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Estruturas de Madeira – CCE0186 Aula 01 Prof: Jair Gonçalves de Oliveira Borges jair.borges.estacio@gmail.com UNESA – UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ CURSO – ENGENHARIA CIVIL Carga horária semanal: 2 horas/aula Carga horária semestral: 44 horas/aula Plano de Ensino 2Profº Jair Borges Estruturas de Madeira – CCE0186 Ementa: Introdução; Propriedades: físicas e mecânicas; Ações e Segurança em estruturas de madeira; Peças tracionadas; Peças submetidas à flexão; Peças comprimidas; Ligações. Plano de Ensino 3Profº Jair Borges Estruturas de Madeira – CCE0186 Objetivos Gerais: Aprender os principais conceitos sobre o dimensionamento e projeto de estruturas de madeira à luz do conhecimento das principais propriedades físicas e mecânicas do material e do seu emprego em consonância com o desenvolvimento sustentável. Plano de Ensino 4Profº Jair Borges Estruturas de Madeira – CCE0186 Objetivos Específicos: 1 - Conhecer as principais características da madeira e identificar os parâmetros relevantes ao projeto de estruturas com o material; 2 - Entender os princípios básicos de ação e segurança em estruturas de madeira; 3 - Identificar e determinar as solicitações em estruturas de madeira; 4 - Dimensionar elementos estruturais de madeira. Plano de Ensino 5Profº Jair Borges Estruturas de Madeira – CCE0186 Conteúdos: Plano de Ensino 6Profº Jair Borges Estruturas de Madeira – CCE0186 1 - Introdução 1.1 - Principais vantagens e desvantagens no emprego da madeira como material de construção; 1.2 - Madeira na construção civil 1.3 - Estruturas de madeira: estudo de casos 1.4 – Normalização 2- Propriedades Físicas e Mecânicas 2.1 - Crescimento e estrutura da madeira; 2.2 - Principais propriedades físicas: massa aparente, umidade, retração e inchamento, coeficiente de dilatação linear 2.3 - Principais propriedades mecânicas: resistência à compressão, resistência à tração, resistência ao cisalhamento, módulos de elasticidade, coeficiente de Poisson; 2.4 - Variações das propriedades mecânicas do material 3 - Ações e Segurança em Estruturas de Madeira 3.1 - Princípios básicos de ações e segurança em estruturas de madeira, base de cálculo NR7190 3.2 - Resistências de cálculo, base de cálculo NBR7190 Conteúdos: Plano de Ensino 7Profº Jair Borges Estruturas de Madeira – CCE0186 4 - Peças Tracionadas 4.1 - Tipos de emendas 4.2 - Dimensionamento e verificação 5 - Elementos estruturais submetidos à flexão 5.1 - Vigas: principais características, disposições construtivas, tipos de vigas, 5.2 - Dimensionamento e verificação: flexão simples, cisalhamento, flambagem lateral, flexão composta e flexão oblíqua Conteúdos: Plano de Ensino 8Profº Jair Borges Estruturas de Madeira – CCE0186 6 - Peças comprimidas 6.1 - Principais características, disposições construtivas 6.2 - Flambagem: comprimentos de flambagem e índice de esbeltez- base de cálculo NBR 7190 6.3 - Dimensionamento e verificação 6.4 - Contraventamento 7 - Ligações 7.1 - Principais tipos de ligações 7.2 - Ligações com pinos metálicos: disposições construtivas e dimensionamento 7.3 - Ligações pregadas: disposições construtivas e dimensionamento 7.4 - Ligações por entalhes: disposições construtivas e dimensionamento Avaliação: Avaliação 1 (AV1) – Conteúdo até o dia de sua realização Avaliação 2 (AV2) – Todo conteúdo da disciplina Avaliação 3 (AV3) – Todo conteúdo da disciplina Para aprovação: Média > 6.0, considerando as duas maiores notas; Nota mínima 4.0 em pelo duas das três avaliações; Presença > 75% Plano de Ensino 9Profº Jair Borges Estruturas de Madeira – CCE0186 Bibliografia Básica: Plano de Ensino 10Profº Jair Borges Estruturas de Madeira – CCE0186 1. PFEIL, Walter; PFEIL, Michele, Estruturas de Madeira. 6º . ed. Revisada, Rio de Janeiro, LTC, 2008. 2. CALIL JUNIOR, Carlito; DIAS, Antonio Alves; LAHR, Francisco Antonio Rocco. Dimensionamento de elementos estruturais de madeira. São Paulo, Manole, 2010. 3. CALIL JÚNIOR, Carlito; MOLINA, Julio Cesar. Manual de Projeto e Construção de Passarelas de Estruturas de Madeira. São Paulo: PINI, 2012 Bibliografia Complementar: Plano de Ensino 11Profº Jair Borges Estruturas de Madeira – CCE0186 1- MONTEIRO, J. C. Rego. Tesouras de telhado: tesouras de madeira. 4. ed. Rio de Janeiro: Interciência, 1998. 2- MOLITERNO, Antônio. Caderno de projetos de telhados em estruturas de madeira. 3.ed. São Paulo: Blucher, 2009. 3- CALIL JUNIOR, Carlito; MOLINA, Julio Cesar, Coberturas em Estrutura de Madeira, 1ª Ed, São Paulo, Editora Pini, 2010. 4- LORENZI, Harri. Árvores brasileiras: manual de identificação e cultivo de plantas arbóreas nativas do Brasil. 3. ed. São Paulo: Instituto Plantarum, 2009. 5- NENNEWITZ, Ingo. Manual de tecnologia de madeiras. São Paulo: E. Blücher, 2008. Normas Aplicáveis: ABNT NBR 7190:1997 - Projeto de estruturas de madeira ABNT NBR 6120:2003 - Cargas para o cálculo de estruturas de edificações ABNT NBR 8681:2003 - Ações e segurança nas estruturas – Procedimento NBR 6123:1988 - Forças devidas ao vento em edificações - Procedimento Plano de Ensino 12Profº Jair Borges Estruturas de Madeira – CCE0186 Introdução UNESA – UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ CURSO – ENGENHARIA CIVIL Introdução 14Profº Jair Borges Estruturas de Madeira – CCE0186 O que podemos construir com madeira? 15Profº Jair Borges Estruturas de Madeira – CCE0186 O que podemos construir com madeira? 16Profº Jair Borges Estruturas de Madeira – CCE0186 O que podemos construir com madeira? 17Profº Jair Borges Estruturas de Madeira – CCE0186 O que podemos construir com madeira? 18Profº Jair Borges Estruturas de Madeira – CCE0186 O que podemos construir com madeira? 19Profº Jair Borges Estruturas de Madeira – CCE0186 O que podemos construir com madeira? 20Profº Jair Borges Estruturas de Madeira – CCE0186 O que podemos construir com madeira? 21Profº Jair Borges Estruturas de Madeira – CCE0186 A madeira é provavelmente o material de construção mais antigo devido a sua disponibilidade e facilidade de manuseio. Introdução 22Profº Jair Borges Estruturas de Madeira – CCE0186 Foi utilizada pelo mundo todo, nas civilizações primitivas e nas desenvolvidas, no oriente ou ocidente; Com revolução industrial cedeu lugar ao aço; Nos últimos anos tem sido feito um esforço para reabilitar a madeira como material de construção através de pesquisas que buscam tratar a madeira para sua melhor utilização. Introdução 23Profº Jair Borges Estruturas de Madeira – CCE0186 Vantagens Resistência mecânica à esforços de tração, compressão além de tração na compressão; Tem resistência mecânica elevada em relaçãoao seu peso próprio, quando comparado a outros materiais. Segurança – madeira não oxida, já desempenha função estrutural na natureza, em uma construção funciona com pré-moldado Introdução 24Profº Jair Borges Estruturas de Madeira – CCE0186 Material r(t/m³) f(Mpa) f/r Madeira a tração 0.5-1.2 30-110 60-90 Madeira a compressão 0.5-1.2 30-60 50-60 Aço a tração 7.85 250 32 Concreto a compressão 2.5 40 16 Nota: r= massa específica; f= resistência característica. Vantagens Resistente à choques e cargas dinâmicas absorvendo impactos que dificilmente seriam com outros materiais; Fácil de trabalhar - permitindo ligações simples; Excelente isolante - Boa absorção acústica e bom isolante térmico; Produto natural – o processo produtivo exige baixo consumo energético e respeita a natureza; Renovável - desde que conveniente preservada; Versatilidade - Apresenta diversos padrões de qualidade e estéticos; Reutilizável – capacidade de utilizado várias vezes. Introdução 25Profº Jair Borges Estruturas de Madeira – CCE0186 Desvantagens Variabilidade - é um material fundamentalmente heterogéneo e anisotrópico. Mesmo depois de transformada, quando já empregue na construção, a madeira é muito sensível ao ambiente, aumentando ou diminuindo de dimensões com as variações de umidade. Vulnerabilidade - é bastante vulnerável aos agentes externos, e a sua durabilidade é limitada, quando não são tomadas medidas preventivas. Combustível Dimensões limitadas; Introdução 26Profº Jair Borges Estruturas de Madeira – CCE0186 Qual a origem da madeira? 27Profº Jair Borges Estruturas de Madeira – CCE0186 Florestas Nativas Florestas Plantadas As madeiras são obtidas dos troncos de árvores e podem ser classificadas em duras e macias. Essas categorias distinguem-se pela estrutura celular e não propriamente pela resistência. Madeiras duras – provenientes de árvores frondosas de crescimento lento (Dicotiledônias da classe Angiosperma, Ex: peroba, jatobá, ipê, carvalho), as de melhor qualidade são chamadas de madeira de lei. Madeiras macias – provenientes de árvores coníferas de crescimento rápido. (Gimnosperma, Ex: pinus taeda, araucária, pinheiro-do- paraná). Classificação das Madeiras 28Profº Jair Borges Estruturas de Madeira – CCE0186 As madeiras crescem pela adição de camadas externas , sob a casca: Casca: Proteção externa das árvores formada por células mortas; Cambio: Região onde ocorre o crescimento da árvore por divisão celular Alburno: Região formada por células vivas que servem de sustentação e condução da seiva bruta; Cerne: Região formada por células inativas que servem de sustentação do tronco; Medula: Tecido macio em torno do qual ocorre o primeiro crescimento da árvore. Macroestrutura das Madeiras 29Profº Jair Borges Estruturas de Madeira – CCE0186 A madeira apresenta diferentes propriedades em função da época em que foi produzida. Basicamente pode-se diferenciar a madeira em função da idade da árvore como madeira juvenil, madeira de transição e madeira adulta. Em função da estação da estação do ano, pode-se diferenciar lenho inicial e lenho tardio, que formam os chamados anéis de crescimento. Macroestrutura das Madeiras 30Profº Jair Borges Estruturas de Madeira – CCE0186 As células da madeira denominadas fibras são como tubos de paredes finas alinhados na direção axial do tronco e colados entre si; A excelente relação resistência/peso da madeira pode ser explicada pela eficiência estrutural das células fibrosas ocas, com seção arredondada ou retangular Microestrutura das Madeiras 31Profº Jair Borges Estruturas de Madeira – CCE0186 Seção transversal Seção longitudinal Os principais elementos apresentam as seguintes propriedades: Carbono - 50% Oxigênio - 44% Hidrogênio - 6% A madeira é constituída principalmente por substâncias orgânicas: Celulose representa 50% da madeira formando filamentos que reforçam as paredes das fibras longitudinais; Hemiceluloses e a lignina envolvem as macromoléculas de celulose ligando-as; A lignina provê rigidez e resistência à compressão às paredes das fibras; A madeira é um material compósito natural em que as fibras de celulose flexíveis e resistentes são envolvidas lignina que tem por função manter unidos os filamentos e prover rigidez à compressão das fibras. Estrutura Molecular das Madeiras 32Profº Jair Borges Estruturas de Madeira – CCE0186 Anisotropia A madeira é um material anisotrópico, ou seja, possui diferentes propriedades em relação aos diversos planos ou direções perpendiculares entre si. Não há simetria de propriedades em torno de qualquer eixo. Propriedades Físicas das Madeiras 33Profº Jair Borges Estruturas de Madeira – CCE0186 Umidade A madeira é um material Higroscópico, ou seja, que atrai umidade. A umidade é representada pelo peso de água contido na madeira expresso como uma porcentagem do peso da madeira seca em estufa Ps. Pi – peso inicial da madeira. A umidade está presente de duas formas: Água no interior da cavidade das células ocas (fibras); Água absorvida nas paredes das fibras. Propriedades Físicas das Madeiras 34Profº Jair Borges Estruturas de Madeira – CCE0186 Umidade Com a redução da umidade, as propriedades da madeira são melhoradas, como a resistência mecânica. Madeira verde (recém-cortada) = umidade entre 30 a 130% Madeira meio seca = ponto de saturação das fibras Madeira seca ao ar =ponto de equilíbrio com a umidade atmosférica. Madeira padrão:12% Propriedades Físicas das Madeiras 35Profº Jair Borges Estruturas de Madeira – CCE0186 Densidade A densidade da madeira pode variar entre 0,3 a 1,2 g/cm³, depende da espécie, do local de cultivo, da idade, entre outros. Madeiras mais densas são teoricamente mais resistentes a esforços mecânicos. Propriedades Físicas das Madeiras 36Profº Jair Borges Estruturas de Madeira – CCE0186 Retração Capacidade de retração ou inchamento da madeira com a variação da umidade entre 0% a 30%; Como a madeira é anisotrópica, esse fenômeno apresenta intensidades diferentes conforme a direção estudada Propriedades Físicas das Madeiras 37Profº Jair Borges Estruturas de Madeira – CCE0186 Dilatação Linear Coeficiente de dilatação linear varia de 0,3x10-5 a 0,45x10-5 C-1 na direção longitudinal, sendo da ordem de 1/3 do aço. Na direção tangencial ou radial varia de 4,5x10-5 a 8,0 x10-5 C-1 , comparando com o aço vê-se que o coeficiente de dilatação linear na direção perpendicular às fibras varia de 4 a 7 vezes o coeficiente do aço. Propriedades Físicas das Madeiras 38Profº Jair Borges Estruturas de Madeira – CCE0186 Deterioração da Madeira A madeira está sujeita à deterioração por: Ataque biológico (fungos, cupins, moluscos e crustáceos marinhos); e Ação do fogo - A madeira é um combustível, por isto pode ser responsável pela propagação do fogo; Apesar disto, quando submetida a incêndios, a madeira carboniza externamentee não altera suas propriedades internas, até que o fogo consuma o todo. Quando comparada com aço e concreto, a madeira suporta maior tempo antes de ceder! Propriedades Físicas das Madeiras 39Profº Jair Borges Estruturas de Madeira – CCE0186 Resistência química Por ser um material orgânico, a madeira não suporta a exposição de ácidos e bases fortes, alterando assim suas características; Não enferruja! Propriedades Físicas das Madeiras 40Profº Jair Borges Estruturas de Madeira – CCE0186 Os defeitos prejudicam a resistência, o aspecto ou a durabilidade. Podem ser devido a constituição do tronco ou do processo de preparação das peças. Nós – imperfeição da madeira nos pontos onde existem galhos. Nos nós, as fibras longitudinais sofrem desvio de direção, ocasionando redução na resistência à tração Defeitos nas Madeiras 41Profº Jair Borges Estruturas de Madeira – CCE0186 Fendas – Aberturas nas extremidades das peças, produzidas pela secagem mais rápida na superfície. Podem ser evitadas com secagem mais lenta e uniforme. Defeitos nas Madeiras 42Profº Jair Borges Estruturas de Madeira – CCE0186 Gretas ou ventas – Separação entre os anéis anuais, provoca por tensões internas devidas ao crescimento lateral da árvore, ou por ações externas, como flexão devida ao vento. Defeitos nas Madeiras 43Profº Jair Borges Estruturas de Madeira – CCE0186 Abaulamento – Encurvamento na direção da largura da peça. Arqueadura – Encurvamento na direção longitudinal, isto é comprimento. Fibras reversas – Fibras não paralelas ao eixo da peça. As fibras reversas diminuem a resistência da peça. Esmoada ou quina morta– Canto arredondado, formado pela curvatura natural do tronco. A quina morta significa elevada proporção de madeira branca (alburno). Defeitos nas Madeiras 44Profº Jair Borges Estruturas de Madeira – CCE0186 Abaulamento Arqueadura Fibras reversas Esmoada ou quina morta
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