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aula 03 sistemas de controle e regime juridico administrativo

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Sistemas de Controle e Regime Jurídico-Administrativo
DIREITO ADMINISTRATIVO
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Produção: Equipe Pedagógica Gran Cursos Online
SISTEMAS DE CONTROLE E REGIME JURÍDICO-ADMINISTRATIVO
Sistemas de controle
Há dois sistemas de controle e regime jurídico-administrativo:
• Inglês – Sistema adotado no Brasil, em que o Poder Judiciário decide todas 
as demandas envolvendo o direito público ou privado. 
É o sistema de jurisdição único, no qual não pode ser excluída nenhuma 
matéria do Poder Judiciário. A jurisdição única é o princípio da inafastabilidade 
de jurisdição, que alguns denominam o livre acesso ao Poder Judiciário, ou seja, 
a lei não pode estabelecer qualquer exclusão à busca desse poder. 
• Francês ou Sistema do Contencioso Administrativo – Na França, onde 
se originou o Direito Administrativo, há dois tribunais:
 – Tribunal administrativo;
 – Tribunal de justiça.
Ao tribunal administrativo cabe julgar e resolver os temas envolvendo a Admi-
nistração Pública, e ao tribunal de justiça, julgar as outras matérias. 
No Brasil, existem tribunais administrativos, como o Tribunal de Contas da 
União (TCU), que não pertence ao Poder Judiciário. No sistema brasileiro, que é 
o sistema inglês, quando a matéria é julgada pelo tribunal administrativo, ainda 
comporta recurso ao Poder Judiciário. 
A Justiça Desportiva também é um tribunal administrativo. 
Atenção!
O sistema inglês (sistema de jurisdição única ou princípio da inafastabilidade 
de jurisdição) tem fundamento no ordenamento jurídico brasileiro, conforme o 
seguinte artigo e inciso da Constituição Federal (CF): 
Art. 5, XXXV: “a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ame-
aça a direito”.
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Em regra, é livre o acesso ao Poder Judiciário, mas há três situações que, 
antes de se acionar o Poder Judiciário, obrigam o acionamento jurídico-adminis-
trativo: 
• Competição esportiva: Art. 217, § 1º, da CF: “o Poder Judiciário só admi-
tirá ações relativas à disciplina e às competições desportivas após esgota-
rem-se as instâncias da justiça desportiva, regulada em lei”. 
• Contra omissão ou ato da administração pública que contrariar enun-
ciado de súmula vinculante caberá reclamação ao Supremo Tribunal 
Federal (STF), que só será admitida após esgotamento das vias admi-
nistrativas (Lei n. 11.417/2006, art. 7, § 1º).
• Para caracterizar o interesse de agir no habeas data, “a prova do ante-
rior indeferimento do pedido de informação de dados pessoais, ou da omis-
são em atendê-lo, constitui requisito indispensável para que se concretize o 
interesse de agir no habeas data. Sem que se configure situação prévia 
de pretensão resistida, há carência da ação constitucional do habeas 
data”. (STF, HD 22/DF, rel. Min. Celso de Melo, 19/09/1991)
Direto do concurso
1. (CESPE/TRE-BA/ANALISTA JUDICIÁRIO) Como exemplo da incidência do 
princípio da inafastabilidade do controle jurisdicional sobre os atos adminis-
trativos no ordenamento jurídico brasileiro, é correto citar a vigência do siste-
ma do contencioso administrativo ou sistema francês.
Comentário
O sistema francês ou sistema do contencioso administrativo não busca o 
princípio da inafastabilidade do controle jurisdicional. 
Regime jurídico-administrativo
É o conjunto de regras que coloca a Administração Pública em posição 
privilegiada em relação aos administrados.
Princípios “pedras de toque”:
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a) supremacia do interesse público sobre o privado;
b) indisponibilidade, pela Administração, dos interesses públicos.
Os princípios “pedras de toque”, segundo Celso Antonio Bandeira de Mello, 
são a supremacia do interesse público sobre o privado e a indisponibilidade, pela 
Administração, dos interesses públicos. A professora Di Pietro trata de prerroga-
tivas (direitos) e sujeições (deveres) próprias do regime jurídico-administrativo. 
Direto do concurso 
2. (CESPE/2013/TCDF/ANALISTA DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA) O princí-
pio da supremacia do interesse público sobre o interesse privado é um dos 
pilares do regime jurídico-administrativo e autoriza a administração pública 
a impor, mesmo sem previsão no ordenamento jurídico, restrições aos 
direitos dos particulares em caso de conflito com os interesses de toda a 
coletividade.
Comentário
Toda a atividade do administrador público se fundamenta na lei. Nenhum 
administrador público pode praticar uma ação se esta não estiver tipificada no 
ordenamento jurídico. 
GABARITO
1. E
2. E
����Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Cursos Online, de acordo com a 
aula preparada e ministrada pelo professor Rodrigo Cardoso.

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