Buscar

Homicidio Penal III

Prévia do material em texto

DIREITO PENAL III 
FIC/ESTÁCIO – Profa. BRUNA SOUZA 
DOS CRIMES CONTRA A PESSOA 
Art. 121, HOMICÍDIO 
 
HOMICÍDIO – INFANTICÍDIO – AUXILIO AO SUICÍDIO – ABORTO 
TRIBUNAL DO JÚRI 
 
Homicídio simples 
Art. 121. Matar alguem: 
Pena - reclusão, de seis a vinte anos. 
Caso de diminuição de pena - PRIVILEGIADO 
§ 1º Se o agente comete o crime impelido por motivo de relevante valor social ou 
moral, ou sob o domínio de violenta emoção, logo em seguida a injusta 
provocação da vítima, o juiz pode reduzir a pena de um sexto a um terço. 
Homicídio qualificado 
§ 2° Se o homicídio é cometido: 
I - mediante paga ou promessa de recompensa, ou por outro motivo torpe; 
II - por motivo futil; 
III - com emprego de veneno, fogo, explosivo, asfixia, tortura ou outro meio 
insidioso ou cruel, ou de que possa resultar perigo comum; 
IV - à traição, de emboscada, ou mediante dissimulação ou outro recurso que 
dificulte ou torne impossivel a defesa do ofendido; 
V - para assegurar a execução, a ocultação, a impunidade ou vantagem de outro 
crime: 
Pena - reclusão, de doze a trinta anos. 
VI - contra a mulher por razões da condição de sexo 
feminino: Feminicídio (Incluído pela Lei nº 13.104, de 2015) 
VII – contra autoridade ou agente descrito nos arts. 142 e 144 da Constituição 
Federal, integrantes do sistema prisional e da Força Nacional de Segurança 
Pública, no exercício da função ou em decorrência dela, ou contra seu cônjuge, 
companheiro ou parente consanguíneo até terceiro grau, em razão dessa 
condição: 
Pena - reclusão, de doze a trinta anos. 
§ 2
o
-A Considera-se que há razões de condição de sexo feminino quando o 
crime envolve: 
 I - violência doméstica e familiar; 
II - menosprezo ou discriminação à condição de mulher. 
Homicídio culposo 
§ 3º Se o homicídio é culposo: 
Pena - detenção, de um a três anos. 
Aumento de pena 
§ 4
o
 No homicídio culposo, a pena é aumentada de 1/3 (um terço), se o crime 
resulta de inobservância de regra técnica de profissão, arte ou ofício, ou se o 
agente deixa de prestar imediato socorro à vítima, não procura diminuir as 
conseqüências do seu ato, ou foge para evitar prisão em flagrante. Sendo doloso 
o homicídio, a pena é aumentada de 1/3 (um terço) se o crime é praticado contra 
pessoa menor de 14 (quatorze) ou maior de 60 (sessenta) anos. 
§ 5º - Na hipótese de homicídio culposo, o juiz poderá deixar de aplicar a pena, 
se as conseqüências da infração atingirem o próprio agente de forma tão grave 
que a sanção penal se torne desnecessária. PERDÃO JUDICIAL 
§ 6
o
 A pena é aumentada de 1/3 (um terço) até a metade se o crime for 
praticado por milícia privada, sob o pretexto de prestação de serviço de 
segurança, ou por grupo de extermínio. 
§ 7
o
 A pena do feminicídio é aumentada de 1/3 (um terço) até a metade se o 
crime for praticado: 
I - durante a gestação ou nos 3 (três) meses posteriores ao parto; 
II - contra pessoa menor de 14 (catorze) anos, maior de 60 (sessenta) anos ou 
com deficiência; 
II - na presença de descendente ou de ascendente da vítima. 
 
 
* Conceito: injusta morte de uma pessoa praticada por outrem, consiste na eliminação da vida 
extrauterina. Nelson Hungria: É o tipo central de crimes contra a vida e é ponto culminante na orografia 
(montanha) dos crimes. 
Homicídio doloso simples, privilegiado, qualificado, culposo, majorado, perdão judicial. 
Homicídio preterdoloso: Art. 129, §3º - lesão corporal seguida de morte. 
 
 
HOMOCÍDIO DOLOSO: simples, privilegiado e qualificado 
I – HOMICÍDIO DOLOSO SIMPLES 
1. BEM JURÍDICO TUTELADO 
VIDA HUMANA EXTRAUTERINA. 
* Antes do nascimento, é o crime de aborto. 
* Grande potencial ofensivo = 6 a 20 anos. 
2. SUJEITO ATIVO: Crime COMUM – qualquer pessoa – não exige qualidade pessoal. 
Crime monosubjetivo: pode ser praticada por pessoa isolada ou associada a outras. De concurso 
eventual. (ou unisubjetivo) 
Concurso de pessoas: coautor: atos executórios. 
Partícipe: não realiza atos executórios, mas colaboram para o delito. Ex.: Incentivo Verbal ou 
emprestar a arma. 
* Autoria mediata: o executor é mero instrumento para atuar sem vontade própria ou consciência 
do que estar fazendo: como o doente mental ou menor de idade 
3. SUJEITO PASSIVO: Qualquer pessoa. 
Obs.: art. 17, CP – crime impossível por absoluta impropriedade do objeto – Não responde por 
tentativa de homicídio caso realize ato de execução visando matar determinada pessoa sem saber 
que ela já havia falecido. Ex.: Tiro em pessoa deitada já morta. 
* Contra irmãos xifópagos: dois crimes de homicídio. 
* Presidente da República (STF;Senado;Deputados): Art. 29, Lei 7.170: motivação política, crime 
contra a segurança nacional. 
* genocídio: Art. 1º, Lei 2889/56 – grupo nacional, ético, racial ou religioso. 
* Índio? Art. 59, Lei 6.001/73 – índio não integrado – causa de aumento de pena. 
 Art. 59. No caso de crime contra a pessoa, o patrimônio ou os costumes, em que o 
ofendido seja índio não integrado ou comunidade indígena, a pena será agravada de um 
terço. (Lei 6.001/73) 
4. CONDUTA – tipo objetivo 
TIRAR A VIDA DE ALGUÉM 
* Vida extrauterina (também pode ser infanticídio). Lembre-se que vida intrauterina: é aborto. 
Momento: Quando se inicia extrauterina? 
1ª Corrente 2ª Corrente 3ª Corrente 
Com o completo e total 
desprendimento do feto das 
estranhas maternas. 
Desde as dores típicas do 
parto. 
Com a dilatação do colo do 
útero. 
 
Crime de execução livre: pode ser praticado por ação ou omissão. Meios direitos ou indiretos. 
Meios físicos, morais ou psíquicos*. * Apoplética: perde o ar com risadas. (Monteiro Lobato) 
* Até por omissão – mãe que deixa de alimentar o filho. (comissivo por omissão). Dever jurídico 
Crime de ação livre: qualquer meio de execução. 
*Crime impossível. 
Arma de brinquedo, 
descarregada ou defeituosa. 
Meio absolutamente ineficaz Crime impossível 
Conduta atípica 
Arma ou projétil que falha Meio relativamente ineficaz Tentativa de homicídio 
 
5. TIPO SUBJETIVO: DOLO direito ou 
 eventual 
Direito: Animus necandi ou animus occidendi. (intenção de matar) 
Eventual: assume o risco de provocar a morte Ex.: Roleta russa. 
Obs.: o tipo não exige finalidade específica, animando o comportamento do agente. Mas a 
finalidade especial pode caracterizar qualificadora ou privilegiadora. 
“RACHA” “EMBRIAGUEZ AO VOLANTE” 
Dolo eventual (STF – HC 101.698/RJ) - Júri 
 
Culpa consciente (STF – HC 107.801/SP) -Jjúri 
 
*HIV (sabe da doença e oculta a doença)– TENTATIVA DE HOMICIDIO – ART.131 – LESAO 
CORPORAL GRAVISSIMA 
STF: desclassificação do crime (art.131, CP) ou lesão corporal gravíssima (Art. 129, §2º, II,CP) 
STJ: lesão corporal gravíssima (doença gravíssima) 
Animus – transmitir a doença – tentativa de homicídio 
Não quis e nem assumiu o risco (preservativos): lesão corporal culposa ou homicídio culposo 
6. CONSUMAÇÃO E TENTATIVA 
Consumação: morte da vítima (crime material). Cessação da atividade encefálica. 
Lei 9434/97 – lei de doação de órgãos – morte encefálica. 
Crime instantâneo de efeitos permanentes: duração do momento consumativo – irreversível. 
Crime de dano: efetiva lesão do bem jurídico tutelado - vida. 
Prova: exame necroscópico (médico legista). A materialidade do crime poderá ser feito por prova 
testemunhal. 
Admite tentativa – crime plurissubsistente. 
Requisitos: 
a) que inexista prova inequívoca de que o agente queria matar a vítima. 
“animusa necandi” – a intenção irá diferenciar a tentativa da lesão. 
b) que tenha havido início da execução do homicídio; 
Art. 14, II – antes disso, são apenas atos preparatórios (atos que por si só não podem causar o 
resultado morte). Ex.: Compra daarma. Ex.: Ficar esperando a vítima e esta muda de trajeto. 
ATO IDÔNEO (APTO A PRODUZIR O RESULTADO) E INEQUÍVOCO (LIGADO A CONSUMAÇÃO) 
c) que o resultado morte não tenha ocorrido por circunstâncias alheias à vontade do agente; 
Sobrevivência da vítima foi alheia ao agente. 
Ex.: Conseguiu se esquivar da facada; bebeu apenas um gole de bebida envenenada; disparo na 
cabeça, mas que não atingiu a calota craniana; vítima socorrida; terceira pessoa desviou a mão do 
homicida; agente que conseguiu atingir parte vital do corpo. 
* Tentativa branca e cruenta: não atinge o corpo da vítima; cruenta causa lesão corporal 
7. CONSIDERAÇÕES FINAIS 
* Será crime hediondo quando praticado em atividade típica de grupo de extermínio – homicídio 
condicionado. 
Art. 15 - O agente que, voluntariamente, desiste de prosseguir na execução ou 
impede que o resultado se produza, só responde pelos atos já praticados. 
* DESISTÊNCIA VOLUNTÁRIA: ART. 15, 1ª PARTE – OMISSÃO. 
 Início dos atos executórios, mas o agente não prossegue. Ex.; Depois do primeiro disparo resolve 
parar. Lesão corporal ou periclitação da vida (art. 132). 
* ARREPENDIMENTO EFICAZ: ART. 15, 2ª PARTE. – AÇÃO IMPEDITIVA DO RESULTADO 
Realiza todos os atos executórios. Porém se arrepende e pratica novo ato para salvar a vítima. Ex.: 
Veneno e antídoto. Atinge em parte nobre, mas socorre e ela sobrevive. 
II – HOMICÍDIO PRIVILEGIADO 
Art. 121. (...) § 1º Se o agente comete o crime impelido por motivo de relevante 
valor social ou moral, ou sob o domínio de violenta emoção, logo em seguida a 
injusta provocação da vítima, ou juiz pode reduzir a pena de um sexto a um terço. 
 
- Causa de diminuição de pena: direito subjetivo do réu. 
# HIPÓTESES: 
A) MOTIVO DE RELEVANTE VALOR SOCIAL 
Benefício a coletividade – NOBRE, ALTRUÍSTICO. 
Ex.: Traidor da pátria. 
 
B) MOTIVO DE RELEVANTE VALOR MORAL 
Motivos individuais. 
Piedade, misericórdia e compaixão. 
Ex.: Eutanásia – o agente tira a vida da vítima para acabar com grave sofrimento de 
corrente de alguma enfermidade. Ex.: Desligar os aparelhos. Obs.: A ortotanásia que trata-
se da cessação de tratamentos paliativos de pessoa com doença irreversível e fatal. Ex.; 
Diante de quadro irreversível de câncer, o médico cessa tratamento quimioterápico que só 
prolongaria o sofrimento do paciente. 
 
C) DOMÍNIO DE VIOLENTA EMOÇÃO LOGO EM SEGUIDA À INJUSTA PROVOCAÇÃO DA VÍTIMA: 
Estado anímico. Intenso choque emocional. Ex.: Violenta emoção o marido que acha 
mulher em flagrante adultério. 
PRESSUPOSTOS 
INJUSTA PROVOCAÇÃO VIOLENTA EMOÇÃO ATO HOMICIDA EM SEGUIDA 
AO ATO PROVOCADOR 
 
c.1 injusta provocação: condutas incitantes, inclusive animal. 
Diferente da legítima defesa, a resposta na LD exige que o agente use de meios moderados. 
Ex.: A vítima empurra e xinga o agente que responde efetuando disparos contra a vítima – 
apesar de não caracterizar a legítima defesa, há o privilégio. 
A legítima defesa exige: injusta agressão; utilize de meios necessários; atual ou eminente 
 
c.2 violenta emoção: 
Domínio: fortíssima alteração do ânimo. Não deve ser passageira. 
≠ atenuante exige apenas influencia de violenta emoção provocado pro ato injusto. Quando 
mata alguns dias depois de saber da relação extraconjugal. 
 
c.3 ato homicida em seguida ao ato provocador: reação imediata – no mesmo contexto 
fático. Ausente este requisito, trata-se de vingança. 
 
OBS.: Pai que mata estuprador da filha. Alguns entendem que seria relevante valor moral, defesa 
da honra da vítima. Outros entendem que se trata de valor social, pois sua intenção é eliminar o 
marginal. Será de uma maneira ou de outra homicídio qualificada. 
III – HOMICÍDIO QUALIFICADO 
Art. 121. (...) § 2° Se o homicídio é cometido: 
I - mediante paga ou promessa de recompensa, ou por outro motivo torpe; 
MOTIVO 
II - por motivo futil; MOTIVO 
III - com emprego de veneno, fogo, explosivo, asfixia, tortura ou outro meio 
insidioso ou cruel, ou de que possa resultar perigo comum; MEIO 
IV - à traição, de emboscada, ou mediante dissimulação ou outro recurso que 
dificulte ou torne impossivel a defesa do ofendido; MODO 
V - para assegurar a execução, a ocultação, a impunidade ou vantagem de outro 
crime: CONEXÃO 
Pena - reclusão, de doze a trinta anos. 
 
Circunstâncias subjetivas: I, II e V. (MOTIVAÇÃO DO AGENTE) 
Circunstâncias objetivas: III e IV. (MEIO E MODO DE EXECUÇÃO) 
 
A) QUANTO AOS MOTIVOS 
I – PAGA E PROMESSA DE RECOMPENSA 
Homicídio mercenário. Paga (prévio pagamento). Promessa (posterior pagamento). 
Não só dinheiro, poderá ser promoção de emprego, por exemplo. Mas deverá ser econômica, se 
sexual, a maioria entende que não será qualificadora (Bittencourt e Mirabete) de paga promessa, 
mas poderá ser de motivo torpe. Damásio entende que não há necessidade de ser econômica. 
Existe a qualificadora ainda que o mandante não pague/cumpra a recompensa. 
Exige: envolvimento de no mínimo duas pessoas. Crime de concurso necessário. Mandante e 
Executora. Inclusive intermediários. É condenado mesmo que não se possa identificar. 
Obs.: Art. 31, CP. “Art. 31 - O ajuste, a determinação ou instigação e o auxílio, salvo disposição expressa em 
contrário, não são puníveis, se o crime não chega, pelo menos, a ser tentado.”. No caso de o executor receber 
o dinheiro, mas foge com ele sem cometer o homicídio. 
Ex.: Irmã Dorothy. Companheira que matou ganhador de prêmio lotérico sem familiares. Matar marido para 
viver com amante. 
Obs: A qualificadora comunica-se com o mandante? A qualificadora é matar por dinheiro. 
1ªC) Não se comunica. Não é elementar. Apenas o executor mata por dinheiro. Os motivos do mandante são 
outros. Pois poderá ser o caso de pai que contrata pistoleiro para matar estuprador da filha. Mandante: 
homicídio privilegiado. Executor: Homicídio qualificado. (Capez, Fragoso, Greco) 
2ª Comunica-se. O mandante é requisito essencial para a existência do crime, assim será elementar. 
(Mirabete, Silveira - STF) 
I – MOTIVO TORPE 
Motivação vil, repugnante, imoral. 
Por preconceito: motivo torpe. Ex.: Matar pessoa por ela ser gay ou negra. Se for ação que visa o 
extermínio de grupo nacional, ético ou religioso será genocídio (art. 1º, Lei 2889/56). Ex.; Homicídio 
de 12 índios da tribo Yanomani. 
É motivo torpe: Canabalismo; vampirismo; rituais macabros; motivação econômica; intenção de 
ocupar o cargo da vítima (vice-prefeito); esposa que não quis manter relações sexuais; por prazer, 
Morte de policiais por facção criminosa para impedir investigações; preso que mata outro preso de 
outra facção criminosa; morte de diretor de presídio. 
* Impunidade de outro crime apesar de ser motivo torpe, possui qualificadora própria. 
* Vingança; depende do caso concreto. Deverá haver um antecedente torpe. Ex.; Matar juiz por 
decisão rígida; traficante que mata usuário que não pagou dívida. 
Não é: ciúme. 
II – MOTIVO FÚTIL 
Pequeno, insignificante. Falta de proporção. 
Ex.: pai que mata filho que chorava. Marido que mata mulher que não fez jantar. Motorista que 
mata fiscal; ou por trancada no trânsito. Por piada. 
É necessária a prova quanto ao motivo. A ausência da prova não se presume. 
* Se o agente afirma que matou sem motivo algum não será motivo fútil, mas torpe, pois 
considera-se que matou por prazer. 
* Discussão entre as partes. No caso de discussão forte no trânsito, por exemplo, não haverá 
qualificadora. 
* Ciúme também não será fútil. Dependendo do caso concreto poderá ser desproporcional, namora 
que olhou para o lado. 
OBS.; Não pode ser torpe e fútil ao mesmo tempo. 
 
B) QUANTO AO MEIO DE EXECUÇÃO. 
III – VENENO: substância química ou biológica que causa morte. 
Venefício.Introduzido na vítima de forma dissimulada. Ex.; Veneno de rato. 
Se for inoculado com emprego de violência, será qualificado por meio cruel. Ex.: Entre em quarto 
cheio de cobra. 
Depende de prova pericial. 
* Substâncias venenosas apenas para alguns. Ex.; Alergia, glicose. Para a maioria (Bittencour; 
Capez; Barros, Hungria) haverá a qualificadora. Para Mirabete, a substância deve ser leta, por isso 
não reconhece a qualificadora. Em qualquer caso, haverá necessidade de ciência do agente. 
III – FOGO 
Será considerado se morre da fumaça. Caldeirão de água. 
Ex.: Mendigos. Traficantes em pilhas de pneus. Índio pataxó. 
III – EXPLOSIVO: qualquer explosivo. 
III – ASFIXIA: Impedimento da função respiratória. Mecânica ou tóxica. 
A) Mecânica: esganadura (comprime o pescoço da vítima - gravata); estrangulamento (aperta 
o pescoço com fio, pano, camisa); enforcamento (corda, peso da vítima); sufocação 
(obstruir a vias respiratórias – saco plástico); afogamento; soterramento e sufocação 
indireta (ou imprensamento – colocação de peso). 
B) Tóxica: confinamento (vedação impedindo renovação de oxigênio – trancar em um caixão; 
porta-malas) e uso gás asfixiante (monóxido de carbono; cloro em estado gasoso). 
III – TORTURA: graves sofrimentos físicos ou mentais. Forma lenta, gradativa. 
Ex.; Não oferecer bebida; acorrentar vítima ao ar livre; crucificação; empalhamento, letas sessões 
de mutilamento. 
≠ tortura qualificado pela morte. Crime preterdoloso. 
Tortura para confessar o mandante. Depois a mata para assegurar a impunidade. Homicídio 
qualificado do inciso V + tortura simples. 
III – MEIO CRUEL OU INSIDIOSO 
Espancamento; martelo. Apedrejamento; atropelamento intencional; Amarrar a vítima em carro; 
transmissão de doença que provoca morte com sofrimento. 
Rápido e ânimo calmo. 
Insidioso: velado, armadilha, meio fraudulento. Ex.: sabotagem de freio, paraquedas, trocar 
medicamentos. 
III – RESULTA PERIGO COMUM: número elevado e indeterminado de pessoas. 
Ex.: Desabamento; disparos de arma de fogo em multidão (baile) 
Ex.; Pai que furtou avião, obrigou filha menor a acompanha-lo e depois de manobras perigosas, 
jogou o avião em um shopping center. 
Não precisa causar danos a outras pessoas, mas apenas causar riscos. 
 
C) QUANTO AO MODO DE EXECUÇÃO 
QUALIFICADORAS ESPECÍFICAS: TRAIÇÃO; EMBOSCADA E DISSIMULAÇÃO 
FORMULA GENÉRICA: OUTRO RECURSO QUE DIFICULTE OU IMPOSSIBILITE A DEFESA DA VÍTIMA 
IV – TRAIÇÃO 
Cometido mediante ataque súbito ou sorrateiro, atingindo a vítima, descuidada ou confiante, antes 
de perceber o gesto criminoso. Quebra de confiança – deve-se existir uma prévia relação de 
confiança entre as partes – que lhe permita uma facilidade. 
Ex.: Golpe pelas costas. Matar alguém mulher enquanto esta dorme. 
* Matar desconhecido dormindo – entra na fórmula genérica. 
QUEBRA DE CONFIANÇA + DIFICULDADE OU IMPOSSIBILIDADE DE DEFESA = TRAIÇÃO 
* Não será somente matar um amigo, parente, mas deve encontrá-la desprevenida. 
IV – EMBOSCADA 
Aguarda escondido a chegada ou passagem da vítima para pegá-la de surpresa. Tocaia. Não precisa 
em local ermo ou que a vítima esteja encurralada. 
Ex.: Assassinato do presidente Kennedy. 
IV – DISSIMULAÇÃO 
Ocultando sua prévia intenção homicida, emprega algum expediente fraudulento para dissimular a 
vítima. 
Dissimulação moral: farsa verbal. Ex.: Fingir-se de fã. Passeio de barco. 
Ex.: Dois rapazes convidam um terceiro que usuário de maconha para fumar em cafezal. Maníaco 
do parque que se passava de fotógrafo. 
Dissimulação material: uso de disfarces. 
Ex.: Morte do presidente do Egito (1961). Um grupo infiltrou-se em desfile militar e ao chegarem 
defronte ao palanque, desferem disparos e granadas. 
IV – QUALQUER OUTRO RECURSO QUE DIFICULTE OU TORNE IMPOSSÍVEL A DEFESA DO 
OFENDIDO. 
Ex.: Colocar forte medicamento. 
* Vítima presa ou imobiliza. Superioridade numérica (adestrador de cães em SP – gay, morto por 
skinheads). Vítima embriagada. Vítima em coma. 
Não qualifica: superioridade física; superioridade de armas; veneno; vítima menor de 14 anos e 
maior de 60 anos. 
NOVAS QUAILIFICADORAS 
VI - contra a mulher por razões da condição de sexo feminino: FEMINICÍDIO 
- Circunstância objetiva 
- Escolha da qualificadora do feminicídio poderá gerar uma 
CONDIÇÕES DO SEXO FEMININO 
§ 2o-A Considera-se que há razões de condição de sexo feminino quando o crime 
envolve: 
I - violência doméstica e familiar; 
II - menosprezo ou discriminação à condição de mulher. 
 
 
 
 
 
 
 
VII – contra autoridade ou agente descrito nos arts. 142 e 144 da Constituição 
Federal, integrantes do sistema prisional e da Força Nacional de Segurança 
Pública, no exercício da função ou em decorrência dela, ou contra seu cônjuge, 
companheiro ou parente consanguíneo até terceiro grau, em razão dessa 
condição: 
Pena - reclusão, de doze a trinta anos. 
Homicídio culposo 
§ 3º Se o homicídio é culposo: 
Pena - detenção, de um a três anos. 
Aumento de pena 
§ 4
o
 No homicídio culposo, a pena é aumentada de 1/3 (um terço), se o crime 
resulta de inobservância de regra técnica de profissão, arte ou ofício, ou se o 
agente deixa de prestar imediato socorro à vítima, não procura diminuir as 
conseqüências do seu ato, ou foge para evitar prisão em flagrante. Sendo doloso 
o homicídio, a pena é aumentada de 1/3 (um terço) se o crime é praticado contra 
pessoa menor de 14 (quatorze) ou maior de 60 (sessenta) anos. 
§ 5º - Na hipótese de homicídio culposo, o juiz poderá deixar de aplicar a pena, 
se as conseqüências da infração atingirem o próprio agente de forma tão grave 
que a sanção penal se torne desnecessária. PERDÃO JUDICIAL 
§ 6
o
 A pena é aumentada de 1/3 (um terço) até a metade se o crime for 
praticado por milícia privada, sob o pretexto de prestação de serviço de 
segurança, ou por grupo de extermínio. 
 
 
 
JURISPRUDÊNCIA COLACIONADA 
A conduta social desajustada daquele que, agindo com intensa reprovabilidade etico-jurídica, participa, 
com o seu veículo automotor, de inaceitável disputa automobilística 
realizada em plena via pública, nesta desenvolvendo velocidade exagerada – além de ensejar a 
possibilidade de reconhecimento do dolo eventual inerente a esse comportamento do agente -, justifica 
a especial exasperação da pena, motivada pela necessidade de o Estado responder, grave e 
energicamente, a atitude de quem, em assim agindo, comete os delitos de homicídio doloso e de lesões 
corporais. (STF – HC 71.800/RS – Rel Celso de Mello, DJ 03.05.1996).

Continue navegando