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DIREITO PENAL III FIC/ESTÁCIO – Profa. BRUNA SOUZA DOS CRIMES CONTRA A PESSOA Art. 121, HOMICÍDIO HOMICÍDIO – INFANTICÍDIO – AUXILIO AO SUICÍDIO – ABORTO TRIBUNAL DO JÚRI Homicídio simples Art. 121. Matar alguem: Pena - reclusão, de seis a vinte anos. Caso de diminuição de pena - PRIVILEGIADO § 1º Se o agente comete o crime impelido por motivo de relevante valor social ou moral, ou sob o domínio de violenta emoção, logo em seguida a injusta provocação da vítima, o juiz pode reduzir a pena de um sexto a um terço. Homicídio qualificado § 2° Se o homicídio é cometido: I - mediante paga ou promessa de recompensa, ou por outro motivo torpe; II - por motivo futil; III - com emprego de veneno, fogo, explosivo, asfixia, tortura ou outro meio insidioso ou cruel, ou de que possa resultar perigo comum; IV - à traição, de emboscada, ou mediante dissimulação ou outro recurso que dificulte ou torne impossivel a defesa do ofendido; V - para assegurar a execução, a ocultação, a impunidade ou vantagem de outro crime: Pena - reclusão, de doze a trinta anos. VI - contra a mulher por razões da condição de sexo feminino: Feminicídio (Incluído pela Lei nº 13.104, de 2015) VII – contra autoridade ou agente descrito nos arts. 142 e 144 da Constituição Federal, integrantes do sistema prisional e da Força Nacional de Segurança Pública, no exercício da função ou em decorrência dela, ou contra seu cônjuge, companheiro ou parente consanguíneo até terceiro grau, em razão dessa condição: Pena - reclusão, de doze a trinta anos. § 2 o -A Considera-se que há razões de condição de sexo feminino quando o crime envolve: I - violência doméstica e familiar; II - menosprezo ou discriminação à condição de mulher. Homicídio culposo § 3º Se o homicídio é culposo: Pena - detenção, de um a três anos. Aumento de pena § 4 o No homicídio culposo, a pena é aumentada de 1/3 (um terço), se o crime resulta de inobservância de regra técnica de profissão, arte ou ofício, ou se o agente deixa de prestar imediato socorro à vítima, não procura diminuir as conseqüências do seu ato, ou foge para evitar prisão em flagrante. Sendo doloso o homicídio, a pena é aumentada de 1/3 (um terço) se o crime é praticado contra pessoa menor de 14 (quatorze) ou maior de 60 (sessenta) anos. § 5º - Na hipótese de homicídio culposo, o juiz poderá deixar de aplicar a pena, se as conseqüências da infração atingirem o próprio agente de forma tão grave que a sanção penal se torne desnecessária. PERDÃO JUDICIAL § 6 o A pena é aumentada de 1/3 (um terço) até a metade se o crime for praticado por milícia privada, sob o pretexto de prestação de serviço de segurança, ou por grupo de extermínio. § 7 o A pena do feminicídio é aumentada de 1/3 (um terço) até a metade se o crime for praticado: I - durante a gestação ou nos 3 (três) meses posteriores ao parto; II - contra pessoa menor de 14 (catorze) anos, maior de 60 (sessenta) anos ou com deficiência; II - na presença de descendente ou de ascendente da vítima. * Conceito: injusta morte de uma pessoa praticada por outrem, consiste na eliminação da vida extrauterina. Nelson Hungria: É o tipo central de crimes contra a vida e é ponto culminante na orografia (montanha) dos crimes. Homicídio doloso simples, privilegiado, qualificado, culposo, majorado, perdão judicial. Homicídio preterdoloso: Art. 129, §3º - lesão corporal seguida de morte. HOMOCÍDIO DOLOSO: simples, privilegiado e qualificado I – HOMICÍDIO DOLOSO SIMPLES 1. BEM JURÍDICO TUTELADO VIDA HUMANA EXTRAUTERINA. * Antes do nascimento, é o crime de aborto. * Grande potencial ofensivo = 6 a 20 anos. 2. SUJEITO ATIVO: Crime COMUM – qualquer pessoa – não exige qualidade pessoal. Crime monosubjetivo: pode ser praticada por pessoa isolada ou associada a outras. De concurso eventual. (ou unisubjetivo) Concurso de pessoas: coautor: atos executórios. Partícipe: não realiza atos executórios, mas colaboram para o delito. Ex.: Incentivo Verbal ou emprestar a arma. * Autoria mediata: o executor é mero instrumento para atuar sem vontade própria ou consciência do que estar fazendo: como o doente mental ou menor de idade 3. SUJEITO PASSIVO: Qualquer pessoa. Obs.: art. 17, CP – crime impossível por absoluta impropriedade do objeto – Não responde por tentativa de homicídio caso realize ato de execução visando matar determinada pessoa sem saber que ela já havia falecido. Ex.: Tiro em pessoa deitada já morta. * Contra irmãos xifópagos: dois crimes de homicídio. * Presidente da República (STF;Senado;Deputados): Art. 29, Lei 7.170: motivação política, crime contra a segurança nacional. * genocídio: Art. 1º, Lei 2889/56 – grupo nacional, ético, racial ou religioso. * Índio? Art. 59, Lei 6.001/73 – índio não integrado – causa de aumento de pena. Art. 59. No caso de crime contra a pessoa, o patrimônio ou os costumes, em que o ofendido seja índio não integrado ou comunidade indígena, a pena será agravada de um terço. (Lei 6.001/73) 4. CONDUTA – tipo objetivo TIRAR A VIDA DE ALGUÉM * Vida extrauterina (também pode ser infanticídio). Lembre-se que vida intrauterina: é aborto. Momento: Quando se inicia extrauterina? 1ª Corrente 2ª Corrente 3ª Corrente Com o completo e total desprendimento do feto das estranhas maternas. Desde as dores típicas do parto. Com a dilatação do colo do útero. Crime de execução livre: pode ser praticado por ação ou omissão. Meios direitos ou indiretos. Meios físicos, morais ou psíquicos*. * Apoplética: perde o ar com risadas. (Monteiro Lobato) * Até por omissão – mãe que deixa de alimentar o filho. (comissivo por omissão). Dever jurídico Crime de ação livre: qualquer meio de execução. *Crime impossível. Arma de brinquedo, descarregada ou defeituosa. Meio absolutamente ineficaz Crime impossível Conduta atípica Arma ou projétil que falha Meio relativamente ineficaz Tentativa de homicídio 5. TIPO SUBJETIVO: DOLO direito ou eventual Direito: Animus necandi ou animus occidendi. (intenção de matar) Eventual: assume o risco de provocar a morte Ex.: Roleta russa. Obs.: o tipo não exige finalidade específica, animando o comportamento do agente. Mas a finalidade especial pode caracterizar qualificadora ou privilegiadora. “RACHA” “EMBRIAGUEZ AO VOLANTE” Dolo eventual (STF – HC 101.698/RJ) - Júri Culpa consciente (STF – HC 107.801/SP) -Jjúri *HIV (sabe da doença e oculta a doença)– TENTATIVA DE HOMICIDIO – ART.131 – LESAO CORPORAL GRAVISSIMA STF: desclassificação do crime (art.131, CP) ou lesão corporal gravíssima (Art. 129, §2º, II,CP) STJ: lesão corporal gravíssima (doença gravíssima) Animus – transmitir a doença – tentativa de homicídio Não quis e nem assumiu o risco (preservativos): lesão corporal culposa ou homicídio culposo 6. CONSUMAÇÃO E TENTATIVA Consumação: morte da vítima (crime material). Cessação da atividade encefálica. Lei 9434/97 – lei de doação de órgãos – morte encefálica. Crime instantâneo de efeitos permanentes: duração do momento consumativo – irreversível. Crime de dano: efetiva lesão do bem jurídico tutelado - vida. Prova: exame necroscópico (médico legista). A materialidade do crime poderá ser feito por prova testemunhal. Admite tentativa – crime plurissubsistente. Requisitos: a) que inexista prova inequívoca de que o agente queria matar a vítima. “animusa necandi” – a intenção irá diferenciar a tentativa da lesão. b) que tenha havido início da execução do homicídio; Art. 14, II – antes disso, são apenas atos preparatórios (atos que por si só não podem causar o resultado morte). Ex.: Compra daarma. Ex.: Ficar esperando a vítima e esta muda de trajeto. ATO IDÔNEO (APTO A PRODUZIR O RESULTADO) E INEQUÍVOCO (LIGADO A CONSUMAÇÃO) c) que o resultado morte não tenha ocorrido por circunstâncias alheias à vontade do agente; Sobrevivência da vítima foi alheia ao agente. Ex.: Conseguiu se esquivar da facada; bebeu apenas um gole de bebida envenenada; disparo na cabeça, mas que não atingiu a calota craniana; vítima socorrida; terceira pessoa desviou a mão do homicida; agente que conseguiu atingir parte vital do corpo. * Tentativa branca e cruenta: não atinge o corpo da vítima; cruenta causa lesão corporal 7. CONSIDERAÇÕES FINAIS * Será crime hediondo quando praticado em atividade típica de grupo de extermínio – homicídio condicionado. Art. 15 - O agente que, voluntariamente, desiste de prosseguir na execução ou impede que o resultado se produza, só responde pelos atos já praticados. * DESISTÊNCIA VOLUNTÁRIA: ART. 15, 1ª PARTE – OMISSÃO. Início dos atos executórios, mas o agente não prossegue. Ex.; Depois do primeiro disparo resolve parar. Lesão corporal ou periclitação da vida (art. 132). * ARREPENDIMENTO EFICAZ: ART. 15, 2ª PARTE. – AÇÃO IMPEDITIVA DO RESULTADO Realiza todos os atos executórios. Porém se arrepende e pratica novo ato para salvar a vítima. Ex.: Veneno e antídoto. Atinge em parte nobre, mas socorre e ela sobrevive. II – HOMICÍDIO PRIVILEGIADO Art. 121. (...) § 1º Se o agente comete o crime impelido por motivo de relevante valor social ou moral, ou sob o domínio de violenta emoção, logo em seguida a injusta provocação da vítima, ou juiz pode reduzir a pena de um sexto a um terço. - Causa de diminuição de pena: direito subjetivo do réu. # HIPÓTESES: A) MOTIVO DE RELEVANTE VALOR SOCIAL Benefício a coletividade – NOBRE, ALTRUÍSTICO. Ex.: Traidor da pátria. B) MOTIVO DE RELEVANTE VALOR MORAL Motivos individuais. Piedade, misericórdia e compaixão. Ex.: Eutanásia – o agente tira a vida da vítima para acabar com grave sofrimento de corrente de alguma enfermidade. Ex.: Desligar os aparelhos. Obs.: A ortotanásia que trata- se da cessação de tratamentos paliativos de pessoa com doença irreversível e fatal. Ex.; Diante de quadro irreversível de câncer, o médico cessa tratamento quimioterápico que só prolongaria o sofrimento do paciente. C) DOMÍNIO DE VIOLENTA EMOÇÃO LOGO EM SEGUIDA À INJUSTA PROVOCAÇÃO DA VÍTIMA: Estado anímico. Intenso choque emocional. Ex.: Violenta emoção o marido que acha mulher em flagrante adultério. PRESSUPOSTOS INJUSTA PROVOCAÇÃO VIOLENTA EMOÇÃO ATO HOMICIDA EM SEGUIDA AO ATO PROVOCADOR c.1 injusta provocação: condutas incitantes, inclusive animal. Diferente da legítima defesa, a resposta na LD exige que o agente use de meios moderados. Ex.: A vítima empurra e xinga o agente que responde efetuando disparos contra a vítima – apesar de não caracterizar a legítima defesa, há o privilégio. A legítima defesa exige: injusta agressão; utilize de meios necessários; atual ou eminente c.2 violenta emoção: Domínio: fortíssima alteração do ânimo. Não deve ser passageira. ≠ atenuante exige apenas influencia de violenta emoção provocado pro ato injusto. Quando mata alguns dias depois de saber da relação extraconjugal. c.3 ato homicida em seguida ao ato provocador: reação imediata – no mesmo contexto fático. Ausente este requisito, trata-se de vingança. OBS.: Pai que mata estuprador da filha. Alguns entendem que seria relevante valor moral, defesa da honra da vítima. Outros entendem que se trata de valor social, pois sua intenção é eliminar o marginal. Será de uma maneira ou de outra homicídio qualificada. III – HOMICÍDIO QUALIFICADO Art. 121. (...) § 2° Se o homicídio é cometido: I - mediante paga ou promessa de recompensa, ou por outro motivo torpe; MOTIVO II - por motivo futil; MOTIVO III - com emprego de veneno, fogo, explosivo, asfixia, tortura ou outro meio insidioso ou cruel, ou de que possa resultar perigo comum; MEIO IV - à traição, de emboscada, ou mediante dissimulação ou outro recurso que dificulte ou torne impossivel a defesa do ofendido; MODO V - para assegurar a execução, a ocultação, a impunidade ou vantagem de outro crime: CONEXÃO Pena - reclusão, de doze a trinta anos. Circunstâncias subjetivas: I, II e V. (MOTIVAÇÃO DO AGENTE) Circunstâncias objetivas: III e IV. (MEIO E MODO DE EXECUÇÃO) A) QUANTO AOS MOTIVOS I – PAGA E PROMESSA DE RECOMPENSA Homicídio mercenário. Paga (prévio pagamento). Promessa (posterior pagamento). Não só dinheiro, poderá ser promoção de emprego, por exemplo. Mas deverá ser econômica, se sexual, a maioria entende que não será qualificadora (Bittencourt e Mirabete) de paga promessa, mas poderá ser de motivo torpe. Damásio entende que não há necessidade de ser econômica. Existe a qualificadora ainda que o mandante não pague/cumpra a recompensa. Exige: envolvimento de no mínimo duas pessoas. Crime de concurso necessário. Mandante e Executora. Inclusive intermediários. É condenado mesmo que não se possa identificar. Obs.: Art. 31, CP. “Art. 31 - O ajuste, a determinação ou instigação e o auxílio, salvo disposição expressa em contrário, não são puníveis, se o crime não chega, pelo menos, a ser tentado.”. No caso de o executor receber o dinheiro, mas foge com ele sem cometer o homicídio. Ex.: Irmã Dorothy. Companheira que matou ganhador de prêmio lotérico sem familiares. Matar marido para viver com amante. Obs: A qualificadora comunica-se com o mandante? A qualificadora é matar por dinheiro. 1ªC) Não se comunica. Não é elementar. Apenas o executor mata por dinheiro. Os motivos do mandante são outros. Pois poderá ser o caso de pai que contrata pistoleiro para matar estuprador da filha. Mandante: homicídio privilegiado. Executor: Homicídio qualificado. (Capez, Fragoso, Greco) 2ª Comunica-se. O mandante é requisito essencial para a existência do crime, assim será elementar. (Mirabete, Silveira - STF) I – MOTIVO TORPE Motivação vil, repugnante, imoral. Por preconceito: motivo torpe. Ex.: Matar pessoa por ela ser gay ou negra. Se for ação que visa o extermínio de grupo nacional, ético ou religioso será genocídio (art. 1º, Lei 2889/56). Ex.; Homicídio de 12 índios da tribo Yanomani. É motivo torpe: Canabalismo; vampirismo; rituais macabros; motivação econômica; intenção de ocupar o cargo da vítima (vice-prefeito); esposa que não quis manter relações sexuais; por prazer, Morte de policiais por facção criminosa para impedir investigações; preso que mata outro preso de outra facção criminosa; morte de diretor de presídio. * Impunidade de outro crime apesar de ser motivo torpe, possui qualificadora própria. * Vingança; depende do caso concreto. Deverá haver um antecedente torpe. Ex.; Matar juiz por decisão rígida; traficante que mata usuário que não pagou dívida. Não é: ciúme. II – MOTIVO FÚTIL Pequeno, insignificante. Falta de proporção. Ex.: pai que mata filho que chorava. Marido que mata mulher que não fez jantar. Motorista que mata fiscal; ou por trancada no trânsito. Por piada. É necessária a prova quanto ao motivo. A ausência da prova não se presume. * Se o agente afirma que matou sem motivo algum não será motivo fútil, mas torpe, pois considera-se que matou por prazer. * Discussão entre as partes. No caso de discussão forte no trânsito, por exemplo, não haverá qualificadora. * Ciúme também não será fútil. Dependendo do caso concreto poderá ser desproporcional, namora que olhou para o lado. OBS.; Não pode ser torpe e fútil ao mesmo tempo. B) QUANTO AO MEIO DE EXECUÇÃO. III – VENENO: substância química ou biológica que causa morte. Venefício.Introduzido na vítima de forma dissimulada. Ex.; Veneno de rato. Se for inoculado com emprego de violência, será qualificado por meio cruel. Ex.: Entre em quarto cheio de cobra. Depende de prova pericial. * Substâncias venenosas apenas para alguns. Ex.; Alergia, glicose. Para a maioria (Bittencour; Capez; Barros, Hungria) haverá a qualificadora. Para Mirabete, a substância deve ser leta, por isso não reconhece a qualificadora. Em qualquer caso, haverá necessidade de ciência do agente. III – FOGO Será considerado se morre da fumaça. Caldeirão de água. Ex.: Mendigos. Traficantes em pilhas de pneus. Índio pataxó. III – EXPLOSIVO: qualquer explosivo. III – ASFIXIA: Impedimento da função respiratória. Mecânica ou tóxica. A) Mecânica: esganadura (comprime o pescoço da vítima - gravata); estrangulamento (aperta o pescoço com fio, pano, camisa); enforcamento (corda, peso da vítima); sufocação (obstruir a vias respiratórias – saco plástico); afogamento; soterramento e sufocação indireta (ou imprensamento – colocação de peso). B) Tóxica: confinamento (vedação impedindo renovação de oxigênio – trancar em um caixão; porta-malas) e uso gás asfixiante (monóxido de carbono; cloro em estado gasoso). III – TORTURA: graves sofrimentos físicos ou mentais. Forma lenta, gradativa. Ex.; Não oferecer bebida; acorrentar vítima ao ar livre; crucificação; empalhamento, letas sessões de mutilamento. ≠ tortura qualificado pela morte. Crime preterdoloso. Tortura para confessar o mandante. Depois a mata para assegurar a impunidade. Homicídio qualificado do inciso V + tortura simples. III – MEIO CRUEL OU INSIDIOSO Espancamento; martelo. Apedrejamento; atropelamento intencional; Amarrar a vítima em carro; transmissão de doença que provoca morte com sofrimento. Rápido e ânimo calmo. Insidioso: velado, armadilha, meio fraudulento. Ex.: sabotagem de freio, paraquedas, trocar medicamentos. III – RESULTA PERIGO COMUM: número elevado e indeterminado de pessoas. Ex.: Desabamento; disparos de arma de fogo em multidão (baile) Ex.; Pai que furtou avião, obrigou filha menor a acompanha-lo e depois de manobras perigosas, jogou o avião em um shopping center. Não precisa causar danos a outras pessoas, mas apenas causar riscos. C) QUANTO AO MODO DE EXECUÇÃO QUALIFICADORAS ESPECÍFICAS: TRAIÇÃO; EMBOSCADA E DISSIMULAÇÃO FORMULA GENÉRICA: OUTRO RECURSO QUE DIFICULTE OU IMPOSSIBILITE A DEFESA DA VÍTIMA IV – TRAIÇÃO Cometido mediante ataque súbito ou sorrateiro, atingindo a vítima, descuidada ou confiante, antes de perceber o gesto criminoso. Quebra de confiança – deve-se existir uma prévia relação de confiança entre as partes – que lhe permita uma facilidade. Ex.: Golpe pelas costas. Matar alguém mulher enquanto esta dorme. * Matar desconhecido dormindo – entra na fórmula genérica. QUEBRA DE CONFIANÇA + DIFICULDADE OU IMPOSSIBILIDADE DE DEFESA = TRAIÇÃO * Não será somente matar um amigo, parente, mas deve encontrá-la desprevenida. IV – EMBOSCADA Aguarda escondido a chegada ou passagem da vítima para pegá-la de surpresa. Tocaia. Não precisa em local ermo ou que a vítima esteja encurralada. Ex.: Assassinato do presidente Kennedy. IV – DISSIMULAÇÃO Ocultando sua prévia intenção homicida, emprega algum expediente fraudulento para dissimular a vítima. Dissimulação moral: farsa verbal. Ex.: Fingir-se de fã. Passeio de barco. Ex.: Dois rapazes convidam um terceiro que usuário de maconha para fumar em cafezal. Maníaco do parque que se passava de fotógrafo. Dissimulação material: uso de disfarces. Ex.: Morte do presidente do Egito (1961). Um grupo infiltrou-se em desfile militar e ao chegarem defronte ao palanque, desferem disparos e granadas. IV – QUALQUER OUTRO RECURSO QUE DIFICULTE OU TORNE IMPOSSÍVEL A DEFESA DO OFENDIDO. Ex.: Colocar forte medicamento. * Vítima presa ou imobiliza. Superioridade numérica (adestrador de cães em SP – gay, morto por skinheads). Vítima embriagada. Vítima em coma. Não qualifica: superioridade física; superioridade de armas; veneno; vítima menor de 14 anos e maior de 60 anos. NOVAS QUAILIFICADORAS VI - contra a mulher por razões da condição de sexo feminino: FEMINICÍDIO - Circunstância objetiva - Escolha da qualificadora do feminicídio poderá gerar uma CONDIÇÕES DO SEXO FEMININO § 2o-A Considera-se que há razões de condição de sexo feminino quando o crime envolve: I - violência doméstica e familiar; II - menosprezo ou discriminação à condição de mulher. VII – contra autoridade ou agente descrito nos arts. 142 e 144 da Constituição Federal, integrantes do sistema prisional e da Força Nacional de Segurança Pública, no exercício da função ou em decorrência dela, ou contra seu cônjuge, companheiro ou parente consanguíneo até terceiro grau, em razão dessa condição: Pena - reclusão, de doze a trinta anos. Homicídio culposo § 3º Se o homicídio é culposo: Pena - detenção, de um a três anos. Aumento de pena § 4 o No homicídio culposo, a pena é aumentada de 1/3 (um terço), se o crime resulta de inobservância de regra técnica de profissão, arte ou ofício, ou se o agente deixa de prestar imediato socorro à vítima, não procura diminuir as conseqüências do seu ato, ou foge para evitar prisão em flagrante. Sendo doloso o homicídio, a pena é aumentada de 1/3 (um terço) se o crime é praticado contra pessoa menor de 14 (quatorze) ou maior de 60 (sessenta) anos. § 5º - Na hipótese de homicídio culposo, o juiz poderá deixar de aplicar a pena, se as conseqüências da infração atingirem o próprio agente de forma tão grave que a sanção penal se torne desnecessária. PERDÃO JUDICIAL § 6 o A pena é aumentada de 1/3 (um terço) até a metade se o crime for praticado por milícia privada, sob o pretexto de prestação de serviço de segurança, ou por grupo de extermínio. JURISPRUDÊNCIA COLACIONADA A conduta social desajustada daquele que, agindo com intensa reprovabilidade etico-jurídica, participa, com o seu veículo automotor, de inaceitável disputa automobilística realizada em plena via pública, nesta desenvolvendo velocidade exagerada – além de ensejar a possibilidade de reconhecimento do dolo eventual inerente a esse comportamento do agente -, justifica a especial exasperação da pena, motivada pela necessidade de o Estado responder, grave e energicamente, a atitude de quem, em assim agindo, comete os delitos de homicídio doloso e de lesões corporais. (STF – HC 71.800/RS – Rel Celso de Mello, DJ 03.05.1996).
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