE: 
O pronome “que” pode aparecer com ou sem preposição:
Sem preposição: quando substituir coisa e quando substituir pessoa (equivale a QUEM);
EXEMPLOS: 
Os refrigerantes QUE compramos acabaram rápidos. 
Os refrigerantes DE QUE precisávamos para a festa não chegaram. As senhoras QUE cumprimentamos eram muito simpáticas. 
As senhoras A QUEM convidamos para a festa não vieram.
AULA 03
Concordância
	É a adequação da língua.
A Língua Portuguesa é bastante flexível no que diz respeito à posição dos elementos na frase. 
Ordem Direta:
SUJEITO + VERBO + COMPLEMENTO
EXEMPLO: As duas alunas inteligentes já começaram a estudar para a prova de amanhã. 
Ordem INDireta:
VERBO + COMPLEMENTO + SUJEITO
EXEMPLO: Já começaram a estudar para a prova de amanhã as duas alunas inteligentes. 
COMPLEMENTO + VERBO + SUJEITO
EXEMPLO: Para a prova de amanhã, já começaram a estudar as duas alunas inteligentes.
O uso que fazemos da língua marca-nos socialmente.
REGRA GERAL:
O verbo concorda com o núcleo do sujeito a que se refere em número (singular ou plural) e em pessoa (1ª, 2ª ou 3ª).
A Palavra principal que compõe o sujeito da oração (aquela que rege a concordância). Geralmente, esse vocábulo é um substantivo, mas também pode ser um pronome.
Dúvidas frequentes de concordância verbal: 
Sujeito colocado depois do verbo:
INCORRETO - Parece que não existe mais pessoas interessadas neste assunto. 
ESTRATÉGIA - Substituir o sujeito por um pronome = ELAS.
Parece que elas não existem mais. 
CORRETO - Parece que não existem mais pessoas interessadas nesse assunto. 
 
Em frases em que o sujeito é muito extenso ou em que o núcleo do sujeito está distante do verbo: 
INCORRETO - O perigo de encontrarmos nas ruas ou nas cidades grandes um assaltante podem nos intimidar. 
ESTRATÉGIA - Pergunte-se: O que “pode nos intimidar”? Resposta: “O perigo” = ELE 
CORRETO - O perigo de encontrarmos nas ruas ou nas cidades grandes um assaltante pode nos intimidar. 
 
Contaminação do verbo com a palavra mais próxima, sem concordar com o núcleo do sujeito de fato: 
Esse engano é corriqueiro em situações em que a expressão antes do verbo está no plural e o núcleo do sujeito, no singular ou vice-versa. 
INCORRETO - Será que a incompetência por parte de diversos profissionais não poderiam ser evitados? 
ESTRATÉGIA - Pergunte-se: O que “poderia ser evitado(a)”? Resposta: “a incompetência”. 
CORRETO - Será que a incompetência por parte de diversos profissionais não poderia ser evitada? 
Muito CUIDADO com a concordância que envolve um pronome: (O, OS, A, AS). 
INCORRETO - Todas aquelas promessas a fez esquecer a traição. ESTRATÉGIA - Pergunte-se: O que “a fez esquecer a traição”? Resposta: “Todas aquelas promessas”. 
CORRETO - Todas aquelas promessas a fizeram esquecer a traição.
Núcleos ligados pela conjunção OU: 
Devemos considerar duas situações:
Há ideia de exclusão ou de retificação:
Nesse caso, a ação ou o fato só pode ser atribuído a um dos núcleos. O verbo fica, então, no singular ou concorda com o núcleo do sujeito mais próximo. 
EXEMPLOS: 
Felipe Massa ou Lewis Hamilton será o piloto vencedor. (Ideia de exclusão) 
Escultura ou pinturas eram do século XVIII. (Ideia de exclusão) 
O professor ou os professores elaboraram as questões. (Ideia de retificação) 
Não há ideia de exclusão:
Nesse caso, a ação ou o fato podem ser atribuídos a ambos os núcleos. O verbo vai, então, para o plural na pessoa gramatical predominante. 
EXEMPLOS: 
O álcool ou o cigarro são prejudiciais à saúde. 
Você ou a mãe dela serão sempre odiadas por todos. 
 
Uso de expressões específicas: 
UM DOS QUE e UMA DAS QUE:
O verbo poderá ficar no singular ou no plural. 
EXEMPLO: O segurança foi um dos que pediu/pediram demissão. 
A MAIORIA DE, GRANDE PARTE DE, PARTE DE e A MAIOR PARTE DE: 
Uso de expressões partitivas e equivalentes, o verbo poderá ficar no singular ou no plural. 
EXEMPLOS: 
A maioria das revistas não comentou/comentaram o caso. 
Grande parte dos espectadores perdeu/perderam a estreia da nova novela. 
MAIS DE UM: 
No uso desta expressão, o verbo ficará no singular – a não ser que ela esteja repetida ou indique reciprocidade. 
EXEMPLOS:
Mais de um funcionário foi demitido. 
Mais de uma escolha, mais de uma ação teriam de ser feitas. (Expressão repetida)
Mais de um convidado deram-se as mãos. (Ideia de reciprocidade).
QUE: 
Nesse caso, o verbo concorda em número e pessoa com o antecedente do pronome. 
EXEMPLOS: 
Fui eu que liguei o aparelho. 
Foram eles que ligaram o aparelho. 
QUEM:
Nesse caso, o verbo fica na 3ª pessoa do singular. EXEMPLOS: 
Não sou eu quem paga o serviço. 
Fui eu quem pagou a serviço.
Verbos Impessoais: 
Aqueles que não podem ser flexionados em outras pessoas, mas sempre permanecem na 3ª pessoa do singular, pois não possuem sujeito. 
HAVER:
Este verbo não varia quanto apresenta os seguintes sentidos:
Tempo Decorrido:EXEMPLOS:
Não nos vemos há muito tempo. 
Havia cinco anos que planejávamos essa viagem. Não os vejo há três meses. 
EXISTIR: 
EXEMPLOS: 
Havia 10 alunos na sala. 
Havia 10 alunos na sala. 
FAZER:
Este verbo não varia quando indica tempo. 
EXEMPLOS:
Faz muitos anos que não nos vemos. 
Faz dois anos que viajamos à Espanha. 
CHOVER, GEAR:
Estes verbos, que indicam fenômenos da natureza, não variam e formam orações sem sujeito. 
EXEMPLOS:
Chove muito lá fora. 
Chovia muito quando chegamos ao aeroporto. 
ATENCAO: 
Quando usados em sentido figurado, os verbos que exprimem fenômenos da natureza DEIXAM de ser impessoais. 
EXEMPLO: 
Choviam lágrimas de seus olhos. (Sentido metafórico).
Partícula SE:
Veja, agora, como ocorre a concordância de verbos acompanhados da partícula SE: 
PARTÍCULA APASSIVADORA SE:
Neste caso (SE + VERBO TRANSITIVO DIRETO), o verbo normalmente concorda com o sujeito, porque a partícula SE torna a frase passiva, ou seja, o sujeito é quem sofre a ação do verbo. EXEMPLOS: 
Vende-se casa nova. (Casa nova é vendida). 
Vendem-se casas novas. (Casas novas são vendidas). 
Índice de Indeterminação do Sujeito: 
Neste caso a partícula SE tem a função de indeterminação do sujeito. Nas seguintes situações.
Verbo Intransitivo: 
EXEMPLO: Vive-se feliz naquela cidade.
Verbo Transitivo Indireto:
EXEMPLO: Precisa-se de ajudante.
Verbo de Ligação:
EXEMPLO: Permanece-se feliz naquela casa.
Verbo SER:
Seguindo a relação sintática que se estabelece entre o sujeito e o verbo, o mais comum é que o verbo SER concorde com o sujeito.
EXEMPLO: Ele era muito feliz.
Exceto quando o verbo se adequa ao predicativo quando usamos:
Verbo de Ligação:
Quando o predicativo (normalmente um adjetivo) completa o sentido do sujeito:
São eles: ser, estar, ficar, permanecer, andar, parecer, continuar, virar, viver, tornar-se.
Quando o substantivo ou pronome designa pessoa:
Neste caso, o verbo concorda com o predicativo:
EXEMPLO: Seu maior orgulho eram os alunos.
Quando o predicativo é o pronome demonstrativo “o”:
Neste caso, o verbo ser fica no singular.
EXEMPLO: Problemas é o que não lhe faltam.
Quando o predicativo é neutro, isto é, quando se relaciona a horas, distâncias e datas:
Neste caso, o verbo flexiona.
EXEMPLOS:
É uma hora.
São dez horas.
Quando o sujeito é um dos pronomes QUE, QUEM e O QUE:
Neste caso, o verbo ser concorda, obrigatoriamente, com o predicativo.
EXEMPLOS:
Que são hormônios.
Quem foram os vencedores do campeonato?
Quando o sujeito é um dos pronomes TUDO, ISSO, AQUILO, ISTO NINGUÉM, NENHUM ou expressão do tipo O RESTO, O MAIS, etc:
Neste caso, o verbo concorda, preferencialmente, com o predicativo.
EXEMPLOS:
Tudo são flores no início da relação.
Isto são fenômenos da natureza.
Quando usamos as expressões É MUITO, É POUCO, É BASTANTE:
Neste caso, o verbo ser fica no singular.
Exemplo: Quatro reais é pouco para irmos ao cinema.
Dúvidas frequentes de concordância NOMINAL:
Regra geral:
Os determinantes e modificadores concordam com o substantivo a que se referem. Ou seja, os ARTIGOS, NUMERAIS, PRONOMES DEMOSTRATIVOS, POSSESSIVOS E INDEFINIDOS e os ADJETIVOS concordam com os SUBSTANTIVOS.
EXEMPLOS:
Os carros azuis;
Um carro azul;
Esse carro azul;
Meus carros azuis;
Todo carro azul.
Regras Especiais:
A expressão EM ANEXO é invariável:
EXEMPLO: As planilhas seguem em anexo.
O(S) MAIS POSSÍVEL (IS) e O(S) MENOS POSSÍVEL (IS):
Concorda com o ARTIGO.
EXEMPLOS:
	Deixou o filho o mais pobre possível. 
Deixou os parentes os mais pobres possíveis.
MESMO:
Depois de um pronome reto:
Neste caso, a palavra concorda com o pronome ou com a pessoa a quem se refere, reforçando a expressão.
EXEMPLOS:
Ela mesma disse isso. 
Eles mesmos fizeram a pesquisa.
ATENÇÃO!
NÃO use ARTIGOS antes de MESMO.
EXEMPLOS:
O professor preparou a prova, e “o mesmo” vai aplicá-la. 
CORRETO: 
O professor preparou a prova, e ele mesmo vai aplicá-la.
Igual a DE FATO ou REALMENTE: 
Neste caso, a palavra NÃO varia. 
EXEMPLOS: 
Ela disse isso mesmo? 
Ela disse isso de fato? 
Eles fizeram mesmo a pesquisa. 
Eles fizeram realmente a pesquisa.
É BOM, É NECESSÁRIO, É PROIBIDO:
Estas expressões concordarão, obrigatoriamente, com o substantivo a que se referem quando este for precedido de artigo. Caso contrário, elas serão invariáveis. 
EXEMPLO: 
A paciência é necessária ao homem.
Proibida a entrada de pessoas estranhas nesta área. 
Caso contrário, quando o substantivo não for procedido por artigo, elas serão invariáveis.
EXEMPLO: 
É necessário ter paciência. 
AULA 04
O uso da vírgula
Padrão frasal:
SUJEITO + VERBO + COMPLEMENTO
EXEMPLO:
EXEMPLO:
Animal é um dos mamíferos mais antigos da Terra, chamado de fóssil vivo. 
	Neste caso, foi colocada uma vírgula antes de “chamado de fóssil vivo” porque houve uma quebra no padrão frasal.
Chamado de fóssil vivo, [o] animal é um dos mamíferos mais antigos da Terra.
Usos da vírgula:
Veja, agora, alguns casos em que devemos usar a vírgula:
Enumeração:
EXEMPLO:
Cléo Pires, Fábio Jr. e mais aparecem em 1º trailer de ‘Qualquer gato vira-lata 2’
Você sabe por que há vírgula entre “Cléo Pires” e “Fábio Júnior”?
Simples: porque sempre devemos usá-la para separar elementos listados.
Apostos explicativos:
A vírgula deve ser usada para separar explicações que estão no meio da frase – aquelas que interrompem o pensamento, chamadas de apostos explicativos (termos ou expressões que se referem a um substantivo para ampliar seu significado. Esse tipo de aposto pode ser retirado da frase sem causar prejuízo a sua significação como um todo).
EXEMPLO:
A nova princesa da Inglaterra, filha da duquesa de Cambridge, Kate Middleton, e do príncipe William, nasceu às 8h 34m deste sábado (2) em Londres (4h 34m) de Brasília, segundo o Palácio de Kensington, sua residência oficial. A menina e a mãe passam bem.
Nesse caso, os apostos explicativos – “filha da Duquesa de Cambridge’” e “Kate Middleton” – devem ficar entre vírgulas.
Adjunto Adverbial Antecipado:
A vírgula deve ser usada para separar o lugar, o tempo ou o modo que vier no início da frase – aquilo a que chamamos de adjunto adverbial antecipado, como mostra o exemplo a seguir:
EXEMPLO:
De janeiro a abril deste ano, foram 286 mil casos confirmados e 74 mortes.TO, PE, AL, SE, BA, RR e MT tiveram alta em total de casos, diz governo.
Vocativo e Anacoluto:
Se há vocativo na sentença, devemos usar a vírgula. O mesmo vale para os anacolutos (figuras de linguagem que representam quebras de padrão frasal). 
EXEMPLO: Saúde, quem não precisa dela?
INCISOS EXPLICATIVOS, RETIFICATIVOS OU CONTINUATIVOS:
EXEMPLO:
Em 1943, já eram 36 os navios mercantes brasileiros afundados por submarinos alemães perto da costa catarinense durante a Segunda Guerra Mundial. Aliás, um desses submarinos, o U-513, foi recentemente localizado pelo velejador Vilfredo Schurmann.
Como explicar o uso da vírgula em: “Aliás, um desses submarinos [...]”? Esse emprego se justifica porque a vírgula separa incisos explicativos, retificativos ou continuativos. São alguns deles: ou melhor, isto é, a saber, ou antes, digo, por assim dizer, por isso, além disso.
Supressão do Verbo:
EXEMPLO:
Você traz o café e eu, o pão. (trago)
Ele não nos entende nem nós, a ele. (entendemos)
Isolamento de Datas:
A vírgula deve ser usada para separar o nome da localidade nas datas, como mostra o exemplo a seguir:
EXEMPLO:
Após o tumulto causado pela paralisação por duas horas das linhas 1 e 2 do Metrô, nesta terça-feira, (23/07/2014), o presidente da Rio Eventos, da Prefeitura do Rio, Leonardo Maciel, declarou ao Bom Dia Rio desta quarta-feira.
Período simples e composto:
Orações (frases que possuem verbo).
EXEMPLOS:
Eu gosto de ler. (Período simples, um verbo).
Eu gosto de ler porque me ajuda a dormir. (Período composto, dois verbos).
Orações independentes ou coordenadas
São aquelas sintaticamente equivalentes, que não mantêm, entre si, uma relação gramatical.EXEMPLOS:
As orações não dependem uma da outra para fazer sentido. As orações são dividas entre 2 tipos:
Sindética: Apresenta conjunção.
Assindética: Não apresenta conjunção.
EXEMPLO:
[Saí cedo de casam], [mas cheguei atrasada.]
Assindética Sindética adversativa.
IMPORTANTE:
Há, ainda, a oração que chamamos de intercalada ou interferente, aquela que representa um comentário do autor do texto.
EXEMPLO:
De janeiro a abril deste ano, foram 286 mil casos confirmados e 74 mortes. TO, PE, AL, SE, BA, RR e MT tiveram alta em total de casos, diz governo.
Essas orações independem da estrutura sintática do período. Usamos vírgulas para separá-las, mas também é possível empregar o travessão duplo.
Classificações das orações coordenadas sindéticas:
Adversativas (Contrário):
EXEMPLO:
Compro muitos livros pela internet, mas nada substitui a livraria, onde você pode procurar novidades nas estantes, não nos “sites”, onde jazem escondidas em profundos sepulcros.
Sempre usamos vírgulas antes de conjunções adversativas – mas, porém, contudo, todavia, entretanto. Se o trecho tivesse sido redigido com a conjunção adversativa deslocada, a conjunção deveria aparecer entre vírgulas.
EXEMPLO:
Compro muitos livros pela internet; nada substitui, no entanto, livraria, onde pode procurar novidades nas estantes, não nos “sites”, onde jazem escondidas em profundos sepulcros.
Conclusivas:
Sempre usamos vírgula antes de conjunções conclusivas – logo, portanto, por isso, por conseguinte, pois. 
EXEMPLO:
Ele estudou bastante, portanto será aprovado.
Além disso, a mesma regra anterior vale para a conjunção conclusiva deslocada, que deve aparecer entre vírgulas. 
EXEMPLO:
Ele estudou bastante, será, portanto, aprovado.
Conjunção E:
Geralmente, não usamos vírgula com a conjunção E. No entanto, há algumas exceções. Como mostra Silva (2013), devemos empregá-la:
Exceções:
Antes da conjunção E com valor adversativo:
EXEMPLO:
Já são dez horas, e a reunião ainda não terminou. (= mas)
Quando o conectivo E liga orações com sujeitos diferentes:
EXEMPLO:
Os funcionários reclamam, e a direção atendeu.
Quando o conectivo E tem valor consecutivo ou enfático:
 EXEMPLOS:
Os trabalhadores se reuniram, discutiram, e decidiram como agir. Chegou, e viu, e lutou, e venceu finalmente.
orações subordinadas:
Subordinadas adverbiais:
São aquelas que exercem a função de adjunto adverbial.
A vírgula PODE ser usada para separar a oração principal da subordinada adverbial – causal, concessiva, condicional, final, temporal.
EXEMPLO:
O sonho do oprimido é ser o opressor quando a educação não é libertadora.
IMPORTANTE:
Quando essa oração estiver deslocada ou for reduzida, a vírgula será OBRIGATÓRIA.
EXEMPLO:
Quando a educação não é libertadora, o sonho do oprimido é ser o opressor.
Orações subordinadas adjetivas:
As orações subordinadas adjetivas são aquelas que possuem valor e função de adjetivo. E podem ser:
Explicativas (todos):
EXEMPLO:
Os funcionários, que se dedicaram à empresa, devem ganhar mais.
(Entre vírgulas → Oração explicativa = “Todos se dedicaram e serão aumentados”).
Restritivas (nem todos):
EXEMPLO:
Os funcionários que se dedicaram à empresa devem ganhar mais.
(Sem vírgulas → Oração restritiva = “Só os que se dedicaram devem ser aumentados”).
Ponto e vírgula:
Bechara (2000, p. 611) afirma que o ponto e vírgula serve de intermediário entre o ponto final e a vírgula.
“[...] representa uma pausa mais forte que a vírgula e menos que o ponto”.
Regras básicas para seu uso:
Quando a vírgula marca a ausência do verbo:
Neste caso, pode haver, antes do sujeito desse verbo, uma pausa representada pelo ponto e vírgula ou pelo ponto simples.
EXEMPLO: 
O general não temia o que lhe podia acontecer; os soldados, sempre. (temiam)
Com conjunções intercaladas:
Quando optamos por colocar estes conectivos entre vírgulas – em posição não inicial na oração –, o ponto e vírgula é uma ótima opção para marcar a pausa entre as orações.
EXEMPLO: 
Jonas tem muito dinheiro; não pode, porém, desfrutar suas vantagens.
Em enumerações:
Geralmente, observamos este caso em textos jurídicos – leis, artigos, decretos etc. – e em livros didáticos. Usamos o ponto e vírgula principalmente se os elementos enumerados forem relativamente extensos e numerosos. Veja o exemplo a seguir, em que cada elemento que faz parte da enumeração é um período composto, ou seja, um período com mais de uma oração:
EXEMPLO:
“Havia vários fatores que corroboravam sua personalidade violenta: morava em uma região muito violenta, na qual tiros e facadas eram algo comum; nunca teve acesso à escola e à boa informação, por não desfrutar as condições econômicas básicas para isso; era espancado pelo pai quando tinha seis anos de idade; etc.”.
AULA 05
Acentuação
Quando nos referimos à acentuação de uma palavra, significa que vamos marcar determinada sílaba tônica com um acento – seja este agudo (´), seja circunflexo (^). A sílaba tônica é aquela pronunciada com mais intensidade.
Na Língua Portuguesa, há somente três posições para a sílaba tônica.
São elas:
Última sílaba (OXITONA):
Quando a sílaba tônica for a última e a palavra terminar em -a, -e, -o e -em, seguidos ou não de -s, o vocábulo será acentuado.
EXEMPLOS:
café, papel, também.
Penúltima sílaba (PAROXITONA):
Acentuamos aquelas que NÃO terminam em -a, -e, -o, -em e seus plurais
janela, mesa, salário.
Antepenúltima sílaba (proparoxítona):
Todas as palavras cuja sílaba tônica é a antepenúltima são acentuadas.
EXEMPLOS:
paralelepípedo, xícara, pássaro.
Crase:
Esse sinal é o resultado da união de duas vogais idênticas.
PREPOSIÇÃO A + ARTIGO A.
Tal união é marcada por aquilo que chamamos de acento grave – e não de crase.
O uso do acento indicativo de crase nos auxilia na depreensão correta dos sentidos de uma frase.
Usamos a crase antes de substantivo feminino e depois de palavra que exige a preposição “a” em seu complemento.
Como saber se a crase:
Substituímos o que está no feminino pelo masculino.
EXEMPLO:
Todos chegaram à cidade. (ao bairro).
IMPORTANTE:
	Antes de horas sempre usaremos crase. 
EXEMPLO:
Os relógios deverão ser alterados à zero hora
Exceto: 
Quando já existir uma preposição (desde, após, para e entre) antes do A. Quando for a preposição até pode usar crase ou não.
EXEMPLO:
Não atendemos após as 18h.
IMPORTANTE:
Não se usa crase antes de palavra masculina:
“Rogério veio a cavalo”,
“Chegou a pé Janaína” 
Há crase, via de regra, com palavra feminina.
Não usamos crase entre os termos DE e A:
EXEMPLO:
De hoje a domingo. 
De pagode a bossa-nova.
IMPORTANTE:
Se a preposição DE estiver implícita também não leva crase.
Segunda a Sexta. (o DE está implícito na frase)
Usamos crase entre os termos DA, DO e A com a palavra feminina:
EXEMPLO:
Da 1ª à 4ª série.
Dos pés à cabeça.
Do sertanejo à música clássica.
De repente:
Esta expressão também deve SEMPRE ser grafada separadamente.
Exemplo: Chegamos cedo e, de repente, apareceu o chefe.
PORQUÊS:
POR QUE = pronome interrogativo no início da pergunta.
Exemplo: Por que ela não veio à festa?
POR QUE = pelo(a) qual
Exemplo: A estrada por que passamos era escura e deserta.
POR QUÊ = pronome interrogativo no final da pergunta
Exemplo: Ela não veio à festa. Você sabe por quê?
PORQUE = pois
Exemplo: Ela não veio à festa, porque não tinha uma roupa adequada.
PORQUÊ (substantivo) = motivo, razão
Exemplo: O namorado de Maria sabe o porquê de tudo.
Acordo ORTOGRÁFICO:
AULA 06
Coerência e semântica do texto.
Nessa campanha, portanto, é a linguagem não verbal que nos permite fazer associação – aquilo que dá sentido ao comercial e, consequentemente, torna-o coerente!
Coerência e semântica do texto:
Em gêneros textuais como a propaganda, podem coexistir tanto a linguagem verbal quanto a não verbal.
A noção de texto envolve o conceito de coerência: a possibilidade de estabelecermos ou não sentido a uma sequência textual.Um simples “Oi” é um texto. Agora, imagine se disséssemos: “Bgvvdft bbhcnbt nnhb”.
Isso é apenas um amontoado de letras sem significado, certo?
Quando não seguimos a sintaxe da língua, não formamos um texto.
EXEMPLOS:
Casa comprei grande rua lado ao eu uma na. (AGRAMATICAL)
Eu comprei uma casa grande na rua ao lado. (GRAMATICAL)
Mas o que precisamos fazer para tornar nossos textos coerentes? Vejamos...
Quando queremos comunicar nossas ideias, precisamos ser coerentes em todos os ambientes – sejam estes formais ou não.
Imagine que você recebeu a seguinte mensagem pelo celular:
Já sabemos que usar as abreviações do internetês pode facilitar o envio da mensagem.
Mas CUIDADO: em alguns casos, esse uso é capaz de prejudicar a comunicação.
Cabe a nós identificarmos em que momento é possível nos valermos dessa economia da linguagem. Afinal:
Haverá coerência se conseguirmos dar sentido ao texto – falado ou escrito. 
Casos de incoerência:
Comprei um carro jovem. → “jovem” = adjetivo inadequado para o substantivo “carro”.
Ela é viúva, mas o marido dela ainda não morreu. -> falta de conhecimento do significado da palavra “viúva”.
Coesão:
É um fenômeno que acontece dentro do texto, pois envolve processos que relacionam seus elementos e organizam a sequência textual 
Leia a reportagem:
O príncipe William e sua mulher (1), a duquesa de Cambridge, Kate Middleton, deixaram o palácio de Kensington nesta quarta-feira com seus (1) dois filhos para passar uma temporada na residência real em Norfolk. 
O casal (1) e seus (1) dois filhos, o príncipe George e a princesa Charlotte (2), que (2) nasceu no último sábado, vão passar as próximas semanas na casa de campo real de Anmer Hall, no norte da Inglaterra. O local é isolado da imprensa e foi o mesmo escolhido para passar as primeiras semanas de vida de George. 
A princesa (2) foi registrada oficialmente terça-feira, com o nome de Charlotte Elizabeth Diana. Também nesta terça, a menina (2) recebeu a visita de sua (2) bisavó, a rainha Elizabeth II (3), que (3) ainda não havia conhecido a nova princesa (2). Segundo a imprensa britânica, a visita durou cerca de 30 minutos, e ocorreu no palácio de Kensington. 
A certidão de nascimento foi divulgada pelo Twitter do Palácio de Kensington, residência oficial do casal. O registro foi feito no próprio palácio. A princesa (2) nasceu no sábado, em Londres. 
O nome da menina (2) foi divulgado nesta segunda-feira, e homenageia a avó da criança (2) – a princesa Diana, mãe de William –, a bisavó – a rainha Elizabeth II – e a tataravó – mãe da rainha, também Elizabeth. [...]
Você percebeu, através dos destaques em negrito no texto da reportagem, as estratégias usadas pelo redator para evitar repetições no texto?
Vejamos alguns termos que substituíram palavras e expressões:
“Príncipe William e sua mulher” → “seus”, “casal”;
“Princesa Charlotte” → “que”, “princesa”, “menina”, “sua”, “nova princesa”, “criança”;
“Rainha Elizabeth II” → “que”.
Esses são os chamados mecanismos coesivos.
Tipos de coesão:
Há dois tipos de coesão: a referencial e a sequencial.
Coesão Referencial:
É utilizada quando retomamos aquilo de que falamos – o referente – através de mecanismos gramaticais importantes:
Omissão de palavras ou elipse:
Exemplo: A menina saiu cedo de casa e (a menina) foi para o trabalho.
Nesse caso, o sujeito “a menina” pode ser omitido na segunda oração.
Substituição de palavras:
Por sinônimos: 
são aquelas palavras que possuem significado semelhante ao de outros vocábulos e que podem substituí-los sem prejuízo de sentido.
Exemplo: 
O automóvel estacionado na rampa para deficientes deverá ser retirado. Caso contrário, o carro será rebocado. 
Nesse caso, o termo “automóvel” pode ser substituído por “carro” ou “veículo”.
A testemunha faltou com a verdade diante do juiz. (= mentiu).
O Brasil sofre com a falta de água. (= crise hídrica).
Nesse caso, o uso do eufemismo (figura de linguagem que se caracteriza por suavizar algumas expressões) em destaque é uma forma de sinonímia que nos remete aos termos e às expressões entre parênteses.
Atenção: 
O fato de uma palavra ser sinônimo de outra não significa que possa substituí-la em qualquer contexto. 
Exemplo:
O menino é alto. ≠ O menino é elevado. 
Nesse caso, os adjetivos “alto” e “elevado” não se equivalem, certo?
Expressões equivalentes:
“O rei Roberto Carlos comemorou a chegada dos seus 74 anos na noite deste sábado com um show em São Paulo. O cantor, que faz aniversário neste domingo, fez um concerto no Allianz Parque, o estádio do Palmeiras, com direito a bolo no palco e a queima de fogos. [...]”.
Hipônimos e hiperônimos: 
Estão relacionados aos significados das palavras.
HIPÔNIMOS: Do grego hyponymon: hypo = debaixo, inferior + onymon = nome.
HIPERÔNIMOS: Do grego hyperonymon: hyper = acima, sobre + onymon = nome.
Exemplo:
Aquele Chevette está estacionado na rampa para deficientes. O carro será rebocado.
Nesse caso, “O carro” é hiperônimo de “Aquele Chevette”, porque a marca está dentro do grupo maior de automóveis. “Aquele Chevette”, por sua vez, é hipônimo de “O carro”.
Sendo assim, temos:
	Hiperônimos
	Hipônimos
	ANIMAL
	Gato, cachorro, boi, urso.
	FRUTA
	Maçã, laranja, banana, uva.
	DOENÇA
	Gripe, pneumonia, dengue, sarampo.
Pronomes:
O aluno ficou com dúvidas sobre o conceito.
Ele pediu uma nova explicação ao professor.
Numerais:
Exemplo:
O mural indica dois avisos:
O primeiro refere-se à matrícula.
O segundo, (refere-se) à formatura.
Nesse caso, há, inclusive, coesão referencial por elipse da forma verbal “refere-se”. Você notou?
Coesão sequencial:
Como vimos, enquanto na coesão referencial, fazemos menção a termos dentro do texto, na sequencial, usamos mecanismos que possibilitam o desenvolvimento da sequência textual. 
Alguns desses mecanismos que auxiliam a continuidade do texto são as expressões temporais – aquelas que permitem a progressão da informação.
Exemplos:
Antes, ele acreditava que não tinha jeito.
Agora, ele está mais esperançoso.
Pela organização do tempo, “antes” acontece primeiro e “agora”, depois.
O aluno sentou na cadeira, pegou a caneta e começou a prova.
Nesta sequência, há uma ordem de ações.
Antes de ganhar o campeonato, o time havia se preparado por duas semanas.
Se o termo “antes” – que indica período passado – foi utilizado, o tempo verbal subsequente precisa estar no pretérito.
A coesão sequencial assegura a continuidade lógica dos componentes textuais. Operando mediante acréscimos, correlações, uso de conectivos ou pela simples ordenação linear. Sua quebra ocorre, entre outros casos, quando: 
a) Não se respeitam as correlações entre os modos e tempos verbais;
b) Não se usam adequadamente os conectivos, como nestas passagens retiradas de redações (entre parênteses, estão as formas corretas);
Exemplos:
O avanço tecnológico, além de suas vantagens e comodidades, traz preocupação a todos nós. (“apesar de”); 
Não queria deixar vovó sozinha a tão pouco tempo da morte do meu avô. (“há”, pois a preposição indica tempo futuro).
c) Não se observa a simetria entre os consequentes dos pares correlativos (“alguns... outros”; “não somente... como também”; “tanto... quanto” etc.). 
Por terem o mesmo valor sintático, os consequentes desses pares devem apresentar a mesma forma. Mas, nem sempre, os alunos observam isso.
Exemplo:
Com o aumento da criminalidade no Brasil, a população busca reagir, alguns de maneira irracional ao tentar fazer justiça com as próprias mãos, enquanto outros acreditam que a redução da maioridade penal contribuiria para amenizar esse quadro.
O estudante se refere a dois grupos populacionais que têm reações distintas ao aumento da criminalidade e articula essa referência por meio de uma correlação introduzida, respectivamente, por “alguns” e “outros”. A correlação é, contudo, falha, pois o consequente de “alguns” aparece como termo simples (“de maneira racional”), e o de “outros” como uma oração (“enquantooutros acreditam que a redução da maioridade [...]”).
A falta de correlação não é somente sintática, mas também semântica. Se “alguns” reagem de maneira irracional, espera-se que a atitude de “outros” se caracterize por alguma racionalidade. O aluno preparou o leitor para a oposição. No entanto, ele próprio contesta essa possibilidade ao qualificar como uma “mera crença” a ideia de que a maioridade penal vá reduzir a prática dos crimes. Se essa crença é ilusória, não constitui uma alternativa racional. Logo, o paralelo proposto não se realiza.
Exemplo:
“A internet atraiu um número significativo de adeptos por todo o mundo, tornando a escrita não só um dos principais meios de interação como também ampliou o acesso das pessoas a esse tipo de linguagem, mesmo que seja por meio de um teclado e não através de um mouse.”
É fácil perceber a quebra. Após o primeiro membro do par correlativo (“não só”), aparece um termo simples, centralizado pelo sintagma “meios de interação”. Já depois do segundo (“como também”), figura um enunciado oracional. O problema pode ser resolvido com o simples deslocamento de “não só” para antes do verbo, como em: 
“A internet atraiu um número significativo de adeptos por todo o mundo. Ela não só tornou a escrita um dos principais meios de interação como também ampliou o acesso das pessoas a esse tipo de linguagem, mesmo que seja por meio de um teclado, e não de um mouse.” 
Rupturas na coesão sequencial não constituem propriamente infrações gramaticais, mas dizem respeito à arquitetura do texto e interferem na legibilidade. Por isso, devem, a todo custo, ser evitadas.
Operadores argumentativos e discursivos:
Além das expressões temporais, na coesão sequencial, também utilizamos os operadores argumentativos e discursivos: elementos responsáveis pela coesão entre as orações. 
Exemplo:
A prova foi tão fácil que até o Joãozinho tirou nota boa.
Neste caso, provavelmente, você concluiu que Joãozinho não é bom aluno e que se beneficiou porque a prova foi fácil.
Qual foi o elemento da sentença responsável por esse raciocínio?
O operador argumentativo “até”.
Os pais dele investiram tanto na educação do filho que esperavam, no mínimo, que ele cursasse uma universidade.
Neste caso, entendemos que, em uma escala – “no mínimo” –, o filho estudaria em uma universidade.
No entanto, os pais esperam mais dele, não é mesmo?
Ele é o melhor médico que conheço. Não somente tem boa formação, mas também gosta dos pacientes, é gentil e muito bem-humorado.
Neste caso, a união das expressões “não somente” e “mas também” ajudou a somar as qualidades do médico, certo?
Aqui, os operadores argumentativos têm por objetivo juntar argumentos em favor de uma mesma conclusão.
Atenção:
Não podemos utilizar um elemento qualquer para conectar as informações.
Exemplo:
Embora ele tenha estudado muito, foi aprovado no concurso.
Embora ele tenha estudado muito, NÃO foi aprovado no concurso.
Como vimos, a coerência é responsável pela construção do significado do texto. Por isso, quando falta algo, não conseguimos perceber a sequência linguística como um texto, certo?
Vamos analisar um exemplo proposto por Koch e Travaglia (2001, p. 15):
“João vai à padaria. A padaria é feita de tijolos. Os tijolos são caríssimos. Os mísseis também são caríssimos. Os mísseis são lançados no espaço. De acordo com a teoria da relatividade, o espaço é curvo. A geometria rimaniana dá conta desse fenômeno”. Fonte: REVISTA Língua Portuguesa, n. 16, 2009
Você sentiu alguma dificuldade de entender esse texto? Provavelmente, sim. Apesar de conter recursos coesivos, esse fragmento é incoerente, pois não conseguimos estabelecer sentido para ele.
Isso significa que:
Um texto pode apresentar mecanismos de coesão e, ainda assim, não possuir coerência.
Mas será que o contrário é possível? Um texto sem mecanismos coesivos pode ser coerente?
Exemplo:
O telefone!
Estou no banheiro
Certo.
O texto é formado apenas por um grupo de palavras e não possui relações sintáticas. Nesse caso, ele pode fazer sentido e ser coerente?
Se você conhece o contexto da situação, sim. Aqui, Carlos entendeu que houve um pedido para que ele atendesse ao telefone e informou que estava no banho.
Logo, é possível que um texto sem mecanismos coesivos seja coerente.
COERÊNCIA = sentido do texto;
COESÃO = organização das ideias no texto através de mecanismos.
Estruturas que podem afetar a coesão e a coerência de seu texto:
“Ao invés de” = ao contrário
“Em vez de” = em lugar de
Exemplos:
Ao invés de sair do lugar, a pessoa entrou no recinto.
Em vez de sair do lugar, a pessoa entrou no recinto.
(CORRETO - ideias opostas)
Em vez de ir ao cinema, fui à festa.
(CORRETO - ideia de substituição)
Ao invés de ir ao cinema, fui à festa.
(INCORRETO - ideias opostas)
A expressão correta é “muitas vezes”.
Exemplos:
Muitas vezes, somos obrigados a aceitar meias verdades.
“A princípio” = inicialmente, em um primeiro momento
“Em princípio” = em tese, teoricamente”.
Exemplos:
A princípio, vamos aguardar o retorno dos professores para, depois, retomar as aulas.
Em princípio, todos os alunos terão direito a uma chance de melhorar seu desempenho na prova.
“Mesmo” = um só
“Igual” = outro
Exemplos:
Estou com o mesmo problema do ano passado.
(= um só problema que se repete)
Estou com um problema igual ao do ano passado.
(= outro problema com as mesmas características)
“Ter” = indica posse
“Haver” = com sentido de “existir” - verbo impessoal, aquele que não admite sujeito e que não sofre flexão de plural.
Exemplos:
Eu tenho dois cachorros.
(= os cachorros têm um dono)
Há dois cachorros na sala.
(= os cachorros estão em determinado ambiente)
“Todo” = qualquer
“Todo o” = inteiro
Exemplos:
Ele é capaz de fazer todo trabalho.
(= qualquer trabalho)
Ele é capaz de fazer todo o trabalho.
(= o trabalho inteiro)
“Ao contrário” = ideias opostas
“Diferentemente” = ideias distintas
Exemplos:
Ao contrário de entrar à esquerda, o motorista resolveu entrar à direita.
Diferentemente do que eu disse, sairei cedo hoje.
AULA 07
Estratégias para uma boa leitura.
Quem lê e escreve com desenvoltura é reconhecido na sociedade e, muitas vezes, ascende socialmente.
Aumento do vocabulário:
Dificilmente, um grande executivo alcança essa posição profissional sem uma boa carga de leitura e a partir de uma escrita “pobre” em termos de padrão linguístico. 
Por isso, é importante alimentarmos nosso conhecimento de mundo para que possamos ampliar nosso vocabulário. Esse conhecimento de mundo é o saber que adquirimos ao longo da vida nas mais diversas situações cotidianas: em conversas, leituras, observações etc. Uma dica é investir na literatura, lendo textos de bons autores. Isso não significa que todos devem ler Camões, tudo bem? Mas é interessante conhecer de tudo um pouco. Afinal: 
Quanto mais lemos, melhoramos nosso vocabulário e adquirimos mais material linguístico para interpretar e escrever textos.
Formação de palavras:
Muitas palavras são formadas a partir de um RADICAL, ou seja, de uma RAIZ.
Isso significa que podemos acrescentar prefixos e sufixos a esse radical, formando vocábulos novos.
Veja alguns exemplos:
De acordo com Garcia (1997):
“Se o estudante lembra ainda do processo de formação das palavras, pode ter seu vocabulário extraordinariamente aumentado”. Conhecido o significado básico de certo radical e dos afixos mais comuns, ser-lhe-á possível, em muitos casos pelo menos, reconhecer pelo sentido um número às vezes bastante considerável de vocábulos novos, sem necessidade de recorrer ao dicionário. 
Seja, por exemplo, o radical loqui (i) e sua variante loc (u), que significa ‘falar’. Juntando-se-lhes prefixos e sufixos – e mesmo outros radicais –, formam-se derivados e compostos facilmente identificáveis, visto ser conhecido seu núcleo significativo. 
Obtém-se, assim, cerca de 20 palavras novas: locução, locutor, loquaz, loquacidade, locutório, loquela, alocução, elocução, elóquio, eloquência, circunlóquio,colóquio, antelóquio, prolóquio, grandíloquo, grandiloquente, magniloquente”.
Vocabulário:
Todos nós sabemos que a Língua Portuguesa possui um vocabulário bem extenso. Por isso, é impossível conhecer todas as palavras e todos os seus significados. Provavelmente, você não conhece alguns termos citados anteriormente por Garcia (1997), certo? Mas basta sabermos o significado do radical e dos afixos (prefixos e sufixos) desses novos vocábulos para conseguirmos, pelo menos, depreender seu sentido.
[GRANDI] LOQUENTE
(prefixo) = muito, excessivamente
Logo,
GRANDILOQUENTE
Muito eloquente, aquele que se expressa bem, com uma linguagem rebuscada.
Tipos de vocabulário:
Garcia (1997) afirma que há quatro tipos – aqueles referentes à (ao):
Língua falada ou coloquial;
Língua escrita;
Leitura;
Simples contato.
Aqui, interessa-nos apenas os três primeiros.
Vocabulário da língua falada ou coloquial:
Vocabulário relativamente pequeno – aquele de que nos servimos na vida diária para satisfazer necessidades básicas da comunicação oral.
Em outras palavras, trata-se do vocabulário que aprendemos no seio familiar, nas relações cotidianas de modo geral. 
Exemplo:
Seus filhos vão ficar antenados nesta sopa.
Como você sabe, a palavra “antenados” é muito utilizada em situações corriqueiras, cotidianas. A propaganda a utiliza na tentativa de se aproximar do interlocutor, a fim de convencê-lo a comprar o produto.
Se outro vocábulo fosse escolhido para esse caso, provavelmente, o sentido desejado não seria atingido.
Vocabulário da língua escrita:
Vocabulário representado por palavras que usamos ocasionalmente na escrita – seja esta literária, técnica, científica ou didática.
Em resumo, trata-se de um vocabulário formado pelos vocábulos da linguagem falada acrescido de termos que raramente circulam na linguagem coloquial.
	Exemplo:
	É esse tipo de sustentabilidade que sua empresa ptatica?
O termo “sustentabilidade” é um exemplo desse vocabulário. 
Apesar de essa palavra estar associada à escrita, isso não significa que não possamos usá-la na oralidade. O fato é que a fala culta aproxima-se, em muitos aspectos, da linguagem escrita.
Imagine, por exemplo, que você precisa apresentar um seminário na universidade ou um trabalho em algum congresso.
Provavelmente, você escolherá determinado tipo de linguagem para essas ocasiões – diferente daquele que usaria junto a seus amigos em uma festa, certo?
Há situações formais em que o falante tem de optar por estruturas que pertencem ao padrão culto da língua.
Vocabulário de leitura
Vocabulário que não costumamos utilizar, mas cujo sentido nos é familiar, sem a necessidade de um dicionário.
Às vezes, depreendemos o significado de um termo porque conhecemos seu radical – a família da palavra – ou, ainda, o contexto em que está inserido.
Exemplo:
Comprei um apartamento em Itaim.
Por mais que não saibamos o que é “Itaim”, supomos que seja um lugar, certo? Isso é possível porque, em função do contexto, somos capazes de inferir o sentido dessa palavra.
Parágrafo e tópico frasal:
Quando lemos ou escrevemos, estamos em contato com ideias principais ou acessórias, ou seja, com temas e subtemas que vão se entrelaçando para formar o texto. 
De modo geral, os textos são organizados em parágrafos. 
A noção de parágrafo é, antes de tudo, visual. Isso significa que:
Escrever um parágrafo é organizar o olhar do leitor quanto à disposição das informações no texto.
Exatamente por isso, criou-se o conceito de tópico frasal ou ideia núcleo.
De acordo com Garcia (1997), o parágrafo-padrão é composto por:
Leia o fragmento de texto a seguir e observe como cada trecho destacado se classifica:
Tipos de tópico frasal:
Conheça, agora, os tipos mais comuns de tópico frasal:
Declaração Inicial:
Quando afirmamos ou negamos algo sobre determinado tema, realizamos uma declaração.
Exemplo:
“A violência foi banalizada pelos meios de comunicação. O discurso da mídia tornou comuns as ações de bandidos, uma vez que investiu no tema para ganhar audiência. Nunca se viram tantos programas de TV cujo conteúdo é a violência.”
Definição:
Quando delimitamos o significado de algo, realizamos uma definição. Trata-se de um bom recurso didático que serve para vários tipos de texto, mas que é encontrado, usualmente, em textos dissertativos/informativos.
Exemplo:
“O jornal é um meio de comunicação periódico constituído por notícias, reportagens, crônicas, entrevistas, anúncios e outro tipo de informação de interesse público. Os jornais brasileiros são famosos no mundo todo por sua estrutura e qualidade. Nossos cronistas são respeitados, bem como nossos anunciantes.”
Divisão:
O parágrafo pode ser iniciado por divisão de assunto, o que indica como o tema será desenvolvido. Esse recurso serve para vários tipos de texto.
Exemplo:
“As informações tomam dois caminhos para atingir o receptor: o jornal impresso e a televisão. Entretanto, sabemos que a TV, atualmente, é mais popular, haja vista seu grande alcance e apelo às classes populares.”
Interrogação:
Quando quer aguçar a curiosidade do leitor sobre o tratamento dado a determinado tema no texto, o autor realiza uma pergunta ou interrogação. Esse recurso serve para vários tipos de texto, mas é encontrado, usualmente, em textos argumentativos.
Exemplo:
“O crescente uso da internet provocará o fim do jornal impresso? Eis a questão que nos faz refletir a respeito da leitura dos jornais. Em países como os Estados Unidos, vários impressos já deixaram de circular ou se tornaram 100% on-line.”
Alusão/citação:
Neste caso, o autor faz referência a um fato histórico, às palavras de outra pessoa, usa um exemplo, uma lenda ou, até mesmo, uma piada, com o objetivo de prender a atenção do leitor. Esse recurso serve para vários tipos de texto.
Exemplo:
“Conta a tradição que comer manga e, em seguida, tomar leite tem como resultado morte certa. Entretanto, não há estudos científicos suficientes para comprovar tal tese do crivo popular.”
Alguns usos importantes da língua:
AO MEU VER x A MEU VER:
A expressão correta é: 
“a meu ver” = do meu ponto de vista 
Exemplo: 
A meu ver, todos os recursos foram necessários. 
“Ao meu ver” NÃO existe!
NA RUA x À RUA:
Os termos “sito”, “situado”, “residente” pedem preposição “em”, e NÃO preposição “a”. 
Exemplos: 
A empresa possui sede na Rua Carlos Pinto.
A empresa UNITAS, sito/situada na Rua Carlos Pinto, está em reforma.
Ele é residente na Rua Carlos Pinto.
VERBO “ADEQUAR”:
Apesar de alguns estudiosos aceitarem a conjugação completa do verbo “adequar”, de acordo com tradição gramatical, trata-se de um verbo defectivo, que é aquele que não pode ser flexionado em todas as pessoas verbais. Considerando essa vertente teórica tradicional, temos: 
Exemplos: 
O referido móvel não se adéqua ao ambiente. (forma verbal equivocada) 
O referido móvel não é adequado/apropriado ao ambiente. (forma verbal aceita)
FACE AO x EM FACE DE:
A expressão correta é “em face de” = diante de, perante, defronte. 
Exemplos: 
Em face do novo decreto, não poderemos mais agir assim.
Em face de tal fato, acredito não haver problemas.
RATIFICAR x RETIFICAR:
Não se confunda com estas expressões:
“ratificar” = confirmar;
“retificar” = corrigir. 
Exemplos:
Liguei para o gerente, a fim de ratificar a informação do saldo.
Como ela estava errada, resolveu retificar a informação.
HAJA VISTO x HAJA VISTA:
A expressão correta é: 
“haja vista” = uma vez que, por conta de.
Exemplo: 
A reunião foi remarcada para semana que vem, haja vista as obras na sala.
“Haja visto” NÃO existe!
AO ENCONTRO DE x DE ENCONTRO A:
Não se confunda com estas expressões: 
“ao encontro de” = situação favorável, conformidade de ideias;
 “de encontro a” = ideia contrária, de confronto. 
Exemplos: 
“Não se procura amor o amor vem ao encontro de cada um de nós”.
Não posso ajudar! Minhas ideias vão de encontro às suas.
AULA 08
Estratégias para uma boa escrita.
Ordem direta como estratégia de clareza:
Usar aordem direta é um ótimo recurso para tornar o texto claro e compreensível.
Identificamos que, em Língua Portuguesa, a ordem preferencial (padrão) é a seguinte:
SUJEITO (S) + VERBO (V) + OBJETO (O)
Essa é a ordem a que chamamos de direta. Para exemplificar, vamos analisar, a seguir, um texto veiculado pela mídia.
Exemplo:
Amor eterno pelo colesterol.
Durante décadas, alimentos como o ovo foram tratados ora como vilões, ora como mocinhos. Pesquisas recentes põem fim a essa gangorra – a mais conhecida (e condenada) das gorduras não faz mal quando é levada ao organismo por meio da alimentação.
Já não é o caso, tomando emprestado o mais conhecido verso do Soneto de Fidelidade, de Vinícius de Moraes, de um amor que seja infinito enquanto dure, posto que é chama. Em relação ao ovo, o amor agora é eterno, incondicional, irrecorrível.
O consumo do mais eclético dos alimentos de origem animal, abundante em colesterol – a mais conhecida e condenada das gorduras –, acaba de ser definitivamente liberado pela ciência da nutrição. [...]
Considerando os padrões de escrita, seus parágrafos se mantêm, de forma geral, na ordem direta – à exceção dos adjuntos adverbiais deslocados “Durante décadas” e “em relação ao ovo”.
Mas por que usar essa estratégia é tão importante? Vejamos...
Ordem indireta ou inversa:
Sautchuk (2011, p. 21) afirma que:
“Se você estiver lendo uma frase que comece por qualquer termo que não seja sujeito, repare como você vai lendo, lendo e fica à espera de que algo na frase apareça para funcionar como o tal sujeito, isto é, para funcionar como o ponto de apoio”.
Exemplos:
No começo da noite, com as janelas fechadas, sem um único som na sala, entre móveis cobertos de pó.
No primeiro caso, a frase parece estar incompleta. Falta algo para organizar nosso pensamento, certo? De acordo com Sautchuk (2011), aguardamos o sujeito para que o padrão SVC (Sujeito + Verbo + Complemento) se estabeleça.
No começo da noite, com as janelas fechadas, sem um único som na sala, entre móveis cobertos de pó, um estranho vulto aparece.
Já no segundo caso, a frase está mais completa e conseguimos compreendê-la melhor, embora o sujeito apareça no final. Aqui, identificamos a ordem indireta.
Quando invertemos a ordem das sentenças em um texto, mudamos o foco de quem nos ouve. 
Amor eterno pelo colesterol.
Durante décadas, alimentos como o ovo foram tratados ora como vilões, ora como mocinhos. Pesquisas recentes põem fim a essa gangorra – a mais conhecida (e condenada) das gorduras não faz mal quando é levada ao organismo por meio da alimentação.
Vamos retomar a primeira frase da notícia:
1. “Durante décadas, alimentos como o ovo foram tratados ora como vilões, ora como mocinhos.” (ORDEM INDIRETA).
Neste caso, o foco é o tempo. Por isso, o complemento – o objeto direto – aparece destacado, o que muda a forma como interpretamos a frase.
2. “Alimentos como o ovo foram tratados ora como vilões, ora como mocinhos, durante décadas.” (ORDEM DIRETA).
Já neste caso, quando realizamos a inversão da ordem da frase original, o foco passa a ser o tratamento dado ao alimento. Usar a ordem direta expressa a ideia central da frase, a parte principal do sentido que queremos dar ao que afirmamos.
Ideias acessórias ou suplementares:
Exemplo:
A tartaruga.
Moradores de Copacabana, comprai vossos peixes na Peixaria Bolívar, Rua Bolívar, 70, de propriedade do Sr. Francisco Mandarino. Porque eis que ele é um homem de bem.
O caso foi que lhe mandaram uma tartaruga de cerca de cento e cinquenta quilos, dois metros e (dizem) duzentos anos, a qual ele expôs em sua peixaria durante três dias e não quis vender; e levou até a praia, e a soltou no mar.
Havia um poeta dormindo dentro do comerciante, e ele reverenciou a vida e a liberdade na imagem de uma tartaruga. [...]
Como você pôde observar o segundo parágrafo apresentou algumas informações que, ao serem suprimidas no primeiro, prejudicaram o efeito que o autor quis provocar.
Diante dessa constatação, concluímos:
Quebrar o padrão frasal com ideias suplementares pode ser muito importante para que o autor expresse EXATAMENTE o que deseja.
Sautchuk (2011, p. 26) nos apresenta quatro posições possíveis a serem ocupadas por uma ideia acessória. São elas:
Ordem e significado:
Exemplo:
Navegue mais por um ano. A maior velocidade para navegar do seu computador ou tablete.
Neste caso, o foco está na maior velocidade de navegação proposta pela empresa em questão.
Use o boticário e não deixe o dragão sair de perto.
Já aqui, o foco está na marca: os benefícios virão depois como consequência de seu uso.
Ordem indireta como recurso de escrita:
Usar a ordem indireta nem sempre é um problema. 
Em um texto literário, por exemplo, essa ordem inversa pode ilustrar um estilo do autor, como no Soneto de Fidelidade, de Vinícius de Moraes:
De tudo ao meu amor serei atento.
Antes e com tal zelo, e sempre e tanto.
Que mesmo em face do maior encanto.
Dele se encante mais meu pensamento.
Observe o efeito de estilo que o poeta consegue dar ao poema ao inverter a ordem usual das palavras.
Se fosse escrito em ordem direta, o primeiro verso seria organizado assim:
Serei atento ao meu amor antes de tudo.
Ordem: substantivo x adjetivo:
Como vimos, na Língua Portuguesa, é comum usarmos a ordem direta de colocação. Nesse caso, o sujeito antecede o verbo e o verbo antecede os complementos.
Seguindo esse raciocínio, o substantivo costuma aparecer antes do adjetivo, certo? O adjetivo é aquele que é colocado de lado, subordinado. Mas isso não significa que NUNCA poderemos mudar essa ordem. Se o fizermos, o sentido da sentença é que será alterado.
Exemplo:
Ela tem cabelos negros.
Ela tem negros cabelos.
No segundo caso, ao antepor o adjetivo “negros” ao substantivo “cabelos”, a cor se torna mais importante que o cabelo em si. Isso acontece por uma questão de processamento: nosso foco recai sobre aquilo que ouvimos primeiro.
Embora essa anteposição seja um recurso de estilo, como vimos na aula 7, há uma série de estruturas que, em função dela, perdem a força expressiva e se tornam clichês, como é o caso de “um grave acidente”, “uma vã esperança” etc.
Uma curiosidade em relação à ordem diz respeito aos pronomes indefinidos que se antepõem aos substantivos. Quando pospostos, eles podem perder o significado original.
Certo dia ≠ Dia certo
Todo dia ≠ Dia todo
Já os pronomes possessivos que se colocam após os substantivos criam belos efeitos expressivos.
Exemplo: 
Quando a luz dos olhos meus [...] (Tom Jobim e Vinícius de Moraes).
O problema da ambiguidade:
Vamos analisar a seguinte manchete de uma notícia:
Homem ajuda criança em atentado que matou 33 no Afeganistão.
Que significados podemos atribuir a essa chamada?
Há duas leituras possíveis, quais sejam:
O homem praticou o atentado junto com a criança;
O homem salvou a criança durante o atentado.
Mas só conseguimos esclarecer o real significado dessa frase quando lemos a matéria completa: Atentado suicida mata mais de 30 e fere 100 no Afeganistão, diz governo.
Com base na leitura do conteúdo da notícia, fica claro que a interpretação 2 faz mais sentido.
Causas da ambiguidade:
A ambiguidade traz problemas à interpretação. Há dois tipos de ambiguidade:
Carneiro (2001 apud MONNERAT, 2004) apresenta algumas possíveis causas da ambiguidade estrutural, quais sejam:
A difícil distinção entre agente e paciente.
Exemplo: A demissão do ministro causou impacto.
O mau uso da coordenação
Exemplo: Pedro e Maria vão desquitar-se.
A má colocação de palavras
Exemplo: A professora deixou a turma entusiasmada.
O mau uso de pronomes relativos, geralmente com dois antecedentes expressos
Exemplo: Encontrei a menina e o primo de que lhe falei.
A não distinção entre pronome relativo e conjunção integrante
Exemplo: O jogador falou com a secretária que mora perto daqui.
A indefinição de complementos
Exemplo: O pai quer o casamento logo, mas a filha não quer.
O mau uso das formas nominais
Exemplo: O advogado encontrouo réu entrando no tribunal.
O mau uso dos possessivos
Exemplo: Elas viram sua casa.
Usos da língua:
Termos da Língua Portuguesa que, quando usados de forma inadequada, podem comprometer seu texto. São eles:
ALTERNATIVA:
A palavra “alternativa” é formada pelo seguinte elemento: alter = “outro”.
Por essa razão, a expressão “outra alternativa” não é coerente. O correto é:
Eu não tenho alternativa.
EVENTUAL x POSSÍVEL:
“Eventualmente” = o que acontece de vez em quando.
“Possivelmente” = o que pode ou deve acontecer.
Exemplos:
Sairemos cedo hoje eventualmente. (= isso não é comum).
Sairemos cedo hoje possivelmente. (isso pode acontecer).
INDEPENDENTE x INDEPENDENTEMENTE:
“Independente” = adjetivo.
“Independentemente” = advérbio.
Exemplos:
O Brasil é um país independente.
Sairemos cedo, independentemente de ele ter chegado.
AULA 09
Problemas de escrita:
Problemas que podem prejudicar nossa escrita e, por consequência, torná-la ineficaz.
Inadequação do vocabulário:
Como você já sabe, é muito comum cometer erros na hora de escrever.
Por isso, é importante conhecer muito bem a Língua Portuguesa para tornar sua escrita clara, concisa e coerente.
Mas não adianta ampliarmos nosso vocabulário se não tivermos o cuidado de usá-lo adequadamente, não é mesmo?
Nesta primeira parte da aula, vamos listar algumas expressões confusas que comprometem nosso léxico e, por consequência, nosso texto.
Equívocos na escrita:
Vejamos, agora, alguns equívocos cometidos no momento da escrita:
Personificação do texto:
Provavelmente, você já deve ter lido algo como: “O texto fala que...”.
Essa construção é inadequada, uma vez que o texto não é uma pessoa. Logo, ele não fala, não comenta, não diz, e sim:
• Aponta para um fato;
• Sugere ou insinua algo;
• Leva-nos a compreender uma situação;
• Indica posicionamentos etc.
Uso da expressão “no texto” como sujeito:
Não podemos usar a expressão “no texto” como sujeito da oração, como em:
Exemplo:
No texto aborda o tema da acentuação.	
Afinal, essa expressão contém a seguinte contração:
Sua união com o substantivo “texto” transforma tal elemento lexical em um adjunto adverbial deslocado, que aparece, geralmente, no início da frase e vem precedido de vírgula.
Exemplo:
No texto, verificamos que...
entendemos que...
o autor advoga que...
pressupõe-se que...
Para que “texto” seja sujeito da oração, é preciso retirar a preposição do sintagma e a vírgula posterior a ele. Sendo assim, teremos: 
	Exemplo:
O texto aponta para o problema da saúde pública.
O texto sugere que o país se una em prol da melhoria na educação.
Cuidados com usos da língua:
Conheça, a seguir, alguns termos e expressões com os quais podemos nos confundir na escrita.
Ao escrever um texto, atente para os seguintes termos e expressões:
TÃO POUCO X TAMPOUCO:
A palavra “tampouco” possui valor negativo. Veja:
TAMPOUCO - advérbio = “também não”.
Por isso, não podemos usar outro vocábulo de negação antes dela, como “não” ou “nem”.
Exemplo:
Quem não compreende um olhar tampouco entenderá uma longa explicação.
TÃO POUCO possui o sentido de “muito pouco”.
Veja como ela é formada: TÃO POUCO = TÃO (advérbio de intensidade) + POUCO (pronome indefinido).
Exemplo:
Sabemos tão pouco do que estamos a fazer neste mundo, que eu me pergunto a mim próprio se a própria dúvida não está em dúvida.
REGISTRAR X INFORMAR:
Estes dois verbos são muito utilizados na escrita cotidiana, mas a forma “registrar que” não é aceita pela norma culta com o mesmo sentido de “informar que”. No lugar daquela, devemos optar por “avisar”, “comunicar” etc.
Exemplo:
Informamos que sua conta corrente será encerrada.
CERCA DE X ACERCA DE X HÁ CERCA DE:
Não confunda estas expressões:
CERCA DE = “mais ou menos”, “aproximadamente”:
Exemplo:
Alagoano de 14 anos cria aplicativo e fatura cerca de R$ 100 mil por mês.
ACERCA DE = “sobre”, “a respeito de”:
Exemplo:
Em complementação a nosso último encontro acerca dos novos preços, solicitamos o envio da planilha de custos.
HÁ CERCA DE = “faz mais ou menos”, “existem”.
Exemplo:
Em Lisboa, há cerca de 500 alunos em escolas que deixaram de ter telefones.
APELAR A X APELAR PARA:
A preposição correta para o verbo “apelar” é “para”. Não se “apela a alguém”, mas sim “para alguém”.
Exemplo:
Apelamos para o elenco, e eles responderam bem, como Neto Moura e Régis. 
Entretanto, em linguagem jurídica, podemos “apelar de”, com o sentido de “recorrer por apelação”.
Exemplo:
O advogado apelou da sentença.
PREÇO CARO X PREÇO ALTO:
O preço só pode ser “alto” ou “baixo”, nunca “caro” ou “barato” – atribuições relativas ao produto.
Exemplo:
Um preço muito alto.
CUSTEI PARA X CUSTOU-ME:
Na linguagem cotidiana, é comum as pessoas usarem frases do tipo:
A garota custou a entender a explicação.
Mas, quando possui o sentido de “ser custoso, difícil”, o verbo “custar” só pode ser empregado em 3ª pessoa.
Exemplo:
Custa-me entender sua explicação
Falta de lógica e erros de sintaxe:
Queísmo:
O uso excessivo da partícula “que” prejudica a leitura do texto.
Exemplo:
O fato de que a mulher que seja bonita tenha de entender os erros dos outros e perdoá-los não parece que seja correto.
Você percebeu como essa frase ficou extensa demais e um tanto confusa?
O ideal é utilizar períodos mais curtos, sem a necessidade de muitos conectivos, tais como o “que”.
Interrupções:
Exemplo:
Sustentabilidade, na minha opinião, é preservar o meio ambiente.	
Se você não for uma autoridade no assunto, não é recomendável utilizar expressões como “na minha opinião”, “acho que”, “penso que” etc.
Expressões cristalizadas e clichês:
Na escrita, devemos evitar expressões que, de tão consagradas por seu uso, acabaram se tornando cristalizadas ou, até mesmo, desnecessárias, pois isso contribui para que o texto seja pobre e comum. Mas, às vezes, o clichê pode ser uma estratégia de marketing, tal como ocorre com a expressão “cabe no seu bolso”, presente na propaganda a seguir:
	Exemplo:
	Compact aerossol que cabe no seu bolso.
Truísmo:
O uso de truísmo ou verdades evidentes torna nosso texto pobre, pois essas questões já são conhecidas por todos, ou seja, fazem parte do senso comum.
	Exemplo:
Todos os homens são mortais.
São Paulo: o maior centro industrial da América Latina.
Pelé é considerado o rei do futebol.
A criança de hoje será o adulto de amanhã.
Os idosos são pessoas que viveram mais que os jovens.
Gerundismo:
Entre os problemas citados pelos estudiosos acerca do uso da Língua Portuguesa, está o gerundismo – alvo, aliás, de muita polêmica.
Exemplo:
Olha lá vai passando a procissão 
Se arrastando que nem cobra pelo chão
As pessoas que nela vão passando acreditam nas coisas lá do céu
As mulheres cantando tiram versos, os homens escutando tiram o chapéu
Eles vivem penando aqui na Terra
Esperando o que Jesus prometeu.
Como você percebeu, aqui, o gerúndio foi utilizado para descrever uma cena que se desenvolve enquanto a música é cantada, ou seja, algo que está acontecendo naquele momento.
Essa procissão é mostrada por meio de uma série de verbos na forma simples do gerúndio: passando, arrastando, cantando, escutando, penando, esperando.
Tal uso corresponde àquele prescrito pelas gramáticas: o que indica uma ação progressiva, um processo prolongado.
O gerúndio também pode ser usado quando tratamos de uma ação concomitante a outra.
Exemplo:
Sempre cozinho ouvindo música.	
Mas, como vimos no vídeo anterior, o problema em relação a esse tempo verbal reside no uso frequente de sua forma composta:
Sob o ponto de vista da gramática normativa, a frase a seguir está correta:
Vou estar cozinhando na hora da festa.	
Afinal, aqui, o verbo indica uma ação que ocorrerá no momento de outra.
Entretanto, quando não queremos comunicar a ideia de eventos simultâneos, devemos evitar o gerúndio e o famoso fenômeno que deriva de seu uso inadequado: o gerundismo.
A oração em destaque enfatiza uma ação específica, pontual, que vai acontecer

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