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AO DOUTO JUIZO DE DIREITO DA 2° VARA CRIMINAL DA COMARCA DE TERESINA ESTADO DO PIAUÍ
Autos do processo n°00000000000000000
JUSTINIANO, nacionalidade brasileira, corretor de imóveis, portador da cédula de identidade sob o n° 12346546-6, SSP/PI, inscrito sob o CPF n° 809.876.123-90, com endereço eletrônico justianofeliz@gmail.com, residente e domiciliado na rua das flores, n° 34, bairro Dirceu, nesta cidade de Teresina, neste ato representado por sua advogada Joiceane de Sousa Machado que esta subscreve (procuração com poderes especiais anexa) conforme artigo 44 do Código de Processo Penal, com endereço profissional situado na rua das margaridas, n° 123, bairro dos noivos, com endereço eletrônico Joiceane@gmail.com, onde recebe intimações, vem, respeitosamente à presença de Vossa Excelência, com fundamento nos artigos 396 e 396-A do Código de Processo Penal, oferecer:
RESPOSTA À ACUSAÇÃO
I. DA SÍNTESE PROCESSUAL 
No dia 17 de agosto de 2019, Justiniano foi a uma festa na casa de sua amiga Cleópatra, que havia convidado dezenas de pessoas para a comemoração da passagem de ano.
Perto da meia noite, Justiniano avistou Tibério, que era seu melhor amigo na época do colégio, tendo a amizade acabado porque Justiniano ficou com sua namorada e com ela casou-se.
Pensando que a desavença tinha ficado para trás, decidiu ir falar com Tibério. Ao ver Justiniano aproximando-se, Tibério, pegou o seu copo de suco e atirou-o em direção do desafeto e, em seguida, foi para cima dele, desferindo socos e chutes. 
Justiniano, então, alcançou a faca da mesa onde estavam os queijos e atingiu Tibério na região do abdômen, agindo de pronto em legítima defesa com o único meio que se viu disponível para proteger-se dos golpes que estava sofrendo.
Levado prontamente ao hospital por outros convidados, Tibério não sobreviveu. Justiniano, por sua vez, assustado, foi prontamente embora da festa, sem dar maiores explicações.
O querelado, então, foi denunciado pela prática de lesão corporal seguida de morte, artigo 129 § 3° do Código Penal, perante este Juízo, tendo o Ministério Público instruído a denúncia apenas como a confissão de Justiniano em sede de Inquérito policial, no sentido de que de fato teria sido o responsável pelos ferimentos causados na vítima. 
A denúncia fora recebida, efetivando-se a citação do querelado em 21 de março de 2022, e vem tempestivamente propor a peça cabível para presente ação neste petitório.
II. DAS PRELIMINARES - DA OCORRÊNCIA DE NULIDADE
Conforme os fatos narrados acima, fica claro o vício processual decorrente da inobservância de exigências legais, visto que o Ministério Público baseou sua denúncia na confissão do querelante em sede de inquérito, ferindo claramente o artigo 158 e 564, inciso III, alínea ‘b’ do Código de Processo Penal, conforme se segue:
Art. 158. Quando a infração deixar vestígios, será indispensável o exame de corpo de delito, direto ou indireto, não podendo supri-lo a confissão do acusado.
Art. 564. A nulidade ocorrerá nos seguintes casos:
III - por falta das fórmulas ou dos termos seguintes:
b) o exame do corpo de delito nos crimes que deixam vestígios, ressalvado o disposto no Art. 167;
Devendo ainda ser observado o artigo 525 do Código de Processo Penal “Art. 525. No caso de haver o crime deixado vestígio, a queixa ou a denúncia não será recebida se não for instruída com o exame pericial dos objetos que constituam o corpo de delito”.
É clara a violação do Ministério Público ao deixar de observar a cadeia de custódia e dar prosseguimento na ação penal.
Requer desde já neste juízo a nulidade da denúncia e extinção do processo, deferindo a absolvição sumária do querelado, em conformidade do artigo 397, inciso I do CPP. 
III. DO MÉRITO
Diante do exposto, requer a este d. Juízo a absolvição sumária do querelado com base no artigo 397, inciso I do CPP, senão vejamos: 
Art. 397. Após o cumprimento do disposto no art. 396-A, e parágrafos, deste Código, o juiz deverá absolver sumariamente o acusado quando verificar: I - a existência manifesta de causa excludente da ilicitude do fato.
A excludente de ilicitude se encontra exatamente no momento em que o querelado se vê sem saídas ao ser pego de surpresa com os golpes efetuados por Tibério, e como meio para se defender não vê outra alternativa senão pegar a primeira coisa ao seu alcance e usá-la para sua defesa. 
Vejamos o que diz o artigo 23 e 25 do Código Penal:
Art. 23 - Não há crime quando o agente pratica o fato:
II - em legítima defesa; 
Art. 25 - Entende-se em legítima defesa quem, usando moderadamente dos meios necessários, repele injusta agressão, atual ou iminente, a direito seu ou de outrem. 
Observa-se que se encontra presente todos os requisitos da legítima defesa, quais sejam, a agressão injusta, iminente ou atual, o uso dos meios necessários e o que estiver a disposição, a proteção de bem jurídico próprio qual seja a sua própria vida e a sua plena ciência em estar agindo pela defesa de sua vida. 
Dito isto, é claro que o querelado agiu com pleno direito para defesa de sua vida e assim resguardar sua integridade física, agindo SEM qualquer DOLO/VONTADE de matar Tibério, tão tal que em nenhuma hipótese constata-se qualquer excesso de sua parte. 	Pleiteia-se desde já a absolvição do acusado fazendo coisa julgada e assim encerrando-se o presente processo. 
IV. DOS PEDIDOS
Ante o exposto, requer o denunciado: 
a) seja rejeitada a denúncia; 
b) seja reconhecida a NULIDADE da denúncia, conforme artigo 158 e 564, inciso III, alínea ‘b’ do Código de Processo Penal; 
d) seja o réu absolvido sumariamente, com base no art. 397, inciso I do Código de Processo Penal, reconhecendo assim à presente excludente de ilicitude;
e) requer a produção de todas as provas admitidas em direito com base no artigo 369 e seguintes do Código de Processo Civil, em especial a prova testemunhal;
f) a designação de audiência de instrução e julgamento;
g) oitiva das testemunhas arroladas. 
Nestes termos, 
Pede e espera deferimento. 
Teresina, 12 de abril de 2022.
Joiceane de Sousa Machado
OAB/PI
ROL DE TESTEMUNHAS:
a) Cleópatra
b) Fulano
c) Fulano

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